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Uma tendência quando se analisa futebol é considerar que alguns atletas seriam grandes jogadores (ou maiores do que realmente foram) não fossem algumas circunstâncias específicas. Fatalidades, como o acidente que encerrou a carreira de Manuel Maria, que na década de 1970 caminhava para ser o novo Pelé; comportamento exageradamente complicado - e aí temos inúmeros, como Almir Pernambuquinho, da década de 1960 e, mais recentemente, Luís Fabiano e Edmundo; e mesmo lesões agressivas, como as que impediram que Marco Van Basten tivesse uma carreira mais prolongada.
Atualmente, há dois jogadores que encaixam-se perfeitamente nessa definição. Tiveram um início de carreira meteórico e depois entraram na lista do "pena que...". Acontece que, em 2007, eles estão superando o "pena que..." e, mesmo assim, não estão conseguindo mostrar um grande futebol. Falo de Pedrinho e Dagoberto.
Pedrinho passou por inúmeras lesões que começaram lá em 1998, quando ele era jogador do Vasco. Às vésperas de se apresentar pela primeira vez à seleção brasileira, teve uma contusão seríssima, e daí pra frente nunca mais foi o mesmo. No Palmeiras, alternava boas apresentações com meses de inatividade. E no Fluminense, de onde vem essa foto, sua passagem foi ridícula.
Então Pedrinho chegou ao Santos. E, como que em um milagre, seu verdadeiro problema de saúde - uma lesão no quadril - foi detectado e ele tem jogado initerruptamente desde o início do ano. Um verdadeiro recorde. Acontece que o futebol dele não deslanchou. Esperava-se, que em condições ideais, Pedrinho chegasse para ser o titular do Peixe - até porque Rodrigo Tabata estava em baixa e ninguém dava um tostão furado pelo "queimador de línguas" Rodrigo Souto. Mas Pedrinho foi pro banco. E de lá mal saiu. Agora, que o Santos passa por uma transição com a saída de Zé Roberto, Pedrinho terá sua chance. Mas precisa jogar mais bola do que fez até agora para ser considerado um titular.
No caso de Dagoberto, foram dois seus males: lesões sérias e problemas jurídicos. Ele vinha arrebentando no Atlético-PR vice-campeão brasileiro de 2004 e sofreu uma contusão gravíssima na reta final do campeonato. Quando começou a se curar, entrou num imbróglio com a diretoria do Atlético e ficou praticamente inativo por dois anos.
A transferência para o São Paulo parecia a tábua da salvação. A boa estrutura do Tricolor evitaria problemas físicos do atacante e, com a cabeça livre das pendências burocráticas, Dagoberto teria que decolar. Mas até agora não fez isso. Estreou bem contra o Grêmio e depois disso não fez muita coisa - tanto que até agora não foi às redes com a camisa do São Paulo. Espero mais dele que do Pedrinho, mas o mais provável é que a carreira de Dagoberto seja consolidada como a de um "bom jogador", e não do craque que ele parecia ser.