Compartilhe no Facebook
![]() |
O que passou, Neymar? |
![]() |
O que passou, Neymar? |
O Palmeiras venceu o São Caetano por 4 a 3 no Anacleto Campanela. Depois de sair perdendo por 2 a 0 com oito minutos do primeiro tempo, o Verdão virou o jogo e passou para a segunda etapa com 4 a 2. Depois, o time caiu de produção, mostrou limitações e cedeu às investidas ofensivas do técnico Vadão. Os difíceis 4 a 3 mantém a invencibilidade na competição e a liderança.
Foto: Divulgação/PalmeirasTirando a estreia, quando não tem o mando do jogo, o Palmeiras mantém uma marca complicada: toma pelo menos dois gols (Portuguesa, Mirassol, Ponte Preta ). Marcão estreiou bem, fez cobertura de Armero, lançou, mas ainda não solucionou a retaguarda, cuja idade média é elevada. Aos 33, ele tem Edmilson com 32 e Marcos com 35 como companhia.
Que primeiro tempo!
Foi um jogão, mas uma partida de personagens. O primeiro deles foi Cleiton Xavier que escorregou quando recebia um passe na fogueira de Pierre logo aos três minutos. Dali saiu o primeiro gol do azulão. Depois, o camisa 10 foi quem cobrou a falta e o escanteio de onde saíram o segundo e terceiros tentos do visitante.
Outro personagem foi Edmilson. Ele continua se desentendendo com Marcos na defesa. Fez o gol de empate, quase marcou o quinto no segundo tempo, mas poderia ter sido expulso em dois lances. O mais claro foi uma falta sobre Tuta, o da rima rica, quando o placar marcava 3 a 2. O outro, que aconteceu bem antes, foi na reclamação acintosa de falta inexistente marcada pelo árbitro. Curiosamente, da falta saiu o segundo gol do time da casa, quando o camisa 3 desapareceu e Marcos não saiu de baixo das traves. A defesa continua sem estar acertada, fica muito exposta e não tem entrosamento suficiente. E tem um buraco do lado direito. Isso talvez explique que, em todos os outros lances, o Goleiro tenha se precipitado em sair da meta. Mas ele não está bem.
A reação do Palmeiras teve em Diego Souza seu principal motor. O jogador correu, criou jogadas, distribuiu passes... Foi o melhor em campo do escrete verde-limão-siciliano no primeiro tempo. No segundo, foi displiscente, mas criou uma jogada linda na lateral direita, com dribles, rolinhos e rodopios. Seu gol de cabeça, o da virada, foi um prêmio. Pena que não joga contra o Guarani, suspenso pelo terceiro amarelo.
Keirrison fez dois, se isolou na artilharia do campeonato com nove gols. O autor do primeiro e do quarto gols desapareceu no segundo tempo, um sinal da pouca eficiência do meio de campo do time de Vanderlei Luxemburgo para tocar a bola e jogar com mais paciência. Não, Willians, Cleiton Xavier e Diego Souza só funcionam para pôr o time para criar chances de gol com rapidez. Isso é ótimo, tem méritos do treinador, mas foi a fragilidade no segundo tempo.
E a fragilidade foi agravada pelas mexidas de Vadão no São Caetano. Três atacantes e três meias, menos um zagueiro, e o time da casa diminuiu a diferença (com Vandinho impedido). Por falta de tranquilidade, não conseguiu o empate. Enquanto isso, Luxemburgo demorou para mexer no time, mesmo com o notório buraco nas costas de Fabinho Capixabana na lateral-direita. Ainda bem que ele não joga a próxima partida, suspenso com o terceiro cartão.
Vizinhança do júbilo ao silêncio
Fazia tempo que eu não reparava no comportamento dos secadores. Quando o placar marcou 2 a 0, a ala antipalmeirense da vizinhança foi ao delírio. Depois da virada, claro, as ofensas foram devolvidas pela torcida do clube da Turiassu. Mas quando saiu o terceiro gol do Azulão – e eu temi pelo sufoco do fim do jogo –, esperei uma nova onda de confiança dos secadores. Não foi o caso. Os profissionais da desidratação futebolística à distância se desmobilizaram, como era de se esperar. Curioso que, quando acabou o jogo, tampouco teve muita festa dos parmeristas das redondezas. Vai ver que também foram dormir mais cedo.
O título poderia ser "Keirrison breca arrancada da Portuguesa", já que a equipe não perde desde a segunda rodada e vinha de duas vitórias. Mas o foco inevitável é no líder do campeonato e seu tropeço. O empate no Canindé entre Portuguesa e Palmeiras representou o fim do 100% de aproveitamento do alviverde no Paulista, depois de perder na Libertadores a invencibilidade na temporada em jogos oficiais. O time continua sem perder na competição e com um ponto a mais do que o segundo, Corinthians, ainda com uma partida a menos.
Gols só saíram no segundo tempo, dois de Keirrison aos 8 (de pênalti) e aos 15. Com 2 a 0, os visitantes reduziram o ritmo e a Lusa acelerou. Edno, de pênalti, e Christian empataram a partida.
A produtividade mais baixa do Palmeiras, o nervosismo de Diego Souza e a falha da defesa no segundo gol da Portuguesa não podem ser atribuídos à derrota na partida contra a LDU.
No primeiro semestre do ano que vem, cinco times brasileiros tentarão o título da Libertadores. Outros tantos lutarão pela Copa do Brasil. Alguns correrão atrás de mais uma conquista estadual.
E alguns tentarão se garantir na primeira edição da Série D, a quarta divisão nacional.
Ou seja: ao contrário do que foi dito quando da definição da criação da Série D, a quarta divisão não é o limite. Não. Dá pra estar ainda pior: fora dela.
Para alcançar a façanha, basta o time não ter se qualificado para a disputa das três melhores divisões nacionais (e quem diria que algum dia a Série C poderia ser chamada de "melhor") e não estar entre os representantes que seu estado indicará para a Série D.
"Mas pra ficar fora até da quarta divisão o time tem que ser de várzea, e daquelas várzeas mais vagabundas, certo?". Errado. Entre os que pleitearão vaga na "Quartona" estão equipes com tradição no futebol nacional, como Paulista, Santa Cruz e Remo - ambos jogaram a Série C de 2008 e já foram despachados, nem sequer obtendo vaga entre os "melhores eliminados" que se garantiram na Terceirona do ano que vem.
Há outras tantas equipes tradicionais que também não figurarão nas três primeiras divisões brasileiras - América-RJ, Bangu, Botafogo-SP, Londrina, e outras - mas é que o caso dos citados Paulista, Santa e Remo é emblemático.
Vale lembrar que em 2006 o Santa estava na Série A e o Paulista na Libertadores, e ganhando do River Plate! E também há apenas dois anos o Remo voltava à Série B depois de uma campanha na Terceirona cuja maior marca foi deixada pela sua torcida, que registrou a maior média de público no Brasil em 2005, em todas as divisões nacionais.
Por outro lado, podemos celebrar a permanência na Série C (e até mesmo o acesso para a B, já que a Terceira Divisão está em andamento) de outros times tradicionais, como Guarani e Paysandu, outros que ainda nessa década estavam na elite nacional. Também ainda lutam pelas quatro vagas na Série B de 2009 Rio Branco-AC, Salgueiro-PE, Confiança-SE, Atlético-GO, Guaratinguetá, Duque de Caxias-RJ, Ituiutaba-MG, Marcílio Dias-SC, Luverdense-MT, Águia-PA, Campinense-PB, ASA-AL, Mixto-MT e Brasil-RS. América-MG, Sampaio Corrêa-MA, Icasa-CE (eterno campeão cearense de 1992) e Caxias-RS já estão eliminados da Série C de agora, mas garantiram sua vaga na Terceira de 2009.
Palmeiras e Ponte Preta entram em campo na tarde deste domingo. É a final do campeonato Paulista de futebol.
Como torcedor alviverde, tô tenso.
A derrota por 4 a 1 pela Copa do Brasil para o Sport ainda não foi digerida. Mas o problema é a decisão.
Tem a vantagem de ter vencido a primeira partida e poder perder por um gol. Mas tem 90 minutos, outro time. Tem Vanderlei Luxemburgo com frio na barriga, cobrando Valdívia.
O técnico, como mostrou a Folha de S.Paulo de sábado, 3, não foi bem em outras competições além do Paulista desde que voltou da Espanha, em 2005. Nacionais e continentais andam ficando longe do técnico, dizem as estatísticas levantadas pelo veículo. Mais uma conquista pode virar manchete de retranca em caderno de esportes falando em hegemonia (Luxemburgo comandou o Santos nos dois últimos anos, quando o clube da Baixada foi bicampeão). Também significa emprego com moral na esquina da rua Turiaçu com a avenida Antártica para disputar um título maior, no segundo semestre. Precisa resultado pra compensar o peso do salário que recebe ele próprio e os atletas que chamou.
Valdívia
O camisa 10 do Palmeiras, o chileno Valdívia, continua sendo bom de bola, com visão de jogo, rapidez (catimba e choro) para ser marcado e alvo de sarrafadas. Mas fez menos do que deveria nas últimas três partidas do Palmeiras no estadual (sim, fez gol contra o São Paulo) e nas duas da Copa do Brasil, apagado pela marcação. Craque decide, quem não é craque... se deixa marcar.
O meia diz que vai resolver.
E é curioso ver essa conversa cercando o elenco que chegou a ser tratado, exageradamente, como "supertime". Será que não vão entrar outros jogadores em campo com a camisa verde?
Peso
É a fila que me deixa mais tenso, é claro. A Libertadores de 1999 é o último título que considero do meu time. Mercosul e Série B não convêm na hora de se consolar no acúmulo de anos sem conquistas. O último estadual foi em 1996.
Ao ver vendedores ambulantes em cruzamentos da região do estádio e até na avenida Tiradentes com bandeiras e faixas de campeão, só aumentou a tensão.
A Ponte Preta também tem seus desafios. Não consta um título estadual na galeria de troféus do clube. Tem o revés da derrota na primeira partida, está sem o meia Elias, com costela fraturada, deve ser preservado por orientação do departamento médico. O zagueiro César, capitão do time, não melhorou de um entorce no joelho.
Tem o favoritismo do oponente para se motivar, assistindo até a filme de futebol americano (Desafiando Gigantes, citado em um monte de sites evangélicos e no do centroavante do Fluminense Dodô). É a maior vitrine da temporada para os jogadores, ou como manda o jargão do futebol: pode ser o jogo da vida.
Ah, e tem todos os secadores. Neste domingo, torcedores de praticamente todos os times do estado são Ponte Preta desde criancinha. Tirando o presidente Lula.
Poderia durar 20 minutos. Foi o tempo suficiente para o Palmeiras vencer o Galo do Japi por dois a zero. Alex Mineiro fez aos cinco e Valdívia aos 18. O time nem precisou do gol corretamente anulado do zagueiro Gustavo para igualar os 31 pontos do líder Guaratinguetá, mas fica uma atrás do adversário do Santos neste domingo, 23, pela 16a rodada.
Contra a Portuguesa, no Palestra Itália, pode assegurar a classificação. Se não der, tem ainda a contenda contra o São Caetano também em casa. Enquando ela não está matematicamente classificado, só se comemoram as vitórias.
O segundo tempo foi morno e Marcos ainda teve de trabalhar para assegurar o resultado (e o time não saiu atrás no placar). Mas as notícias são boas. Com a partida do Jayme Cintra, os últimos cinco jogos foram todos de vitórias verdes (limão-siciliano, se quiserem). São nove partidas sem derrota.
Uma boa recuperação.
_______________
Corrigido às 0h50 do dia 24/03