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domingo, março 03, 2013

A genial Marta

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Fácil, fácil...

Golzinho feio marcado por Marta na última quinta-feira, em amistoso entre o Tyresö FF, sua equipe na Suécia, e o Orebro KIF. Um pessoal comparou com o Ronaldinho Gaúcho dos bons tempos, mas sei não, acho que essa foi sem comparações:





sexta-feira, agosto 03, 2012

Agenda olímpica (sexta, 3 de agosto): Dobradinha na sexta?

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Além de significar um saboroso prato (ao menos na minha opinião) servido às terças em muitas cidades do país, o termo "dobradinha brasileira" se popularizou no esporte nacional na outrora bem quista Fórmula 1. José Carlos Pace e Emerson Fittipaldi fizeram duas delas, mas elas foram celebrizadas por Senna e Piquet, que fizeram oito. Curiosamente, a última vez que dois brasileiros ocuparam as primeiras posições de uma corrida foi com Nelson Piquet e Roberto Moreno em 1990.


Dobradinha cai bem em Londres? (A Vitrine do Sabor)
Agora, o Brasil tem novamente uma chance de fazer uma dobradinha. Obviamente que não é com o demissionário Felipe Massa e o hesitante Bruno Senna. A oportunidade acontece na final dos 50 metros livres da natação, onde Cesar Cielo, melhor tempo das semifinais, e Bruno Fratus, quarto tempo, disputam a final hoje, às 16h06. Claro que não vai ser tarefa fácil, mas se existe uma chance de dobradinha em Londres, é essa aí.

O futebol feminino do Brasil pega as japonesas, atuais campeãs mundiais, às 13h. Se as brasileiras deixaram uma má impressão no último jogo da primeira fase, quando foram derrotadas pela seleção britânica, é bem verdade que as nipônicas não fazem nenhuma campanha exuberante: empataram duas vezes, com África do Sul e Suécia, e só bateram o Canadá, na última peleja da fase inicial, por 2 a 1. 

Quem tem feito bonito, mas tem parada dura, são as meninas do handebol. Única equipe 100% no torneio feminino, elas encaram a Rússia, vice-campeã em Pequim 2008, que já foi derrotada pela Croácia. A vitória dá moral para as fases seguintes e garante um cruzamento mais fácil até, quem sabe, a disputa por medalhas (isso em tese, claro). Pra não perder, às 12h15.

Confira onde mais tem Brasil:

5h30 - Remo - Skiff simples - Masculino Final
Anderson Nocetti disputa a final D

5h30 - Vôlei feminino - Brasil x China

Judô - Acima de 78 kg - Feminino Primeira fase
6h26 - Maria Altheman (BRA) x Anne-Sophie Mondiere (FRA)

Judô - Acima de 100 kg - Masculino Primeira fase
5h58 - Rafael Silva (BRA) x Thormodur Jonsson (ISL)

Natação - 50 m livre - Feminino Eliminatórias
6h16 - Graciele Herrmann (BRA)

6h00 - Tênis de mesa - Por Equipe - Feminino Primeira rodada
Brasil x Coreia do Sul

6h25 - Atletismo - Salto triplo - Feminino Eliminatórias
Keila Costa (BRA)

6h40 - Atletismo - 100 m rasos - Feminino Eliminatórias

7h00 - Hipismo - Adestramento Individual - Misto Eliminatórias

8h00 - Atletismo - 400m rasos - Feminino Eliminatórias
Geisa Coutinho (1ª bateria)
Joelma Sousa (6ª bateria)

8h00 - Vela - Finn - Masculino Primeira fase
Jorge Zarif (BRA)

8h00 - Vela - Laser - Masculino Primeira fase
Bruno Fontes (BRA)

8h00 - Vela - Star - Masculino Primeira fase
Robert Scheidt e Bruno Prada podem garantir medalha por antecipação

8h00 - Vela - 470F - Feminino Primeira fase
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan (BRA)

8h00 - Vela - Laser Radial - Feminino Primeira fase
Adriana Kostiw (BRA)

8h04 - Natação - Revezamento 4 x 100 medley - Masculino Eliminatórias
Cesar Cielo, Felipe Lima, Kaio Almeida, Thiago Pereira, Daniel Orzechowski e Felipe França

8h30- Levantamento de peso - Até 75 kg - Feminino Final
Jaqueline Ferreira (BRA)

Boxe - Até 52kg - Masculino Oitavas de final
9h45: Julião Henriques Neto (BRA) x Jeyvier Cintron Ocasio (PUR)

10h30 - Basquete - Brasil x Canadá - Feminino Primeira fase
10h30 - Saltos ornamentais - Trampolim de 3 m - Feminino Primeira fase
Juliana Veloso (BRA)

11h30 - Levantamento de peso - Até 75 kg - Feminino Final

12h15 - Handebol - Rússia x Brasil - Feminino Primeira fase
Rússia x Brasil

13h00 - Futebol - Brasil x Japão - Feminino Quartas de final
Brasil x Japão

13h00 - Vôlei de praia - Feminino - Feminino Oitavas de final
Maria Elisa/Talita (BRA) x Kolocova/Slukova (TCH)

15h00 - Tênis de mesa - Por Equipe - Masculino Primeira rodada
Brasil x Hong Kong

15h10 - Atletismo - Lançamento de disco - Feminino Eliminatórias
Andressa de Morais (BRA)

15h50 - Atletismo - Salto em distância - Masculino Eliminatórias
Mauro Vinicius da Silva (BRA)

16h09 - Natação - 50 m livre - Masculino Final
Cesar Cielo e Bruno Fratus (BRA)

sábado, julho 28, 2012

Seleção feminina de futebol usa modelo 2011 da seleção masculina

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No início de 2011, a Nike vazou o que seria o novo modelo de uniforme da seleção brasileira. Entre as novidades, havia uma gola careca amarela, rompendo a tradição de gola verde, mas o que causou mais impacto foi a tarja verde no peito. Alguns mais supersticiosos, como Ziraldo, alertavam que, além da questão estética, o sinal de subtração não traria bons fluidos para o Brasil.

Uniforme masculino do Brasil (Rafael Ribeiro/CBF)
O fato é que o modelo definitivamente não agradou e no início do ano a patrocinadora da equipe lançou uma nova camisa (todo ano é lançado um novo uniforme da seleção masculina, exigência contratual). Dessa vez, sem tarja, com gola em “v” resgatando a cor verde e com uma borda grossa na manga. Para os Jogos Olímpicos, como não é permitida a presença de escudos das confederações nacionais nos uniformes, a bandeira do Brasil tomou o lugar do escudo da CBF. Mas o uniforme é praticamente o mesmo.

Foto antes de Brasil X Camarões (Ricardo Stuckert/CBF)
E não é que a camisa com tarja, o modelo ultrapassado no futebol masculino, apareceu na Inglaterra? A explicação do diretor de comunicação da Nike na América Latina, Mario Andrada, é que o contrato com a CBF determina que o uniforme da seleção feminina seja renovado a cada dois anos, enquanto a troca acontece anualmente para o time masculino. A camisa não serviu para os homens, mas continua servindo para as mulheres.

Não é nada, não é nada, a questão parece ser bem simbólica e reflete o tratamento dado pela CBF ao futebol feminino.

sexta-feira, julho 27, 2012

Agenda olímpica do sábado (28)

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Amanhã, a segunda modalidade que mais trouxe medalhas ao Brasil em Jogos Olímpicos, 15 no total, e que conquista pódios seguidos desde 1984, faz sua estreia. Em Londres, o judô brasileiro tem representantes em todas as categorias, privlégio de quatro países só, e, dos 14 atletas, dez são cabeças de chave. A equipe contou com uma preparação especial, com R$ 5 milhões investidos e uma estrutura invejável. São 50 pessoas, entre 14 atletas olímpicos, 18 atletas de suporte e 18 da comissão técnica, que têm como meta conquistar quatro pódios, com ao menos um ouro e uma final feminina, façanha ainda inédita.
Razões para otimismo não faltam. No período entre os Jogos de Pequim e agora, os judocas do Brasil participaram de 119 campeonatos internacionais, totalizando três mil lutas, sendo 402 medalhas conquistadas (136 de ouro) nos quatro anos de ciclo olímpico. Neste sábado, Felipe Kitadai, na categoria até 60 kg, vai pegar Tumurkhuleg Davaadorj, da Mongólia, no ingrato horário das 5h58. Apesar de não ser cabeça de chave, Kitadai foi ouro nos últimos Pan-americanos, protagonizando o já célebre episódio da “calça borrada”, evento ocorrido em função de um golpe mais forte do atleta e de óbvios problemas estomacais.
judoca Sarah Menezes
A primeira medalha brasileira virá com Sarah Menezes?
Na categoria até 48 kg, Sarah Menezes, considerada pela revista Sports Illustred como a única judoca daqui favorita ao ouro, enfrenta na estreia Ngoc Tu Van, do Vietnã às 5h44. O London 2012 Preview também a colocou na lista dos atletas top 100 dos Jogos. Ela é a única brasileira bicampeã mundial sub-20 e, com apenas 22 anos, tem dois bronzes em Mundiais, em 2010 e 2011. Em 2008, perdeu na primeira luta, mas dessa vez... Portanto, se você estiver voltando da balada, ligue a TV e confira a estreia brasileira nos tatames.

As brasileiras estreiam nos esportes coletivos

Quer dizer, nem todas estreiam. A seleção feminina de futebol faz sua segunda partida, contra a Nova Zelândia, às 10h30. Promessa de nova goleada na primeira fase. Portanto, se você quiser competição mesmo, acompanhe a partida abaixo:

10h30
Handebol feminino - Croácia x Brasil - Feminino Primeira fase

A primeira partida da seleção de handebol feminino promete fortes emoções. A expectativa da ascendente equipe brasileira é fazer história como no último Mundial da modalidade, quando conseguiu sua melhor classificação, um quinto lugar. Colocação obtida contra a então campeã mundial Rússia, depois de um jogo mais que tenso contra o adversário da estreia, a Croácia, uma vitória de 32 a 31.
Na competição, são dois grupos de seis times e os quatro melhores se classificam. Obviamente, garantir uma boa colocação na primeira fase garante um caminho mais fácil no mata-mata. Por conta disso, uma vitória sobre as croatas é fundamental.

16h
Basquete feminino - Brasil x França - Feminino Primeira fase

A seleção de basquete feminino não chega com aqueeela moral nas Olimpíadas. E o corte de Iziane não contribuiu muito pra moral brasileira se elevar. Mesmo assim, a aposta é que o grupo possa se unir e crescer dentro do torneio. Para isso, a vitória contra a França é fundamental. O Brasil tem até uma posição melhor no ranking da Fiba que as rivas (6º X 8º), mas num amistoso recente em Lille a vitória foi das donas de casa, 67 a 57. Fugir da quarta posição do grupo para não cair diante dos EUA na próxima fase é prioridade.

18h
Vôlei feminino - Brasil x Turquia - Feminino Primeira fase

As atuais campeãs olímpicas encaram uma seleção que participa pela primeira vez das Olimpíadas. Mas as turcas vem em uma ascendente: foram as terceiras no Grand Prix de 2012 e bronze no campeonato europeu do ano passado. Parada dura.

Mais Brasil:

Tênis de mesa - Individual - Feminino Rodada Preliminar

5h - Ligia Silva (BRA) x Anolyn Lulu (VAN)
5h45 - Caroline Kumahara (BRA) x Farah Hassan (DJI)

Ciclismo - Estrada - Masculino Final
6h

Hipismo - CCE Individual - Misto Eliminatórias

6h08 - Serguei Fofanoff (BRA)

8h46 - Marcelo Tosi (BRA)

9h26 - Marcio Jorge (BRA)

12h04 - Ruy Fonseca (BRA)

Hipismo - CCE por equipes - Misto Eliminatórias
6h

Natação - 400 m medley - Masculino Primeira fase

6h13 - Thiago Pereira (BRA)

Natação - 100 m borboleta - Feminino Primeira fase

6h48 - Daynara de Paula (BRA)

Natação - 400 m medley - Feminino Primeira fase

7h44 - Joanna Maranhão (BRA)

Natação - 100 m peito - Masculino Primeira fase

8h04 - Felipe França (BRA)

8h07 - Felipe Lima (BRA)

Tênis - Duplas - Masculino Primeira rodada

13h30 - Mike Bryan/Bob Bryan (EUA) x Thomaz Bellucci/André Sá (BRA)

15h30 - John Isner/Andy Roddick (EUA) x Bruno Soares/Marcelo Melo (BRA)

Remo - Skiff simples - Masculino Primeira fase

8h50 - Anderson Nocetti (BRA)

Remo - Skiff simples - Feminino Primeira fase

9h30 - Kissya Cataldo (BRA)

Boxe - Até 56kg - Masculino Primeira fase

10h - Robenilson de Jesus (BRA) x Orzubek Shayimov (UZB)

Vôlei de praia - Feminino - Feminino Primeira fase

13h30 - Juliana/Larissa (BRA) x Rigobert/Li Yuk (IMR)

Ginástica - Ginástica artística - individual - Masculino Primeira fase

11h30 - Diego Hypolito, Arthur Zanetti e Sergio Sasaki (BRA)

Tênis de mesa - Individual - Masculino Primeira rodada

12h - Gustavo Tsuboi (BRA) x Soumyajit Ghosh (IND)

Tênis de mesa - Individual - Masculino Primeira fase

15h - Hugo Hoyama (BRA) x Wang Zengyi (POL)

Vôlei de praia - Masculino - Masculino Primeira fase

16h - Ricardo/Pedro Cunha (BRA) x Skarlund/Spinnangr (NOR)

quarta-feira, julho 25, 2012

A primeira lambança olímpica

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E surgiu a primeira gafe dos Jogos Olímpicos de Londres. E não foi das pequenas. Antes da partida entre as seleções femininas de futebol da Coreia do Norte e da Colômbia, a organização hasteou a bandeira da Coreia do Sul, além de apresentar as atletas da seleção norte-coreana no telão do estádio com a insígnia do país vizinho.
O erro quase custou a partida. A seleção da Coreia do Norte só entrou em campo, uma hora além do previsto, depois de os organizadores pedirem desculpas pelo equívoco. Mesmo assim, as asiáticas venceram a peleja por 2 a 0.
Bandeiras bem diferentes, não?
Mas o Trivela lembrou que o “estranhamento” entre Grã-Bretanha e os norte-coreanos é antigo. Como os britânicos não reconheciam a independência do país asiático, o governo local não queria permitir que a sua bandeira fosse hasteada na Copa do Mundo de 1966. E, ainda conta o Trivela, documentos divulgados recentemente pelo arquivo nacional mostram que chegou-se a cogitar que os vistos de entrada para os jogadores norte-coreanos fossem negados.
Como questionaria uma candidata à prefeitura, coincidência ou sabotagem?

*****

E quem ficou feliz com o primeiro dia do futebol feminino nas Olimpíadas foi a Record. A audiência no horário do jogo do Brasil foi mais que o dobro em relação ao índice do dia anterior. De acordo com os números prévios do Ibope, a transmissão marcou 7,4 pontos na Grande São Paulo (ontem, a emissora marcou no mesmo horário 3,4). Levando-se em conta que sequer houve o início oficial dos Jogos, a vice-liderança da Record hoje deve se tornar liderança em muitos horários até o fim das Olimpíadas...

Olimpiadas 2012: As mina pira e goleia

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Marta, Cristiane e cia. destruíram Camarões e dançaram em cima (Foto: Reuters)

O Brasil começou com o pé direito nas Olimpíadas, com direito a goleada. O primeiro dos cinco gols da seleção feminina de futebol foi marcado por Francielle, de falta, logo aos 6 minutos de jogo. Aos 10, Renata Costa ampliou de cabeça e praticamente definiu a partida.
O resto do primeiro tempo foi mais devagar, ainda que a superioridade brasileira continuasse.
O terceiro foi de Marta, cobrando pênalti sofrido por ela mesma. Pouco depois, a ex-melhor do mundo deu um passe perfeito para Cristiane driblar a goleira e marcar e se tornar a maior goleadora da história do futebol feminino em Olimpíadas, com 11 gols. O posicionamento e timing da atacante para sair na frente das zagueiras e evitar o impedimento é coisa que eu não via faz um bom tempo.
Cristiane quase marcou outro golaço: passou pela zaga inteira, com direito a drible da vaca, passou pela goleira e bateu. O chute tinha endereço, mas foi cortado por uma zagueira camaronesa. A bola, no entanto, sobrou para Marta, sozinha no meio da área, só empurrar, fazendo a pobre zagueira tão bem posicionada ficar bastante decepcionada com suas colegas de time.
Camarões se mostrou um time claramente inferior tecnicamente. Mas foi uma baita sacolada.

sábado, julho 16, 2011

O futebol feminino do Brasil por quem conhece

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Depois da derrota da seleção brasileira para os Estados Unidos nos pênaltis, no Mundial da de futebol feminino, choveram avaliações sobre o porquê do Brasil ter perdido. O Futepoca não se arriscou na área e foi conversar com quem entende de futebol feminino no país: Luciane Castro, do Futebol para Meninas e titular do blogue Laço de Chuteira. Na entrevista abaixo, ela fala sobre a eliminação do Brasil, o esquema adotado pelo técnico Kleiton Lima durante o Mundial e a organização da modalidade que ainda engatinha no Brasil. 

Futepoca - Você criticou bastante a preparação da seleção para o Mundial. Como foi esse período pré-Mundial?

Luciane Castro - O Brasil disputou o Sul-americano no ano passado, e as seleções vizinhas estão muito aquém da nossa seleção. Nessa competição, nos classificamos para o Mundial e para as Olimpíadas de Londres. Depois, teve o Torneio Cidade de São Paulo, com Canadá, México e Coreia do Norte. Preparação mesmo a seleção não teve, foi o que cansei de falar. Enquanto a maioria das seleções que disputaram o Mundial participaram de torneios da Europa e fizeram uma série de amistosos, com oportunidades de jogar contra rivais que disputariam o Mundial, o Brasil planejou dois amistosos, contra o Chile, que foi mais uma festa para a Marta; e com a Argentina, no Recife, que acabou não sendo realizado por causa das cinzas do vulcão. De qualquer maneira, segundo informações que tive, a CBF foi convidada para a Algarve Cup, e recusou. Ela não teria aceitado porque o que se pagava era pouco para levar a seleção feminina pra lá.
Mesmo assim, apesar de todas essas dificuldades, elas chegaram lá e fizeram frente. O que faltou foi uma orientação, o que prejudicou a seleção foi a disposição das atletas em campo.

Futepoca - O técnico Kleiton Lima inventou demais?

Luciane - Até comentei que o Kleiton estava “carpegiando”, porque a Maurine, por exemplo, alguns falam que é lateral, mas a vi de meia direita, e foi excepcional. Comentei que vi essa menina dando um passe à la Didi na Copa de 1958 que fiquei passada, ela jogou o fino nessa posição porque mete correria, tem visão de jogo. Na seleção, vi a Maurine correr nos três jogos pelo lado esquerdo, dominando com a canhota, mas conduzindo com a direita. Já a Rosana é lateral, e foi deslocada pra uma função que matou o jogo dela, a Marta tinha que voltar e armar a jogada, a Érika jogou como líbero. Até um jornal alemão criticou essa disposição tática que o Kleiton impôs, porque libero é uma função primitiva. A Cristiane, por exemplo, vejo mais como uma pivô, e quase não fez essa função no Mundial.
Kleiton Lima inventou demais no Mundial?
E sobrou pra quem? Pra zaga segurar o rojão, e pra Formiga e pra Estér. Quero conversar com o Kleiton e pedir pra ele explicar. As vitórias da primeira fase enganaram de algum modo, estava dando certo, então, vamos manter. Mas estávamos tomando sufoco por pouco. Alguns técnicos querem ser o Rinus Michels do século 21, querem inventar um esquema tático sensacional quando poderiam utilizar as atletas nas suas melhores condições.

Futepoca - Na partida em que o Brasil foi eliminado, ele demorou pra mexer quando a seleção ficou com uma jogadora a mais?

Luciane - Ele demorou pra mexer em todos os jogos, geralmente não mexia, não substituía, só mudava a posição das meninas em campo. Em um dos jogos [contra Guiné Equatorial], ele avançou a Érika, foi quando ela fez um golaço. Eu credito a eliminação a ele, não é uma questão pessoal, não entro no mérito da pessoa, entro no mérito do treinador, não vi uma liderança em campo. Faltou não só mexer na hora certa, mas mudar o esquema.

Futepoca - Curioso pensar que, nessas condições diante da seleção masculina, ele não seria mantido no cargo...

Luciane - Não sei, mas fico pensando quem poderia assumir. Tem outros fatores pra considerar, a preparação física, que tem que ser super diferente. Fui conversar com o fisiologista do Hospital das Clínicas e é tudo diferente, é preciso ter uma comissão técnica especializada para a modalidade feminina, e não sei se isso acontece. O jogo das meninas não é igual ao jogo dos homens, não dá pra ser igual. Porque não culpo as jogadoras? Porque a gente sabe em que condições elas estão, como são os estaduais... Em relação aos estaduais que temos, por exemplo, o Paulista, é o mais organizado do país, mas o carioca, os do norte/nordeste não são, são poucas as federações que trabalham de forma séria, com datas definidas.
Não estamos só chorando apoio, mas temos que mudar a postura de que não é só pedir, é exigir, tem que mudar as atitudes das meninas. Tem um medo relacionado ao que aconteceu num episódio de uma das convocações do Kleiton, quando uma blogueira colocou uma opinião dela e começaram a pipocar comentários anônimos com acusações pesadas contra o técnico. Ela foi processada, tirou o blogue do ar, e uma repórter da ESPN foi fazer uma matéria com algumas meninas, que acusaram o Kleiton de forma anônima, mas tinham medo de falar publicamente por correrem o risco de não ser convocadas pra seleção. Pensavam em si, na convocação, não no coletivo.

Futepoca - Uma mudança de postura é fundamental então.

Luciane - Sim, a minha briga é quase todo dia. Organizamos em parceria com o Museu do Futebol e fizemos um bate papo sobre o futebol feminino, convidamos o ex-presidente do Santos, Marcelo Teixeira, que fez um trabalho espetacular fomentando o futebol feminino, ele trouxe a Marta e a Cristiane, ganhou a mídia... Convidei a Rose do Rio, primeira técnica de futebol feminino do Brasil, porque a mulheres era proibidas de de praticar futebol no país; e o Dema, gestor do Palmeiras feminino. Cansei de tentar divulgar o evento com as boleiras no Facebook, mas só compareceu a Renata Capobianco e a Indianara iria, mas estava doente. A mulherada tem que se unir e mudar essa postura, penar mais coletivamente.
A mídia também poderia abrir esse espaço pras meninas, tem tanta coisa pra abordar no futebol feminino, boleiras, CBF, federações. É sofrido até cobrir futebol feminino, poucos clubes têm assessoria de imprensa. Mesmo com tudo isso, a seleção é competitiva, mandei um dossiê para a Alemanha, um texto mostrando como é a organização aqui porque lá fora os caras acham que, pela qualidade da nossa seleção, tudo é muito organizado. Mas a coisa só vai mudar mesmo quando as boleiras conseguirem entender que tem que mudar a postura, não pode mendigar como se a CBF estivesse fazendo um favor pro futebol feminino.

domingo, janeiro 30, 2011

Elano decide e Santos bate São Paulo

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Elano: 5 gols em 3 partidas. (Divulgação-Santos FC)
Um San-São mais uma vez como primeiro clássico paulista do ano. Assim como em 2010, a Arena Barueri foi o estádio que sediou o duelo, desta vez com o Alvinegro como mandante, já que a Vila Belmiro está com seu gramado em obras. E, como no ano passado, o Santos levou a melhor.

Sem Neymar, na seleção sub-20, e Ganso, em fase final de recuperação, e ainda sem Arouca e o lateral-direito Jonathan, que se contundiu contra o São Caetano, a condição de estrela recaiu naturalmente sobre Elano, que fez seu terceiro jogo em sua volta ao futebol nacional. E ele não decepcionou. Fez o primeiro gol logo aos 11 minutos de partida e, quando o Tricolor pressionava no segundo tempo, arrematou de longe e Ceni rebateu para Maikon Leite marcar o segundo.

Elano desponta como artilheiro do time e do Paulista juntamente com Maikon Leite, ambos com 5 gols. Tem sido decisivo mas, ainda assim, tem errado muitos passes (só no clássico foram 11) e apresenta um certo cansaço na segunda etapa. Isso mostra que seu futebol ainda pode e deve evoluir, mas o que sempre me impressionou em Elano foi seu senso de colocação, o que serve tanto na hora de defender e fechar espaços no meio como de ataca. Ontem, foi o elemento surpresa que aproveitou o belo passe de Róbson. Aliás, era ele também que veio de trás para fazer o gol de cabeça que deu o título brasileiro ao Santos em 2004 (confira aqui).

Voltando à peleja, o resultado não quer dizer que a parada foi tranquila. Durante a maior parte dos 90 minutos o São Paulo manteve a posse de bola e teve uma chance de ouro com Jean no segundo tempo, que mandou uma bola na trave de Rafael, desperdiçando a chance de empatar. Mas também é verdade que esse domínio territorial esbarrou na falta de qualidade do ataque tricolor. Para se ter uma ideia, a equipe do Morumbi finalizou 20 vezes, sendo 6 bolas em direção o gol. O Santos, que teve 13 finalizações, mandou 9 delas para o gol de Rogério, ou seja, 3 a mais que o adversário. O arqueiro sãopaulino fez duas grandes defesas em cabeçada de Rodrigo Possebom no primeiro tempo e em uma bela jogada de Léo no segundo.


Mas o comportamento do Santos na partida deixa evidente uma deficiência do time nesse início de temporada. O meio de campo com Adriano, bom e rápido marcador mas que tem sérias dificuldades de passe assim como seu parceiro Rodigo Possebom, faz com que a saída de bola do time seja ruim e a equipe sofre com uma marcação no seu próprio campo como a feita pelo São Paulo. Mesmo com times menores o Alvinegro passou aperto em determinados momentos, sendo salvo pela eficiência do veloz ataque. Em vista disso, no clássico, o atleta mais acionado do Santos para levar a bola ao ataque não foi alguém do meio, mas o lateral-esquerdo Léo, que fez talvez a sua melhor partida, taticamente falando, desde que retornou à Vila Belmiro.

Esse problema no meio fez com que a defesa fosse exigida e, ao contrário do que aconteceu contra o São Caetano, a atuação foi exemplar, exceção feita a uma lambança de Durval no primeiro tempo dentro da área. Com a volta de Arouca e a entrada de Charles, o problema pode ser resolvido. Mas como futebol é dinâmico, como diriam os filósofos, ninguém duvide que os laterais que hoje estão na seleção sub-20, Danilo e Alex Sandro, possam eventualmente ocupar uma vaga no meio de campo peixeiro. Com mais opções, Adílson Batista pode ter uma formação que passe menos aperto e deixe o torcedor mais calmo. Tomara.

****

Ah, sim, na preliminar houve futebol feminino, Santos contra Juventus. E Marta fez um gol de placa, que vale ser visto.Sobre o jogo (5 a 1 pro Alvinegro), leiam quem sempre cobre o futebol feminino.

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Lugar de mulher, ao sair do campo de futebol, é a cozinha

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A pérola acima é uma leitura possivel da cobertura da Band do Torneio Internacional Cidade de São Paulo de Futebol Feminino. Ou melhor, do acordo de patrocínio. A melhor em campo leva um Kit de produtos Bombril, a marca da palha de aço com mil e uma utilidades. Quem avisou foi o João Peres.

Na partida contra o Canadá em que houve empate, ninguém menos do que Marta, a melhor jogadora do mundo por três anos consecutivos e favorita para sagrar-se pela quarta vez, ganhou os presentes por ser a Craque da marca. Que prêmio!



A companhia acredita que pode "valorizar a atuação da mulher em diferentes áreas" com a campanha. O problema é que dando um kit de produtos, reforça-se a ideia de que, ao deixar o gramado, espera-se das atletas que cheguem em casa para fazer faxina. Pior do que essa ideia, só a troça de Dudeef, no Twitter, que sugeriu uma vassoura para a pior em campo. Seria bem mais de mau gosto.

Disputado por seleções, com jogos no estádio do Pacaembu e final previsto para este domingo, 19, a competição teve, além dos países citados, Holanda e México.

Falando (mais) sério
Antigamente, quando jogo de futebol era ouvido por aparelhos sonoros movidos a pilha – quiçá transistorizados –, o melhor em campo levava um motorádio pela Rádio Globo. A empresa nem existe mais com esse nome. Já houve ocasião em que jogos de pneus e outros serviços automotivos eram oferecidos. Houve até trena que patrocinava o gol – sem falar em marca de tinta que faz merchã do melhor lance de cada etapa da partida.

Foto: Audiorama/Reprodução
Quem leva o Motorádio?

O foco, obviamente, era menos incentivar o atleta do que divulgar os produtos para os torcedores. No caso do equipamento de som automotivo, poderia até ser, já que era um tempo em que jogador ganhava menos, mas, assim como hoje, queria status. Mas ninguém esperaria que camisa 10 de time nenhum empunhe rolo de lã e brocha para dar uma demão de tinta em sua casa.

A mesma função tem o patrocínio da Bombril, alcançar a audiência mais do que as atletas. O torneio transmitido pela emissora é apenas o primeiro patrocinado pela marca de produtos para o lar. O Torneio Internacional de Clubes também terá o mesmo apoio, o que é uma notícia boa, considerando um esporte como o futebol feminino que necessita de patrocínio para se desenvolver mais no país. Não se sabe o kit permanecerá.

Mas será que a maior parte da audiência é de mulheres? Se for, que bom. Mas era mesmo necessário associá-las à segunda jornada de trabalho, em casa, cuidando do asseio? Assim como a maior parte dos patrocinadores atuais, era só apoiar o esporte e deixar a parte do brinde – e das piadas subsequentes – pra lá.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Exclusivas do Santos e o jogo de ontem

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A apuração jornalística do Futepoca conseguiu duas informações importantes sobre o futuro do Santos. A primeira, e já esperada, é que evoluíram bem as negociações para o retorno de Pelé à Vila Belmiro, com sua imagem utilizada principalmente para a promoção de ações de marketing. O Rei estava afastado do clube que o revelou por conta das estremecidas relações com a gestão anterior. A volta, no entanto, será pautada pelo profissionalismo. Pelé não vai ser um mero patrono e a negociação também pode envolver uma parceria com o Litoral F.C. nas categorias de base.

A outra informação diz respeito ao futebol feminino. A diretoria santista conversa com dois grandes patrocinadores que podem viabilizar uma ação espetacular: a participação do Santos no mais importante campeonato profissional do planeta, a Liga dos EUA. A partir de 2011, o clube contaria com Marta e Cristiane, concretizando o projeto Santos Mermaids (sereias, em inglês) e passaria a jogar na meca do futebol feminino. 

Sobre o jogo 


 

Se a goleada do Santos, mesmo com seus contornos simbólicos, não era para fazer com que o santista acreditasse que o time já estava formado e engrenado, o empate com a Ponte na Vila também não é nenhum sinal para se desesperar. Se o torcedor não tiver em mente que esse é um time em formação (com alguns jogadores também em formação), corre o risco de cobrar em excesso os atletas e queimar jovens promissores, como já aconteceu em épocas recentes.

Analisando o contexto do resultado, o time conseguiu fazer uma movimentação ofensiva semelhante à da partida de domingo. A diferença é que a Ponte fechou a entrada da área e dificultou as finalizações peixeiras. Ainda que tenha tido mais volume de jogo, com mais oportunidades de gol, a equipe foi castigada também por não ter achado o ritmo certo no decorrer da partida. Os garotos ainda não sabem a hora certa de cadenciar ou acelerar o jogo e isso pode ser crucial em algumas ocasiões, como foi ontem.

Outra característica da falta de entrosamento foi o incrível “gol de costas” tomado pelo time. A falha de comunicação entre o goleiro Felipe e a zaga evidencia a necessidade de se treinar mais as jogadas de bola parada, lembrando que essa é somente a segunda partida em que essa defesa joga junto. Aliás, não apenas defensivamente o Santos precisa treinar o posicionamento em faltas e escanteios. Como o ataque santista se movimenta com muita velocidade e troca de posições, as faltas próximas à área foram uma constante ontem e também contra o Rio Branco e as oportunidades acabaram desperdiçadas. Nada que não se corrija com treinamento, mas erros assim ainda podem acontecer nas próximas rodadas. Paciência, torcedor, paciência...

quarta-feira, janeiro 14, 2009

"Você é mulher, Marta!", biografia da melhor jogadora do mundo

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Pelo terceiro ano consecutivo, a brasileira Marta foi escolhida como a melhor do mundo pela Fifa. Apesar da medalha de prata em Pequim e das críticas, a alagoana mandou avisar que continua a ser a melhor. A ex-jogadora do sueco Djurgården/Älvsjö, a caminho do Los Angeles Sol igualou o feito da alemã Birgit Prinz, a segunda melhor do mundo em 2008.

Essa foi a oportunidade para publicar a resenha do livro Você é mulher, Marta! (All Print Editora) do jornalista argentino radicado no Brasil Diego Graciano. Ele foi a Dois Riachos, a 189 quilômetros de Maceió, onde nasceu a atleta, para conhecer a família e os conhecidos da cidade. Incluiu ainda colegas de seleção brasileira e do Vasco.

Ele conta como a moça sofria para poder jogar entre os homens, o que significava correr para não apanhar do irmão mais velho. A filha de uma empregada doméstica com um barbeiro. Dona Tereza, a mãe, é quem dá o nome do livro. "Um dia, [Marta] me pediu um real pra comprar uma bola. Eu disse: 'você é mulher, Marta!'" A menina tinha cinco anos. Aos sete, ia ao campinho.

Na educação física da escola, jogava como goleira. Mas isso era no handebol, porque quando o professor Tota liberava dez minutos finais para o futebol, tudo mudava e a perna esquerda de Marta fazia o resto.

Apesar de ter histórias valiosas, a obra peca na edição, intercalando trechos de depoimentos brutos sem amarração. Enfraquece também ao não conseguir fazer a questão feminina voltar com força em outras partes do livro. Mesmo ao mostrá-la como uma pessoa solitária nas concentrações da seleção ou na Suécia.

Ainda assim, é possível conhecer alguns detalhes sobre a realidade do futebol na Suécia, onde algumas jogadoras do time de Marta não eram profissionais até 2006. E alguns personagens que permitiram que a menina de Dois Riachos fosse por três vezes eleita melhor do mundo. Aos 22 anos.

segunda-feira, novembro 24, 2008

O lateral com malabarismo

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A seleção brasileira feminina de futebol sub-20 (sim, isso existe) está no Chile disputando o Mundial da categoria. Ao fim da segunda rodada, o Brasil já está classificado para as quartas-de-final, depois de ter vencido a Coréia do Norte, atuais campeãs, e o México.

O que já chama a atenção nesse time são os laterais de ataque cobrados no lado esquerdo do campo. A lateral Leah (uma brasileira que viveu dos 2 anos de idade até esse ano nos EUA e ainda está aprendendo a falar português) inventou uma maneira de jogar a bola dentro da área com força, coisa que, se já é difícil para homens, imagina para mulheres.



Ela simplesmente faz uma acrobacia (que na ginástica se chama - ou se chamava na minha época - reversão) apoiando a bola no chão para pegar impulso e jogar a bola com força. Muito criativo. A moça diz que o pai a ajudou a treinar a tática, aproveitando seu treinos de ginástica olímpica da infância.

E a jogada não começou a ser usada agora, no Sulamericano ela já fazia a mesma jogada. E, o que é mais incrível, ela cria mesmo uma chance de gol com isso. Adorei.

sexta-feira, outubro 24, 2008

Banida, Rebeca Gusmão troca natação por futebol

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É incrível, mas é verdade. Ainda esperançosa em reverter a punição imposta pela Federação Internacional de Natação, que a baniu da modalidade, a ex-medalhista Rebeca Gusmão vai agora tentar a sorte no futebol feminino. Ela já vem treinando entre universitárias e vai disputar a Liga Nacional pelo time brasiliense Ascoop.
Rebeca GusmãoA moça cursa Educação Física na Uniceub, onde defende o time de futsal. Mesmo sem ter estreado profissionalmente, ela já apresenta uma contusão de boleiro: uma fratura na tíbia por estresse a impediu de iniciar os treinos no seu novo clube, que só devem iniciar na semana que vem.
Rebeca não receberá remuneração no período em que atuar e o presidente do clube já definiu seu estilo: centroavante trombador. "A Rebeca é muito forte, é atacante, e vamos trabalhar muito para transformá-la em um Adriano, para que ela use a força e o talento na hora de fazer os gols", declarou Arnaldo Freire ao Uol . Então tá.

Mesmo integrada ao ludopédio, ela ainda espera reverter o banimento na Corte Arbitral do Esporte, em julgamento que deve ocorrer até o final do ano. Para quem não lembra, Rebeca foi flagrada duas vezes em exames antidoping que acusaram o uso de testosterona. Uma vez no Troféu Brasil de Natação, em 2006, e depois nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007.

segunda-feira, setembro 01, 2008

EXCLUSIVO: "Carrasca" da seleção feminina de futebol em Pequim, Carli Lloyd fala ao Futepoca

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Aos seis minutos da prorrogação, ela adiou novamente o sonho brasileiro de conquistar o ouro no futebol feminino. Uma finalização inapelável, que ainda chegou a tocar o gramado antes de entrar no gol de Bárbara. Carli Lloyd, 26 anos, a autora da façanha, conta que a derrota para o Brasil no Mundial foi um fator a mais de motivação para a equipe que superou o time de Marta, Cristiane e companhia.

A entrevista a seguir, concedida por e-mail, ao que parece é a única até agora na mídia internética de cá. Nela, Lloyd desconversa a respeito do suposto episódio em que jogadoras do Brasil teriam filmado as atletas estadunidenses chorando por causa da derrota no Mundial, no saguão do hotel em que ambas as equipes estavam hospedadas. Mas, de forma indireta, não deixa de cutucar a seleção brasileira, com jogadoras badaladas como Marta e Cristiane. “Essa vitória nos Jogos Olímpicos de 2008 vai ficar na História e mostrará ao mundo que não é preciso ter estrelas para se vencer eventos mundiais. Você precisa somente de um time, um time que trabalha duro e onde uma acredita na outra.” Por aqui, parece que muita gente ainda não entendeu essa receita básica. Abaixo, as respostas (sintéticas) da “carrasca” da seleção em Pequim.

Futepoca - Que impacto a conquista da medalha de ouro da seleção feminina teve em seu país?
Carli Lloyd - Sempre que alguém ganha uma medalha de ouro, isso é um grande acontecimento para o nosso país. Foi um sentimento inacreditável.

Futepoca - Você lembra de detalhes do seu gol contra o Brasil?
Lloyd - O gol aconteceu tão rapidamente que eu só lembro de receber a bola e passar por trás da minha perna pra nossa atacante. Ela tocou de volta para mim, ajeitei com o pé direito e chutei com o esquerdo. Revi meu gol e observei que o meu pé de apoio estava muito bem colocado perto da bola e isso garantiu uma boa finalização, que, ainda bem, entrou no gol.

Futepoca - Qual a orientação da treinadora da seleção [Pia Sundhage, no cargo desde novembro de 2007] antes da partida final em Pequim?
Lloyd - Pia é maravilhosa. Não se estressa e sempre diz para acreditarmos em nós mesmas. Ela agiu da mesma forma que age antes de qualquer jogo. Não foi diferente antes da partida contra o Brasil.

Futepoca - Havia um clima de revanche contra o Brasil? A imprensa daqui disse que a seleção brasileira havia desrespeitado jogadoras do seu time após a partida no Mundial. Isso é verdade?
Lloyd - Toda vez que você perde para um time você quer vencê-lo da próxima vez. O Brasil é uma grande equipe, nos bateu de uma forma terrível na Copa do Mundo e nós respondemos com uma vitória nas Olimpíadas. Essas coisas acontecem no esporte.


Futepoca - Quando você começou a jogar futebol? Como conheceu o esporte?
Lloyd - Comecei a jogar futebol aos cinco anos. Meus pais me iniciaram e me ensinaram quando eu era mais nova.

Futepoca - Você acredita que a medalha de ouro pode ajudar o futebol a se tornar mais popular nos EUA?
Lloyd - Sim, acredito que essa vitória nos Jogos Olímpicos de 2008 vai ficar na História e mostrará ao mundo que não é preciso ter estrelas para vencer eventos mundiais. Você precisa somente de um time, um time que trabalha duro, onde uma acredita na outra. Nós tivemos sete jogadoras diferentes marcando gols nessas Olimpíadas. Foi um grande avanço para o futebol nos Estados Unidos.

Futepoca - Aqui, a estrutura do futebol masculino é muito melhor do que a do feminino. Isso acontece nos EUA?
Lloyd - Sim, é claro que o futebol masculino é mais popular que o feminino e acredito que a razão para isso é que há mais homens dominando todas as modalidades nos Estados Unidos. Mas acho e espero que, com a volta da nossa Liga profissional, isso vai mudar e vai aumentar a popularidade do futebol feminino.

PS: A última resposta enseja uma observação de quem diz que nos EUA o futebol feminino tem estrutura e aqui não. Houve uma liga profissional da modalidade (WUSA) entre 2001e 2003, que resultou em um estrondoso prejuízo, o que causou sua extinção. Desde então, não existe futebol feminino profissional no país, ou seja, a modalidade é disputada apenas em escolas e universidades e a seleção de futebol é permanente. Em 2009,o campeonato renascerá no mês de abril, como Women's Professional Soccer (WPS).

sexta-feira, agosto 29, 2008

Semana agitada no Corinthians

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Essa está sendo uma semana agitada para o Corinthians. Contratações, goleada e novo fim do projeto de construção de um estádio próprio marcaram o noticiário. Vão notinhas com palpites:

Corinthians 5 x 0 Gama
O Timão não tomou conhecimento do time do Distrito Federal e sapecou uma sonora goleada. Poderia ter sido mais, levando em conta as chances perdidas. Morais entrou jogando e deu passe para o gol de Herrera. O experiente novato Bebeto, centroavante de 30 anos que jogou com Mano no glorioso XV de Novembro de Campo Bom, entrou durante a partida e fez o seu, em bela cabeçada. A saber o que vai dar. Alberto Helena Jr. chamou a atenção para a linha de meio-campo que parece estar se formando no Timão: Fabinho, Elias, Douglas e Morais. Se for por aí, o time se força a jogar mais a frente, adiantando a marcação e pressionando. Eu gosto.

Contratações
Além de Morais e Bebeto, chegou o volante Almeida, de 24 anos, para período de testes durante a Série B. O atleta veio do glorioso Iraty, que tantas alegrias deu ao Santos, durante o reinado de Wanderley Luxemburgo na Vila Belmiro (MT foi elevado a imperador nesse período). Almeida afirmou que não é só o penteado afro que o assemelha aos selecionáveis brasileiros Anderson e Zé Roberto, mas também o estilo de jogo. Reservo minha desconfiança para o rapaz.

Fetiche?
A contratação de Almeida demonstra uma predileção de Mano Menezes por volantes. O rapaz é o oitavo jogador do elenco para a posição, segundo a divisão do site oficial do clube, que coloca Eduardo Ramos e Elias entre os meias. Ou seja, na prática, são dez opções diferentes de volantes.

Olímpica
Mas a grande contratação do Timão foi para a equipe feminina: a atacante Cristiane, craque da Seleção Brasileira. O reforço chega para a disputa do Campeonato Paulista, no qual o Timão está em segundo lugar do Grupo 2, com 35 pontos, atrás do Santos, que tem 38. Quatro equipes classificam-se para a segunda fase, que é quando Cristiane deverá estrear. Um dado é que o Corinthians já conta com a artilheira do campeonato até agora, Nilda, que tem 20 gols, seis a frente das segundas colocadas. Segundo o site da FPF, alguns jogos têm transmissão pela Rede Vida, como é o caso da próxima partida do Timão, contra o São José, no dia 30, às 10h30. O jogo será no CT de Itaquera.

Estádio...
Por fim, e como meus pessimistas botões já imaginavam, mais um projeto de construção do estádio próprio corintiano fez água nessa semana. Andrés Sanches cancelou o contrato com o consórcio Egesa/Seebla, que havia feito proposta para a obra (veja nota oficial do clube). O estádio deveria ter capacidade para 52 mil torcedores e 200 camarotes, no bairro da Vila Maria, na marginal Tietê, a 2 km do Parque São Jorge. Enquanto isso, Walter Feldman, secretário de Esportes da prefeitura de São Paulo, afirmou a intenção do governo em “vender” o Pacaembu para o Corinthians. A idéia é fazer uma concessão onerosa, com o Timão assumindo o compromisso de reformar o estádio. O custo da operação ficaria em R$ 200 milhões. Enfim, nada de novo.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Que prata mais sem graça

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Seleção dos EUA no Mundial: a vingança veio a cavalo

Lembra daquele cara da sua rua que jogava bola mais do que os outros? Quando caía em um time e queria resolver tudo sozinho, às vezes funcionava, mas quando não resolvia... Os companheiros viravam a cara e você mesmo não tocava a bola pra ele. Via o cidadão parado no meio de três, quatro adversários e sorria quando ele perdia o lance. Pensava ou falava: “resolve aí. Você não é o bom?”.

Vendo a partida da seleção brasileira hoje lembrei desses momentos de infante boleiro. Marta e Cristiane às vezes ficavam sem ninguém próximo entre diversas norte-americanas. Às vezes passavam, em outras, ficavam no meio do caminho. O fato é que, quando alguém tenta fazer um gol olímpico no segundo tempo de uma prorrogação, ou não confia nas companheiras de equipe ou então se acha mesmo o último copo de cachaça do bar.

Abusando do individualismo das duas galáticas, o Brasil sucumbiu diante de uma seleção norte-americana que era tecnicamente inferior, mas que jogava coletivamente, compactada. Mesmo dominada quase o tempo todo (o tal “domínio estéril”, já que as brasileiras pouco ameaçaram), as estadunidenses mantiveram a calma e o esquema de jogo. Na prática, esperando o adversário errar. E o Brasil errou.

No fim das contas, a seleção jogou uma partida bem, contra a Alemanha, que foi uma vitória épica. Antes, não empolgou; depois, decepcionou. Com um retrospecto de três vices seguidos (Atenas -04, Mundial e agora), não dá pra dizer que ficamos felizes com a prata. Evoluímos, somos melhores, e não ganhamos.

Acho que o caso não é de complexo de vira-latas, mas sim de rotweiller...

Brasil 0 x 0 EUA

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Comentário rápido sobre o segundo tempo da final olímpica do futebol feminino (não vi o primeiro): como joga essa Formiga, rapaz. A mulher desarma, toca bem a bola, inicia as jogadas, se apresenta na frente. É o estilo de volante de que o time masculino precisa desesperadamente.
Sobre o jogo, faltou calma para furar a retranca estadunidense, que abdicou (quase) completamente de atacar. E sobraram erros de passe no ataque. Mais tarde alguém que viu o jogo todo comenta melhor do que eu.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Olé, Brasil. Auf wiedersehen, Alemanha

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O Brasil nunca havia ganhado da Alemanha no futebol feminino. Fez mais que isso, desclassificou o time teutônico da final olímpica com uma sonora goleada por 4 a 1.

O colega Glauco resumiu bem o que foi o jogo quando, ao falar do quarto gol, disse que estava xingando a Cristiane por não tocar a bola quando ela passou por quatro alemãs e tocou com classe, no cantinho, tirando da goleira.

Coisa de gênio, que a gente não está mais acostumado no medíocre futebol jogado hoje no Brasil. A gente sempre espera que um de nossos pernas de pau perca a bola ou toque para alguém do lado fazer um chuveirinho inútil na área.

E o gol de Cristiane não foi só o mais bonito da Olimpíada até agora. Para mim, ganha o prêmio de Gol do Ano, incluídos aí os feitos pelos marmanjos que ganham milhões de dólares na europa.

Mas o que chama a atenção nesse time, além das jogadas quase impossíveis de puro talento feitas principalmente por Marta e Cristiane, é que sabem tocar a bola, defendem-se bem, têm um time entrosado. Bem diferente do que acontece na seleção masculina, por exemplo.

Mesmo que percam a medalha de ouro na final, já valeu. Mas acho que esse time está com cara de ouro.

Como há muito tempo é difícil escrever, olé Brasil. Para a Alemanha, por falta de tchau, vai um auf wiedersehen. Agora, que venham as estadunidenses....

quarta-feira, agosto 06, 2008

Estréia mezzo a mezzo

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Começou há pouco o torneio olímpico de futebol feminino. E logo no primeiro jogo da Seleção Brasileira, uma pedreira: o adversário foi a Alemanha. Esse mesmo confronto decidiu no ano passado o Mundial, com vitória para as alemãs por 2 a 0, apesar do domínio brasileiro na maior parte do jogo.

Desta vez, a partida,que terminou empatada sem gols, foi um pouco diferente. O primeiro tempo do Brasil, com exceção de um cruzamento perfeito de Marta para a cabeçada desajeitada e para fora de Cristiane, foi para se esquecer. O time só conseguia sair de trás com ligação direta, chutão até não poder mais. E, até onde posso me lembrar, nenhum desses lançamentos foi dominado na frente. Mas até aí, a Alemanha também não conseguia se impor. Foram apenas duas chances claras de gol: um cabeceio de Smisek no travessão e um chute cruzado de Printz que passou muito perto.

Na volta para o segundo tempo, a seleção parecia mais confiante. A Alemanha ainda começou melhor, mas a partir dos 20 minutos o Brasil passou a dominar e criou ótimas chances de gol. As melhores foram com Renata Costa, em um cabeceio no travessão, e com Marta, em um contra-ataque sensacional, que terminou com uma finalização ruim.

No fim, foi uma boa estréia. O importante é que o Brasil teve muito cuidado na defesa, se expondo o mínimo possível ao seu principal adversário. Sem bobeadas na defesa, o time ganha confiança para chegar longe no torneio.

Os próximos adversários do time são Coréia do Norte (sábado às 8h45) e Nigéria (terça-feira, 6h).

Outros resultados:
China 2 x 1 Suécia
Argentina 1 x 2 Canadá
Nigéria 0 x 1 Coréia do Norte
Noruega 2 x 0 EUA
Japão 2 x 2 Nova Zelândia

sexta-feira, junho 27, 2008

Ana Paula aprovada: "não terei mais problemas com testes físicos"

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Reprodução TV Globo
Mais em forma do que quando posou nua para a revista masculina Playboy, a assistente de arbitragem Ana Paula Oliveira foi aprovada no teste físico da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Desde sua volta aos gramados, em fevereiro, a bela estava relegada às divisões inferiores do campeonato paulista.

Ela garante que nunca mais perderá a forma. "Questionaram muito minha condição física. Achei que foi injusto, porque estava apta até sofrer a lesão na perna", protesta em seu site. "Por esse motivo não consegui fazer aquelas provas. Agora, Enquanto vocês ouvirem falar sobre Ana Paula no futebol, não terei mais problemas com testes físicos."

No Estádio Célio de Barros, no Rio de Janeiro, palco do teste, ela revelou à imprensa que ainda não se considera no melhor de sua condição física, mas conseguiu realizar a série de exercícios exigida, seis tiros de 20 metros em menos de 6,4 segundos, seguidos de 20 corridas de 150 metros em até 35 segundos cada (foto). Cumprida a tarefa de tirar o fôlego, a bela caiu no choro, emocionada.

O resultado é o mínimo para ela poder bandeirar jogos na primeira divisão do campeonato nacional feminino. Para retornar aos gramados frequentados por marmanjos, ela precisa cumprir as exigências de um teste mais intenso.

A última partida importante foi a polêmica disputa entre Botafogo e Figueirense, em 2007, pela Copa do Brasil. Na geladeira, ela posou para a edição de julho da citada revista e desfilou nas passarelas de um evento de moda.

Ela não revelou se mantém ou não os planos de se candidatar a vereadora em São Paulo. Apesar disso, ela promove uma enquete, em sua página, perguntando duplamente aos internautas paulistanos, se a moça "deveria ser candidata a vereadora? E terá chance?" Os fiéis seguidores das curvas e idéias da aspirante a política não decepcionam: 67,5% acreditam que sim.