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O presidente da Federação Gaúcha, Francisco Noveletto, declarou hoje que já está confirmada a criação da Série D nacional a partir de 2009. O quarto nível terá uma cara similar à da Série C atual, com um número grande de times e a definição das equipes com base nos campeonatos estaduais. Já a Série C, a partir de 2009, será similar à Série B de hoje em dia: 20 times, que disputarão um certame em pontos corridos.
Os participantes da Série C do ano que vem serão os quatro rebaixados na Série B de 2008 mais os 16 melhores na Terceirona - excluindo-se, claro, os quatro promovidos à Segunda Divisão.
A medida, a princípio, é das mais interessantes. Já estava na hora da CBF dar uma cara mais justa à sua terceira divisão (o atual regulamento é dos mais doidos) e também criar uma possibilidade para manter mais times em atividade durante o ano. É indiscutível que o Brasil tem 60 equipes (no mínimo) com tradição, torcida, camisa e estrutura para três divisões decentes.
Mas a parte ruim da história é que a Série D, a não ser que apareça algum apoio consistente, já nasce deficitária. A atual Série C é assim - a ponto do Guaratinguetá, sensação do Campeonato Paulista, ter declinado da disputa do torneio no ano passado e já ter acenado que pretende repetir a dose em 2008. A CBF, inclusive, colaborou para essa desvalorização ao extinguir o apoio logístico e financeiro que dava às equipes da Terceirona até o ano passado. Esse ano, quem encarar a Série C vai ter que pagar todas as suas contas. Algo meio inviável para um país como o nosso, de dimensões continentais e penúria quase generalizada.
Por outro lado, precisamos comemorar, e falo sério. O futebol brasileiro ainda é uma bagunça danada e a saída dos craques e, principalmente, dos não-craques mostra nossas fraquezas. Mas é nítido que o futebol está cada vez mais organizado. Hoje é concebível pensar em três campeonatos nacionais sérios, com acesso e descenso respeitados, e com tabelas razoáveis. Quem acreditaria nessa idéia há 10 ou 15 anos?