Destaques

quinta-feira, maio 17, 2007

Som na caixa, manguaça! (Volume 14)

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Boteco do Arlindo

João Nogueira
(Composição: Maria do Zeca - Nei Lopes)

Gripe cura com limão, jurubeba é pra azia
Do jeito que a coisa vai
O boteco do Arlindo vira drogaria

O médico tava com medo que o meu figueiredo não andasse bem
Então receitou jurubeba, alcachofra e de quebra carqueja também
Embora fosse homeopatia a grana que eu tinha era só dois barão
Mas o Arlindo é pai d'égua, foi passando a régua, eu fiquei logo bão

Tem vinho pra conjuntivite, licor pra bronquite, cerveja pros rins
Assados e rabos-de-galo pra todos os males e todos os fins
O Juca chegou lá no Arlindo se desmilingüindo, querendo apagar
Tomou batida de jambo, recebeu o rango e botou pra quebrar

Batida de erva-cidreira se der tremedeira ou palpitação
Pra quem tá doente do peito faz um grande efeito licor de agrião
E toda velhice se acaba se der catuaba prum velho tomar
Meu tio bebeu lá no Arlindo e saiu tinindo pra ir furunfá

(Do LP “João Nogueira”, RCA Victor, 1986)

quarta-feira, maio 16, 2007

Kahn e Ballack viram vibradores na Copa

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Deu hoje na Reuters: O goleiro do Bayern de Munique Oliver Kahn e o meia do Chelsea e capitão da seleção alemã Michael Ballack receberão 50 mil euros cada da empresa Beate Uhse AG, maior operadora de sex shops da Europa. O caso é que a empresa vendeu, durante a Copa 2006, vibradores batizados com os nomes dos atletas sem autorização. Segundo o jornal alemão Sueddeutsche Zeitung, o valor das indenizações foi decidido quando os jogadores e a empresa chegaram a um acordo, em uma corte em Hamburgo. Os apetrechos se chamavam "Michael B." e "Oli K" .

Mídia são-paulina e assessoria de imprensa

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Do parceiro Observatório Verde, que se diz atento à cobertura a respeito do Palmeiras, mas termina, por motivos óbvios, reclamando da mídia sãopaulina sempre.

A relação de alguns jornalistas com certos clubes e seus grupos de poder beira o escândalo. Os espaços da mídia são usados para mandar recados, incitar a torcida contra treinadores, pressionar dirigentes, criar intrigas. Em troca, o jornalista ganha acesso privilegiado a informações. E isso se tornou tão corriqueiro que ninguém estranha mais. (...)
Vitor Birner parece estar passando dos limites. Vejamos um recente post em seu blog.
"Li e ouvi quase tudo sobre a participação de Juvenal Juvêncio na escalação do São Paulo na vitória contra o Goiás. Tentarei ser claro, pois os problemas de comunicação são mais do que normais. (...) Em suma, houve interferência de Juvenal Juvêncio, o que acho normal. Ele é responsável pelos sucessos e fracassos da instituição em todas as áreas e não apenas no futebol. Não poderia se omitir. (...)"
O que é isso? Assessoria de imprensa do Jardim Leonor? Birner é daqueles que têm inflado as qualidades da equipe comandada por Juvêncio. Inflado tanto que até os jogadores reconhecem que isso os deixa de salto alto. Declaração de Jorge Wagner à Folha:
“Acho que acabamos acreditando demais nos comentários que davam nosso elenco como um dos melhores do país, isso interferiu”, disse o meia. (...)

Até os são-paulinos reclamam da mídia excessivamente são-paulina.

Vinte centavos

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O ano era 1994. O Plano Real acabara de ser lançado e a candidatura Fernando Henrique Cardoso iria despontar na liderança das pesquisas nas semanas seguintes.

Reunidos numa fazenda no interior, o então concorrente da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva, e outros colegas de partido, retirados, trabalhavam planos para a disputa. Decididos que a nova moeda era um golpe passageiro, pensavam no que fazer.

Num encontro com um morador da região, eles ouviram elogios ao plano econômico.

— Mas rapaz, isso os caras tão fazendo é só pra ganhar a eleição. — apostava um dos integrantes da comitiva petista — Depois volta tudo, a inflação...

— Meu irmão, sabe quanto custa a pinga no boteco? — devolveu o morador — Vinte centavos!

Ali, o jornalista Ricardo Kotscho disse ter percebido que a disputa seria brava.

Copa América e as dispensas

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Kaká e Ronaldinho Gaúcho anunciaram esses dias que pediram dispensa da Copa América. Alegando necessidade de férias, as duas estrelas pediram para ficar de fora do torneio, para que repousem e mantenham sua forma física num melhor patamar.

Faz até algum sentido o pedido dos dois. Por mais que forcem a barra, a Copa América não é lá essas coisas. É um torneio divertido, simpático, mas ninguém vá chorar caso o Brasil dê algum vexame. E nem como "preparatório" serve muito - vale lembrar que um ano antes do pentacampeonato o Brasil fez uma campanha das mais ridículas no certame, sendo eliminado pela portentosa seleção de Honduras. A maior importância da Copa América está para jogadores mais jovens, que ainda precisam de espaço na seleção. Foi por essa via que Adriano e Júlio César garantiram vaga na Copa do Mundo.

Mas apesar disso cabe críticas ao comportamento de Kaká e Ronaldinho. Pra mim, o pior está no seguinte: pedindo dispensa da seleção antes da convocação, os dois demonstram uma certa arrogância um tanto quanto complicada. A impressão que dá é que eles estão acima do bem e do mal - e de outros bons jogadores que também poderiam vestir a amarelinha.

Dunga demonstrou desde o começo do seu trabalho que tá meio a fim de experimentar, de inovar e de dar uma cara nova à seleção. Que tal aproveitar esse "pedido" e colocar as duas estrelas na geladeira? Tenho certeza que eles não iriam se incomodar. Eu não iria.

terça-feira, maio 15, 2007

O eterno retorno

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Notícias dão conta de que o Corinthians está contratando o Vampeta. Bom, é mais uma que só o Dualib pode arranjar para você. Ou não? Levantamento feito pelos companheiros Glauco e Fredi mostra que não é bem assim, apesar de meu luminar presidente ser reincidente.

O Corinthians já contratou ex-ídolos pelo menos duas vezes, com Neto e Marcelinho Carioca, ambas com resultados ridículos. O São Paulo trouxe Raí de volta e ganhou o campeonato paulista de 1998, em cima do Corinthians. Depois, mais nada.

O Santos resgatou Serginho Chulapa e, em 2005, foi buscar na Grécia o craque Giovani. Não deu em nada, apesar de algumas boas atuações (uma contra o Corinthians, que pelo jeito gosta de perder de ídolos redivivos dos adversários).

Dunga voltou para o Inter em 1999 e a equipe quase foi rebaixada no Brasileirão. Mas quem a salvou foi o próprio capitão do tetra, marcando o único gol de uma vitória contra o Palmeiras de Felipão, em 1999. Palmeiras esse que deu mais sorte ao ressuscitar Edmundo, que está jogando muito bem.

Completando os times dos futepoquenses, o Atlético trouxe de volta Reinaldo, já em fim de carreira. E o Flamengo trouxe de volta o Vovô Júnior, que fez belo papel jogando de meia e volante. Já no ano passado, Sávio retornou e não jogou nada.

Agora, sobre o “reforço” Vampeta, o que dizer? Minha tendência é crer que será um grande fracasso. Não acredito que ele tenha fôlego para jogar de verdade. Vai ficar distribuindo bola (no que era bom) e fingindo que corre atrás de alguém. Nesse caso, esquece. Mas, mantendo a já comentada esperança, diz a matéria do IG que o Carpegiani aprovou o negócio. Espero que ele saiba o que está fazendo.

O campeonato nem começou e já vale R$ 1 bilhão

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Segundo a Máquina do Esporte (http://maquinadoesporte.uol.com.br/new/noticias.asp?id=5493), a TV do bispo, a Record, vai oferecer R$ 1 bilhão por ano para os clubes brasileiros pelos direitos de transmissão do Brasileirão. O valor seria mais de três vezes superior ao que os clubes recebem atualmente.

Se vai realmente pagar ou não (haja fiéis e fé para financiar), a proposta leva o futebol a outro patamar. Para a maioria dos clubes, a transmissão dos jogos já é a principal fonte de receita. Os maiores recebem entre R$ 15 e 20 milhões ano. Se vingar, poderão receber de R$ 50 a 60 milhões só com a TV.

Sem entrar no mérito se isso ajudaria a recuperar os clubes ou o dinheiro "sumiria" ou seria roubado no caminho (como costuma acontecer no Vasco), é interessante notar que a disputa entre as duas TVs pode ajudar os clubes a se reestruturarem. A disputa entre as TVS foi um dos principais fatores para que o futebol inglês passasse a ter os clubes mais ricos do mundo.

Provavelmente, a Globo vai dar um jeito de continuar com os direitos, até porque muitos clubes têm dívidas com a emissora. Mas pelo menos terá de abrir os cofres. E como seria bom ficar sem ouvir o Galvão pelo menos por um ano. Se bem que não sei quais seriam os locutores da Record nem os comentaristas. Tudo pode sempre piorar.

Campeonatos estaduais – No caso do campeonato mineiro, a Globo pagava até este ano R$ 2,5 milhões para todos os clubes. Atlético e aquele outro time azul ficavam com cerca de R$ 600 mil cada. Agora, a Globo teve de cobrir a oferta da Record, de R$ 15 milhões, e acabou renovando por quatro anos, com os maiores elevando suas receitas para cerca de R$ 4 milhões pelo campeonato.

Em São Paulo, houve verdadeiro leilão, já relatado no Futepoca, em que a Globo ofereceu à FPF R$ 40 milhões, incluindo os direitos para TV paga, por ano. A Record rebateu com uma proposta de R$ 70 milhões, forçando sua rival a contra-atacar com R$ 60 milhões em dinheiro mais R$ 10 milhões em espaço publicitário na última semana. Ainda assim, a Record manteve a oferta de R$ 70 milhões e acrescentou R$ 10 milhões em espaço publicitário, cobrindo a oferta da concorrente. Mesmo assim a Globo levou. Por quê?

Exterminador do futuro

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Vivi Zanatta/Agência Estado

Embora muito se insinue a respeito do gosto etílico do presidente Lula, a pose patética e a boca aberta no melhor estilo "Adrian, eu consegui" do glorioso Rocky Balboa, mostram que o governador de São Paulo José Serra também pode ser adepto da famosa canjibrina no almoço. Só alcoolizado pra pagar um mico desses...

Zico virou turco

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Do parceiro Blá-blá Gol.

Zico acaba de conquistar mais um título como técnico. Depois de quatro títulos brasileiros, uma Libertadores, um mundial de clubes, sei lá quantos estaduais e mais de 800 gols, o terceiro maior artilheiro da seleção brasileira ganhou mais uma taça neste domingo com a conquista do Fener(bahce). Também acho que ser campeão turco não é grande coisa, mas este foi o quarto título dele como treinador.
Na conta dos quatro títulos dos parceiros, vale, além da Copa da Ásia conquistada com o Japão em 2004, os torneios Copa Kirin (Japão/2004) e Copa Antalya (Fenerbahçe/2007). Não vou discutir a representatividade das conquistas para não ser lembrado a respeito da legitimidade da Copa Rio 1951.

No site oficial, de gosto estético duvidoso, o Galinho dedica o título a Didi e Parreira. Nada para o Zagallo, de quem foi auxiliar/coordenador em 1998, na França. É que o apelo é local. O criador da folha seca foi bicampeão em 1974 e 1975, enquanto o comandante do Tetra brasileiro atualmente no comando da Bafana-Bafana levou o "Fener" à glória em 1996.

Mas nada se compara a um título no ano do centenário que ainda o faz o maior campeão turco, com um à frente do Galatasaray. Melhor para o Zico.

segunda-feira, maio 14, 2007

Registro

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Duas frases do Juca Kfouri ditas agora no Linha de Passe da ESPN-Brasil:

- "Já passou da hora de o Simon parar" (de apitar)
- "O (Carlos Eugênio) Simon sempre erra pro mais forte." (Esse "mais forte" eu interpreto como o mais forte politicamente, e não necessariamente em termos de futebol, ludopédio, jogo em si.)

Só postei isso aqui porque acho que o futebol não pode continuar a ser decidido o tempo todo por uma autoridade autocrática, e corruptível, sempre corruptível, esse homem de preto maldito.

Como amante do futebol, eu tô de saco cheio de ter que aceitar essa autocracia.

Só empresário e baba-ovo

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Segunda-feira, 19h, uma fila se forma diante de uma mesa de vidro, sob as escadas da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Engravatados grisálios se postam risonhos. Não tem copos com cerveja nem vinho nas mãos, nada de choppinho na noite fria e de garoa de São Paulo. Estão todos com exemplares de um mesmo livro nas mãos.

Uma sequência de aglomerados se forma e se desfaz em torno de uma dupla que cruza o Conjunto. O mais votado deputado do estado, Paulo Maluf, chega acompanhado de um assessor. Vai direto ao caixa, e paga em dinheiro dois exemplares de Sobre formigas e cigarras, do também deputado federal e ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. O "colega de casa" prestigiava o lançamento paulistano da obra, publicada pela editora Objetiva, nas lojas há dois meses.

Problemas de agenda parlamentar atrasaram o evento. Atrasaram também a chegada do autor, em meia hora. E antecipariam sua saída para outro compromisso, às 22h.

Logo que conseguiu sua dedicatória, Maluf saiu a dar explicações para uma repórter da coluna da Mônica Bergamo sobre a adequação de um vinho ao tempo e à companhia. "Para uma reunião rápida, um vinho de 8 ou 9 dólares, você pode tomar até no McDonalds. Agora, se você vai pra uma reunião com políticos que também gostam de um bom vinho, e vai ter umas quatro horas de conversa, aí o vinho é outro... Sim, é caríssimo", admitia (os nomes ficam para quem quiser descobrir na quarta-feira).

Além de Maluf, que não teve privilégios na fila a não ser por gentileza de algum dos postados empresário, o ex-ministro da Fazenda, consultor econômico e desafeto do MST, Maílson da Nóbrega, deputados estaduais, o senador Eduardo Suplicy, o colunista social Amaury Jr. entre outras figuras prestigiavam o evento.

Também estava lá o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, indicação de Palocci em março de 2005 para ocupar, com defasagem de quatro meses, a pasta deixada em novembro de 2004 por Guido Mantega, que ia para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Aliás, esse episódio não está no livro, assim como nenhum outro em que indicações ou disputas políticas tenham se dado.

Na narrativa bem construída de Palocci, nem mesmo com José Dirceu, chegou a haver briga dentro do governo. E Lula, bem, o presidente concordava geral e aceitava as sugestões da Fazenda. Quando podia, ainda as reforçava. Como jornalismo e história são versão, quem quiser que conte outra...

Diferente dos integrantes de equipes econômicas de governos anteriores, Palocci, figura eminentemente política, não foi atrás de um emprego no mercado ou na iniciativa privada. Segundo alguns, foi atrás da imunidade parlamentar. Segundo outros, foi ser absolvido pelas urnas. É deputado, e garantiu o seu lado das histórias.

Mas um militante veterano que compareceu porque a esposa está viajando e não tinha "mais nada pra fazer", depois de 20 minutos, de saudar e ser saudado, saiu de fininho. Embora amigo do autor e conhecedor de parte dos causos inscritos no livro palocciano, por causa de sua passagem pelo Planalto, já não tinha motivos para ficar por ali. "Não é meu lugar... Só tem empresário e baba-ovo do Palocci."

Para não dizer que não falei do Corinthians

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Não vi a vitória do Corinthians sobre o Juventude, por 1 a 0. Mas, como faz um tempinho que meu time não ganha de ninguém, vou palpitar sobre o time assim mesmo.

Gostei de saber que o gol da vitória veio de jogada da nova dupla de ataque, Everton (ex-Bragantino) e Finazzi (ex-Ponte Preta). O Corinthians tem uma penca (ou duas) de problemas, mas tem alguns bons jogadores (William e Marcelo Mattos) e outros que, se não chegam a ser bons, não são tão piores que os da maioria da concorrência (Betão, Eduardo Ratinho, Rosinei).

Percebam que, entre os citados, não tem nenhum atacante. Ninguém pára no ataque do Timão desde a saída de Tevez e Nilmar (ele saiu faz tempo, convenhamos). Depois deles, vieram Rafael “He Man” Moura, Arce, Jô, Jailson, Bobô, Amoroso, Wilson e mais um monte de nomes que serão rapidamente esquecidos pela torcida. Ou seja, não precisa muito para que Everton Santos e Finazzi segurem uma onda por ali.

Se isso acontecer, só vai faltar o William continuar a jogar bem, Zelão e Betão virarem uma dupla de zaga, o Carpegiani arrumar um padrão de jogo pro time, dois laterais se firmarem como titulares... Em outras palavras, tá fácil esse Brasileiro!

Até a 10ª rodada, nem palpite pra artilheiro vale

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Os 4 a 2 do Palmeiras contra o Flamengo no Maracanã enchem o combalido torcedor alvi-verde de esperança. É a primeira vitória em estréias desde 1999, o mesmo ano do título da Libertadores, um 3 a 1 contra o Juventude, no Palestra.

A partida contra o rubro-negro não foi simples nem a vitória fácil. Os paulistas abriram dois de vantagem, mas cederam o empate. A vitória teve ainda a contusão do centroavante Osmar.

O goleiro Bruno falhou grotescamente no primeiro gol, de Edmundo, o nome do jogo, numa cobrança de falta que, proposital ou involuntária, configurou um belo gol. O guarda-metas rubro-negro tentou alcançar quando já estava fora de posição.

A imprensa incensa o Verdão, depois da semana de promessas do técnico Caio Jr. de um time que não seria coadjuvante na disputa, algo diferente dos últimos anos – embora o protagonismo para não cair seja alegado pelos sarristas torcedores de outros times. O cabra foi além: quer aproveitar a sequência de quatro jogos em São Paulo para "deslanchar" na competição.

Otimismo pouco, é bobagem: depois do Figueirense, no próximo domingo, vem São Paulo, Cruzeiro e Botafogo. Nenhum dos adversários é bicho-papão (nem estes, nem os outros). Muito menos o Palmeiras.

Além do que, um bom início de temporada só garante, em geral, uma coisa: não precisar fugir do rebaixamento. Que foi o que aconteceu no campeonato passado.

Pessoalmente, acho que antes das 10 primeiras rodadas, nem palpite pra artilheiro vale.

Sobrevivi

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Nada a ver com as catástrofes pessoais do Discovery Channel, mas o título do post ajuda a contar minha aventura no Dia de São Martinho (padroeiro dos bêbados), na última sexta-feira. Convidado pelo Walter Venturini, companheiro de ABCD Maior (http://www.abcdmaior.com.br/), embarcamos em seu combalido Kadett 89 rumo à Vila Santa Luzia, depois do Taboão, em São Bernardo do Campo. Mais ou menos perdidos e girando em círculos pela periferia, conseguimos localizar a serraria do português Manoel Almeida, próxima à divisa com São Paulo, por volta das 21 horas.

Sem campainha, o jeito foi gritar pelo anfitrião por cima do portão de madeira. A passagem foi aberta e o carro estacionado numa ladeira de terra, já ocupada por outros veículos. Pelos vitrôs do enorme e recém-construído barracão, era possível avistar as dezenas de tonéis de carvalho que armazenam o vinho caseiro produzido ali. Ambiente simples, mas muito animado: uma mesa repleta de comida (vários tipos de queijo, salame, toucinho e azeitona, lingüiça portuguesa e pão de torresmo), uns 30 convidados, muita cantoria e vinho tinto seco à vontade.
Daniel, filho do S.Manoel, fez as vezes de cicerone e nos explicou a produção local de vinho, passando pela compra da uva no Rio Grande do Sul, a "pisa" da fruta nas imensas piscinas (lagares), a fermentação nos tanques de aço, a "trafegação" para os quase centenários tonéis de madeira, o engarrafamento, estocagem e tímido comércio. Lá são produzidos três tipos de vinho, cada um a partir da uva que lhe dá nome: Bordeaux, Cabernet e Isabel (uma uva californiana). Além disso, fazem ainda a "bagaceira" (cachaça da uva) e uma versão bem convincente do vinho do Porto. Os preços variam de R$ 7 a R$ 30, mais ou menos.
Para a ruidosa e descontraída comemoração de São Martinho, S.Manoel convidou amigos íntimos e associados da União de Vinicultores Artesanais (UVA). Tem gente ali que produz vinho dentro de apartamento, com tambores de plástico, amassando uva com a mão. É um sacerdócio, uma espécie de "seita" pagã que contagia toda a família dos aficcionados. E o produto final é muito bom. Sem conservantes, tem outra textura, sabor - e efeito. A bebida sobe rápido, só que a sensação não é de pileque, mas de um irresistível torpor levemente "canabístico". Provei - e muito - do Isabel tinto seco. Saí inteiro e não tive ressaca.
Walter (centro) e Marcão na "Catedral do Vinho", em São Bernardo: bebida, comida e cantoria para comemorar o Dia de São Martinho, nosso padroeiro. No barracão, dentro de uma serraria, o português Manoel recebeu amigos e produtores artesanais
Porém, mais do que o excelente vinho, o melhor dali é o ambiente, a alegria, a irreverência do S.Manoel, a cantoria coletiva, o clima de aldeia européia. Fica-se com a impressão de que isso sim é que é felicidade. O anfitrião me garantiu que daqui a seis meses tem mais festa - o verdadeiro Dia de São Martinho é 11 de novembro, mas ele decidiu comemorar em 11 de maio para coincidir com a vindima (início da colheita da uva) no Brasil. "Na verdade, é desculpa pra comemorar duas vezes!", confessou, gargalhando, S.Manoel.
Para quem ficou curioso, vale a pena dar um pulo até lá. A "Catedral do Vinho" fica na rua Eugênia de Sá Vitale, 370, Vila Santa Luzia, São Bernardo, com fácil acesso a partir dos bairros paulistanos de São Judas e Jabaquara (é perto do Zoológico). O telefone é (11) 4361-1753 e o horário de atendimento, de segunda à sexta, das 8h às 17h30. No sábado, das 8h até meio-dia. Um programa refinado pra quem gosta de um bom vinho, boa conversa e diversão garantida. Saúde! E viva São Martinho!

domingo, maio 13, 2007

Paulistas dão vexame na Série B

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Na primeira rodada do Brasileirão da Série B, os times paulistas mostraram que vão ter dificuldades para subir à primeirona. Alguns provavelmente vão penar pra se manter na segunda em 2008.

No segundo caso, com certeza está o vexatório Santo André. Depois de uma campanha grotesca no Paulistão, o Ramalhão estreou sendo derrotado em casa pelo CRB (AL), por 3 a 1. Outro que apanhou em casa foi o Ituano, 3 a 2 pro Ceará.
Fabri marcou, mas Paulista não levou
O Paulista de Jundiaí saiu até na frente do Coritiba, gol do infatigável Rodrigo Fabri (foto), mas tomou a virada e perdeu por 3 a 1. Outro que foi derrotado fora de casa foi o super vice-campeão São Caetano, que contou com o treinador eterno Jair Picerni no comando. Sem Paulo Sérgio (que foi para o Palmeiras), sem Triguinho (Anderlecht) e sob constante ameaça de perder mais meia dúzia de atletas, a equipe foi derrotada pelo Criciúma por 3 a 2.

A Portuguesa tenta o segundo acesso do ano, mas começou mal. Foi atropelada pelo Fortaleza no Castelão no primeiro tempo, tomando três gols, e não conseguiu a reação no segundo, marcando somente o de honra. Já o Marília conseguia uma boa vitória contra o Brasiliense fora de casa, mas sofreu o empate e ficou no 2 a 2.

Pra salvar a pátria bandeirante, o portentoso Barueri, em seu primeiro jogo pela Série B, derrotou o Remo em casa por 2 a 1, enquanto a Ponte conquistou a vitória pelo placar mínimo contra o Gama em Campinas.

Quem pinta como favorito ao título é o campeão baiano Vitória, que trucidou o Avaí, do técnico Zé Teodoro, por 5 a 1 no Barradão com dois gols de Sorato (aquele).

sexta-feira, maio 11, 2007

Caras de pau

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A unanimidade quanto ao pênalti não marcado para o Atlético/MG contra o Botafogo é tão grande quanto a falta de coragem dos comentaristas esportivos, que não falam outra coisa a não ser o enjoativo “não acredito em má-fé, o juiz errou porque não viu” etc. Não é só o Paulo César Vasconcellos, embora o Paulo diga isso sempre.

O Sílvio Lancelotti chegou ao cúmulo de dizer na ESPN que não acredita (ninguém acredita!) que o árbitro quisesse prejudicar o Galo, mas avaliou que o pênalti foi tão claro que o Simon só pode ter piscado, ou estar de olho fechado naquele instante. Ah, bom.

O vice de futebol do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, disse que seu time é “o mais roubado da história do futebol brasileiro” e que por isso não estava nem aí com o choro do Atlético. Curiosa avaliação. O único título brasileiro do Fogão todo mundo sabe como foi conquistado, em 1995, no Pacaembu.

Pra terminar: o Carlos Eugênio Simon não será indicado para sorteio em jogos do Atlético-MG no Campeonato Brasileiro. Isso consola quem trabalhou, treinou, jogou e viu todo o esforço (e a grana perdida com a eliminação) ser jogado por terra por um errinho bobo, que o Simon só cometeu porque piscou?

Começa a Série B

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Com, dentre outras partidas, o exótico jogo entre Grêmio Barueri e Remo no Parque Antarctica, começa hoje a Série B do Campeonato Brasileiro. Uma competição que vem se tornado cada vez mais algo de respeito nos últimos anos, mas que em 2007 será um pouco menos "estrelada" que vinha sendo.

Não há, diferente do que ocorreu nos últimos três anos, um representante do grupo dos 12 grandes clubes do futebol brasileiro. Estão outros de respeitável grandeza, como Vitória, Portuguesa e Coritiba, mas falta "aqueeele" time capaz de mobilizar as massas e atrair maior atenção da mídia.

O desempenho nos campeonatos estaduais e algumas contratações já fazem com que se possa pensar em alguns pelotões no certame. Vitória, Ipatinga, Remo, Criciúma e São Caetano - apesar de Jair Picerni (foto) - saem na frente.

Na outra mão, o Avaí, que deu vexame no Catarinense, o CRB, apenas o quarto colocado no Alagoano, e os paulistas Ituano e Santo André entram com a corda no pescoço. Aliás, para o Ramalhão, escapar do rebaixamento será uma salvação para o ano que se mostrou caótico desde o início.

O formato de pontos corridos, se já é um pouco chato para a Série A, mostra-se terrível para a B. Jogos desinteressantes e sem os apelos de "vaga na Sulamericana" devem ser a tônica da reta final.

Mas isso ainda está distante. Que seja um bom campeonato!

"Você é bonito pacas!"

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O título poderia ser: "Nicolau é cantado no Minhoca em jogo do São Paulo", mas sensacionalismo e a prática trocadalhística não são compatíveis com este fórum.

Até porque o jogo era sensível: Grêmio e São Paulo. O preconceito contra os gaúchos e o sarro das torcidas de outros times paulistas contra o tricolores levava 85% das piadas a ter um único enfoque.

O cenário era o Minhoca, boteco da Teodoro Sampaio, zona Oeste de São Paulo. Nicolau, autor do Futepoca, esperava o conjunto dos manguaças que, trabalhando até as 22h, tinha perdido o primeiro tempo. A escolha do local, explicavam os ébrios, devia-se a uma feliz série de coincidências: todo jogo do São Paulo conferido no recinto não teve outro resultado que a derrota ou desclassificação do time do Morumbi. O Minhoca é pé quente.

Os três manguaças desceram no ponto de ônibus, caminhavam para o boteco aos 10 do segundo tempo. De longe, já identificavam o black power do quarto elemento, que conferia a sofrível pelada ao lado da porta. O Grêmio vencia por 1 a 0, para desespero da maioria sãopaulina presente. Apenas o Nicolau e dois outros embriagados desconhecidos faziam o trabalho de "secar" o time paulista.

— Catiça — esperneou um dos bêbados recém-chegados, num coro que seria repetido ainda algumas vezes na partida, num exercício de secagem que remonta aos tempos de quarta-série.

Logo ao chegar, reparei que um dos bêbados, o mais empolgado na torcida pelo Grêmio, olhava fixamente para a cabeleira do Nicolau, com uma ponta de indiscreta admiração. Para a cabeleira e para seu dono, é claro.

Como a partida não despertava interesse por seus lances, o cabra oscilava entre xingar o São Paulo (e seus torcedores, que só poderiam ignorá-lo sumariamente) e olhar pro Nicolau.

Quando já ficava constrangedora a situação, os dois resolveram ir embora. Ao passar pela mesa contígua à porta, o admirador não se conteve:

— Cara, você é bonito pacas! – lascou, olho no olho com o elogiado.

Perceba-se que o "pacas" é puro eufemismo narrativo.

Nicolau, sem saber como lidar com o assédio dos fãs e conhecedor das acusações de homofobia que recaíam sobre o Futepoca, ergueu as mãos aos céus, pedindo a Frei Galvão, São Martinho ou talvez até ao papa alguma ajuda.

— Não, posso falar, você é bonito mesmo — insistiu, quase irritado, ao perceber que não era levado a sério.

Em meio às gargalhadas dos outros manguaças – que viram até brincos nas orelhas do figura –, o corintiano amigo do admirador secreto (santista, segundo a mesma fonte), constrangido, quis inventar uma explicação para o súbito arroubo, anunciado pelos olhares continuados:

— Ele não é viado, não se preocupa... Isso é inveja de ter cabelo que a gente não tem.

O estado etílico não lhe permitia concatenar idéias nem palavras, mas o fã insistiu na cantada:

— Cara, ducarai esse cabelo... O black power, carai... Se você tivesse nos anos 70... Esse cabelo...

Arrastado pelo amigo corintiano, o cara saiu declamando loas a "tanta beleza que há no mundo". Os manguaças que ali estavam que confirmem (ou desmintam).


Adicionado cinco minutos depois...

Nego qualquer responsabilidade na operação.

Criatividade II OU já virou perseguição

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O Ombudsman até vai ficar constrangido. Mais perseguidos do que os sãopaulinos no Futepoca, O Globo e Folha de S.Paulo fazem por merecer.

Pelo segundo dia seguido, escolheram a mesma foto de capa. No destaque de baixo, o mesmo tema, mas com imagens diferentes – muito boas por sinal. Pelo menos a manchete e a diagramação geral são distintas, o que não ocorreu ontem.




Libertadores: tabela das quartas-de-final

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A Conmebol divulgou hoje a tabela das quartas-de-final da Libertadores. O Santos faz seu primeiro jogo na quarta-feira, dia 16. O Brasil começou o torneio com seis times (Santos, São Paulo, Inter, Grêmio, Flamengo e Paraná) e chega às quartas apenas com dois, Grêmio e Santos (25% dos participantes desta fase), mesmo número dos uruguaios: Nacional e Defensor. A Argentina só tem o Boca, assim como Paraguai (Libertad), México (América) e Colômbia (Cúcuta).
A boa notícia para mim é que estou livre para assistir aos jogos, já que na quarta eu não tenho que fechar o jornal.

Tabela

Ida
15 de maio (terça-feira)
Cúcuta Deportivo (COL) x Nacional (URU)

16 de maio (quarta-feira)
Defensor Sporting (URU) x Grêmio
América (MEX) x Santos

17 de maio (quinta-feira)
Boca Juniors (ARG) x Libertad (PAR)
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Volta
22 de maio (terça)
Nacional x Cúcuta Deportivo

23 de maio (quarta)
Grêmio x Defensor Sporting
Santos x América

24 de maio (quinta)
Libertad x Boca Juniors

Tabela da Libertadores 2008 aqui.