Destaques

segunda-feira, maio 07, 2007

Meu nome é Senhor Enéas!

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Faleceu ontem, como todos já devem saber, Enéas Carneiro, fundador e guru do recém-falecido PRONA, engolido pelo PL. Tornou-se folclórico em sua três candidaturas presidenciais, quando popularizou o jeito rápido de falar e o bordão “Meu nome é Enéas!”, dito com raiva. Entre suas propostas, estava o desenvolvimento da bomba atômica e a defesa do nióbio, metal importante que estaria “sendo vendido a preço de banana” por nossos governantes entreguistas.

Eu e outros membros deste blog tivemos a oportunidade de entrevistá-lo durante um trabalho da faculdade, durante as eleições de 2002. Ali surgiram coisas interessantes. Perguntado sobre suas referências políticas, citou De Gaulle e não gostou da comparação com o extrema-direita Jean-Marie Le Pen. Disse que não se considerava de direita e, em tom de desabafo, declarou: “Todo mundo que quer pôr ordem nas coisas é chamado de fascista. Pronto, falei”.

Em determinado momento, na condição de entrevistador, dirigi-me ao então candidato:

Eu – Você acredita que... (interrupção)

Enéas – Olha, eu gostaria que o senhor me respeitasse como eu o respeito. O senhor tem idade para ser meu neto e eu o estou tratando por “senhor”. Gostaria de receber o mesmo tratamento.

Depois de uns segundos de silêncio constrangido e desculpas, continuamos. Esse era o doutor Enéas, como se referem a ele seus admiradores e correligionários. Queria ordem nas coisas.

Blog é condescendente com Santos e São Paulo

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Seguindo a escola estatística do companheiro Marcão e motivado por torcedores insatisfeitos com suposto favorecimento ou desfavorecimento do seu time de coração, o Observatório Manguaça fez um levantamento dos posts a respeito dos quatro grandes de SP nesse blog.

A idéia foi avaliar o conteúdo dos posts que tratam desses times em Laudatório, texto que só tem intenção de jogar confete, não baseado em qualquer critério mais racional; Positivo, texto que, baseado em algum critério mínimo, fala bem do time; Neutro, aquele que, em geral, só repercute uma notícia sem fazer juízo de valor; Negativo, o post que fala mal, mas com critério; e Negativo com sarcasmo, ironia ou escárnio, aquele que fala mal, mas com venalidade.

Alguns posts foram ignorados, como os que falam dos quatro ao mesmo tempo. Todos do genêro eram puramente noticiosos e, nesse caso, acabavam se "anulando". Já os que falavam de dois ou três times foram considerados. Assim, abaixo está o resultado:

Vê-se que, do total de posts, a maioria se refere ao Corinthians. Isso significaria que os blogueiros de cá são corintianos? O gráfico a seguir diz que não...

No total, são 86,7% dos posts falando mal do Corinthians. Para efeito de comparação, vejam o que se fala de Santos e São Paulo.



O Santos é o time com menos posts negativos, um total de 37,1% e o São Paulo vem em seguida, com 45,9%. Já o Palmeiras tem 60,7%. Quando se trata de textos laudatórios, o Tricolor lidera com 10,8%, enquanto o Santos tem 5,7%. A preferência clara dos membros do Futepoca é falar mal, dos times alheios ou do próprio. Mas tem um time que é claramente agraciado nesse quesito:




Outro detalhe contra o Corinthians é que, enquanto os outros torcedores falam mal do próprio time e são responsáveis por boa parte dos comentários negativos destes, no caso do Timão, a coisa inverte. Ele é basicamente esculachado por rivais.

É bom dizer, para esclarecer os leitores, que o blog tem três santistas (sim, em algum lugar fora da Baixada somos maioria), dois sãopaulinos, um palmeirense, um corintiano e um atleticano. Fora isso, estatísticas do gênero são feitas em geral de madrugada ou sob efeito de álcool, o que pode comprometer a lisura dos números. Mas é por aí mesmo. (Gráficos por Anselmo)

Erramos da Folha, sem comentário

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Erramos: Santos, Flamengo, Atlético-MG e Grêmio conquistam títulos estaduais Ao contrário do que afirma a reportagem Santos, Flamengo, Atlético-MG e Grêmio conquistam títulos estaduais (Esporte 06/05/2007 - 21h14), o nome do campeão paranaense de 2007 é Paranavaí, em não Paravaí.

O bi do Santos

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Como qualquer torcedor que se preze, que aposta no imponderável e teima em adivinhar o futuro, acordei em busca de sinais. Comecei a ler o jornal e vi o artigo de Juca Kfouri, que vaticionou: "Hoje é o dia do Santos". Dizia ele no texto: "eu não economizaria o dinheiro do ingresso porque a situação é tão desfavorável ao Santos que algo me diz que sua torcida viverá uma tarde de intensa felicidade."


Pra mim, tudo bem, já tinha o ingressso. Mas... o Kfouri costuma errar previsões. Fiquei ressabiado. Li outro jornal e vi uma enquete entre internautas. A maioria acreditava que o São Caetano seria campeão. Ali sim, me veio à mente outra lembrança. A última enquete de jornal de que me recordava nesse tipo de situação foi uma em que, antes de um clássico com o Corinthians, a maioria apontava Carlitos Tevez como o possível destaque, à frente de Robinho. O Santos venceu por três a zero e o Rei do Drible dançou a cúmbia.


Pra mim, era o sinal. Então, confiei. Quando cheguei ao Morumbi, fui ao banheiro e, ali dentro, a torcida, mesmo preocupada com outro tipo de necessidade, não parava de cantar: "Vamos ser bi, Santos!". O grito, como um mantra, ecooou o tempo todo, antes, durante e depois do jogo. Vi o estádio lotado, pensei que o Santos começava a vencer. Em um comentário em um blog parceiro, havia dito que o time, na prática, precisava dizer quem era o time grande. A torcida já mostrava. Quase 60 mil pessoas, o maior público do Morumbi no ano.


Na partida, o domínio era total. O São Caetano não chegava. O Santos criava. Gol de Adaílton. O que era esperança começava a se tornar certeza. No segundo tempo, tensão. O time dominava, mas com menos ímpeto do que na primeira etapa. Luxemburgo coloca Moraes, garoto de 20 anos, filho de Aloísio Guerreiro. Lembrei de Luxemburgo colocando em campo um desconhecido (assim permaneceu) Juari em uma final de Rio-São Paulo em 1997. E ele fez o gol. Moraes saiu do banco para entrar pra História.


A partir dali, o time grande mostrava porque era grande. E o pequeno caía na real e lembrava que não podia ser o que não era. Já era bi do Paulista. Desde 1994 isso não acontecia. E eu estava lá pra ver.


*****


Na segunda-feira, minha frase no MSN dizia "Santos 5X2 Fluminense". A sãopaulina não perdeu a chance de provocar.


- Faz tempo esse jogo, não?

- Faz. Mas é pra inspirar.

- Ah, mas ficou difícil agora...

- Difícil, mas não impossível.


Ela não estava sozinha. Durante toda semana escutei rivais e a portentosa imprensa paulistana darem como certo o título da equipe do ABC. Foi a primeira vez que um time conseguiu reverter uma vantagem de dois gols no mata-mata do campeonato paulista. Também a primeira que o Azulão perde em jogos eliminatórios do Paulistão. Um time que nasceu de bairro, se tornou mundialmente conhecido e vem de uma cidade com menos de meio milhão de habitantes está acostumado a fazer o impossível. E fez.


sábado, maio 05, 2007

Para inspirar

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Como não quero nem saber do que acontecerá na final do mineiro neste domingo, já que se ganhar é meio óbvio e se o Galo deixar de ganhar terei de arrumar uma ponte para pular, vai aí o vídeo do gol da final de 1971 entre Botafogo e Atlético, no Maracanã, que deu o primeiro título Brasileiro para o Galo.

Apenas inspiração para quinta-feira.


Ah, o devido crédito, o vídeo estava postado no blogue parceiro Na Coruja.

sexta-feira, maio 04, 2007

Flashes de uma manifestação

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Local: Favela Chácara Boa Vista, Zona Norte
Motivo: manifestação de moradores contra abuso policial

Cena 1: moradores reclamam com o Coronel da PM das agressões físicas e morais que sofrem quase diariamente.
Resposta do coronel: São denúncias muito vagas. Como vamos apurar se não sabemos o nome do policial?
Comentário: puxa... agora o policial agressor se identifica. "Boa noite, eu sou o PM Fulano, e vim aqui quabrar a sua cara".

Cena 2: duas mulheres contam que estavam num pagode de madrugada quando os policiais chegaram e agrediram os músicos sem mais nem menos.
Resposta do coronel (cara de desprezo): Mas ninguém agrediu o policial antes? Não tinha ninguém bêbado?

As cenas acima foram registradas pela imprensa, que estava em peso no local. Imagina o que os caras não falam e fazem quando não tem ninguém para registrar.

Renovação de elenco

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O Milan renovou o contrato com o lateral-direito Cafu até o meio do ano que vem. Ele terá 38 anos.

Ambev condenada por danos morais

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Deu no Invertia. A poderosa Ambev foi condenada a pagar R$ 100 mil por danos morais a um funcionário que exercia uma função que certamente muitos membros desse blog sonham. O cidadão era degustador de cerveja, mas, por conta da árdua tarefa, virou alcoólatra.

Em primeira instância, a Justiça havia considerado o pedido indenizatório improcedente. Mas o mesmo entrou com recurso alegando que a empresa não oferecia condições saudáveis de trabalho. Durante mais de uma década ele ingeriu de 16 a 25 copos de cerveja em um turno de oito horas, cinco ou seis dias por semana. Uma média digna de bar do Vavá. Ademais, o funcionário acusou a empresa de fornecer gratuitamente uma garrafa de cerveja a cada final de expediente.

A decisão é da 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região e ainda cabe recurso. Segundo a decisão, a empresa teve "conduta negligente uma vez que atribuiu ao empregado a função de degustador, apesar de sua condição de saúde, bem como não fiscalizou o consumo da bebida". Além disso, "Propiciar uma garrafa de cerveja aos empregados no final do expediente constitui incentivo à persistência do vício, bem como à adesão de outros empregados ao consumo diário de cerveja".

Pontapé inicial do Banco do Sul sai na Copa América

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Ministros da Economia de seis países sul-americanos divulgaram o plano de lançar o Banco do Sul em 22 ou 26 de junho. Argentina, Bolívia, Brasil, Equador, Uruguai e Venezuela irão compor o capital da instituição. A informação é da AFP.

Ao mesmo tempo, eles esperam dar o primeiro passo para adotar uma moeda sul-americana. As decisões foram divulgadas em encontro de ministros da Economia desses países reunidos em Quito, capital do Equador.

Uma das possibilidades é fazer a data coincidir com a Copa América, em Caracas. Se der errado, vai ser só na reunião do Mercosul, no Paraguai.

O Banco do Sul ora é retratado com o FMI dos pobres, quer dizer, do sul, ora como um Banco Mundial (ou até um BNDES) sul-americano.

Independentemente da definição, o Futepoca desde já sustenta duas propostas. Uma linha de financiamento para os times de futebol baratearem os ingressos em estádios de futebol e outra para viabilizar o Manguaça-Cidadão – programa de transferência de renda para fomentar os botecos do continente.

quinta-feira, maio 03, 2007

Bicho solto

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Piada fácil do Terra.

- Gallo coloca Pato na reserva.

Teria sido involuntário?

Curiosidade histórica

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Hoje faz 88 anos da primeira vitória do Corinthians sobre seu arquirival Palmeiras. Foi em 1919, dia 3 de maio, no campo do Floresta, vitória do Timão por 3 a 0. Nos cinco primeiros jogos entre as duas equipes, foram três vitória do então Palestra Itália e dois empates.

Percebam na escalação dos times a descrição do esquema tático (os ponto-e-vírgula, para esclarecer aos mais leigos). Jogava-se num 2-3-5, esquema que foi utilizado na seleção brasileira até a Copa de 1938. Em 1950, pela primeira vez, adotamos o WM.

Vai a ficha técnica:

Corinthians 3 x 0 Palestra Itália
Amistoso - Taça Pinoni
Data: 03/05/1919
Estádio: Floresta (SP)

Corinthians: Medaglia; Nando, e César Nunes; Gano, Bororó e Roverso; Américo, Alberto, Garcia, Rogério e Dante
Capitão: Nando

Palestra Itália: Fiosi; Egildo e Grimaldi; Bertolini, Pedretti e Valle II; Caetano, Imparato, Mazzuchi, Aldighieri e Martinelli

Gols: Américo e Garcia (1º tempo); Roverso (2º tempo)

Empate para quem?

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Como sou o único futepoquense que acompanha a Copa do Brasil, já que alguns nem disputaram e outros foram vergonhosamente eliminados, vai a estranheza de quatro empates nos quatro jogos disputados nas quartas-de-final.

0 a 0 entre Galo e Botafogo, 1 a 1 Fluminense e Atlético (PR) e 2 a 2 nos confrontos entre Náutico e Figueirense e Brasiliense contra Ipatinga. Em tese, vantagem para os times que jogaram fora e que podem se classificar em casa com uma vitória simples.

Mas o problema é que, com o regulamento da Copa do Brasil, nem todo empate é igual. O time que não tomou gol tem pequena vantagem porque qualquer gol feito na segunda rodada vai obrigar o time de casa a fazer dois.

É o caso do jogo a que assisti, Galo e Botafogo: parecia futebol europeu, não pelos craques em campo, longe disso, mas pela aplicação tática e a disposição dos dois times.

Praticamente, não houve chance de gols, embora o jogo fosse bastante movimentado.

Com o 0 a 0 o Botafogo precisa ganhar porque se o placar for repetido vai para os pênaltis e qualquer outro empate leva o Galo à semifinal. O que fará que o próximo jogo tenha caractarésticas diferentes. Provavelmente o Bota vai ter de se abrir e tentar o gol, se conseguir logo, vantagem. Se não (êta, esperança), pode ser alvo de contra-ataques.

Nos outros casos os times de casa pode segurar o 0 a 0. Embora, empolgados pelas torcidas, possam se entusiamar e sofrerem contra-ataques.

Quem empatou em 2 a 2 leva boa vantagem.

Mas é bom lembrar o vexame do Curinthia, que empatou com o Náutico pelo mesmo placar e tomou 2 a 0 em casa. Se bem que tem certas coisas que só acontecem no Parque do Dualibi.

Resumindo: na rodada, empate bom para quem?

Como diria o filósofo de boteco (também pode ser o homem da planta), há mais coisas entre o empate e a vitória do que pode supor o vão torcedor (ops!!!).

A cada dois assaltos a banco, pasta de Saulo de Castro só contou um

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Desde 2004, o estado de São Paulo teve 1.053 assaltos a banco, 566 a mais do que o registrado pela Secretaria de Segurança estadual. A diferença é 116% superior aos 487 divulgados. A informação está no jornal Folha de S.Paulo desta quinta-feira. A partir da diferença constatada, todas as estatísticas sobre crimes desde 2004 serão revistas.

O secretário de José Serra (PSDB), Ronaldo Marzagão não quis, segundo o jornal, falar se houve má-fé com o objetivo de manipular os dados para baixar as estatísticas, mas prometeu apuração (agora vai). Cláudio Lembo (DEM), ex-governador e (ex-?) ídolo de 30% dos autores do Futepoca, disse confiar no então titular do cargo, Saulo de Castro Abreu Filho. Reclamou da tentativa de reescrever a história e jurou que tudo tinha sido transparente. Geraldo Alckmin (PSDB), nos Estados Unidos de férias, quer dizer, a estudos sociológicos sobre afazeres domésticos e a sina da dupla jornada, não foi localizado.

O reconhecimento da diferença ocorreu depois que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) publicou o número de roubos a banco, superiores aos oficiais. Os banqueiros, esses subversivos comunistas, disseram ter recebido mais informes de assaltos do que apontavam os dados da Secretaria em abril. Com a revisão, promovida a partir de boletins de ocorrência na polícia, o número final revelou-se ainda maior do que o da entidade, já que os bancos não são obrigados a informar à Febraban, mas precisam registrar ocorrência na polícia para poder receber o seguro – setor para o qual não falta recursos.

A fatura deve sobrar para os policiais que registraram os assaltos fora do padrão. O título do post recai sobre o então secretário de Segurança, responsável politicamente pelas ações da entidade. O rigor jornalístico exigiria ainda outra ressalva: o número registrado de assaltos a banco era inferior à metade do novo índice.

Na capital
Curioso que a informação é divulgada no mesmo dia em que a Terra Magazine publica cálculo próprio – ou melhor, de José Roberto Toledo – realizado a partir do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade da Prefeitura de São Paulo (Pro-Aim). Segundo a revista eletrônica "por Bob Fernandes", no último ano os homicídios caíram 18%. No acumulado desde 2000, a redução foi de 63%. Naquele ano, o último da gestão Celso Pitta na capital, os trágicos números bateram recordes, foram de 57,3 por grupo de 100 mil habitantes. Em 2006, foram 21,3/100 mil. A redução foi mais acentuada para os jovens de periferia, segundo o texto: 4,4 mil deixaram de morrer assassinados.

Registre-se: a diferença para mais apontada por Marzagão e cia. diz respeito ao estado. A conta de Toledo que indica a redução vale para o município da capital.

quarta-feira, maio 02, 2007

De novo, o Rei

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Colega de Paulo Cesar Araújo, o escritor Paulo Coelho partiu para o ataque na coluna Tendências e Debates, na Folha de S.Paulo desta quarta-feira. Como faço parte do time dos que não leram e não gostam do best seller brasileiro, sou obrigado a atribuir a dica de leitura ao Glauco.

Coelho manifesta-se publicamente pedindo que a editora Planeta, que publica atualmente seus livros – a mesma que soltou Roberto Carlos em detalhes, recém-censurada em acordo na 20ª Vara Criminal da Barra Funda –, explicite qual é o "contexto desfavorável" que levou a empresa a acatar a exigência do biografado (o Rei, não o jogador, como obrigatoriamente observado antes no Futepoca).

O esclarecimento público solicitado por meio do jornalão paulista foi feito, segundo o autor, também diretamente à editora. E, a não ser por motivo de calúnia, Coelho diz considerar a decisão da Planeta perigosa para sua profissão.

Critica o Rei, de quem diz ser fã, por ignorar que sua vida pública não tem dono, na medida em que é alvo de críticas, fotos inconvenientes e jornalistas malas (redundância pleonástica?). Cita como exemplo de sua, digamos, tolerância, um trecho da análise Jerônimo Texeira da revista Veja, de seu livro A Bruxa de Portobello. O trecho destacado, atribuído a "um jornalista da mais importante revista brasileira", considera o escritor nocivo a ponto de ser imperdoável apesar do sucesso. Houve quem dizesse que a crítica tinha fundo político, pela proximidade do escritor com o ex-ministro-todo-poderoso e atual blogueiro José Dirceu. Pessoalmente, minha oposição a Veja não é tão forte.

Planeta
O recuo na biografia não-autorizada de Roberto Carlos ocorre praticamente um ano e dois meses depois de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da mesma Planeta, envolvendo Na toca dos leões, de Fernando Morais. O autor best seller de biografias e livros-reportagem conta, na obra, a trajetória da agência de publicidade W/Brasil, incluindo um episódio em que o candidato à Presidência em 1989 Antonio Caiado – então o mais jovem na disputa – teria externado uma de suas "propostas" para resolver o problema do Brasil. A reunião tinha como motivação o interesse do ruralista, até hoje no Congresso, de contar com os préstimos dos marqueteiros. Caiado acusava o autor e a editora de pôr em sua boca idéias de extermínio de nordestinos. O STF arquivou o pedido, por considerar que, apesar de não haver provas de que o candidato teria dito, a idéia de extermínio de nordestinos não estava colocada no trecho.

No processo relatado por Eros Grau, o trecho problemático estava na página 301:

– Só não dá para fazer para o Ronaldo Caiado, porque a vulcabrás não fabrica botinas. Era uma provocação ao candidato do PSD, também presidente da UDR - União Democrata Ruralista, organização que arregimentava fazendeiros de todo o Brasil contra defensores da reforma agrária.
Se a W/Brasil não se interessava por Caiado, no entanto, a recíproca não era verdadeira. Logo depois de Maluf, foi ele quem apareceu na agência em busca de ajuda. Chegou acompanhado de uma dúzia de agroboys, como eram chamados seus seguidores, e foi recebido por Gabriel
(Zellmeister) e Washington (Olivetto). Mas a conversa durou pouco, segundo Gabriel:
– O cara era muito louco. Contou que era médico e tinha a solução para o maior problema do país, "a superpopulação dos estratos sociais inferiores, os nordestinos".
Segundo seu plano, esse problema desapareceria com a adição à água potável de um remédio que esterelizava as mulheres. Fiuuu! O papo acabou aí.
Isso tem alguma coisa de "contexto desfavorável"?

Que golaço do Kléber!

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Por ter sido obrigado a correr para Santo Amaro no horário de rush, não pude assistir ao jogo entre Santos e Caracas no atípico horário já discutido no Futepoca. Vi os melhores momentos da primeira partida das oitavas-de-final da Libertadores no intervalo da transmissão do jogo entre Grêmio e São Paulo, que acontece neste momento em que escrevo.

Só parei para elogiar o golaço marcado pelo lateral-esquerdo do Santos, o segundo do time visitante. Os melhores momentos (este link abriu num programa externo ao navegador; não sei que bicho dá) estão no GloboEsporte. Aos 19 minutos, na cobrança de falta no lado esquerdo do ataque do time da Baixada, a defesa do Caracas tentou afastar no que seria chamado de "balão de beque fazenda" lá de onde eu venho. Apesar da quadratura da sobra, Kléber dominou no peito em dois tempos – nunca vi isso. Amansou a redonda, limpou o zagueiro e colocou, com direito a curva, no ângulo direito do arqueiro Toyo.

Sobre o jogo, no mesmo GloboEsporte há dois títulos, um na página inicial e outro na matéria. "Santos cede empate em Caracas" é a terceira chamada do site. Já a reportagem sobre o jogo trazia: "Peixe conquista empate suado em Caracas". Pequena a diferença, né? Pelos melhores momentos, o Santos sobrou em campo até sair na frente. Foi dando espaço até que Dionísio foi expulso aos 9 da segunda etapa. Na falta em que o lateral-direito levou o segundo amarelo, saiu o primeiro gol dos venezuelanos. O Peixe voltaria à dianteira no marcador, mas cedeu o empate. Não sem contar com belas defesas de Fábio Costa. Aliás, Dionísio entrou em campo aos 39 do primeiro tempo, no lugar de Dênis, contundido, assim como Antônio Carlos. Ambos os machucados devem desfalcar o Peixe na decisão do Paulista.

Quem assistiu pode dizer qual das manchetes do Globo Esporte tem razão.

Milan x Liverpool, de novo

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Ficou decidido hoje o confronto final da Copa dos Campeões da Europa. Milan e Liverpool se enfrentarão novamente, desta vez em Atenas, no dia 23 de maio. Os times se enfrentaram na final de 2005, com vitória dos Vermelhos nos pênaltis, em uma das maiores amareladas do futebol mundial.
Desta vez, o Liverpool passou pelo Chelsea nos pênaltis, em mais uma reedição do campeonato de 2005. Naquele ano, as equipes se encontraram nas semi-finais. O resultado foi o mesmo. No primeiro confronto deu Chelsea, no segundo deu Liverpool, ambos por 1 x 0. Nos pênaltis, 4 x 1 para o time da terra dos Beatles.
Já o Milan despachou o favoritíssimo Manchester United, do craque sensação Cristiano Ronaldo. No primeiro jogo - um jogão, não devidamente postado aqui por conta da movimentação para nosso milésimo post - deu 3 x 2 para os ingleses. Na volta, o Milan atropelou por 3 x 0, fora o baile. É verdade que não vi o jogo com atenção, mas no pouco tempo que assisti o Manchester não chegou perto da área do Milan.
E agora? O Milan vai querer se vingar pela vexaminosa derrota de 2005. Já o Liverpool se vale do retrospecto: chega à sétima decisão da Champions League, buscando o sexto título. Quem vence?

Branco e preto na final da Copa do Brasil

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Como o blogue anda se des(ops) viando em discussões homofóbicas, cá vai uma constatação boba sobre futebol, aquilo que junto com a política e a cachaça (e outros alcóois) faz parte de sua essência.

Pelos emparceiramentos da Copa do Brasil há 75% de chances de que um time alvinegro chegue à final. É simples a conta. Dos oito classificados, três são branco-pretenses: Galo, Bota e Figueirense. E todos estão do mesmo lado da chave. A única exceção entre os quatro é o Náutico, alvi-rubro. Por modéstia não vou dizer que a chance é de 100%, já que o futebol é uma "caixinha de surpresas (rarará). Mas poderia ser, matematicamente, se o Curinthia não tivesse dado vexame na estréia de Carpegiani.

Outra constatação que não serve para nada. Do outro lado entre os quatro não há nenhum alvinegro.

Desculpem falar de Copa do Brasil, assunto que não interessa aos outros futepoquenses, já que alguns não estão nem aí porque não participaram e outros querem esquecer porque seus times foram desclassificados vergonhosamente por Ipatinga e Náutico.

Mas que Caracas!

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O Santos enfrenta o Caracas da Venezuela numa situação estranha, nesta quarta-feira, às 17h15 de Brasília (16h15 no horário local). O estádio Olímpico de Caracas passa por uma série de reformas necessárias à realização da Copa América em junho, e as obras em andamento incluem as das cabines de imprensa e arquibancadas inacabadas.

O mais curioso: o estádio está sem eneregia elétrica. Por isso, a Conmebol marcou o jogo para um horário em que ainda há luz natural. É impressionante.

Quanto ao adversário em si, o Caracas está meio cabisbaixo, já que perdeu o Torneio Clausura para o Unión Atlético Maracaibo. “Ter perdido o Clausura depois de estar tão perto é um golpe muito forte”, disse o técnico Noel "Chita" Sanvicente, segundo o jornal El Universal, o maior da Venezuela. “Os jogadores vão ter que trabalhar muito o psicológico”, emendou.

O jornal faz sua avaliação do Santos que pega o Caracas hoje: “Um balanço de 18 gols a favor e apenas um contra não deixa dúvidas. É uma equipe brasileira com tudo que isso implica”, conclui o periódico.

Som na caixa, manguaça! (Volume 13)

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Bar da Noite

Alcione
Composição: Haroldo Barbosa/ Bidu Reis

Garçom, apague essa luz
Que eu quero ficar sozinha
Garçom, me deixe comigo
Que a mágoa que eu tenho é minha

Quantos estão pela mesa bebendo
Tristeza querendo ocultar
O que se afoga no copo
Renasce na alma, desponta no olhar

Garçom, se o telefone bater
E se for pra mim
Garçom, repita pra ele
Que eu sou mais feliz assim

Você sabe bem que é mentira
Mentira noturna de bar
Bar, tristonho sindicato
De sócios da mesma dor
Bar, que é refúgio barato
Dos fracassados do amor

(Do CD "Alcione ao vivo - Nos bares da vida", Universal Music, 2001)

terça-feira, maio 01, 2007

Trio de ferro lidera ranking de violência

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Deu no blog parceiro Onde a Coruja dorme . Ao comentar mais uma morte ocorrida em decorrência de briga de torcida, desta vez a de uma criança de 11 anos, Felipe Matheus Lima de Almeida, torcedor do Paysandu, atingido por um rojão na cabeça que deixou estilhaços de metal cravados no seu crânio, o blog publica um levantamento que retrata casos de morte por conta da violência no futebol.

Desde 1992, foram 35 mortes. Felipe, que foi vítima de um torcedor do Remo, é o mais jovem e foi o primeiro caso da região Norte. No Nordeste foram dois casos, no Sul, 3 e, no dito desenvolvido e rico Sudeste foram 29 mortes.

Em relação às torcidas envolvidas nesse quadro de violência, o trio de ferro paulistano tem a vergonhosa liderança. Do total, 12 casos envolvem a torcida do Corinthians, 11 a torcida do São Paulo e 8 os torcedores palmeirenses.

A morte do garoto paraense ocorreu em uma situação típica que representa a maioria dos casos de violência entre torcidas organizadas: o confronto fora do estádio. Nesse específico, o crime, cometido por um jovem de 19 anos, tem requintes de crueldade, já que o rojão continha pedaços de metal justamente para ser usado como arma. A estupidez parece não ter limites.

segunda-feira, abril 30, 2007

Santos x São Caetano

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Eu ia comentar o post do Glauco, mas ficou muito grande, então vai como novo post.

Para começar, está provado que os bicho-papões São Paulo e Santos estão muito longe de ser duas equipes tão fortes quanto se dizia. Os resultados contra Bragantino e São Caetano (e do São Paulo contra o Audax Italiano) estão aí para mostrar, embora, ressalve-se, não se possa esquecer que a final paulista ainda não acabou, apesar de alguns acharem que sim. O Azulão, sendo ou não campeão, merece todos os aplausos. Jogou com eficiência, marcou implacavelmente, e sem violência, e aproveitou as chances que teve.

Quanto ao jogo em si, começando pelo lance mais falado pela imprensa: o erro do Fábio Costa. Incontestável, diga-se. Mas o erro me parece muito relativizável, visto que:

- a bola sobrou livre, de presente, depois de uma pane generalizada (a segunda fatal) da defesa. Algo imperdoável numa final. No lance, Kléber bateu cabeça com Adailton no meio da área, onde deveriam estar dois zagueiros, e não o lateral. O goleiro saiu para cobrir um buraco aberto na esquerda, onde deveria estar o Kléber. Depois do rebote que o Kléber deu de bandeja, ele e Adailton ficaram assistindo à jogada, sequer esboçaram correr. Má vontade? O Fábio errou, mas errou porque estava lá, onde deveria estar pelo menos um zagueiro cobrindo, e não ele. Fábio tem saído de maneira precisa (três só contra o Bragantino). Desta vez, saiu e errou. Antes do pênalti, tinha feito uma grande defesa, salvando o segundo gol.

- Um time que tem o melhor ataque do campeonato, é o grande contra o pequeno, é propalado favorito e não fazer nenhum gol em 270 minutos é algo, isto sim, tosco. Mais do que nunca, ficou provado que a falta de atacante pode ser fatal ao Santos este ano. Não tem ninguém na área, a bola passa de cá, passa de lá, e nada. Se eu fosse o Vanderlei, poria Jonas e Moraes no segundo jogo. Mas acho que ele vai continuar insistindo com o anão Marcos Aurélio, outra figura inoperante, que só funcionaria se tivesse a companhia de um matador nato.

- Zé Roberto não vem jogando nada desde o primeiro jogo da semifinal. Cléber Santana não joga nada há tempos. Tabata, contra o São Caetano, voltou a ter o desempenho medíocre de sempre. Parece que a titularidade lhe faz mal. Adailton mostra que não deveria ser titular, já que o elenco tem dois zagueiros (Leonardo e Marcelo) tecnicamente superiores. O lateral direito do Santos, Dênis, mostra sempre que entra que é um jogador para jogar por outro time do litoral, a Santista. Se não der certo lá, quem sabe no Jabaquara. Se o Pedro é meia-boca, o Dênis é desastroso. Ontem, só antes do primeiro gol do Azulão, deu três contra-ataques de presente.

Em vista disso tudo, acho que não se pode atribuir a derrota de um time inteiro, cheio de problemas, a uma jogada. Até porque, quando saiu o pênalti, o Santos já tinha arrefecido o ímpeto inicial e estava aparentemente cansado da pressão infrutífera, o que foi prontamente observado pelo narrador Milton Leite, da Sportv.

Blatter diz ter alternativas para sede de Copa 2010

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A Agência EFE (republicada pelo Terra) informa que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, tem uma lista de cinco países que na fila de espera para receber a Copa do Mundo de 2010. A carta na manga é uma precaução para o caso a África do Sul não cumprir as obras e medidas exigidas pela Federação para abrigar a disputa máxima do futebol daqui três anos.

Embora não mostre a lista dos cinco países a ninguém, nem sob tortura, ele diz que há alternativas. Na medida em que a Alemanha recebeu a Copa no ano passado e Coréia e Japão o fizeram há cinco anos, sem muitas dúvidas, há outros lugares.

O anúncio também serve para o Brasil, candidato único para o Mundial de 2014. O Pelé andou dizendo que teme efeitos nefastos dos atrasos nas obras dos Jogos Pan-Americanos para a imagem do provável país-sede da Copa de 2014.

Como as exigências da Fifa não são poucas (141, segundo O Globo de 22 de abril), o Brasil que se cuide.

Perdeu de 4 e com gol pelas costas

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Confesso que é difícil resistir aos trocadilhos e fazer qualquer análise isenta, mas o jogo de ontem entre Atlético e outro time de Minas teve alguns aspectos inusitados.

Antes, confesso, ia publicar na sexta-feira, antes do jogo, aquilo que havia escrito no "post" crássico é crássico e vice-versa: que esse time azul lá de Minas é muito ruim, a despeito do que fala a imprensa paulista e carioca, que não acompanha os jogos. Preferi esperar passar o jogo. OK, amarelei.

Mas vamos ao jogo, que só vi em replay no Sportv à meia-noite de hoje.

O Galo além dos 4 gols teve pelo menos mais quatro chances claras na frente do goleiro, era para ter sido uma vitória por 6, 7 gols de diferença. O goleiro do Atlético fez apenas uma defesa e teve sorte com dois chutes que foram para fora, mas levaram perigo. De resto, nada fez o time da enseada das garças.

Sobre as expulsões: perderam dois jogadores (um deles no final do segundo tempo), mas se é um juiz mais rigoroso teria expulsado mais uns dois. Com certeza o Ricardinho, que deu uma voadora por trás e só levou amarelo.

A defesa do timinho de azul é uma das piores coisas que já vi. Jogou em linha o tempo todo. Sem cobertura, os atacantes rápidos do Galo, Danilinho e Éder Luiz, toda hora eram lançados nas costas dos zagueiros e ganhavam na corrida. Só sobravam as faltas e sorte no primeiro tempo para as Marias. Era para os primeiros 45 minutos terminarem como pelo menos 2 a 0.

Por último e não menos importante: nunca vi no futebol um goleiro tomar um gol de costas. Aconteceu com o Fábio, que há muito tempo vem dando alegrias ao Galo. Depois do gol de pênalti aos 45 do segundo tempo, o time dele deu a saída, perdeu a bola, o centroavante Vanderlei dominou, livrou-se de um defensor, aproximou-se da área e chutou enquanto Fábio ficou esse tempo todo de costas. Desculpa, estava indo buscar dentro do gol a outra bola.

Afimou, sem conhecer a regra, que o jogo não poderia se reiniciado com uma bola dentro do gol, equecendo-se que depois da linha a bola está fora de campo. Fica o pastelão. Quem quiser que veja os gols .

Síndrome de Henry Sobel

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O Brasil é um país bastante peculiar. Existem épocas em que, por qualquer coisa, alguém é crucificado; em outras, como agora, arruma-se justificativa pra tudo. Invoca-se o passado, a história, a família, os bons modos e blablabla. Claro que isso também varia de acordo com a pessoa atingida.

Quando Henry Sobel foi apanhado com gravatas furtadas, a mídia noticiou, de forma discreta. Não apareceu em nenhum programa não-humorístico sendo achincalhado, como acontece com pessoas comuns. Mesmo assim, organizações e personalidades se insurgiram para defender quem sequer havia sido atacado de fato. Invocou-se então seu passado em "defesa dos direitos humanos", sua conduta sempre ética etc, etc, etc.

Nem acho, sinceramente, esse furto grande coisa. É mais um fait diver do que algo a ser destacado sem chacota. Mais grave é quando um dito defensor dos direitos humanos defende a pena de morte como ele fez. Na ocasião, também muito pouco cobrado por seus pares. No entanto, ele ser cobrado por uma declaração ou um furto é o mínimo que se espera, já que, se fosse uma pessoa "não-pública", receberia o tratamento que todos recebem, sem se perguntar se fez boas ações, ajudou velhinhas a atravessar a rua, fez xixi na cama quando criança ou não xingou a mãe por causa da mistura.

Pois é, toda essa introdução pra falar... do Fábio Costa. Elogiei-o aqui e reitero todo o escrito. Mas é inegável que ontem ele foi decisivo, de uma forma como o torcedor santista não gostaria. O Santos vinha pressionando o São Caetano e a partida entrava na fase em que, mesmo um time que não costuma tremer como o Azulão, pode ceder a qualquer momento. Mas em um lance tosco, já que era uma bola que estava indo pro lado, o arqueiro tenta chutar a danada e acerta o atleta do são Caetano.

Estava morta ali qualquer chance de reação do time. Quando um jogo é parelho, e se consegue dominar o adversário, após tomar um gol bobo, desmonta-se tudo. Ali, o dito time menor se agigantou ainda mais e o grande desanimou sabendo que buscar um gol pra diminuir a diferença, por mais pragmático que seja, também é pensar pequeno. Deixou pro próximo domingo.

Repirto que não se trata de crucificar ninguém, mas não se pode omitir a culpa do atleta em dado momento. Por que essa pretensão de fazer alguns "intocáveis" e não dizer que a pessoa errou quando ela errou e pesar o que isso significa no contexto? Errou feio em uma hora decisiva, como tantos outros jogadores erraram e nem por isso tiveram seu histórico apagado. Rogério Ceni errou grotescamente em uma final de Libertadores contra o Internacional, Marcelinho Carioca foi o único entre dez atletas a errar um pênalti e interromper o sonho da conquista da América e Edmundo vacilou contra o modesto Ipatinga e repetiu o feito da final do Mundial contra o Corinthians, quando jogava pelo Vasco. Mas todos eles foram fundamentais para outras conquistas na história dos seus times, inclusive Fábio Costa, uma das peças principais na final do Brasileiro de 2002.

Se errou, o que fazer? Lembro de outra falha dele que só de lembrar como deu a volta por cima, arrepia. Oitavas de final da Libertadores de 2003, jogo contra o típico time "encardido", o Nacional do Uruguai na Vila Belmiro. Uma falta cobrada quase de forma despretensiosa no lado direito do ataque uruguaio no fim da primeira etapa, a bola vem rasteira e engana Fábio Costa. Uma falha que poderia ser crucial e o goleiro sabia disso.

O lateral-esquerdo Léo, no ataque do time, quando vê o arqueiro ajoelhado e cabisbaixo na área, dá um pique até ele, oferece a mão, o levanta e a torcida enlouquecida passa a gritar seu nome. Empate e disputa de pênaltis. Ao fim da partida, o santista é ovacionado pelo estádio inteiro e, ultra-motivado, mesmo nunca tendo sido um emérito pegador de penalidades, defende três e classifica o time para as quartas.

Aí está a lição que ele, o time e a torcida podem relembrar. Em mais 90 minutos, uma situação assim, bem trabalhada pelo técnico, pode virar uma motivação a mais para a equipe. Tomara.

domingo, abril 29, 2007

Pelo menos da transmissão dá pra rir...

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Primeiro tempo, o Santos perdia por um a zero do São Caetano. Cléber Machado questiona o ex-0 ex-jogador Falcão:
- Você não acha que o Santos podia aproveitar melhor que o Rodrigo Souto está sem marcação?
O ex-atleta do Inter, de bate pronto:
- É verdade, Cléber. O Rodrigo está solto no meio de campo.
Ainda bem que o Congresso não aprovou a legislação anti-trocadalhos...

sábado, abril 28, 2007

O Rei perdeu - o resto - da majestade

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foto: estadao.com

(Não é futebol nem cachaça. Pode ser um pouco de política)
Este post é um protesto pela atitude retrógrada de Roberto Carlos (o rei, não o lateral), ao usar de todos os meios para impedir a venda dos exemplares da sua biografia (não-autorizada) escrita pelo jornalista Paulo César Araújo, fã confesso do cantor.
O livro, Roberto Carlos em Detalhes, descreve episódios da vida privada do cantor que eram desconhecidos do grande público. Não se sabe qual parte do relato - até onde se sabe apurado com fontes seguras e uma baita louvação ao cara - desagradou RC, mas o fato é que na sexta uma audiência de conciliação entre autor, editora e o cantor terminou em um acordo para o recolhimento dos 11 mil exemplares ainda em estoque, retirada dos exemplares das lojas e tentativa de recuperar todos os livros vendidos.
Paulo César ainda tentou contornar a situação. Sugeriu que as partes que desagradassem RC fossem retiradas de futuras edições. Abriu mão dos direitos pelo livro. Não adiantou.
O advogado de RC comemorou o acordo como "uma vitória da intimidade do Roberto". Já o defensor da editora Planeta, Ronaldo Tovani, afirmou que o autor aceitou o acordo pelo carinho que tem pelo Rei.
Essa versão não bate com a foto do escritor com os olhos vermelhos publicada na Folha de São Paulo. Me parece que ele não aceitou nada, e sim que a editora abriu as pernas por medo do grande processo que lhe poderia cair às costas.
O acordo põe fim ao processo de crime contra a honra na 20ª Vara Cível de São Paulo e à ação cível movida no Rio, que pedia indenização por perdas e danos. Não sei qual a base jurídica para as reclamações de RC, se é que ela existe. Mas olhando assim, de longe, parece que a liberdade de expressão ficou arranhada, não?

Em tempo: enquanto escrevia este post entrei no site do Submarino e consegui encomendar o livro. Será que vai chegar? Daqui alguns anos, quanto eu vou conseguir pelo exemplar?

PCC usou computador da Secretaria de Administração Penitenciária para fazer sua contabilidade

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Deu no Terra:

Investigações do Ministério Público de São Paulo concluíram que líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) teriam usado computadores e papéis oficiais da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do Estado para controlar a contabilidade dos lucros com o tráfico de drogas dentro e fora das prisões. (...)

A contabilidade teria sido registrada em papéis oficiais com computador da SAP instalados na Penitenciária Nestor Canoas, em Mirandópolis. (...)

A SAP distribuiu ontem nota afirmando desconhecer a acusação e que tão logo seja comunicada oficialmente determinará abertura de sindicância para apurar a suposta responsabilidade de seus funcionários.

Será que a contabilidade garantiu a emissão das notas fiscais e o pagamento dos imposto s, assim, direitinho?

Opção pelo papelão?

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Fotos: Ricardo Stuckert/Presidência
O instrutor musical e Presidente da República,
Lula, dá dicas a dona Marisa na guitarra doada
pelo grupo mexicano RBD para o Fome Zero. A
Agência Brasil foi camarada ao não publicar
a foto em que o mandatário empunhava a guitarra.


Foto oficial da peleja com o mesmo grupo mexicano
no Palácio da alvorada. Lula marcou um de
pênalti, mas seu time perdeu por 7 a 6. Na verdade, o
post começou com essa foto. Não pude deixar de
publicar a outra, apesar de não ser nem futebol, nem
política. Opa, Denúncias!.



P.S.: Incluo marcadores nesse post, pra facilitar futuras incursões estatísticas dos companheiros. Mas como não queremos dificultar a vida, três marcadores bastam, na minha opinião: Futebol, Política e Cachaça.

Em resposta ao argentino

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Sem dúvida, esse blog é plural. Além de ter oito autores representando cinco times diferentes, também conta com parceiros, dos quais muito se orgulha, de diferentes cantos do Brasil e, por que não, do planeta. São cariocas, paulistas, mineiros, gaúchos, pernambucanos, portugueses, espanhóis, açorianos, uruguaios e... argentinos. Sim, até porque é impossível falar de futebol sem falar de argentinos, como não dá pra não falar desse esporte sem mencionar italianos, ingleses, franceses, uruguaios etc, etc, etc, goste-se ou não do seu estilo de jogo.

Por conta disso, foi postado aqui o gol de Messi contra o Getafe. Bonito gol, digno de ser postado e, como todos aqui são amantes do belo futebol, digno de ser assistido. Mas não é o gol mais bonito de todos os tempos. E está longe, como diz o comentário do companheiro Esteban, de Cordoba, de significar que os argentinos são maiores que os brasileiros.

Quantos argumentos dizer contra isso? Dá quase uma bíblia, o antigo e o novo testamento. Mas o que achei curioso mesmo é ele dizer que nenhum brasileiro fez gol parecido com o de Messi. Cita Pelé, Robinho, Ronaldo, Ronaldinho e desdenha Kaká, Rivaldo e Romário. Quis se ater a Pelé e disse que o "gol de placa" do Maracanã (acho que é a esse a que ele se refere, já que foram tantos que Pelé fez driblando meio time) não foi filmado. Certamente uma invenção coletiva de brasileiros para serem superiores aos argentinos, em uma época na qual os hermanos não tinham sequer uma Copa do Mundo em seu cartel.

Mas tudo bem, descontemos isso. Fiquemos com brasileiros que talvez Esteban não conheça. A fatalidade fez com que ele não conhecesse Dener, morto prematuramente em um acidente, e que fez um golaço onde sai do meio-de-campo, com direito a drible da vaca. E que tal Don Giovanni quando jogava pelo Santos contra o Guarani? Veja, Esteban, um gol de craque.

Mas não vamos ser tão patrioteiros. Há gols feitos com seqüências de dribles em toda a história do futebol, e teve gente que fez gols contra times um pouquinho mais fortes que o portentoso Getafe. Quem quiser, pode conferir no YouTube. Mas se Esteban quiser se deleitar só com Pelé, o maior de todos, também pode conferir no link. Ali, vai poder assistir à decisão de Libertadores entre Peñarol e Santos, disputada em... Buenos Aires, vulgo um "campo neutro". Os portenhos lotaram o estádio pra ver o espetáculo de um time brasileiro, embora tivessem secado seus maiores rivais.

Vendo Pelé, o companheiro argentino pode se perguntar, entre ele e Maradona:

- quem tem mais Copas do Mundo?
- quem venceu mais Mundiais Interclubes?
- quem ganhou mais Libertadores?
- quem ganhou mais títulos nacionais?
- quem fez mais gols?
- quantos gols de cabeça cada um marcou?
- quantos gols cada um fez com a perna que "não era a boa"?
- quem precisou sair do seu país natal pra ser reconhecido internacionalmente?

A respeito da última pergunta, é importante falar que outro grande jogador argentino, Di Stefano, não só teve que sair do seu país pra ser reconhecido (jogou no Real Madrid, que chegou a fugir de um jogo contra o Santos para manter sua aura na década de 1960) e até se naturalizou espanhol. Após refletir calmamente, Esteban pode fazer como El Pibe e vestir a verde-amarela. Não ofende ninguém, ao contrário, é uma honra pra quem gosta de futebol. E eu tenho certeza de que você gosta, amigo.

Descontando o imponderável, Santos é favorito

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O favoritismo do Santos na final do Paulistão, na minha opinião, é considerável. Como escrevi no Visão Oeste, principalmente devido à liderança de quatro de seus jogadores: Fábio Costa, Antônio Carlos, Maldonado e Zé Roberto.

O meia Cléber Santana, vice-artilheiro do Paulistão, com 11 gols, está devendo. Mas é um jogador importante atualmente nos 11 do Santos. Mal ou bem, é insubstituível. Nem Tabata, nem Pedrinho, taticamente, substituem Santana, por mais que ele esteja devendo. Se for pra substituir, é melhor tirar Rodrigo Souto e recuar Santana.

O favoritismo do Santos se deve também ao seu preparo físico. O Antonio Mello custa caro, assim como Luxemburgo, mas é a velha questão do custo/benefício.

De qualquer maneira, o futebol é também regido pelo imponderável (uma coisa que o Paulo Vinícius Coelho equivocadamente não considera). O São Caetano ser campeão paulista não está fora dos prognósticos.

sexta-feira, abril 27, 2007

Reforço de responsa

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A política brasileira é pródiga em dar guarida a astros populares em decadência. Depois de Frank Aguiar e Clodovil, para citar os últimos, eis que ganhamos Gretchen como possível futura representante popular. Hoje, segundo informações do Terra e do Tutty Vasques, a rebolativa cantora, intérprete de sucessos inesquecíveis como Freak le Boom Boom e Conga Conga Conga, filiou-se ao PPS. Sua intenção seria disputar a prefeitura da cidade de Itamaracá, a 40 km de Recife.

Cantor frustrado

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Além de um início de, digamos assim, senilidade, o senador Eduardo Suplicy mostra mais uma vez que é um cantor frustrado.
Desta vez, Racionais MC's foram citados - ou cantados - pelo senador em uma situação no mínimo estranha. Suplicy soltou a voz na tensa reunião da Comissão de Constituição de Justiça do Senado, para tentar convencer os doutos pares de que a redução da maioridade penal não é o caminho para o país.
Aqui, link para o G1.
Quando ouvi no rádio o áudio do momento, tirei o fone do ouvido. Fiquei constrangida por ele.
Sempre que pode, Suplicy solta a voz durante um discurso ou entrevista. Dizem as más línguas que esse hábito começou depois que ele se livrou da repressão da ex-mulher, Marta Suplicy, mas deixo o assunto para os sites de fofoca.
O senador começou seu repertório com Blowing in the Wind. Aqui, vídeo da formatura da FGV-SP, em setembro de 2006. A música foi entoada também em outras oportunidades. (Não consegui me cadastrar no Youtube para mostrar o vídeo aqui na página).
Mas e agora? Qual será a próxima canção entoada pelo senador?
Aqui o link para o espetáculo do senador cantando Racionais.

Falta mais política e, pior, cachaça!

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Com a iminência de nosso festejado milésimo post, publicado há alguns dias, tive a idéia de bêbado de analisar tudo o que motivou postagens neste blog, durante quase 11 meses de existência. Óbvio que eu já tinha constatado (e todos os visitantes também) que o assunto predominante aqui é futebol - e é até complicado pensar que não seja. Mas eu queria saber o quanto escrevemos mais sobre o ludopédio em relação à política e à cachaça. E foi muito. Pela minha estatística etílico-científica, os 1.000 posts foram divididos da seguinte forma:

628 - Futebol (62,8%)
147 - Política (14,7%)
98 - Cachaça (9,8%)
49 - Futebol e cachaça (4,9%)
39 - Futebol e política (3,9%)
23 - Nenhuma das alternativas (2,3%)
10 - Política e cachaça (1%)
4 - Futebol, política e cachaça (0,4%)
2 - Auto-referência (0,2%)
De prima, já adianto que quase nunca estou completamente sóbrio e, por este singelo motivo, os números absolutos podem variar caso alguém se proponha a refazer a contagem e seleção. Mas, mesmo com possíveis imprecisões, não deve ficar muito diferente do que está aí. O que importa saber não é a predominância do futebol, mas o quanto política e cachaça representam neste blog.
E, nos primeiros mil posts, representaram muito pouco - 14,7% e 9,8%, respectivamente. Se somarmos ao futebol os itens "futebol e cachaça" e "futebol e política", o nobre esporte bretão chega a impressionante marca de 716 posts, ou 71,6% do total. É muito. Do jeito que vai, o blog poderia ser rebatizado de "Futebol e, eventualmente, Política e Cachaça".
Nessa auto-crítica, poderia-se considerar que o blog surgiu em pleno clima de Copa do Mundo, quando futebol era praticamente o único assunto no fórum. Cachaça mantinha um segundo lugar distante e acabou sendo superada pela política com os longos meses de batalha nas Eleições 2006. O item "nenhuma das alternativas" abrangeu Fórmula 1, Tênis e bizarrices de internet. Como "auto-referência", o primeiro e o milésimo.
Buenas, de qualquer forma, parabéns a todos - blogueiros e visitantes. O milésimo post foi um show de bola. Resta, agora, discutirmos um pouco mais de política. Porque cachaça, como alertou o Glauco no cabeçalho do blog e me recordou o companheiro Nicolau, "é sempre melhor bebê-la".

Retificação

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O e-mail da Fifa é padrão. Antes de o Paulo Vinícius Coelho ter publicado em seu blog, o parceiro Observatório Verde tinha publicado a mesma resposta, a eles também oferecida.

Na visão dos jornalistas palmeirenses que mantém o Observatório pra criticar a mídia sãopaulina, quer dizer, a mídia esportiva na cobertura do alvi-verde, a mensagem da Fifa mostra que só falta um aval do Comitê Executivo e não que a questão será reavaliada.

No mesmo blog, eles citam o ofício em que a diretoria do Palmeiras se baseou pra dizer que a Fifa reconhecia a Copa Rio 1951 como título mundial.

Este post é mais uma retificação com o blog parceiro do que pra opinar mais. Se bem que é curioso a visão distinta das coisas. "O PVC é um palmeirense fajuto", escreveu um dos observadores verdes.

DENÚNCIA: Mexeram com uma instituição nacional!

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Enquanto o Congresso discute medidas neofascistas como redução de maioridade penal e quetais, crimes hediondos são cometidos com desfaçatez e isso sequer é debatido pela nossa classe política. Refiro-me ao fato da descoberta ontem, na Zona Norte da capital paulista, de uma envazadora clandestina que vendia cerveja falsificada para toda a região de Pirituba.

Segundo o portal G1, policiais invadiram, por volta das 16 h, o local e fizeram a apreensão. Os meliantes compravam cerveja de qualidade inferior (qual seria?), trocavam seu rótulo pelo de marcas grandes e vendiam por um preço maior. O maquinário para perpetrar tal delito consistia em uma gigantesca estrutura que desentortava tampinhas e fazia a lavagem para remoção do rótulo sem danificação.

Ou seja, todo material era original. “Falso só o principal, o líquido”, relata o delegado titular do 33º Distrito Policial, Jair Vicente. A polícia fechou também um segundo prédio, onde seria feita a distribuição do produto. Nos dois lugares, policiais apreenderam 375 caixas de cerveja, num total de 9.000 garrafas de 600 ml.

Agora, essa legislação frouxa enquadra esse legítimo crime lesa-pátria como um simples "crime contra relações de consumo", com pena que varia de dois a cinco anos de prisão. Onde estão nossos representantes para endurecer a punição contra esses bárbaros?

Dura realidade

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O time do Corinthians que perdeu para o Náutico no Pacaembu ontem por 2 a 0, na estréia do técnico Paulo César Carpegiani, é uma dura realidade para a Fiel, que no ano dourado de 2005 foi iludida com o título conquistado pela MSI. A equipe que jogou contra o Náutico foi a seguinte:

Jean, Eduardo Ratinho (Lulinha), Betão, Marinho e Carlão; Marcelo Mattos, Magrão, Rosinei (Marcos Tamandaré) e Everton; Arce (Alisson) e Wilson

quinta-feira, abril 26, 2007

Celso Amorim propõe jogo valendo subsídios agrícolas

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Foto: Ricardo Stuckert/PR
Em entrevista coletiva em Brasília, antes de embarcar para o Chile, o presidente Lula revelou um sonho: realizar uma partida entre uma seleção do Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e outra européia.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, por sua vez, sugeriu que "esta partida poderia decidir os subsídios que os agricultores europeus recebem". A piada foi para o título.

Antes de algum manguaça começar a escalação, o argentino La Nacion também andou interessado nas opiniões do mandatário brasileiro sobre o esporte bretão. Perguntaram quem era melhor: Ronaldinho Gaúcho ou Messi. Lula diz que o brasileiro é mais completo por ter mais idade. Ele cobrou liderança de Ronaldinho, porque ele é o melhor. Tudo está no Último Segundo.

No meu time do Mercosul, Messi disputaria vaga com Kaká, mas isso é outra discussão.

Depois de palpitar sobre futebol, Lula embarcou para o Chile, onde ocorre a versão Latino Americana do Fórum Econômico Mundial. Ele e a anfitriã Michelle Bachelet são os únicos chefes-de-Estado presentes.

Fifa responde a PVC. Será que o Della Monica ficou sabendo?

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O Paulo Vinícius Coelho, em seu blog no Lance!, conta que mandou um e-mail pra Fifa perguntando se o Palmeiras era realmente campeão mundial de clubes. Ele diz que os cabras demoraram um mês para responder.

Ele mantém a íntegra do email que vai traduzido aqui para quem tiver preguiça de ler em inglês:

Constatamos que o pedido de que se considerasse a Copa Rio 1951 como o primeiro Campeonato Mundial de Clubes, em uma primeira fase, foi encaminhada em nível administrativo pela Secretari-Geral da FIFA. No entanto, diante da importância da questão, ela terá de ser submetida ao Comitê Executivo da FIFA. O próximo encontro do Comitê Executivo será sediado em Zurique, em 27 de maio de 2007.
Em resumo, o Palmeiras pode ser o primeiro campeão mundial de clubes da história, mas ainda não é. Pelo menos para a Fifa.

Será um dos maiores papelões da história da cartolagem brasileira se o tal do Comitê Executivo decidir que a Copa Rio vale nada.

Para a minha pessoa, o título de 1951 teve sua função comprometida quando a diretoria resolveu buscar reconhecimento oficial. A conquista após a Copa do Mundo de 1950, perdida em pleno Maracanã, só servia para os parmeristas das antigas demonstrarem conhecimento sobre o time – recurso, aliás, mais manjado do que dizer que Oberdan Cattani foi o melhor arqueiro da história do clube.

Motivo de pilhéria

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Mais uma vez o presidente norte-americano George W. Bush mostra seu incrível senso de oportunismo em meio a um grupo folclórico africano. Vejam que bela performance desse verdadeiro artista...

quarta-feira, abril 25, 2007

Ciro Gomes: "Se eu disser que não sou, não estaria sendo honesto"

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A entrevista do deputado federal pelo Ceará dono da maior votação proporcional do país em 2006, Ciro Gomes, admite sem pestanejar que é candidato à Presidência da República em 2010. "Se eu disser que não sou (candidato), não estaria sendo honesto", disse o parlamentar em entrevista ao jornal SP-Semana Popular (fora do ar às 16h40 desta quarta-feira).

Na mesma entrevista, Ciro aponta que a hegemonia do PSDB Paulista, de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, "tem horror a pobre", e que "se for nordestino e preto, então, nem se fala!" Sem papas na língua, deixa claro que é candidato sim, mas da situação: "Se o projeto que o presidente Lula iniciou for interrompido, e o Brasil voltar atrás para essa hegemonia que o Serra e o FHC representa, isso seria um retrocesso cruel, mortal para nosso país".

Algumas páginas depois
Na mesma terceira edição do SP, jornal semanal novo na cidade, um perfil do deputado Clodovil Hernandes (PTC-SP) é curioso. Ele diz que trabalha pelo povo "loucamente", que já apresentou quatro projetos de lei (a maior parte sabidamente repetidos, mas esse mal é do Parlamento), a liberação de verbas do Ministério das Cidades e um projeto da Casa Clô, para a geração de renda de mulheres.

Fotos de mulheres, críticas ao Metrô e à situação da escola pública – com a Apeoesp como fonte – dão idéia de que tucano o jornal parece não ser. Não há muitos anúncios. Um divertido infográfico de "quem é quem" na máfia dos bingos, fotos de mulheres boazudas e colunistas, muitos colunistas. Não li as edições anteriores.

terça-feira, abril 24, 2007

Post 1000

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Arte: Carmem Machado

Um bar com cara de anos 1950 em pleno bairro de Pinheiros, na São Paulo do século XXI. Os pôsteres e discos de Elvis Presley convivem harmoniosamente com o retrato de João Paulo II e outro menor, de Bento XVI, colados na geladeira de cerveja. Ali foi onde surgiu a idéia de se fazer um blog que reunisse os três temas que fascinam os palpiteiros que escrevem neste espaço. Também foi nas mesas da calçada da Fradique Coutinho que inúmeras discussões saíram da internet e tomaram corpo, sempre acompanhadas do líquido sagrado vendido pelo simpático dono do recinto.

Por isso, neste milésimo post do Futepoca (desculpa aí, Romário!), resolvemos homenagear o local mais freqüentado pelo coletivo que faz este blog: o bar do Vavá, menos conhecido como Gardenburger, o nome "oficial". Para tanto, o próprio, nascido Washington Cardoso Salvador em 7 de agosto de 1946, concedeu uma hora e meia de entrevista para Eduardo Maretti, Glauco Faria e Marcos Palhares, com fotos da futepoquense extra-oficial Carmem Machado. Era uma tarde de sábado e o cenário não poderia ser outro: uma das indefectíveis mesas de plástico do recinto, com as indispensáveis cervejas que o calor e o momento exigiam.

Publicamos aqui a primeira parte da entrevista de alguém que sintetiza os três temas do Futepoca. Vavá jogou e foi técnico em times amadores, tendo sido reserva do Jabaquara, também é ex-árbitro profissional, militou no PMDB e recebeu em seu bar figuras como Fernando Henrique Cardoso, Orestes Quércia e Marta Suplicy. Além de tudo, agüentou durante meio século toda sorte de manguaças. Durante o animado papo, muitas lembranças. Por vezes, seus olhos marejaram. Mas nem assim o sorriso saía de seu rosto. Abaixo, a história do homem.


::Qual memória mais antiga você tem do futebol?
Com o futebol foi o seguinte: comecei a jogar moleque, na Vila Sônia. Na delegacia de hoje tinha um campo, que era do Botafogo, a gente brincava lá. Depois, me mudei para a Vital Brasil, onde meu pai tinha comprado um bar.

::Seu pai gostava de futebol?
Não, não... Se ele tinha um time de preferência eu não tenho essa lembrança. Ele era muito atribulado, minha mãe era muito doente, tinha um problema que, graças ao bom Deus tive a felicidade de ajudar ao descobrir um bom médico. Ela tinha um problema intestinal, uma retoclite ulcerativa, que dava hemorragias todo dia. Consequentemente, atingia um nível de anemia gravíssima e constante. Então, estava sempre de cama, branquinha, amarelinha... Eu que cuidava, era filho, enfermeiro, médico, tudo. Meu pai tinha que trabalhar para sobreviver.

Fotos: Carmem Machado
O apelido vem da linha do São Paulinho, time da
várzea do bairro do Butantã, Zona Oeste de São Paulo.
Centroavante goleador, este Vavá garante que era
mais habilidoso do que o chará campeão do
mundo em 1958.

::Você começou a jogar onde?
No Butantã, tinha um time que a molecada formou chamado o São Paulo Futebol Clube, o São Paulinho. Tinha uma rádio, a Rádio São Paulo, acho, cuja torre ficava no bairro. Não me lembro em que época foi, eu devia ter uns oito anos, era tudo moleque. E era quando meu pai estava em casa que podia ir lá.

::Você tem um irmão mais velho e outro mais novo?
Isso.

::Por que você começou a torcer pro São Paulo?
Comecei a torcer para o São Paulo porque, na Vila Sônia, o São Paulo foi campeão em 1953. A molecada da rua gritava "São Paulo, São Paulo, São Paulo". A gente se deixa contagiar pela molecada. E eu aderi também, porque a gente jogava bola na rua de terra, descalço. Meu irmão já gostava do Santos. Acho que por causa da Era Pelé, e com razão. Acho que não existe nenhum brasileiro que não tenha o dever de torcer para o Santos, porque era uma máquina. Era uma alegria ver o time do Santos jogar até contra o seu próprio time do coração. Era uma arte, uma academia, uma aula para quem sabe o que é futebol, o que é belo e clássico. Isso é importante. Eu também passo até a ter dois times (risos).

::Qual foi o jogo mais incrível que você viu na vida?
Que eu assisti foi no Morumbi, Santos 6, São Paulo 2. O que ouvi pelo rádio e jamais vou esquecer: Santos 4, Milan 2 (risos). Marcou minha vida e minha história, e até no céu irei relatar esse fato.

::Por que são tão especiais?
No Morumbi, me lembro que o Santos jogou com Kaneco na ponta direita, Mengálvio e Dorval de centroavante – o Coutinho não jogou – Pelé e Pepe. Me lembro que o Dorval foi escalado como centroavante e, no dia seguinte, saiu até no jornal, uma atuação espetacular: "Viajei seis horas para ganhar de seis", disse o Dorval (risos). A aula de futebol era tão grande que eu até aplaudia os jogadores do Santos. E a turma do São Paulo que estava do lado reclamava: "Pomba! Você é sãopaulino e fica torcendo pro Santos?" "Não, é a arte!" Aí, um negrão se levantou: "Deixa o garotão aí, ele tá certo" (risos).

O irmão mais novo, João, no balcão do Gardenburger.

::Fosse hoje em dia, você não estaria aqui para contar...
Não estaria, com essa ignorância total, tamanha. As torcidas estavam todas juntas. Não posso afirmar com certeza absoluta, mas não havia torcida uniformizada. Me parece que não havia nem torcedores em campo ou do Santos, me parece.

::Por que seu apelido é Vavá?
Quando a gente tinha esse timinho, em 50 e pouco, formaram a linha. Nas peladas, eu fazia muitos gols e eu era um cara ao contrário do Vavá, extremamente habilidoso.

::Melhor do que o Vavá?
Não, não, era habilidoso no sentido de burilar a bola. Matava também, mas era mais hábil. Me lembro bem, era Julinho na ponta direita, Bernardes na meia direita, Vavá, o Pelé e um cara que era muito parecido, um sósia do Zagallo. Então, cada um levava um apelido. Já era o Brasil campeão de 1958, tinha 12 anos, era uma molecada que jogava, mas não teve muita notoriedade, porque não tinha campo. Jogava na antena da rádio São Paulo. Quando começou a receber adversários na Rádio São Paulo, alguém fazia coisas desagradáveis, estragava uma planta ou alguma coisa, de modo que acabaram não cedendo mais o campo. Como havia a dificuldade de andar eu e o Pelezinho e um outro cara que me parece que era o Tarcísio, as estrelas do time, tínhamos dificuldades. Eu não poderia ir para outros bairros jogar, por causa do problema da minha mãe e do meu pai. Então, o time acabou parando.

::Naquela região, no Butantã e na Vila Sônia, tinha quantos times?
No Butantã tinha muitos times. Naquela época, revelou o Aldo e o Joãozinho, que acabou indo para o Jabaquara, em Santos, e que teve algum problema no joelho. O próprio Toninho Riset jogou no Comercial de Ribeirão Preto. O Batista, o apelido para nós era Dica, morreu de graça. O pai dele era um dos donos do Itapecirica Sociedade Anônima. Ali tinha o Estrela, o Ouro Verde, o Canto do Rio, o Pirajussara, o próprio Butantã, o Palmeirinha e o São Paulinho que era tudo garotada.

::Era muito forte a várzea?
Sim. Onde hoje tem a escola de polícia, tinham cinco campos de futebol. Tinha uma competiçãozinha. Uma vez teve um campeonato de uma revista chamada Turfe Ilustrado. E era tanta cobrança em mim para fazer o gol, que uma vez fiz um sem querer. Diziam: "Olhe que hoje você vai ter que fazer uns três". O nervosismo era tamanho que não saia jogada. Uma hora a bola veio, eu me enrosquei com ela e caminhei para dentro do gol -- o goleiro estava fora; caminhei com a bola no meio das pernas, andando, mas sem condições psicológicas de chutá-la. Fiz o gol. Ela que acabou entrando, ou me levando para dentro do gol (risos). Então, hoje eu falo, não é assim, a cobrança, a pressão é muita.

::Depois do fim do São Paulinho, você jogou em outros times?
Joguei no Maria Luiza, no Butantã, era mais garoto. No Pirajussara também. Eu era centroavante. Depois que passei a decrescer, por causa de um problema respiratório, passei a jogar de quarto zagueiro. E tinha algum destaque também. Mas aí esse Joãozinho, nunca esqueço, ele achava... Porque se eu tivesse que dar a bola a você, marcado, não daria no seu pé, mas do seu lado, no espaço vazio, para que você fosse buscar a bola...

A devoção ao papa João Paulo II divide
espaço com pôsteres de Elvis Presley. O
atual pontífice, Bento XVI, tem menos
destaque: é o santinho vermelho acima
da cabeça de Wojtyla.



::Você diz que burilava a jogada... Com que jogador você acha que parecia?
Minhas canelas não têm marca, eu me achava muito parecido com o Pagão. Eu limpava o lance. O Pagão era mestre, fácil. Saía com toque de bola rápido.

::Mas a marcação era diferente...
É, hoje a marcação é mais de perto, é mais ferrenha, mais física. Até acho que há muita complacência dos árbitros, o futebol está menos técnico e mais violento.

::Era outro futebol.
Era outro, tinha distância, cada um poderia mostrar mais as suas qualidades. O cara chegava depois, agora chega na dividida. Essa ação, eu até atribuo, e acho que ele foi o precursor da coisa, ao mestre Oswaldo Brandão, popular Caçamba, um técnico também vencedor. "Chega antes, senão, chega junto" (risos). Ele falava isso.

::Você pensou em ser jogador profissional?
Pensei. Mas tive uma bronquite, um problema respiratório grave etc. Estava com 16 ou 17 anos. Quando esse amigo, João de Bato, me levou para o Jabaquara, em Santos, em 1962 -- O Santos era uma máquina. O técnico era Dom Ernesto Filpo Nuñes. Eu era um cara tão burro e acanhado, de moleque... Tinha, claro, a torcida do Jabaquara, e algumas moças que assistiam a gente ouvia. O Filpo falava para cair para a esquerda, para tirar o Del Poso, central do time reserva. O zagueiro central fora da área, né? Aí eu ouvia alguma falar: "Olha as pernas dele". Aí acabava, eu ficava acanhado. Burro demais, né. Aí o Filpo: "Deixa el Pibe", que era para elas ficarem quietas para eu poder jogar bola.

::Por quanto tempo você ficou no Jabaquara?
Acho que fiquei seis meses. Uma vez eu estava até escalado para jogar contra o Comercial de Ribeirão Preto, mas não passei no exame médico. O doutor Washinton de Giovani era o médico do Jabaquara e foi presidente do clube. E no jantar, ele viu que eu tremia. Ele falou que eu não estava em condições psicológicas. Se jogasse, capaz que não tivesse nada. Aí eles improvisaram outro jogador, um tal de Sauí, carioca. Era Marcos, Lara -- que morreu em campo, do coração -- Sauí, Alcides e Bragança, na ponta esquerda que era filho do dono de uma rádio da cidade.

::E você também foi árbitro?
Depois.

::E o que é melhor, ser árbitro de futebol ou dono de bar? Ou mesmo jogador, você está falando que tinha muita pressão...
Árbitro é muito mais difícil. Eu, graças a Deus, nunca tive problemas. Juvenil, aspirantes de São Paulo, Campeonato Brasileiro que apitei. Agora, é duro. Vi outros que abandonaram. Um que foi apitar Primavera de Indaiatuba, não sei se existe ainda. Ele foi mal e os caras quiseram pular o muro, e ele teve de tirar a roupa de árbitro e sair correndo. Iam agredi-lo. Outro amigo meu, que era até gay, apitou Maf de Piracicaba, os 22 queriam bater nele. Conseguiu desagradar a todos. Porque esse negócio de compensar, aí você se machuca. Entende?

::Por quanto tempo você foi árbitro?
Por uns sete anos. Depois, abandonei.

::Qual foi o jogo mais complicado que você apitou?
O mais complicado que apitei, que senti medo, medo mesmo, foi no Campeonato Alagoano. Entre o Clube Sportivo Alagoano, o CSA, e o Clube de Regatas Brasil. A federação alagoana pediu árbitros à federação de São Paulo. Eu, para mostrar serviço, levantei o braço. No estádio, eu sempre era o mais atrasado. Os assistentes pegaram as bandeirinhas e foram para o campo. Dali a pouco, voltaram correndo, ofegantes: "O cara do CSA ameaçou a gente com o revólver, falou que se o CSA não ganhar a gente não sai vivo daqui." Aí, quem ficou com medo fui eu. Porque não vi o cara. Fui para campo e pedi: "Vocês vão me apontar quem era o cara". Peguei orientações do Coronel Ney Aguiar, Mario Francisconi, essa turma toda. Qualquer coisa, a orientação era chamar o chefe do policiamento. Se fosse o caso, era dizer que não tinha condições para começar o jogo e acabou. Queria saber quem era o cara. E batemos bola, e eles não conseguiram me apontar. E eu fiquei com medo. Aí começou o jogo, eu, antipedagógico, com o apito na boca, com medo. O cara piscava, e eu pá, parava o jogo. O Brasil, com empate era campeão. O CSA precisava ganhar. Sabe se árbitro torce para não sair gol? Eu, Washington Cardoso Salvador, torci para não sair gol (risos).


No sentido anti-horário, a partir do
topo: Marcos Palhares, Eduardo Maretti
e Glauco Faria. Vavá, de costas. Na mesa, claro, cervejas...

Na França, empate técnico no segundo turno

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Segundo a AFP, pesquisa do instituto Sofres aponta vantagem de apenas 2 pontos percentuais para o conservador Nicolas Sarkozy contra a socialista Ségolène Royal (cuja acentuação é o inferno dos redatores).

O Vermelho traduziu um curioso gráfico do Le Monde (à esquerda) que mostra o cenário político da França. As extremas esquerda e direita diminuíram sua participação, em benefício dos centros -- centro-esquerda, centro-direita e centro propriamente dito. A participação de François Bayrou foi determinante, como já apontava o primo francês do Conselheiro Acácio, para a chegada ao segundo turno.

Segundo a pesquisa do Instituto Sofres, cuja abrangência e credibilidade são completas incógnitas para a minha pessoa, 46% dos eleitores do centrista migrariam para a socialista e apenas 25% iriam para Sarkozy. O UDF de Bayrou faz parte da coalizão de governo encabeçada por Jacques Chirac, da UMP, partido de Sarkozy.

O mesmo Vermelho jura que a esquerda se uniu a Ségolène . Como a esquerda só se une na cadeia e seu extremo nem representa 10% do eleitorado, tudo depende de mais eleitores de centro optarem pela socialista.

O mais divertido é que os imigrantes, sem direito a voto torcem contra o conservador. Embora Ségolène não represente tanta abertura assim para estrangeiros instalados ilegalmente no país.

É difícil ser sindicalista

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Nessa segunda, dia 23, as centrais sindicais organizaram manifestações em todo o país para tentar evitar que o Congresso derrube o veto presidencial a uma emenda feita pela oposição na Lei da Super-receita, a chamada Emenda 3. A mudança vai facilitar para que empresas contratem trabalhadores como pessoas jurídicas, e naõ mais com carteira assinada. Se a prática, hoje já muito comum na área jornalística, se espalhar para os outros setores, será uma morte virtual dos direitos trabalhistas. Nada mais de férias, FGTS, seguro-desemprego. Em São Paulo, essas manifestações incluíram paralisação de duas horas no Metrô e nos ônibus municipais.

De manhã, o Luciano Faccioli, na Record, falava que “greve prejudica trabalhadores”. Mostrava filas enormes de carros, um trânsito enorme, ônibus lotados. E, sobre o motivo da paralisação, algumas palavras perdidas no meio da matéria. Nenhuma imagem dos atos feitos pelos sindicalistas. Nenhuma análise sobre a ameaça aos direitos trabalhistas e outros impactos da Emenda 3, nem que fosse a favor. O enfoque se repete em toda a mídia: paralisação prejudica trabalhadores. No ônibus, um manguaça comenta: “E quem se ferra é o povo, que não tem nada a ver com isso”. Eu acho que tem, apesar da Record discordar.

Chefe-de-Estado bêbado que se preze

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Foi enterrado nesta terça-feira, dia 24, o ex-presidente Russo Boris Ieltsin, aos 76. Ele morreu na segunda, 23. Ao contrário do que apostavam seus fãs espalhados pelos botecos do mundo, seu fígado permanecia intacto, quiçá em verdadeira conserva em meio alcóolico. A causa da morte, a depender do tradutor, foi insuficiência cardiovascular ou ataque cardíaco (que pode ser muitas coisas).

Ele foi o primeiro presidente eleito da Rússia e o primeiro chefe-de-Estado do gigante asiático depois do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Para os anais da história, entrou como o presidente bêbado, que despachava, dava entrevistas e participava de atos públicos sob efeitos de algumas doses a mais do que recomenda o equilíbrio sobre duas pernas.

As cerimônias serão comandadas por três bispos da Igreja Ortodoxa Russa, na Igreja do Cristo Salvador, reformada em sua gestão . É o primeiro funeral cristão para um líder russo desde a revolução de 1917. O dia é de luto oficial no país governado por Vladimir Putin. O corpo de Ieltsin não será enterrado no Kremilin, diferente de quase todos os líderes comunistas.

Ele governou de 1991 a 1999, quando renunciou depois de uma segunda ofensiva militar na Chechenia.

A maioria dos russos acha o legado do presidente-manguaça ruim, embora outros, como o presidente atual, prefiram se referir ao papel para a "consolidação" (seja lá o que isso signifique) das instituições "democráticas" (idem) no país.

Os dois lados discutem isso exaustivamente, nas mesas de bar, como forma de homenagear o morto.

A BBC fez uma seleção de fotos. Só a 8 e a 9 é que dão a dimensão histórica do líder para a embriaguez global.

Inter: o novo Cruzeiro?

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As notícias da vez dão conta que a relação entre Abel Braga e o Internacional está cada vez pior. No final de semana, o Globo Esporte anunciou com todas as letras que o técnico havia sido demitido; teve que voltar atrás depois, porque essa notícia não procedia. De qualquer modo, das duas uma - ou Abel cai fora (e o exterior é uma boa saída) ou será chutado pelo Inter ainda nesse semestre.

A instabilidade entre técnico e clube, somado ao mau desempenho do Internacional dentro de campo, fazem com que um paralelo salte aos olhos. Será o Internacional de 2007 uma reedição do Cruzeiro de 2004?

Relembrando: em 2003, o Cruzeiro teve um ano mágico. Sob o comando de Luxemburgo no banco e Alex no campo, o clube celeste ganhou Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão. A expectativa era que o domínio do time se consolidasse no ano seguinte com a conquista da Libertadores e o Mundial. Mas o castelo cruzeirense ruiu em poucos meses. O ano de 2004 começou com a estranha contratação de Rivaldo, que dava na cara que não ia dar certo. Ainda em fevereiro Luxemburgo foi demitido - por desavenças com os dirigentes, dizem - e Rivaldo pediu para sair, em solidariedade. Paulo César Gusmão assumiu o time e ainda foi campeão mineiro, mas o restante da temporada foi extremamente chocho. Muito, muito pouco para o que o Cruzeiro sugeria que iria se tornar no final de 2003.

Agora é a vez do Inter! Como todo time que ganha títulos importantes no Brasil, o Colorado foi extremamente adulado pela mídia, que fez questão de falar de seu "profissionalismo" e "planejamento". No Gauchão, o Inter começou com o time reserva, foi mal, pôs o titular para ver se se salvava mas não deu certo. E ainda contou com uma boa dose de azar ao cair num dos grupos mais difíceis da história recente da Libertadores.

O Internacional tenta se reerguer. Provavelmente sem Abel Braga e certamente sem reforços de impacto para o restante da temporada. Pode ser que faça um bom Brasileirão? Sim, pode. Eu tenho certeza que não será rebaixado e nem passará perto disso. Mas qualquer coisa abaixo do título será pouco para o clube que dominou o mundo em 2006 e parecia que repetiria a dose nos anos seguintes.

Marcos cansou de ser "bonzinho"

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Quase no final da recuperação de mais uma contusão, a 13ª da sua carreira, o goleiro Marcos, do Palmeiras, perdeu a paciência. Vítima contumaz de choques nem sempre acidentais com atletas adversários, agora diz ter achado a fórmula para não se machucar: ser "maldoso". Ontem, ele disse ao Terra que está cansado de "jogadores burros".

"Jogador esperto sabe quando não vai chegar na bola. Todo mundo fala que ele (Reginaldo) não teve intenção de me machucar, mas ele foi em cima de mim. Não iria alcançar a bola", declarou o goleiro, também lembrando do lance contra o Corinthians, em 2006, em que dividiu uma jogada com o atacante Rafael Moura e fraturou a clavícula.

Para exemplificar o que julga como postura de proteção do arqueiro, Marcos comentou ao portal G1 a dividida entre Aloísio e Fábio Costa na partida entre Santos e São Paulo pelo campeonato paulista. "Eu vi o lance. Não acho que o Fábio tenha sido maldoso. Ele é esperto e se protegeu. Coisa que eu vou começar a fazer agora. Vou ser maldoso mesmo. Chega de querer me preocupar com os outros, querem ser bonzinho, porque dá nisso. O único prejudicado sou eu. Vê se alguém sai daquele jeito para dividir com o Fábio? Agora comigo todo mundo vem matando" analisou.

Parecendo mesmo farto de ter a carreira prejudicada por contusões, o que lhe valeu a exclusão da Copa em 2006, Marcos resumiu sua nova filosofia de jogo. "Goleiro tem que levantar o joelho na dividida. Eu não estava fazendo isso para não machucar ninguém, porque se pega nas costas pode ser complicado. Mas ninguém pensa em mim. O cara (Reginaldo) deu no meio. Vou agora esperar o lance e dar no meio também. Estou cansado de me quebrar. Não vou ser tão limpo porque isso está só me prejudicando".

segunda-feira, abril 23, 2007

O melhor goleiro do Brasil

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Em diversas vezes que um time pequeno perde para um grande, tomando aquela pressão típica, o goleiro acaba parecendo. São inúmeras finalizações e boa parte delas inevitavelmente pára no arqueiro. Afinal, ele está lá pra isso e, mesmo que seja meia-boca, vai rebater bolas e acabar parecendo bonito pra torcida (inclusive do adversário). Daí aquele lugar comum quando o time toma quatro do grande: "se não fosse fulano de tal no gol, poderia ser de sete ou oito".

Mas difícil mesmo é quando o outro time ataca pouco, quase não finaliza, e o goleiro tem que manter a concentração para, em uma eventual bola, decidir a partida. Aí se pode diferenciar um grande jogador.

Ontem, a um minuto de partida, as poças do Morumbi ajudaram o ataque do Bragantino. Do nada, a equipe do interior chegava à meta de Fábio Costa. Um gol àquela altura, com um gramado onde o futebol era quase impraticável, dificultaria demais a vida do Santos. Mas o arqueiro alvinegro foi rápido, saiu corajosamente e fechou o ângulo, fazendo uma defesa gigantesca. Salvou o seu time.

46 minutos do segundo tempo. Depois de passar a partida inteira assistindo ao jogo, sem qualquer ameaça ao seu gol e saindo bem nas teimosas bolas aéreas que o Bragantino insistia em jogar na área peixeira, Fábio Costa vê Bill à sua frente, sozinho. Cresce pra cima do atacante e pratica outra defesa. Um milagre.

Naquele momento, uma subversão da lógica. Em geral, quando o adversário perde uma chance, a torcida se aquieta diante da ameaça. Mas Fábio Costa inverte o jogo. Quando faz uma defesa difícil, daquelas que o torcedor já coloca a mão na cabeça pensando no inevitável, comemora a façanha e acua a trupe adversária, fazendo a sua torcida vibrar junto com ele.

Mais magro, ágil, seu temperamento também mudou. Quando sofreu o gol de Ricardinho em 2001 insinuou que a culpa era de seu companheiro André Luiz, que havia escorregado no cruzamento de Gil. Um argumento aceitável para um torcedor, inadmissível para um colega de trabalho. Ontem, ao contrário, depois do jogo condenou as vaias a Cléber Santana por ele ter errado um pênalti. Postura de líder, não de torcedor.

Por tudo isso, é hoje o melhor goleiro do Brasil. Diferenciado, vibrante, já faz por merecer uma chance na seleção. E calou a minha boca. Quisera eu que todos os jogadores santistas que critico fizessem isso. Mas esperar algo semelhante do Rodrigo Tiuí é demais...