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Cícero se salvou em meio à escuridão (Foto Santos FC) |
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Cícero se salvou em meio à escuridão (Foto Santos FC) |
Não é que Luan decida, o pé dele é que anda quente. Um jogo depois de perder para o Ceará e na estreia do ex-santista campeão da Libertadores da América Maikon Leite, o Palmeiras venceu por 2 a 0 o Atlético-GO no Canindé.
Tudo bem, a chulapa do Maikon Leite também é aquecida. Primeiro, porque ele marcou um e jogou bem em sua primeira partida como titular. E, de que outra forma explicar a corrida em diagonal desempenhada por Márcio Araújo? O aplicado porém limitado volante carregava a camisa 100 – número de partidas em que atuou com o manto alviverde – demonstrou habilidade incomum e deu um passe para o estreante que carregava a 7.
O segundo foi de Marcos Assunção, de pênalti sofrido por Gabriel Silva. O lateral-esquerdo protagonizou menos lances ofensivos do que seu colega da direita, Cicinho. O 2, com o estreante, promoveu momentos interessantes para o torcedor. É que um ala e um atacante aberto fazem bem para o ataque.
Luan pouco fez, mas participou da movimentação do ataque. Wellington Paulista quase marcou, com bola na trave e tudo. Se os rumores sobre a ida ao Cruzeiro ou a Internacional de Porto Alegre se confirmarem, é capaz de o jogador, contratado para ser o homem-gol, abandone
O resultado foi bom diante do time de PC Gusmão. Muito diferente de 2010, quando o Palmeiras perdeu as duas partidas no Campeonato Brasileiro e o jogo de volta na Copa do Brasil (no qual foi desclassificado nos pênaltis).
Foi a vitória de número 500º da história do Palmeiras em competições nacionais reconhecidas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – somando Taça Brasil (de 1959 a 1967), Torneio Roberto Gomes Pedrosa (de 1967 a 1970) e Brasileirão pós-1971.
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Elano: 5 gols em 3 partidas. (Divulgação-Santos FC) |
Se a ausência de Neymar e Ganso, suspensos, já indicava que a possibilidade de show seria menor do que em outros jogos, o gramado encharcado do estádio do Mirassol só sacramentou essa impressão. Ainda sem George Lucas e Léo, novamente Dorival improvisou nas laterais, com Roberto Brum na direita e Pará na esquerda. No lugar dos infantes terríveis da frente, entraram Marquinhos e Madson.
Na primeira etapa, domínio santista. Jogando do lado do campo menos danificado, a equipe conseguiu tabelar e tocar rapidamente a bola e coube ao mais que útil Wesley marcar o gol aos 26, graças à movimentação de Madson, que abriu espaço para a finalização do meia. Tento merecido pelo maior volume de jogo da equipe alvinegra, apesar de um número bem menor de jogadas plásticas que nas pelejas anteriores. Mas o destino quis que em uma jogada de fliperama, uma falta cobrada pelo Mirassol que bateu em dois atletas peixeiros, o empate viesse ao 34.
Já no segundo tempo, Madson conseguiu fazer aos 12, por meio de uma bela cobrança de falta. E depois, jogando no lado do campo onde era impossível trocar passes rápidos, o time não conseguiu mais pressionar. O Mirassol se animou e, com sucessivas ligações diretas (vulgo chutões) passou a levar perigo. A substituição de Marquinhos para a estreia do lateral-direito Maranhão, claramente sem ritmo de jogo, fez com que o time santista perdesse o meio e também passasse a apelar para os lançamentos compridos. Ainda assim, a equipe do interior não teve força ofensiva (leia-se técnica) para empatar e o Peixe saiu vitorioso.
Esta foi a sétima vitória seguida e o Peixe consolidou a liderança quatro pontos à frente do vice-líder e a oito do primeiro colocado fora da zona de classificação. Não dá pra reclamar.
É nisso que o torcedor praiano pensa depois da derrota. Alguns já elaboram desculpas para justificar o vice-campeonato. Outros, tentam ter esperanças. Hoje, o acaso e Ronaldo foram contra nós. Uma falta boba de Pará, uma matada no peito infeliz de Kleber Pereira e um toque involuntário da bola em Fabiano Eller definiram a partida. Fora as defesas de Felipe. No próximo domingo, a sorte pode estar do lado peixeiro.
Mas a culpa não é do treinador. Até porque a entrada de Maikon Leite, há meses sem atuar, foi uma demonstração óbvia da falta de elenco que a equipe tem. Só um atacante alto, e sem homens de frente velozes no banco, Mancini se virou como pôde. É preciso reforçar para o Brasileirão. Pedrão, do Barueri, será muito, mas muito bem vindo dentro desse contexto.
A propósito, tiraria Neymar para a entrada de Róbson, que precisava ir para o jogo mesmo.
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Por conta desse alto grau de exigência que a comparação cruel traz à mente, é bom o torcedor do Santos ter paciência com esses dois atletas. São bons, podem ser craques sim, mas estão em meio a um furação graças à pífia administração peixeira. São milagres e, por isso, todo alvinegro tem que agradecer a eles, e não xingá-los.
Sobre atletas decisivos, Madson, novamente, foi efetivo, mas não o suficiente.
Saiu o diagnóstico da lesão que o atacante Maikon Leite, do Santos, sofreu no jogo contra o Flamengo, no último domingo: rompimento dos ligamentos cruzados anterior e posterior e do colateral medial, além de lesão no ligamento patelar e deslocamento da rótula. A impressionante torção de joelho (veja as fotos da Agência Lance e da Futura Press) vai deixar o jovem jogador, no mínimo, um ano fora dos gramados. Os médicos dizem que o estrago é simplesmente três vezes pior do que os rompimentos do ligamento patelar nos joelhos de Ronaldo Nazário - daí, não dá nem pra gente imaginar o tamanho da dor que o santista sentiu no momento fatídico. Horrível, horrível mesmo.
Um fato lamentável, principalmente porque Maikon, de 20 anos, vinha sendo um dos principais destaques (senão o único) do alvinegro praiano, que sofre para tentar sair da zona de rebaixamento no Brasileirão. Um campeonato, aliás, que vem sendo pródigo em cenas chocantes, como a luxação no braço do atacante são-paulino Borges e a fratura em três lugares no braço do atacante flamenguista Diego Tardelli, ambas em partidas no primeiro turno. Como todo esporte coletivo, futebol é jogo de contato. Um passo errado, um toque de desequilíbrio e o atleta se expõe a uma lesão, uma dor, que nos parece absurdamente inimaginável.
Quando vi as fotos de Maikon, fiquei com aflição de assistir jogos de futebol. É só ver dois jogadores partindo para uma dividida que eu já fecho os olhos. Os caras ganham muito bem, é verdade. Mas passar por uma situação como a do Maikon Leite não tem preço. Nada paga uma coisa dessas. Tomara que, pelo menos, o cara esteja totalmente anestesiado com analgésicos. A cirurgia será nesta quarta-feira, 20, quando o joelho direito do atacante será, literalmente, reconstruído. Só nos resta desejar toda sorte do mundo ao santista.