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quarta-feira, dezembro 18, 2013

Som na caixa, manguaça! - Volume 74

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TAMANCO MALANDRINHO

(Composição: Tom e Dito)

TOM & DITO

Vista sua mortalha azul-turquesa
Mais bonita que a beleza
Mais humana que o perdão
Calce seu tamanco malandrinho
Pintado de azul-marinho
Que é a cor da solidão
Transe,
Carnaval são só três dias
DE CACHAÇA E DE FOLIA
De alegria e emoção
Chore,
Quando chegar a terça-feira
Peito estoura de saudade
Estraçalha o coração
Que eu quero ver

Eu quero ver
Meu bloco na avenida sete
Encontrar você
Eu quero ver, eu quero ver
Na arquibancada da vida
Você se perder

Transe,
Carnaval são só três dias
DE CACHAÇA E DE FOLIA
De alegria e emoção
Chore quando chegar a terça-feira
Peito estoura de saudade

Dilacera o coração

(Do LP "Se Mandar M'imbora eu Fico" - Som Livre/1974)
* Música finalista do Festival Abertura, de 1974 , incluída no LP "Festival da Nova Música Brasileira - As Finalistas da Abertura".



quinta-feira, novembro 14, 2013

Som na caixa, manguaça! - Volume 73

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SOY LATINO AMERICANO

(Composição: Zé Rodrix)



ZÉ RODRIX

Não acordo muito cedo
Mas não fico preocupado
Muita gente me censura
E acha que eu estou errado
Deus ajuda a quem madruga
Mas dormir não é pecado
O apressado come cru
E eu como mais descansado...

Soy latino americano
E nunca me engano
E nunca me engano
Soy latino americano
E nunca me engano...

Meu caminho pro trabalho
É um pouco mais comprido
Eu vou sempre pela praia
Que é muito mais divertido
Chego sempre atrasado
Mas eu não corro perigo
Quem devia dar o exemplo
Chega atrasado comigo
E diz:...

Soy latino americano
E nunca me engano
E nunca me engano
Soy latino americano
E nunca me engano...

É legal voltar pra casa
Mas eu não volto correndo
Quem tem pressa de ir embora
No transporte vai morrendo
E eu que não me apresso nunca
PRO MEU BAR EU VOU CORRENDO
E encontro a minha turma toda
Sentada na mesa dizendo assim...

Soy latino americano
E nunca me engano
E nunca me engano
Soy latino americano
E nunca me engano...

Quando eu abro a minha porta
Muita gente está jantando
Quando eu ponho a minha mesa
Muita gente está deitando
Eu me arrumo e vou pra rua
E na rua vou achando
Muita gente que trabalha
Se divertindo e cantando
Assim:...

Soy latino americano
E nunca me engano
E nunca me engano
Soy latino americano
E nunca me engano...

(Do LP "Soy latino americano", EMI-Odeon, 1976)


sexta-feira, outubro 04, 2013

Som na caixa, manguaça! - Volume 72

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O LOBISOMEM
(Léo Canhoto)

Léo Canhoto e Robertinho

Eu vinha vindo com a minha namorada
Na avenida, conversando sossegado
A lua cheia brilhava no infinito
Ninguém na rua, só nos dois bem abraçados
À meia noite eu voltei da casa dela
Mas de repente parecia que era o fim
Um bicho feio no meu ombro pôs a mão
Olhou bem na minha cara e depois falou-me assim:

- Uuuuuuuuu aaaaaaahhhh! Eu sou o lobisomem e vou levar você para o outro mundo!

Com muito custo me livrei daquele monstro
E fui pra casa do Chicão, meu grande amigo
Entrei na sala tremendo, muito assustado
Contei pra ele o que aconteceu comigo
No outro dia fui levar minha garota
E o Chicão ficou no canto, escondido
Na minha volta o lobisomem apareceu
Nas minhas costa ele bateu, o negócio foi divertido

Mas o Chicão, meu grande amigo, apareceu
Trazendo junto uma garrafa de cachaça
Bebeu um trago e avançou no lobisomem
Os dois caíram, foi tão grande a arruaça
O bicho feio dava pulo de enfezado
E o meu amigo lhe tocava o pé no peito
Os dois rolavam que a poeira suspendia
E o barulho que faziam era mesmo desse jeito:

- Uuuuuuuuu aaaaaaaaaaaii! Eu sou o lobisomem e vou fazer você virar uma fumaça!
- E eu sou o Chicão, famoso bebedor de cachaça! E nunca mais você vai assustar ninguém! Toma!!! Toma!!!
- Uuuuuu aaaaaiiii!

O lobisomem se arrancou naquele instante
Entrou no pasto, escondeu-se no piquete
Mas o Chicão correu atrás e o agarrou
E sem demora foi lhe descendo o porrete
Toda mentira desse mundo é descoberta
Preste atenção e veja o que aconteceu
O lobisomem apanhou que até desistiu
A sua máscara caiu e a verdade apareceu

Eu cheguei perto para ver o acontecido
Até fiquei com pena desse camarada
O lobisomem que viva me assustando
Era o pai da minha linda namorada
No outro dia me casei com a menina
Eu gosto dela, por isso lhe dei meu nome
E o meu sogro hoje mora em minha casa
Cuida bem dos meus filhinhos, deixou de ser lobisomem...

(Do LP "Rock Bravo chegou para matar", RCA Camden, 1970)


terça-feira, outubro 01, 2013

Som na caixa, manguaça! - Volume 71

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VOU BEBER ATÉ MORRER

(Evaldo Freire/ Tina)

Evaldo Freire

Traga-me um copo de outra cerveja
Bote aqui na mesa deste bar
Porque não posso ver você mulher com outro
Por ti, querida, eu só vivo a lamentar

Como é que eu posso viver sem ter um amor
Vivo bebendo sem ninguém me socorrer
Só porque bebo as moças me recusam
Só por capricho vou beber até morrer

Mas não tem nada
Por eu viver na solidão
Você merece castigo, mulher
E Deus lhe dará o perdão


Mas não tem nada
Por eu viver na solidão
Você merece castigo, mulher
E Deus lhe dará o perdão

(bis)
 

Bebo por ti, morena dos olhos pretos
Porque falei pra contigo namorar
Tu me mandaste que eu fosse pra o inferno
Levasse um tubo de cachaça pra tomar
 

Mas não tem nada
Por eu viver na solidão
Você merece castigo, mulher
E Deus lhe dará o perdão
(bis)


(Do LP "A dor de uma paixão", EMI Odeon, 1980)


quarta-feira, maio 15, 2013

Som na caixa, manguaça! - Volume 70

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SE GANHO NA LOTECA
(J.Velloso/ Andó)


Se ganho na loteca tomo todo mé
Boto fogo no barraco depois dou no pé

Eu vou plantar bananeira no meio da praça
Vão me aplaudir
Vou contar piada velha e pra me agradar
Vocês vão ter que rir
Vou passar a ser bacana, pois com essa grana
Tudo é natural
Vou trocar champanhe por Brahma, caviar por cana
Vou ser genial


(Compacto, gravadora Continental)


segunda-feira, abril 29, 2013

Som na caixa, manguaça! Volume 69

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RONDA
(Paulo Vanzolini)

De noite eu rondo a cidade
A te procurar
Sem encontrar
No meio de olhares espio
Em todos os bares
Você não está

Volto pra casa abatida
Desencantada da vida
O sonho alegria me dá
Nele você está

Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, esta busca é inútil
Eu não desistia

Porém, com perfeita paciência
Volto a te buscar
Hei de encontrar

Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinho
Jogando bilhar

E neste dia então
Vai dar na primeira edição:
"Cena de sangue num bar da Avenida São João"

(Do LP "Ronda", da cantora Marcia, EMI, 1977)


sábado, fevereiro 09, 2013

Som na caixa, manguaça! - Volume 68

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GUZZY MUZZY
(Jorge Mautner)

Como vai você, nesse dia azul?
Não consegue responder?
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Será que assim falam
Os índios do xingu
Não conseguem responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Será que não irá bem
Ouço o tal do quadro
Não consegue responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Será que você tomou
Cachaça com chuchu
Não consegue responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Guzzy quer dizer que eu te amo
E muzzy quer dizer que eu te adoro
Hey you é hey você, hey você
É hey você

(Do LP "Jorge Mautner", Polydor, 1974)


Ps.: Com agradecimentos à indicação do companheiro De Massad.

quarta-feira, janeiro 30, 2013

Mapa de Minas e outros 26 estados produtores de cachaças

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Quando alguém gosta de cachaça, e gosta de gostar da bebida, começa a querer saber o local onde a chambirra é plantada, colhida, prensada, fervida, fermentada e destilada. Torna-se curiosidade tão importante quanto conhecer a madeira que compõe os tonéis onde o precioso líquido descansa. Mesmo que, eventualmente, a "madeira seja aço-inox" (isso é detalhe).

O Mapa da Cachaça é uma plataforma colaborativa no ar desde 2011. Mas só descobri essa mídia social pouco socializante no fim do ano passado. Criada pela Paralelo Multimídia, a plataforma faz constar no mapa alambiques, destilarias e fábricas de cachaça industriais e artesanais – categoria sacramentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para salvaguardar as marvadas produzidas em escalas menores do que as industriais (as que verdadeiramente mataram o guarda, o padre e até passarinho que se aventurou a beber a água que aves não beberiam).

Falta muito para alcançarem cada rincão cachaceiro (refiro-me aos produtores, não me entendam mal) do país, mas é um grande começo e uma necessidade para o diagnóstico pré-implementação do Manguaça Cidadão.

Foto: Reprodução
Mapa com um tanto de produtores espalhados. Falta muito para alcançar todos os
rincões cachaceiros. Mas os alfinetes vermelhos marcam as que, modestamente, já tive
oportunidade de conhecer a fundo. Por sorte, o copo não era tão fundo...

Porque estive lá

Curioso, fui tentar cadastrar minha modesta adega (que está mais para despensa). Das seis que ainda não estão vazias, quatro já estavam devidamente mapeadas, com muito mais informações do que eu tinha sobre as danadas.

Registrei, então, duas molha-goela, singelas contribuições que permaneciam de fora do recenseamento. A Caranguejo (à esquerda), de Campina Grande (PB) e a Cachaça de Pirenópolis (GO), cidade histórica próxima ao Distrito Federal (abaixo, à direita). Antes de serem publicadas, as informações passam por moderação dos editores. Afinal, informação de bêbado não tem dono.

Além de diferenciações importantes e instrutivas (cachaça é diferente de aguardente composta, aquelas temperadas com canela, cravo, mel, cascas e sementes), há espaço para apontar madeira de descanso ou envelhecimento (uma coisa é uma coisa) e até cadastrar o fabricante e seu endereço.

É a partir desse endereço que se consegue, além de pesquisar por nomes, viajar por mapas do Brasil. Se você der sorte (ou azar) de pegar algum soluço do site e desembocar num Erro 404, vai receber, na testa, um: "Não aguenta bebe leite!"

Em clima de quem interage em mídias sociais e acha bonito, saí marcando "Já bebi" em todas as preferidas que encontrei. Ainda marquei muitas que nem sequer almejam o posto de mais queridas... E, no final, estava admitindo até as que despertam nenhum orgulho da experiência da degustação. Tem toda a gama de qualidades cadastrada por lá.

Modéstia às favas, em 20 minutos alcancei a primeira dezena de quatro estados. Em mais 10, passando por algumas das 42 páginas de listas das marvadas de Minas Gerais, foi fácil passar da segunda dezena. Nesse inteirim, conheci a Poesia, a Atrás do Saco, a Peladinha, Perseguida Ouro... Além de conhecer uma coleção de rótulos e músicas que não chegam aos pés do Som na Caixa Manguaça.

Vale o passeio. Mas dá uma sede danada.

terça-feira, janeiro 29, 2013

O Mestre: Cachaça não é tíner não

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Quando ouvia a clássica marchinha de Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro, Héber Lobato e Marinósio Filho, imortalizada no Som na Caixa Manguaça nº 51", "Você pensa que cachaça é água", sempre entendi, na letra, um teor de um "pres'tenção". Uma dose de toque amigo para manguaças profissionais buscarem uma hidratação mais convencional.

Ao assistir a "O Mestre", de Paul Thomas Anderson, ocorreu-me uma leitura um pouco diferente. Em vez de uma crítica a hábitos etílicos exacerbados do interlocutor, imaginei que para a marchinha um diálogo em grau mais professoral, um ensinamento para explicar a diferença entre cachaça e água. A distinção, entendam, está praticamente dada por uma questão de fonte dos recursos (alambique versus ribeirão), quase uma denominação de origem controlada (DOC, como em vinhos, espumantes, queijos e quetais).

O devaneio, inspirado pela aspiração de chegar ao bar, decorre de algumas das sequências do referido longa-metragem. A produção mostra a relação peculiar (lá de onde eu venho, o nome disso seria "doida de pedra") entre Freddie Queuel (Joaquin Phoenix) e Lancaster Dodd (Philip Seymour Hoffmann), livremente inspirado em Lafayete Ron Hubbard, fundador da Cientologia -- ideário que teve repetidos quinze minutos de fama em 2001, quando o galã Tom Cruise trocou sua então esposa Nicole Kidmann pela doutrina -- não foi assim tão simples, mas me falta informação para redator de coluna de celebridades.

Foto: Divulgação

No filme "O Mestre", Freddie Quell (e seu fígado) é interpretado por Joaquin Phoenix. C
oquetéis com itens como reveladores e fixadores de
filme. Espera-se que dublês tenham participado de cenas como as da foto


Ao caracterizar os personagens, o filme destila Dodd como um intelectual com talento para autoritário e ambição para messianismo. Queuel começa como um marinheiro traumatizado da Segunda Guerra Mundial, alcoólatra e viciado em sexo que perdeu um parafuso antes ou depois de cruzar o Atlântico dos Estados Unidos para a Europa. Ao voltar, exercita hábitos de adicto de estágio avançado -- de beber perfume e daí para baixo. Bem para baixo.

Em quatro sequências diferentes, a personagem manufatura coquetéis peculiares. No primeiro, em meio a um laboratório de revelação fotográfica de poses preto e branco, ele parece misturar sais de revelação com fixador, além de limão. E bebe. Depois, seu elixir vira suspeito de ser veneno, quando um camponês, colega na colheita de repolhos, não tolera a mistura não identificada e sucumbe.

Em outro trecho, antes de simular relações sexuais com uma escultura de areia na praia, o preparado leva água de coco e... tíner (!). Em outra, além de uísque e vodca, novos toques de tiner, agora filtrado (?!?!) em pão velho. E a mistura é apreciada pela dupla, embora o marinheiro indique que é capaz de fazer outras variações da verdadeiramente marvada, embora não repita a receita.


Foto: Divulgação

Na praia, a espera da volta para os Estados Unidos, um drinks (sic) de
água de coco e tíner, para rebater o calor. 

Assustado, fui ao Google.

Se o Sulfito de Sódio, componente principal de um dos principais reveladores P&B do mercado, também é usado como antioxidante e conservante de alimentos (não é tão tóxico, exceto para alérgicos ao produto). Tíner, por sua vez, que contém acetona ou butanona ou outros hidrocarbonetos, é solvente peculiar que pode produzir efeitos alucinógenos quando inalado, a exemplo do que acontece na cola de sapateiro. Não à toa, é vendido apenas a maiores de 18 no Brasil.

Não consegui ir além de referências a inalantes em fontes em português.

No caso do filme, vale ressaltar que, embora Lancaster Dodd tenha elementos claros de L. Ron Hubbard, há dúvidas sobre a existência de uma inspiração única para Quell, colocado como um anti-alterego do "Mestre", uma sombra impulsiva, animalesca e caricata. Mas uma corruptela reveladora do caráter...

Com essa informação, fiquei mais satisfeito de saber que, talvez, ninguém tenha chegado a degustar esse tipo de coquetel.

Ao mesmo tempo, e voltando ao clássico do cancioneiro popular brasileiro, foi a comparação a drinks com tíner e desinfetante que revi minha interpretação. Nessa perspectiva, talvez cachaça fique parecendo quase água. Na dúvida, melhor não arriscar.

quinta-feira, janeiro 17, 2013

A volta do boêmio

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"Boemia, aqui me tens de regresso
E suplicante te peço a minha nova inscrição..."

Voltei!

E (re)começo com o título e alguns trechos do maior clássico de Adelino Moreira, na voz de Nelson Gonçalves, como fundo musical. Por quê?

Buenas, no post anterior que escrevi para o Futepoca, há (quase) um ano e meio, terminei dizendo que ia "beber um vinhozinho" para espantar o frio, a chuva, a deprê pré-segunda-feira e, principalmente, a dor de cabeça pelos 5 a 0 que o Corinthians aplicou impiedosamente sobre o meu time, naquele 26 de junho de 2011. Pois é, a ressaca do tal "vinhozinho" custou a passar... Mas "o bom filho à casa torna" - ou seria "o bom bebum ao bar entorna"? - e aqui me reapresento, disposto ao (bom) combate.

"Boemia, sabendo que andei distante,
Sei que essa gente falante vai agora ironizar:
- Ele voltou! O boêmio voltou novamente.
Partiu daqui tão contente. Por que razão quer voltar?"

Acontece que o Futepoca, tanto quanto suas próprias "razões sociais" (futebol, política e cachaça), é um vício. Mais do que isso: é uma família. E em família a gente bebe, discute, briga, bebe de novo, se afasta, se reconcilia, discute mais um pouco, bebe, chora, dá risada, faz drama, bebe a saideira, conversa, se abraça e, muitas vezes, chega num acordo. Ou não (rs). No meu caso, não teve discussão nem briga nem drama. Só um afastamento, digamos, necessário. Mas, felizmente, temporário.

Porque, como diz o Gilberto Gil, na letra de outro clássico, "Back in Bahia":

"Por algum tempo, que afinal passou depressa, como tudo tem de passar
Hoje eu me sinto como se ter ido fosse necessário para voltar
Tanto mais vivo de vida mais vivida, dividida pra lá e pra cá"

E porque um filho teu não foge à luta!

Voltei pra família Futepoca, cerrando fileiras novamente com Anselmo, Brunna, Fredi, Glauco, Maurício, Nicolau e Thalita. Agora me aguentem! (rs)

Beijos e abraços,
Marcão

Ps.1: A foto acima foi tirada pela - paciente, compreensiva e companheira - Patricia, no primeiro dia do ano, enquanto eu cantava e batucava na mesa da sala ao som de Benito di Paula, bebendo um Bicho Verde (Martini 40 ervas) misturado com caldo de pêssego. Sobrevivemos.

Ps.2: SOM NA CAIXA, MANGUAÇA:




quinta-feira, dezembro 27, 2012

Música pura, com ou sem gelo

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Sambistas, jazzistas, bluezeiros, roqueiros e até compositores eruditos têm histórias imbricadas de entorpecentes. Por questões culturais e porque a Lei Seca durou pouco nos anos 1920 nos Estados Unidos, a bebida alcoólica é especialmente ligada à música. Sobram, aliás, composições que tratam do tema, como consagrado na série do Futepoca "Som na Caixa Manguaça" e levado à exaustão nas músicas da nova geração sertaneja (seja lá o que isso signifique).

Mas qual bebida casa com cada música? Porque goró ainda não tem uma API em funcionamento, Drinkfy ganha conotação de serviço de utilidade pública. Ou o contrário disso. E é divertido.

No estilo de aplicativos que sugerem harmonizações para vinhos ou tipos de alimento gourmet (ou gourmand), a ferramenta consiste em uma busca por um cantor, compositor ou nome do universo musical. O que a aplicação faz é simplesmente recomendar um goró que acompanha bem a trilha sonora. Para Tom Jobim, por exemplo, a recomendação é de uma Corona, cerveja mexicana (é favor não confundir: não é para tomar uma Gorducha). Para Astor Piazzolla, uma garrafa de vinho tinto. Em caso de Rolling Stones, um copo de rum. E ainda tem a versão para feriados.

Foto: Reprodução


Em tese, eles alertam que a combinação pode não ser perfeita, até porque é um cruzamento entre o The Echo Nest (base de dados que descreve artistas e relaciona-os a gêneros musicais) com api do Last.fm (que permite, de quebra, tocar a canção pedida).


quinta-feira, março 24, 2011

Som na caixa, manguaça! - Volume 67

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VOU SIM, QUERO SIM

Los Borrachos Enamorados

Ei, tu quer beber? E então!
Beber o quê? Mé com limão!
Tu quer fumar? E apois! Fumar o quê?

Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...
Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...

Ei, no meu fusquinha, vamos sair?
No Jaraguá, Los Borrachos toca lá
E aí? Em Maceió tem brega adoidado, venha!

Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...
Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...

Ei, tem duas negas
E aí, negão? Vamos arrastar?
No Xanadu a gente bota o bicho lá
Quem és tu? É baitolão?
Tu vai ou não?

Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...
Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...

(Do CD "O Primeiros", Gravadora Maikai, 2010)

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Som na caixa, manguaça! - Volume 66

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LÁGRIMAS ALCOÓLICAS
(Composição: Dee Diedrich)

Pelebrói Não Sei?

Tens mesmo certeza que essa angústia vai passar
Que serás feliz tendo dinheiro pra gastar
Um Corsa usado e sujo em frente ao portão
Missa aos domingos, ver televisão
(HA, HA...)

Conquistar o mundo sem sair do teu sofá
Ser bem conhecido, ter piadas pra contar
Visitar parentes, casamentos, batizados
Décimo terceiro pra curtir o feriado
(de Natal)

Tudo é tão legal, basta não olhar
E seguir fingindo sonhos encontrar
Futebol na quarta, férias no verão
Lágrimas alcoólicas pra pedir perdão
(HA, HA...)

Conquistar o mundo sem sair do teu sofá
Ser bem sucedido, ter bobagens pra falar
Visitar parentes, funerais e batizados
Décimo terceiro pra curtir o feriado
(em Natal)

Tudo é tão legal, basta não sonhar
Sonhos são pra loucos que querem amar
Futebol na quarta, férias no verão
Lágrimas e cólicas pra pedir perdão
(HA, HA...)

(Do CD "Lágrimas alcoólicas", Barulho Records, 2003)

sexta-feira, dezembro 31, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 65

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SAUDADE DOS AVIÕES DA PAN AIR (CONVERSANDO NO BAR)
(Fernando Brant-Milton Nascimento)

Milton Nascimento

Lá vinha o bonde no sobe e desce ladeira
E o motorneiro parava a orquestra um minuto
Para me contar casos da campanha da Itália
E de um tiro que ele não levou, levei um susto imenso
Nas asas da Pan Air
Descobri que as coisas mudam e que o mundo é pequeno
Nas asas da Pan Air

E lá vai menino xingando padre e pedra
E lá vai menino lambendo podre delícia
E lá vai menino senhor de todo fruto
Sem nenhum pecado, sem pavor
O medo em minha vida nasceu muito depois
Descobri que a minha arma é o que a memória guarda
Dos tempos da Pan Air

Nada existe que não se esqueça, alguém insiste e fala ao coração
Tudo de triste existe que não se esquece, alguém insiste e fere o coração
Nada de novo existe neste planeta que não se fale aqui na mesa de bar
E aquela briga e aquela fome de bola
E aquele tango e aquela dama da noite
E aquela mancha e a fala oculta
Que no fundo do quintal morreu, morri a cada dia dos dias que vivi

Cerveja que tomo hoje é apenas em memória dos tempos da Pan Air
A primeira Coca-Cola foi, me lembro bem agora, nas asas da Pan Air
A maior das maravilhas foi voando sobre o mundo nas asas da Pan Air
Em volta dessa mesa velhos e moços lembrando o que já foi
Em volta dessa mesa existem outras falando tão igual
Em volta dessas mesas existe a rua vivendo o seu normal
Em volta dessa rua uma cidade sonhando seus metais
Em volta da cidade...

(Do LP "Minas", EMI Odeon, 1975)



Sugestão do camarada DeMarcelo (Maurício). Feliz Ano Novo pra ti, pra Cris e pro Chicão. E pra toda a coletividade futepoquense!

sexta-feira, dezembro 24, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 64

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MINHA HISTÓRIA (GESUBAMBINO)
(Dalla/ Pallotino - versão: Chico Buarque)

Chico Buarque

Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente, laiá, laiá,laiá, laiá

Ele assim como veio partiu não se sabe prá onde
E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
Esperando, parada, pregada na pedra do porto

Com seu único velho vestido, cada dia mais curto, laiá, laiá,laiá, laiá
Quando enfim eu nasci, minha mãe embrulhou-me num manto
Me vestiu como se eu fosse assim uma espécie de santo
Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher
Me ninava cantando cantigas de cabaré, laiá, laiá, laiá, laiá
Minha mãe não tardou alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia ou se por amor
Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor, laiá, laiá, laiá,laiá

Minha história e esse nome que ainda carrego comigo
Quando vou bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus, laiá, laiá
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus
Laiá, laiá, laiá,laiá

(Do LP "Construção", Philips, 1971)

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 63

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TURMA DO FUNIL
(Antonio Carlos Jobim/ Chico Buarque/ Mirabeau/ Oliveira/ Castro)

Tom Jobim, Miúcha e Chico Buarque

Quando é tão densa a fumaça
Que o tempo não passa
E a porta do bar já fechou
Quando ninguém mais tem dono
O garçom tá com sono
e a primeira edição circulou
Quando não há mais saudade, nem felicidade
Nem sede, nem nada, nem dor
Quando não tem mais cadeira
tomo uma besteira de pé no balcão
Eis que da porta do fundo
Do oco do mundo
Desponta o cordão

Chegou a turma do funil
Todo mundo bebe
Mas ninguém dorme no ponto
Ah, ah, ah, ah!
Mas ninguém dorme no ponto
Nós é que bebemos
e eles que ficam tontos, morou
Eu bebo sem compromisso
É o meu dinheiro
Ninguém tem nada com isso
Enquanto houver garrafa
Enquanto houver barril
Presente está a turma do funil

(Do LP "Miúcha & Tom Jobim", RCA Victor, 1979)

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 62

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CHUVA, SUOR E CERVEJA
(Caetano Veloso)

Caetano Veloso

Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça
Não saia do meu lado
Segure o meu pierrot molhado
E vamos embolar
Ladeira abaixo
Acho que a chuva
Ajuda a gente a se ver
Venha, veja, deixa
Beija, seja
O que Deus quiser...

A gente se embala
Se embora se embola
Só pára na porta da igreja
A gente se olha
Se beija se molha
De chuva, suor e cerveja...

Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça
Não saia do meu lado
Segure o meu pierrot molhado
E vamos embolar
Ladeira abaixo
Acho que a chuva
Ajuda a gente a se ver
Venha, veja, deixa
Beija, seja
O que Deus quiser...

A gente se embala
Se embora, se embola
Só pára na porta da igreja
A gente se olha
Se beija se molha
De chuva, suor e cerveja...

(Do LP "Muitos Carnavais", Philips, 1977)

quarta-feira, novembro 17, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 61

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TIOZÃO DE BAR
(Érika Machado/ Cecilia Silveira)

Érika Machado

Tive tempo pra desenvolver
Incríveis qualidades
Fui funcionário do mês
Campeão de xadrez
Tanta gentileza até me fez perder freguês

Quando ninguém mais está por perto
Exercito habilidades
Com os canudinhos do bar
Faço esculturas pra quê
Pra bater o recorde de espera por você

Não me preparo para o que vem vindo
Segunda-feira é a mesma coisa que domingo
Sempre colado aqui nesta cadeira
Tão só, tão só, tão só, tão só

Tive até vontade de pular de pára-quedas
Mas fiquei com medo de morrer
Meu escritório é o bar
Minha razão pra viver
E eu ainda tenho tantas latas pra beber

Eu me preparo assim desta maneira
A mesa o copo o isopor e a saideira
Estou colado aqui nesta cadeira
Tão só, tão só, tão só, tão só

(Do CD "Bem me quer mal me quer", Tratore, 2009)

quarta-feira, setembro 08, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 60

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HINO NACIONAL DOS CACHACEIROS DO BRASIL
(Composição: Elton Saldanha)

Cairon e Gustavo

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

Amigo me dá licença, mas preciso me benzer
Arado não lavra sem boi e eu não canto sem beber
Atraca uma talagada, me dá um trago de água benta
Um lisão de pinga pura pra nós regular a lenta

Certa vez eu fiz promessa de deixar a pinga em paz
Mas esqueci da palavra e cada vez eu bebo mais
Eu sei os dez mandamentos, eu rezo e tiro o chapéu
O corpo se vai pro chão e alma se vai pro céu

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

Amigo sou biriteiro, me serve sem cerimônia
Diz que a cachaça dá sono e eu to sofrendo de insônia
No concurso de pinguço sou eu que escrevo o exame
Eu vou ficar muito rico se vender meu vasilhame

Minha mulher pra me agradar toma banhos de licor
Mulher com cheiro de pinga dá mais tesão pro amor
Fui batizado com mé na festa dos bodegueiros
Eu canto de quatro pé, o hino dos cachaceiros

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

(Do CD "Sertanejo Universitário Ao Vivo", Independente, 2009)



Sugestão de Moriti Neto

terça-feira, agosto 24, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 59

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UM CHOPE PRA DISTRAIR
(Paulo Diniz)

Paulo Diniz

Ela passou
Deixando um sorriso no chão
Deu um banho de beleza nos meus olhos
E aí começou o verão
Mil cores pintando o painel
Copacabana...

Ela parou
Na loja de discos e escutou
A canção que eu fiz pra ela
A minha mensagem de amor
É tudo que eu tenho pra dar
Chorei de amor
Eu sei, chorei de amor
E um chope pra distrair...

Um chope pra distrair,
Um chope, chope, pra distrair...

(Do LP "Quero voltar prá Bahia", Odeon, 1970)