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Em 1992, o São Paulo, mesmo colocando um time reserva nas primeiras rodadas, foi campeão da Libertadores da América. Era a primeira conquista brasileira no torneio após nove anos de jejum. Analisando hoje, não é exagero dizer que aquela disputa de pênaltis que deu o título ao Tricolor mudou a história do futebol brasileiro, principalmente para os clubes.
O São Paulo campeão da Libertadores ganharia ainda o Mundial de clubes em dezembro, contra o Barcelona. No ano seguinte, repetiria a dose. E os demais clubes seguiriam seus passos: somente na década de 1990, o Brasil ganharia mais Libertadores do que em todos os trinta anos anteriores (seis contra cinco).Lembro tudo isso para afirmar que o São Paulo fez besteira ao dar tão pouco valor à Sul-Americana. Sim, futebol é imprevisível, mas é absurdo conceber que esse time que será campeão brasileiro com larga vantagem e quebrou a "invencibilidade" do Boca Juniors contra os times tupiniquins perderia dois jogos para o modesto Millionarios de Ciciliano (foto) se jogasse com toda a sua força. A eliminação do São Paulo lembrou muito às que os bons times do Brasil sofriam para elencos bem mais modestos nos tempos em que a Libertadores não era prioridade.
O São Paulo, pelo bom elenco - e principalmente pela boa folga no Brasileiro -, teria totais condições de entrar na Sul-Americana com tudo e ainda assim assegurar o caneco nacional. Mas resolveu manter a ojeriza despropositada que os times brasileiros têm pela Sul-Americana e deixou de ganhar um título que ainda não possui. E de embolsar uma boa quantia em dólares.
Claro que não acho que um eventual título do São Paulo faria da Sul-Americana a nova menina dos olhos dos clubes do Brasil. Mas, justamente pelo referencial de competição, motivaria mais nossos clubes a ter mais vontade de ganhar essa taça. E por isso que a eliminação Tricolor ontem teve também seu componente histórico.