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quinta-feira, junho 02, 2016

Uma década depois, Post 7000 e 'passa a régua'

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Dia 27 de maio último este Futepoca completou dez anos de existência. Menos de uma semana depois, num 2 de junho como hoje, eu fazia minha postagem de estreia, comentando que o blog pretendia mesmo ser um "balcão de bar virtual", onde "o proletário e o vagabundo se irmanam na manguaça nossa de cada dia", discutindo, entre outras coisas, futebol, política e cachaça. E vejam só que - inacreditável e simbólica - coincidência: fazendo a soma do que foi publicado ano a ano de lá pra cá (os números estão na coluna à direita), descobri que este aqui é exatamente o nosso Post 7000. O que dá uma média, portanto, de 700 postagens por ano. Vão gostar de escrever assim lá na casa do chapéu!

Sim, eu sei, o Futepoca vive "situação de abandono" já há alguns anos. Reflexo direto de um fenômeno que explodiu coincidentemente no mesmo período de existência deste blog: o surgimento, popularização e consolidação das redes sociais online - ou anti-sociais, como queiram. O Orkut (extinto em 2014), o Flickr, o Hi5 e o Facebook surgiram em 2004, o Twitter em 2006 (junto com o Futepoca), o Instagram e o Linkedin (versão nacional) em 2010, e dezenas de outras redes, com fins específicos. Com o tempo, elas sugaram completamente as atenções dos nossos leitores e monopolizaram as postagens dos futepoquenses sobre qualquer assunto. Alguns até trabalham com análise de redes sociais.

Sendo assim, o tempo para ler ou escrever em blogs desapareceu. Antes, a gente postava alguma coisa aqui e nos dias seguintes via se gerava repercussão, respondia comentários etc. Era um processo mais lento. Hoje, as pessoas postam textos, fotos e vídeos nas redes sociais e têm respostas instantâneas, curtidas, comentários, compartilhamentos. Em frações de segundos. E daí o Futepoca e outros blogs sofreram, compreensivelmente, um esvaziamento inevitável. Mas os 7000 posts ainda estão aqui, com acesso livre, e mesmo os mais antigos ainda recebem comentários e compartilhamentos de vez em quando, provando que esse é um conteúdo ainda (muito) vivo para consulta, citação e/ou debate.

Vai daí, pensei em milhões de coisas pra esse post aqui, que decidi ser meu último (até pelos números redondos de dez anos do blog e de 7000 publicações, fecha bem). Mas não vou me alongar, senão é como tagarelar em mesa de bar e não dar chance para ninguém abrir a boca: muito chato. Aproveito o ensejo, então, para agradecer os "irmão"-camaradas Anselmo De Massad e Glauco De Faria, mentores-criadores do Futepoca, Frédi De Vasconcelos, Nicolau De Soares e Thalita De Pires, que integraram o time de escribas desde o início, Brunna De Rosa e Maurício De Ayer, que reforçaram o elenco mais tarde, Edu De Maretti, Gerardo De Lazzari, Olavo De Soares e Renato De Rovai, que estiveram conosco um tempo, e a imprescindível "eminência parda" Carminha De Machado. Brigadú!

Outros que colaboraram temporariamente aqui também merecem registro e agradecimento: Bruno Aquino (do site português Cervejas do Mundo, que abasteceu a série "Tipos de Cerveja"), Chico Silva (titular da coluna sobre automobilismo "F-Mais Umas"), Clóvis Messias (craque do jornalismo de tempos áureos, elogiado até pelo Milton Neves, que escreveu para nossos leitores "No butiquim da Política"), Diego Sartorato (titular do "Me esquerda que eu gosto"), Enrico Castro (autor do "Pinceladas cariocas"), Marcos Xinef (chef de cozinha "socialista" que trouxe saborosas receitas etílicas no "Pé redondo na cozinha"), Moriti Neto (que escreveu sobre o glorioso São Paulo FC e outros assuntos) e Mouzar Benedito (que tantas vezes nos presenteou com seus "causos"), além de convidados que eventualmente pintavam por aqui, como Leticia Perez, Luciano Tasso, Marcelo Peron, Paulo Júnior e Rodrigo Garcia, entre outros que, desde já, peço perdão pela minha amnésia (alcoólica)... Grato, por fim, a todos os leitores e comentaristas.

Despeço-me do Futepoca com um poema-de-pé-quebrado tão perna-de-pau quanto eu nos gramados, aguardando os futepoquenses na mesa do bar, dessa vez real, não virtual.

Buenas e me espalho!


O FU DO FUTURO, O TEPO DO TEMPO E O CA DUCARALHO!

na lida sofrida do jornalismo (vulgo voto de pobreza)
a mesa do bar, que beleza!, nos alivia
ali, dia-a-dia, depois da labuta, com toda certeza
o manguaça, com cerveja ou cachaça
ou qualquer outra beberagem
divaga devagar sobre qualquer porcaria
o futuro, o presente, a vida que passa

um dia, sem mais tempo para o bar (vulgo fórum adequado)
o coitado do manguaça, estressado e sem grana
achou bacana criar um blog, chamar os "irmão"
e ampliar (virtualmente) o balcão do buteco
onde o papo de bêbado se torna postagem
diariamente, semana a semana
sobre o Lula, sobre o Mussum, sobre o Fuleco

e foi "ducaralho", durante dez longos anos
no vamo-que-vamos, tudo se discutia
de tudo se escrevia, em tudo palpitamos
bebendo (sempre!), politicando, lendo
sem ganhar nada, com a cara e a coragem
pois o que menos valia era a mais valia
e a irmandade era o nosso maior "pagamento" 

mais eis que tudo acaba e, depois da última saideira
(ou mais uma, derradeira, e fecha a conta)
o blog desmonta de qualquer maneira
e o manguaça vai falar de futebol, política e mé
 religião, teoria da conspiração, sacanagem
no bar de verdade, com os "irmão" de ponta
saravá, abraços e beijos. até!



quarta-feira, dezembro 30, 2015

Tipos de cerveja 89 - As Spice/ Herb/ Vegetable

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Penúltimo "tipo de cerveja" de uma série iniciada há quase oito anos (como diria o De Massad, "quem consegue encontrar todas essas brejas?"), em parceria para reprodução de conteúdo do site português Cervejas do Mundo, as Spice/ Herb/ Vegetable são, na verdade, um grupo que reúne qualquer Lager ou Ale produzidas a partir de ervas, especiarias ou vegetais, com o tempero adicionado bem perceptível no aroma e no sabor. Mas cuidado, manguaça! Segundo Bruno Aquino, do Cervejas do Mundo, "a grande diversidade de ingredientes que podem ser utilizados faz com que a cor, aroma, sabor, textura e volume alcoólico variem substancialmente de marca para marca, e há indústrias cervejeiras que, na ânsia de inovar, são capazes de atirar qualquer coisa para dentro da mistura, desde gengibre a abóbora, passando por canela, nozes e pimenta". De qualquer forma, esse grupo é considerado um tipo de cerveja leve e refrescante - embora o Bruno Aquino faça um importante alerta: "Não aconselhado para os que acham que cerveja tem de ser loura e estupidamente fresca". Para quem quiser enfrentar, algumas marcas recomendadas são: Baladin Nora, Traquair Jacobite Ale (foto) ou Craftsman Triple White Sage. Boa sorte pr'ocês. E saúde!

quarta-feira, dezembro 09, 2015

Tipos de cerveja 88 - As Saison

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Típica cerveja caseira, as Saison eram produtos elaborados no inverno para consumo no verão, dadas as dificuldades de refrigeração. Sendo um estilo complexo, não muito ao gosto comercial, está meio esquecido pelo mercado, com o fechamento de pequenas empresas que se dedicavam à sua produção. Possuem aroma e sabor frutado (habitualmente de citrinos), sendo que a adição de várias especiarias e ervas lhe dá um carácter meio seco e ligeiramente ácido. Muito frescas e com bastante gás, acompanham bem refeições condimentadas, queijos e carnes em geral. Para experimentar, o site português Cervejas do Mundo recomenda a Southampton Saison, a Fantôme Saison ou a Saison Dupont Vieille Provision (foto).


quinta-feira, novembro 19, 2015

Tipos de cerveja 87 - As Sahti

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Esse é considerado um dos estilos mais antigos da Europa Ocidental, com raízes na Finlândia e tipicamente de origem caseira. Começou a ser produzido no início do século XVI por camponeses e o método de elaboração atual não foge muito ao que era naquela época. Segundo o site português (e parceiro) Cervejas do Mundo, "o resultado final fica próximo das German Hefeweizens apesar de, em termos de produção, assemelharem-se mais às Lambics belgas por serem fermentadas por bactérias e elementos existentes na atmosfera". Para experimentar, sugere-se as marcas Lamin Sahti, Finlandia Sahti (foto) ou Goose Island Sahti.

quarta-feira, outubro 28, 2015

Tipos de cerveja 86 - As Rye Beer

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Rye é centeio, "uma gramínea cultivada em grande escala para colheita de grãos e forragem" que "tem parentesco com o trigo e a cevada" (leia aqui). Ou seja, não é trigo nem cevada. Talvez por isso, segundo o site português Cervejas do Mundo, "a procura [pela Rye Beer] não é, em geral, grande, pelo que a oferta deste tipo de cerveja é um pouco limitada". Outra observação é de que esse tipo de cerveja não deve ser confundido com as Roggenbier germânicas. Para quem quiser experimentar - e conseguir encontrar - uma Rye Beer, as mais indicadas pelo Cervejas do Mundo são a Founders Red's Rye (foto), a Johnny "Blood" McNally Red Ale e a Carlsberg Semper Ardens Winter Rye. Ps.: Uma sugestão de leitura para acompanhar esse tipo de cerveja, remetendo ao seu ingrediente principal, é o livro "O apanhador no campo de centeio" ("The catcher in the ryer"), de J.D.Salinger, que Mark Chapman lia calmamente, ao ser preso, logo após assassinar John Lennon.

sexta-feira, setembro 25, 2015

Tipos de cerveja 85 - As Pumpkin Ale

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Sim, pumpkin é abóbora. Mas, como cerveja, pode se transformar numa bela carruagem desfilando pela sua goela. Muitas vezes lançadas como bebida outonal, as Pumpkin Ale (Cerveja Ale de abóbora) podem ser muito variadas. Segundo o site português Cerveja do Mundo, há produtores que optam por adicionar pedaços de abóbora à mistura, enquanto outros usam um puré ou simplesmente aroma da popular moranga. "É também usual utilizar outros sabores para condimentar estas cervejas: gengibre, cravo-da-Índia, canela, entre outras especiarias. São cervejas de difícil produção e que podem levar um mestre-cervejeiro à loucura", adverte Bruno Aquino, do Cervejas do Mundo. Mas prossegue: "É claro que existe aqui um pouco de exagero mas é comum contarem-se histórias de produtores que andaram à procura de uma receita de qualidade durantes largos anos, ao fim dos quais não tinham obtido qualquer sucesso. Os resultados são, em geral, algo doces e com um elevado teor alcoólico". Para experimentar, ele indica a 'T Smisje Halloween (foto), com teor alcoólico alto (9%) e "extremamente agradável", ou então a Great Pumpkin Ale, a Smuttynose Pumpkin Ale e a Post Road Pumpkin Ale. Mas cuidado! Se exagerar, à meia-noite seu fígado pode virar abóbora...


segunda-feira, agosto 31, 2015

Tipos de cerveja 84 - As Premium Bitter

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Também conhecidas por ESB (Extra Strong/Special Bitter), tiveram origem na grande concorrência que havia neste setor de cervejas, fato que levou ao desenvolvimento de exemplares cada vez mais fortes, em sabor e em volume alcoólico, chegando a atingir os 7% ABV (Average alcohol by volume). Possuem cor que varia entre dourada e acobreada, pouco gás e sabor intenso de malte torrado, podendo-se também notar a presença de frutas. A designação ESB é mais utilizada nos Estados Unidos, devido à influência da Fuller's ESB, uma das primeiras cervejas a ser exportada para este país. Para experimentar, o site parceiro Cervejas do Mundo recomenda a Shlafly Winter ESB (foto), a já citada Fullers ESB ou a Wells Bombardier.


segunda-feira, agosto 17, 2015

Tipos de cerveja 83 - As Oktoberfest/ Marzen

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Antes da refrigeração artidicial, era quase impossível produzir cerveja no verão, devido às infecções bacterianas provocadas pelas altas temperaturas. Desse modo, a produção acabava na primavera e só recomeçava no início do outono - motivo pelo qual março (märz, em alemão) era um mês de grande importância. Estas cervejas (que ganharam, por causa do mês, o nome de marzen) eram produzidas de modo a que aguentassem o calor do verão sem perder as suas qualidades, sendo armazenadas em locais secos e frios. "Em termos de aspecto", analisa Bruno Aquino, do site parceiro Cervejas do Mundo, "têm cores que variam do âmbar até ao acobreado, enquanto que o aroma e o sabor revelam  forte presença de malte, o que lhes dá uma característica doçura. A presença do sabor do lúpulo é pequena, pelo que não se trata de uma cerveja com tendências muito azedas". Nas marzen, o álcool varia entre os 4% e os 7%. O nome oktoberfest foi acrescentado devido à grande festa da cerveja que tem lugar todos os anos em Munique, e que possui similar brasileira em Blumenau (SC), e onde a cerveja preferida é justamente a marzenbier. Se alguém quiser experimentar as marzen, as mais indicados pelo site Cervejas do Mundo são a Paulaner Oktoberfest Marzen, a Alley Kat Ein Prosit! (foto) ou a Burgerbrau Wolnzacher Oktoberfest-Bier.

terça-feira, julho 21, 2015

Tipos de cerveja 82 - As Mead/ Hidromel

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Tal como as cider, as mead não  são exatamente cervejas, apesar de também passarem por um processo de fermentação. De caráter forte e alcoólico, utilizam o mel para ajudar a fermentar e o seu sabor. Será que viria daí a folclórica expressão - ou mézis - do São Mussum? Pois prestem atenção no que nos conta Bruno Aquino, do site parceiro Cervejas do Mundo (o grifo é nosso): "Extremamente antiga, é bem provável que a sua produção e consumo se fizessem num período onde ainda não existisse vinho e, de uma forma mais certa, cerveja. (..) Constata-se que várias civilizações conheciam e apreciavam este néctar, nomeadamente os gregos, que a chamavam melikraton, os romanos, que a designavam por água mulsum (apesar de, neste caso, poder ser igualmente uma variante feita com vinho de uva adocicado com mel) e mesmo os maias, que tinham uma bebida em tudo similar".  Mulsum? Bebida feita de "mé"? Muita coincidência... Mas prossegue o camarada Aquino: "A primeira menção histórica ao hidromel foi feita num dos hinos do Rigveda, o documento mais antigo da literatura hindu, escrito por volta de 1700-1100 a.C. Também Aristóteles, na Metereologica, e 'Plínio, o Velho', na sua História Natural, relatam fatos relacionados com esta bebida". E completa: "No entanto, os maiores apreciadores de hidromel eram os povos nórdicos e eslavos, sendo que para a mitologia dos primeiros, esta bebida aparecia como a favorita dos deuses. Outras culturas antigas consumidoras desta beberagem foram os celtas, saxões e vikings" - e o bom desse blog, como diriam os futepoquenses, é que a gente aprende. Buenas, com tanta tradição, até que bate curiosidade. Pra quem quiser se arriscar (e conseguir encontrar algum lugar que venda), o site Cervejas do Mundo recomenda marcas como a Apis Poltorak Jadwiga, a Dansk Mjod Vikingernes Mjod (foto) ou ainda a Triumph Honeymoon Braggot.


quinta-feira, abril 16, 2015

Tipos de cerveja 81 - As Lambic-Unblended

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Pode ser considerado como o tipo mais "puro" das Lambic (afinal, se blend é "mistura", unblended é "sem mistura"). Raramente comercializadas, sua degustação só é possível junto dos produtores de Lambics, que realizam provas de cervejas e visitas guiadas às suas explorações. "Um dos poucos casos que conheço de uma Unblended comercializada vem da firma Cantillon. E que excelente exemplar: a Cantillon 1900 Bruocsella Grand Cru", afirma Bruno Aquino, do site parceiro Cervejas do Mundo. As Unblended são muito suscetíveis e, por isso, suas características podem variar de barril para barril (mesmo que estejam lado a lado!). Também são envelhecidas, para reduzir a sua natural acidez. Há produtores que gostam de misturar frutas, para as tornarem mais apetecíveis - algo que o camarada Glauco repele com veemência. Assim, algumas Lambic-Unblendeds ficam com sabores próximos das cidras e do vinho branco, sendo quase nula a presença de lúpulo. Podem variar entre 3% e 6% de teor alcoólico. Se alguém conseguir a proeza de encontrar algumas delas para experimentar, ficam as sugestões da Cantillon Jonge Lambic Cognac, Iron Hill Lambic e De Cam Oude Lambiek (foto).


terça-feira, março 31, 2015

Tipos de cerveja 80 - As Lambic-Gueuze

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De acordo com o site português (e parceiro) Cervejas do Mundo, a Gueuze é uma lambic tradicional, feita a partir da mistura de lambics novas com velhas e sem a adição de fruta. As mais velhas têm um caráter refinado, o que ajuda a retirar alguma aspereza às lambics novas, assegurando também que não se irá sentir nenhum sabor indesejado, fruto da fermentação espontânea característica desse tipo de cerveja. Na sua maioria são filtradas e algumas chegam a ser pasteurizadas. Após o engarrafamento, podem passar por um período de envelhecimento que, em algumas marcas, chega a até 3 anos. "Acima de tudo, as Gueuze são estruturalmente muito complexas, secas e únicas, podendo os melhores exemplos deste estilo ombrear com um bom champanhe sem qualquer tipo de vergonha!", garante Bruno Aquino, responsável pelo site Cervejas do Mundo. Para experimentar, ele recomenda a Oud Beersel Oude Geuze, a Drie Fonteinen Oude Geuze (foto) ou a Cantillon Goldackerl Gueuze.

quinta-feira, março 12, 2015

Tipos de cerveja 79 - As lambic-fruit

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Na maior parte das vezes apenas designada por lambic (sem o fruit), esse tipo de cerveja é muito peculiar, não só pelo processo de fabricação como pelo fato de ser um dos mais antigos e mais complexos ainda hoje em produção. À cerveja inicial são adicionadas frutas inteiras depois da fermentação espontânea ter começado. A fermentação é feita com microorganismos encontrados nas caves (recintos resfriados) onde estas cervejas são produzidas, sendo que as fábricas estão, em sua maioria, nos arredores da capital da Bélgica, Bruxelas. Conta-se que as caves que albergam lambics nunca são limpas, para não alterar o equilíbrio dos bolores, tão essenciais ao processo de desenvolvimento da cerveja. Posteriormente ao início do processo de fermentação, as lambics são envelhecidas em barris de madeira por períodos que vão de um ano até três. Quanto à fruta utilizada, as mais comuns são as krieks (cerejas), framboise (framboesas), pêche (pêssego) e cassis (groselhas pretas), apesar deexistirem muitas novas marcas que utilizam frutos exóticos. Relativamente ao sabor, para ojeriza total e absoluta do camarada Glauco, o destaque vai, obviamente, para a fruta, notando-se pouco o sabor do malte ou do lúpulo. Para desespero de todos os futepoquenses e simpatizantes da causa, o nível de álcool das lambic gueuze também é baixo, não ultrapassando, em geral, os 5%. De acordo com o site português Cervejas do Mundo, as lambics feitas pelo método tradicional são designadas por Oud, sendo mais ácidas do que as lambics mais novas, mais viradas para as vendas e por isso mais doces e balanceadas. Para experimentar, o site recomenta a Cantillon Lou Pepe Pure Kriek (foto), a Drie Fonteinen Schaerbeekse Kriek ou a Girardin Framboise.


sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Tipos de cerveja 78 - As lambic-faro

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Não, cachaceiro, não é alambique. É lambic. Um tipo de cerveja fabricado tradicionalmente pela região de Pajottenland, na Bélgica, que surgiu através da Chapeau Banana, uma cerveja ale da cervejaria De Troch (de acordo com o que está escrito aqui). Já a lambic-faro é uma mistura de lambics à qual é adicionado açúcar, de modo a que se torne mais leve, doce e saborosa. Podem ser "condimentadas" com pimenta ou casca de laranja, apesar destes gêneros não terem grande aceitação. Para total ojeriza do camarada Glauco, tornam-se demasiado doces, pelo que se aconselha a servi-las bem frescas e acompanhadas com algo salgado. Pode-se dizer que é mais um aperitivo do que propriamente uma cerveja. Para experimentar, o site português Cervejas do Mundo recomenda a Drie Fonteinen Faro, a Cantillon Faro (foto) ou a Lindemans Faro.

terça-feira, janeiro 13, 2015

Tipos de cerveja 77 - As Kvass

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Bebida típica da Rússia e de muitos países do Leste europeu, cujas origens remontam ao século XVI. De acordo com o site português Cervejas do Mundo, "não se pode considerar propriamente uma cerveja, mas sim algo muito similar". A Kvass é elaborada a partir de cereais (centeio, cevada, trigo etc), aos quais é habitual juntar açúcar e pequenos frutos. Ou seja, basicamente, a fermentação de qualquer coisa que se tenha à mão com fermento simples de padeiro, o que dá uma bebida agradável, barata e de baixo teor alcoólico (entre 0,5% e 2,5%). Para experimentar, o site português recomenda a Kimmel Maizes Kvass (foto) ou a Portsmouth Kvass Rye Ale.

terça-feira, dezembro 09, 2014

Tipos de cerveja 76 - As Happoshu

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Tipicamente produzida por cervejarias japonesas, a Happoshu é uma bebida de malte altamente gaseificada. Não sendo propriamente uma cerveja, torna-se um produto mais acessível em termos econômicos, o que explica sua popularidade no país de origem. De acordo com o blog Isto é Japão, "nas tradicionais cervejas, a quantidade de malte excede 67% e (...) no Japão isto faz com que incida uma alta taxa de impostos sobre a bebida. Para driblar esse imposto, as principais fabricantes (...) criaram o happoshu, que é uma bebida com menos malte, chegando às vezes a ter menos de 25%. Isso é compensado com a adição de outros componentes na bebida, mas faz com que o custo (...) abaixe muito! A diferença de gosto e visual é imperceptível". Ou seja, é o típico "jeitinho japonês" pra garantir a loira gelada (e de olhos puxados) para os manguaças menos favorecidos financeiramente. E o melhor de tudo é que a quantidade de álcool também é similar à da maioria das cervejas comuns: cerca de 4,5%. Se alguém se dispuser a experimentar, o site português Cervejas do Mundo recomenda a Gokunama Happoshu (foto), a Namashibori ou a  Draft One.

quarta-feira, novembro 12, 2014

Tipos de cerveja 75 - As Gose

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Um estilo predominantemente alemão, com grandes e antigas tradições na cidade de Leipzig, caracteriza-se, segundo o site português (e parceiro) Cervejas do Mundo, por ser "uma cerveja fresca, loura e opaca". O blog "O cru e o maltado" vai além e considera as Gose como uma das "cervejas selvagens": "As Gose são tão excêntricas que nem sequer possuem um verbete próprio no bastante completo Oxford Companion to Beer, muito embora sejam reconhecidas pelo guia de estilos da Brewers Association". Prossegue Bruno Aquino, do Cervejas do Mundo: "As Gose são cervejas de trigo, não filtradas, extremamente refrescantes e, acima de tudo, muito raras". Para os felizardos que conseguirem encontrar uma Gose para experimentar, ele recomenda três marcas: a Bayerischer Bahnhof Original Leipziger Gose, a Bauer Goedeck Dollnitzer Ritterguts Gose (foto) e a Draught House Gose.

quarta-feira, outubro 01, 2014

Tipos de cerveja 74 - As Fruit Beer

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Designação dada tanto às cervejas ales quanto às lagers que sejam produzidas a partir de alguma fruta. Por isso, a cor, aroma, sabor e outras características variam muito, pois dependem da fruta utilizada. "Que me recorde, já bebi Fruit Beers de ameixa, maracujá, cereja, framboesa, entre muitas outras. Em comum, têm o fato de serem cervejas com baixo volume alcoólico e que devem ser servidas muito frias (e preferencialmente no verão), já que têm tendência de se tornarem algo doces", testemunha a cobaia, digo, o colega Bruno Aquino, do site português - e parceiro - Cervejas do Mundo. Mas, ao contrário do que possa parecer, estas cervejas não são necessariamente (muito) doces, destacando mais a acidez das frutas (como observa esse texto aqui do site da Gazeta do Povo, de Londrina). Para quem quiser arriscar, o Bruno Aquino dá a dica da New Glarus Belgian Red (foto), a Chapeau Mirabelle ou a Floris Ninkeberry. O Boteco & Cerveja recomenda (aqui), também, a Delirium Red (mais acessível nos mercados brasileiros), Bacchus Franbozen, St. Louis Premium Kriek, Rodembach Caractère Rouge e a Liefmans Fruitesse. Tem algumas dessas e outras tantas pra vender neste site aqui e neste outro aqui.


segunda-feira, setembro 08, 2014

Tipos de Cerveja 73 - As Flemish Sour Ale

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Como o próprio nome (sour) alerta, trata-se de algo azedo. Por isso mesmo, Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo, opina: "Este é um estilo muito peculiar pelo qual, confesso, não nutro grande simpatia. Não quer isto dizer que as Flemish Sour Ale não sejam cervejas de qualidade. Muito pelo contrário: é habitual encontrá-las extremamente bem classificadas em livros e sites que se dedicam à avaliação de cervejas. Todavia, o seu sabor ácido e, em geral, avinagrado, está bem longe do sabor que eu espero encontrar numa cerveja que considero boa". Uma observação é que flemish significa flamenca (ou flamenga), "termo com que se designa o habitante da Flandres (a metade setentrional da Bélgica, historicamente parte dos Países Baixos)", onde o idioma é o "neerlandês (língua conhecida popularmente por holandês)" - segundo esse texto aqui. Sobre as Flemish Sour Ale, o site Cervejas do Mundo acrescenta ainda que "podem variar entre o vermelho e o castanho, com álcool entre os 4% e os 8%, sendo que o seu forte sabor a vinagre e fruta lhes é conferido por um fermento especial", e que são "produzidas segundo métodos muito antigos, estagiam algum tempo em cascos de carvalho e o resultado final é, habitualmente, o resultado da mistura de cervejas novas com outras mais antigas". Como exemplos, são citadas a Panil Barriquée, a Rodenbach Grand Cru (foto) e a Liefmans Goudenband.

quarta-feira, setembro 03, 2014

Cervejas belgas

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Uma das cervejas típicas de Bruges
Há cerca de seis anos, quando fizemos uma parceria para reproduzir aqui no blog o conteúdo do site português Cervejas do Mundo (o que temos feito desde então na série Tipos de Cerveja), publicamos uma entrevista com o responsável por aquele portal de informações, Bruno Aquino, em que ele revelou: "O meu interesse por cervejas começou quase por acaso, numa viagem que fiz há alguns anos com a minha namorada à Bélgica. Lá, pude me aperceber das variedades e subtilezas que uma cerveja pode atingir". Mais tarde, ao celebrarmos nova parceria, dessa vez com o chef de cozinha Marcos Xinef, ele escreveu em sua primeira postagem sobre a cidade belga de Bruges, "cheia de mosteiros e vielas, cortada por rios, o que lhe rendeu o apelido de 'Veneza do Norte'. Em um cenário de paz, harmonia e beleza, sua característica principal são as mais de 400 marcas de cervejas, a maior parte fabricadas de forma artesanal, dando vários sabores e aromas a essa bebida tão famosa e consumida no mundo".

Degustação: infinidade de cervejas belgas
Vai daí, botei uma ideia na cachola: precisava conhecer a Bélgica - e, lógico, suas cervejas. A oportunidade veio agora, há quatro meses, quando pude passar 20 dias na Europa. Depois de sair da França de trem, pelo Norte, a primeira parada foi justamente em Bruges. Indescritível. Como bem destacou o xará Xinef, tanto pela beleza secular quanto pela infinidade de cervejas industriais e artesanais. Logo na chegada, me aboletei numa cervejaria da Duvel que funciona no segundo andar do centro de informações turísticas, na praça central. Minha sensação foi a de uma criança numa loja de doces, sem saber o que provar primeiro. Lá, provei a Brugge Tripel, especialidade local. Depois, percorri vários bares e pubs, experimentando todo tipo e marca de cerveja, e visitei a fábrica De Haalve Maan (O Homem da Lua), onde provei a Brugge Zot, outra exclusividade local, e versões da Straffe Hendrik, muito elogiada por cervejeiros.

Provando 'a melhor cerveja do mundo'
Enfim, é um universo a ser descoberto, não dá pra resumir num post tudo o que vi, provei e saboreei. Vale destacar que, indo a Bruges, eu não poderia deixar de provar a Westvleteren, considerada por muitos como a melhor cerveja do mundo. O único pub da cidade onde ela é servida (e nem sempre) fica no meio de um minúsculo beco, onde a imensa maioria dos turistas nem cogita adentrar. É uma espécie de templo para cervejeiros, frequentado por poucos. Tudo muito simples e rústico. Quando pedi a tal cerveja, o garçom olhou sério, meio que surpreso pela "heresia" da pronúncia do "santo nome" em vão, e explicou que havia poucas garrafas, que a produção era escassa, que a casa evitava vender todo o estoque etc. Como eu disse que tinha viajado do Brasil até lá só para provar a dita cuja, capitulou. Por 15 euros (cerca de 45 reais), provei uma garrafinha "sagrada". Excelente. Gosto amargo, meio caramelado, diferente. Para um cervejeiro, uma experiência mística.

Cerveja Kwak e seu suporte especial
Depois de Bruges, a próxima parada foi a capital Bruxelas. Outra "perdição" para quem gosta do "suco de cevadis". Tem de tudo - e tudo é muito bom! Me lembro, de relance, da Kwak, Carolus, Jupiler, Liefmans, Rochefort, Bofferding, Tongerlo, Charles Quint e de uma infinidade de garrafinhas que comprava pra beber em casa, que já não lembro os nomes senão as das mais conhecidas, Vedett e Duvel. Tem um pub na esquina em frente ao Manneken Pis (a famosa estatueta do menininho mijando, ponto obrigatório de visitação em Bruxelas) onde "passeei" por quase todo o cardápio de cervejas. Lá, as pessoas pedem pelo tipo de cerveja, em vez da marca: pilsens (como a Jupiler e a Stella Artois), trapistas (Chimay, Orval, Westmalle), abbeys (Maredsous, Grimbergen), whites (Hoegaarden, Blanche de Bruges, Extra White), gueuzes e krieks (Cantillon, Oud Beersel, Girardin) ou specials (Kwak, Bush, Malheur).

Fica aqui a sugestão, para os cervejeiros, de inclusão obrigatória da Bélgica no roteiro de viagem. Mas alerto que, na volta, engolir essas coisas vendidas nos butecos brasileiros com o nome de "cerveja" ficará bem mais difícil! Saúde! Ou, como brindam os belgas, santé!

Carolus, no pub em Bruxelas
Liefmans e Maredsous

Straffe com quádruplo de malte

sábado, março 01, 2014

Vinho de lei

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Já vi muita gente fazer promessa usando uma longa fase sóbria, sem beber, em retribuição à ajuda metafísica ou transcedental na busca por causas impossíveis. Só de um caso tive notícia de quem tivesse prometido passar uma temporada sem comer uvas.

E a tentação veio aos cachos, quando lhe ofereceram uma taça de vinho.

– Vinho é uva? – perguntava-se angustiado o incauto fiel. – Poderei tomar sem quebrar a promessa?

Fosse hoje, pela lei dos homens, a resposta seria sim.

Relativamente 

Deu no Diário Oficial da União de segunda-feira, 24. Foi publicado decreto nº 8.198/2014, que regulamenta a lei do vinho, a nº 7.678/1988. E vinho não é uva.

Vinho é a bebida feita a partir de um fermentado de mosto de uva sã, fresca e madura. Mosto é sinônimo de um preparado para fermentação. Pode ser simples, concentrado, sulfitado ou cozido. No caso, sumo de uva com casca macerada ou "corrigido", repleto de açúcares naturais (ou adicionados, no caso dos exemplares menos nobres), pronta para a ação de micro-organismos anaeróbios. Ao crescerem e se multiplicarem, essas bactérias do bem convertem os açúcares em álcool.

Dias antes da publicação, a presidenta Dilma Rousseff havia antecipado a medida em Caxias do Sul (RS), na festa da uva de um dos polos produtores no país (há concentrações assim em 10 estados). Ela disse ser "uma parceira do setor" – quase igual à afinidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com temas afetos.

Vinho e derivados

O Brasil consome 1,26 litro de vinho por ano. O Vaticano, 74Franceses tomam 57. Apesar da diferença proporcional, o crescimento do interesse dos brasileiros vem aumentando fortemente, e dobrou em 10 anos.

Foram 25 anos de espera para delimitar o que pode receber a alcunha da bebida que remonta à antiguidade e até aos tempos e textos bíblicos. Quem está envolvido com a produção envase e comercialização do produto terá 180 dias para se adequar. A legislação define quem compõe a cadeia produtiva da bebida, o papel do Ministério da Agricultura e Pecuária e as divisões do estabelecimento, com finalidade de traçar regras sanitárias e de padronização.

Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), no vale do São Francisco, são polos produtores de uva e de vinho. No país, o Ministério da Agricultura reconhece que há esse tipo de concentração em 10 estados

Derivados como jeropiga, conhaque, bagaceira e grappa estão também no texto do decreto. Vinagre de vinho e espumantes (e seus tipos sec, demi-sec, brut e extra-brut) figuram pelas páginas do texto.

Mesmo as regras de fiscalização aduaneira e de testes de amostragem sobre produtos que desembarcam no país foram redefinidos. Vinhos de "excepcional qualidade", por exemplo, podem não precisar ser submetidos a verificações laboratoriais, a exemplo dos exemplares destinados a concursos e degustações.

Lei sóbria

A cachaça, a cerveja e destilados em geral também têm leis ou regulamentações específicas.

Isso facilita a organização de empresas que desejam produzir, distribuir e vender esse tipo de produto, porque regra clara facilita o bom andamento do jogo.

Ao prever que adulteração do vinho ou das etapas de produção são infrações que ensejam responsabilização e punição, o ministério cria instrumentos para fiscalização. A rigor, a redação de um decreto assim é importante e atende a interesses dos produtores, embora terminologias como "reserva" e "gran reserva" ainda dependam de instruções normativas específicas. Não chega a compor uma política pública, apenas o regramento.

Fica longe do Manguaça Cidadão. Mas pode ser um passo.