Destaques

quinta-feira, novembro 27, 2008

Do PT seria caixa dois; do DEM, "doações ocultas"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Tá lá na Agência Estado: o prefeito reeleito de São Paulo, queridinho da mídia Gilberto Kassab (foto), do ex-PFL (DEM), que arrecadou R$ 29,8 milhões na campanha deste ano, "justificou" simplesmente 95% (reforço: noventa e cinco por cento) do dinheiro como oriundos de "doações ocultas", segundo prestação de contas à Justiça Eleitoral. Gente, isso não é sério. É muito sério, pô! No total, R$ 28,5 milhões entraram na conta da campanha via partido político ou comitê partidário, operação que até é permitida pela legislação, mas dificulta a crucial identificação de quem financiou o candidato. E a mídia, pra variar, trata o assunto com total discrição.

Entenderam o golpe? Quando empresas e pessoas físicas fazem doações diretas aos candidatos, sua identidade é revelada na prestação de contas. Mas, quando a doação vai para o caixa do partido, é impossível saber quem a recebe efetivamente, pois o dinheiro pode ser repassado para mais de um candidato. E, enquanto as prestações de contas das campanhas são feitas até 30 dias após as eleições, os partidos só divulgam a lista de seus doadores no meio de 2009. Lembrete: Kassab teve a campanha mais cara entre os concorrentes e quase atingiu o teto previsto antes do início das eleições, de R$ 30 milhões. Repito o meu jargão: ah, se fosse o PT...

3 comentários:

Glauco disse...

Tá certo que o Kassab foi quem mais usou do expediente das "doações ocultas", mas é bom lembrar que a tal prática, permitida pela legislação, se tornou algo comum e foi responsável por mais de metade dos recursos de campanha de Marta Suplicy. Bebeu da mesma fonte, só que menos.

Também não dá pra comparar esse expediente com o famoso caixa 2 da crise política de 2005. Esse dinheiro "não contabilizado", segundo o eufemismo, simplesmente não foi declarado de forma alguma, diferentemente das doações ocultas.

Faz tempo que é necessário discutir a legislação sobre financiamento de campanha, mas pode-se ter certeza que há poucos "inocentes" nas campanhas pelo país, à direita e à esquerda.

Anselmo disse...

Fui ao site do TSE pra ver se a prestação de contas dos partidos estava online, por curiosidade. Os balancetes mensais deixaram de ser atualizados em 2006.

No do TRE-SP tem menos informação ainda. Nos sites dos partidos tampouco há informações fáceis de achar. O PT até surpreende por ter, no menu lateral, uma seção pra Secretaria de Finaças. Mas basta clicar pra vir a decepção: página em construção. Quer dizer, transparência zero.

Bruno disse...

Esse comportamento da mídia não me surpreende nenhum pouco. Há vários antecedentes muito conhecidos.