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terça-feira, dezembro 10, 2013
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sexta-feira, agosto 23, 2013
Ainda sobre homofobia
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Reproduzo trecho de notícia publicada hoje pelo site do Estadão:
Ônibus da frota de transporte coletivo de São Paulo vão exibir nos próximos dias um vídeo institucional para lembrar o Dia da Visibilidade Lésbica, comemorado anualmente no dia 29 de agosto. A exibição terá duração de oito dias, com início previsto para este sábado, 24. Vai envolver mil ônibus. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Coordenação de Políticas LGBT, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, e a SPTrans, da Prefeitura de São Paulo. O vídeo, de 30 segundos, foi produzido com a participação de ativistas. Sem áudio, apresenta mulheres exibindo cartazes nos quais se lê: “Sou mulher. Sou lésbica. Sou bissexual. Sou cidadã. Sou filha. Sou mãe. Trabalho. Estudo. Tenho direitos e quero respeito.” Ao final, aparece a mensagem que norteia essa e outras campanhas que devem vir por aí: ”Na São Paulo que a gente quer não cabe homofobia.”
Iniciativa mais do que bem vinda (e necessária) se levarmos em conta que, segundo uma pesquisa divulgada ano passado pela Secretaria de Estado da Saúde, nada menos que 70% dos homossexuais da capital paulista já sofreram algum tipo de agressão. E a discussão sobre homofobia e decorrente enfrentamento (em todos os setores da sociedade) parecer ser uma pauta que, tomara, veio pra ficar.
sexta-feira, novembro 09, 2012
Eleições 2012: Luta por respeito a diversidade ganha espaço em SP
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Faz mais de dez dias que São Paulo elegeu
Fernando Haddad (PT) prefeito e, para muitos, antecipou a aposentadoria
política de José Serra, nome maior do PSDB. Fatos nada
corriqueiros, que merecem visita mais demorada – ainda que atrasada
– destes ébrios escribas. Este manguaça em particular teve uma
pequena mas muito cansativa participação na campanha de Haddad, que
ainda precisa de uma melhor elaboração. Assim, após algumas noites
de sono, soltarei alguns textos sobre o processo eleitoral aqui e no
país.
Não foi o primeiro derretimento da campanha, que viu Serra sair de 30% para 18% nas pesquisas, enquanto Russo crescia e se consolidava na liderança, atingindo 35% e lá ficando mesmo com as sucessivas e cada vez mais violentas porradas vindas de todo lado. Enquanto isso, Haddad patinou primeiro em 3%, depois em 8%, até estacionar em 15%, onde ficou até a última pesquisa Ibope, que trouxe a surreal situação de um triplo empate na liderança, todos com 22%.
A queda de Russomanno na reta final se deve principalmente a dois fatores. No campo partidário, o PT aproveitou-se da clara inconsistência do projeto do adversário e foi pra cima da proposta elitista da tarifa de ônibus proporcional ao percurso percorrido, que escancarou o conceito de “justiça” do candidato, similar ao de Serra, figura absolutamente detestada na periferia paulistana.
O outro ponto é mais interessante, e passa pela luta religiosa que desde 2010 tem aparecido nos processos eleitorais. Dessa vez, no entanto, o obscurantismo encontrou uma reação nova na sociedade, que pode apontar dias melhores para quem prefere uma sociedade que respeite sua diversidade.
Obscurantismo
Russomanno e Serra protagonizaram durante toda a campanha uma disputa pelo apoio de igrejas evangélicas variadas. Valdemiro Santiago, bispa Sônia e outras lideranças religiosas foram tão ou mais disputados do que os partidos. Já de fábrica, Russomanno trazia o apoio da Universal de Edir Macedo, carnalmente ligada ao seu PRB - o candidato passou toda a campanha a minimizar tal ligação com a IURD, religião professada que reúne apenas 6% do partido, segundo ele, deixando de lado que estes controlam 80% dos cargos diretivos. Serra trouxe de 2010 a simpatia da parcela mais conservadora da Igreja Católica - ainda que dividida com o carola Gabriel Chalita.
O ataque froontal veio dos católicos. O cardeal-arcebispo dom Odilo Scherer divulgou texto acusando o coordenador da campanha do PRB e bispo da Universal, MarcosPereira, de "fomentar a discórdia" e ofender os católicos por conta de uma postagem no blog do político de 2011 em que ele afirma que os católicos tiveram ligação com o projeto Escola Sem Homofobia, mais especificamente com um conjunto de materiais que seria distribuído a professores e que passou a ser tratado pejorativamente como “kit-gay” pelos opositores. Desenvolvido pelo MEC na gestão Haddad, o kit que visava combater o bullying homofóbico nas escolas foi engavetado por Dilma após pressões da bancada evangélica – episódio que frustrou o movimento LGBT e levou parte de seus militantes para a oposição.
O tema esteve presente em toda a campanha como fonte de ataques contra Haddad nos bastidores, especialmente nas redes sociais. Mas este foi o primeiro momento em que alcançou o centro da discussão. O obscuratismo mostrava sua força.
O ataque foi sentido por Russomanno que teve mais um lance religioso envolvido em sua derrocado. Seu padrinho não assumido, Edir Macedo, resolveu explicitar sua posição com dois textos de apoio a Russomanno com críticas homofóbicas a Haddad. O apoio pode ter saído pela culatra, aumentando a rejeição candidato entre católicos e evangélicos de utras denominações. Mas a reação mais interessante veio do outro lado dessa disputa e ajudou a arejar o ambiente.
Grupos de ativistas virtuais e de luta pelos direitos humanos, dentre os quais destaca-se o coletivo Fora do Eixo, viram em Russomanno a imagem do preconceito, da homofobia, do machismo, da tomada do Estado por grupos religiosos. Foram vários dias de tuitaços #AmorSIMRussomannoNÃO, que culminaram com um festival de mesmo nome que reuniu milhares de pessoas na Praça Rossevelt, recém-reformada por Kassab.
Se a ofensiva do PT buscou principalmente os votos tradicionais do partido nas periferias, que estavam com Russomanno, a mobilização do “amor” elevou a rejeição ao candidato no centro expandido. Foi uma mobilização importante por afirmar o desejo de uma parcela expressiva da classe média por uma cidade mais humana, mais inclusiva, com mais respeito à diversidade.
O alvo ficou mais claro quando Serra, como em 2010, buscou apoio no conservadorismo religioso. O símbolo desta vez foi a vinda a São Paulo do pastor carioca Silas Malafaia, um dos nomes mais destacados da homofobia nacional. A presença do tele-evangelista da Assembleia de Deus trouxe para o centro do debate o tal do "kit-gay".
A hipocrisia de Serra foi desmascarada por matéria de Mônica Bergamo, que revelou a existência de um programa semelhante aplicado pelo governo de São Paulo na gestão Serra, inclusive elaborado pela mesma ONG. Curiosidade: também foi Bergamo que deu destaque à ex-aluna de Monica Serra que denunciara o suposto aborto feito pela sempre-futura-primeira-dama no Chile. O reacionarismo e a hipocrisia custara a Serra o recorde de 52% de rejeição registrado pelo Datafolha, só superado por Paulo Maluf e Fernando Collor em toda a história registrada pelo instituto.
quarta-feira, novembro 30, 2011
João Doria Junior: candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB?
Compartilhe no Facebook A quantidade de piadas, pilhérias e galhofas que se pode fazer com a possibilidade do empresário-apresentador e promotor de passeios de cachorros ser o candidato tucano nas eleições de 2012 são inúmeras. Mas, dada a falta de tempo, só resta uma consideração: as más línguas dizem que ele é a cara de São Paulo... Segue a notícia abaixo:
João Doria entra na disputa paulistana
Por Raphael Di Cunto | De São Paulo
Valor Econômico - 30/11/2011
Com quatro candidatos postos para a Prefeitura de São Paulo e um cotado, mas que não assume oficialmente, o PSDB poderá ganhar outro nome para a disputa: o empresário e apresentador de televisão João Doria Júnior. O tucano teve o nome inserido em uma pesquisa de intenção de voto contratada pelo partido e afirma que tem interesse em concorrer caso perceba ter "densidade eleitoral".
Segundo Doria, tanto o convite para se filiar quanto o para ter o nome colocado na pesquisa partiram do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que ligou para ele para saber se haveria problema em acrescentá-lo na consulta. "Se o governador acha que tenho condições e se a pesquisa indicar uma boa popularidade, é uma alternativa que pode ser considerada", disse ao Valor.
Proprietário do Grupo Doria, jornalista e apresentador do "Aprendiz", na Rede Record, e do "Show Business", na Band, o empresário tem relação antiga com o PSDB. Foi secretário de Turismo de Mário Covas na Prefeitura de São Paulo em 1983 e se envolveu nas Diretas Já a pedido do ex-governador Franco Montoro, dois importantes líderes tucanos, mortos em 2001 e 1999, respectivamente.
Para Doria, ter densidade eleitoral significa obter um bom posicionamento na pesquisa entre os quatro pré-candidatos do PSDB que concorrem às prévias: os secretários estaduais José Aníbal (Energia), Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) e o deputado federal Ricardo Tripoli.
O empresário afirma que não teria problema em disputar as prévias, que devem ocorrer em março - a inscrição pode ser feita até um mês antes da votação. "Se houver disposição do governador e da base do PSDB [para que eu saia candidato], me disponho a disputar pelos meios democráticos", disse.
A pesquisa também inclui o ex-governador José Serra, que diz que só quer concorrer à Presidência, em 2014. Serra é tido como o mais capaz de viabilizar uma aliança entre o PSDB e o prefeito Gilberto Kassab (PSD).