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Gerardo LazzariO título acima não é mera provocação. Às vezes até parece que energia existe e determina as coisas. Nunca houve na história do Campeonato Brasileiro tanta torcida contra um time como na 38ª rodada de 2007 se torceu contra o Timão. A unanimidade entre os gaúchos (tricolores e colorados) no desejo da queda do time do Parque São Jorge foi algo histórico. Isso não é desprezível.
No boteco em que vi o segundo tempo, quase todo mundo torcendo contra o Corinthians manifestava claramente um sentimento de vingança. As pessoas lembravam 2005, quando não (alguns mais velhos) jogos mais assombrosos. “E aqueles 11 jogos de 2005, brother”, lembrava o Juarez, um santista de quatro costados que freqüenta o bar do Almeida (esquina da rua Prof. João Arruda com Cardoso de Almeida, em Perdizes, São Paulo). Olavo, companheiro de blog, estava na Vila Belmiro, onde o Santos perdeu de 4 a 2 do Fluminense. “Ninguém estava preocupado com o jogo da Vila, tava todo mundo pensando nos outros jogos [do Corinthians e do Goiás, basicamente]”, contou Olavo. “A torcida ainda aplaudiu o Santos, mesmo perdendo de 4 a 2”, disse. “Teve festa nos barzinhos no entorno da Vila”.
Outros (no boteco em que eu estava) falavam de “roubos” um pouco mais distantes do que o (s)de 2005, como contra a Portuguesa em 1998, semifinal do Paulista, uma tristeza triste (desculpem o pleonasmo ridículo), das mais sádicas que já vi no futebol, naquele jogo apitado pelo argentino Castrilli. No mesmo ano, houve aquele famoso Santos 1 x 1 Corinthians pela semifinal do Brasileiro, Leão técnico do Santos, quando o juiz (não me lembro qual) expulsou Viola (então no Peixe) no finzinho do jogo, inexplicavelmente. Os exemplos são muitos.
Bom, mas esse foi um fim justo de campeonato para um clube que se valeu dos expedientes que atendiam pelo nome de Kia Joorabchian com tanta arrogância. Não posso me esquecer da arrogância de pessoas que diziam: “nós podemos comprar, nós compramos”, como ouvi mais de uma vez, inclusive de amigos corintianos.
Digo que o fim foi justo porque foi justo. O fim pode ser um começo para os que crêem – e eu não descreio – no mito da Fênix. O Corinthians é grande, como diz seu hino, e deve voltar forte, não sei se em 2008, em 2009. Mas de alguma maneira os deuses fizeram justiça.
E pro Futepoca será mais uma oportunidade de mostrar como se pode falar de futebol, política e cachaça sem ser óbvio, sem ser apenas lugar-comum. O Futepoca promete que cobrírá melhor a Série B em 2008.