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sexta-feira, novembro 27, 2009

Forte pra cachorro

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Agora ouvi conversa: a cervejaria escocesa BrewDog criou o que considera ser "a cerveja mais forte do mundo", a Tactical Nuclear Penguin, com 32% de teor alcoólico - resultado de um processo de produção de 16 meses. No blog da cervejaria, o diretor James Watt alerta que a bebida deve ser consumida em pequenas quantidades, como o uísque. O anúncio de lançamento indica que apenas 500 garrafas de 330 ml foram produzidas (metade será vendida por 35 libras e as demais custarão 250 libras, com direito a uma participação na empresa). Curioso é que, em julho, quando a BrewDog lançou no mercado britânico a Tokyo*, com 18,2% de teor alcoólico, e foi duramente criticada por instituições de combate ao alcoolismo, justificou dizendo que essas cervejas mais fortes vão ajudar a combater a cultura do consumo rápido de grandes quantidades de bebida. Definitivamente, eles subestimam a sede e o fígado dos futepoquenses...

Ps.: Aliás, falando em cervejas britânicas, escrevi esse post degustando uma garrafa da inglesa Christmas Ale, da cervejaria Shepherd Neame, a mesma produtora de outras duas marcas já comentadas por mim neste espaço. Não chega ao exagero de álcool da nova bebida escocesa, mas tem 7%, bem mais que as brasileiras. O que posso dizer é que nunca bebi uma cerveja tão amarga. Tem gosto muito forte de chope e coloração de caramelo. O engraçado é que faz tanto frio aqui em Dublin que tirei a cerveja da prateleira, no supermercado, e, quando cheguei em casa, não precisei botar na geladeira. Tava no ponto. Um brinde!

terça-feira, novembro 24, 2009

Medida preventiva

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Hoje perguntei ao meu professor por que raio de motivo os banheiros aqui na Irlanda não têm tomada nem interruptor de luz (sempre ficam do lado de fora). Ele disse que os bêbados morriam eletrocutados aos montes, daí o governo baixou uma lei (!) proibindo tomadas e interruptores nesses recintos. Meu Deus! Fico imaginando, nesses séculos, quantos desastres os manguaças daqui já provocaram. Agora faz sentido a bandeira de Dublin ter 3 castelos pegando fogo...

quarta-feira, novembro 18, 2009

Odeio muito tudo isso

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Dentro do ônibus aqui em Dublin, vindo do Centro para a região do Phoenix Park, vi uma propaganda que me chamou a atenção. Uma conhecida cadeia estadunidense de fast food (não é a do palhaço Ronald nem a da cabana de pizza) anuncia um sanduíche com fritas mais refrigerante por 3,95 euros - cerca de 9 reais - com o seguinte slogan:

Make like a bandit! You'll feel like robbered us.
(Faça como um bandido! Você vai se sentir como tendo nos assaltado.)


Vem cá, eu posso ser chato (e sou), mas, levando em conta que as crianças são as principais vítimas dessas propagandas apelativas (e dessas porcarias fast food), isso aí não é glamourização do crime, não? Me parece a mesma lógica canalha do "levar vantagem". Seja ladrão, seja "esperto". Exagero meu?

sábado, outubro 17, 2009

Aproveite quando alguém mandar você tomar no...

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domingo, setembro 27, 2009

Arthur's Day e a Guinness Storehouse

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Quinta-feira, 24 de setembro, os bêbados saíram às ruas de Dublin para comemorar os 250 anos da cervejaria Guinness, o chamado Arthur's Day (em homenagem ao fundador). Verdadeiras hordas de manguaças invadiram o Temple Bar, região que concentra a maior parte dos pubs e night clubs (foto abaixo). Eu fui lá conferir e, pra não passar em branco, tomei uma Red Ale de fabricação própria no pub Porterhouse, seguida - óbvio - de uma Guinness no recomendável pub Sinè. Nunca vi tantos copos, garrafas e latas espalhados por toda a cidade. Neguinho andando torto, catando frango, aos montes.


No dia seguinte, sexta, ocorreu a chamada Cultural Night, evento anual em que, das 17h as 23h, vários pontos turísticos e atrações tem entrada gratuita, como a biblioteca da universidade Trinity, o castelo de Dublin, as catedrais de Saint Patrick e Christ Church, museus, galerias, enfim, muita coisa legal. Eu fui direto para a Guinness Storehouse, uma visita que planejava há tempos mas nao estava disposto a pagar os 11 euros do bilhete para estudantes. O lugar é fantástico, mostra toda a história, o processo de fabricação, os maquinários antigos e atuais, os ingredientes, os barris, tudo de forma interativa, com vídeos, telões, painéis (é possivel, inclusive, fabricar sua propria Guinness para beber, no local). Mas o grand finale foi reservado para a cobertura do prédio, que tem a visão panorâmica mais bonita de Dublin. Lá, copos de Guinness na faixa me esperavam - na verdade, recebi apenas um ticket (foto ao lado), mas minha amiga italiana Chiara declinou da cerveja e me presenteou o dela. Vejam abaixo algumas imagens do local.

Caldeira antiga no primeiro andar

Cascata no segundo andar do prédio

Barris que antes estocavam a cerveja

Visitantes e o telão no quarto andar

No quinto andar, painel interativo

Pub na cobertura, com visão panorâmica

Um manguaça na cadeira do Arthur Guinness

quarta-feira, setembro 16, 2009

Será que alguem bebeu além da conta?

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Estava indo para a biblioteca pública aqui em Dublin, perto das 3 da tarde (11 da manhã no Brasil), quando aconteceu um acidente inacreditável. O Luas, espécie de metrô de superfície, bateu em cheio na lateral de um ônibus em um dos pontos mais centrais da cidade (veja abaixo). Passei um tempo observando os bombeiros cortando as ferragens para retirar as vítimas.


O local fica a uma quadra da escola onde estudo, na O'Connell Street, e a uns 50 metros do extinto cinema onde os Beatles se apresentaram há 45 anos, na Abbey Street (veja foto à direita, de um dia normal). Pelo menos 21 pessoas se feriram, três gravemente - o condutor do trem e duas mulheres que estavam no ônibus. O estranho é que o Luas (trem) passa por esse cruzamento "devagar quase parando", como dizemos no Brasil, e ainda toca um sino avisando sua aproximação. Os veículos e pedestres sempre atravessam por ali com o máximo de cuidado possivel. Para colidir dessa forma, o trem devia estar numa velocidade incomum. Sei lá. Será que algum dos motoristas bebeu além da conta? Ou foi excesso de sobriedade?

sexta-feira, agosto 28, 2009

A ciência do óbvio: abstêmios são mais depressivos

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Saboreando uma deliciosa lata de Guinness (presenteada por um chapa) aqui no bunker (a cozinha do porão onde moro), me deparo com a seguinte notícia no tablóide local: cientistas britânicos e noruegueses comprovaram que os teetotallers - abstêmios ou, pra tentar ums gíria nossa, os de "bico seco" - tendem a ter as piores e mais inadequadas relações sociais, ou pior, alta deficiência de sociabilidade. E, consequentemente, altos níveis de ansiedade e depressão, problemas mentais e de saúde.

"Não-bebedores são mais sombrios e tem menos amigos. Nós vemos que esse grupo é socialmente menos ajustado do que outros", diz o líder da pesquisa, Dr. Eystein Stordal, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. "Geralmente, quando as pessoas estão com amigos, é mais aceitável nas sociedades ocidentais beber do que não beber. Mas o cientista faz uma observação beeem moderada: "As pessoas mais felizes são aquelas que costumam beber duas taças de vinho, uma garrafa de cerveja ou uma dose de spirits (bebida destilada) por semana". Quem consegue beber só isso?

A pesquisa abordou um público significativo de 40 mil noruegueses sobre sua saúde mental e física e consumo de álcool no período de duas semanas. Do total, 15,8% dos abstêmios disseram que sofrem de depressão, e 17,3%, de ansiedade. A maioria é composta por mulheres e pessoas mais velhas (e também confessaram ter outros problemas de saúde). Os cientistas derrubaram um mito: "A depressão é muito mais frequente entre os abstêmios do que entre aqueles que consomem altas quantidades de álcool".

Ps.: Falando em Guinness, foi lançado ontem, aqui na Irlanda, um selo comemorativo aos 250 anos da cervejaria, com o rosto do fundador, Arthur Guinness. O lançamento foi feito na cervejaria St. James's Gate, em Dublin. Para a arte do selo, foi usado um retrato do século 18 (à esquerda). Com o sabor inigualável da stout irlandesa ainda reverberando em minhas (felizes) papilas gustativas, só posso brindar à bela iniciativa - e em bom gaélico: Slantcha!

sábado, agosto 22, 2009

2% de teor alcoólico

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Ontem saí para bater perna aqui por Dublin e, com dó de minha abstinência involuntária, Deus deixou uma moeda de 2 euros no meu caminho próximo a Harcourt Street, na esquina onde um café botou um cartaz anunciando uma vaga para atendente. Ato contínuo, marchei para o glorioso Tesco, o supermercado (pra lá de) popular que garante a sobrevivência da maioria dos brasileiros aqui - com produtos como o miojo de 13 cents, a unidade de hamburguer a 11 e a pizza a 75. Mas, numa sexta-feira (e há um bom tempo sem molhar a palavra), fui atrás mesmo da imprescindível loirosa gelada.

Já sabia, de antemão, que meus parcos 2 euros renderiam apenas uma lata de 500 ml. A cerveja genérica vendida por esse mercado, Bière Especiale, estava por 3,99 a caixa com 8 garrafinhas de 250ml, o dobro das minhas finanças. Mas eis que surgiu uma luz no fim da goela, digo, do túnel: um latão de cerveja lager do Tesco (foto), por 1,69 a pack com 4 unidades, ou dois litros. Dava 42 cents por lata, ou pouco mais de 1 real. Haleluia! E ainda sobrou um troco pra comprar uma Tesco Cola de dois litros, por 29 cents, para amenizar a ressaca posterior. Porém, quando cheguei em casa, pude constatar, mais uma vez, que ''quando a esmola é grande, o santo desconfia'': a cerveja que comprei tinha só 2% de teor alcoólico. Buenas, cavalo dado (ou produto comprado com dinheiro achado na rua), não se olha os dentes (ou quantidade de álcool). Fazer o que? Bora beber. Quem não tem Carlsberg, caça com Tesco Lager...

quinta-feira, agosto 20, 2009

Intolerância

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Se fosse no Brasil, isso resultaria numa descarada desobediência civil.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Linguagem universal

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Outro dia eu estava saindo do supermercado, aqui em Dublin, e um velhinho bêbado veio em minha direção e exclamou: "-Opa!". Obedecendo ao inusitado chamado do destino, dei meia volta e comprei meia dúzia de cervejas.

terça-feira, julho 21, 2009

Serviço de inutilidade pública informa:

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Complementando o post anterior, o Real Madrid venceu o Shamrock Rovers por 1 a 0 ontem, com gol de Benzema aos 42 do segundo tempo. Cristiano Ronaldo (foto) não fez praticamente nada em sua primeira partida pelo clube espanhol. Ao chutar uma falta quase pra fora do acanhado campinho de Tallaght, a torcida irlandesa não perdoou e comecou a tripudiar: "Who are yah? - Who are yah?" ("Quem e voce? - Quem e voce?"). A derrota pelo placar mínimo soou como vitória para os 10 mil beberrões que viram o sonolento embate.

sábado, julho 18, 2009

O Real Madrid joga em Dublin segunda-feira. E daí?

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Opa! Aproveitando 5 minutinhos de internet, comento aqui o "fenomenal" "amistoso" (jogo-treino já é muito esforço de boa vontade) entre o todo-poderoso Real Madrid e o Shamrock Rovers (quem?!??) aqui em Dublin, na segunda-feira. O jogo será em Tallaght, a 5 minutos de onde moro - mas os ingressos sumiram há muito tempo. Tem gente que diz que começou pelo preço módico de 10 euros (cerca de R$ 30), mas chegou a 200 euros. Não duvido que tenha começado com um preço tão baixo, pois o futebol não empolga muita gente aqui na Irlanda. Prova disso é que o tal Shamrock é um dos dois clubes mais populares, ao lado do Bohemians, e ninguém nunca ouviu falar deles. O esporte aqui é o rugby. Questionado pela imprensa, o neo-galático Cristiano Ronaldo foi sincero: "Honestamente, nao conheço nada do futebol irlandês". E, durante coletiva na cidade de Co Kildare, onde o time vem treinando desde o dia 14, nem deu certeza de que estará no tal "amistoso". Tudo bem. Tirando um bando de crianças, mais motivadas pelo superstar português do que pelo time do Real Madri, quase ninguém foi até lá para tietar. E em Dublin, ninguém fala sobre o jogo de segunda. Acho que os espanhóis vieram aqui mais pra tomar umas Guinness...

quarta-feira, julho 08, 2009

Deem uma chance ao fermento

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Notícia assustadora no Metro, tablóidezinho gratuito semelhante ao que é distribuído (ou pelo menos era) nas ruas de São Paulo: a greve dos eletricistas na Irlanda pode matar todo o fermento da cervejaria Guinness aqui em Dublin - e demoraria de três a quatro semanas para a produção ser retomada (!). A manchete do jornal ainda faz um trocadalho com o título de uma famosa música do John Lennon: "Give yeast a chance" (tradução no título do post). Na segunda-feira, 10,5 mil membros da União dos Técnicos e Engenheiros Elétricos decidiram cruzar os braços, reivindicando 11,3% de aumento nos salários. A companhia de bebidas Diageo, dona da Guinness, entrou no mesmo dia com uma ação na Alta Corte. Sem os trabalhadores para fazer o manejamento necessário, o fermento usado na Guinness poderia morrer em quatro dias. Ou seja: nesta quinta-feira. Enquanto nada se resolve, os bêbados aguardam com os copos nas - mais do que nunca - trêmulas mãos...

sábado, junho 20, 2009

Mais James Joyce

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Prometo que, daqui pra frente, não encherei mais o saco falando sobre o escritor irlandês James Joyce, como já fiz em outros posts. Acontece que, como não poderia deixar de ser, o homem é onipresente aqui em Dublin. Muitas de suas estorias se desenrolam pela cidade e os personagens citam as ruas e os lugares por onde passam. Por esse motivo, esses locais foram marcados com placas de bronze no chão, como a da foto abaixo, feita em frente ao prédio Ballast House.


Um dos locais mais visitados em Dublin é o parque Saint Stephen's Green, na região central, próximo ao tradicional Trinity College e a famosa Grafton Street. Em Dublineses, Joyce menciona um pub dessa região. Estou lendo uma edição argentina que ganhei de presente e, por isso, a tradução de um trechinho do conto ¨Dois galantes¨ é aproximada:

Quando chegou a esquina da Rutland Square, dobrou a esquerda e se sentiu mais cômodo na obscura e silenciosa rua cujo aspecto sombrio se adaptava a seu estado de ânimo. Por fim se deteve diante da janela de um negócio sobre o qual se viam as palavras Refreshment Bar, escritas em letras brancas. Havia dois cartazes oscilantes por trás do vidro das janelas: Ginger Beer e Ginger Ale.

Pois bem, chega de falar em Joyce, figura que trombei perto da Henry Street (foto abaixo). No próximo post volto a falar só de cerveja. See you!

sexta-feira, junho 19, 2009

O pecado mora ao lado

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Estou hospedado por uns dias no apartamento de uns amigos que, acreditem ou nao, fica em frente a fabrica da cerveja Guinness. A foto abaixo mostra a visao que temos do corredor: centenas de barris de 50 litros a espera do transporte para os pubs - ah, se eu pudesse pegar pelo menos um....



Alem da tortura de olhar esse tanto de cerveja sem poder fazer nada, o cheiro que sai das chamines da fabrica (a direita) é absolutamente podre e empesteia toda a redondeza - uma mistura de pao embolorado, fermento azedo e cerveja estragada. O odor é tao porco e forte que, por vezes, minha amiga Agnes olha para mim e para o amigo Artur e pergunta, indignada: "-Qual dos dois foi o mal educado?". Sempre respondemos que é a Guinness e que nao temos nada com isso (muitas vezes temos, mas a cervejaria funciona como desculpa). Quando estamos de ressaca, o cheiro ruim da fabrica embrulha ainda mais nossos calejados estomagos.

Ontem resolvi fazer essas fotos aqui para o blogue. Consegui entrar no patio e clicar os barris (a esquerda). O vaivem de caminhoes é intenso, o dia todo. A Guinness esta comemorando 250 anos e, no muro do patio de deposito, a beira do rio Liffey (que corta Dublin), ha uma placa falando sobre os navios que embarcaram barris de cerveja naquele local por quase um seculo (foto maior, abaixo). O complexo industrial tem uma area mais ou menos do tamanho de quatro ou seis quarteiroes ai do Brasil. Proximo a fabrica ha uma construcao bem antiga que, ha quase 300 anos, demarcava o final da cidade, como uma especie de posto de vigilancia.



A rua onde estou hospedado, Watling Street, tambem tem suas historias e, como quase tudo nessa cidade, é citada na obra "Ulisses", de James Joyce. Ha uma placa indicando o trecho do livro, que tambem fotografei:


No mais, sigo em busca de novas cervejas e, recentemente, experimentei num pub a holandesa Heineken (tirada na torneira é bem diferente da de lata ou garrafa), a dinamarquesa Carlsberg (idem) e a melhor delas, a irlandesa Smithwick's. Mas isso é assunto pra outra hora - ou rodada. Slantcha!

quinta-feira, junho 18, 2009

NÃO vandalize a bóia salva vidas!

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Infelizmente, bêbados nao costumam respeitar advertencias...


...e também não gostam muito de concordar - nem com as estátuas!

quarta-feira, junho 17, 2009

Duas holandesas e uma francesa

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Quem dera fossem loiras de carne e osso, mas o post refere-se, mais uma vez, às cervejas que venho bebendo aqui pela Irlanda. Num sábado chuvoso, preparei um macarrão com sardinha (a mussarela daqui é bem diferente) e abasteci a geladeira com duas latas de 500ml da holandesa Amstel, meia dúzia da compatriota Dutch Gold (fotos à direita) com a mesma medida e mais uma caixa com oito garrafinhas de 250ml de uma cerveja "genérica", francesa, intitulada apenas como Bière Especiale. As duas holandesas quase não tinham muita diferença, apenas a Amstel tem uma cor dourada um pouco mais escura. São boas, um bom investimento por um custo variável de 1,75 a 1,90 euro a lata. Ambas tem 4,2% de teor alcoólico.

Já a Bière Especiale, que estou bebendo na foto ao lado, é uma curiosa seleção do supermercado popular Tesco, que salva a vida dos brasileiros aqui. Essa rede tem bilhões de produtos como marca própria, de comida a vestuário, produtos de limpeza, cosméticos, enfim, todo tipo de coisa - inclusive cerveja. O rótulo da simpática garrafinha (parece um guaraná caçulinha brasileiro) nada diz além da procedencia francesa. Mas a cerveja tem um amarguinho interessante e um gosto muito bom, realmente compensa os 5,49 euros pagos pela caixa com 8 unidades. O teor alcoólico é maior do que o das holandesas: 4,8%. Virei fã de carteirinha...

Voltei a beber a Bière Especiale na despedida do hostel (albergue) Isaac's, quando conheci a tal velhinha Margareth (a direita). Entre as quase três dezenas de músicas de bar que ela cantou, consegui recuperar a letra de uma delas, talvez a mais tradicional, "The wild rover" ("O vagabundo selvagem"): "I've been a wild rover for many a year/ And I spent all my money on whiskey and beer/ And now I'm returning with gold in great store/ And I never will play the wild rover no more/ And it's no, nay, never (4 claps)/ No nay never no more/ Will I play the wild rover/ No never no more" - o que significa, numa tradução aproximada: "Eu fui um vagabundo selvagem por mais de um ano/ E eu gastei todo o meu dinheiro com uísque e cerveja/ E agora estou voltando com ouro em uma grande loja/ E eu nunca vou bancar o vagabundo selvagem de novo/ E não, nem, nunca (4 palmas)/ Nao nem nunca não mais/ Vou bancar o vagabundo selvagem/ Não nunca jamais".

terça-feira, junho 16, 2009

O dia de Leopold Bloom - ou Nora Barnacle...

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Hoje comemora-se o Bloomsday aqui na Irlanda, em homenagem ao personagem literário Leopold Bloom, de James Joyce. É o único feriado em todo o mundo dedicado a um livro, com exceção da Bíblia. No classico "Ulisses", o escritor irlandes relata 16 horas da vida de Bloom no dia 16 de junho de 1904. A escolha de Joyce nao foi nada prosaica: nessa data, ele fez sexo pela primeira vez com sua futura companheira Nora Barnacle (a direita), uma virgem de 20 anos. Em uma carta escrita mais tarde, ele observou que Nora teve medo de chegar ao final e o masturbou "com os olhos de uma santa". Pode-se, portanto, apelidar esse feriado irlandes de Noraday ou Holyfingersday, algo do gênero...

Pelas ruas de Dublin, podemos ver hoje dezenas de pessoas, do mundo inteiro, vestidas com roupas do início do século passado (à esquerda). Varios eventos ocorrem o dia todo pela cidade, enquanto entusiastas, simpatizantes, turistas, desocupados e bêbados relembram os acontecimentos vividos pelos personagens em 19 ruas da capital irlandesa citadas em "Ulisses". Nao se sabe ao certo a origem desse feriado literário. Alguns apontam 1925, três anos após o lançamento do livro, outros dizem que foi na década de 1940, logo após a morte de James Joyce. Mas a hipótese mais aceita indica que foi em 1954, na data do quinquagésimo aniversário do dia retratado no livro.

Como nao poderia deixar de ser, um livro escrito por um irlandês e ambientado em Dublin não poderia excluir a manguaca. O capitulo 12 narra uma visita ao Barney Kiernan's Pub, célebre no início do século XX (foto abaixo). "- Come around to Barney Kiernan's, says Joe. I want to see the citizen." ("- Vamos até o pub Barney Kierna's, disse Joe. Eu quero ver o cidadão."). Se o bar ainda existisse, na rua Little Britain, e alguém me emprestasse 5 euros, bem que eu arriscava uma Guinness por lá...

segunda-feira, junho 15, 2009

Cerveja australiana na jarra e polonesa na garrafa

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Dando sequência a série que o camarada Anselmo batizou amigavelmente de ¨Eu e minhas cervejas¨, fui outro dia com dois amigos a um pub que vende a australiana Foster's em jarras de 2 litros, o que dá um pouco mais de três pints, o copo padrão dos pubs. Sai por 10 euros. Como o companheiro DeMarcelo já observou em um comentário, a Foster's é muito consumida aqui na Grã-Bretanha. Trata-se de uma cerveja clara mas encorpada, com gosto distinto de cereais e malte. Até perguntei mais detalhes para a garçonete piauiense Adriane, mas ela não sabia. No site da cerveja australiana consta que a versão lager possui 5% de teor alcoólico, mas parece que é a envasada em lata - e não sei se há diferença para a que é tirada no balcão do pub para onde nos dirigimos. Mas, enfim, foi uma boa escolha.

Assim como a polonesa Tyskies, que tomei em meu último dia no hostel Isaac´s, com direito a churrasco (barbecue ou BBK, como eles abreviam) de hamburguer, som ao vivo, gente do mundo inteiro e bagunça até mais de meia-noite. Conheci uma velhinha irlandesa bem simpática - e bêbada, como não poderia deixar de ser - chamada Margareth, que cantou pra nós 27 hinos do tradicional cancioneiro de bar de Dublin. Ela pediu segredo sobre seu nome e nos instruiu a chamá-la de Linda, pois, pelo pouco o que entendi, havia um galanteador querendo rastrear sua vida (pelos únicos três dentes que ela tinha na boca, acho mais provável tratar-se de delirium tremens). Mas foi depois que a velhinha sumiu e que nos aproximamos de uma mesa com sete polonesas e dois caras meio manguaçados que provei a tal Tyskie. É amarelo escura, forte (5,6% de teor alcoólico) e bem amarga. Gostei. Antes havia bebido uma cerveja francesa, mas essa já será outra história. Salut!

sábado, junho 06, 2009

Cerveja ajudou músico a impressionar McCartney

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Outro dia escrevi sobre o único show que os Beatles fizeram em Dublin, Irlanda, em 1963. Curioso sobre o assunto, acabei encontrando na livraria pública "The Beatles and Ireland" (à esquerda), de Michael Lynch e Damian Smyth, sobre todas as possíveis relações da banda inglesa com o país vizinho - a comecar pelos antepassados de John, Paul e George, todos irlandeses. Depois de descrever os shows em Dublin e em Belfast, o livro fala sobre visitas esporádicas de cada beatle à Irlanda até 2003 e narra fatos pitorescos como a compra de uma pequena ilha do litoral irlandês por John Lennon, em 1967, chamada Dorinish. O local funcionou como acampamento hippie por dois anos, até 1971, e acabou sendo vendido pela viúva Yoko Ono em 1985.

Lá pelas tantas, os autores enveredam pela simpatia declarada de John e Paul, em 1972, pelo grupo paramilitar católico e reintegralista IRA (Irish Republican Army), que luta pela separação da Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexação à República da Irlanda. Na época, Lennon lançou as canções "The Lucky of the Irish" ("A sorte dos irlandeses") e "Sunday Bloody Sunday" ("Domingo Sangrento Domingo") e McCartney, "Give Ireland Back to the Irish" ("Deem a Irlanda de volta para os irlandeses"). Foi exatamente nesta época que o guitarrista irlandes Henry McCullough foi chamado para a primeira formação dos Wings, a banda de Paul pós-Beatles.

E ele conta um segredo sobre seu teste para admissão: "Recebi um telefonema de Ian Horne, meu roadie, pedindo para eu ir a um ensaio no dia seguinte. Eu tinha bebido um monte de pints [copo padrao de 500ml] de Guinness [cerveja irlandesa] antes de ir lá pela primeira vez. Isso ajudou muito!". Segundo McCullough, depois de tocar alguma coisa do velho rock'n'roll, como "Blue Moon of Kentucky" (um dos primeiros hits de Elvis Presley) e "Lucille" (de Little Richard, ídolo de Paul), o teste partiu para o reggae e musicas de McCartney daquela época. Foi então que o ex-beatle comecou a tocar uma música inédita. "Eu perguntei a Paul o que fazer e ele apenas disse 'Estamos só tentando alguma coisa' - e continuou tocando. Nos o seguimos e, pouco depois, uma nova canção estava escrita. Ela foi feita naquele teste", lembra McCullough. Para ele, foi literalmente uma "prova de fogo", pois conseguiu improvisar e compor com "um monte de Guinness" na cabeca.

Wings, 1972. A partir da esquerda: McCullough, Denny Laine (guitarrista), Denny Seiwell (baterista), Linda (teclados) e Paul McCartney (baixo)