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A blitz inglesa do começo do jogo não foi suficiente. Apesar de dominar amplamente e pressionar o Barcelona pode 10 minutos, nos quais deu cinco chutes a gol - três deles bastante perigosos - e não levou nenhum, o Manchester não marcou. Aos 10, exatos, no primeiro ataque, Eto'o recebeu um passe precioso, cortou Vidic e venceu Van der Sar. A partir de então o poderoso Manchester fraquejou e o Barcelona dominou a final da Champions League.
Numa final de Champions League, no entanto, domínio e fraqueza não são absolutos. O Manchester teve chances importantes. Mas não tantas quanto o Barcelona. E quem marcou de novo, já no segundo tempo, foi o Barça, com Messi, num cabeceio perfeito, sem chances para Van der Sar. É até engraçado ver um baixinho daqueles - 1,69 de altura - vencer a zaga e cabecear com tanto estilo. Não que Messi lembre Romário, mas naquele momento a relação foi imediata.
Se (ah, o se...) o Manchester tivesse marcado um golzinho ao menos, talvez o jogo tivesse sido mais emocionante - como a super final de 2005, 3 para o Milan no primeiro tempo, três para o Liverpool no segundo. Infelizmente não foi assim. O Barcelona tocou a bola e não deu sopa para o azar.
Em campo, os dois melhores jogadores do mundo no ano passado - e desse ano também, provavelmente - não foram grandes destaques. Cristiano Ronaldo começou detonando, mas depois apareceu mais pela briguinha pessoal com Puyol. Messi fez um gol, é verdade, mas o melhor em campo, de acordo com a Uefa, foi Xavi. E ainda teve o Iniesta, eficientíssimo. Mas não serei tão injusta com o argentino. O artilheiro do campeonato (9 gols) tentou muitas jogadas, mas foi sempre parado com falta, aí ficou difícil.
O único brasileiro a entrar em campo pelo Barcelona, o lateral Sylvinho, se destacou pela eficiência em passes para trás. Tá, ele fez um cruzamento perigoso também. Anderson, titular do Manchester, foi substituído no intervalo por Tevez. Justo, para um time que precisava marcar.
Soberano
A conquista do Barcelona coroou um ano que não foi pouca coisa para o clube. O time se tornou o primeiro a conquistar o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei e a Champions League. Só na Champions foram 32 gols, quase 2,5 gols por jogo. Joan Laporta, o presidente do Barça, declarou que essa foi a melhor temporada da história do clube. O cara está claramente puxando a sardinha pra sua brasa, mas... dá pra discordar?
Abençoado
O destaque negativo da decisão foi o show de breguice que precedeu a partida. Um carnaval totalmente sem sentido, com uma música ruim de doer. O no final ainda apareceram uns bonecos de posto de gasolina gigantes. Péssimo.
Mas o melhor mesmo aconteceu pela manhã: o árbitro da partida, o suíço Massimo Busacca, com medo de cometer os mesmos erros que seu colega norueguês Tom Henning Ovrebo conseguiu colecionar na semifinal entre Barcelona e Chelsea, teve um encontro com o papa - ele mesmo, nosso festejado Bento XVI - em busca de uma bênção e de inspiração. Juro, taí a foto que não me deixa mentir. E parece que fez efeito. O árbitro e seus auxiliares tiveram uma atuação muito boa.