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quarta-feira, outubro 22, 2008

Serra/Kassab e os corredores

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Morei por 26,5 dos meus quase 27 anos no Campo Limpo, bairro da Zona Sul da Capital. Por andar de ônibus desde pequena, se tem uma coisa que eu conheço em São Paulo é o sistema de ônibus. Minha vida pode ser resumida assim:

escola em Santo Amaro = 10 quilômetros = 1h30 no ônibus, em pé.
cursinho na Paulista = 20 quilômetros = 2h no ônibus, em pé
faculdade no Butantã = 13 quilômetros = vontade louca de ter um carro para gastar menos com gasolina do que com passagem

Além disso, tinha o transporte clandestino. Quantas e quantas vezes tive que pegar uma kombi caindo aos pedaços e sentar atrás do banco (ou ficar em pé numa postura de corcunda) para poder chegar a tempo onde precisava?

Vida fácil, né?

Quando a Marta assumiu, as coisas foram mudando. No final do mandato dela, andar de ônibus era outra coisa.

No meu caminho, ela construiu o corredor de ônibus da Francisco Morato/Rebouças/Consolação. Isso, somado ao Bilhete Único, foi o que bastou para a mudança. Os trajetos pela Francisco Morato passaram a demorar muito menos. Até aos domingos, quando não havia trânsito, o ônibus chegava mais cedo que antes.

Passei a acompanhar de perto os problemas dos transportes logo depois de Kassab assumir a Prefeitura de São Paulo, assumindo a vaga deixada pelo Serra. Era claro que os corredores estavam sendo deixados de lado. Descobri, por exemplo, que há pouco menos de dois anos as duas horas do Bilhete Único não eram mais suficientes para alguém que pegava ônibus no extremo da Zona Sul fazer uma baldeação no Centro.

Mas o pior corredor entre todos que estavam em funcionamento era mesmo o da Francisco Morato. O asfalto ficava meses todo esburacado, só recebia vez por outra um tapa-buraco, que não resolvia o problema. Além disso, os ônibus intermunicipais, que servem os moradores de Embu, Itapecerica da Serra e Taboão da Serra, deixaram de usar a avenida paralela e entraram no corredor. Como dois corpos ainda não conseguem ocupar o mesmo lugar no espaço, o resultado foi trânsito no corredor. Todo o tempo de viagem que havia diminuído voltou a aumentar, sem que uma explicação plausível fosse dada para isso. Além disso, o plano de transportes da gestão, que previa a construção de vários terminais para diminuir o número de coletivos no Centro, foi abandonado. E nada foi colocado no lugar.

O único corredor construído pela gestão Serra/Kassab foi o Expresso Tiradentes. E só porque quiseram fazer algo com as ruínas do Fura-Fila deixadas pelo Pitta.

De resto, a única coisa que a Prefeitura fez nos últimos quatro anos foi aumentar a passagem de ônibus sem necessidade antes da eleição, para agora fazer um populismo básico, e obrigar os empresários a comprar novos ônibus. Isso não me parece um plano. Como a diminuição do trânsito em São Paulo passa necessariamente pela ordenação do sistema de ônibus (que colocaria os veículos no lugar certo e mais gente dentro do ônibus), acho que vamos viver nesse inferno por muito tempo, se Kassab se reeleger. Afinal, em suas propostas está prevista a aplicação de R$ 0 (isso, zero), nos corredores.

Ah, sim, Kassab "dá" dinheiro para metrô. Ele não conseguiu explicar ainda o motivo disso, já que sua responsabilidade são os ônibus, que não estão bem. Mas ok, deve ser porque ninguém perguntou.

19 comentários:

fredi disse...

Boa, Thalita, mais uma mostra da diferença prática na vida das pessoas. Que os ônibus em Londres melhorem ainda mais seus trajetos.

Fabricio disse...

Não quero defender nenhum dos dois, já que nem votar em São Paulo eu voto. Vou apenas considerar um candidato A que prefere obras relacionadas a um corredor de ônibus e um B que prefere deixar o corredor de lado para, por exemplo, melhorar o trânsito em determinada via.

Só quero que me responda uma coisa:

1) se alguém que anda de carro disser que o corredor de ônibus piorou sua vida ao tirar uma faixa de parte de seu trajeto diário e por isso prefere o candidato B está certo ou errado em relação a alguém que anda de ônibus e prefere o candidato A.

Estou perguntando pois já vi por diversas vezes neste blog textos que fazem parecer que a opinião de alguém que vota em fulano vale muito mais do que a de alguém que vota em ciclano.

Onde estou querendo chegar é que as pessoas votam em quem faz o bem pra elas. Isso é fato. Se alguém falar que prefere um candidato que promete fazer 200 corredores de ônibus pela cidade, mas não em seu bairro, do que o candidato que vai fazer 1 corredor de ônibus da porta da casa dele até seu trabalho, por favor, me apresente que preciso dar os parabéns.

Jogo Aberto disse...

Muito bom o blog.

Glauco disse...

Bom depoimento, Thalita. Na verdade, Fabricio, o trânsito na Rebouças é ruim mais pelo óbvio excesso de carros do que pelo corredor. E isso pode ser visto nos fins de semana, quando o trânsito de veículos de passeio nos corredores é liberado - ou pelo menos era até o vencimento da portaria municipal em setembro (embora poucos saibam disso e a CET não faça questão nenhuma de divulgar).

Mas a questão é que a falta de investimento em transporte coletivo piora a cidade como um todo. Enquanto em outras metrópoles do mundo se investe em transporte coletivo para tirar carros das ruas e desafogar o trânsito, em São Paulo isso não é feito. ao contrário, na maior parte dos últimos vinte anos priorizou-se o transporte individual, uma medida suicida que resultou no caos que se vive hoje na metrópole.

Curioso é que, entre 1987 e 2002, no espaço de 15 anos, o transporte motorizado individual superou o coletivo e aumentou também o número de viagens feitas e pé. Ou seja, o paulistano viveu (e vive) o pior dos mundos no transporte coletivo. Quem pode pagar, prefere o carro - e fica parado -, quem não pode, vai a pé.

Mas se as pessoas votam em quem faz o bem pra eles, ainda que nem sempre o "bem" imediato constitua um futuro interessante para a mesma pessoa, fica a pergunta: que bem fez o atual prefeito às pessoas que dirigem carros na cidade de São Paulo? Elas passam menos tempo no trânsito do que há quatro anos? As vias estão melhores?

Marcão disse...

A Thalita recuperou um ponto muito importante. Na gestão Kassab/Serra, o trânsito virou mesmo um caos - como bem adjetivou o Glauco. Muito pertinente a observação de que o tempo do Bilhete Único passou a ser insuficiente em determinados trajetos, o que só comprova a piora no tráfego (e aumentar 1 hora no bilhete pouco antes da campanha é muita cara de pau!).

Mas faltou dizer o que Serra fez (e Kassab manteve) logo de chapa: em janeiro de 2005, assim que assumiu, o tucano mandou acabar com a baldeação dentro dos terminais de ônibus. E isso sem aviso algum - milhares de pessoas chegaram no meio do caminho e foram pegas de surpresa, muitas delas não tinham dinheiro pra prosseguir ou pra voltar. A imprensa não deu uma linha sobre essa patifaria.

A história de também só poder carregar o Bilhete Único com R$ 10 nos ônibus também é absurda. E se a pessoa mora no fim do mundo, onde não há posto de recarga, e sobe no ônibus com R$ 2,50? Ela só vai poder ir, não terá como voltar. Isso acontece diariamente centenas de vezes. A campanha da Marta poderia ter explorado melhor.

No mais, além do transporte público, que é um serviço de primeira necessidade, insisto em bater num ponto básico: QUAL É O PROGRAMA SOCIAL DE KASSAB HOJE E QUAL SERÁ SE CONTINUAR GOVERNANDO?

Alguém (K)sabe?

Fabricio disse...

Concordo com você, nesse ponto. O problema foi não priorizar o transporte coletivo há anos. Agora tanto coletivo como individual estão uma lástima (chego a acreditar que não existirá solução, tenderá para um colpaso).

Talvez por isso que as pessoas hoje passem a pensar somente em si mesmas na hora do voto (si mesmas para soluções no curto prazo). E é esse o ponto que quis chegar no meu comentário. Nenhuma das opiniões estão erradas, tanto do que vota em A como do que vota em B.

Indo além, há muita coisa errada no Brasil, mas concordo com um texto que li há algum tempo, onde basicamente dizia que a maior culpa é de nós mesmos. Nós, como pessoas, como seres humanos, somos o problema.

Tive a oportunidade de conhecer o projeto de bicicletas públicas de Paris, não sei se conhecem. Resumindo, existem diversos "pontos" de bicicletas na cidade onde você pode emprestar uma e devolver num outro local. Se andar sempre menos de 30 minutos, sai tudo de graça. Se andar mais, 1 euro.
Foi muito duro chegar a conclusão que no Brasil nunca daria certo pois, no primeiro dia de implantação, quase todas as bicicletas seriam roubadas ou danificadas por vândalos.

Fabricio disse...

Mais uma: a condição de vida dos brasileiros melhorou nos últimos anos. O país cresceu. A confiança na economia fez os juros baixarem. Isso aconteceu exatamente agora no atual governo.

Só que o brasileiro finalmente teve a oportunidade de comprar aquele carrinho, zero km até. Juros baixos, pagar em 72x. A frota em São Paulo aumentou muito mais do que vinha aumentando. Não é culpa de ninguém. Ou vai dizer que é do Lula?

Agora essa pessoa quer saber demelhorias do trânsito, não de corredores. E ela está certa. A vida dela melhorou, afinal.

Thalita disse...

eu acho péssimo essa oferta indiscriminada de crédito pra carro. Que ajudem as pessoas a comprarem suas casas perto do centro, não carros para ir até lá. Mas isso é uma coisa muito maior e não pertinente à Prefeitura.

A outra coisa é lembrar que São Paulo é extremamente montanhosa. Achar que bicicleta daria certo aqui, num lugar que ainda faz o maior calor e chove horrores, é não pensar nos detalhes.

E Marcão, o Bilhete Único não pode mais carregar na catraca de maneira nenhuma, até onde eu sei. A musiquinha da Marta pra isso é péssima, mas a diferença pras pessoas é absurda. Quando não tem um posto para carregar no fim da periferia, ou se a fila do posto do terminal está gigante, como sempre está, a pessoa paga mais e acabou. Pra mim isso é subterfúgio pra arrecadar mais, e não combate às fraudes, como foi alegado.

Fabricio disse...

Você não respondeu a pergunta que fiz. Se pra você existe alguma diferença dentre os eleitores.

obs1.:"faculdade no Butantã = 13 quilômetros = vontade louca de ter um carro para gastar menos com gasolina do que com passagem"

E a "vontade louca" de comprar uma casinha no centro?

Comprar um imóvel é mais fácil ainda. O juros são mais baixos que qualquer fundo de renda fixa.

obs2.: falar que não daria certo por causa de chuva e calor nem merece comentários.

Nicolau disse...

Thalita, parabéns por tocar talvez no ponto mais fundamental dessa eleição. Pouco antes de começar a campanha, São Paulo bateu seguidos recordes de engarrafamentos e toda a mídia discutiu o assunto (com variados graus de profundidade) - tanto que o Kassab lançou a medida de proibir o tráfego de caminhões no centro. Depois, começada a campanha, esqueceu-se do assunto.
Fabrício, a questão pra mim é a seguinte: não tem espaço pra carro pra todo mundo. Não tem, é impossível. O investimento em transportes públicos precisa ser feito para tirar carros da rua, ou seja, para que as pessoas vejam vantagens em usar o transporte público. Eu, por exemplo, morando no Butantã e trabalhadno no centro, depois do corredor Rebouças-Consolação, não vejo na minha rotina diária o menor motivo pra ter um carro. Se tivesse, deixaria na garagem. Se eu atraso, nao adianta pegar taxi, o tempo é quase o mesmo do ônibus. Não só as duas campanhas, mas o poder público ocmo um todo peca ao não colocar essa discussão de forma clara. Ou seja, no longo prazo, não existe confronto entre quem quer andar de carro e quem quer andar de ônibus: o trânsito é o mesmo.
Thalita, sobre o tal "combate a fraudes", também acho que seja mais um jeitinho de arrecadar mais e dar um "bônus" para as empresas de ônibus. Tucanos gostam de aumento disfarçado, como o fim dos múltiplos do metrô e do trem.

Fabricio disse...

Sim, exatamente, Nicolau. Se continuasse assim certamente entraríamos em colapso, mas ao que parece essa crise financeira pelo menos já diminuiu tanto produção como compra de carros.

Eu me mudei de SBC para a Lapa. Trabalho na Berrini. Indo de trem economizo tanto tempo como dinheiro. Tempo pois escapo do trânsito. E dinheiro pois o trajeto gastaria mais de 1L de gasolina devido ao congestionamento que teria de enfrentar. Parei de usar meu carro quase que 75%.

Por falar em trem, ouvi uma idéia "absurda" outro dia mas que não deixa de ser interessante: colocar um trem saindo do terminal do Expresso Tiradentes no Sacomã, seguindo pela Tancredo Neves/Bandeirantes até a Marginal onde se ligaria à estação Vila Olímpia ou Berrini. Não consigo mais concluir se a idéia é boa ou ruim.

Glauco disse...

Muito interessante o exemplo de Paris se as ciclovias não fossem a "cereja do bolo" de todo um complexo investimento feito recentemente em transporte coletivo. E isso sem contar o fator evidente de que a primeira companhia de transporte coletivo da capital francesa surgiu em 1828 e que o metrô tem 108 anos.

Primeiro, como já foi dito, Paris é plana. Algo bastante importante a se considerar, nem é preciso viajar pra França, é só descer para a Baixada Santista e ver que as bicicletas lá são muito usadas e as ciclovias vieram depois. Algo quase natural porque as cidades são... planas.

Ciclovias em São Paulo podem ser importantes, mas se formos verificar o projeto pronto que existe, encampado pelo Nossa São Paulo, ele liga o Parque do Ibirapuera ao Villa Lobos. Desnecessário dizer que esse trajeto vai ser mais usado nos fins de semana ou por quem quer fazer exercício do que por quem precisa trabalhar. Ainda assim é importante, só não resolve absolutamente nada em termos de mobilidade para o trabalhador.

Antes de fazer ciclovias e incentivar o uso de bicicletas, Paris estreitou o espaço de circulação de carros privilegiando os ônibus , algo feito por Marta e que Kassab não fez. (O link apontado é da Veja de 2001, pra ninguém me acusar de propagandista da esquerda. Se quiser acusar, tudo bem também...)

Bom, quem tiver dúvidas sobre a diferença de planejamento do sistema de transportes de Paris e de São Paulo, acesse o site . Não dá pra colocar a cereja sem ter o bolo pronto...

Thalita disse...

comprar casinha no começo da faculdade... vc tá de sacanagem comigo

e para seu governo, me mudei para um apartamento que fica a 3 km do trabalho.

agora... não entendi em nada a sua outra questão.

se você tiver mais algum ponto sobre ciclovias depois do comentário do Glauco, podemos conversar tb.

Marcão disse...

O comentário do Dalmo Dallari na Folha, pra dizer por que vota em Marta, recupera mais um ponto crucial dessa questão: o enfrentamento inédito que ela teve com a máfia dos transportes no seu mandato, chegando a ser ameaçada de morte. Em 1999, eu morei por um tempo no Imirim e me lembro que o transporte clandestino era uma zona completa. Alguns chegavam a cobrar valores diferentes pela passagem, outros "cortavam" os ônibus de linha por onde desse, a toda velocidade, para chegar antes nos pontos de ônibus. Não havia catraca eletrônica, enfim, um caos. Disso também ninguém fala.

Ps.: Bicicletas e ciclovias são necessárias, de fato. Mas achar que alguém vai encarar a Teodoro ou a Consolação na subida, debaixo de sol a pino (ou chuva diluviana) e no meio da fumaça de óleo diesel, perdão, mas não vai acontecer mesmo! Nem pagando!

Nicolau disse...

Glauco, seu propagandista de esquerda!

Anselmo disse...

Olha só: ladeira, sol e chuva não chegam a ser o fim do mundo para quem está disposto a andar de bicicleta. Assim como o trânsito de motoristas insanos que estão incapacitados dentro do carro de pensar em qualquer coisa além de seu (sic) espacinho na rua. (o "sic" é pra lembrar que o espaço na rua é público e que andar de carro é privatizá-lo).

Mas tudo isso é obstáculo maior do que o mundo pra quem não está a fim de pedalar. Então tem sim que ser levado em consideração.

Além disso, são paulo é uma cidade onde, principalmente no período de verão, a atividade física ao ar livre não é recomendada.

Se não é recomendada como esporte/lazer, não é recomendada como meio de transporte. Isso também tem que ser levado em consideração.

Agora, a retrospectiva que o Glauco fez dos investimentos em Paris foi perfeita.

Vale dizer que a gestão Serra/Kassab reabriu ruas que estavam estabelecidas como calçadão no centro. Só pra lembrar quem tem prioridade nessa cidade.

Ah, Thalita, parabéns pelo post. Muito bom.

Fabrício, apesar de discordar até nos detalhes, valeu pela disposição.

Fabricio disse...

Thalita, desisti de esperar você responder a primeira pergunta que fiz.

Aos demais, excelente discussão. Glauco, muito bom o seu post sobre todo o investimento no transporte de Paris. Obrigado pelos esclarecimentos.

Detalhe que só falamos da ciclovia. Imagina se fosse pra ter um metro como o de Paris: http://www.ratp.info/orienter/plan_metro_pdf.php

Parabéns pelo blog. Mas prefiro o "fu" do nome :-)

Maurício Ayer disse...

Só pra lembrar outros "detalhes", de quem já morou em Londres e Paris. Em Paris, não há exatamente ciclovias por todo lado. Há algumas, mas na maioria dos casos as bicicletas utlizam as faixas de ônibus. Isso é possível num lugar que desde sempre desenvolveu o sentido público do espaço, os ônibus andam muito mais devagar (o que é o mínimo, pensando em idosos, por exemplo, que os utilizam) e há um verdadeiro respeito aos ciclistas.
Em Londres, cidade que também é bastante plana, muita gente usa bicicleta, seja pelas margens dos canais que fazem uma verdadeira rede na cidade (herança do séc. XIX, quando eram utilizados para escoar produção industrial) ou pelas ruas mesmas. Lá há muito respeito ao ciclista também.

Quanto à relação de espaço ônibus vs. carro, quem for a Londres vai reparar que lá efetivamente a cidade privilegia os ônibus e pedestres, com ruas estreitas, que obrigam os carros a andarem devagar, e com uma grande quantidade de faixas em que o pedestre tem prioridade, os carros são obrigados a parar.
E os carros pagam uma taxa para entrar na zona central, uma espécie de pedágio efetivado por um monitoramento de câmeras.

Isso tudo sem falar nos metrôs dessas duas cidades. Há inúmeras facilidades quanto à compra de bilhetes. Em Londres, eu tinha o Oister card (o bilhete único deles) e podia pagar um valor único para usar quantos trens, metrôs e ônibus quisesse durante um mês inteiro.

Estamos longe disso tudo, mas não tenho dúvida de que o caminho é o transporte público.

Anselmo disse...

Eu não sou a thalita mas entendi qual era a pergunta 1 do Fabricio:

"se alguém que anda de carro disser que o corredor de ônibus piorou sua vida ao tirar uma faixa de parte de seu trajeto diário e por isso prefere o candidato B está certo ou errado em relação a alguém que anda de ônibus e prefere o candidato A."

Ele pode não votar no candidato que, como prefeito, não desfez os corredores de ônibus. Só que se ele prestar atenção, vai ver que o corredor tbem pára atualmente em mtos trechos, ora por excesso de ônibus, ora por cruzamentos fechados, veículos de passeio nessa faixa etc. Os radares para multar esses veículos não estão mais instalados, o número de fiscais nos pontos-nó dos corredores é menor.

Ah, e vamos lembrar que esse ilustre eleitor hipotético também pode levar em conta outros fatores na hora de escolher em quem votar. Pode discordar pontualmente de um aspecto e concordar com outros.

Mas é óbvio que a decisão ainda é dele. Mesmo que a opção seja por ignorar o que dizem todos os engenheiros de tráfego sobre a necessidade de priorizar transporte coletivo em grandes cidades. Se fizer isso, nosso direito de discordar tbém precisa ser considerado.