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segunda-feira, julho 29, 2013

12º jogo sem vitória, mas Paulo Autuori surpreende positivamente - dentro e fora de campo

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Miranda: limitado, mas joga sério (Foto: F.Borges/Terra)
Sim, foi um clássico sem gols e sem muitos atrativos contra o Corinthians, no Pacaembu, mas o São Paulo mira, enfim, uma luz no fim do túnel. Não falo sobre a situação no Campeonato Brasileiro, que é péssima: o empate selou a permanência na zona da degola e, com dois jogos a mais do que a maioria dos 19 concorrentes, a possibilidade de voltar da excursão à Europa e à Ásia na última colocação é bem plausível. Fora isso, já são 12 jogos sem vitória. Porém, mais do que o alívio por não ter sido derrotado mais uma vez, há dois aspectos muito positivos sobre o trabalho de Paulo Autuori neste jogo contra o Corinthians. Dentro e fora de campo.

Dentro das quatro linhas, o técnico conseguiu, enfim, esboçar uma estratégia de emergência: três volantes e dois zagueiros muito bem postados - afinal, o time não tem laterais decentes (o que, em todas as derrotas, representou verdadeiras "avenidas" para os gols dos adversários). A decisão de efetivar Paulo Miranda na zaga é claramente acertada. Sim, ele é limitado, mas muito esforçado. Joga de forma mediana, mas joga sério. E mostra vontade, o que é mais importante. Dessa forma, representa para o sistema defensivo, neste momento, o que Aloísio representa para o ataque: determinação, garra, vontade de mostrar serviço.

Fabrício, como volante, também foi elogiado. Está sem ritmo de jogo, é visível, mas parece ter obediência tática - mais do que Denílson ou Wellington. Não é o ideal, mas o São Paulo não vive um momento para trabalhar com o ideal, e sim com o possível. A estratégia, repito, é de emergência. Nesta proposta, assim como Paulo Miranda, o ex-cruzeirense pode, sim, fixar-se como titular. Porque, daqui até o final do campeonato, o que o time precisa fazer, diante de suas (imensas) limitações e lacunas, é mesmo se fechar na retranca e dar o bote no contra-ataque. É estratégia de zona de rebaixamento, é realidade de time que só está apanhando.

Autuori matou a 'cobra criada' Lúcio (Foto: reprodução)
Por isso, essa opção tática e técnica de Paulo Autuori já me parecia meio óbvia, mas me surpreendeu porque ele conseguiu, em meio ao caos generalizado e aos seguidos nocautes, implantá-la no jogo contra o Corinthians. E isso só foi possível pelo o que o treinador fez de mais surpreendente, fora de campo: mandou a diretoria se livrar de Lúcio e barrou Paulo Henrique Ganso. PERFEITO! Várias e várias vezes repeti aqui um comentário muito procedente do camarada Glauco, de que um dos maiores problemas do São Paulo era ter "cobras criadas" como Rogério Ceni, Luís Fabiano e Lúcio. Ninguém vai conseguir se livrar dos três. Mas um, pelo menos, tinha que sair.

Luís Fabiano pipocou visivelmente nesta temporada e só não saiu do clube porque, na verdade, não apareceu ninguém interessado. Agora, inventou uma contusão (novamente!) e está quietinho, na dele. Não é obstáculo para o treinador. Rogério Ceni, em sua última temporada, não irá para o banco. Mas também não tem falhado grotescamente nem arrumado confusão. Lúcio, sim. Era indisciplinado, afrontava os técnicos, e, mais do que Tolói (que é lento, pesado e sem tempo de bola), foi o maior responsável por vários gols sofridos. Bingo: Autuori só precisou da falha de Lúcio no gol que selou a derrota para o Internacional para convencer a diretoria a se livrar dele. Excelente! A luz foi acesa no fim do túnel.

E, pelo o que parece, Ganso também saiu do time titular. Mais do que justo. Outro dia eu conversava com o Glauco e concordamos que o que mais assusta em relação ao jovem talento revelado na Vila Belmiro é o aparente "medo" que ele vem demonstrando de jogar bola, desde que começou a se contundir. Ele só toca de lado ou para trás, de primeira, como quem quer se livrar logo do lance. E seu posicionamento atrapalha todo mundo, os volantes, o meia, os laterais, a zaga. Com ele, o São Paulo joga com dez. Sim, é triste, pois o cabra, sem dúvidas, FOI um grande talento. Hoje, no time titular, sua presença é dispensável.

O resumo da ópera, portanto, é que Autuori cansou de apanhar e decidiu reagir, à sua maneira. São decisões radicais: não é qualquer um que manda embora um zagueiro que venceu vários títulos com a seleção brasileira, incluindo uma Copa do Mundo, e encosta um jovem meia talentoso que encantou o país e custou R$ 24 milhões aos cofres sãopaulinos. Precisa coragem pra fazer isso. Autuori sabe que, neste momento, o São Paulo não está na posição de "grande clube" que, além de vencer, precisa convencer (jogando bonito). Não, longe disso. O São Paulo, hoje, é um time limitado que precisa sair da zona da degola. Na retranca, no jogo feio, na bola parada. Agora, finalmente, temos um foco, uma postura e uma estratégia. Sem "cobras criadas", sem os inúteis que só jogam com o nome. Autuori sabe o que faz.


EM TEMPO

1 - O banimento de Lúcio também tem relação direta com a saída de Adalberto Baptista do cargo de diretor de futebol. A péssima fase do time, as contratações equivocadas de atletas e técnicos e, por fim, como "cereja" do bolo, as críticas públicas que fez ao goleiro Rogério Ceni, expondo os jogadores em plena crise, tornaram sua posição insustentável. Baptista entregou o cargo na quinta-feira (25/07). Como foi ele quem bancou a contratação de Lúcio, como uma espécie de resposta por não ter se interessado em repatriar Lugano, a situação do ex-capitão da seleção brasileira também se complicou sem volta. Seu contrato, que iria até 2015, deve ser rescindido e o atleta será oferecido a um clube árabe.

2 - Para o lugar de Adalberto Baptista, o São Paulo, enfim, admitiu que pretende contratar um profissional remunerado para a direção de futebol. Os ex-jogadores Pintado, que fez um bom trabalho no Penapolense, e Ronaldão, que há anos trabalha na diretoria da Ponte Preta, são os mais cotados para assumir a função.

3 - Juan, o pior lateral-esquerdo da história do São Paulo, vive um inédito segundo "exílio" no clube. Pelo o que consta, a diretoria tentou mandá-lo para a Portuguesa (para onde foi Cañete), em troca do lateral-direito Luis Ricardo, que também interessa ao Palmeiras. Juan não quis. Agora, o Tricolor vai oferecer o também lateral-direito Caramelo, que, assim como Juan, não foi relacionado para a excursão ao exterior. Wellington e Paulo Miranda, que quase foram negociados, jogaram contra o Corinthians, estão na excursão e devem permanecer no clube.

quarta-feira, julho 24, 2013

Um post que torce em dobro pelo São Paulo

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Por Moriti Neto

Antes do jogo desta quarta-feira contra o Internacional de Porto Alegre, no Morumbi, com grande chance de novo insucesso no Campeonato Brasileiro, cravo neste Futepoca: o São Paulo não cai. Cambaleia no primeiro turno, frequenta a zona de descenso, mas se recupera no returno e termina o certame distante do rebaixamento.  
O elenco tricolor, às vezes supervalorizado, não é ruim. Aliás, é muito melhor que os de Bahia, Goiás e Vitória, e igual (ao menos nas individualidades técnicas) aos de Cruzeiro e Santos.  
Sim, todos esses times derrotaram o São Paulo recentemente. No entanto, perguntemos ao torcedor dos três primeiros se não trocariam as duplas de atacantes titulares por Osvaldo e Luis Fabiano (o Vitória, por exemplo, quinto colocado na competição, joga com Maxi Biancucchi e Dinei). Ou a santistas e cruzeirenses se não gostariam de ver Jadson – muito melhor que o cruzeirense Everton Ribeiro, por exemplo – nos elencos.  
Além do mais, imagine que você estivesse por fora do noticiário futebolístico há um ano e descobrisse, hoje, que o quarteto ofensivo do São Paulo é formado por Paulo Henrique Ganso, Jadson, Osvaldo e Luis Fabiano. Sem ver a tabela do campeonato, suporia o time na situação em que está?
Mesmo a fase tão ruim da defesa, parece ter mais a ver com fatores "extra bola" do que estar ligada à capacidade de atuação dos jogadores. Rafael Tolói e Rodolpho estavam bem na temporada passada. Wellington e Denílson idem. Cortez foi o melhor lateral-esquerdo, pelo Botafogo, do Brasileiro de 2011. Além disso, fez um ótimo 2012, inclusive na marcação (no segundo semestre) que nem é o forte dele. Está emprestado ao Benfica de Portugal.
O discurso de que todo o grupo é uma porcaria soa precipitado. O elenco é praticamente idêntico ao que ganhou a Sul-Americana e foi o melhor do segundo turno no Brasileiro anterior. Prefiro considerar que há desequilíbrios técnicos, casos da lateral-direita, da ausência de um bom goleiro para substituir Rogério Ceni e da falta de uma opção à altura que rivalize com Osvaldo– ou até jogue junto – pelos lados do campo. Além disso, cabe refletir sobre três personagens.
Ganso
O problema parece ser mais na cabeça do que nos pés. Ganso arruma confusão demais. Foi assim no Santos, ora com comissão técnica ora com direção. No São Paulo, confrontou Ney Franco que, aliás, tardou, sim, a aproveitar o meia de verdade. Sem falar nas controvérsias envolvendo quem o agencia.  
De qualquer forma, aguarda-se de Paulo Henrique uma reação. Algo que ele não mostra atualmente nem na expressão facial. O rapaz dá a impressão de estar frio, quase gélido, numa posição arrogante até, como se a qualquer momento pudesse, num passe de mágica, voltar a ser o fora de série dos bons tempos de Santos. Precisa trabalhar. Corpo e mente.  
Quem acompanha a história do futebol, sabe serem possíveis aos grandes jogadores grandes recuperações. No próprio São Paulo, Pedro Rocha, Dario Pereyra, Careca e Raí passaram por maus bocados. Ainda bem que alguém teve a paciência de mantê-los. O resto é história.  
Lúcio  
É um zagueiro que, ao longo da carreira, demonstrou muita determinação e liderança. A mim, sinceramente, jamais despertou admiração pela técnica. No momento, joga desembestado. Quer ser volante, armador e atacante, o que desestabiliza o time. Resumindo, perdeu o que tinha de positivo.  
Ney Franco  
Gosto do trabalho do ex-técnico. Entende do riscado. Contudo, neste ano, errou feio no Tricolor em oportunidades fulcrais. Isso tem muito a ver com os dois personagens anteriores.
Obcecado pelo esquema 4-2-3-1, bem sucedido em 2012, primeiro ficou à espera de um substituto para Lucas. Depois, sabedor de que o atleta com tais características não viria, insistiu na proposta de jogo, usando os fracos Douglas e Aloísio na linha de três.
Deveria ter colocado Ganso ao lado de Jadson antes. E, óbvio, definido rapidamente a mudança de sistema. Tinha toda a chatíssima primeira fase do Paulista para dar ritmo e entrosamento à dupla, e padrão à equipe.
Sobre a zaga, o treinador engoliu Lúcio como titular, ainda que o jogador, no início da temporada, estivesse evidentemente fora de forma, inclusive sem tempo de bola. Para isso, desmontou a dupla Tolói e Rodolpho, pilares da defesa que levou somente dois gols na Sul-Americana e foi a terceira menos vazada no Brasileiro, pouco atrás apenas de Fluminense e Grêmio.  
PS: nem vou comentar sobre Juvenal Juvêncio e os enormes erros políticos e administrativos dele, pois o Marcão já fez isso muito bem aqui
PS 2: espero que o Tricolor não caia mesmo. Senão, vão ser duas as gozações. O rebaixamento e este post.  

sexta-feira, março 15, 2013

Ney Franco comerá ovo de Páscoa no Morumbi?

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Retranca improvisada queimou o técnico
O São Paulo passou mais um vexame na Libertadores ontem, perdendo na Argentina por 2 a 1 para o mesmo Arsenal (pior time do grupo) com quem havia empatado sofrivelmente na semana passada, em pleno Pacaembu. Dessa vez, a derrota nem foi o maior prejuízo - até porque, mesmo que pareça praticamente impossível, o Tricolor ainda tem chance de passar às oitavas-de-final pelas próprias pernas. O pior, para o time, foi constatar como o técnico Ney Franco está perdido, isolado e sem moral. Ao escalar três zagueiros pela primeira vez nos oitos meses em que dirige a equipe, desfigurou totalmente qualquer esquema ou tática. Libertadores é torneio de tiro curto, com partidas decisivas, onde não há lugar para testes. Os três zagueiros, que nunca tinham jogado juntos, bateram cabeça e falharam mais do que o habitual de quando atuam em dupla. O meio-campo praticamente não existiu, só observou. Os laterais reviveram os piores pesadelos da torcida. O ataque não rendeu. O time não jogou nada. E, com justiça, perdeu.

Rifado pelos atletas - O fracasso ao improvisar uma retranca contra um time fraco - e de segundo (ou terceiro) nível - queima os créditos que Ney Franco ainda tem com a torcida, que, em sua maioria, aprova o trabalho mostrado principalmente no fim do ano passado. Só que muito mais grave do que isso foram os sinais de que o técnico está perdendo o respeito do elenco. Ainda no Brasil, pouco antes de entrar no avião, Paulo Henrique Ganso rifou a cautela excessiva do treinador, que fez vários treinos secretos, ao entregar para um jornalista que não seria titular na Argentina. E isso porque no domingo, no clássico contra o Palmeiras, ele já havia saído xingando em altos brados, na cara do técnico, ao ser substituído. Situação semelhante aconteceu com Lúcio, ontem: saiu correndo para o vestiário e não olhou pra trás quando foi sacado, no segundo tempo, e nem esperou a equipe no vestiário, preferindo se isolar ostensivamente no ônibus.

Rifado pelo presidente - Para complicar ainda mais esse clima de isolamento, Ney Franco, que parece visivelmente nervoso, acuado e pressionado, se enrolou ao dizer que seu trabalho é "nota 10" em uma entrevista após o jogo contra os palmeirenses. Ao comentar a declaração, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, canelou dizendo que dá nota 8... Até quis consertar, observando que aumentaria a nota do técnico para 9, se o time ganhasse do Arsenal em Avellaneda. Como perdeu, o conceito do técnico deve ter baixado pra 7 ou 6, num esforço de otimismo. E o horizonte de Ney Franco se mostra ainda mais sombrio. Como liderar o Paulistão não vale nada para a diretoria, a bóia de salvação será uma - improvável - classificação para a próxima fase da Libertadores. Um time que em dois jogos não conseguiu vencer o medíocre Arsenal dificilmente vencerá o The Strongest em La Paz e o azeitado e embalado Atlético-MG na capital paulista.

Com atletas afrontando o técnico publicamente e o presidente do clube afirmando que nem o Papa conseguiu garantia de ficar no cargo, há uma grande chance de o Coelho da Páscoa não encontrar Ney Franco no Morumbi para entregar sua encomenda...


Ps.1: Há que se considerar, em defesa de Ney Franco, que treinar o São Paulo, com Juvenal Juvêncio como presidente, não deve ser coisa das mais agradáveis. Aliás, para usar um termo do técnico Leão, deve ser bastante desagradável. Além desse episódio de nota 10 ou nota 8, o atual treinador já trocou farpas com o fiel escudeiro de Juvenal, João Paulo de Jesus Lopes, e dá mostras de que só escala (o inoperante) Ganso por pressão da diretoria, que pagou caro pelo jogador e o deseja na vitrine. Mais centelhas para esquentar o óleo sob a frigideira que embala Ney Franco.

Ps.2: Falando em Leão, ele se envolveu nessa semana em polêmica justamente contra o foclórico ex-patrão Juvenal Juvêncio. Primeiro, o cartola-mor do São Paulo afirmou que a segunda passagem de Leão pelo Morumbi foi "uma barbaridade" - no sentido pejorativo, mesmo. "A gente comete essas coisas assim. É um bom sujeito, mas não quero trazer mais ele, não", disse Juvenal à Fox Sports, em meio a gargalhadas. Aproveitando o Conclave que escolheu o Papa, Leão também resolveu brincar e disse que Juvenal deveria imitar Bento XVI e renunciar ao cargo.

Ps.3: Juro que esse post quilométrico acaba aqui! (se é que alguém teve paciência de ler alguma coisa...) Não posso falar em Emerson Leão sem citar um episódio nebuloso ainda não comentado pelo Futepoca, a revelação do presidente do Sport, Luciano Bivar, de que pagou para o volante Leomar ser convocado pela seleção brasileira em 2000. Lembro que, na época, a convocação pegou todo mundo de surpresa. Mas como Leão, técnico da seleção, tinha feito um belo trabalho no Sport pouco antes, e com Leomar como homem de confiança em campo, pareceu plausível. Agora, a batata assou. Leão disse que Bivar "devia ser preso". Mas não escapou de ser convocado pelo STJD, junto com Antônio Lopes, seu auxiliar técnico na época, para dar explicações. Outra pizza?

segunda-feira, janeiro 21, 2013

Um lugar para Jadson

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Guardadas as devidas considerações sobre a tradicional fragilidade do time do Mirassol, a estreia do São Paulo no Paulistão 2013, no Morumbi, teve como saldo positivo não apenas a vitória por 2 a 0, mas principalmente a boa atuação do meia Jadson, deslocado para o setor direito do ataque, onde antes desfilava Lucas, hoje no Paris Saint Germain. A fracassada negociação com o ponta Eduardo Vargas, do Napoli, que acabou sendo emprestado ao Grêmio de Porto Alegre, abriu espaço para Jadson, que iria para o banco de reservas com a efetivação de Paulo Henrique Ganso como homem de armação no meio-campo.

Durante a fase de preparação para a nova temporada, o técnico Ney Franco chegou a testar um losango com Ganso e Jadson no meio e apenas dois atacantes, Luís Fabiano e Osvaldo. No jogo-treino contra o Red Bull Brasil, dia 16 (vídeo abaixo), o time titular, com essa configuração, não conseguiu produzir nada no ataque e perdeu por 2 a 0 no primeiro tempo, com duas falhas de Rogério Ceni (os reservas sãopaulinos conseguiram empatar e evitar o vexame na segunda etapa). Diante disso, Ney decidiu improvisar Jadson na ponta-direita e manter o esquema 4-3-3 que deu padrão de jogo ao time no segundo semestre de 2012.




E, ontem, Jadson não decepcionou. No primeiro gol do São Paulo, após uma excelente triangulação entre Luís Fabiano, Osvaldo e Ganso, Jadson apareceu livre na pequena área para estufar a rede, caso o camisa 9 não tivesse aparecido, ao seu lado, para finalizar antes. No segundo tempo, o Mirassol aproveitou o desentrosamento de Lúcio na zaga e a má atuação de Carleto na lateral-esquerda para dar um sufoco no adversário, mas Rogério Ceni se redimiu das falhas contra o Red Bull com três grandes defesas. Após a saída de Luís Fabiano, Jadson centralizou seu posicionamento, recebeu bom passe de Denílson e marcou um golaço ao dominar e virar em velocidade. Assim, ele parece render mais do que como meia clássico.


No mais, vale ressaltar a entrada de Cañete como outra opção na faixa direita do ataque. No dia em que o futebol brasileiro registrava os 30 anos da morte do gênio Mané Garrincha, o argentino acertou uma bola na trave do Mirassol em lance relativamente parecido com o do ex-camisa 7 da seleção brasileira contra os russos, na Copa de 1958 (mas, lógico, sem os dribles característicos do Anjo Torto). O reforço Aloísio também atuou bem e ajudou a segurar a bola no ataque, aliviando a pressão que o time sofreu no início do segundo tempo. Enfim, a insistência de Ney Franco em determinado padrão de jogo, mesmo com substitutos de características diferentes no ataque, dá a impressão de que é mesmo o caminho certo. Ganso ainda está muito aquém. Mas Jadson parece ter encontrado o seu verdadeiro lugar.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Contratações erradas que deram certo

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Todo mundo - eu inlcusive - riu da cara do Inter quando o Colorado anunciou a contratação de Gustavo Nery. Mas o futebol é doido, a gente sabe. Vai que o cara joga bola por lá?

Estive pensando sobre isso hoje e lembrei de uma série de exemplos que personificam bem o título desse post: as contratações erradas que dão certo, aqueles negócios bizarros que um time faz, recebe ataques de tudo quanto é lado, e aí inexplicavelmente o sujeito atacado passa a mostrar um bom futebol.

Vamos a alguns exemplos. Em 2005, o São Paulo disputava a Libertadores quando seu principal atacante, Grafite, sofreu uma lesão séria. Para repor a perda, o Tricolor do Morumbi recorreu a Amoroso - que havia sido, indiscutivelmente, um baita jogador, mas passava por um momento de vacas magras e contusões sérias. Tudo isso foi esquecido quando ele foi um dos principais atletas do time campeão sul-americano e mundial daquele ano. E lembrado, com todas as forças, quando o mesmo Amoroso fez fiasco com as camisas de Corinthians e Grêmio...

Falando em Grêmio, o tricolor gaúcho é expert nisso. Roger, ex-Flu, Fla e Corinthians, vinha tendo um ótimo 2008 no Olímpico antes de ir para o "mundo árabe", contrariando tudo o que se dizia a seu respeito. E no ano passado, o lateral-esquerdo do time vice-campeão da Libertadores era ninguém menos que Lúcio, que saiu escurraçado do Parque Antarctica e teve uma passagem nada memorável pelo São Paulo.

Mudando de estado, o Vasco tem hoje em Leandro Amaral seu principal atacante. Este rapaz é um exemplo prático e ao quadrado da regra. Quando o Vasco o contratou, em 2006, ele estava mais em baixa do que a moral do atual elenco do Santos. Despontara como revelação na final da década de 1990, viveu seu momento "agora vai!" indo para a Europa, voltou para o Brasil e vestiu as camisas de Grêmio, Palmeiras, Corinthians e São Paulo sem nenhum brilho. Retornou à Portuguesa que o revelara e foi tão mal quanto o restante dos companheiros, naquela terrível fase pré-Benazzi da Lusa. Aí o Vasco o contrata. De repente ele reaprende o bom futebol que o levou à seleção e o tornou o maior artilheiro do estádio do Canindé! O bom momento faz com que ele seja contratado pelo Fluminense como um dos principais reforços para 2008; mas um imbróglio judicial o leva de volta ao Vasco. "Ele vai jogar desmotivado", "sem clima com a torcida", "não terá ambiente pra desenvolver seu futebol"... e tá aí, fazendo gols a torto e a direito.

E vocês, leitores, lembram de mais exemplos que poderiam ilustrar essa tese?