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terça-feira, abril 24, 2007

Post 1000

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Arte: Carmem Machado

Um bar com cara de anos 1950 em pleno bairro de Pinheiros, na São Paulo do século XXI. Os pôsteres e discos de Elvis Presley convivem harmoniosamente com o retrato de João Paulo II e outro menor, de Bento XVI, colados na geladeira de cerveja. Ali foi onde surgiu a idéia de se fazer um blog que reunisse os três temas que fascinam os palpiteiros que escrevem neste espaço. Também foi nas mesas da calçada da Fradique Coutinho que inúmeras discussões saíram da internet e tomaram corpo, sempre acompanhadas do líquido sagrado vendido pelo simpático dono do recinto.

Por isso, neste milésimo post do Futepoca (desculpa aí, Romário!), resolvemos homenagear o local mais freqüentado pelo coletivo que faz este blog: o bar do Vavá, menos conhecido como Gardenburger, o nome "oficial". Para tanto, o próprio, nascido Washington Cardoso Salvador em 7 de agosto de 1946, concedeu uma hora e meia de entrevista para Eduardo Maretti, Glauco Faria e Marcos Palhares, com fotos da futepoquense extra-oficial Carmem Machado. Era uma tarde de sábado e o cenário não poderia ser outro: uma das indefectíveis mesas de plástico do recinto, com as indispensáveis cervejas que o calor e o momento exigiam.

Publicamos aqui a primeira parte da entrevista de alguém que sintetiza os três temas do Futepoca. Vavá jogou e foi técnico em times amadores, tendo sido reserva do Jabaquara, também é ex-árbitro profissional, militou no PMDB e recebeu em seu bar figuras como Fernando Henrique Cardoso, Orestes Quércia e Marta Suplicy. Além de tudo, agüentou durante meio século toda sorte de manguaças. Durante o animado papo, muitas lembranças. Por vezes, seus olhos marejaram. Mas nem assim o sorriso saía de seu rosto. Abaixo, a história do homem.


::Qual memória mais antiga você tem do futebol?
Com o futebol foi o seguinte: comecei a jogar moleque, na Vila Sônia. Na delegacia de hoje tinha um campo, que era do Botafogo, a gente brincava lá. Depois, me mudei para a Vital Brasil, onde meu pai tinha comprado um bar.

::Seu pai gostava de futebol?
Não, não... Se ele tinha um time de preferência eu não tenho essa lembrança. Ele era muito atribulado, minha mãe era muito doente, tinha um problema que, graças ao bom Deus tive a felicidade de ajudar ao descobrir um bom médico. Ela tinha um problema intestinal, uma retoclite ulcerativa, que dava hemorragias todo dia. Consequentemente, atingia um nível de anemia gravíssima e constante. Então, estava sempre de cama, branquinha, amarelinha... Eu que cuidava, era filho, enfermeiro, médico, tudo. Meu pai tinha que trabalhar para sobreviver.

Fotos: Carmem Machado
O apelido vem da linha do São Paulinho, time da
várzea do bairro do Butantã, Zona Oeste de São Paulo.
Centroavante goleador, este Vavá garante que era
mais habilidoso do que o chará campeão do
mundo em 1958.

::Você começou a jogar onde?
No Butantã, tinha um time que a molecada formou chamado o São Paulo Futebol Clube, o São Paulinho. Tinha uma rádio, a Rádio São Paulo, acho, cuja torre ficava no bairro. Não me lembro em que época foi, eu devia ter uns oito anos, era tudo moleque. E era quando meu pai estava em casa que podia ir lá.

::Você tem um irmão mais velho e outro mais novo?
Isso.

::Por que você começou a torcer pro São Paulo?
Comecei a torcer para o São Paulo porque, na Vila Sônia, o São Paulo foi campeão em 1953. A molecada da rua gritava "São Paulo, São Paulo, São Paulo". A gente se deixa contagiar pela molecada. E eu aderi também, porque a gente jogava bola na rua de terra, descalço. Meu irmão já gostava do Santos. Acho que por causa da Era Pelé, e com razão. Acho que não existe nenhum brasileiro que não tenha o dever de torcer para o Santos, porque era uma máquina. Era uma alegria ver o time do Santos jogar até contra o seu próprio time do coração. Era uma arte, uma academia, uma aula para quem sabe o que é futebol, o que é belo e clássico. Isso é importante. Eu também passo até a ter dois times (risos).

::Qual foi o jogo mais incrível que você viu na vida?
Que eu assisti foi no Morumbi, Santos 6, São Paulo 2. O que ouvi pelo rádio e jamais vou esquecer: Santos 4, Milan 2 (risos). Marcou minha vida e minha história, e até no céu irei relatar esse fato.

::Por que são tão especiais?
No Morumbi, me lembro que o Santos jogou com Kaneco na ponta direita, Mengálvio e Dorval de centroavante – o Coutinho não jogou – Pelé e Pepe. Me lembro que o Dorval foi escalado como centroavante e, no dia seguinte, saiu até no jornal, uma atuação espetacular: "Viajei seis horas para ganhar de seis", disse o Dorval (risos). A aula de futebol era tão grande que eu até aplaudia os jogadores do Santos. E a turma do São Paulo que estava do lado reclamava: "Pomba! Você é sãopaulino e fica torcendo pro Santos?" "Não, é a arte!" Aí, um negrão se levantou: "Deixa o garotão aí, ele tá certo" (risos).

O irmão mais novo, João, no balcão do Gardenburger.

::Fosse hoje em dia, você não estaria aqui para contar...
Não estaria, com essa ignorância total, tamanha. As torcidas estavam todas juntas. Não posso afirmar com certeza absoluta, mas não havia torcida uniformizada. Me parece que não havia nem torcedores em campo ou do Santos, me parece.

::Por que seu apelido é Vavá?
Quando a gente tinha esse timinho, em 50 e pouco, formaram a linha. Nas peladas, eu fazia muitos gols e eu era um cara ao contrário do Vavá, extremamente habilidoso.

::Melhor do que o Vavá?
Não, não, era habilidoso no sentido de burilar a bola. Matava também, mas era mais hábil. Me lembro bem, era Julinho na ponta direita, Bernardes na meia direita, Vavá, o Pelé e um cara que era muito parecido, um sósia do Zagallo. Então, cada um levava um apelido. Já era o Brasil campeão de 1958, tinha 12 anos, era uma molecada que jogava, mas não teve muita notoriedade, porque não tinha campo. Jogava na antena da rádio São Paulo. Quando começou a receber adversários na Rádio São Paulo, alguém fazia coisas desagradáveis, estragava uma planta ou alguma coisa, de modo que acabaram não cedendo mais o campo. Como havia a dificuldade de andar eu e o Pelezinho e um outro cara que me parece que era o Tarcísio, as estrelas do time, tínhamos dificuldades. Eu não poderia ir para outros bairros jogar, por causa do problema da minha mãe e do meu pai. Então, o time acabou parando.

::Naquela região, no Butantã e na Vila Sônia, tinha quantos times?
No Butantã tinha muitos times. Naquela época, revelou o Aldo e o Joãozinho, que acabou indo para o Jabaquara, em Santos, e que teve algum problema no joelho. O próprio Toninho Riset jogou no Comercial de Ribeirão Preto. O Batista, o apelido para nós era Dica, morreu de graça. O pai dele era um dos donos do Itapecirica Sociedade Anônima. Ali tinha o Estrela, o Ouro Verde, o Canto do Rio, o Pirajussara, o próprio Butantã, o Palmeirinha e o São Paulinho que era tudo garotada.

::Era muito forte a várzea?
Sim. Onde hoje tem a escola de polícia, tinham cinco campos de futebol. Tinha uma competiçãozinha. Uma vez teve um campeonato de uma revista chamada Turfe Ilustrado. E era tanta cobrança em mim para fazer o gol, que uma vez fiz um sem querer. Diziam: "Olhe que hoje você vai ter que fazer uns três". O nervosismo era tamanho que não saia jogada. Uma hora a bola veio, eu me enrosquei com ela e caminhei para dentro do gol -- o goleiro estava fora; caminhei com a bola no meio das pernas, andando, mas sem condições psicológicas de chutá-la. Fiz o gol. Ela que acabou entrando, ou me levando para dentro do gol (risos). Então, hoje eu falo, não é assim, a cobrança, a pressão é muita.

::Depois do fim do São Paulinho, você jogou em outros times?
Joguei no Maria Luiza, no Butantã, era mais garoto. No Pirajussara também. Eu era centroavante. Depois que passei a decrescer, por causa de um problema respiratório, passei a jogar de quarto zagueiro. E tinha algum destaque também. Mas aí esse Joãozinho, nunca esqueço, ele achava... Porque se eu tivesse que dar a bola a você, marcado, não daria no seu pé, mas do seu lado, no espaço vazio, para que você fosse buscar a bola...

A devoção ao papa João Paulo II divide
espaço com pôsteres de Elvis Presley. O
atual pontífice, Bento XVI, tem menos
destaque: é o santinho vermelho acima
da cabeça de Wojtyla.



::Você diz que burilava a jogada... Com que jogador você acha que parecia?
Minhas canelas não têm marca, eu me achava muito parecido com o Pagão. Eu limpava o lance. O Pagão era mestre, fácil. Saía com toque de bola rápido.

::Mas a marcação era diferente...
É, hoje a marcação é mais de perto, é mais ferrenha, mais física. Até acho que há muita complacência dos árbitros, o futebol está menos técnico e mais violento.

::Era outro futebol.
Era outro, tinha distância, cada um poderia mostrar mais as suas qualidades. O cara chegava depois, agora chega na dividida. Essa ação, eu até atribuo, e acho que ele foi o precursor da coisa, ao mestre Oswaldo Brandão, popular Caçamba, um técnico também vencedor. "Chega antes, senão, chega junto" (risos). Ele falava isso.

::Você pensou em ser jogador profissional?
Pensei. Mas tive uma bronquite, um problema respiratório grave etc. Estava com 16 ou 17 anos. Quando esse amigo, João de Bato, me levou para o Jabaquara, em Santos, em 1962 -- O Santos era uma máquina. O técnico era Dom Ernesto Filpo Nuñes. Eu era um cara tão burro e acanhado, de moleque... Tinha, claro, a torcida do Jabaquara, e algumas moças que assistiam a gente ouvia. O Filpo falava para cair para a esquerda, para tirar o Del Poso, central do time reserva. O zagueiro central fora da área, né? Aí eu ouvia alguma falar: "Olha as pernas dele". Aí acabava, eu ficava acanhado. Burro demais, né. Aí o Filpo: "Deixa el Pibe", que era para elas ficarem quietas para eu poder jogar bola.

::Por quanto tempo você ficou no Jabaquara?
Acho que fiquei seis meses. Uma vez eu estava até escalado para jogar contra o Comercial de Ribeirão Preto, mas não passei no exame médico. O doutor Washinton de Giovani era o médico do Jabaquara e foi presidente do clube. E no jantar, ele viu que eu tremia. Ele falou que eu não estava em condições psicológicas. Se jogasse, capaz que não tivesse nada. Aí eles improvisaram outro jogador, um tal de Sauí, carioca. Era Marcos, Lara -- que morreu em campo, do coração -- Sauí, Alcides e Bragança, na ponta esquerda que era filho do dono de uma rádio da cidade.

::E você também foi árbitro?
Depois.

::E o que é melhor, ser árbitro de futebol ou dono de bar? Ou mesmo jogador, você está falando que tinha muita pressão...
Árbitro é muito mais difícil. Eu, graças a Deus, nunca tive problemas. Juvenil, aspirantes de São Paulo, Campeonato Brasileiro que apitei. Agora, é duro. Vi outros que abandonaram. Um que foi apitar Primavera de Indaiatuba, não sei se existe ainda. Ele foi mal e os caras quiseram pular o muro, e ele teve de tirar a roupa de árbitro e sair correndo. Iam agredi-lo. Outro amigo meu, que era até gay, apitou Maf de Piracicaba, os 22 queriam bater nele. Conseguiu desagradar a todos. Porque esse negócio de compensar, aí você se machuca. Entende?

::Por quanto tempo você foi árbitro?
Por uns sete anos. Depois, abandonei.

::Qual foi o jogo mais complicado que você apitou?
O mais complicado que apitei, que senti medo, medo mesmo, foi no Campeonato Alagoano. Entre o Clube Sportivo Alagoano, o CSA, e o Clube de Regatas Brasil. A federação alagoana pediu árbitros à federação de São Paulo. Eu, para mostrar serviço, levantei o braço. No estádio, eu sempre era o mais atrasado. Os assistentes pegaram as bandeirinhas e foram para o campo. Dali a pouco, voltaram correndo, ofegantes: "O cara do CSA ameaçou a gente com o revólver, falou que se o CSA não ganhar a gente não sai vivo daqui." Aí, quem ficou com medo fui eu. Porque não vi o cara. Fui para campo e pedi: "Vocês vão me apontar quem era o cara". Peguei orientações do Coronel Ney Aguiar, Mario Francisconi, essa turma toda. Qualquer coisa, a orientação era chamar o chefe do policiamento. Se fosse o caso, era dizer que não tinha condições para começar o jogo e acabou. Queria saber quem era o cara. E batemos bola, e eles não conseguiram me apontar. E eu fiquei com medo. Aí começou o jogo, eu, antipedagógico, com o apito na boca, com medo. O cara piscava, e eu pá, parava o jogo. O Brasil, com empate era campeão. O CSA precisava ganhar. Sabe se árbitro torce para não sair gol? Eu, Washington Cardoso Salvador, torci para não sair gol (risos).


No sentido anti-horário, a partir do
topo: Marcos Palhares, Eduardo Maretti
e Glauco Faria. Vavá, de costas. Na mesa, claro, cervejas...

Na França, empate técnico no segundo turno

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Segundo a AFP, pesquisa do instituto Sofres aponta vantagem de apenas 2 pontos percentuais para o conservador Nicolas Sarkozy contra a socialista Ségolène Royal (cuja acentuação é o inferno dos redatores).

O Vermelho traduziu um curioso gráfico do Le Monde (à esquerda) que mostra o cenário político da França. As extremas esquerda e direita diminuíram sua participação, em benefício dos centros -- centro-esquerda, centro-direita e centro propriamente dito. A participação de François Bayrou foi determinante, como já apontava o primo francês do Conselheiro Acácio, para a chegada ao segundo turno.

Segundo a pesquisa do Instituto Sofres, cuja abrangência e credibilidade são completas incógnitas para a minha pessoa, 46% dos eleitores do centrista migrariam para a socialista e apenas 25% iriam para Sarkozy. O UDF de Bayrou faz parte da coalizão de governo encabeçada por Jacques Chirac, da UMP, partido de Sarkozy.

O mesmo Vermelho jura que a esquerda se uniu a Ségolène . Como a esquerda só se une na cadeia e seu extremo nem representa 10% do eleitorado, tudo depende de mais eleitores de centro optarem pela socialista.

O mais divertido é que os imigrantes, sem direito a voto torcem contra o conservador. Embora Ségolène não represente tanta abertura assim para estrangeiros instalados ilegalmente no país.

É difícil ser sindicalista

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Nessa segunda, dia 23, as centrais sindicais organizaram manifestações em todo o país para tentar evitar que o Congresso derrube o veto presidencial a uma emenda feita pela oposição na Lei da Super-receita, a chamada Emenda 3. A mudança vai facilitar para que empresas contratem trabalhadores como pessoas jurídicas, e naõ mais com carteira assinada. Se a prática, hoje já muito comum na área jornalística, se espalhar para os outros setores, será uma morte virtual dos direitos trabalhistas. Nada mais de férias, FGTS, seguro-desemprego. Em São Paulo, essas manifestações incluíram paralisação de duas horas no Metrô e nos ônibus municipais.

De manhã, o Luciano Faccioli, na Record, falava que “greve prejudica trabalhadores”. Mostrava filas enormes de carros, um trânsito enorme, ônibus lotados. E, sobre o motivo da paralisação, algumas palavras perdidas no meio da matéria. Nenhuma imagem dos atos feitos pelos sindicalistas. Nenhuma análise sobre a ameaça aos direitos trabalhistas e outros impactos da Emenda 3, nem que fosse a favor. O enfoque se repete em toda a mídia: paralisação prejudica trabalhadores. No ônibus, um manguaça comenta: “E quem se ferra é o povo, que não tem nada a ver com isso”. Eu acho que tem, apesar da Record discordar.

Chefe-de-Estado bêbado que se preze

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Foi enterrado nesta terça-feira, dia 24, o ex-presidente Russo Boris Ieltsin, aos 76. Ele morreu na segunda, 23. Ao contrário do que apostavam seus fãs espalhados pelos botecos do mundo, seu fígado permanecia intacto, quiçá em verdadeira conserva em meio alcóolico. A causa da morte, a depender do tradutor, foi insuficiência cardiovascular ou ataque cardíaco (que pode ser muitas coisas).

Ele foi o primeiro presidente eleito da Rússia e o primeiro chefe-de-Estado do gigante asiático depois do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Para os anais da história, entrou como o presidente bêbado, que despachava, dava entrevistas e participava de atos públicos sob efeitos de algumas doses a mais do que recomenda o equilíbrio sobre duas pernas.

As cerimônias serão comandadas por três bispos da Igreja Ortodoxa Russa, na Igreja do Cristo Salvador, reformada em sua gestão . É o primeiro funeral cristão para um líder russo desde a revolução de 1917. O dia é de luto oficial no país governado por Vladimir Putin. O corpo de Ieltsin não será enterrado no Kremilin, diferente de quase todos os líderes comunistas.

Ele governou de 1991 a 1999, quando renunciou depois de uma segunda ofensiva militar na Chechenia.

A maioria dos russos acha o legado do presidente-manguaça ruim, embora outros, como o presidente atual, prefiram se referir ao papel para a "consolidação" (seja lá o que isso signifique) das instituições "democráticas" (idem) no país.

Os dois lados discutem isso exaustivamente, nas mesas de bar, como forma de homenagear o morto.

A BBC fez uma seleção de fotos. Só a 8 e a 9 é que dão a dimensão histórica do líder para a embriaguez global.

Inter: o novo Cruzeiro?

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As notícias da vez dão conta que a relação entre Abel Braga e o Internacional está cada vez pior. No final de semana, o Globo Esporte anunciou com todas as letras que o técnico havia sido demitido; teve que voltar atrás depois, porque essa notícia não procedia. De qualquer modo, das duas uma - ou Abel cai fora (e o exterior é uma boa saída) ou será chutado pelo Inter ainda nesse semestre.

A instabilidade entre técnico e clube, somado ao mau desempenho do Internacional dentro de campo, fazem com que um paralelo salte aos olhos. Será o Internacional de 2007 uma reedição do Cruzeiro de 2004?

Relembrando: em 2003, o Cruzeiro teve um ano mágico. Sob o comando de Luxemburgo no banco e Alex no campo, o clube celeste ganhou Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão. A expectativa era que o domínio do time se consolidasse no ano seguinte com a conquista da Libertadores e o Mundial. Mas o castelo cruzeirense ruiu em poucos meses. O ano de 2004 começou com a estranha contratação de Rivaldo, que dava na cara que não ia dar certo. Ainda em fevereiro Luxemburgo foi demitido - por desavenças com os dirigentes, dizem - e Rivaldo pediu para sair, em solidariedade. Paulo César Gusmão assumiu o time e ainda foi campeão mineiro, mas o restante da temporada foi extremamente chocho. Muito, muito pouco para o que o Cruzeiro sugeria que iria se tornar no final de 2003.

Agora é a vez do Inter! Como todo time que ganha títulos importantes no Brasil, o Colorado foi extremamente adulado pela mídia, que fez questão de falar de seu "profissionalismo" e "planejamento". No Gauchão, o Inter começou com o time reserva, foi mal, pôs o titular para ver se se salvava mas não deu certo. E ainda contou com uma boa dose de azar ao cair num dos grupos mais difíceis da história recente da Libertadores.

O Internacional tenta se reerguer. Provavelmente sem Abel Braga e certamente sem reforços de impacto para o restante da temporada. Pode ser que faça um bom Brasileirão? Sim, pode. Eu tenho certeza que não será rebaixado e nem passará perto disso. Mas qualquer coisa abaixo do título será pouco para o clube que dominou o mundo em 2006 e parecia que repetiria a dose nos anos seguintes.

Marcos cansou de ser "bonzinho"

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Quase no final da recuperação de mais uma contusão, a 13ª da sua carreira, o goleiro Marcos, do Palmeiras, perdeu a paciência. Vítima contumaz de choques nem sempre acidentais com atletas adversários, agora diz ter achado a fórmula para não se machucar: ser "maldoso". Ontem, ele disse ao Terra que está cansado de "jogadores burros".

"Jogador esperto sabe quando não vai chegar na bola. Todo mundo fala que ele (Reginaldo) não teve intenção de me machucar, mas ele foi em cima de mim. Não iria alcançar a bola", declarou o goleiro, também lembrando do lance contra o Corinthians, em 2006, em que dividiu uma jogada com o atacante Rafael Moura e fraturou a clavícula.

Para exemplificar o que julga como postura de proteção do arqueiro, Marcos comentou ao portal G1 a dividida entre Aloísio e Fábio Costa na partida entre Santos e São Paulo pelo campeonato paulista. "Eu vi o lance. Não acho que o Fábio tenha sido maldoso. Ele é esperto e se protegeu. Coisa que eu vou começar a fazer agora. Vou ser maldoso mesmo. Chega de querer me preocupar com os outros, querem ser bonzinho, porque dá nisso. O único prejudicado sou eu. Vê se alguém sai daquele jeito para dividir com o Fábio? Agora comigo todo mundo vem matando" analisou.

Parecendo mesmo farto de ter a carreira prejudicada por contusões, o que lhe valeu a exclusão da Copa em 2006, Marcos resumiu sua nova filosofia de jogo. "Goleiro tem que levantar o joelho na dividida. Eu não estava fazendo isso para não machucar ninguém, porque se pega nas costas pode ser complicado. Mas ninguém pensa em mim. O cara (Reginaldo) deu no meio. Vou agora esperar o lance e dar no meio também. Estou cansado de me quebrar. Não vou ser tão limpo porque isso está só me prejudicando".

segunda-feira, abril 23, 2007

O melhor goleiro do Brasil

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Em diversas vezes que um time pequeno perde para um grande, tomando aquela pressão típica, o goleiro acaba parecendo. São inúmeras finalizações e boa parte delas inevitavelmente pára no arqueiro. Afinal, ele está lá pra isso e, mesmo que seja meia-boca, vai rebater bolas e acabar parecendo bonito pra torcida (inclusive do adversário). Daí aquele lugar comum quando o time toma quatro do grande: "se não fosse fulano de tal no gol, poderia ser de sete ou oito".

Mas difícil mesmo é quando o outro time ataca pouco, quase não finaliza, e o goleiro tem que manter a concentração para, em uma eventual bola, decidir a partida. Aí se pode diferenciar um grande jogador.

Ontem, a um minuto de partida, as poças do Morumbi ajudaram o ataque do Bragantino. Do nada, a equipe do interior chegava à meta de Fábio Costa. Um gol àquela altura, com um gramado onde o futebol era quase impraticável, dificultaria demais a vida do Santos. Mas o arqueiro alvinegro foi rápido, saiu corajosamente e fechou o ângulo, fazendo uma defesa gigantesca. Salvou o seu time.

46 minutos do segundo tempo. Depois de passar a partida inteira assistindo ao jogo, sem qualquer ameaça ao seu gol e saindo bem nas teimosas bolas aéreas que o Bragantino insistia em jogar na área peixeira, Fábio Costa vê Bill à sua frente, sozinho. Cresce pra cima do atacante e pratica outra defesa. Um milagre.

Naquele momento, uma subversão da lógica. Em geral, quando o adversário perde uma chance, a torcida se aquieta diante da ameaça. Mas Fábio Costa inverte o jogo. Quando faz uma defesa difícil, daquelas que o torcedor já coloca a mão na cabeça pensando no inevitável, comemora a façanha e acua a trupe adversária, fazendo a sua torcida vibrar junto com ele.

Mais magro, ágil, seu temperamento também mudou. Quando sofreu o gol de Ricardinho em 2001 insinuou que a culpa era de seu companheiro André Luiz, que havia escorregado no cruzamento de Gil. Um argumento aceitável para um torcedor, inadmissível para um colega de trabalho. Ontem, ao contrário, depois do jogo condenou as vaias a Cléber Santana por ele ter errado um pênalti. Postura de líder, não de torcedor.

Por tudo isso, é hoje o melhor goleiro do Brasil. Diferenciado, vibrante, já faz por merecer uma chance na seleção. E calou a minha boca. Quisera eu que todos os jogadores santistas que critico fizessem isso. Mas esperar algo semelhante do Rodrigo Tiuí é demais...

Será possível evitar a final inglesa?

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Amanhã começa a fase semifinal da Copa dos Campeões da Europa. O título tem tudo para ser inglês, afinal só o combalido Milan poderá evitar esse acontecimento, e poucos esperam que isso aconteça.
Os confrontos são:
Manchester United x Milan (amanhã) e Chelsea x Liverpool (quarta).
No primeiro, o favoritismo é francamente inglês. O Manchester tem voado em campo. Venceu a Roma, nas quartas-de-final, por inacreditáveis 7 x 1 e é o atual líder do Campeonato Inglês. Neste jogo, no entanto, o zagueiro Rio Ferdinand é desfalque. No time italiano, Dida é dúvida, por conta de uma luxação no ombro direito. No Italiano, está em quarto lugar, lutando para, pelo menos, assegurar uma vaga na Champions do ano que vem. Mas dizem que esse negócio de tradição pesa muito. Há poucas camisas tão importantes como a rossonera. O jogo promete.

No segundo confronto, o Chelsea deve passar, com seu futebol sem brilho mas eficientíssimo. Os times estão em segundo e terceiro lugares no Inglês, mas a vantagem do Chelsea é enorme: 12 pontos de vantagem. Tem Lampard e Drogba no meio. Só que passaram no sufoco pelo Valência, empatando em casa em 1 x 1 e vencendo na volta por 2 x 1, com direito a gol aos 45 do segundo tempo. Já o Liverpool passou tranqüilo pelo PSV, somando 4 x 0 nos dois confrontos. No meio, tem o Gerrard e o Mascherano, que parece ter se adaptado ao futebol inglês.
É, só vai ter diversão na Champions, até o final. Até dá vontade de simular uma gripe pra assistir sossegada em casa.
(com colaboração de Glauco Faria)

Religião, medicina, imprensa e cachaça

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No ônibus, um padre senta ao lado de um sujeito completamente bêbado, que tenta, com muita dificuldade, ler um jornal. Logo, com voz empastada, o bêbado pergunta ao padre:
- O senhor sabe o que é artrite?
Irritado com o bafo de cana do homem, o pároco responde:
- É uma doença provocada pela vida pecaminosa e desregrada: mulheres, promiscuidade, farras, excesso do consumo de álcool, drogas, fumo e outras coisas do demônio!
O bêbado cala-se e continua com os olhos fixos no jornal.
Alguns minutos depois, achando que tinha sido muito duro com o manguaça, o padre tenta amenizar:
- Há quanto tempo o senhor está com artrite?
- Eu não tenho isso não, padre. Segundo o jornal, quem tem é o Papa!

Com JaDILLson, S.Paulo é humilhado: 4 a 1

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Foi o pior jogo do São Paulo que assisti nos últimos 20 anos. Nem as goleadas de 7 a 2 para a Portuguesa, em 98, e de 7 a 1 para o Vasco, em 2001, foram tão vexaminosas. Naqueles jogos, apesar da pane total, o time ainda procurou jogar bola, arriscar jogadas de ataque. No sábado, depois de abrir 1 a 0 com Ilsinho, o tricolor sumiu. Parecia o Brasil no jogo contra a França, em julho do ano passado.
Dali em diante, não ouvi mais o locutor falar o nome do próprio Ilsinho e muito menos de Hugo, Leandro e, principalmente, Jadílson. Ou JaDILLson, pois está me lembrando muito a pior contratação do São Paulo em todos os tempos, o tal artilheiro do Goiás na Copa João Havelange de 2000. O Júnior está sendo injustiçado. Pela regularidade, merece ser titular absoluto.
Não cheguei a me chatear com o resultado; ao contrário, fiz até piada e achei muito bem merecida essa derrota. Mas fiquei perplexo com o São Paulo: ninguém, mas ninguém mesmo, jogou absolutamente nada. O São Caetano passeou, sobrou em campo. Mais humilhante ainda foi que, após marcar o terceiro gol (e daquele jeito, com chapéu no André Dias e tudo), o Azulão tirou o pé.
O quarto gol só saiu porque o São Paulo tava dando muito mole, mas o time do ABC já não fazia esforço algum para atacar. Ou seja: se continuasse pressionando no ataque, teria feito cinco, seis, sete. Fácil. Quando Rogério Ceni ajoelhou mais uma vez na frente de um adversário (isso me irrita) e Douglas passou por ele para fechar a goleada, comecei a rezar para o jogo acabar. Pensei que o São Caetano ia fazer o mesmo que o Corinthians fez com o Santos no Pacaembu, em 2005. Mas o time do Dorival Júnior tirou o pé, graças a Deus!
Vergonha. Deu vergonha de torcer para o São Paulo no sábado. Por isso mesmo não vou fazer côro com a mídia e a maioria da torcida, que já está pedindo a cabeça do Muricy. Não acho um erro absurdo entrar com Josué como único volante e confiar em André Dias na zaga. Nem condeno o fato de Jorge Wagner e Júnior não estarem entre os titulares. O fato é que o Muricy não podia prever que Ilsinho, Souza, Hugo, Leandro e Jadílson fossem se esconder no jogo. Isso aí é metade do time! O técnico não é culpado por isso, nem o Aloísio, que ficou isolado.
Foi um vexame difícil de acreditar que estava acontecendo. Mas talvez sirva como oportunidade para o Muricy dar um belo de um esporro nesses caras. Se mesmo assim não surtir efeito, o São Paulo será mais um Internacional neste ano. (Foto de José Patrício/AE)

sábado, abril 21, 2007

O golaço de Diego

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Pra quem não viu, especialmente a Thalita que não conseguiu ontem, o post do terceiro gol do Werder Bremen contra o Aach na sexta-feira. No rebote da falta, o ex-santista pega a bola e, na altura do círculo central atira... Repararem que os atletas do Bremen comemoram o gol antes dele ser feito.

sexta-feira, abril 20, 2007

Chinês manguaça lembra de tudo, menos da mulher

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Essa notícia reflete um fato inédito na clínica médica e mostra os efeitos que a manguaça - ou a falta dela - podem ter em um homem. A notícia saiu no site Terra: Wei Guangyi sofreu um acidente de moto e, em um primeiro momento, sofreu amnésia total. Depois de dois dias internado, o manguaça (ou seria abstêmio) voltou a se lembrar de tudo, com uma exceção. Nem por decreto reconhecia sua mulher, Yang Jing.

A coitada, casada há nove anos com Guangyi, se diz surpresa com o marido (criança...). "Ele se lembra dos nomes das pessoas que vieram visitá-lo e informações sobre seu trabalho. Mas ele apontou para mim e perguntou à minha filha: 'quem é essa mulher?' Eu fiquei muito surpresa de ouvir isso", choramingou.

As declarações do manguaça são cômicas. "Quando eu mostrei nossas fotos de casamento e perguntei quem estava ao seu lado ele me respondeu: 'essa é minha colega de classe'", comentou. "Ele também diz todas vezes que eu não preciso cozinhar para ele, já que sou uma convidada em sua casa". Deve preparar um bom frango xadrez a moça...

Mangabeira Unger vai pensar Brasil até 2022 a pedidos de Lula

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O economista Roberto Mangabeira Unger aceitou, nesta sexta-feira, convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser a futura Secretaria de Ações de Longo Prazo. O cargo com status de ministro foi confirmada por uma fonte não-identificada do Palácio do Planalto (o companheiro Off, no caso). Mangabeira irá controlar o atual Núcleo de Assuntos Estratégicos e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Leia mais, na Reuters.

O economista foi guru da candidatura Ciro Gomes em 2002, e passou a maior parte dos quatro primeiros anos da gestão Lula malhando o governo.

De matiz ideológica de difícil identificação, Mangabeira não é de esquerda. Pronto, falei. Como o trabalho é o de pensar (pensar, pensar, pensar) o Brasil até 2022, posso imaginar que o exercício não será feito rumo a um país socialmente justo? Podemos ir para a oposição?

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P.S.: Segundo informações obtida em conversas exclusivas com fontes obscuras do Palácio do Planalto, a estratégia de Lula seria a de tirar um inconveniente oposicionista ouvido pela imprensa mais por causa do sotaque inconfundível do que por suas idéias.
Segundo a mesma fonte (que nem Veja confiaria, mesmo que fosse pra malhar o governo), a idéia surgiu quando um assessor próximo ao presidente teria chegado a uma reunião fazendo piadinhas sobre o rabino Henry Sobel, preso em Palm Beach, na Flórida, Estados Unidos, por roubo de gravatas. O suposto assessor teria dito ao presidente, em uma barata imitação do peculiar modo de falar do rabino:
— Ow senior extá com unma guravatha bouniita, puresidentei!

A estúpida pilhéria teria provocado dúvidas em outro assessor também presente:
— Mas esse elogio vem do Henry Sobel ou do Mangabeira Unger?

A contra-piada teria dado idéia ao presidente. A falta de verossimilhança é por conta da casa.

Maria da ConceiçãoTavares comemora indicação de Coutinho

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"Estou satisfeita, ele é um dos nossos", declarou Maria da Conceição Tavares, economista ligada ao PT, ao jornal Valor Econômico desta sexta-feira, 20. Por “nossos” ela se refere ao grupo de desenvolvimentistas que vêm ganhando espaço no segundo mandato do governo Lula. Para ela, o novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é diplomata a ponto de ser "capaz até mesmo de fazer com que o ministro (Miguel Jorge) diga que ele (Coutinho) foi escolha dele". Leia mais.

Estamos liberados pra comemorar a indicação?

quinta-feira, abril 19, 2007

Além de Giovanni, Sport quer trazer Deivid

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O Sport Recife, time que venceu o campeonato pernambucano sofrendo apenas uma derrota e que está nas oitavas-de-final da Copa do Brasil, quer fazer bonito também no Brasileiro. Além de ter contratado Giovanni, ex-craque do Santos, agora está atrás do atacante Deivid, também ex-Santos, que estaria insatisfeito com o técnico Zico no Fenerbach da Turquia.

Embora a diretoria negue, o site Sportnet diz que o técnico Alexandre Gallo (ex-jogador e ex-técnico do Santos) tem conversado todos os dias com o atacante que poderia ver com bons olhos a transferência, já que encontraria velhos conhecidos da época em que jogou no Santos, como Heleno Faísca e Lucaino Henrique. Pode até ser um balão de ensaio, mas por via das dúvidas...

Só pra esclarecer, a repetição da palavra "Santos" no texto não é falta de auto-edição, mas sim uma forma de mostrar o quanto desse atual Sport tem de ex-santistas. Além dos citados, estão lá o lateral-esquerdo Dutra, vulgo "aquele que fez um gol de placa antes do meio de campo e mais nada"; Fernando Fumagalli e Weldon, revelados na Vila Belmiro; e Diego, também ex-Inter e figura quase nula na Vila. Freud explica?

São Martinho, o padroeiro dos bêbados

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Em São Bernardo (SP) mora um português, dono de uma serraria, que fabrica vinhos de forma artesanal e cultiva celebrações européias relativas à manguaça. O sr. Manoel Almeida (com esse nome, não poderia ter outra nacionalidade) mora na Vila Euclides e escavou um barranco para criar um ambiente com a temperatura ideal de abrigo aos tonéis e lagares onde as uvas são literalmente pisadas.
A "pisa" da uva, aliás, é mais um dos rituais pagãos que reúne diversos cachaças no local, numa mistura de dança, cantoria e bebedeira que dura o dia inteiro. Todos tiram os sapatos, arregaçam as calças e entram nos lagares para pisar sobre as uvas que chegam em caminhões diretamente do Rio Grande do Sul. Outra data especial para Almeida é o Dia de São Martinho, o padroeiro dos bêbados (ilustração).
O santo nasceu na Sabária da Panónia (Hungria) em 316, foi oficial do exército romano e depois tornou-se cristão e eremíta, fundando um mosteiro em Ligugé, França. Em Portugal, a festa em sua homenagem é conhecida como "a celebração do vinho novo".
São Martinho é representado nessas ocasiões pela “figura de um beberrão”. Um ditado diz: "No Dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho". A comemoração acontece em 11 de novembro, mas o Manoel Almeida de São Bernardo prefere celebrar seis meses antes, em 11 de maio, para coincidir com a vindima (a colheita da uva) brasileira. O português do ABC vende os vinhos que produz por um preço médio de R$ 8. Para os interessados, posso procurar mais informações. Saúde! E viva São Martinho!

quarta-feira, abril 18, 2007

Golaço do Messi

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Só pra constar, vídeo (é do YouTube, mas eu vi no Último Segundo) do golaço que o argentino Lionel Messi marcou na vitória do Barcelona sobre o poderoso Getafe por 5 a 2, pelo Campeonato Espanhol. O tal do cara dribla cinco jogadores (dribla mesmo, engana), inclusive o goleiro, e passa por uns sete no total. Todo mundo lembrou do gol histórico do Maradona e a jogada é mesmo parecida. Não é todo dia.

Rivalidades

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No trecho de avião entre São Paulo e Recife, senta uma gaúcha ao meu lado. Estava voltando de sua cidade natal, Porto Alegre, após o enterro do pai, um gremista fanático que teve sete filhas.

Além de conviver com elas, morava também com a esposa e a mãe. Mas não se incomodova por viver rodeado de mulheres. O problema mesmo eram os genros. Das sete filhas, seis acabaram se apaixonando e casando com torcedores do Inter. A última continua solteira.

Claro que o velho tricolor era incomodado constantemente pelos homens que, além de terem tomado suas filhas, ainda faziam troça do seu time. Amargou tempos ruins com campanhas péssimas do Grêmio, a queda pra segundona e toda sorte de sarro dos genros.

Ultimamente, estava se vingando. Vibrou com a desclassificação do Inter no campeonato gaúcho e vinha se dleiciando com a tortura colorada na Copa Libertadores. Em uma ocasião, ligou para Recife somente para azucrinar um dos genros.

Mas o câncer já estava avançado e ele faleceu na quarta passada. Não viu o Grêmio perder por 3 a 1 do Cúcuta e cair pra terceira posição do seu grupo na Libertadores. Também não presenciou a derrota por 3 a 0 para o Caxias no último domingo.

No velório, na quinta, sua filha colocou a camisa do Grêmio sobre o caixão, após uma longa discussão com as irmãs, que não aceitaram a vontade do pai de ser enterrado vestindo o que considerava seu manto sagrado. Ao lado, era velado outro corpo, envolto em uma grande bandeira do Inter.

Inevitável, familiares que estavam no velório ao lado se aproximaram, viram a camisa do rival, e não perderam a chance:

- Até aqui estão enterrando o Grêmio.

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Se a rusga entre os dois grandes gaúchos é maior que quase tudo, em Campina Grande, segunda maior cidade da Paraíba, Treze e Campinense dividem o coração dos moradores locais. No entanto, quando um dos dois joga com um clube da capital João Pessoa, os torcedores se unem pra torcer contra. A rivalidade entre as cidades acaba superando a dos times.

terça-feira, abril 17, 2007

Futepoca entre os links indicados pela Seleta

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Ninguém segura o Futepoca. No máximo, empurra ladeira abaixo. A dica é do Glauco: a cachaça Seleta, em sua página lista sites relacionados ao tema cachaça. O único blog é o Futepoca.

O rótulo é produzido pelo mesmo fabricante da Boazinha, sempre em Salinas (MG). Juntas, são disparadas as maiores engarrafadoras de cachaça artesanal do país.

O clipping publicado aqui em 5 agosto de 2006 é, digamos, complementar.

Nassif denuncia escândalo no Plano Real

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O jornalista Luis Nassif está lançando Os Cabeças-de-planilha (Ediouro), livro sobre o qual ele já vem falando faz algum tempo em seu blog e que eu achava que seria apenas uma análise sobre o Plano Real e as idéias fixas de boa parte dos economistas brasileiros hoje. Como se fosse pouco, dirão os sensatos. O “apenas” só se justifica pelo que acabou saindo no livro de Nassif. Além da análise, o jornalista desvenda um esquema de favorecimento e tráfico de informações grotesco, que rendeu a André Lara Resende, banqueiro e sábio tucano, a bagatela de R$ 500 milhões. E ele não foi o único beneficiado.
A brincadeira ocorre logo no início do Plano, em 1994. A intenção do plano era manter uma paridade entre a nova moeda e o dólar. No entanto, desde o início o real valeu mais do que a moeda americana, diferença que aumentou com o tempo. Entre os resultados dessa sobrevalorização estão o alto déficit em conta corrente do período e a necessidade de manter juros altos, para atrair capitais especulativos, desacelerando a economia.
Enquanto o país parava, banqueiros e outros operadores ganhavam fortunas no mercado de câmbio, municiados por informações privilegiadas fornecidas pelos formuladores da política cambial. É como se a o bicheiro divulgasse o resultado com antecedência.
Abaixo, trechos do livro publicados no Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim. Que, aliás, afirmou sobre a história: “Esta é provavelmente a denúncia mais grave já feita sobre as maracutaias na política econômica brasileira.”
“...(André) continuou tendo participação ativa nas formulações econômicas, em um caso flagrante de ‘inside information’. Aliás, ele era mais do que um insider. Era o economista com dupla militância, ajudando a definir as regras do Real e, depois, operando no mercado em cima dessas margens”. (Pág. 187)
. “... algumas instituições começaram a atuar pesadamente no mercado de câmbio, apostando na apreciação do real... a mais agressiva foi a DTVM Matrix... com capital de R$ 14 milhões passou a ter uma carteira de R$ 500 milhões. Seu principal sócio era André Lara Resende“. (Pág. 197)
. “Para fortalecer a posição dos “vendidos” (como o Matrix de André), nos meses que antecederam a implantação da nova moeda, Winston Fristch reuniu-se reservadamente em São Paulo com instituições financeiras... fornecendo o mapa da mina da apreciação do Real... Um dos presidentes de instituição financeira presente me contou a surpresa deles ao ver um membro do Governo passando o mapa da mina cambial”. (Pág. 198)
Ora, e onde estava Fernando Henrique Cardoso, o pai do Real, nosso salvador, amém? Amorim relembra uma entrevista concedida por FHC a Nassif em fevereiro deste ano: “Por três vezes ele diz que não sabia do que acontecia – e não sabia o que acontecia sobre o Plano Real, que mudou a economia, a moeda e o país (para o bem e para o mal...). E por cinco vezes ele diz que não foi consultado. Não foi consultado sobre questões centrais da reforma do Plano Real. É espantoso !!!”
Para arrematar, mais um trechinho do livro pinçado pelo Conversa Afiada: “André Lara Resende via o plano como uma forma de enriquecimento e ascensão social. Depois de enriquecer com o Real, realizou sonhos adolescentes de comprar carros e cavalos de corrida – que transportou de avião para Londres, quando resolveu passar uma temporada por lá” (Pág. 211)
Agora, quero ver os companheiros jornalistas que tanto chiaram com a história (não comprovada) de favorecimento ao filho do Lula crucificarem banqueiros e tucanos em geral.

Câmara Municipal homenageia o Santos em SP

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Edu Maretti
Estava eu passando pela rua Maria Paula e viaduto Jacareí ontem, no início da noite, quando vi o ônibus do Santos Futebol Clube estacionando na frente da Câmara Municipal de São Paulo (foto).
O veículo não trazia jogadores do time, mas uma equipe de reportagem e membros da assessoria de imprensa do clube. A equipe chegava para a sessão solene em homenagem aos 95 anos do clube da Vila Belmiro. A iniciativa partiu do vereador Celso Jatene (PTB).O Santos foi fundado no dia 14 de abril de 1912
O presidente do SFC, Marcelo Teixeira, participou da sessão. Mas claro que não veio no ônibus.

Por falar em perseguição...

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Tudo bem que o jogador, ao comparecer outro dia a um programa de debate esportivo na TV, estava parecendo um clone de Edson Cordeiro. E as duas primeiras sílabas de seu nome também não ajudam muito. Mas a perseguição sobre Richarlyson pela sua suposta homossexualidade já está beirando a zombaria. Ontem, a chamada de capa do Lance! sobre o gol contra que selou o empate entre São Caetano e São Paulo foi: "Richarlyson, que time é teu?". Não bastasse o trocadalho, o mesmo jornal publica hoje a seguinte legenda: "Depois de gol contra, Richarlyson vai ao Peru". Maldade pura.

segunda-feira, abril 16, 2007

Confraternização ecumênica

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domingo, abril 15, 2007

Mais uma pérola da transmissão global

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Da dupla Falcão e Galvão Bueno a respeito da contratação de Paulo César Carpegiani como técnico do Corinthians, durante o intervalo da partida entre São Caetano e São Paulo:
"Sem omelete, não se faz ovos".
Seria a subversão da culinária tradicional?

Um campeão no ponto de ônibus

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Com todo destaque da mídia e a crecente espetacularização do esporte, nossos ídolos esportivos, principalmente os do futebol, nos parecem cada vez mais distantes. Não que sejam realmente seres de outro planeta, mas adoram se comportar como tal. Muitos acham que jogam mais do que jogam, outros acreditam que valem mais do que valem. Às vezes, quando começam a despontar nas categorias de base, já passam a olhar de forma diferente. Do alto. E a partir de então exorcizam o passado, não se recordam mais de onde vieram e adotam o pedestal como seu lar definitivo.

Assim, ver ídolos humildes é algo cada vez mais raro. Na saída do jogo do Santos com o Bragantino, no sábado, esperava o ônibus sozinho em um ponto da avenida Doutor Arnaldo. Nisso, chegam um negro alto, aparentando 40 e poucos anos, junto com uma moça de idade semelhante. Olho pra eles e reconheço o homem. Ele, vendo minha camisa santista, puxa papo. "Então só empatamos hoje, hein?".

Era Zequinha Barbosa, um dos maiores fundistas da história do atletismo brasileiro. Participou de quatro Olimpíadas (4º colocado em Barcelona, 1992), foi nº 1 do mundo nos 800 metros, campeão mundial indoor em 1987 e prata em 1991, além de ter sido o primeiro brasileiro a ganhar ouro no Grand Prix de Roma, um dos eventos mais importantes do atletismo mundial. E ali estava ele, pegando ônibus e puxando papo com um desconhecido que, em comum com ele, tinha o time do coração.

Logo, mais uma pessoa, uma jornalista da Federação Paulista de Futebol, se integraria ao papo. Durante quinze minutos, Zequinha falou de futebol, tirou um sarro de leve da palmeirense que o acompanhava e corou a jornalista tricolor quando disse que a atual geração de torcedores do São Paulo "era difícil de aguentar". Contou também do seu Santos, elogiou Luxemburgo e lembrou que havia feito uma aposta com o técnico Emerson Leão, em 2002, prometendo um jantar a ele caso o Alvinegro fosse campeão.

Comentou sobre seu curso de Educação Física na FMU, depois de passar vinte anos morando nos EUA. E assim seguia a conversa. Animada, tanto que, sabendo que os quatro fariam itinerário parecido, Zequinha sugeriu à moça que o acompanhava, quando chegou um ônibus que servia para os dois, que esperassem o próximo apenas para ir conosco e continuar o papo. Diante da delicada negativa, se despediu e subiu no ônibus, ainda falante.

A jornalista, um pouco incrédula, virou pra mim e exclamou "era o Zequinha Barbosa!". De fato, é difícil acreditar que você pode encontrar um ídolo de infância no ponto de ônibus.

sexta-feira, abril 13, 2007

Miopia ululante

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O Lance! publicou hoje sua "Seleção da 1ª Fase do Paulistão": Felipe (Bragantino); Andrezinho (Bragantino), Miranda (São Paulo), Alex Silva (São Paulo) e Júlio César (Bragantino); Josué (São Paulo), Maldonado (Santos), Zé Roberto (Santos) e Edmundo (Palmeiras); Leandro (São Paulo) e Éverton (Bragantino). Técnico: Vanderlei Luxemburgo (Santos). Isso significa dizer que o Santos - primeiro colocado com 6 pontos a mais que o 2º, melhor ataque, 3ª melhor defesa e que está voando baixo na competição - é inferior ao Bragantino. Afinal, o alvinegro praiano emplacou apenas dois atletas na tal "seleção" do jornal, e o time da terra da lingüiça, nada menos que quatro. Tem lógica?
Mas o pior nem é isso: na escolha do "Craque da 1ª Fase", o goleiro Felipe, do Bragantino, e o atacante Leandro, do São Paulo, terminaram empatados em 1º lugar, com média 6,6. Não quero aqui colocar em dúvida a boa campanha de ambos os atletas, mas só os julgadores do Lance!, mesmo, para ter deixado o santista Zé Roberto (foto) - disparado o melhor jogador em atividade no Brasil e grande revelação como meia-atacante no Paulistão - com média 6,5 e, portanto, sem o título de "Craque da 1ª Fase". Reproduzo aqui o vaticínio lógico do companheiro Glauco: ABSURDO!

Virou covardia

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Antes da derrota para o Botafogo foi lançado aqui o desafio entre o milésimo gol de Romário e o milésimo "post" do Futepoca.

Agora, com o baixinho desclassificado de qualquer atividade até o começo do brasileirão, virou covardia. Vamos em breve ao Vavá fazer o milésimo. Espero que nenhum futepoquense esteja ansioso ou refugue na hora, como vem fazendo o baixinho.

Aliás, a ironia, o milésimo quase sai de cabeça, faltaram uns cinco centímetros de altura. Mas o que mais vem me chamando a atenção é como Romário está amargurado e ansioso. Exatamente o contrário do que foi durante toda a carreira, em que parecia jogar final de Copa do Mundo como se fosse amistoso em Madureira.

De qualquer forma, para dar uma chance ao Baixinho, podemos depois de fazer nosso milésimo marcar uma pelada do time (?) do Vasco contra o Clube Atlético Fupetoca. E a gente nem escala o Talitão, porque aí seria covardia...

quinta-feira, abril 12, 2007

Por que o Azulão não reclamou?

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Tudo no Morumbi. As partidas das semifinais do Paulistão serão no estádio do São Paulo o que, pra entendedor meia-boca, já apontam que as finais lá serão. Feliz estará o São Caetano, que jogará duas partidas fora de casa. Por que essa poderosa esquadra não reclamou antes, hein? Certamente a FPF escutaria seus argumentos.

Chorô, parô!

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Muito curiosa a reação de alguns tucanos às pesquisas que mostram o governo Lula com aproximadamente 50% de aprovação. Nas palavras do deputado federal paulista José Aníbal, "estamos aniquilados".

Mas o melhor foi o discurso do também tucano de São Paulo Arnaldo Madeira (a imprensa só acha pessedebista paulista?). "A Câmara se transformou numa extensão do Executivo. Aqui se vota o que o governo quer", declarou, esquecendo do rolo compressor do governo FHC, que chamava qualquer tipo de opositor de "fracassomaníaco" (ô, democrata...).

E prosseguiu Madeira.
"As pesquisas refletem uma realidade que não podemos alterar neste momento. O PSDB terá de dialogar com setores da sociedade, manter sua coerência e aguardar que esta situação se modifique com o tempo". O petista recalcado que sofreu com a crise política de 2005/2006 e agora estiver a fim de tripudiar, essa é a hora.

Deixemos claras as coisas

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O time sub-19 do Palmeiras conquistou o Torneio de Bellinzona, na Suíça - mais informações aqui.

Mas é bom que tudo seja esclarecido: apesar de ser um torneio internacional, com adversários de porte como Barcelona, Tottenham e Borussia Monchengladbach, a diretoria do clube negou a possibilidade de pleitear junto à FIFA o reconhecimento da taça como um Campeonato Mundial.

Romário, com cãibras, nem bate pênalti

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O Vasco foi eliminado da Taça Rio, o segundo turno do campeonato Carioca. O jogo terminou o tempo regulamentar em 4 a 4. Apenas um gol, da equipe vascaína, saiu na segunda etapa. Com 3 minutos, estava 2 a 0 para o time de Eurico Miranda. Aos 33, 3 a 2. Aos 44, virada: 4 a 3 para o Botafogo. Romário continua, em sua contagem, na marca dos 999.

Sem o veterano, imprestável com as cãibras pós-jogo, a representação de São Januário desperdiçou as três primeiras cobranças na decisão por pênaltis. Desclassificação.

O mais divertido foi o terceiro do Vasco, de Jorge Luiz. Depois de bela jogada, o cruz-maltino tocou por cima do goleiro Júlio César. O baixinho se atirou para tentar tirar uma casquinha e garantir o milésimo. Quando chegou na bola, já estavam, ele e a redonda, depois da linha do guarda-metas.

O Vasco vai esperar até o Brasileiro ou vai marcar um amistoso contra o América para o Romário jogar o primeiro tempo de um lado e o segundo para satisfazer a promessa feita ao pai, seu Edevair?

Separados no nascimento

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Milhouse, Harry Potter e Caio Jr.

quarta-feira, abril 11, 2007

Na prática, o 1º semestre está no lixo. Na teoria...

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O relógio marcava 47 minutos do segundo tempo. O São Bento se preparava para cobrar uma falta a dois metros da entrada da área palmeirense quando sirenes dispararam na rua de baixo. O som aumenta, se aproxima. Pelo vão de prédios, vi passar duas viaturas do corpo de bombeiros disparadas pela rua vazia. Um palmeirense se atirou, pensei.

E, se fez isso, foi sem ver a defesa de Diego Cavalieri na falta cobrada quando nada importava na partida realizada em Sorocaba. O time da casa, com nome de santo que inspirou o papa e calções azul-de-pijama, já estava rebaixado. E o alviverde eliminado com a vitória do Bragantino, em casa, contra o Barueri por 2 a 1. É claro que não confirmei minha ilação estapafúrdia do inconformado suicida.

O pior é que Valdívia mais avançado rendeu bem. Osmar, isolado no ataque, fez dois e deixou o terceiro no travessão direito do goleiro Rafael. Martinez marcou, mas desceu ao ataque até que com personalidade, como fazia Magrão quando era palmeirense. Os três volantes posicionados contra o rebaixado São Bento, um constrangimento para a história de time grande, não representaram a tragédia esperada. É claro que a entrada do meia William deu outra cara à partida, tanto assim que foi dele o segundo tento e nele a penalidade do terceiro. Mas agora isso vale tanto quanto os cinco gols que faltaram que, empilhados em uma hipotética goleada histórica (mais dilatada do que a do Manchester contra a Roma), poderia dar a classificação por saldo de gols.

Tampouco tive oportunidade de conversar com o Conselheiro Acácio. A esta altura, imagino-o desolado com o torcedor que saltara da janela, mas teria discurso pronto. Que a classificação foi perdida no Parque Antártica contra o Guaratinguetá, sob a trapalhada de uma defesa que se abriu como jaca mole madura que despenca de um time que não soube vencer em casa. Pior, que só não viu uma goleada ser aplicada no primeiro tempo por inaptidão do time da cidade de Frei Galvão.

Vai dizer, porém, que o time fez sua parte. Que os trinta dias de intertemporada até a estréia contra o Flamengo, no Brasileirão, tem tudo para fazer a diferença. Que o elenco é jovem, que 19 atletas têm menos de 25, que vão ganhar confiança. Que a base é boa, o técnico cascudo, mas capaz de pôs a meninada pra jogar.

E na Copa do Brasil, lembrará ele e seus aceclas, a fatalidade foi a arbitragem ter mandado voltar a cobrança defendida por Diego Cavalieri. Que ter ficado onde até o Corinthians passou foi um acaso.

Enquanto isso, na prática, o primeiro semestre do Palmeiras está no lixo. Ao ouvir o saopaulino do andar de cima comemorar o primeiro gol em Bragança, o desgosto, sem brincadeira, me remeteu à derrota por 4 a 3 no Barradão para o vitória, de 17 de novembro de 2002. Foi exagero.

Amanhã, setores palmeirenses vão se dizer "satisfeitos" com a desclassificação. "Foi melhor", bufarão. Somaram a derrota para o Noroeste no Palestra para dizer que, "com esse time que não ganha nem em casa quando precisa, tinha mais é que perder."

Eu preferiria ver o time capenga de um técnico covarde entre os classificados, mesmo que fosse para perder do Santos na semi-final. O palmeirense que, no meio da (minha) agonia, se atirou e foi socorrido pelos bombeiros concordaria. Junto até do Conselheiro. É triste.

Nem Pelé, nem Romário: Josef Bican

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Para o site RSSSF (www.rsssf.com), o maior artilheiro da história do futebol é o austríaco Josef Bican (foto), falecido em 2001, com mais de 800 gols em jogos oficiais (eles não dão o número exato). Pelé teria balançado as redes 765 vezes e Romário, 756 - considerando-se apenas partidas oficiais de clubes e seleções. Na Áustria, corre a lenda que Bican chegou a fazer 5.000 gols. O RSSSF foi lançado em 1994, com informações sobre campeonatos de todo o mundo, abastecido por colaboradores. Somando-se apenas gols em campeonatos nacionais, Bican aparece mais uma vez no topo, com 643, seguido de Pelé (538) e Romário (533). Bican, que nasceu em 1913, começou a carreira no Rapid Vienna. Em 1937, foi para o Slavia de Praga, na República Tcheca, onde virou ídolo, marcando 328 gols em oito anos. Em 1969, quando Pelé estava prestes a fazer o milésimo, a imprensa européia o entrevistou sobre o seu número de gols e lhe perguntaram por que ele não divulgava uma lista com seus 5.000. A resposta foi bem humorada: "Você acha que alguém acreditaria se eu dissesse que fiz cinco vezes mais gols que Pelé?".

Ingleses classificam três semifinalistas na Liga

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Inzaghi marcou contra o Bayern
Com os resultados de terça e quarta-feira, três ingleses e um italiano farão as semifinais da Liga dos Campeões da Europa. O destaque foi a impressionante goleada do Manchester sobre a Roma, por 7 a 1, na terça-feira.


O Milan bateu o Bayern de Munique na Alemanha por 2 a 0 e, na próxima fase, pega o Manchester United. O Liverpool (que não teve trabalho para eliminar o PSV) joga contra o Chelsea. Os ingleses reeditam a semifinal da temporada 2004/2005, quando o Liverpool eliminou o rival e fez a final contra o Milan, o qual bateu na finalíssima na Turquia.
O time da terra dos Beatles acabou perdendo a final do Mundial Interclubes daquele ano para o São Paulo.

Liga dos Campeões
Jogos de volta


Terça, 10/04
Valencia 1 x 2 Chelsea
Manchester United 7 x 1 Roma

Quarta, 11/04
Bayern Munique 0 x 2 Milan
Liverpool 1 x 0 PSV

Grande ataque

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Muito boa a manchete do caderno de esportes da Folha de S. Paulo de hoje: “Palmeiras vai ao ataque com 3 volantes”. A matéria esclarece que “sem o suspenso Edmundo -principal nome ofensivo do time, seu artilheiro no Paulista (12 gols) ... -, Caio Júnior aposta num substituto que, em vez de ter o ataque como ofício, é um volante de contenção”.
Com Marcelo Costa, “o Palmeiras começa o jogo em que pode até precisar de uma goleada com mais defensores do que jogadores de frente. Martinez e Pierre são os outros dois volantes”, esclarece o jornal.
Pergunta deste escriba: agora vai?

Por que os clubes concordam e depois chiam?

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O Lance! adianta que, em reunião marcada para as 11h de amanhã, a Federação Paulista de Futebol deverá confirmar Morumbi e Pacaembu como únicos estádios a receberem partidas das semifinais e finais do Paulistão deste ano. Isso garantirá uma óbvia vantagem para o São Paulo, dono do Morumbi, e já está provocando uma grita geral por parte de Santos, São Caetano e mesmo dos que decidem hoje a última vaga - Bragantino, Palmeiras, Paulista e Ponte Preta.


Antes de mais nada, deixo claro que sou totalmente contra essa atitude da FPF. O Santos, como primeiro colocado na primeira fase, tem todos os motivos do mundo para decidir pelo menos um jogo das semifinais - e também um das finais - na Vila Belmiro (foto). E se o Bragantino decidiu o Brasileiro de 91 no acanhado Marcelo Stéfani, por que, agora, o São Caetano não pode usar o Anacleto Campanella? O mesmo vale para o Parque Antarctica, o Jaime Cintra etc.

Como é impraticável agradar todo mundo ao mesmo tempo, uma possível solução seria jogar todas as quatro partidas semifinais no Pacaembu e ver o que acontece: se o São Paulo não passar para a decisão, o Morumbi pode ser o palco das finalíssimas. Caso contrário, a Federação poderia resgatar a decisão do Paulistão no interior, com jogos em Ribeirão Preto e Presidente Prudente, por exemplo, como ocorreu em 1995.

Porém, o fato concreto é que todos os clubes, nesse momento, estão de mãos atadas em relação à FPF. Porque, ANTES de o campeonato começar, TODOS concordaram que a escolha dos estádios para os jogos semifinais e finais seria de responsabilidade dela. Acho errado. Mas por que raios permitiram isso? Por que ratificaram essa cláusula? E por que chiam agora?

Cabe uma ressalva: na mesma edição do Lance!, Vanderlei Luxemburgo diz que o regulamento do Paulistão 2007 é dúbio. "Como um regulamento pode dizer que o mando é da Federação se um pouco depois diz que a melhor campanha tem o privilégio de jogar como mandante até a final?", questiona. Sei lá, não li o tal regulamento. Mas, se essa brecha existe mesmo, por que deixaram para reclamar apenas agora, na boca da reta final?

Repito: sou contra a decisão da FPF, pois, se algum time tivesse que levar vantagem nos mandos de campo, teria que ser o Santos - e não o São Paulo. Mas nessa discussão, sinceramente, acho que NINGUÉM tem razão.

terça-feira, abril 10, 2007

Gols absurdos no YouTube

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Após longo tempo sem escrever neste estupendo blog (período marcado por manifestações de fãs, dentre os quais algusn membros deste fórum, saudosos de meus textos), trago um link do YouTube com gols que o autor chama de engraçados, e eu de bizarros. Momentos patéticos de sorte dos atacantes, por vezes auxiliada pela inépcia das defesas. Lá vai: http://www.youtube.com/watch?v=acfCQIgQ_aU

O eclético Vaccarezza

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Há alguns meses, a filósofa Marilena Chauí, em entrevista à revista Fórum, disse, em tom de contrariedade, que setores do PT defendiam a aproximação do partido com setores do PSDB (cito de memória). Segundo o site Congresso em Foco hoje, o deputado (Cândido) Vaccarezza (PT-SP) “defende não só a reprodução da coalizão do governo Lula nas eleições municipais de 2008 como também a ampliação da base governista, com o ingresso do PPS e até de parte do PSDB”.
“Setores do PSDB que são social-democratas poderiam estar em outro partido e compor com o PT”, teria afirmado ele, segundo o site. Perguntado sobre nomes tucanos, ele respondeu que tinha os nomes, “mas seria deselegante citá-los”.
Vaccarezza é o mesmo que foi objeto de um post indignado do Olavo, tempos atrás, comentando uma reunião entre dois sorridentes recém-eleitos: o próprio Vaccarezza e o velho Paulo Maluf.

O fim do elemento neutro no Paulistão

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Ensina-se na matemática que o "elemento neutro" é aquele que, quando faz parte de uma operação, não exerce nenhuma influência em seu resultado final. Os dois exemplos clássicos são o número zero, na adição, e o um, na multiplicação.

No futebol, elemento neutro seria aquele time que consegue parecer incólume na maioria dos campeonatos que disputa. Não briga por títulos, mas também não perambula na zona do rebaixamento; não despeja goleadas históricas mas também raramente é humilhado; não tem uma torcida fanática, mas também não é caracterizado por públicos vergonhosos.

Pois bem, poucos times viviam uma situação tão "elemento neutro" no futebol nacional quanto o Rio Branco de Americana no Campeonato Paulista.

O Tigre disputava a elite do Paulistão initerruptamente desde 1993 (oficialmente, está na primeira divisão desde 1989, mas aí é naqueles módulos estranhos dos quais a torcida do São Paulo sente saudade). E em todos esses anos - com a única exceção de 1993, quando ficou entre os semifinalistas - não fez nada de notável no campeonato. Nem pro bem, nem pro mal.

Talvez os feitos que deram maior visibilidade ao Rio Branco foram a revelação de dois atletas em especial, o volante Marcos Assunção, que brilhou no Santos, e o meio-campista Souza, aquele, ex-Corinthians e São Paulo e que no ano passado foi o comandante do América-RN na campanha da volta à primeira divisão do Brasil.

Mas tudo isso acabou no domingo. O Rio Branco foi derrotado pelo seu quase xará Rio Claro e, com uma rodada de antecipação, está matematicamente rebaixado à Série A-2 do Paulista.

É curioso. Se por um lado o time se acostumou com a elite - e pode encontrar nisso uma motivação maior para conseguir a promoção no ano que vem -, por outro não tem a "pegada" da Série A-2 que outros rivais mais habituados a subidas e descidas, como Ituano, Santo André, Botafogo de Ribeirão e Juventus possuem.

E a própria segunda divisão é bem diferente. O Rio Branco encontrará o segundo nível do paulista em um formato bem diferente do que disputava nas décadas anteriores - aliás, será a primeira vez que o clube disputará a Série A-2, com esse nome, que já existe há um bom tempo.

Quanto aos torcedores, nós também estranharemos a saída desse simpático clube da primeira divisão. Era uma garantia de "estabilidade" no campeonato.

Em artigo, Lembo fala de perdão, futebol, política e cachaça

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O novo colunista da Terra Magazine, ex-governador Cláudio Lembo, discorre sobre o perdão pedido pelos controladores de vôo amotinados no fim de março. O texto com data desta terça-feira, 10, fala que, "Com tanto perdão, cachaça é pouco". Aí vão uns trechos, já do meio, em que se discorre sobre a vulgarização do pedido de perdão:



(...) Desde a ida de um chefe de Estado ao leste europeu e, lá, em um campo de extermínio, ajoelhar-se e pedir perdão, o ato tornou-se corriqueiro, até banal.

(...) No pedido de perdão dos tempos contemporâneos, falta o ato de contrição e a consciência profunda de que se praticou efetivamente uma ofensa. Tudo é cenografia televisiva. Nada é interiorizado.

Ignora-se, nesta inflação de pedidos de perdão, que o ato de perdoar é unilateral. Cabe ao agredido agir de acordo com sua consciência e oferecer o seu esquecimento, se assim achar conveniente.

Não pode o juiz de futebol anular um gol e, depois, solicitar perdão. Agrediu milhares de torcedores. Humilhou jogadores. É exemplo chulo, mas aconteceu nestas terras tropicais na última semana. (...)

Personalidades religiosas não escapam a este surto de perdões. Ferem a Lei Eterna e, depois de uma penitência, um pedido de perdão. Solene, se possível, trivial se assim exigirem as circunstâncias.

O último perdão vai além dos limites plausíveis. Os controladores de vôo há meses tumultuam o transporte aéreo nacional. Quando querem, param todos os aeroportos. Não se preocupam com as conseqüências. Prejudicados e prejuízos não importam. (...)

Nestas terras tropicais, todos querem ser Raskolnikov, a personagem dostoievskiana que recobra o gosto da vida após arrependimento de seu crime. Não dá. Só com muita vodca. Cachaça é pouco.

Flávio Minuano, maior do que Romário

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Listas elaboradas por manguaças ou similares sempre geram polêmica. Ainda mais se tais listas tratarem de gols. Os 999 do companheiro Romário já foram debatidos na imprensa. Os do Pelé, idem. Mas ninguém falou de Flávio Minuano, ex-atacante do Corinthians, Internacional e Fluminense, que afirma ter feito nada menos do que 1.070 gols desde as categorias de base.

Tudo bem, calculo que nas minhas peladas de praia tenha marcado mais de 600 gols, apesar da incredulidade dos manguaças desse blogue (difícil reconhecer o outro), mas Minuano assegura ter tudo documentado - como Romário e Pelé. Foi no mês de julho de 1973, em entrevista à revista Placar, que Flávio, à época no Porto, revelou que seu empresário junto com dois jornalistas o ajudaram a elaborar uma listagem com 972 gols até então. O milésimo acontecera, segundo ele, em 1976.

"Foi quando eu jogava pelo Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, em uma partida contra o Caxias no Alfredo Jaconi. Acho que foi empate de 3 a 3. O pessoal lá comemorou, teve um oba-oba, mas foi uma coisa superficial. O Brasil não ficou sabendo. Recentemente, fizeram um levantamento e me falaram que eu fiz 1.070 gols no total", declarou ao Globo Esporte.

Mas a tal marca não surgiu apenas hoje, quando o debate sobre milésimos (isso não é automobilismo) se acirra. Matéria produzida pelo site Gazeta Esportiva, com toda falta de cuidado característica de nossa mídia, vaticina: "Consagrado artilheiro, ele é, segundo o Departamento de Estatísticas da Fifa, o oitavo maior goleador do mundo, com 1.070 gols durante toda sua carreira".

O Futepoca teve o cuidado de consultar a Fifa sobre tal marca, no que ela respondeu que não podia assegurar estatísticas individuais de jogadores, a não ser aquelas realizadas em torneios organizados pela entidade, a saber, Copa do Mundo, Mundiais de Clubes, subs da vida e semelhantes. Ou seja, toda vez que alguém disser que "tal lista é reconhecida pela Fifa", saiba que não é verdade. Nem os de Pelé, nem os de Friedenreich. Ponto. Se quiser, mande um e-mail pra eles elucidando a dúvida.

Pelé tem seus gols documentados. Romário também, mas conta até os marcados no infantil. Minuano diz ter, mas não mostra. Talvez realmente ultrapasse Romário, mas a diferença de relevância entre eles no ludopédio brasileiro é brutal. Quem quiser marcas, que valorize a que achar conveniente.

Cem dias de governo

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Dia 10 de abril de ano ímpar marca cem dias de governo no Brasil, seja na Presidência, nos governos de estado ou nas prefeituras. Em 2007, os jornais não apontam a data como manchete, e ela mal entra nas páginas internas.

Quando aparece, a linha é de que o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva chega sem marcas nem feitos louváveis, como no editorial de O Estado de S.Paulo, (para assinantes). Nem os blogueiros de plantão lembram do assunto.

Numa pesquisa via News.Google, aparecem notícias de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Sul mais ou menos com a mesma tônica, mas voltadas aos governos de Eduardo Campos (PSB), Cid Gomes (PSB) e Yeda Crucius (PSDB). Dúvidas, poucos projetos, eventuais balanços...

Cem dias são pouca coisa para avaliar uma gestão, segundo informa o Conselheiro Acácio. Ouvi no início do ano, analistas dizendo que esse período marca uma certa "lua-de-mel" ou um pacto velado (coisas bem diferentes entre si, que fique claro) entre governo, eleitorado e oposição. Outros dizem que o período dá a tônica do governo: se começar bem, é bom; se for mal na primeira centena de dias, melhor voltar para casa. Tudo bobagem. Mas é bom para reflexão.

No caso do governo federal, a reforma ministerial só foi concluída em meados de março. Quase depois da semana santa (para assinantes, na nota "Calendário"), como previa a jocosidade de deputados da oposição.

Não dá para dizer que o governo esperou até ali para começar, mas o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não teve suas medidas provisórias aprovadas, o Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) traz iniciativas importantes, mas poucas definições de fato. O Fórum para discutir Previdência acalmou os ânimos da neoliberalidade e (felizmente) ainda não sinalizou com mudanças efetivas, além de prometer que as eventuais mexidas seriam apenas para quem ainda não começou a contribuir.

Há ainda a crise nos aeroportos que se arrasta desde novembro de 2006, a de segurança desde sempre e as incertezas sobre os Jogos Panamericanos.

A oportunidade é boa para malhar o governo (ou elevar o "Índice Vamos Derrubar o Lula", do Paulo Henrique Amorim). É claro que a CPI do Apagão Aéreo é mais eficiente para isso. Mas soa curioso o esquecimento.

Na conjuntura atual, fico pensando se o período não poderia ser usado em referência ao governo de cem dias de Napoleão Bonaparte, em 1815, que terminou com a derrota em Waterloo, na Bélgica. A oposição iria adorar.

segunda-feira, abril 09, 2007

Contra o patrimônio

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Gol contra é sempre um negócio meio ridículo. Mas tem uns que são mais ridículos que outros. Nesse final de semana, o Portsmouth ganhou do Manchester United por 2 a 1, pelo Campeonato Inglês. O segundo gol dos Pompey (viva a Wikipedia) foi um dos gol contra mais hilários que eu já vi. O Rio Ferdinand deve estar realmente puto até agora. A bola estava na mão do goleiro e ele zuou tudo!
Não achei vídeo só com esse gol, então vai o link para os "melhores momentos" do jogo.
http://www.youtube.com/watch?v=ow9QRXFhjtg

Síndrome do quase

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Pela segunda vez na semana, o Palmeiras teve a faca e o queijo nas mãos para resolver sua situação. Por pouco, o time poderia ter se mantido vivo e bem nos dois campeonatos do primeiro semestre, mas foi eliminado da Copa do Brasil e continua em situação delicada no Paulista.

No domingo, contra o Guaratinguetá, em pleno Parque Antártica, o empate de 2 a 2 teve sabor de derrota. O time da cidade de Frei Galvão abriu dois de vantagem no primeiro tempo, com Dinei, em dois contra-ataques que me fizeram lembrar a zaga do ano passado que abria verdadeiras clareiras para os adversários. O Guará cedeu o empate, com Valdívia, de cabeça, e Edmundo de pênalti (desta vez no canto superior direito do goleiro).

O time do Vale do Paraíba teve dois expulsos, pênalti não marcado no primeiro tempo e se segurou diante da incapacidae palmeirense de superar a retranca. Com a derrota do Bragantino, o alviverde poderia ter voltado à quarta colocação isolada do Paulista e chegaria à última partida contra o São Bento dependendo apenas de suas forças.

Na quinta-feira, no mesmo estádio, a classificação da Copa do Brasil é que escapou, diante do Ipatinga, nos pênaltis. Na ocasião, o time teve todo tempo do mundo para chegar ao terceiro gol, mas, como admitiu o técnico Caio Jr. no programa do Milton Neves, não teve competência.

No sábado, o Corinthians venceu o América em um Pacaembu vazio, apenas 2.400 pagantes. No Palestra Itália, foram 5.000. O domingo frio e chuvoso não ajudou, mas para um time que briga para a classificação, é ainda mais triste do que o ocaso corintiano.

Fica Edmundo
Um dos que mais sentiram a oportunidade perdida foi Edmundo. Ao fim do jogo, nervoso com a incompetência do time (e da diretoria), se emocionou em entrevista. Chegou a dizer que pensava em parar de jogar futebol. O motivo foi a divulgação de que o clube liberaria o atleta para jogar nos Estados Unidos caso se confirmasse proposta. O melhor: Edmundo não quer ir. Gilberto Cipullo disse que tudo é um mal-entendido. Mas o camisa 7 deixa claro que está com a "paciência torrada", como diria minha avó.

Suspenso da última partida com o terceiro amarelo, o camisa 7 se disse cansado com o excesso de jogos. Levando em conta que, há dez ou quinze anos o volume de competições para times de ponta era pelo menos 50% mais intenso, os 36 anos estão claramente pesando para o craque. Na perspectiva de que as distâncias percorridas no Brasileirão serão muito superiores às realizadas até agora no ano, o Palmeiras não pode depender tanto assim do veterano bom de bola.

Isso fica grave para um time cuja falta de capacidade de resolver vem sendo recorrente. O "quase", típico de times pequenos ou que acumulam anos na fila, é insuportável.

domingo, abril 08, 2007

Momento de profunda sabedoria na Rede Vida

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Hoje pela manhã, no meio da transmissão de Botafogo-SP 3 x 3 União São João, em Ribeirão Preto, a Rede Vida colheu o seguinte depoimento do técnico botafoguense Nenê Belarmino: "A gente tem que ter tranqüilidade para conseguir ter calma".

sexta-feira, abril 06, 2007

Palmeiras ganha mas não leva

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Como suposto anteriormente, o Ipatinga levou a melhor no jogo de volta da Copa do Brasil. Derrotou o Palmeiras nos pênaltis.

Ao contrário do que suponha este embriagado, a definição foi emocionante que incluiu 2 a 0 no tempo regulamentar e empate na primeira série de cobranças na marca de cal. Na primeira partida, os mineiros haviam levado a melhor pelo mesmo placar.

Ainda diferente do que foi escrito, Edmundo entrou no segundo tempo. Não atuou bem e chutou para fora o último pênalti palmeirense da série de cinco. Se marcasse, a vitória dos donos da casa seria assegurada. O Ipatinga seria beneficiado por um erro do auxiliar Marcos Tadeu Nunes que mandou voltar a cobrança de Adeílson que, na primeira tentativa, foi defendida por Diego Cavalieri. Na segunda tentativa, o tento foi conferido.

Discordo da avaliação de que o erro da arbitragem tenha sido responsável pela desclassificação alvi-verde. Foram dois gols antes dos 30 minutos. Nos 60 restantes, faltou competência (e talvez sorte). Diria até que faltou perceber que aquilo não era suficiente. Alguns vão acusar o Caio Jr. É possível que tenha faltado um chacoalhão no intervalo, mas nem a entrada de Edmundo funcionou. Na hora dos pênaltis alternados, Valdívia foi preterido a Amaral, o zagueiro promessa. A responsabilidade foi alta, cobrança no travessão. Erro de Caio Jr.

Vale dizer que Edmundo e Valdívia, el mago, pela segunda partida seguida não resolveram. O time atual, muito superior ao da temporada passada, mostra que não é tão dependente dos dois para vencer. Mas não para resolver. É claro que não se pode esperar que eles salvem a representação de Parque Antártica sempre, e há um avanço no cenário. Mas o que conta é a desclassificação.


P.S.: O clube foi autuado até pelo Procon (Folha On Line). A diretoria também é melhor do que quando era o Mustafá. O que tampouco quer dizer muita coisa.

quinta-feira, abril 05, 2007

Santos vence sétimo jogo seguido

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Tabata foi decisivo
Mesmo não jogando um primor de futebol, o Santos venceu o Defensor em Montevidéu por 2 a 0 e chegou a sua sétima vitória seguida, incluindo jogos pelo Paulista e pela Libertadores. A última partida que não venceu foi o 1 a 1 contra o São Paulo, pelo estadual, dia 11 de março. É 100% no torneio continental, o que, se confirmado no jogo contra o Deportivo Pasto na última rodada, na Vila, dioa 19, lhe dará a vantagem de disputar todos os mata-matas, até uma eventual final, com a vantagem de fazer o segundo jogo como mandante (se não for isso me corrijam).
Contra o Defensor, Rodrigo Tabata, que entrou no segundo tempo, (quem diria?) foi decisivo, deu mais movimentação e toque de bola ao time, e ainda fez o segundo gol, depois de receber um passe de Zé Roberto. Conhecido como Samurai pela torcida do Santos, o jogador já tinha feito uma grande partida contra a Ponte Preta no domingo.

A série de sete jogos seguidos de vitória do Peixe é a seguinte:

14/03 - 3 x 0 no Gimnasia y Esgrima (na Vila)
18/03 - 2 x 1 no Ituano (em Itu)
22/03 - 2 x 1 no Gimnasia y Esgrima (na Argentina)
25/03 - 2 x 1 no Rio Claro (no Parque Antarctica)
28/03 - 2 x 1 no Corinthians (na Vila)
01/04 - 4 x 2 na Ponte Preta (em Campinas)
05/04 - 2 x 0 no Defensor (no Uruguai)

Disputa entre milésimos

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Como o Romário não faz, os futepoquenses farão o milésimo.

Explico, está lançado o desafio ao baixinho para ver se ele faz o milésimo gol ou os futepoquenses encaçaparão o milésimo "post" antes.

Segundo nosso matemático-estatístico e "brimo" Anselmo faltam 42 publicações para chegarmos lá. Como o baixinho está dando bobeira, é nóis na fita...

Mas, falando sério, parece que o milésimo gol está fazendo mal a Romário e ao Vasco, afinal não faz o gol nem sai de cima.

Que o diga o Gama. Zebra como a do maraca ontem pode até acontecer, mas quando estão todos lá para ver algo que é dado como favas contadas e não acontece, com o Vasco tendo mudado de estádio para comemorar e o Romário alugado até boate para festa... Tudo se torna mais dramático.

E a gente vê tudo de cadeira, com um sorriso à lá Fradinho nos dentes.

Bombeiro é preso usando peruca e biquíni

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Isso aconteceu em Ohio, na terra do Belzebush: um bombeiro voluntário foi preso na terça-feira por dirigir embriagado, por indecência pública e desordem. O manguaça (foto) estava dirigindo ao redor do Heritage Oak Park usando somente uma peruca loira feminina e um biquíni. Ao ser abordado por policiais, Steven S. Cole, de 46 anos, disse que estava a caminho de um bar em Dayton, para fazer uma apresentação como uma mulher em um concurso que oferecia US$ 10 mil de prêmio. Cole tinha 0.174 de álcool em seu sangue, mais do que o dobro do limite legal de Ohio, de 0.08. (com informações do site IG)

Ainda Richards e as cinzas do pai

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De acordo com as leis do jornalismo, sou obrigado a voltar à questão do Rolling Stone Keith Richards e as cinzas do pai, conforme publicado no blog ontem pelo Anselmo, e dar a versão do outro lado.
Segundo o Globo.com, “Horas após a divulgação da história de que Keith Richards havia cheirado as cinzas de seu pai misturadas com cocaína, a empresária do guitarrista (...) negou a veracidade da declaração”. A empresária Jane Rose disse ainda: "Não consigo acreditar que alguém tenha levado a sério. [Keith] disse [aquilo] como piada". Veja aqui a matéria.


As pessoas acharam chocante a informação. Antes do desmentido, recebi, por exemplo, um e-mail de uma amiga, minha cunhada Rose, que é professora, dizendo o seguinte: “custou ao meu cérebro produzir qualquer tipo de juízo verbal, tamanho o caráter bizarro do conteúdo lido”. Mas ela ressalvou: “como as palavras logo jorraram de minha mente tão afeita à necessidade de evocações vocabulares na interpretação das sensações, deixo-as fluírem sob o impacto das idéias concebidas (...) Heresia. Afronta. Desmistificação do sagrado. Invasão ao cerimonioso. Apropriação do intocável. Destruição do dogmático. Irreverência diante do pecado estabelecido. Extravagância”.

De qualquer maneira, fica a pergunta: qual era a verdade: a notícia ou o desmentido?

Cutucar não ofende...

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Não vi o jogo do São Paulo com o Necaxa, mas, pelos melhores momentos,o Tricolor sobrou em campo o que, aliás, era previsível e já tinha dito isso em mesa de bar (o time mexicano é bem meia-boca). Entretanto, que me perdoem os auto-declarados "perseguidos" sãopaulinos, o primeiro gol foi irregular, falta do Hugo na jogada...

Tranquilis

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Segundo o blog do Fernando Rodrigues, o presidente Lula respondeu, bem humoado, que não pretende trocar o ministro da Defesa, Waldir Pires. "Não tem troca de ministros. A reforma ministerial acabou. Se quedem 'tranquilis'."

Segundo a nota, Lula tentava falar espanhol, já que, mais adiante, mencionou a "Suprema Corte Brasileña", para responder sobre a CPI do Apagão Aéreo. Na opinião desse modesto escriba, trata-se de uma homenagem ao Mussum, conhecido por circular por programas infantis de samba-canção e uma garrafa de cachaça na mão (o mézis).

O velho Gama de novo

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O futebol é mágico, entre outras coisas, porque só ele, como esporte, é capaz de gerar tantas escritas que Nelson Rodrigues chamaria de inexplicáveis. Inexplicáveis coincidências.

Não é que o bravo Gama não apenas não tomou o milésimo gol de Romário como eliminou o Vasco da Gama da Copa do Brasil? Pois é. O mesmo Gama que, em 2002, na última rodada da fase de classificação do último brasileiro com finais de mata-matas deu ao Santos de Diego e Robinho a graça de ir às oitavas-de-final contra o São Paulo. Para quem não se lembra, ao perder do São Caetamo de 3 a 2, o Peixe precisava do trabalho do Gama já rebaixado, em Brasília, contra o Coritiba que, ganhando, ficaria em oitavo e eliminaria o time então comandado por Émerson Leão.
O final todos sabem. Este post é só pra registrar esse episódio que, voltando a citar o gênio Nelson Rodrigues, "já estava escrito nas estrelas". Abaixo, a ficha técnica:

Vasco 1 x 2 Gama
VASCO: Cássio; Wagner Diniz, Fábio Braz, Dudar e Rubens Júnior (Guilherme); Roberto Lopes, Amaral, Renato (Abedi) e Morais (Conca); Leandro Amaral e Romário - Técnico: Renato Gaúcho

GAMA: Juninho; Cleber Carioca, Augusto e Denis; Márcio Goiano, Ricardo Araújo, Valdeir (Lei), Rodrigo Ninja e Marcelo Uberaba; Neto Potiguar (Dendel) e André Borges (Índio) - Técnico: Gilson Kleina
Local: estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR) Assistentes: Roberto Bratz (PR) e Gilson Bento Coutinho (PR)
Cartões amarelos: Ricardo Araújo (G), Cleber Carioca (G), Rodrigo Ninja (G), Dendel (G)
Gols: Rodrigo Ninja, a 1min e Renato, aos 15min do primeiro tempo; Marcelo Uberaba, aos 48min do segundo tempo

quarta-feira, abril 04, 2007

O dia em que Pelé jogou no Galo

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Antes de mais nada, o título acima é mentiroso. Quem está na foto publicada pelo Estado de Minas de hoje, 4/4, é seu pai, Dondinho. A publicação vale pela semelhança entre os dois. Segundo a quase colaboradora futepoquense, Carmem, eles têm a mesma cara. Mais que isso, a semelhança é assombrosa.

De qualquer forma, para quem tiver interesse, a matéria está no www.superesportes.com.br e mostra como em 1940 o pai do craque estreou com a verdadeira camisa alvinegra num amistoso contra o São Cristóvão, fez passe para o único gol, machucou-se, foi substituído e não passou no teste, sendo dispensado e voltando para Bauru.

Daí o texto especula que se o teste tivesse dado certo um tal de Edson, que nasceu no mesmo ano do teste, poderia ter nascido em BH e, quem sabe, jogado no Galo. Mas como não existe "se" na história... Infelizmente