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sábado, dezembro 14, 2013

Como Fernando Haddad enxerga a comunicação

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Abaixo, trechos da entrevista concedida pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a Cristiane Agostine, do jornal Valor Econômico, publicada no dia 12:

Para Haddad, comunicação e publicidade são iguais (Foto Henrique Boney)
Valor: O senhor enfrenta dificuldades para melhorar a aprovação da gestão até mesmo entre os mais carentes, que devem ser beneficiados com o Bilhete Único Mensal e as faixa de ônibus. A que atribui isso?

Fernando Haddad: Jornalista se preocupa muito com pesquisa. Governante tem um outro tempo. O meu tempo é de quadrianual. Peço menos ansiedade.

Valor: Mas as pesquisas mostram que suas ações não têm se refletido em apoio, nem entre os que estão sendo beneficiados...

Haddad: E as campanhas de desinformação que foram feitas? Tem gente em Guaianases [zona leste] achando que o IPTU vai aumentar 200%. É muita desinformação, sobretudo sobre temas polêmicos como o IPTU. Vi programas de rádio dizendo que o IPTU ia aumentar 200%, sendo que na periferia vai cair.

Valor: O senhor vai mudar a comunicação da prefeitura?

Haddad: Sou contra gastar rios de dinheiro com publicidade
[Grifo nosso]

Na pergunta direita feita a respeito da comunicação da prefeitura de São Paulo, a sucinta resposta do prefeito equipara comunicação à publicidade. Se Haddad realmente tem essa visão, explica-se em parte o porquê de sua popularidade estar no nível que está.

Seria bom se ele lesse a entrevista do coordenador de seu programa de governo, Aldo Fornazieri, à Rede Brasil Atual. Aqui. Talvez mude um pouco o seu ponto de vista.

terça-feira, dezembro 10, 2013

Não é pelos 20 centavos. Não mesmo!

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Num outro post aqui do Futepoca, em abril, já tínhamos comentado sobre o público-alvo a quem a revista Veja se dirige: a classe média/alta conservadora, tacanha e egoísta. Principalmente a partir do início do governo Lula, em 2003, ficou explícito, de forma gritante, o direcionamento do discurso pretensamente "jornalístico". Não só na publicação da família Civita; quase todos fazem isso. Na imagem acima, com edições regionais direcionadas ao público paulistano de duas revistas - Veja SP (de novembro de 2010) e Época SP (de dezembro de 2013) -, vemos mais um exemplo didático da priorização do interesse dos ricos frente ao dos pobres. Três anos atrás, a Veja SP celebrava o sucesso de um empresário que vendia "um carro a cada três minutos", sem se importar se isso ia entupir as vias urbanas e inviabilizar o trânsito. Já na edição atual da Época SP, o prefeito Fernando Haddad (não por acaso, do PT) é achincalhado por ter reservado mais faixas exclusivas para os ônibus, priorizando o transporte coletivo e a maioria da população, que depende dele - mas "prejudicando", segundo a ótica da revista, os que possuem automóveis. 

Notem os dogmas do discurso elitista: o empresário está correto ao desovar milhares de carros nas ruas/ o prefeito (petista) está errado ao favorecer o transporte coletivo; as pessoas que compram carros são prioridade/ os que andam de ônibus que se danem. Curiosamente, essas mesmas publicações, dirigidas ao povo paulista, quase nada dizem sobre o metrô e os trens urbanos, superlotados, insuficientes, com falhas frequentes e sob suspeita de corrupção. Também evitam falar sobre os preços aviltantes dos pedágios nas estradas estaduais. A lógica da classe média/alta (e, por extensão, das publicações direcionadas a ela) é a da exclusão - como sendo algo positivo e almejado. Ninguém reclama dos pedágios porque eles mantêm os pobres longe do caminho dos "bem nascidos" nas rodovias. E os mesmos "bem nascidos" gritam e esperneiam quando se defrontam com os aeroportos lotados pelos pobres, que hoje têm condição econômica (e o direito!) de frequentá-los. Por isso, imaginem o ódio desses "bem nascidos" quando os ônibus recebem - com justiça - mais espaço nas ruas e avenidas da metrópole. É esse ódio (de classe) que vende essas revistas.

segunda-feira, setembro 30, 2013

Vamos conversar? 'Ginástica' da mídia para urubuzar economia

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Na sexta-feira, 27 de setembro, a principal notícia foi a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012, que apontou, principalmente, que a taxa de desemprego atingiu o menor patamar da história, 6,1% (enquanto o resto do mundo ainda registra índices alarmantes); que houve avanço de 5,8% no rendimento médio dos trabalhadores; e que houve também uma nova queda no índice que mede a desigualdade entre os brasileiros, desta vez para abaixo de 0,5 (clique aqui para ler a notícia da Rede Brasil Atual). Mas, pra NÃO variar, os portais da chamada "grande" imprensa fizeram as mais variadas formas de ginástica para esconder as boas novas e dizer que tudo vai mal na economia brasileira. Abaixo, reprodução da "urubologia" apocalíptica nas páginas principais dos sites do Estadão, Folha, Globo e IG na tarde do mesmo dia 27:

Jornal dos Mesquita destaca 'bife pelo boi': o recorte que 'interessa'

Jornal dos Frias faz o mesmo e bate no 'fim' da desigualdade e aumento na renda dos mais ricos

Família Marinho nem deu manchete e insistiu que os ricos é que são os mais beneficiados

Portal IG também não deu manchete e preferiu destacar o 'aumento' do analfabetismo
Pois é, tá mais do que na cara. Mas, como diria Rita Lee: "Quando a gente fala mal/ A turma toda cai de pau/ Dizendo que esse papo é besteira..."

quarta-feira, abril 03, 2013

Público-alvo

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Exemplo prático para observar a quem a Veja se dirige: "Você", o leitor próximo, que interessa à publicação da editora Abril, é um homem, branco, classe média/rico, tipo executivo - com cara de desconsolo por um "direito" (privilégio) perdido; "Ela", o ser distante, estranho e indesejável, é uma mulher, negra, nordestina, pobre, com pouco estudo - e a revista dá a entender que, por isso mesmo, decide errado (prejudicando "Você"). Ou seja, "A história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes" (Karl Marx). Situe-se. E observe o discurso e sua direção.

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Novos tempos da comunicação - a cerveja para jornalistas desempregados

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Essa chegou via Vinicius Souza e eminência parda Carminha. A ideia é cheia de ironia, de duplo sentido e também um reflexo dos novos tempos da comunicação e do jornalismo no mundo. Joan Campbell, um jornalista estadunidense desempregado, resolveu criar uma cerveja para seus iguais. Assim, surgiu a artesanal Unemployed Reporter Porter (Repórter Desempregado) que, de acordo com a definição do autor, é “a primeira cerveja fabricada por jornalistas da mídia impressa, para jornalistas da mídia impressa" ”.

Jornalista: senta e chora...
O reflexivo rótulo do produto traz um jornalista choroso perante o seu obsoleto instrumento de trabalho, uma máquina de escrever. Trata-se de uma cerveja Porter, um tipo de cerveja escura popular entre os marinheiros do século XIX, de acordo com o autor. Mas, conforme texto deste mesmo Futepoca, “um documento do século XVIII já dizia que elas [as Porters] eram o resultado da mistura de três tipos de cerveja: uma Old Ale, uma New Ale e uma Weak One (Mild Ale). Desta combinação resultaria uma bebida a que os ingleses chamavam de 'Entire Butt' ou 'Three Threads', produto de gosto forte que tinha como objetivo agradar a um vasto público, priincipalmente a massa de operários surgida com a Revolução Industrial”.

O rótulo avisa ainda que a cerveja é “feita à mão, na mesma antiga tradição, em homenagem a uma profissão igualmente condenada ao declínio e à irrelevância”. Embora a divulgação já tenha alcançado limites além das fronteiras ianques, a bebida não tem ainda uma data definida pra ser lançada já que, por enquanto, a produção não passou de um galão de cinco litros guardado no armário, conforme o próprio fabricante.

Proletários das letras desempregados de todo o mundo, uni-vos!

sexta-feira, novembro 30, 2012

PC Siqueira e o pensamento conservador/coxinha da Veja

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Via @cynaramenezes

"Aí você me diz: 'Ah, mas ser conservador não é necessariamente ser uma coisa ruim'. Cê me desculpe, mas ser conservador é necessariamente ser uma coisa ruim. Primeiro, porque o mundo já é uma merda, sempre foi uma merda, se você quer conservar o mundo de uma forma que ele é, uma merda, então você é um merda. E quando você lê uma revista que te ajuda a saber como o mundo funciona e como as coisas estão acontecendo, e ela é uma merda, tudo que você conhece como verdade é uma merda."

Vale ver o vídeo inteiro do PC Siqueira: 

quinta-feira, outubro 13, 2011

Nossa Senhora contra a corrupção

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Todos já esperavam que as “marchas contra a corrupção” ocupariam hoje as capas dos dois jornalões paulistas. A ênfase esperada seria a marcha de Brasilia, onde números oficiais falam em 20 mil pessoas (o mesmo que na marcha de 7 de setembro).

O blogueiro Eduardo Guimarães foi à marcha em São Paulo, e contou cerca de 700 pessoas. Aliás, entrevistou 27 pessoas e traçou um interessante perfil dos manifestantes: quase unanimemente responderam que leem Veja, Folha e Estado, que o país está muito pior que há 10 anos e que a corrupção aumentou muito no período. Entre os que responderam à enquete, apenas um negro.

Até aí, sem novidade. Ontem, já havia uma certa expectativa em relação à cobertura dos veículos da mídia comercial sobre as manifestações, bem menos ruidosas do que se esperava. No Twitter, o perfil @Suxbernardo fez a previsão/pilhéria:



Mas não foi a Veja, e sim a Folha, quem resolveu "ousar". Na capa, o texto faz a confusão (deliberada?) entre manifestação religiosa e marcha contra a corrupção e, sob o título Arcebispo de SP critica 'corrupção por toda a parte', diz a chamada:

"A mobilização contra a corrupção não foi só nas redes sociais. O arcebispo de SP, dom Odilo Scherer, disse que a corrupção 'está por toda parte'. Segundo organizadores, 140 mil visitaram a basílica de Aparecida, e o padre Marcelo Rossi reuniu 70 mil em SP".

Clique para ver melhor


Quer dizer que os fiéis foram a Aparecida protestar à padroeira “contra a corrupção”? Porque é isso que um desavisado vai entender lendo o texto...

Detalhe: Serra e Alckmin também peregrinaram a Aparecida e assistiram de corpo presente ao discurso do arcebispo.

sexta-feira, julho 08, 2011

168 anos, 3 milhões de exemplares e fim

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Por Moriti Neto


Fundado em 1843 e com tiragem de 3 milhões de exemplares, o tabloide dominical britânico News of the World deixará de circular depois do escândalo do monitoramento de quatro mil telefones na Inglaterra, informou nesta quinta, 7, o grupo News Corp International, que o edita. “Decidimos que devemos tomar mais medidas em relação ao jornal. Este domingo (10) será a última edição do News of the World”, diz o comunicado.

James Murdoch, presidente do grupo e filho do magnata Rupert Murdoch, dono do jornal desde 1969, disse que a empresa admite os erros cometidos e prometeu fazer o máximo para consertá-los. Ele também afirmou que o dinheiro da última edição será doado para “boas causas”, numa tentativa de atenuar o que é irreparável.

O caso ganhou repercussão internacional após a revelação de que, em 2002, o jornal acessou ilegalmente a caixa postal do celular da estudante Milly Dowler, que estava desaparecida, em busca de informações para reportagens. Durante as escutas, mensagens foram apagadas, fazendo com que os investigadores e a família acreditassem que a garota – que foi assassinada – ainda estava viva. Familiares das vítimas dos atentados de 7 de julho de 2005, que atingiram estações do metrô londrino, também tiveram os celulares violados.

O limite da crise se deu no início desta semana, quando o ator Hugh Grant revelou que gravou uma conversa tida com um ex-editor do News of The World, em que foram revelados detalhes sobre o monitoramento ilegal feito pelos jornalistas

Na realidade, o estrago ético e moral causado pelo jornal é enorme, equivalente ao número de telefones invadidos. E são muitos. A polícia britânica declarou que analisa 11 mil páginas de material, com quase quatro mil nomes de possíveis vítimas de monitoramento telefônico ilegal feito por jornalistas do tablóide. O comando da polícia inglesa entrará em contato com todos os que tiverem detalhes pessoais encontrados nos documentos.

Jornal não hesitava em invadir o telefone alheio. Foto de http://www.flickr.com/photos/eklektikos/

Além disso, existem sinais de relações escusas com instituições que excedem o circuito midiático. O chefe da força policial de Londres, Paul Stephenson, garante que está determinado a descobrir quaisquer casos de corrupção dentro da própria polícia, após revelações de que o jornal teria pago para obter informações.

Toda a celeuma em torno do caso desperta para dois importantes aspectos que podem ser transportados para a mídia brasileira Os limites da propalada “liberdade de imprensa” e a adoção de mecanismos que regulem a atividade jornalística.

No Brasil, é comum a grita quando algum veículo de comunicação é multado e/ou impedido de publicar algo. Há um inconformismo, uma indignação estridente e irritante de publicações e associações, evocando essa entidade denominada “liberdade de imprensa” como se ela pairasse acima de todos os outros direitos – individuais e coletivos – e concedesse licença para ofender, assim como invadir a privacidade das pessoas, explorando tragédias, sofrimento, tendo por base o mau gosto e a objetivação da venda da notícia a qualquer custo.

Exemplo disso é a proposta – feita pela Fenaj, durante a primeira gestão Lula – da criação do Conselho Nacional de Jornalismo. Alguns argumentos tresloucados, sem nenhum embasamento, chegaram a comparar a ideia com censura ditatorial. Não se pode falar de regulação da mídia por aqui e, quando o assunto entra na pauta, é lugar comum apelar para “países avançados”, “realmente democráticos”, como... A Inglaterra.

Pois está posto mais um elemento para o debate sobre “liberdade de imprensa”. Os “democratas” ingleses tiveram espaço para pressionar pelo fechamento de um jornal que caminhava para completar dois séculos e veiculava milhões de exemplares a cada edição. No Brasil, continuamos na luta incipiente para explicar a quem não entende – e para vencer os discursos de má fé – da necessidade de regulamentar as atividades da mídia.

quarta-feira, maio 04, 2011

Verba menor OU por quê a 'grande imprensa' detona Lula

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Uma materinha muito elucidativa do O Globo de hoje, com a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, confirma, com todas as letras e números, o que eu, como jornalista e frequentador dos bastidores dos meios de comunicação, canso de apontar para os anti-lulistas e anti-petistas como PRINCIPAL motivo de a chamada "grande imprensa" bater tanto em Lula e no PT:

Pelas informações da ministra, até o início do primeiro governo Lula, o dinheiro da publicidade era repartido entre 400 empresas. Agora, oito anos depois, a verba é destinada a aproximadamente 6 mil empresas.

Como diria nosso amigo Glauco: "Difícil ou fácil?".

segunda-feira, agosto 23, 2010

Em defesa do consumidor, também chamado leitor

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O comediante inglês Tom Scott, em seu espaço virtual, resolveu propor advertências para o conteúdo da grande mídia. "Parece um pouco estranho que a mídia cuidadosamente alerte e rotule qualquer conteúdo que envolva sexo, violência e linguagem pesada - mas não há sistema de rotulação semelhante para, digamos, jornalismo desleixado (sloppy journalism) e outros conteúdos questionáveis", observou Scott. "Daí especulei que era tempo para consertar isso, então fiz alguns adesivos. Eu os tenho grudado em cópias de jornais gratuitos que encontro no underground londrino. Você provavelmente vai querer fazer o mesmo", acrescentou. Ele tem razão: aqui no Brasil, os textos do PIG (Partido da Imprensa Golpista) bem que merecem advertências como essas:


Ps.: Se a visualização estiver muito ruim, clique na imagem.

quinta-feira, março 04, 2010

Palocci e a Confecom de direita

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Chega a ser difícil comentar qualquer coisa a respeito do Fórum Democracia (sic) e Liberdade de Expressão (de empresa?). O excelente texto de Gilberto Maringoni sobre os debates é bastante claro a respeito do que já se chama de "Confecom da Direita", data venia o fato de que, na Conferência realizada em dezembro, houve um processo de participação da sociedade e inclusive de empresários, enquanto no convescote do Instituto Millenium só havia espaço para poucos "escolhidos".

Mas o que surpreendeu de fato foi a presença do ex-ministro da Fazenda do governo Lula, Antonio Palocci, referendando a grita contra qualquer tentativa de democratizar a comunicação do país. O petista (?) escutou toda sorte de impropérios contra seu partido e o governo do qual fez parte e ainda fez questão de engrossar o coro dos descontentes com uma declaração, no mínimo, surpreendente para alguém "de esquerda":

"Há concentração na comunicação, mas há em várias atividades econômicas no Brasil. Considero normal e uma característica do amadurecimento das economias a concentração e também a formalização das atividades econômicas. Acho que são duas características que têm marcado a economia e não acho nenhuma delas negativa".

O que Palocci esqueceu é que o "amadurecimento" no caso das comunicações veio bem antes do que em outras atividades econômicas, tendo sido moldado em regimes autoritários da história tupiniquim. E também ignorou o fato de estar em construção hoje o conceito do direito à comunicação como um direito humano, não podendo este ser submetido às leis do mercado ou à vontade de meia dúzia de famílias monopolistas.

Ao fim, fica uma reflexão. Se Palocci tivesse saído do PT no prazo regulamentar, talvez José Serra não tivesse hoje tantos problemas para contar com um vice de peso...

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Confecom, futebol e cachaça

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Começa nesta segunda-feira, 14, em Brasília (DF), a primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). O Futepoca não tem delegado, mas como estou aqui, posso fazer a única cobertura de futebol e cachaça do evento.

Ao chegar no aeroporto, um delegado da conferência recém-chegado de um voo de 25 minutos de Goiânia até a capital federal – segundo seus próprios relatos – estava impressionado com a quantidade de policiais militares. "Por causa da Confecom não é, porque tanto policial assim, deve ser bandido chegando", disse. Um PM respondeu sem cerimônia: "É o Flamengo que vai desembarcar".

A piada fácil e de gosto duvidoso não era piada. O blog do Planalto confirma: Agenda: Confecom, Flamengo e confraternização com oficiais-generais. Para ser mais claro, se Lula abre a conferência logo mais às 19h, antes, às 15h30, ele recebeu a delegação do campeão brasileiro de futebol.

No ônibus do aeroporto ao setor hoteleiro Sul, onde estão hospedados os delegados e observadores – e felizmente este autor, que está aqui como jornalista – a mesma ala goiana conspirava. Falavam de alguém que tinha vindo com uma mala tão pesada que até quebrou a alça. Ao parar, cercaram o meliante e exigiram: tinha de mostrar o conteúdo do baú.

"Ele não trouxe roupa", exagerou um. "Era só cachaça!", comemorou outro.

A Confecom dessa turma promete. 

Saad credenciado

Credenciamento iniciado, eu aqui, de crachá branco de jornalista, puxo conversa com um, lamento a cidade não ter esquinas – nem bares nas esquinas – quando chega o presidente do grupo Bandeirantes, Johnny Saad, em meio a cinco outros homens, todos com mais de 1,80 metro de altura. O grupo inteiro está de terno e gravata, menos um. De camisa listada em branco, amarelo e verde, Saad é só sorrisos para os olhares de ninguém.

sexta-feira, setembro 25, 2009

Futepoca acompanha Conferência Livre de Comunicação e Cultura

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O Futepoca participa, desta sexta a sábado, a 1ª Conferência Livre de Comunicação para Cultura em Chã Grande (PE), a 90 quilômetros de Recife (PE). Como Ponto de Mídia Livre, o blogue foi convidado a participar. Acompanhe a cobertura da Brunna pelo Twitter, na medida em que a conexão sem fio funcionar.

domingo, junho 21, 2009

Ser ou não ser jornalista

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Se tem um assunto que merece discussão ampla e adequada é o fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. O tema torna-se ainda mais pertinente, urgente e também delicado, num momento como o atual, em que a internet abriu a possibilidade para qualquer pessoa criar seu próprio “veículo de comunicação”, por meio dos blogs. Todos nós blogueiros nos sentimos um pouco jornalistas... Mas entre esse “um pouco jornalista” e o exercício de fato do jornalismo vai uma boa diferença. Acontece que essa diferença nem sempre é visível por aqueles que não conhecem, por formação ou proximidade, os meandros da profissão do jornalismo. Nem sempre é fácil perceber tudo o que está em jogo na elaboração de uma reportagem, que de modo algum se confunde com “escrever bem”, saber opinar ou estar “plugado” com o que está acontecendo. Bem, a Brunna já mostrou a que níveis de escrotidão pode-se chegar em tema tão importante.

Outro fator, que reforça a sensação de que qualquer um que escreve sobre as coisas que acontecem já é jornalista, é a crise de qualidade e credibilidade que assola o jornalismo tido como “grande”, que muitas vezes se confunde com assessoria de imprensa escamoteada de certas figuras políticas ou grupos econômicos, para não entrar em detalhes aqui. Muitas vezes por se ver obrigado a submeter seu texto a um editor comprometido com interesses que se mostram maiores que a qualidade jornalística, outras vezes por alinhamento com a “concepção de jornalismo” desse mesmo editor, jornalistas veem-se exercendo papéis que se distanciam dos princípios básicos da profissão.

Embora ainda não tenha avaliado todas as consequências dessa “liberação do diploma” promovida pelo STF, de minha parte, por princípio, vejo com bons olhos a desregulamentação. Afinal, o jornalismo é muito mais um ofício que uma profissão. Não dá para comparar com a química, a enfermagem, a medicina, a engenharia ou a arquitetura, só para citar algumas. Grandes jornalistas nunca cursaram jornalismo; me lembro de cabeça do Aloysio Biondi, que até onde eu sei nunca se formou em nada, e foi um jornalista de peso.

Eu mesmo, que tenho formação em música e letras, já fui jornalista algumas vezes, quando realizei algumas reportagens. Além de mim, no Futepoca, blog escrito basicamente por jornalistas, tem ainda a Brunna Rosa, que é socióloga de diploma, mas que teve sua formação na lida diária como jornalista na revista Fórum. Tanto ela quanto eu, estou certo, aprendemos muito com o convívio com jornalistas de ofício. E foi assim que pude começar a entender o que significa elaborar uma reportagem, reunir diferentes depoimentos para construir a versão de uma história, entender como lidar com uma fonte e dar conta de que as várias partes envolvidas sejam ouvidas, a diferença entre fatos, dados e opiniões, a clareza nas referências... Nada disso é óbvio para quem não é do ramo. E é aí que se percebe a diferença entre saber escrever e ser jornalista.

A questão para mim, agora, não é tanto ser a favor ou contra a obrigatoriedade do diploma, mas como fazer para divulgar o máximo possível os princípios da atividade jornalística e, com isso, ampliar a capacidade de julgamento do público leitor em relação à qualidade da comunicação. É sem dúvida assunto para os educadores, mas não só. Os próprios comunicadores têm a sua responsabilidade na formação dos leitores, para que a desregulamentação não redunde em desrespeito. E para que ela se torne uma real oportunidade de democratização da comunicação, e não motivo para precarização do ofício do jornalista.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Brasil pode ter um único fuso horário

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As empresas de radiodifusão podem ser um fator decisivo para que o projeto do senador Tião Viana (PT-AC), que estabelece um único fuso horário para todo o país, seja aprovado no Congresso Nacional. Tudo porque as emissoras de televisão terão que se adequar, até o dia 9 de janeiro, às novas regras da classificação indicativa de programas, que determina que os horários de exibição respeite os diferentes horários de todo o território nacional.

Assim, a novela da Globo que começa às 21h no horário de Brasília e que hoje vai ao ar às 20 horas em parte do Centro-Oeste e da região Norte, e às 19h no Acre, sendo classificada como imprópria para menores de 14 anos, só poderá ser exibida nesses locais depois das 21h. O empresariado alega que qualquer adaptação a esse esquema poderia trazer grandes prejuízos financeiros às emissoras locais.

A tábua de salvação dos media estaria justamente no projeto de Tião Viana, que já foi aprovado no Senado e tramita agora na Câmara. Rui Alencar, presidente do Sindicato das Emissoras de Rádio e TV do Amazonas (Sinderpam), afirmou ao Observatório do Direito à Comunicação “Num mundo em que se vive em tempo real, nós teríamos de voltar ao tempo da gravação em fita para transmissão uma hora mais tarde.” De acordo com ele, o custo da gravação seria muito alto para boa parte das emissoras da região amazônica.

Será que os donos da mídia vão levar mais essa?