Destaques

sábado, junho 09, 2007

O profissional

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Ainda há quem não aceite que o futebol é, sim, um negócio profissional. O Brasil ainda não sabe conviver com o fato. Tem jogadores que recebem altos salários, cotas de patrocínios polpudas e, ao mesmo tempo, clubes juridicamente e administrativamente tratados como meras associações de bairro, em uma contradição das mais amplas.

De qualquer modo, para muitos aqui chamar o futebol de "profissional" é uma ofensa das piores. Espera-se que jogadores amem a camisa, chorem nas derrotas, desprezem os rivais, e por aí vai. Com esse hibridismo doentio que vivemos, há realmente margem para esse tipo de coisa.

Aí o Santos contrata Zé Roberto, principal jogador do Brasil na Copa de 2006. E a partir daí arrisco a dizer que o "profissionalismo" no futebol nacional ganhou outros parâmetros.

Zé chegou ao Santos ganhando um salário altíssimo. Não fez juras de amor à camisa santista. E, logo nos primeiros meses de clube, já sugeria que sua estada no Santos seria curta. O que ele vislumbrava mesmo era uma volta à Europa.

E o que aconteceu? Zé Roberto jogou muita, muita bola! Foi o melhor jogador do Brasil nesse primeiro semestre. Caso jogasse mal, choveriam contra ele adjetivos como "comprado", "mercenário", "vendido" e por aí vai.

Esse sim é o profissionalismo que precisamos. E, com base nesse exemplo, acredito que seja possível.

sexta-feira, junho 08, 2007

Lula, Chávez etc

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Tendo sido citado no post abaixo, do Anselmo, manifestar-me-ei!. E, amparado no artigo 5° da Constituição, também por meio de um post!

Veja, companheiro Anselmo, que no meu curto post, linkado no seu, em nenhum momento eu mencionei o problema da RCTV ou da posição de Senado e mídia brasileiros contra o Chávez (temas específicos mencionados nos comentários). E acho que Chávez tem o direito legítimo como chefe de Estado (a Constituição lhe garante) de não renovar a concessão da tal RCTV. Ponto.

Mas acho também que às vezes o Chávez adota posições politicamente exgeradas, algumas até bobas, que entrarão mais no folclore do que na biografia de um grande estadista (daí a citação da "Imortalidade" de Milan Kundera, pra dar um toque literário que me veio à mente). Ir à tribuna da ONU e dizer que ali está cheirando a enxofre (em alusão à presença de Bush) é legal, eu mesmo achei ótimo.... mas, e daí? Tudo bem, eu apóio Chávez, mas como dizia a minha avó baiana (por parte de mãe): “nem tanto ao céu, nem tanto à terra”.

Acho a presença de Chávez importante no contexto atual da América Latina, mas que tenha calma e sabedoria. Há complexidades nacionais e internacionais que ele tem que respeitar.

As diferenças são imensas, não dá pra comparar etc (beleza!), mas só lembrando: o general egípcio Nasser achava que “tava podendo”, que reinava no Oriente Médio, que podia fechar o acesso de Israel ao oceano, e deu na Guerra dos Seis Dias, que aliás comletou 40 anos esta semana. (Pronto, viajei.)

Voltando à América e aos dias de hoje, há por exemplo uma disputa acirrada nos bastidores diplomáticos entre os governos brasileiro e venezuelano (o Banco do Sul é um dos temas em questão). E me parece que a posição do Brasil (exigir ser tratado como interlocutor na medida da importância do Brasil) foi dura e necessária, deixou claro que não aceita ser tratado como personagem secundário em assuntos importantes para a América do Sul. Segundo o jornal Valor de mais ou menos um mês e meio atrás, o governo brasileiro (leia-se Celso Amorim e Guido Mantega) falaram grosso pra todo mundo ouvir, e isso ninguém desmentiu. O que a mídia divulgou sobre a polêmica Lula/Chávez/RCTV/senado brasileiro foi uma espécie de coluna social de editoria internacional, mas há coisas sérias no pacote, pode ter certeza.

Enfim, hoje é saxta-feira. Como tô meio avesso a falar de futebol e cansei de falar de política, vou cuidar do fígado num bar aqui perto.

Pra não dizer que não falei de argentinos

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É certa a dor a até revolta de santistas deste blog, mas ontem aconteceu outra seminfinal da Libertadores. Como ninguém postou, lá vou eu.

Primeiro o inusitado: havia tanta névoa que nem todas as câmeras colocadas em campo davam conta de mostrar nem onde estava a bola. Para mim, a identificação de que time estava com ela só era possível por causa da faixa amarela da camisa dos argentinos, que aparecia. De resto era só "achismo". E ontem nem tinha como criticar o Luiz Carlos Júnior na transmissão do SporTV, quaquer coisa que falasse valia, porque ninguém enxergava mesmo. Nem ele, deve ter abusado do "chute"...

No jogo, o Cúcuta, que vi jogar pela primeira vez, caiu no erro de entrar todo na defesa, esperando evitar os 2 a 0 necessários para os portenhos. Resistiu bem até o gol salvador de falta de Riquelme. Aliás, é interessante notar que até aquele instante o melhor jogador do time não tinha feito muita coisa. Mas, quando teve a chance, não perdoou.

No segundo tempo, os argentinos voltaram marcando pressão no campo e ataque e o Cúcuta quase não fez mais nada. Só depois do segundo gol saiu para buscar a salvação, mas nada. Se bem que nos 3 a 0, no final do jogo, houve lance duvidoso, que poderia ser pênalti para os colombianos e levar a decisão para as cobranças alternadas. Mas, como sempre, na dúvida o juiz apitou para o mais forte e aos colombianos só sobrou reclamar.

Agora, na final entre dois times argentinos (ops), palpito que o do outro lado do Rio da Prata leva vantagem. Basicamente porque tem um jogador que desequilibra (Riquelme) e também por um estilo que parece não estar nem aí para o jogo e, quando você vê, eles estão fazendo o resultado que precisam. Vamos ver...

De fiéis e ironias

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Aderindo à onda anticlerical (iniciada com a vinda do papa Bento XVI para o Brasil) desse blog, destaco a ironia de fatos recentes envolvendo a Igreja Renascer. Ontem, cerca de 3 milhões, segundo a PM, ou 4 milhões, segundo os organizadores, de fiéis participavam da Marcha para Jesus, promovida todos os anos em São Paulo. Os fundadores da igreja, Estevam e Sonia Hernandes, pela primeira vez não puderam estar presentes fisicamente. Porém, a dupla apareceu via satélite, direto dos Estados Unidos, onde estão em prisão domiciliar, num telão armado na Praça da Força Expedicionária, em Santana, na zona norte de São Paulo. E, claro, estavam em espírito com seus fiéis defensores.

Hoje, os bispos se declaram culpados de tentar entrar no aeroporto de Miami com dólares não declarados e mentir para as autoridades alfandegárias dos EUA. A confissão faz parte de um acordo com o promotor estadunidense Richard Boscovich, confirmado por Luiz Flávio Borges D'Urso, advogado dos Hernandes no Brasil. O arranjo, não divulgado integralmente, dispensa o casal de ir a um julgamento no qual, pelas leis de Tio Sam, poderiam ser condenados a até dez anos de prisão. Agora, a Justiça dos Estados Unidos deve estipular uma sentença para o casal em agosto. Eles podem passar até seis meses na prisão, seguidos de outro semestre de condicional.

E o Nassif não discorda

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Há alguns dias, foi postado aqui elogio à postura de Luiz Inácio Lula da Silva por sua posição de estadista em oposição à blasanadora atitude de Hugo Chávez.

Eis que Luis Nassif, em seu blog, comenta a entrevista do presidente brasileiro à Folha de S.Paulo. Alguns trechos para dizer que o título do post do Futepoca é rigoroso:

A entrevista de Clóvis Rossi com Lula, hoje na "Folha" mostra, em termos de política externa, a envergadura da ação de Lula, a objetividade em saber o que é interesse nacional, a naturalidade com que transita na cúpula mundial. Tem clareza sobre a importância do Brasil na mudança da matriz energética.

Mesmo sua entrevista sobre a não renovação da concessão da
RCTV, na Venezuela, mostra uma segurança invejável para colocar as críticas e a defesa, entendendo perfeitamente até onde pode-se ir para não atrapalhar os planos de integração econômica do continente. Habemus política externa, sim, mesmo não produzindo resultados imediatos, como pretendem muitos.
Rigoroso, porém, com brecha para o oposto. Não entendeu? Eu tampouco.
Se, no plano da política econômica interna, Lula tivesse a mesma clareza sobre os chamados interesses nacionais, teria sido o estadista de que o país necessita.
O jornalista mostra disposição em concordar com o governo, o que não é um problema. Ele acredita que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pode "minorar essas perdas", ao organizar a bagunça, listar projetos e definir modos de acompanhamento para melhorar o processo.

Depois de ler os últimos textos e comentários que escrevi no Futepoca sobre política, concluo, pois, com auxílio do Conselheiro, que estou mais na oposição do que outros. Pelo menos há menos vontade de ser situação. Essa vontade só não desaparece por completo, porque não é confortável o limbo da falta um bloco na oposição em que o incômodo seja menor do que estar na sustentação do governo.

Então, vou pro bar procurar definições políticas.

Cachaça dá Samba

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Cachaça dá Samba é um disco lançado pela DeckDisc – a gravadora 100% independente segundo seu próprio slogan – na terça-feira, 5 de junho, no Teatro Rival, no Rio de Janeiro. A missão de Alfredo Del-Penho e Pedro Paulo Malta é nobre: compilar canções que tenham a chambirra como musa inspiradora, compostas durante o século XX. Em outras palavras, são músicas que poderiam figurar na editoria "Som na caixa, manguaça".

As 14 faixas, o mesmo número das edições até o momento, da editoria mantida pelo Marcão. Porém, apenas É bom parar, de Altamiro Carrilho, também está entre as destiladas do Futepoca.

À lista:

1 - Ai, Cachaça! / Bebida, Mulher e Orgia
2 - Quem Não Sabe Beber
3 - A Verdade é Pura
4 - O Pingo e a Pinga
5 - Malvada Pinga (moda da Pinga)
6 - Delírio Alcoólico
7 - Por Esta Vez Passa
8 - Maria Fumaça
9 - Prá Esquecer
10 - É Bom Parar / Quem Mandou Você Beber/ Não Deixarei de Beber
11 - Moenda Velha
12 - Baranga Das Dez, Broto Das Duas
13 - O Que me Dão Pra Beber / Beberrão
14 - Deixa-me Beber / Cachaça

O duo andou gravando pela Biscoito Fino o Dois bicudos, em 2004, bastante elogiados à época, embora eu nunca tenha escutado. O novo Cachaça dá samba sai a R$ 21,90, com frete em torno de R$ 5, ou R$ 1,69 a faixa, na página da gravadora que redireciona para o Imusica (só as faixas 2, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 disponíveis).

O projeto gráfico é previsível, quiça obrigatório: rótulos de aguardentes de outros tempos.

Foto: Divulgação Deckdisc
Som na caixa, manguaça.

Henry Sobel novamente

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A TV Record divulgou com exclusividade imagens de Henry sobel furtando gravatas nos EUA e também sendo detido pela polícia.

A reportagem diz ainda que não é o primeiro evento do tipo que Sobel se envolve. Em 1995, ele foi acusado de furtar um cachecol e, em 2003, de furtar uma camiseta, ambos os acontecimentos em Palm Beach. Sobel nega.

A raça e a técnica

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Curioso ver como quando os times "raçudos" vencem, adiscussão raça/técnica volta com força. Para muitos, até hoje, a seleção perdeu a Copa de 2006 porque não teve "raça". Dane-se o conjunto, jogadas ensaiadas, esquema tático. Se tudo isso estava errado, a tal virtude mística pode compensar.

Existem várias confusões embutidas dentro dessa discussão. Além da técnica não excluir a raça e vice-versa, há outras armadilhas pelo caminho. Por exemplo, a diferença entre um time ofensivo e outro que joga bonito. Grosso modo e acacianamente falando, o primeiro é o que privilegia o ataque sobre a defesa; o segundo, o que dá gosto de ver.

Tem times que combinam as duas coisas. O Santos de Diego e Robinho em 2002/2003, por exemplo, ou o Palmeiras dos cem gols de 1996. O São Paulo de Telê não era tão ofensivo, se calcava fundmentalmente em contra-ataques, mas com o conjunto e a técnica dos jogadores fazia cada partida ser muito legal de ver. Como a própria seleção de 1982, para mim, não era nenhum primor de ofensividade (alguém lembra do personagem de Jô Soares que pedia "bota, ponta, Telê"?), mas que jogava bonito, jogava.

Outros são ofensivos e não dá gosto de assistir. Klinsmann na última Copa montou uma equipe que atacava muito, já contando com o fator casa no seu esquema, mas nem era um colírio para os olhos e acabou caindo diante de uma seleção que soube se defender e esperar pra dar o bote.O fato é que hoje, qualquer time que jogue um pouquinho só bonito, já chama a atenção. Quem não lembra de ter torcido pra Camarões no medíocre Mundial de 1990 ou admirar Hagi e sua Romênia em 1994? Um Zé Roberto e um time que joga pra frente como o de Luxemburgo tem efeito menor, mas parecido (sempre descontando-se os rivais que sempre querem ver seus desafetos perderem, o que também é do ludopédio), aquela coisa de "bom, ainda dá pra assistir futebol".

Voltando à semifinal da Libertadores como parte de tratamento terapêutico, no primeiro jogo o Grêmio fez um gol de um pênalti inexistente e contou com o desequílibrio da zaga que sentiu o golpe no segundo gol. Tirando isso, Fábio Costa teve que fazer apenas duas defesas, de chutes de longa distância. Na segunda partida, além do gol, novamente o goleiro santista teve que fazer só duas defesas, de novo de chutes de longa distância.

É assim o tricolor gaúcho de hoje: seu ataque são cruzamentos e chutes de longe. Podem ver os teipes. No mais, bate muito (no total das duas partidas, o triplo de faltas em relação ao Santos) e se defende.Quem assistiu à partida entre Boca e Cúcuta pôde ver a enorme diferença. Os argentinos, com Riquelme e Palacio, aliam ofensividade a um estilo de jogo bonito, e massacraram o mesmo Cúcuta que não foi superado pelos gaúchos na primeira fase. Fizeram três, tiveram mais um legítimo anulado e, se não fosse o ótimo goleiro rival, teria feito uma goleada digna de nota, oito ou nove gols não seriam exagero.

Por isso, a final da Libertadores vai opor duas escolas distintas, de sinal trocado. O Boca é o Brasil na Libertadores. Representa mais a tradição canarinho do que esse Grêmio que é, como lembra o Edu, argentino entre os torcedores e uruguaio no futebol. Pode até ser dor de cotovelo, mas pra mim é isso.

Pra não falar que não falei dos gaúchos

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Falcão, no Inter de 1979
(Sobre campeonato Brasileiro e Libertadores)

Vi jogar (pela TV, porque era muito moleque) o Internacional de Rubens Minelli, campeão brasileiro de 1975 e 1976. In loco, vi no Morumbi (Inter 2 x 0 Santos) o time de Ênio Andrade, campeão em 1979. Rubens Minelli já tinha sido campeão paulista pelo São Paulo (início dos anos 70), no estilo 0 a 0 é goleada, quando ganhou o nacional pelo Inter em 75 e 76.

Mas o time que Minelli treinou em 1975, por exemplo, era diferenciado. No Inter que bateu o Cruzeiro no Beira Rio por 1 a 0, na final nacional daquele ano, tinha jogadores como o zagueiro chileno Figueroa e um meio-de-campo formado por Caçapava, Falcão e Carpegiani. Dario, o Dadá, estava na final contra o Corinthians no ano seguinte, quando o Colorado ganhou do Timão por 2 a 0 num jogo memorável, em que o sol atrapalhava a transmissão da TV.
O Grêmio que venceu o São Paulo em 1981 por 1 a 0, no Morumbi, tinha como destaques Leão no gol, De Léon na zaga, Wilson Tadei no meio de campo e Paulo Isidoro, Tarcísio e Baltazar entre meio campo e ataque.
O Grêmio de Felipão, campeão brasileiro de 1996 contra a Portuguesa (2 a 0 no Olímpico), tinha Arce, Mauro Galvão, Émerson, Carlos Miguel e, na frente, Paulo Nunes, o craque do ataque. Francamente!

Em resumo, o Inter tem três títulos brasileiros (1975, 1976, 1979) e o Grêmio dois (1981 e 1996). O Tricolor tem duas Libertadores (!983 e 1995), o Colorado uma (2006).
Eu prefiro o Inter dos anos 70. Quem viu, sabe quão reducionista e tola é a dicotimia “colocada” (desculpem o termo) pelo Cléber Machado e pelo Casagrande na transmissão de Santos e Grêmio (o que é mais importante na Libertadores, raça ou técnica?). O grande time do Inter dos anos 70 não ganhou nada no continente. Já o Grêmio, que tenta ser argentino nas arquibancadas e é uruguaio no futebol, venceu a Libertadores duas vezes.
E é assim, Libertadores. O Palmeiras de 1972 e 1973, e de 1993 e 1994 não ganhou. O Inter de 1975, 1976 e 1979 também não. O Corinthians de 1998 e 1999, idem. Só aqui tem nove grandes times que perderam a Libertadores.

Enfim, parabéns ao Grêmio. Mas que futebolzinho horroroso.
Analogia: a vitória da Itália sobre o Brasil em 1982 fez com que o futebol de resultados, de marcação, feio, imperasse por longo e tenebroso inverno.

quinta-feira, junho 07, 2007

Juro constitucional ou crime de usura

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Enquanto o Banco Central Europeu elevava em 0,25 ponto percentual a taxa de juro da zona do Euro – o maior desde 2001 –, o da Inglaterra mantinha o patamar. Respectivamente 4% e 5,5% ao ano.

Ah, sim, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, reduziu a meta da taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) em 0,5 ponto percentual. Foi um avanço comparado ao ritmo de corte da reunião anterior. E o Mercado não compareceu ao bar do Vavá para se explicar por que cinco diretores votaram a favor contra dois que preferiam manter a cautela.

Em termos nominais, o país está em 7º num ranking nada grato dos campeões de juro nominal. No lugar em que estão Turquia (17,5%) e Venezuela (16,5%), do gabarola Hugo Chávez, o Brasil já esteve no fim da década de 90. Em juros reais, descontada a inflação, ainda não tem para ninguém: 8,3% de juro base.

As contratações de empréstimos no mercado financeiro cresceram horrores em 2006, e dão mostras de que vão continuar aumentando.

Nominalmente, são 12% ao ano de Selic, com inflação anual estimada em 3,7%. Não confundir com os 12% previstos no terceiro parágrafo do artigo 192 da Constituição de 1988, que previa a proporção como teto de juro real aplicado a qualquer contrato. Se passasse, além de inválido para qualquer contrato, seria crime de usura.

Mesmo depois de redução anunciada pela Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Bradesco, deixa uma ou outra operação – como penhor ou o crédito consignado para funcionário público na Caixa – livres da punição prevista na Carta Magna.

É, não pegou.

O meu futebol é outro

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Na transmissão de ontem da Globo, uma das perguntas do internauta perguntava "o que valia mais na Libertadores, raça ou técnica". O jogo estava um a zero para o Grêmio e Casagrande saiu dizendo que "era lógico que a raça valia muito mais". Além de ser uma falsa dicotomia, como se para ter técnica precisasse abrir mão da raça e vice-versa, esse é o primeiro efeito quando times do estilo do Grêmio saem bem sucedidos em uma competição. A respeito, fico com a opinião do insuspeito sãopaulino e assumidamente secador Menon, do blog parceiro do Futepoca que reproduzo abaixo. O meu futebol é outro.

Luxemburgo tem razão

É evidente que eu torci para o Grêmio. É lógico que, a partir de agora, o Boca é o Brasil na Libertadores, mas não se pode contestar uma frase dita por Luxemburgo, ontem após a eliminação."Defendo um estilo de jogo em que o futebol predomina. Meus times sempre jogaram assim e acredito que é possível ganhar uma Libertadores assim, jogando bem", disse.

Perfeito.. Luxemburgo ganha títulos jogando bem. Isso é fundamental. Cada vez que um desses times chamados "copeiros" ganha títulos, o futebol perde. Copeiro, para mim, era o Santos de Pelé, o Palmeiras do Ademir, o São Paulo de Telê e o Corinthians de Vampeta, Rincón, Marcelinho e Ricardinho.Não se pode diminuir o Grêmio de Mano ou o outro, muito melhor, de Felipão. Mas o futebol que eu gosto é outro. No momento, representado por Juán Román

quarta-feira, junho 06, 2007

Dói

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O jogo acabou. Não faz meia hora. Tinha o ingresso na mão, mas o fechamento, esse conhecido fardo dos jornalistas, me impediu de descer até a Vila Belmiro. Restou-me torcer pela televisão. O sentimento de não poder participar não diminuía a apreensão, ao contrário, só aumentava.

Partida iniciada. Marcos Aurélio perde um gol. Sim, o arqueiro gremista fez uma excelente defesa. Mas ele está lá pra isso, né? Assim como Fábio Costa, que fez duas grandes defesas em chutes de longa distância no segundo tempo. As únicas chances gaúchas no jogo. Tirando o gol. O fatídico que tirou o Santos.

O empate de Renatinho no finzinho do primeiro tempo me devolveu esperanças. O mesmo fez o gol da virada. Tensão no ar. Muita tensão. Era curioso ver os gremistas, com dois gols de vantagem, absolutamente nervosos. Esperando pelo pior. Sentiam não somente o time, mas o clima da Vila Belmiro, que só quem nunca foi até lá ignora o que é disputar uma partida ali. Como dizia o pseudo-filósofo Viola, "o time adversário entra na Vila e vira Miojo. Pode entrar duro, mas fica mole".

O Grêmio amoleceu. mas tinha quatro gols de vantagem. Ainda assim, tremeu. Não, não foi o suficiente. Mas torneios eliminatórios são assim. O Grêmio é superior ao Santos? Não. Foi nos dois jogos? Talvez no primeiro, jogou com o regulamento embaixo do braço, a mesma regra que não existia em muitos anos anteriores. Pode-se argumentar que houve um erro de arbitragem primordial, antes de qualquer outro no primeiro jogo, que prejudicou o Santos? Sim. Mas, passou. No total, 3 a 3.

Imagino quem esteve na Vila. Entristeceu, mas saiu feliz com a performance da equipe. Porque sentiu, porque vibrou, porque esteve junto o tempo todo. Não pude estar, apesar de ter estado à distância todo o tempo. Então, não fiquei feliz. Sinceramente, no momento, preferia ter perdido a ter sofrido tanto aguardando a redenção. Mas amanhã vou estar orgulhoso do Santos que não se entregou e não se apequenou. Mas agora, só me dói.

Na editora, viram o jogo comigo o atleticano Frédi e a corintiana Xamuska. O primeiro foi discreto, a segunda torceu contra o Santos, de um jeito contido que o meu nervosismo e minha diferença de 30 centímetros de altura e de outros tantos quilos permitiu a ela torcer. Não reclamo de ter visto o jogo com eles. Mas preferia estar com santistas pra derramar as lágrimas que verti no banheiro pra não passar vergonha de macho que não chora.

De novo, a Ana Paula

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Foto: reprodução SportTV
Essa é uma informação chupada da internet, mas merece. Segundo o site LanceNet, do jornal Lance!, a Comissão Nacional de Árbitros está investigando o patrocínio da assistente Ana Paula Oliveira, que é patrocinada pela Umbro. Detalhe: essa empresa de material esportivo também está no uniforme do Figueirense.

O time de Santa Catarina eliminou o Botafogo nas semifinais da Copa do Brasil. Ana Paula, que “bandeirou” aquele jogo, anulou equivocadamente dois gols do time carioca, que acabou fora do torneio mesmo vencendo por 3 a 1.

Ainda de acordo com o Lance!, o presidente da Comissão Nacional de Árbitros, Edson Resende, disse que a bandeirinha agiu errado ao assinar o patrocínio. “Ela [Ana Paula] me disse que tinha assinado com a Umbro em março e que não sabia se tinha o impedimento. Ela consultou a Federação Paulista, mas não a CBF”.

Tudo é motivo pra enfiar o Lula em confusão

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Não contente em afirmar que "quem não quer pressão que vá trabalhar em banco" (o que motivou protesto do Sindicato dos Bancários), durante sua rápida passagem pelo Corinthians, em 2006, o agora estudante de Jornalismo e dublê de jogador Marcelinho Carioca (foto) volta a misturar alhos com bugalhos. Depois de garantir que estava sendo sondado novamente pelo Parque São Jorge, o ex-meia teve que se explicar quando o técnico Paulo César Carpegiani garantiu que só conversou com ele "em tom de brincadeira". Pra sair desse constrangedor "e agora, José?", Marcelinho deu uma singela declaração ao jornal Lance!: "Tem coisas que podem ser ditas e coisas que não podem ser ditas. Alguns assuntos cabem a mim, ao Paulo, ao Dualib, ao Lula, você com a sua esposa...". Pô, o que o Lula tem a ver com isso? É só aparecer uma história mal contada que já enfiam o nome do presidente no meio! Isso é mensagem subliminar! Bom, mas pensando melhor, ninguém mandou o Lula ser corintiano. Porque, se até "você com a sua esposa" entraram no rolo...

Pronto, provoquei

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É piada velha comparar os discursos do candidato esquerdista Lula com os do companheiro presidente centrista. Mas caí em tentação e aí vai.

Em entrevista concedida em 2000 à Caros Amigos, o então eterno candidato Luiz Inácio Lula da Silva declarou:

"Não se justifica num país, por maior que seja, ter alguém com 30 mil alqueires de terra! Dois milhões de hectares de terra! Isso não tem justificativa em lugar nenhum do mundo! Só no Brasil. Porque temos um presidente covarde, que fica na dependência de contemplar uma bancada ruralista a troco de alguns votos."

Já presidente, em março deste ano, mandou essa durante um evento em Goiás:

"Os usineiros de cana, que há dez anos eram tidos como se fossem os bandidos do agronegócio neste país, estão virando heróis nacionais e mundiais, porque todo mundo está de olho no álcool. E por quê? Porque têm políticas sérias. E têm políticas sérias porque quando a gente quer ganhar o mercado externo, nós temos que ser mais sérios, porque nós temos que garantir para eles o atendimento ao suprimento."

Deixo os comentários para a galera.

Sem Edmundo, mas com Arena

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O veterano Edmundo pegou dois jogos pela agressão ao Miranda no clássico contra o São Paulo, aquele em que não se jogou futebol. Alex Mineiro, do Atlético Paranaense decidiu permanecer em Curitiba, já que o clube cobriu a oferta alvi-verde.

Enquanto isso, a nação alvi-verde descobriu que o Parque Antártica vai virar Arena. Só faltam investidores para bancar US$ 120 milhões (aproximadamente R$ 240 milhões). Uma vez cumprida a simples etapa, em 30 ou 36 meses, 42 mil pessoas, dez mil a mais do que hoje, poderão se acomodar no local todo coberto para shows de música e eventos em geral (inclusive futebol). Os parceiros terão a função de pôr dinheiro e incrementar o projeto, correr atrás de outros investidores e gerenciar a multiutilidade do que for construído. O Palmeiras entra com o estádio e cede o direito de uso por 40 anos para a turma dividir o lucro. Um dos cotados é o consórcio Amsterdan Arena, que juntou gente para o estádio do Ajax, cuja atribuição seria caçar gente disposta a pôr verba.

A localização é uma das apostas: perto da Marginal Tietê e perto de casa.

Ao mesmo tempo, a cesta de atletas cada vez mais sai do papel. O projeto do diretor de Planejamento Luiz Gonzaga Belluzzo bolou, e o vice-presidente do Palmeiras, Gilberto Cipullo, explicou: não há garantias de lucro a quem decidir investir no clube. “É como uma bolsa de valores, um investimento de risco total. O Palmeiras não assegura rendimento mínimo a ninguém, mas acreditamos que dificilmente alguém perderá dinheiro, pois, até hoje, não ouvi falar em nenhum empresário que tenha ficado quebrado”, comparou.

O acionista não palpita sobre renovação ou venda dos atletas, só lucra ou toma prejuízo.

Taí a tabelinha.

Os jogadores da cesta do Palmeiras
NomeValor% que fica no Palmeiras
Valdívia: R$ 10.800.000,00 100%
Diego Cavalieri: R$ 2.700.000,00 100%
Michael: R$ 3.600.000,00 100%
William: R$ 3.600.000,00 90%
Wendel: R$ 1.800.000,00 60%
Amaral: R$ 2.700.000,00 50%
David: R$ 4.500.000,00 60%
Alemão: R$ 3.600.000,00 20%
Marcelo Costa: R$ 540.000,00 100%
Martinez: R$ 1.800.000,00 25%
Francis: R$ 1.350.000,00 70%
Valmir: R$ 720.000,00 60%
Cláudio: Sem valor definido 60%
Daniel: Sem valor definido 100%
Samuel: Sem valor definido 70%

Como parmerista, não tem sobrado troco para entrar na vaquinha. Mas boto fé porque os conselheiros (cartolas) não poderão participar da história.

Meu único medo é a vontade da imprensa de ver a iniciativa melar. É que, com esse comportamento e pela vocação sanguinária e denuncista dos jornalões e da imprensinha, ela se alinha a dois setores perigosos para o Verdao: Mustafá Contoursi e os corintianos.

Vai Belluzzo!

Copom: façam suas apostas

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Termina hoje a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), aqueles caras que decidem a taxa básica de juros do país. Segundo matéria do Estadão, os resultados da economia deixaram dividido o tal do mercado sobre o tamanho do corte que deverá vir, se de 0,25% ou 0,50%.

Por um lado, diz o texto, a produção industrial de abril caiu 0,1% ante março, ficando a abaixo das expectativas. O resultado sinalizaria que a recuperação da atividade econômica ainda não ameaçaria a inflação, paranóia constante dos membros do Copom. Outro dado é que a inflação acumulada em 12 meses está em torno de 3%, bem abaixo da meta de 4,5%. Sem contar a valorização do câmbio, que sofre influencia dos altos juros.

Na outra ponta, a alta de 11,5% nas vendas do varejo em março mostra uma aceleração já “exagerada” na visão de alguns economistas, o que levaria a um ritmo menor na aceleração. Segundo esse raciocínio, os cortes já realizados desde o segundo semestre de 2006 ainda não foram totalmente absorvidos pela economia, que ainda vai acelerar mais mesmo sem cortes.

E aí, quais são suas apostas para a queda? Outra pergunta: não dava pra cair mais rápido essa parada? Convido o companheiro Mercado e sua onipotência para uma cerveja no Vavá hoje a noite para explicar a decisão dos sábios. O Meirelles também pode aparecer, se quiser, mas todos sabemos que a opinião dele conta menos que a do outro convidado.

Bolo protocolar

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Deu na Agência Brasil. O Consórcio pelo Desenvolvimento Socioambiental da BR-163 (Condessa) protestou na terça-feira, 5, contra a paralisia do projeto para a rodovia que liga Cuiabá, capital do Mato Grosso, a Santarém, a segunda maior cidade do Pará.

O objetivo dos manifestantes ecologistas era protocolar um bolo de aniversário do projeto, lançado no dia mundial do meio ambiente de 2006. Com palhaços sobre pernas-de-pau, foram distribuídos narizes de palhaço e línguas de sogra, além de apresentar o bolo.

De chocolate com carrinhos e caminhões de brinquedo atolados, tiraram um sarro da paralisia das obras. Em biscuit (???), um boneco do presidente Lula pedia carona. O detalhamento da mão esquerda, piada de gosto questionável, não foi o motivo do fracasso da tentativa de entregar o bolo ao Protocolo do Palácio do Planalto. A segurança permitiu apenas que alguns representantes do movimento entrassen para entregar um documento em que o governo era instado a não recuar diante do projeto apresentado há um ano como modelo de gestão sustentável da Amazônia.

É só política?

Fotos: Divulgação GTA

O bolo.


Detalhe do presidente pedindo carona.

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Eis a lista dos 22 convocados por Dunga para a disputa da Copa América.

Eu fiquei particularmente insatisfeita com a convocação do Josué - e do Alex Silva também, vai. Tudo que o São Paulo não precisava agora era perder seu volante por umas tantas rodadas do Brasileiro. Os santistas também devem estar loucos pro ficar sem Kléber e Zé Roberto.

Quem mais quer reclamar?


GOLEIROS
Helton (Porto-POR)
Doni (Roma-ITA)

LATERAIS
Maicon (Internazionale-ITA)
Daniel Alves (Sevilla-ESP)
Gilberto (Hertha Berlim-ALE)
Kleber (Santos)

ZAGUEIROS
Juan (Bayer Leverkusen-ALE)
Naldo (Werder Bremen-ALE)
Alex (PSV Eindhoven-HOL)
Alex Silva (São Paulo)

MEIO-CAMPO
Gilberto Silva (Arsenal-ING)
Mineiro (Hertha Berlim-ALE)
Josué (São Paulo)
Fernando (Bordeaux-FRA)
Elano (Shakhtar Donetsk-UCR)
Diego (Werder Bremen-ALE)
Zé Roberto (Santos)
Anderson (Manchester United-ING)

ATACANTES
Fred (Lyon-FRA)
Robinho (Real Madrid-ESP)
Vágner Love (CSKA Moscou-RUS)
Afonso (Heerenveen-HOL)

É tudo mentira

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Reprodução
Com título similar a um CD que só o Google encontra, quando recebi o release do livro umas cinco vezes, com remetente Carmem Age, achei que um resumo quer dizer pouco, muito pouco.

A Bíblia em Xeque é um livro de Paulo Sérgio Moura, médico cearense que passa metade de seu tempo em Fortaleza e outra metade em Castanhal, no Pará, a 77 quilômetros de Belém. Médico oftalmologista, é ateu convicto. A obra, recusada em várias editoras e rodada por conta e risco do autor em pequena tiragem, “pretende desmacarar a Bíblia”. Para ler, ele avisa, “é preciso coragem e inteligência”. Confesso que não li.

Em entrevista exclusiva ao Futepoca, ele explica seus motivos.

Dízimo
Dr. Moura poderia citar vários motivos que o levaram a escrever e dedicar anos de sua vida à pesquisa “a respeito das fraudes e excrescências do livro sagrado” do cristianismo e do judaísmo – considerado ainda pelos muçulmanos. O que ele faz questão de explicar é o lado que considera nocivo do dízimo. Como médico, conta ser freqüente ver pacientes sem dinheiro para se alimentar corretamente ou comprar medicamentos. “A gente vê pessoas humildes que sofrem uma verdadeira lavagem cerebral e são extorquidas por dízimos, essa roubalheira que existe em todas as igrejas”. Apesar de se considerar “uma gota num oceano”, pretende abrir os olhos daqueles que considera vítimas de padres e pastores.

Pontífices
Além das escrituras propriamente ditas, o autor explica que estudou a história da Igreja Católica, com especial afinco aos papas, “inclusive o atual, Bento XVI, um verdadeiro crápula”. Pelos levantamentos de dr. Moura, Joseph Ratzinger foi telegrafista do líder nazista Adolf Hitler e chefe da Opus Dei antes de ser o sumo pontífice da Igreja Católica.

Esquizofrenia
A Bíblia é um embuste “do Gênese ao Apocalipse”, e foi escrita e reescrita por diversas vezes. Um exemplo que dr. Moura tem especial satisfação em apresentar é a descoberta, quase ao acaso, a respeito de uma peculiaridade da figura de Jesus Cristo. Ele lia o Código Internacional de Doenças (CID) no verbete “Esquizofrenia”. Viu listadas 11 características, das quais bastaria o enquadramento em duas ou três para diagnosticar o doente. Pois bem, analisando a personagem bíblica de JC, o pesquisador ficou estupefato ao constatar que o personagem enquadrava-se em todas, que incluem se referir a si mesmo em terceira pessoa (como Pelé, Dadá Maravilha, Viola e outro que, provavelmente, diria que "nunca, na história da República..."), achar que os pais são pessoas importantes, ter descuido com trabalho, com higiene, comportamento ciclotímico (períodos de excitação, euforia ou hiperatividade, que alternam com outros de depressão, tristeza ou inatividade, segundo o Houaiss), além de ver coisas e ouvir vozes.

Contradições
“Todas as mentiras da Bíblia estão no livro”. Pelo Antigo Testamento, nas contas do autor, Adão, o primeiro homem, seria de cerca de 5 mil anos atrás. No entanto, os testes de Carbono-14 apontam fósseis humanos de milhões de anos. Um arqueólogo de Tel-a-Viv, capital de Israel, fez escavações e estudos que sustentam que nunca houve muralhas em Jericó. Além dos inúmeros trabalhos científicos citados, contradições são apontadas nas próprias variações dos evangelistas. “São quatro ressurreições, uma para cada evangelista”. E Moisés que desceu do monte Sinai com as tábuas dos dez mandamentos, dos quais o sexto é “não maratás”, mas assim que viu os idólatras, mandou matar os infiéis (?). Em Jeremias, Deus se tornou o primeiro infanticida registrado na história, ao mandar que as mães matassem e ingerissem seus próprios filhos. Isso sem falar na misteriosa mulher de Caim que, depois de matar o irmão Abel, encontrou uma parceira que nenhum vínculo tinha com os únicos humanos descritos até então, Adão e Eva. “De onde surgiu ela, se só havia três humanos?”

Fábrica de ateus
Apesar do boicote das editoras que procurou – das quais apenas uma admitiu que não aceitava o livro por ter muitos clientes católicos e evangélicos –, dr. Moura garante que todos que leram Bíblia em xeque se tornaram ateus convictos. É sua cruzada para acabar com a Bíblia.
Um pastor com quem ele debateu certa vez se mostrou ressabiado com sua argumentação e, no final do embate, chamou-o de lado para confessar:
— O senhor tem toda razão...
— Ora, pastor! Então, por que o senhor não repete isso no púlpito?
— Tenho família para criar, doutor...
Depois da confissão do pastor, que reforçou sua convicção, o objetivo do médico é fazer o Brasil chegar ao patamar dos países nórdicos que têm ateus respondendo por 60% da população (sempre, obviamente, segundo ele. Até o fechamento deste post, as embaixadas dos países nórdicos não responderam à reportagem). Seu próximo trabalho, A verdadeira história de Jesus, toma os Evangelhos Apócrifos como base para “mostrar a verdadeira face desse louco que era Jesus”.

Os interessados na obra podem entrar em contato pelo pmoura@linknet.com.br











O médico Paulo Sérgio
Moura
garante: quem
leu o livro virou ateu.