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terça-feira, setembro 09, 2014

'Mercado de notícias': ao colaborar com massacre midiático de Collor, PT fortaleceu golpismo da imprensa

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Fui ver "Mercado de notícias", documentário de Jorge Furtado que debate política e jornalismo. A costura de depoimentos de vários profissionais da comunicação sobre o comportamento e interesses da mídia, tendo como pano de fundo uma peça de teatro inglesa do século 17 (que dá nome ao filme), dá margem a vários tipos de crítica, comentários, interpretações e conclusões. De minha parte, saí do cinema com duas impressões: 1) de que, por ser jornalista com duas décadas de profissão em redações e assessorias de imprensa, não ouvi nenhuma novidade; 2) e de que, por outro lado, para uma pessoa leiga (e consumidora desavisada do noticiário midiático), o documentário é didático e revelador - para que ela passe a questionar notícia como "verdade".

Alguns dos jornalistas/ repórteres/ blogueiros/ donos de veículos de imprensa entrevistados até ensaiam uma defesa daquilo que se convenciona chamar de "jornalismo", da "verdade factual" e de outras funções aparentemente "imprescindíveis" dos profissionais de comunicação para a sociedade. Porém, no final das contas, creio que o documentário cumpre a função (louvável e necessária, em minha opinião) de levar a maioria dos espectadores a concluir que o noticiário divulga apenas versões, em vez de fatos - e versões que favorecem prioritariamente os interesses econômicos/ políticos das empresas de mídia. Como observei, penso que, para nós, jornalistas (veteranos e calejados), isso costuma estar mais do que claro. Mas, para quem não é jornalista, não está, não.

Entre outras coisas, os profissionais que aparecem no documentário dizem que: não existe imparcialidade no jornalismo; que os jornais são partidos políticos; que, por isso mesmo, críticas e denúncias (mesmo que infundadas ou irrelevantes) são sistemáticas e catastróficas contra determinadas pessoas e/ou grupos, ao mesmo tempo que quase inexistem ou são feitas de forma benevolente quando referem-se a outros grupos e/ou pessoas; que as redações desenvolvem "teses" (mesmo que irreais e/ou mentirosas) e depois mandam os repórteres colher informações e declarações que as justifiquem; que a maior parte das notícias é produzida sem que se faça a necessária e profunda apuração e checagem dos fatos; e que, por fim, tudo é um grande "balcão de negócios".

De certa forma, eles estão verbalizando, para plateias de milhares de espectadores, muitas das coisas que afirmei, há três anos, para um blog da minha terra natal, Taquaritinga (SP), que, óbvio, tem um alcance quase nulo. "A imparcialidade é um mito, não existe", cravei, naquela entrevista (leia a íntegra clicando aqui). "Dono de jornal não é jornalista, é empresário, que defende seus interesses, econômicos e políticos", prossegui. "A censura, hoje, não é política nem imposta pelo governo. A censura é econômica. Só consegue dizer o que quer quem tem dinheiro para ter um meio de comunicação", acrescentei. Pois exatamente tudo isso, de maneira menos simplória que minha abordagem, lógico, é dito, com outras palavras, no documentário "Mercado de notícias".

Outros "ecos" que ouvi se referem à necessidade de pulverizar a verba estatal para os meios de comunicação (no filme, há quem concorde e quem discorde) e, mais impressionante, o papel protagonista do Partido dos Trabalhadores na configuração do tabuleiro de interesses midiáticos. Na última década, gastei muita saliva - e a paciência da companheirada - nas mesas de bar e afins sustentando que, a partir de 2003, o governo Lula deixou a imprensa "nua", no sentido de que não consegue mais disfarçar seus reais interesses. No documentário, Janio de Freitas diz que, até 1964, cada jornal defendia um partido político; que na época do golpe militar todos se uniram para apoiá-lo; e que, depois da vitória de Lula, todos se unem novamente, só que no anti-petismo (bingo!).

Outra teoria que já despejei na orelha dos camaradas foi de que, no episódio "mensalão", o PT passou a pagar o preço por ter colaborado com o movimento golpista contra o presidente Fernando Collor de Mello. Pois, no documentário, Luis Nassif afirma com todas as letras que o "jornalismo" praticado (e louvado) hoje no Brasil, baseado em uma cascata de denúncias escandalosas que via de regra não possuem provas nem sustentação lógica, virou "padrão" ou "modelo" justamente na cobertura midiática que "enlameou" a carreira política e a vida de Collor, e que precipitou sua renúncia. Renata Lo Prete acrescenta, no filme, que muitos dos que hoje reclamam da postura da imprensa eram os que antes, quando estavam na oposição, forneciam informações e materiais para alimentar escândalos.

Por essas e por outras, recomendo o documentário "Mercado de notícias". Rende muito "pano pra manga" sobre um assunto que considero de fundamental importância no mercado jornalístico: o esclarecimento do receptor (leitor, ouvinte, espectador, internauta) sobre os métodos, artimanhas e interesses do emissor (as empresas que comercializam notícias). E, como sonhar não custa nada, ainda espero que, um dia, essa necessária "educação" sobre o consumo de mídia venha a fazer parte do ensino formal na escolas. Ou então nós mesmos, jornalistas, teremos que, voluntariamente, deixar o jornalismo "nu" para a população.

segunda-feira, setembro 30, 2013

Vamos conversar? 'Ginástica' da mídia para urubuzar economia

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Na sexta-feira, 27 de setembro, a principal notícia foi a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012, que apontou, principalmente, que a taxa de desemprego atingiu o menor patamar da história, 6,1% (enquanto o resto do mundo ainda registra índices alarmantes); que houve avanço de 5,8% no rendimento médio dos trabalhadores; e que houve também uma nova queda no índice que mede a desigualdade entre os brasileiros, desta vez para abaixo de 0,5 (clique aqui para ler a notícia da Rede Brasil Atual). Mas, pra NÃO variar, os portais da chamada "grande" imprensa fizeram as mais variadas formas de ginástica para esconder as boas novas e dizer que tudo vai mal na economia brasileira. Abaixo, reprodução da "urubologia" apocalíptica nas páginas principais dos sites do Estadão, Folha, Globo e IG na tarde do mesmo dia 27:

Jornal dos Mesquita destaca 'bife pelo boi': o recorte que 'interessa'

Jornal dos Frias faz o mesmo e bate no 'fim' da desigualdade e aumento na renda dos mais ricos

Família Marinho nem deu manchete e insistiu que os ricos é que são os mais beneficiados

Portal IG também não deu manchete e preferiu destacar o 'aumento' do analfabetismo
Pois é, tá mais do que na cara. Mas, como diria Rita Lee: "Quando a gente fala mal/ A turma toda cai de pau/ Dizendo que esse papo é besteira..."

domingo, abril 11, 2010

Para jornalista, encontro do PSDB tem massa cheirosa

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Quando vi o vídeo da jornalista Eliane Cantanhêde, falando sobre o encontro do PSDB, que oficializou a candidatura do ex-governador de São Paulo, José Serra ao Planalto, desacreditei. Fui até o portal da “empresa jornalistica” para checar se era ou não uma montagem. E para surpresa, não era...

Cantanhêde, toda eufórica e serelepe, realmente anunciava que o Congresso do PSDB estava “diferente”, com muita “gente", "muita bagunça", "muita confusão" e, citando um off qualquer, disse que até parecia que o PSDB "estava virando um partido popular, de massa". Só que com aquela diferença... “Partido de massa, mas uma massa cheirosa".
Taí, depois o pessoal reclama que a “patrulha da lama” tá perseguindo...

Vale a pena assistir!

domingo, fevereiro 07, 2010

Fantástico culpa o lixo pelas enchentes e sobra até para catador

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Como era de se esperar, o Fantástico saiu em defesa do Zé Alagão, quer dizer, do governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

São 72 mortes devido as chuvas em SP, em 43 dias, e nenhuma delas é citada na matéria deste domingo. Aliás, nenhuma responsabilização governamental, nenhuma menção aos nomes de Serra e do prefeito Kassab (DEM), ao relatório do Inpe, alertado sobre o alto nível das represas de São Paulo. Enfim nada que seja realmente plausível.

Então a culpa é de quem? Como já sabemos, para o Serra é da natureza; já para o Fantástico, é do lixo que as pessoas jogam nas ruas. São cinco minutos e 12 segundos de cenas dos amontoados de lixos, flagrados pelas lentes globais, assim como também aparecem os verdadeiros "culpados pelas enchentes": os trabalhadores, como a vendedora Maria de Fátima Moura, filmada ao colocar o lixo fora da loja em horário inapropriado. Ou o catador de material reciclável que surge nas telas remexendo no lixo enquanto a equipe de jornalismo da Globo informa:“olha a sujeira que este catador de lixo faz”. E sobrou até para os garis, que também foram “flagrados”, recolhendo o lixo, mas colocando de volta nas ruas, dentro do saco plástico, à espera do caminhão.

De fato, "isso é fantastico".

quarta-feira, abril 08, 2009

Prova de que o PIG vem caindo

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Para quem duvida da queda do PIG, segue uma prova cabal, tirada do excelente blog Cloaca News. Sem comentários.


sexta-feira, abril 18, 2008

Paulo Henrique Amorim e a "conciliação nacional"

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Embora suspeito pra falar, vale a pena dar uma lida na entrevista que o jornalista Paulo Henrique Amorim concedeu à revista Fórum de abril. Sem muitos dedos, ele falou das relações de Daniel Dantas com o meio político também da fusão da Brasil Telecom com a Oi. Para ele, a negociação será a “grande conciliação nacional” envolvendo PT e PSDB. Alguns trechos abaixo:

A BrOI
Temo que a operação de criação da BrOi seja a consubstanciação, aquele quadro do Napoleão sendo coroado, que está na igreja de Notre Dame. O quadro começa a ser pintado a partir do momento em que o Luciano Coutinho, presidente do BNDES, assina o empréstimo para o Carlos Jereissati e o Sérgio Andrade comprarem a Brasil Telecom, sem botar um tostão. Nesse momento, será feita a grande conciliação nacional, os fundos e o Citibank renunciam a toda ação que moveram na Justiça contra o Daniel Dantas. O governo Lula põe para dentro a corrupção do Dantas e do governo FHC, limpa a pedra e resolve esse problema botando o dinheiro do BNDES nas mãos desses dois subempresários, já que eles compraram a Telemar sem gastar também.

Sou repórter

Não estou mais interessado em discutir política, economia, essas coisas mais sensíveis na televisão. A televisão brasileira não é o espaço mais apropriado para isso e quando se faz, se faz mal feito. É a Miriam Leitão, William Waack, Arnaldo Jabor, Alexandre Garcia, esses “grandes” jornalistas que fazem a televisão brasileira. Então, não quero mais tratar disso na televisão. Ali, faço parte do Domingo Espetacular e sou repórter, como fui no Fantástico por seis anos em Nova Iorque, de onde fazia matérias que não tinham nada a ver com política. Cobria incêndio, crime, enchente, guerra civil... Sou repórter, porque esse pessoal que está aí, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, que acham que são jornalistas, não sabem cobrir uma batida de trânsito na esquina. Se mandar cobrir, chegam na redação com informações inverídicas e incompletas. Por isso não trato com esses camaradas, eles não são da minha profissão. Eles vendem a opinião deles. E não troco minha opinião por nada

Privatização

A privatização é o que define o processo da Nova República no regime pós-militar, é a metástase da corrupção no Brasil. O Daniel Dantas é o maior símbolo, herói e beneficiário desse processo que corrompeu o PSDB, o PFL e o PT. Ele corrompeu o PSDB, financiou a filha do Serra e ele é a grana que está no duto do Valerioduto. Que o procurador-geral da República não procurou e que o ministro Joaquim Barbosa não achou. A grana do Valerioduto veio de onde? Dá em árvore ou o Valério era maluco e colocava dinheiro dele no esquema? Ele era um lavador de dinheiro e ninguém quer dizer isso.

Daniel Dantas

Tenho uma luta com Dantas há muito tempo, há muito tempo eu percebo que ele é especial. Mas um dia a gente vai se encontrar no despenhadeiro. Ele grampeou a mim, a minha mulher e a minha filha. Soube disso pela Polícia Federal. Essa conta ele vai acertar comigo. Ele vai acertar comigo. Nós vamos ter um encontro no despenhadeiro e vamos acertar essa conta. No plano privado.

Veja também: Daniel Dantas na cadeia.

terça-feira, março 18, 2008

Paulo H Amorim demitido: vitória do PIG?

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Como só o blog do Azenha está publicando, repasso aqui no Futepoca as informações sobre a demissão do Paulo Henrique Amorim do IG, feita nesta terça-feira, por volta das 17h, e sem nenhuma justificativa.

Seguem as informações do Azenha:

O jornalista Paulo Henrique Amorim confirmou por telefone, há alguns minutos, que foi demitido pelo portal IG por fax. De acordo com o jornalista, ele foi informado há uma hora (por volta das 17 horas), de que o portal não mais hospedaria o "Conversa Afiada" imediatamente sumiu do ar.

O jornalista disse que não poderia gravar entrevista por não ter consultado seu advogado.

O jornalista disse que não foi informado do motivo que levou à decisão do IG. Paulo Henrique Amorim, que também é repórter da TV Record, é crítico tanto de José Serra quanto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Paulo Henrique Amorim lidera a votação do prêmio Ibest, promovido pelo próprio IG, na categoria Cidadania, sites de política:


Algumas considerações minhas

À primeira vista, a demissão de PHA parece uma vitória do PIG (Partido da Imprensa Golpista), da qual o diretor do IG Caio Túlio Costa fez parte por muito tempo, na Folha de S.Paulo. E de seus protegidos, José Serra e FHC.

O fato de Reinaldo Azevedo e o pessoal da Veja ter a informação e publicar rapidamente contribui para essa versão.

Mas a questão pode ser mais simples. O IG pertence à Brasil Telecom, cuja proposta de incorporação/fusão com a Telemar vem sendo criticada por PHA. Não seria nada estranho se alguém da diretoria da empresa pediu sua cabeça e Caio Túlio entregou.

Caio Túlio e os controladores das empresas precisam esclarecer esse ponto...