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terça-feira, março 09, 2010

Casamento e pindaíba fazem idosos beberem mais

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O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo fez uma pesquisa com 1.563 pessoas de 60 anos ou mais e concluiu que, na capital paulista, 9,1% deles ingerem bebidas alcoólicas em excesso. Até aí, o índice nem é tão alarmante, mesmo porque muitos idosos ficam na mão de familiares inescrupulosos que os impedem de beber. Mas o índice dobra na análise do poder aquisitivo: 18,3% dos idosos da classe E, a mais miserável, são alcoólatras. A proporção vai baixando à medida que a grana vai subindo.

Na classe D são 13,6% os velhinhos chegados na cachaça braba; na classe C, 8,8% e na classe B, 3,1%. Mas volta a subir entre os ricos, que, naturalmente, tem mais dinheiro para comprar um goró: 7% dos idosos da classe A enxugam além da conta. Outro dado curioso é que, em relação ao estado civil, o levantamento revelou que o maior índice de alcoolismo está entre os casados, com 13% de velhinhos alcoólatras. Já entre os solteiros, o índice cai pela metade: 6,6%. Ou seja, falta de grana e casamento são os principais tormentos que levam a velharada a cair de cabeça na manguaça. E estamos falando essencialmente do público masculino, pois o índice de alcoolismo entre os homens idosos atinge 20%, enquanto, entre as mulheres, não passa de 3,1%. Como não sou mais casado, só a pindaíba me motivará no futuro...

sábado, março 06, 2010

Adolf Obama ou Barack Hitler - para quem reclama da mídia brasileira

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Os conservadores nos Estados Unidos estão em guerra declarada contra o presidente Barack Obama. Desde que assumiu, em 2009, o democrata (não confundir com os democratas daqui) promove investidas para aprovar um programa público de saúde. Não está claro se o projeto cria um Sistema Único de Saúde para os gringos ou se faz um arremedo disso, mas o objetivo é garantir acesso a tratamento por parte das pessoas que não tem o que no Brasil seria chamado de convênio médico.

Os planos de saúde geram distorções no atendimento e um superpoder às seguradoras de negar tratamento por questões descritas nas letras miúdas dos contratos.

A forma mais razoável de atacar uma proposta assim seria com argumentos, críticas, apontando contradições na proposta. Mas o jeito mais fácil é outro: comparar Obama a Adolf Hitler e o plano de saúde pública à eugenia e ao holocausto. Claro!

A revista Extra! e o Media Matters fazem levantamentos exaustivos do que a mídia – especialmente a neoconservadora – produz. E são inúmeras as recorrências, desde 2008 até agora, e com viés de alta.

Para os conservadores da terra do Tio Sam, colocar o Estado na função significa tirar poder das empresas para entregá-lo ao Leviatã. E um Estado maior é tudo o que essa turma não quer, seja por interesses econômicos pontuais, seja por ideologia, por acreditar que é mesmo um risco fazer o setor público crescer, nem que seja um pouquinho.

Em 2009, radicais de direita – Deus, Jeová, Alá e Buda nos livrem disto! – saíram em marcha com cartazes que fundiam as figuras de Obama e Hitler, com os dizeres: "Barack Hussein Obama, a nova face de Hitler". "Mas esses radicais não inovaram nas comaprações. Eles receberam a fúria e as analogias ao Fuehrer principalmente dos comentaristas de direita das rádios e televisões", escreve Noah Lederman.

(Que conste, com George W. Bush o mesmo tipo de montagem foi feito, e muitas, muitas vezes.)

Com destaque para as TVs e rádios associadas à Fox News, são listados comentários e referências ao ditador nazista. Uma das mais surreais comparações foi assinada por Glenn Beck, um aspirante a político ultrarreacionário dos mais raivosos que tem certeza da existência de elos entre a o mandatário na Casa Branca e a Al Qaeda.

Quando Obama justificou a escolha de Sonia Sotomayor para a Suprema Corte – a primeira mulher de origem latino-americana – por levar inteligência e empatia ao tribunal, Beck não se aguentou. Ele foi pesquisar nos livros de história da Segunda Guerra Mundial para concluir que Hitler usou a "empatia" para decidir pela eutanázia de crianças com deficiência, "o que levou ao genocídio por toda parte". Simples assim. Mais adiante emendou: "Empatia leva você muitas vezes a decisões bastante ruins".

Mas onde isso toca o plano de saúde? Beck não preservou para isso sequer sua filha, que teve paralisia cerebral ao nascer. Segundo o comentarista, o tratamento que a filha receberia caso fosse aprovado o programa público de saúde de Obama seria igual ao dado pelos nazistas às pessoas com deficiência.

Cal Thomas, que escreve em diferentes jornais, também mostrou que tem talento para ficção. Sugeriu que as medidas apresentadas ao Congresso levariam o país pelo mesmo caminho que levou Hitler à Lei da esterilização – sem citar as normas semelhantes adotadas do outro lado de cá do Atlântico. Em outro artigo, escreveu que poderia ser dada carta branca a cientistas para promover estudos sem preocupações éticas como tinha Josef Mengele, o Anjo da Morte nazista.

De novo Glenn Beck, em outra ocasião, explicou que não queria comparar os dois líderes, mas pedia que o público lesse o livro Minha Luta, ou Mein Kampf no original, autobiografia de Hitler. Esta merece citação na íntegra:

– Se você lê isso (Mein Kampf) agora, vê que Hitler lhe disse o que ele ia fazer. Ele contou aos alemães. Vendeu mais do que a Bíblia. Os alemães leram Mein Kampf, mas o que fizeram? Não deram ouvidos. "Ah, ele não está falando sério." "Ah, ele só está dizendo para ganhar o público X, Y, Z." Todas as mesmas mentiras estamos dizendo a nós mesmos. "Não, isso é loucura. Ninguém realmente faria isso (as medidas previstas no programa de saúde dos democratas)". Eles enterraram suas cabeças na areia e, então, tornou-se tarde demais. Por favor, America, levem a sério o que este homem (Obama) diz.

Incrível como ele parece ter certeza do que diz. E a gente ainda reclama da mídia brasileira. Tem muito colunista que precisaria comer muito arroz com feijão (ou seria x-burguer com fritas?) para produzir ilações assim.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Para a Veja, metade dos bebedores é quase alcoólatra

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O título é quase tão sensacionalista quanto a reportagem da revista Veja desta semana. A capa sobre alcoolismo discute "abordagens inovadoras" à questão, mas esbarra em formas moralistas e exageradas para lidar com o tema.

Outro título possível para este post seria: "Veja acusa Futepoca de ser 'grupo de risco' para alcoolismo". Mas não precisaria uma revista semanal dedicar uma linha sequer para que os sóbrios autores deste blogue saberem da gravidade do tema e quão trágica é a existência de suas estruturas hepáticas. E com este comentário, eu só quero me amenizar críticas sérias às piadas sobre o drama real de quem é dependente do álcool.

Começa o texto:

No Brasil, quase 70 milhões de homens e mulheres bebem. Incluem-se aí desde as pessoas que tomam uma única dose de álcool ao longo de um ano até os dependentes pesados, que não vivem sem a bebida. Entre os dois extremos, existe um grupo que, até pouco tempo atrás, não aparecia nas estatísticas nem nas preocupações médicas: os bebedores de risco. É grande a probabilidade de você, leitor, ser um deles.
Você, leitor do Futepoca, fique tranquilo. Você não é um deles. Mas o leitor da Veja que se cuide.

A reportagem trabalha com a ideia de que uma em cada duas pessoas que consomem etílicos em níveis tolerados pelo convívio social estão a um passo do precipício – se não estiverem em queda livre. "Essa abordagem é totalmente inovadora no tratamento do alcoolismo", diz o texto.

Na hora em que li isso, me veio a recomendação clássica de mãe, avó ou tia que sugere usar blusa em pleno verão para combater a gripe. A sugestão superprotetora é motivo de piada por enxergar doença onde ela não existe – "ainda", diria alguma mãe sobre seu filho.

O que quero dizer é que é preciso considerar com cautela a ideia de que quase qualquer uso do álcool é motivo de preocupação e, ainda mais, a de que é inovadora uma abordagem exagerada – quiçá hipocondríaca – das genitoras que tanto nos querem bem.

Escrevendo a sério: chamar de inovadora uma abordagem que considera que tem problema quem (ainda?) não tem problema é complicado. Por mais grave que seja a questão.

"Os bebedores de risco podem passar dias sem tomar uma cerveja, uma taça de vinho ou algumas doses de uísque. Mas para eles a bebida tem um significado psicológico muito positivo", explica o texto.

A precisão da explicação é ótima, porque é mesmo de se imaginar que todo mundo que gosta de beber tem essa predileção como um traço de masoquismo. Onde já se viu repetir uma atividade nas horas de lazer porque é gostoso? O normal deve ser beber porque é ruim, desagradável até.

O moralismo do texto inclui um grau de culpabilização do consumidor de fermentados e destilados em um grau elevado. Além de sugerir um teto de uma dose para mulheres e duas para homens – com uma longa hora de intervalo regado a suco e refrigerante – a reportagem pede metas diárias. É a lógica financista aplicada à maguaça.

O que poderia ser uma referência de moderação ganha outros contornos na análise do aumento do número de mulheres em "situação de risco". O texto atribui à "preocupação exagerada com a estética" o aumento do número de mulheres com problemas com o mé. O hábito de substituir a comida para perder peso (o que dá origem a uma próxima capa da revista com personagens drunkorexic, misto de bêbadas com anoréxicas) só perde para as que bebem para afogar as mágoas – prática que, excetuado Reginaldo Rosi, nenhum homem jamais fez.

Fiquei imaginando o que essa capa vai representar para a balada das filhas de assinantes da revista. Vão ouvir sermão na sexta à noite.

E a matéria termina com uma conclusão ainda mais moralista: "Teremos cumprido nosso objetivo se ao acabar de ler esta reportagem você se reconhecer como um bebedor de risco e isso levá-lo ou levá-la a procurar ajuda profissional. Saúde!"

A minha humilde e ébria pessoa terá cumprido seu objetivo se, ao ler este post, você decidir não comprar veículos sensacionalistas. Nem precisa ir para o bar tomar uma (só uma), porque isso você faz quando quer.

Exagerei?

(Ps.: E esse nem foi o primeiro ataque da Veja contra a manguaça. Já denunciamos antes, confira aqui.)

quinta-feira, setembro 03, 2009

Beber com moderação reduz risco de demência na velhice

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Está no New York Times do dia 1º a informação de que artigo de revisão bibliográfica de 15 estudos sobre os efeitos do álcool na velhice sobre o cérebro. O levantamento foi publicado no American Journal of Geriatric Psychiatry sobre o efeito do hábito de beber por idosos e seus efeitos sobre o cérebro.

Foto: Tetsumo/Flickr
A cachola da turma da terceira idade que faz uso moderado de algum tipo de goró funcionou melhor. Para homens, tomar de um a 28 drinques por semana representou 45% menos chances de apresentar demência como o mal de Alzheimer. Para as senhoras a redução foi de 27%.

Não, o figura da foto não fez parte do estudo.

A quantidade de doses varia de acordo com o estudo. Como são 15, a margem é maior, mas todos mostraram esse tipo de conclusão.

Somados, os levantamentos alcançaram 28 mil pacientes. Os estudos definiram o consumo leve a moderado de bebida de formas variadas, entre um e 28 drinques por semana.

Apesar de reconhecer que há outros fatores envolvidos, os autores apontaram o fato de que o álcool aumenta o colesterol bom (o HDL), o que reduz a coagulação do sangue e melhora a irrigação dos neurônios.

Como são responsáveis, eles alertam que para se ter "segurança geral" de que vale a pena consumir etílicos na velhice precisaria ser avaliada em relação "a todas as evidências disponíveis" sobre os efeitos à saúde.

O artigo está aqui. No New York Times, a notícia fica aqui.

sexta-feira, agosto 28, 2009

A ciência do óbvio: abstêmios são mais depressivos

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Saboreando uma deliciosa lata de Guinness (presenteada por um chapa) aqui no bunker (a cozinha do porão onde moro), me deparo com a seguinte notícia no tablóide local: cientistas britânicos e noruegueses comprovaram que os teetotallers - abstêmios ou, pra tentar ums gíria nossa, os de "bico seco" - tendem a ter as piores e mais inadequadas relações sociais, ou pior, alta deficiência de sociabilidade. E, consequentemente, altos níveis de ansiedade e depressão, problemas mentais e de saúde.

"Não-bebedores são mais sombrios e tem menos amigos. Nós vemos que esse grupo é socialmente menos ajustado do que outros", diz o líder da pesquisa, Dr. Eystein Stordal, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. "Geralmente, quando as pessoas estão com amigos, é mais aceitável nas sociedades ocidentais beber do que não beber. Mas o cientista faz uma observação beeem moderada: "As pessoas mais felizes são aquelas que costumam beber duas taças de vinho, uma garrafa de cerveja ou uma dose de spirits (bebida destilada) por semana". Quem consegue beber só isso?

A pesquisa abordou um público significativo de 40 mil noruegueses sobre sua saúde mental e física e consumo de álcool no período de duas semanas. Do total, 15,8% dos abstêmios disseram que sofrem de depressão, e 17,3%, de ansiedade. A maioria é composta por mulheres e pessoas mais velhas (e também confessaram ter outros problemas de saúde). Os cientistas derrubaram um mito: "A depressão é muito mais frequente entre os abstêmios do que entre aqueles que consomem altas quantidades de álcool".

Ps.: Falando em Guinness, foi lançado ontem, aqui na Irlanda, um selo comemorativo aos 250 anos da cervejaria, com o rosto do fundador, Arthur Guinness. O lançamento foi feito na cervejaria St. James's Gate, em Dublin. Para a arte do selo, foi usado um retrato do século 18 (à esquerda). Com o sabor inigualável da stout irlandesa ainda reverberando em minhas (felizes) papilas gustativas, só posso brindar à bela iniciativa - e em bom gaélico: Slantcha!

terça-feira, agosto 11, 2009

Estudo relaciona consumo de refrigerante a problemas no fígado

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Ian Britton/Free-Photos
Nem só no álcool se originam os problemas no fígado. Muito refrigerante e muito suco de frutas a longo prazo pode causar danos hepáticos. A conclusão é de estudo realizado no Ziv Medical Center in Haifa, em Israel, que sugere a substituição das bebidas por água. O levantamento foi publicado no Journal of Hepatology.

Segundo Nimer Assy, em entrevista a Israel 21C, pessoas que bebem mais de meio litro dessas bebidas por dia (dois copos ou menos de duas latinhas) tem cinco vezes mais chances de desenvolver esteatoses no fígado – acúmulo de gordura. Se a prática permanecer por muito tempo, isso pode ainda contribuir para diabetes e doenças cardíacas, além de cirrose e tumores neste órgão cultuado pelos apreciadores da manguaça.

Foram 90 os cobaias, ou melhor, os pacientes analisados, sendo metade de cada gênero e todos na faixa dos 40 a 50 anos. Eles não tinham fatores considerados de risco para acumular gordura no fígado – como consumo de álcool em excesso, obesidade e diabetes. Entre as pessoas que tiveram o problema, 80% consumiam mais do que meio litro de refrigerante ou suco todos os dias. No grupo de controle, 17% exageravam nas bebidas docinhas.

A vilã apontada por Assy é a frutose, absorvida pelo fígado que a metabolisa em gordura. O consumo da fruta in natura, que tem fibras, compensa o estrago. Apesar disso, ele incluiu os refrigerantes diet e light na lista dos não recomendáveis por acreditar que os adoçantes devem ter o mesmo tipo de efeito. Ele admitiu que os dados não são conclusivos a esse respeito, porque essa parte do levantamento ainda está em realização.

Nenhuma vantagem foi apontada para quem substituir o consumo de sucos de fruta e refrigerantes por bebidas alcoólicas. Como a amostra é toda de meia idade, permanece a dúvida sobre o encaminhamento a dar para os pedidos da criançada.

Mas fica o alerta para quem pensa em tentar, na mesa de bar, acompanhar com refrigerantes o ritmo da cervejinha. Se bem que ninguém faria isso...

quarta-feira, julho 08, 2009

Cerveja com moderação é bom para atletas, aponta estudo

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O Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) da Espanha apresentou estudo em que aponta a cerveja como uma boa forma de hidratação diária para atletas de alto rendimento. Segundo a BBC, o levantamento se embasou em relatórios e pesquisas de medicina, fisiologia e nutrição da Universidade de Granada.

A cerveja possui componentes que ajudam a recuperação do metabolismo hormonal e imunológico depois de atividade física intensa. Sem falar que ajuda na prevenção de dores musculares.

As doses diárias recomendadas – o patamar moderado – são três tulipas de 200 ml de cerveja (de 20g a 24g de álcool) para homens e duas para mulheres (10g a 12g) por dia.

Participaram da pesquisa 16 atletas universitários de 20 a 30 anos que alcançavam uma velocidade aeróbica máxima (VAM) de 14 km/h. Era necessário ser consumidor habitual e moderado de cerveja, "manter uma dieta mediterrânea", não ter hábitos tóxicos nem antecedentes familiares de alcoolismo.

Por três semanas, em baterias diárias de corrida de uma hora, sob escaldante sol de 35ºC. a turma parava para se hidratar. Ora com água, ora com uma gelada. O resultado foi a cerveja com a mesma capacidade de reposição de perdas hídricas que a água.

Antes que você se anime
Os pesquisadores espanhóis insistem que a garantia do benefício do consumo de cerveja depende da moderação, já que o excesso de álcool não é metabolizado pelo organismo, prejudicando o sistema nervoso central. O mais recomendado seria ainda beber durante as refeições, com duas horas de espera antes ou depois da atividade.


Catsal/Wikipedia
O autor
Quem estufa o peito para reivindicar os benefícios da cerveja é o cardiologista do Real Madrid e ex-jogador de basquete, Juan Antonio Corbalán (foto), medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles (1984). A primeira vez que o estudo foi apresentado foi em maio de 2007.

Atletas como nós
Uma vez, durante minha breve incursão no mundo da corrida, alguns meses antes da criação do Futepoca, passei 40 minutos fugindo de nada, mas correndo além do que meu preparo físico permitia.

Depois, tinha de cumprir a longa maratona etílica pré-agendada com alguns dos ébrios que escreveriam no Futepoca. Depois de passar em casa para trocar de roupa (e respeitar as duas horas de intervalo antes da re-hidradatação) encontrei o pessoal preparando a conexão do bar dos primos para outro. Quase morto, encostei num orelhão.

Diante da perplexidade, exclamei cheio de sinceridade:

– Preciso parar de correr.

Dito e feito. Se eu soubesse que meu rendimento melhoraria com o consumo moderado da gelada, será que eu teria continuado?

quarta-feira, julho 01, 2009

Internautas sugerem "festas da gripe suína". Médicos se desesperam

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No Twitter e em blogues de saúde pública da Inglaterra e Estados Unidos, internautas propõem "festas de gripe suína". A proposta é buscar o convívio com pacientes contaminados para contrair o vírus Influenza A H1N1 e adquirir imunidade contra eventuais mutações mais letais que surjam no futuro. Um dos principais propostas seria levar justamente as crianças para esse ambiente.

Veículos como a BBC, o New York Times, e outros trazem médicos criticando a proposta. O responsável pela área na Inglaterra declarou: "É muito seriamente equivocado pensar em permitir que o vírus se espalhe sem controle por meio de festas de gripe suína. Não sabemos ainda o suficiente sobre os perfis de riscos do vírus e, ainda que se apresente como de gravidade média no Reino Unido, em algumas partes do mundo jovens, antes saudáveis, morreram".



Os especialistas e responsáveis por políticas de saúde pública saem desesperados dizendo: "É uma má ideia". O primeiro problema é ajudar a espalhar a doença e dificultar a vida dos médicos infectologistas. O segundo, consequência disso, é que se pode acelerar o processo de mutação do vírus, e chegar antes à temida – ou o termo certo seria almejada? – versão letal do H1N1.

A primeira menção a isso na internet parece estar no Effect Measure, do Science Blogs. A OmegaMom pergunta ao especialista o que ele acha da twitada que recebeu de uma mãe com a proposta. O modelo são as "festas da catapora".

No Twitter, um gringo escreve: "Li agora uma reportagem bizarra sobre 'festas de gripe suína'. Não é um pouco como um pacto suicida?" Outros chamam os britânicos de loucos e as ofensas a pais que cogitaram a ideia de mandar a criançada para a contaminação são regra.

A estratégia é uma espécie de troca, porque se sabe que contrair o vírus significaria ficar terrivelmente estragado por uma semana na melhor das hipóteses. A recompensa seria se livrar da gripe no futuro. Nenhuma menção é feita a quais bebidas alcoólicas seriam consumidas na festa.

A ideia de bêbado é justificada por alguns como uma estratégia inspirada na teoria da evolução de Charles Darwin e em relatos da Gripe Espanhola do começo do século XX. Foram duas as ondas letais da doença, uma em 1918 e outra em 1919, e as variedades posteriores do vírus seriam muito mais fortes e fatais do que as primeiras.

No Brasil, as referências a convescotes da gripe suína estão relacionados a crackers que "fazem a festa" para espalhar vírus. Como paciente número zero da gripe manguaça – cujo foco já foi debelado –, prefiro comparecer ao bar do que a uma festa dessa.

sexta-feira, junho 05, 2009

ONG inglesa atira: "Gente boa usa drogas"

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A ONG britânica Release pôs nos ônibus de Londres uma campanha publicitária favorável ao debate sobre legalização das drogas. Nos ônibus da cidade, lê-se a faixa: "Gente boa usa drogas" (tradução livre para "Nice people take drugs"). A organização luta, há 40 anos, por reformas na política de drogas no Reino Unido. Os motivos são vários. "Mais gente usou maconha do que votou para os trabalhistas na última eleição", sustenta a página da campanha.

Foto: Divulgação

"Gente boa usa drogas", estampa cartaz em ônibus

A estratégia é chamar atenção para o debate, porque eles acreditam que é a hora da mudança no debate por uma legislação mais segura e adequada para a questão. Segundo a página da campanha, um terço dos adultos da Inglaterra e da Irlanda usaram drogas ilícitas e 13 mil crianças e adolescentes foram presos por questões relacionadas às drogas em 2006 e 2007 – os autores do Futepoca nas terras da rainha garantem nunca ter sido consultados em qualquer pesquisa.

"Essa foi ousada", escreveu Marisa Felicissimo, psiquiatra radicada na Bélgica e pesquisadora da questão das drogas. "Imaginem se lançássemos uma campanha dessas no Brasil, seríamos todos presos por apologia às drogas?" Em maio, edições da Marcha da Maconha em nove capitais foram proibidas pela Justiça, acusadas de apologia ao uso de tóxicos ilícitos.

Na quinta-feira, 4, o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanicchi, pediu um "debate sem preconceitos" sobre a legalização ads drogas. A declaração ocorreu no lançamento de programas emergenciais do Ministério da Saúde para lidar com álcool e drogas ilícitas.

Antes dele, o próprio titular da pasta da Saúde, José Gomes Temporão, e o do Meio Ambiente, Carlos Minc, manifestaram-se favoráveis ao debate. Até Fernando Henrique Cardoso, aquele que fumou, tragou, mas não gostou, se posicionou favoravelmente à legalização regulamentada da questão.

Pelo plano lançado, há previsão de R$ 117,3 milhões na rede de atenção e saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS) para ampliação do acesso, capacitação e ações intersetoriais. Isso quer dizer 92 Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad) no Distrito Federal e nos 26 estados brasileiros. Os centros são serviços extrahospitalares de base comunitária e atenção diária. Uma equipe multiprofissional – psicólogo, psiquiatra, assistente social, terapeuta ocupacional, clínico geral, enfermeiro e outros garantem a política de redução de danos. A promessa é chegar 200 CAPSad em todo o país – uma cobertura de apenas 57% da população brasileira.

É tudo jogada para aparecer ou há disposição mesmo para o debate?

quarta-feira, abril 29, 2009

Gripe suína acaba com o 1° de maio e deixa estádios vazios

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O medo de uma epidemia de gripe suína no México provoca efeitos assustadores, maiores do que os da própria doença até agora. Como há casos em outros países, a possibilidade de pandemia é o maior temor, principalmente porque 64 estadunidenses foram contaminados.

As escolas e universidades na capital do país suspenderam as aulas até dia 6 de maio para evitar aglomerações propícias à contaminação da Influenza, como dizem os mexicanos. Isso tem levado a uma redução no trânsito caótico da cidade.









Saúde! Mas
espirre para
o outro lado,
da próxima...



Outros efeitos dizem respeito à vida política e esportiva da nação. As partidas de futebol do fim de semana serão realizadas sem torcida. Chivas de Guadalajara e Pumas será uma dessas partidas.

Foram suspensas pelas centrais sindicais as comemorações do Dia do Trabalhador, nesta sexta-feira, 1° de maio, , também para evitar multidões. Desde 1923, é a segunda vez que as comemorações são canceladas. Isso coloca a data como uma das mais tradicionais do mundo. A suspensão só ocorreu antes em 1996, em meio à crise econômica.

Origem
Enquanto alguns denunciam que a origem da doença seriam fazendas de porcos de uma multinacional estadunidense, outros afirmam que a mutação do vírus surgiu inicialmente no Texas e no sul da Califórnia, como Laurie Garrett, jornalista especializada em saúde.

Foto: hmerinomx/Flickr
Diante do noticiário sobre a gripe suína, a eminência ruiva Brunna Rosa vem denunciando o risco de criminalização dos porcos (ou seria dos porcos).

No bar
O mundo inteiro não fala de outra coisa. Ninguém mais se lembra do Obama, do "o cara", da lei seca.

Se, por um lado, a informação pode ser uma aliada no combate ao risco de epidemia, o alarmismo também gera coisas tão incríveis quanto esta, testemunhada em um posto de gasolina, às 23h. Dois manguaças conversam:

– Viu aí a gripe suína?
– É... Primeiro, foi a gripe aviária, depois, a gripe bovina (?!?!?!), agora a suína.
– (Silêncio e olhar perdido no horizonte).
– Quero ver é quando estourar a gripe humana, aí acaba tudo...

A conversa me lembrou um diálogo que tive com uma senhora que afirmava e garantia que a asma era provocada pelo contágio da gripe dos gatos. Ela não se referia a alergia, achava que era algum tipo de vírus mesmo, embora se trate de uma doença crônica – pelo menos foi o que ela me explicou, mas nem sei se ela entendia o que a própria defendia.

E a definição mais elaborada do que seria "gripe bovina" diz que se trata daquela que "transforma todos [os humanos contaminados] em gado manso e obediente".

Humana, não é suína
Sobre a gripe humana, eu fico com a objetividade do governo português: "Nos humanos não existe gripe suína mas sim gripe humana". Bravo!

sexta-feira, novembro 14, 2008

Cigarro, cerveja e gordura garantem longevidade

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Assim como o inglês Buster Martin, a brasileira Olívia Franco da Silva (à direita) está comemorando seus 100 anos, hoje, em Alvorada (RS), com um cigarro na mão e um copo de cerveja na outra. Segundo o jornal Zero Hora, além de fumar e beber, a idosa segue uma dieta repleta de gorduras: não dispensa toucinho, torresmo e morcilha (espécie de lingüiça feita com sangue de porco). Outra semelhança com o centenário inglês Buster Martin é a prole de Olívia, 10 filhos. A anciã garante que nunca ficou internada em um hospital.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Brasil é 110º em participação da mulher na política

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A BBC Brasil informa que um relatório do Fórum Econômico Mundial (FEM) aponta o Brasil como o 110º do mundo em participação política das mulheres em relação aos homens (no Congresso e no Executivo) - em uma lista de 130 países. Prova disso, como bem observou o blogue parceiro Donas de Si, é que as mulheres não representaram nem 30% das candidaturas nas últimas eleições (cota estipulada por lei), segundo levantamento da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um exemplo foi a região do ABC Paulista, berço político do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, onde, em sete cidades, não houve uma única candidata a prefeita, ao contrário de eleições anteriores.

No geral, segundo o FEM, o Brasil está apenas em 73º lugar no ranking que mede a igualdade entre os sexos. O relatório compara as oportunidades que mulheres e homens têm nas áreas de educação, saúde, economia e política. Na América Latina e Caribe, o Brasil é o país com o 17º melhor desempenho. A Argentina (24º no mundo) e Cuba (25º) são os países que mais promovem a igualdade entre os sexos na região. Já em comparação com os países emergentes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), ficamos atrás da Rússia (42º no ranking) e da China (57º), mas superamos a Índia (113º). O relatório do FEM afirma que a Noruega é o país que melhor promove a igualdade entre os sexos, seguido por Finlândia, Suécia (que liderou o levantamento de 2007), Islândia e Nova Zelândia.

sexta-feira, agosto 29, 2008

Esporte é saúde!

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Exame de próstata - sem próstata.
Depois dizem que futebol é que é esporte perigoso...

sexta-feira, abril 25, 2008

O deputado, o açude e a dengue

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O deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), está internado com dengue no Hospital Santa Luzia, em Brasília, desde a última terça-feira. Os sintomas começaram no dia 18, quatro dias depois que o parlamentar retornou de uma viagem a sua cidade natal, Acari, no Rio Grande do Norte - um dos focos de dengue mais incisivos daquele estado. Nas fotos abaixo, flagrantes da visita, quando o parlamentar esteve no tancão do Gargalheiras:

O prefeito de Acari, Juarez Bezerra (PR), e Vicentinho

Para incentivar o deputado, Bezerra pula primeiro

Vicentinho toma coragem e desfere seu salto mortal

O deputado mergulhando nas águas paradas do Gargalheiras

Nadando tranqüilo, após o salto: quatro dias depois, dengue

terça-feira, abril 08, 2008

Homem abusa do álcool três vezes mais que mulher

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O Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), projeto do Ministério da Saúde em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas da USP (Universidade de São Paulo), apontou que a ingestão abusiva de álcool é três vezes maior entre os homens (27,2%) do que entre as mulheres (9,3%). O consumo abusivo de bebidas alcoólicas (considerado mais de cinco doses para homens e mais de quatro para mulheres - só não me perguntem doses do que) foi de 17,5%. E após a bebedeira, ao decidir se conseguem dirigir um veículo ou não, eles também são mais irresponsáveis (4%) que elas (0,3%). No geral, o consumo abusivo de bebidas alcoólicas seguido de direção é considerado baixo, apenas 2%. Ou tem muito manguaça mentindo por aí...

quinta-feira, março 27, 2008

Política de saúde tucana é "Noite do Pijama"

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Alguém pode até achar que é perseguição contra o governo de São Paulo, mas, com mil perdões, não posso deixar de reproduzir mais essa pérola da newsletter da gestão estadual:

"Nesta sexta-feira, dia 28, 280 crianças e adolescentes da Casa da Solidariedade I, mantida pelo Fundo de Solidariedade do Estado, participam da Noite do Pijama. Após o jantar, as crianças realizarão diversas atividades culturais. É que elas vão passar a noite na escola para garantir o jejum da manhã seguinte para a realização de uma série de exames médicos como sangue, peso e altura. A avaliação, que inclui entrevista sobre hábitos alimentares, faz parte do projeto Alimentação para a Saúde, idealizado pela presidente do FUSSESP Monica Serra que, em parceria com o SESI, vai introduzir novo cardápio na merenda escolar da Casa da Solidariedade II com o aproveitamento integral dos alimentos (folhas, talos e cascas, que são ricos em nutrientes)."

Contrasenso - As crianças farão jejum em função do projeto "Alimentação para a Saúde";

Fim de feira - A maravilhosa merenda terá "folhas, talos e cascas", "ricos em nutrientes".

Para quem se recusa a acreditar, segue o serviço:

Noite do Pijama
Dia 28 de março
Horário: 19h00
Local: Casa da Solidariedade I – Rua Guaianazes, 1112 – Campos Elíseos, São Paulo

terça-feira, março 25, 2008

Política de saúde tucana é o clima

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Do governador José Serra (PSDB), ex-ministro da SAÚDE (é bom frisar novamente: da SAÚDE), durante inauguração de obra no Km 26 da Via Anchieta nesta terça-feira, 25 de março:

"Eu tô vendo que aqui começou a chover, agora, e me lembrei que esse friozinho é o que salva São Paulo de ter aquelas epidemias de dengue, igual tem no Rio. O mosquito odeia esse friozinho".

Pois é, governador. E quando fizer calor?

sexta-feira, março 14, 2008

"Vou comemorar com cigarro e cerveja"

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Outra que pesquei da Reuters, via Terra: o funcionário mais velho em atividade do Reino Unido, Buster Martin (foto), 101 anos, agora quer ser também o homem mais velho a completar a maratona de Londres. E avisa que vai comemorar o feito com "um cigarro e uma caneca de cerveja". O veterano manguaça, que é pai de 17 filhos, ex-instrutor do exército e trabalha três vezes por semana em uma empresa londrina, revela o segredo de sua vitalidade: "As pessoas perguntam qual meu segredo, mas eu não tenho um. Me dizem que cigarros e álcool me fazem mal, mas ainda estou aqui, não é?", questiona.

Quem bebe se mata menos

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Depois de ter sido repreendido - com razão - no comentário de um anônimo pelo post que publiquei ontem ("Pesquisa comprova: não beber faz mal"), insisto em polêmicas científicas relativas à manguaça, mesmo correndo o risco de ser taxado como o "anti-Temporão". Durante um ano, pesquisadores da Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) analisaram tentativas de suicídio atendidas em um pronto-socorro de Embu das Artes (SP) e sua relação com o consumo agudo, abuso ou dependência de substâncias psicoativas. De acordo com Alessandra Diehl Reis, psiquiatra e autora da pesquisa da Uniad, 21% dos 80 indivíduos que tentaram o suicídio ingeriram álcool até seis horas antes. Ou seja: na imensa maioria dos casos, 79%, o suicida era abstêmio (ou não tinha bebido nada antes da decisão de se matar). "Não podemos apontar o álcool ou a droga isoladamente como um único fator que leva a pessoa a tentar ou cometer suicídio", reconhece Alessandra Reis. O estudo da Uniad registrou ainda que 10,5% dos entrevistados pensaram em suicídio nos 12 meses anteriores. Destes, 81,7% tentaram efetivamente e só 42% eram usuários de álcool. Aposto que os 21% que manguaçaram antes de tentar o suicídio tinham bebido Kaiser ou Nova Schin. A pesquisa falhou em não perguntar.

quinta-feira, março 13, 2008

Pesquisa comprova: não beber faz mal

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Agora é fato: ser abstêmio é prejudicial à saúde. Reportagem de Maggie Fox, da Reuters, sentencia que "pessoas que não bebem álcool podem ter uma razão para finalmente começar". Segundo ela, um estudo publicado semana passada no Estados Unidos mostra que quem não bebia e agora o faz, esporadicamente, vive mais e é menos propenso a doenças cardíacas. As pessoas que começaram a beber na meia-idade têm 38% menos chances de problemas cardíacos graves, inclusive enfartes, do que os abstêmios - mesmo quando essas pessoas são obesas, diabéticas, hipertensas e têm outros agravantes, segundo a pesquisa coordenada por Dana King, da Universidade Médica da Carolina do Sul, em Charleston.

Muitos estudos já demonstraram que é mais saudável beber moderadamente do que ser abstêmio, mas sempre os cientistas alertavam que não havia razão para alguém começar a beber. Agora, talvez haja. "Este estudo certamente desequilibra um pouco a balança", disse King. A equipe estudou prontuários médicos de 7.697 pessoas de 45 a 64 anos, que participaram de um estudo maior e inicialmente eram não-alcoólicos. No decorrer de dez anos, 6% dos voluntários começaram a beber, segundo o artigo publicado por King e seus colegas no American Journal of Medicine.

"Nos quatro anos seguintes, monitoramos os novos bebedores e quando os comparamos com os não-bebedores persistentes, havia uma queda de 38% no surgimento de novas doenças cardiovasculares", afirmou King, sem saber explicar por que essas pessoas começaram a beber. Esses resultados se mantinham mesmo quando os pesquisadores levavam em conta fatores como tabagismo, hipertensão, obesidade, raça, educação, sedentarismo e colesterol. Vários voluntários tinham mais de um fator de risco cardíaco e mesmo assim se beneficiavam do consumo de álcool.

Em outras palavras, "ao bar!".