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quinta-feira, março 28, 2013

Ney Franco vai comer ovo de Páscoa no Morumbi - mas será que chega ao Dia do Trabalho empregado?

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Sim, o São Paulo venceu mais uma pelo Campeonato Paulista, com Luís Fabiano confirmando sua vocação para decidir apenas quando não interessa: 2 x 0 no Paulista de Jundiaí, fora de casa, com dois gols do camisa 9. De útil, a excelente atuação de Wallyson (que, apesar de ainda não estar totalmente em forma, já merece ser titular pela ponta-direita), a volta de Paulo Miranda na lateral e a surpreendente recuperação de Douglas, que, pela primeira vez, jogou bem. Fabrício, como volante, também correspondeu. Já Lúcio e Cortez continuam dando razão à Ney Franco para permanecerem no banco (com o perdão da rima involuntária). Falando no treinador, aliás, ele conseguiu ficar no cargo até essa Páscoa, ao contrário do que prenunciava o clima de fritura pós-vexames contra o argentino Arsenal pela Libertadores.


Três vitoriazinhas pelo Paulistão - contra São Bernardo, Bragantino e Paulista - garantiram o fôlego extra. Como eu já disse aqui, não sou favorável à demissão de Ney Franco. Muito pelo contrário. Demitir técnico por má fase ou botar culpa por derrota em goleiro são duas das maiores besteiras do futebol. Só que o Juvenal Juvêncio é louco (ou bêbado; ou os dois!) a ponto de ninguém botar a mão no fogo, no dia seguinte, por qualquer coisa que ele garantiu na véspera. Vejamos: há quatro anos, em outro período de Páscoa, Muricy Ramalho chegava às semifinais do Campeonato Paulista com moral, por ter sido o 2º melhor na primeira fase. Pegou o Corinthians. Levou um 2 a 1 (com comemoração polêmica de Cristian) no Pacaembu e um 2 a 0 no Morumbi (com arrancada hilária do gordo Ronaldo sobre o tosco Rodrigo).

A batata de Muricy começou a assar ali. Pouco depois, chegou às quartas-de-final da Libertadores e foi eliminado pelo Cruzeiro com placares idênticos: 2 a 1 e 2 a 0. E o técnico tricampeão brasileiro caiu. Guardadas as devidas - e imensas - proporções, vejamos a coincidência com a situação do Ney Franco. Pega o Corinthians, no próximo domingo de Páscoa. O time ainda não venceu um clássico no ano (perdeu por 3 a 1 para o Santos e empatou sem gols com o Palmeiras). Vai que, num desses dias trágicos, o Tricolor leva uma goleada humilhante do rival, com comemoração polêmica e/ou lance humilhante sobre a zaga. Imagine como seria o clima do embarque para a Bolívia, para enfrentar o The Strongest... E, mesmo se vencer lá, pega outro time mineiro na sequência  da Libertadores, o Atlético, que, como o rival Cruzeiro naquele início de 2009, está "voando baixo" nessa temporada...

Na dúvida, Ney Franco já poderia sondar o vaivém dos técnicos nos outros clubes.


Nada de novo sob o Mirassol - Não poderia terminar esse post sem comentar a inacreditável goleada de 6 (SEIS!!!) a 2 do imponente Mirassol sobre o Palmeiras. Sim, o alviverde vive uma crise eterna há mais de dez anos, com dois rebaixamentos no Brasileirão e inúmeros vexames no período terra arrasada pós-Parmalat. Mas até má fase tem limite! O Mirassol estava na zona de rebaixamento e não vencia há cinco jogos! Perder para time fraco acontece. Mas perder por goleada já é mais complicado. Perder por goleada de 6 (SEIS!!!) é ainda pior. E perder por goleada de 6 (SEIS!!!) levando todos os gols logo no primeiro tempo (!) é fim de feira completo. Não há atraso de salário e de direitos de imagem, não há elenco sofrível ou técnico e diretoria idem que expliquem. A COISA TÁ FEIA. Aliás, pensando nessa música do Tião Carreiro (que o Glauco gosta de cantar), acho que o time do Palmeiras não é "filho de Deus", pois "tá na unha do Capeta" - e ele tem como número 666 (SEIS! SEIS! SEIS!)...


quarta-feira, março 27, 2013

Tem meia dúzia de coisas que só acontecem com o... Palmeiras?

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Comemora, Mirassol, que não é todo dia! (Foto: Caio Messias/Lance!Press)

Em sua atual fase, o Palmeiras tem perdido muita coisa, como mostra o sacode que levou do portentoso Mirassol na noite desta quarta-feira. Mas pelo menos uma coisa ele ganhou, e do Botafogo: nos últimos tempos, tem coisas que só acontecem com o Palmeiras.

É válido questionar se o Mirassol algum dia já marcou meia dúzia de tentos em uma única partida como profissional. Imagine então cumprir a conta logo no primeiro tempo? Tá certo que o primeiro foi obra do jovem zagueiro palmeirense Marcos Vinícius, de 21 anos, e logo aos 32 segundos de partida. Mas ainda assim...

No finalzinho, o Palmeiras ainda corria, Wesley forçou o goleiro Gustavo a duas defesas complicadas. Mas era nítido que ninguém dentro de campo acreditava no empate. Nem a torcida alviverde, que se dividia entre os que abandonavam o estádio e aqueles que ficavam para xingar o time e o técnico Gilson Kleina – que corre sério risco de não passar o Dia do Trabalho no Parque Antártica.

Já o lado mirassolense era só alegria, justificada pelo feito histórico. Dá pra imaginar, daqui uns 30 anos, quando o Paulistão não for mais que uma lembrança, o centroavante Caion contando para seus netos e vizinhos  a respeito da noite em que marcou dois dos seis gols do Mirassol em cima do poderoso Palmeiras.

PS.: Na sequência da rodada, o Corinthians empatou em 1 a 1 com o Penapolense, em mais uma partida pra lá de chata. Mas quem se importa?

(Atualizado às 23h50)

segunda-feira, março 25, 2013

Corinthians ganha do Guarani no interminável Paulistão

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Guerrero e Sheik estão se entendendo (Ary Ferreira/Lance!Net)

Cara, como é chato o Paulistão. O 1 a 0 sobre o Guarani em Campinas manteve o Corinthians bem posicionado para garantir sua classificação para a fase eliminatória do torneio. Em mais um jogo chato desta primeira fase interminável e sem sentido, o mais inusitado foi o final jogado sob chuva de granizo.

Entendam, não estou detonando o estadual em si. Somos um país continental, com diferenças regionais relevantes, é válido ter competições que valorizem essa diversidade. Mas essa fórmula beira o desvario – o que não chega a ser novidade nas criativas mentes da FPF.

Ninguém consegue me convencer de que isso faz sentido: você joga 19 partidas medíocres para classificar oito clubes para uma fase de mata-mata que, essa sim!, vai ser emocionante. Mas aí faz a eliminatória só com um jogo! Ora, diminuam a fase de classificação e ampliem o mata-mata.

Não entendo bem o que ganha a federação ou seu presidente, Marco Polo del Nero, com esse formato esdrúxulo, os estádios vazios, os jogos sem titulares. Compreendo que ele não esteja nem aí  para nada além de seus interesses políticos, mas ter um campeonato tão mal organizado ajuda em alguma coisa suas ambições?

Enfim, de volta à partida, o Corinthians jogou bem no início, fez o gol com Guerrero em belo passe de Emerson (que mais uma vez jogou bem) e parou, o que também não é nenhuma novidade O Guarani não mostrou a menor força para empatar e ficou por isso mesmo.

Duas consequências funestas: Cássio e Renato Augusto saíram de campo machucados, ainda no primeiro tempo. Os dois não jogam na quarta-feira e preocupam para a sequência.

Ah, sim: o vestiário do Brinco de Ouro da Princesa alagou depois da partida, o que também foi novidade. Que beleza!

Vai que é sua, Aloísio!

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O São Paulo venceu o Bragantino por 2 a 0 no sábado, pelo Paulistão, num jogo que só valeu pelo primeiro tempo. Nenhuma novidade: tirando os quatro "grandes", a Ponte Preta e o Mogi Mirim, o os outros times que disputam esse campeonato são muito fracos. Sobre o Tricolor, boa atuação de Wallyson, que vem evoluindo a cada partida e pode, sim, ser titular pela ponta direita. Rodrigo Caio também merece ser titular. Jadson, pra variar, segue jogando "o fino" da bola. Ganso, se ainda não joga o que se espera, também está menos ausente do que antes. E Carleto deixa o técnico em dúvida sobre a lateral esquerda. Aliás, esse é o melhor alento para os torcedores: agora vemos opções viáveis para as duas laterais. Se Cortez não justifica a cega confiança que Ney Franco deposita nele desde o início e Douglas é aquela nulidade habitual, Carleto e Rodrigo Caio já mostram, pelo menos, mais vontade. 


SUSPENSO - Mas o assunto principal, no São Paulo, é a suspensão por quatro jogos de Luís Fabiano na Libertadores, por ter xingado o árbitro após a primeira partida contra o Arsenal-ARG. É justo. Eu não acredito que o jogador faça isso por "cabeça quente". Pra mim, faz porque não quer jogar a partida seguinte. Então, que não jogue! Como eu dizia em outro post, o técnico Ney Franco tem que se cercar de quem realmente quer jogar. Como os já citados Wallyson, Rodrigo Caio e Carleto. Ou mesmo Edson Silva, na zaga, e Maycon, no meio. Ano passado, quando Luís Fabiano não pôde jogar, William José entrou e desandou a fazer gols. Por isso, chegou o momento crucial de Aloísio mostrar por qual motivo o São Paulo o trouxe do Figueirense. Os dois jogos decisivos pela Libertadores serão o "agora ou nunca" para o centroavante reserva. Vai que é sua, Aloísio! E assista - quietinho - pela TV, Luís Fabiano.

sábado, março 23, 2013

Alguns jogos memoráveis entre Santos e Palmeiras, o "clássico da saudade"

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Santos e Palmeiras disputam amanhã o chamado “clássico da saudade”, referência ao confronto que era um dos maiores do país na Era de Ouro do futebol nacional, a década de 60. E, pelos desfalques de cada um e pelo que os times vêm jogando, deve sobrar saudades mesmo. O Santos não vai poder contar com Neymar e Montillo, em suas respectivas seleções, além de Emerson Palmieri, Patito Rodríguez, Marcos Assunção e Felipe Anderson. Do outro lado, o técnico Gilson Kleina do Verdão não vai contar com Henrique, Vilson, Leandro Amaro, Souza, Valdivia, Maikon Leite e Kleber.

Mas o clássico tem história, e é nela que se pode confiar para que um bom jogo aconteça amanhã. A primeira partida entre os dois data de 3 de outubro de 1915 e foi realizada no Velódromo de São Paulo. Goleada alvinegra sobre o então Palestra Itália por 7 a 0, com três gols de Ary Patusca, dois de Anacleto Ferramenta, um de Aranha e outro de Arnaldo Silveira, autor do primeiro gol oficial da história do Santos. O Verdão devolveria a humilhante goleada em 1932, com um 8 a 0 em uma peleja na qual o Peixe terminou com nove jogadores, com dois gols de Romeu Pelliciari, dois de Imparato III, além de anotações de Lara, Sandro, Avelino e Golliardo.

Desde aqueles idos tempos, foram diversos jogos entre os dois, alguns eliminatórios e muitos que decidiram títulos mas que não eram finais propriamente ditas, com exceção das partidas extras que definiram o chamado supercampeonato paulista de 1959, com vitória do Palmeiras (ver abaixo).
Abaixo, algumas das partidas memoráveis desses dois gigantes do futebol:

  • Santos 7 X 6 Palmeiras (Rio-São Paulo de 1958)

Talvez a partida mais emocionante entre os dois clubes e uma das maiores da história. Dizem que cinco infartos ocorreram por conta daquela peleja, com três reviravoltas no placar. No Pacaembu, 43.068 viram Urias marcar o primeiro tento do jogo aos 18 minutos. A reação peixeira não tardou e o menino Pelé, 17 anos, empatou para Pagão virar, aos 25. Nardo empatou somente um minuto depois e o que se viu a partir daí foi um atropelo santista até o final do primeiro tempo.

O time palmeirense era inferior tecnicamente a uma equipe que tinha uma linha ofensiva espetacular: Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe, responsáveis pela histórica marca de gols no campeonato paulista de 1958. Foram 143 tentos em 30 partidas, 58 só do adolescente Pelé. Após o empate, Dorval, Pepe e Pagão fizeram 5 a 2 ainda nos primeiros 45 minutos.

Nesta matéria do Esporte Espetacular, Zito conta que desceu para o vestiário dizendo que eles tinham que marcar o maior escore da história, e Pepe conta que o bicho, pago à época com o dinheiro da renda da partida, já estava sendo separado para os atletas santistas. Mazzola recorda que o goleiro Edgar chegou chorando ao vestiário, se recusando a voltar para a etapa final. Oswaldo Brandão colocou Vitor e o Palmeiras voltou outro depois do intervalo.

E em 18 minutos, um motivado Verdão virou a partida pra cima do Peixe com Paulinho, de pênalti, aos 16; Mazzola, aos 20 e aos 28, e Urias, aos 34. Um 6 a 5 que parecia sacramentar uma reação impossível, mas o impossível não queria descansar naquela peleja. Pepe voltou a empatar aos 38, de cabeça, e, aos 43, consolidou a última virada da partida.

  • Palmeiras 2 X 1 Santos (Campeonato Paulista de 1959)

O campeão Américo delira com o peixe (Palestrinos)
Como as duas equipes haviam empatado na liderança ao fim do campeonato, foi necessário decidir o título em uma melhor de quatro pontos. A série foi iniciada em janeiro de 1960 e, depois de dois empates no Pacaembu nos quais o time da Vila não contou com Jair e Pagão, no terceiro confronto no mesmo estádio o Verdão faturou a taça. O jogo teria o recorde de renda da história do Paulista até ali, com mais de três milhões de cruzeiros arrecadados.

O 2 a 1 alviverde teve gols de Pelé, Julinho e Romeiro e o Verdão saía de uma fila de quase nove anos sem conquistar títulos, algo que incomodava a torcida à época. O destaque do jogo foi o meia Chinesinho, que havia chegado ao Palestra em 1958, vindo do Internacional, em uma das transações mais caras do futebol de então. Mais tarde, foi vendido ao Modena, da Itália.

  • Santos 2 X 2 Palmeiras (Copa do Brasil 1998)

O Santos não conquistava títulos importantes desde 1984, mas vinha batendo na trave após recuperar a sua autoestima no Brasileiro de 1995. Aquele ano confirmaria o retorno santista às disputas de título, com o time do técnico Emerson Leão terminando em terceiro lugar em três competições: Brasileiro, Rio-São Paulo e Paulista, além de ter vencido a Copa Conmebol.

A conquista que geraria outra
Já o Palmeiras de Felipão era um time moldado à sua feição, com a dupla Paulo Nunes e Oséas à frente e Alex e Zinho no meio, guardados por Galeano e Rogério “Pedalada”. Após um empate em 1 a 1 no Parque Antárctica, o Verdão passou à final contra o Cruzeiro com um 2 a 2 na Vila Belmiro, se classificando pelo critério de gols marcados fora de casa. Marcaram para o Santos, que saiu da competição invicto, Viola e Argel; para o Palmeiras, Oséas e o ex-santista Darci. O título daquele torneio assegurou aos palmeirenses a vaga na Libertadores do ano seguinte, quando se sagraram campeões pela primeira vez.




  • Palmeiras 2 X 3 Santos (Campeonato Paulista de 2000)

Gol não tão bonito, mas precioso
Sem chegar a uma final de Paulista havia 16 anos, o Santos disputava a segunda partida da semifinal no Pacaembu contra o forte Palmeiras. Na primeira peleja, no Morumbi, o Verdão chegou mais perto da vitória, mas um então jovem Fábio Costa evitou que a partida saísse do zero a zero.

A segunda partida também foi no estádio da Zona Sul e o Alviverde, que tinha a vantagem do empate, conseguiu se impor ao marcar com Argel, aos 32 do primeiro tempo, e Euller, aos 8 da etapa final. Aquela partida disputada pela manhã, contudo, se tornaria histórica para os santistas.

Com uma bela finalização, Eduardo Marques diminuiu para o Peixe aos 23 e Anderson Luiz empatou aos 32. O Palmeiras recuou buscando manter o empate que lhe bastava e o Santos partiu para cima, sem muita tática ou técnica. E, após um cruzamento de Robert, Claudiomiro dividiu com Marcos e cabeceou para o gol, com a bola ficando limpa para Dodô, caído, marcar o gol da virada. O Peixe do técnico Giba chegava à final, a qual perderia para o São Paulo.

  • Santos 2 X 1 Palmeiras (Campeonato Paulista de 2009)
Fez a diferença o baixinho (Nilton Fukuda/AE)
O Palmeiras era favorito nas semifinais do Paulista, havia feito a melhor campanha na primeira fase, e o Santos era uma equipe em formação. Vágner Mancini já aproveitava Paulo Henrique Ganso como titular e tinha promovido naquela competição a estreia de Neymar como profissional.

A equipe de Vanderlei Luxemburgo havia perdido a primeira na Vila por 2 a 1 e saiu perdendo também no Parque Antarctica logo aos 17, com Madson, um dos destaques daquela noite, marcando para os santistas. No segundo tempo, Mauricio Ramos fez pênalti em Neymar, sendo expulso, algo não muito incomum para o atleta. Kléber Pereira converteu e a vantagem peixeira se ampliou.

O Verdão ainda respiraria com um gol de Pierre, uma falha monumental de Fábio Costa. A peleja teria ainda a inusitada confusão entre Diego Souza e Domingos, resultando na expulsão dos dois. O Santos foi à final, mas perdeu a decisão para o Corinthians.


  • Santos 3 X 4 Palmeiras (Campeonato Paulista de 2010)

O coreógrafo Pablo Armero
Esse jogo já foi tema de post aqui e aqui. O Santos vinha embalado com o belo futebol jogado pelo time de Dorival Junior. Antes desdenhados pelo antigo técnico Vanderlei Luxemburgo, Neymar e Ganso começavam a se destacar, ladeados por Robinho e tendo como coadjuvantes André, Marquinhos e Wesley.
Pará fez o primeiro aos 10 e Neymar fez aos 30. Dava pinta de que poderia ser uma goleada alvinegra e o Peixe desperdiçava chances até que o aguerrido Palmeiras empatou ainda na etapa inicial com dois gols de Robert, feitos em dois minutos, aos 41 e 42.

No retorno, o Alviverde conseguiu a virada com um gol de Diego Souza. Madson empatou aos 35 mas, em seguida, o time da casa ficou com um jogador a menos, Neymar foi expulso depois de falta dura em Léo.

A (re) virada fantástica palmeirense veio mais uma vez com Robert, que aproveitou falha no meio de campo de Arouca e definiu a vitória. Mas o destaque da peleja foi o lateral Pablo Armero dançando o que ficaria conhecido mais tarde como “Armeration”, uma resposta aos santistas que comemoravam seus gols com dancinhas à época.


Na última partida entre os dois, pelo Brasileiro de 2012, o Santos levou a melhor: 3 a 1, em noite de homenagem a Joelmir Beting. 

Se você é santista e quiser ver só vitórias do Peixe, clique aqui.

sexta-feira, março 22, 2013

Novato Giva salva a noite e Santos vira sobre o Mirassol

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Comemora, garoto! (Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)
Sem Neymar e Monitllo, que estão em suas respectivas seleções, e sem Cícero e Emerson Palmieri, Muricy mudou mais uma peça no time do Santos: Miralles voltou a atuar entre os titulares no lugar de André. Mas foi o novato e artilheiro da Copa São Paulo de Juniores, Giva, o astro da companhia que propiciou uma pobre apresentação à torcida. Ele fez os dois gols da virada do Peixe sobre o Mirassol, na Vila Belmiro.

Apesar de ter tomado uma bola na trave no começo, o time se portou bem, dominando as ações, e Miralles conseguiu perder dois gols praticamente no mesmo lance. Mas em um escanteio, o Mirassol marcou com André Luis, aos 20. Tudo bem que quando o nosso time toma gol temos o hábito de tirar o mérito do rival e ver a falha de nosso defensores, só que esse tento não deixou dúvida alguma sobre o vacilo alvinegro, uma falha grotesca de marcação que permitiu ao atacante rival finalizar sem ninguém para incomodar.

Após o gol tomado, o Santos seguiu na toada de tocar a bola, muitas vezes sem objetividade, e, na hora de um lance agudo como um passe mais longo ou um cruzamento, entregava o ouro para o Mirassol. O empate veio no fim da etapa inicial, em cobrança de escanteio na qual Giva fez seu primeiro gol como profissional.


O segundo tempo seguiu na mesma pasmaceira dos primeiros 45 minutos. O segundo gol de Giva veio em um lance irregular, considerando-se que Patito Rodríguez participou da jogada em condição de impedimento, aos 29. Felipe Anderson, que foi uma nulidade durante quase todo o tempo, coroou sua atuação com uma expulsão ridícula, depois ter retardado a cobrança de uma falta já tendo o cartão amarelo. Pato também foi expulso após entrada violenta e o time da casa teve que aguentar o ensaio de pressão dos visitantes durante quase oito minutos com dois a menos.

Mesmo sem quase meio time titular, o Alvinegro manteve a regularidade: futebol fraco, pouco objetivo e com somente alguns lampejos de um ou outro atleta. Difícil de assistir e também de escrever a respeito. O Peixe é vice-líder com 27 pontos e o Mirassol segue em seu namoro com a zona do rebaixamento.

quinta-feira, março 21, 2013

Corinthians: Empate sem graça com gol de Sheik

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Gol na conta e cheio de marra (Ari Ferreira/Lance!Press)

Um Corinthians quase titular empatou jogo amarrado contra o XV de Piracicaba, no interior, na noite dessa quarta. Não foi um OXO, mas merecia. Acabou sendo um IXI - e com dois belos gols em chutes de fora da área, um de Emerson Sheik e outro de Diguinho.

Sheik entrou no segundo tempo no lugar de Guerrero, que pediu dispensa de um amistoso da seleção peruana para participar dessa e da próxima partidas - decisão que ele agora pode estar questionando intimamente. Emerson novamente entrou bem e criou jogadas perigosas, o que faltou no primeiro tempo. O gol ajuda a consolidar a mudança de fase. Deve ter ganhado pontos à frente de Romarinho como primeira opção para o ataque, até pela fraca jornada do garoto.

Outro que manteve bom nível foi Renato Augusto, por quem passaram as tramas mais lúcidas do ataque paulistano. Do outro lado, Danilo foi muito, mas muito discreto. No ano passado, ele já era dos jogadores com mais problemas para alcançar bom rendimento físico, o que só tende a se agravar. É preciso pensar em alternativas.

Os reservas em campo foram três: Danilo Fernandes no gol, Chicão na zaga e Romarinho no ataque. Os três por lesões dos titulares Cássio, Paulo André e Pato, ou seja, a intenção do Tite era botar força máxima e ganhar a peleja. No entanto, considerando o que se viu em campo, fiquei em dúvida se foi a melhor opção. Será que o grupo qualificado de reservas que tem o Corinthians não teria mostrado mais fome de bola, como foi contra a Barbarense no fim de semana? A letargia de Danilo e os maus desempenhos de Alessandro e Fábio Santos ajudam a fortalecer a tese.

O fato é que o Timão está agora na sétima posição desta interminável primeira fase do Paulistão, com 22 pontos - curiosamente, a apenas do terceiro colocado, o Santos. Tem tudo para se classificar nas seis rodadas restantes, mas precisa ganhar uns joguinhos. Desperdiçar essa folga da Libertadores pode criar um pepino.

As aparências enganam: há os que odeiam e há os que amam

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Minha livre adaptação ao verso inicial da bela composição de Sérgio Natureza e Tunai, gravada por Elis Regina, tem como propósito exemplificar dois comportamentos observados, ontem, na vitória por 2 a 1 do São Paulo sobre o São Bernardo: Luís Fabiano comemorando discretamente o primeiro gol (depois de não ter comemorado ao marcar contra o Oeste, no domingo) e a alegria extravasante de Rodrigo Caio ao fazer o gol da vitória. Não sei se o "Fabuloso" está odiando as críticas da imprensa e da torcida, o técnico Ney Franco, a não convocação para os amistosos da nova "família Scolari", o monte de gols perdidos por ele em todos os jogos ou nunseiquelá nunseiquelá. Só sei que, para quem voltou fazendo juras de amor ao clube, não há justificativa plausível para não comemorar gols - principalmente quando a equipe enfrenta turbulências e os torcedores exigem vibração e raça. Exatamente o que demonstra o garoto Rodrigo Caio, que vai consolidando - com toda justiça - sua vaga no time titular.

Essa é a diferença. Não basta criticar o instável e despótico presidente Juvenal Juvêncio, as possíveis inseguranças e escolhas erradas de Ney Franco ou a postura injustificável de jogadores que afrontaram o treinador. O que está faltando, no São Paulo, é o time chamar a responsabilidade pra si, bater no peito e - mais do que tudo - vibrar! Um exemplo: o elenco de 2005, que nem era mais forte do que o atual e que, antes de vencer o Paulistão (e engatar a conquista da Libertadores e do Mundial), sofria pressão da diretoria, da torcida e da imprensa. Mas o torcedor se lembra dos gritos de incentivo ao time e da raça de Lugano. Do Cicinho comemorando um corte para a lateral como se fosse gol. Do Amoroso berrando "Vai, São Paulo!" ao estufar a rede do adversário. Aquele time conseguia ser aplaudido pelo torcedor mesmo em algumas derrotas. O contrário do elenco de hoje, que é vaiado até quando vence e lidera com sobras um campeonato.

Cadê a vibração no elenco autal? Está na molecada - e Rodrigo Caio é um bom exemplo. Ney Franco deveria se cercar desses jogadores que querem mostrar serviço como "soro antiofídico" contra as cobras criadas do elenco. Lúcio já passou seus primeiros 90 minutos no banco. Luís Fabiano está pedindo o mesmo.

O jogo - A partida em São Bernardo do Campo teve como ponto alto o primeiro tempo, quando as duas equipes se postaram de forma idêntica, com três atacantes, e partiram para o jogo aberto. Se eu fosse diretor do São Paulo, procuraria saber mais sobre Gil, ótimo ponta do Tigre, que tirou Tolói para bailar várias vezes. O Tricolor perdeu algumas chances claras até encaixar bela jogada de ataque: a partir de um corta-luz de Ganso, Jadson (jogando muito, como sempre) passou a Wallyson, que serviu na medida para Luís Fabiano pegar de esquerda, de primeira, e abrir o placar. Porém, num escanteio despretensioso, o volante Denílson (em péssima fase) foi tentar cortar e fez o gol contra que igualou tudo no estádio 1º de Maio. Na segunda etapa, os dois times voltaram com o freio de mão puxado e o jogo só melhorou quando Carleto fez o ótimo passe que culminou no gol de cabeça - e da vitória - de Rodrigo Caio. O São Bernardo foi pra cima e quase empatou, não fosse a boa atuação de Rogério Ceni. Agora, o time tem até 4 de abril para adquirir um padrão e voltar a jogar bem. Antes, porém, terá uma verdadeira prova de fogo contra o Corinthians. A ver.


domingo, março 17, 2013

Depois de perder para o Arsenal da Argentina, São Paulo toma sufoco do Oeste e Ney Franco ouve côro de "burro"

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Agora é fato: do jeito que a coisa vai, Ney Franco não deve durar muito no comando do São Paulo. A vitória suada - e mesmo injusta - por 3 a 2 contra o Oeste de Itápolis hoje, no Morumbi, inaugurou a guerra declarada da torcida contra o técnico Ney Franco. Desde o primeiro tempo, o tradicional côro de "burro" ecoou forte no Morumbi, mostrando que, além de enfrentar oposição explícita de alguns atletas e ironias da diretoria, o treinador também terá que encarar guerra aberta da torcida. Quando chega nesse ponto, ou o time vira um Barcelona e começa a dar show, de um dia para o outro, ou a cabeça do técnico não demora muito pra rolar. Como a primeira hipótese é mais do que improvável...

Eu, de minha parte, não tenho nada contra Ney Franco. Não acho que ele seja pior do que os antecessores de 2010 pra cá - muito pelo contrário. Porém, na Ditadura Juvêncio, os técnicos já chegam ao clube sem poder. É nítido que Ney Franco nunca teria escalado Ganso como titular, em hipótese alguma, e que só o fez por pressão da diretoria. Lúcio é outro que chegou com status de titular, independente da opinião do técnico. Cobras criadas como Rogério Ceni (que afrontou o técnico num jogo no fim do ano passado quando contestou uma substituição), Luís Fabiano e o próprio Lúcio, como bem observou o Glauco no comentário de outro post, tornam o ambiente um campo minado para o treinador.

É fato, também, que o time não tem laterais que prestem. Isso é um absurdo num time do porte do São Paulo. E complica a vida de qualquer treinador. Em 2011, os técnicos tiveram que se virar com o horrendo Píris e o nulo Jean. De 2012 pra cá, Douglas é uma das maiores dores de cabeça que o São Paulo já teve: não marca, não ataca e deixa avenida para os adversários. Cortez, coitado, é esforçado. Só isso. E os volantes Wellington e Denílson não estão jogando NADA. Como um técnico, seja ele quem for, vai conseguir fazer omelete com ovos tão raquíticos? Mas, como sempre no futebol, fica mai fácil demitir um técnico do que o time todo. E o São Paulo terá que começar tudo do zero. De novo...



Timão fura retranca da Barbarense e Sheik "rala o bumbum o chão"

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Fazia tempo que Sheik não jogava bem (Foto: Eduardo Viana/Lance!Press)

O Corinthians bateu, bateu, e bateu até que furou a violenta retranca da União Barbarense, vencendo por 3 a 0 a partida deste sábado, no Pacaembu. Os reservas Douglas e Jorge Henrique marcaram o primeiro e o segundo e Renato Augusto fechou a trinca com um belo toque por cima do arqueiro, anotando seu primeiro e merecido tento pelo Timão.

Tá certo que a Barbarense é forte candidata ao rebaixamento no já tecnicamente rebaixado Paulistão. Mas o time que foi a campo, com apenas 3 titulares, mostra um elenco pra lá de forte: Douglas, Romarinho, Sheik, Edenilson, Guilherme, Chicão e meu desafeto JH disputariam vagas em muito time titular do Brasil. Mais que isso: o pessoal entrou jogando forte, apertando e buscando a vitória, sem a preguiça que caracterizou o time “alternativo” em boa parte do segundo semestre do ano passado. Se mantiverem a pegada, seremos mais competitivos mesmo disputando campeonatos paralelos.

O destaque do jogo foi Emerson, por dois motivos. Primeiro, jogou muito bem e participou dos dois primeiros gols. Se mexeu o tempo todo, criou boas jogadas com suas arrancadas e dribles e foi mais solidário. Segundo, pela declaração depois da partida. Feliz pelo bom desempenho, ele disse não estar em má fase e que s gols virão em breve. Mas o importante foi isso aqui: “Temos um treinador que prega igualdade, que dá oportunidade para quem trabalha. Quem está no Corinthians e conhece o Tite sabe muito bem que ninguém joga com nome. Para conquistar uma vaga, ele fala uma frase que às vezes não pega bem: 'Tem de ralar o bumbum no chão'. Se este é o caminho, é ele que vou seguir”

Pelo temperamento explosivo e perda de espaço recente, Sheik parecia ser um dos principais candidatos a criar uma crise de comando no vestiário. Se ele topar na boa a reserva e correr quando for exigido, fica mais difícil para outros caras criarem problema. Grande mérito de Tite essa condução do elenco.

A partida inaugurou uma sequência de cinco jogos com foco no Paulistão, culminando com o clássico contra o São Paulo. Curiosidade: logo depois do clássico volta a Libertadores. Ou seja, boa chance dos times usarem reservas ou tirarem o pé no jogo mais relevante do período. O pessoal do calendário da FPF mais uma vez está de parabéns.


sábado, março 16, 2013

Montillo marca de novo, Neymar volta e Santos bate Guarani

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“Você esteve duas frente à frente do goleiro Renan [e não fez os gols]. Ele levou a melhor?”

“Claro que não, meu time ganhou de 2 a 1.”

Foi assim que um espirituoso Neymar respondeu a uma das perguntas feitas por jornalistas na saída do gramado da Vila Belmiro. Mais de uma vez, também, o craque sugeriu, sorrindo, que “cada um cuidasse da sua vida”, ao comentar um suposto atraso no treino de sexta, não confirmado pelo Santos, mas ventilado por jornalistas ou por alguém com interesse na venda do atleta.

De qualquer forma, Neymar está voltando. Depois de duas semanas sem jogar por conta de suspensão, voltou a apresentar jogadas plásticas, como um chapéu em cima de Ademir Sopa, e também dribles desconcertantes sobre os rivais. Sim, foi egoísta em algumas jogadas, especialmente no final da partida, quando chegou a incomodar os torcedores na Vila Belmiro. E a marcação do Guarani por vezes facilitou o trabalho, como no segundo gol santista, quando Neymar roubou uma bola no meio de campo e passou por dois adversários para dar uma assistência daquelas paternais a André, que marcou.

Neymar poderia ter jogado mais, mas foi melhor do que vinha sendo. Assim como Montillo, que foi o melhor em campo não só pelo primeiro gol (seu segundo pelo time), uma bela finalização após pedalar num contra-ataque armado por Arouca. Ele também o “arco” da equipe, ora tentando bolas longas, ora conduzindo a redonda até o campo adversário. Ainda fez por diversas vezes a cobertura do lado direito, onde Bruno Peres, pra variar, ofereceu verdadeiras vias expressas para o ataque bugrino.

Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC
Aliás, foi pelas laterais que o Guarani, após o zagueiro Tiago Pagnussat marcar seu gol em escanteio aos 13 do segundo tempo, forçou as entradas na defesa peixeira. Em dados momentos, a pressão campineira parecia que ia resultar em gol, já que a vontade dos comandados do treinador Branco (sim, o de 1994) parecia superior à dos santistas, que não tinham nenhuma compactação entre ataque e defesa e chegaram a ficar no mano a mano com o ataque adversário algumas vezes. 

Quando a equipe da Vila se postou para aproveitar os contra-ataques e jogar no (s) erro (s) do Guarani, criou chances. Uma, duas, três... Como as que Neymar não aproveitou diante do goleiro Renan, como lembrou o repórter na saída da partida. A propósito, Renan é aquele mesmo, convocado quando estava no Avaí por Mano Menezes em seu primeiro jogo pela seleção, contra os EUA. Contratado pelo Corinthians em 2011, estava no Estoril de Portugal mas ainda pertence o Alvinegro da capital paulista, que paga o salário do arqueiro.


Não foi uma peleja digna de nota, mas valeu por Montillo e pela volta de Neymar, que vai desfalcar o Santos contra o Mirassol, dia 21, e o Palmeiras, dia 24, porque estará na gloriosa seleção canarinha de Felipão. Mas não valeu pela atuação irregular de André, que, apesar de marcar um gol, continua jogando mal e teve que escutar a torcida aplaudindo Giva, que o substituiu aos 24 da etapa final, em seu primeiro lance.

Hoje, o Santos dorme na liderança da competição, embora possa acordar depois do fim de semana na mesma quarta posição em que estava antes do jogo. E seguimos em busca de um futebol melhorzinho...

domingo, março 10, 2013

Montillo finalmente marca e Santos vence em Sorocaba

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Perto do final da partida, Felipe Anderson, que havia entrado no lugar de Montillo, carrega a bola pelo lado direito do ataque. Sem opção de passe, nem do lado, nem à frente, nem atrás, resolve tentar um passe longo no meio do ataque santista. A defesa do Atlético de Sorocaba retoma a posse de bola e Muricy grita com seu pupilo que ele devia ter segurado a bola para gastar o tempo e assegurar a vitória.

O treinador não se incomodou com o fato de o meia-atacante peixeiro estar sozinho. Deveria dar bronca nos colegas dele. Mas não o fez. Pouco depois, Patito Rodríguez, que havia entrado no lugar de Giva, recebeu bola na esquerda. Sozinho, fez algumas firulas, sem ninguém se aproximar dele. E foi o “desobediente” Felipe Anderson que apareceu ao lado, recebeu e, de forma arredia, passou por dois adversários e quase marcou o terceiro gol santista.

Felipe Anderson não é um cracaço, mas se movimentou e apareceu pra receber, atravessando o campo, quando o companheiro tinha a bola. Faltou muito isso para o Alvinegro durante todo esse ano de 2013, e parece que Muricy se incomoda mais se um atleta não segura a bola do que com o fato de que ele não tenha opção de passe. Mesmo tentando compactar o campo com uma linha de impedimento perigosa, na primeira etapa o Peixe permitiu aos donos da casa o ataque fácil no meio da zaga e pelos lados, onde a marcação em geral era feita no mano a mano. Menos culpa dos laterais e muito mais da forma de jogar. O destaque sorocabano era Bruninho, habilidoso e rápido, mas que sumiu no segundo tempo.

Mas se o jogo alvinegro não fluía, foi em dois contra-ataques capitaneados pelos dois meias que caíam pelos lados que os visitantes fizeram dois a zero no tempo inicial. Primeiro, com Montillo, que marcou seu primeiro gol pelo Santos depois de uma jogadaça de Arouca, que saiu de trás, tocou e recebeu de volta de Bruno Peres e cruzou para o portenho fazer. Quase no fim do primeiro tempo, Cícero deu um belo drible no lado canhoto e cruzou com consciência para André, até então apagado, marcar.

O Atlético fez o seu logo no começo do primeiro tempo com Tiago Marques, uam bela cavadinha justamente depois de uma tentativa malsucedida da defesa peixeira de desenhar a tal linha de impedimento. Mas ficou ali. O Santos controlou a partida, dominou a posse de bola e quase chegou ao gol em três ocasiões ao menos. Montillo jogou talvez seu melhor jogo, deu um grande passe para André desperdiçar e acertou outros bons passes. Sem Neymar, que tomou o terceiro cartão amarelo contra o Corinthians, o argentino foi a boa notícia da partida porque, de resto, o Santos mostrou uma falta de contundência que irritou quem esperava um desempenho digno da superioridade que um time tinha sobre outro no papel e nas contas bancárias.


Valeu pela vitória, dirão os mais otimistas. Sinceramente, uma vitória pela diferença mínima contra o Sorocaba, que se ofereceu para ser sacrificado com requintes de crueldade na etapa final, é algum feito que se preze? O torcedor espera mais conjunto, mais futebol bem jogado, e também um pouco mais de ímpeto ofensivo para superar um rival inferior técnica e fisicamente como ocorreu hoje.

Clássicos refletem o tédio que é o Paulistão

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Não sou contra os estaduais, mas o Paulistão, definitivamente (e há muito tempo, aliás), deve ser total e completamente reformulado. Não que o Campeonato Carioca, por exemplo, seja modelo de alguma coisa - até porque, tirando os quatro grandes clubes daquele Estado, resta pouca coisa, enquanto aqui temos Ponte Preta, Botafogo e Mogi Mirim para embolar os primeiros lugares da tabela. Mas vejam a diferença: no mesmo fim de semana em que Santos e Corinthians fizeram um dos piores confrontos da História dos dois times, as semifinais do 1º turno do estadual do Rio proporcionaram aos torcedores dois jogaços, o movimentado Vasco 3 x 2 Fluminense, no sábado, e o eletrizante Botafogo 2 x 0 Flamengo, no domingo. Uma semana depois, a mesma coisa: enquanto São Paulo e Palmeiras repetiram o modorrento zero a zero de seus principais rivais, o Botafogo fez uma ótima partida contra o Vasco, pela decisão da Taça Guanabara, e venceu com um gol no final do segundo tempo, obrigando o rival a pressionar - e os torcedores a prenderem a respiração - até o apito final do juiz, literalmente.

O resultado disso? Aqui, o público some. Santos x Corinthians atraíram 17 mil torcedores e São Paulo x Palmeiras, 18 mil. Enquanto isso, no Rio, 39 mil acompanharam a final da Taça Guanabara - e, ainda que apenas 22,7 mil tenham pago para isso, esse número também é maior do que o dos clássicos paulistas. Bom, não adianta chorar o Estadual derramado - ou demorado. É nítido que Corinthians, Palmeiras e São Paulo estão muito mais interessados na Libertadores, o que só ocorre com o Fluminense no Rio. Mas isso não é desculpa. A Federação Paulista de Futebol faz com que os grandes daqui enfrentem o Estadual como um fardo, um incômodo, um obstáculo indesejável. Se pelo menos a fase de grupos fosse menor, passando para uma fase mata-mata tipo "melhor de três", a partir das oitavas-de-final, tenho certeza que veríamos jogos menos entediantes do que os dessa 1ª fase, que, a cada ano, aborrece mais. São Paulo e Palmeiras até tentaram mostrar algum serviço no segundo tempo, mas ficou nítida aquela postura, na cara dos atletas, de "Ah, isso não vale nada, mesmo...". Clássico com placar em branco é a cara do Paulistão. "Divirtam-se":


Ps.1: Totalmente justa a expulsão do Lúcio. Como disse o Glauco, ele está jogando só com o nome.

Ps.2: Totalmente injusta a reclamação de Ganso, ao ser substituído. Não está jogando nada. Nada.

Ps.3: Rodrigo Caio foi o melhor em campo, pelo São Paulo. Luís Fabiano perdeu gol feito e sumiu. 

segunda-feira, março 04, 2013

Reservas e arbitragem dão vitória ao São Paulo

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Mais uma vez, para poupar os titulares, Ney Frnaco escalou o "Expressinho" contra o sofrível Penapolense, fora de casa, e obteve sucesso. O zagueiro Rhodolfo abriu o placar logo no início do jogo e Ademílson fechou o 2 a 0 na metade da segunda etapa. Cabe ressaltar, como no título do post, que a equipe do interior foi garfada dentro de sua própria casa pela arbitragem. No primeiro tempo, o (horroroso) zagueiro e dublê de lateral-direito João Filipe fez duas faltas importantes que não foram marcadas: uma foi pênalti e outra renderia o segundo cartão amarelo - o que deixaria o São Paulo com dez em campo. Fora isso, Maicon, que também já tinha cartão, empurrou um adversário e, no mesmo lance, usou a outra mão para mandar a bola na trave do Penapolense. O juiz só marcou impedimento. Para completar, na segunda etapa, o lateral-direito Lucas Farias cometeu outro pênalti. Para variar, não marcado.

Além de ser muito feio vencer dessa forma, essa ajuda da arbitragem desmonta o bla-bla-blá da imprensa esportiva sobre a eficiência dos reservas do São Paulo, pela invencibilidade de quatro jogos e coisa e tal. Conversa mole. A única apresentação convincente desse time foi contra o Corinthians, no fim do Brasileirão do ano passado. No mais, só pegou adversários fracos, como o Atlético de Sorocaba, Guarani e, ontem, o Penapolense. Mas, para não dizer que não houve destaques, aponto os volantes Maicon e Fabrício como possíveis alternativas para o time titular, no futuro próximo, bem como o lateral-direito Lucas Farias (que não pode ser pior que Paulo Miranda ou, principalmente, Douglas). Se Cortez continuar jogando mal, Carleto também se habilita a conquistar a lateral-esquerda. E Wallyson mostrou que, quando estiver recuperado, tem velocidade, inteligência e poder de finalização para disputar a lateral-direita. Quanto ao Ganso... Bem, deixa pra lá.

 



domingo, março 03, 2013

Santos 0 X 0 Corinthians - clássico quase centenário, sem nada de bom (visão santista)

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Belo lance... (Divulgação/SantosFC)
Jogo fraco, fraco... Por mais que se diga que a marcação prevaleceu e numseiquelá, numseiquelá, numseiquelá, a partida entre Santos e Corinthians no Morumbi foi bem ruinzinha de ver, ainda mais (imagino eu) pra quem não torcia pra nenhuma das duas equipes. O final de Flamengo e Botafogo, transmitido pela Vênus Platinada, foi mais emocionante do que os 90 minutos do clássico de São Paulo. Talvez isso faça com que a Federação dominante hoje no futebol brasileiro reflita acerca de seu campeonato. Bobagem, não vai mudar nada...

Bom, o Santos entrou sem Renê Júnior, suspenso, e também sem Miralles, contundido. Já os visitantes em sua cidade vieram sem os laterais Alessandro e Fábio Santos, com Edenílson e Igor nos respectivos postos, com mais obrigações defensivas do que ofensivas na maior parte da peleja.
Nos dez minutos iniciais, só deu Santos, coisa rara em jogos do Timão, que costuma pressionar os adversários no início. Algumas triangulações pela canhota com Léo, Cícero e Arouca davam a impressão de que se tratava de uma equipe portenha, tal qual o Boca nas priscas eras de Bianchi, mas ilusão durou essa nona parte do jogo. Era o Alvinegro Praiano desentrosado e dependente de jogadas individuais que tem feito o peixeiro sofrer desde o segundo semestre de 2012.

Logo, o Corinthians equilibrava as ações e o Peixe passava a postar nos passes longos, nas bolas mal conduzidas por jogadores que têm como característica justamente conduzir a bola. Arouca, Montillo, Neymar... Não, não dá pra transpor um time que joga de forma compacta na intermediária, como o Corinthians, assim, a não ser que um deles esteja inspirado. Mas nenhum deles estava. Arouca, na fase regular de sempre; Neymar, com atuação discreta como em todo o ano de 2013. Alguém vai lembrar: “Ah, mas Neymar é o artilheiro da equipe no ano”. Verdade, ele, como os filmes de Woody Allen, é bom até quando é ruim. Mas hoje, como em outros jogos do Alvinegro no ano, foi só ruim. Simulou uma penalidade e tomou cartão amarelo justamente, tentou lances sozinho e não conseguiu ser diferente. Montilo é uma desculpa para Muricy não ser crucificado em praça pública, já que nenhum clube do Brasil (e de fora) desaprovaria a contratação do argentino que vem jogando abaixo da crítica, não só do esperado. Felipe Anderson entrou no segundo tempo e foi melhor que o portenho no pouco tempo em que atuou.

Na etapa final, o Corinthians chegou mais vezes perto do gol, mas Guerrero não justificou a fama goleadora, perdendo uma oportunidade incrível perto de Rafael, que até foi bem no jogo, ao contrário das partidas pregressas. Mas foi Cássio que fez a defesa do clássico, em falta de Marcos Assunção, que ainda pegou a trave.


André foi uma nulidade, como vem sendo partida sim, quase outra também. Faltou ousadia a Muricy para colocar Giva antes, mas vá lá, é compreensível. Ambas equipes estavam mais preocupadas em não perder do que em vencer, essa é a leitura que se pode ter da partida, cada qual por seus motivos. 

A essa altura do Paulista, que não vale muita coisa, não dá nem pra dimensionar o valor de um clássico que vai se tornar centenário no meio do ano. Aliás, hora dos dois clubes combinarem ações em conjunto para valer a data, não?

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Buracos na defesa são novos sintomas da Empatite

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Pato marcou o primeiro, Guerrero o segundo (Luis Moura/Gazeta)

Neste domingo, contra o Bragantino, o Corinthians conseguiu seu quinto empate consecutivo entre Paulistão e Libertadores. Foi também o terceiro 2 a 2 consecutivo na competição estadual, o que é ainda mais curioso. Muita gente tem lamentado a volta da “Empatite” que vitimou a equipe em tempos idos. Mas, se bem me lembro, a doença trazia uma penca de zeros nos placares, o que não tem sido a tônica. O mal pode ser o mesmo, mas o vírus causador sofreu uma mutação que trouxe novos sintomas.

O ataque tem funcionado razoavelmente, com seis gols em três jogos (e 1 nos trocentos mil metros da Bolívia, que dificulta avaliações) e mais um punhado de chances criadas (na altura, Sheik perdeu dois que mostraram porque ele me parece em marcha acelerada rumo ao banco). Mas a defesa começa a preocupar. Pode ser a combinação de falta de ritmo e má condição física de Paulo André e Fábio Santos, os dois mais velhos (sem contar Alessandro, que não jogou ontem), com o desentrosamento de Gil e Edenilson. Ou talvez seja só a ruindade de alguns destes personagens, que vinha sendo escondida pelos méritos coletivos de uma equipe bem armada e determinada. Duas outras possibilidades. Uma, que Gil e Paulo André têm características parecidas, mais para os antigos quarto-zagueiros. Funcionarão melhor com Chicão, que leva mais jeito para camisa 3. Estes três problemas podem ir na conta da diretoria, pela montagem do elenco – e pela perda do promissor Marquinhos – que ficou com poucas opções no miolo.

Outra possibilidade, mais tática, parte do reconhecimento de uma tentativa de Tite que mudou um pouco o posicionamento do meio-campo. Ralph tem aparecido mais no ataque, o que parece ser encorajado pelo chefe. Contra o Braga, a transmissão televisiva diz que Tite cobrou os meias para ajudarem mais na marcação na meia cancha, ajudando a cobrir o volante. Os frequentes erros na zaga podem ser resultado dessa mudança na organização coletiva – ou pode ser tudo um pacotão de problemas.

Essa mudança, se não se tratar de um delírio provocado pela súbita diminuição de álcool em meu sistema após o carnaval, pode indicar experiências para encaixar no time titular as contratações para o meio e ataque – onde a diretoria trabalhou muito e bem. Imaginei um time num tipo de 4-4-2 inglês, com Renato Augusto e Danilo marcando pelos lados sem a bola e armando e trocando de lugar na transição ofensiva (vimos os dois juntos por alguns minutos em Oruro, mas a altitude destruiu Danilo antes que conclusões fossem possíveis). Nessa formação, os dois volantes teriam mais companhia na marcação e mais espaço para avanços – que eu imaginei utilizado só por Paulinho, mas pode ser que Tite queira tentar incluir Ralph no revesamento ofensivo. Com isso, caberiam Guerrero como referência e Pato como segundo atacante, se movimentando pelo ataque, voltando para buscar a bola e achar espaços para partir em velocidade, o que faz muito bem. No papel, parece bom.

No entanto, minha fértil imaginação foi desmentida por Tite no final do jogo de ontem. Quando vi que Guerrero entraria no lugar de Douglas (que foi bem, mas cansou), imaginei o time exatamente desse jeito, mas o que se viu foi Renato Augusto ocupando a faixa central do 4-2-3-1 e Guerrero e Pato revesando de forma muito descordenada entre a centroavância e o lado do campo. Não rolou bem e o gol de empate só saiu pelo vacilo de um zagueiro do Braga que achou por bem botar a mão a bola na área.

Um destaque para a eficiência do Bragantino em bater: a certa altura, eram 20 faltas contra 5 do Corinthians, número realmente pitoresco.

Tragédia de Oruro

Andei totalmente sem vontade de escrever sobre futebol desde a imbecilidade que ocorreu na Bolívia e vitimou um garoto de 14 anos. Resumo de minha opinião sobre o fato, sempre com o foco de encontrar a melhor maneira de impedir que esses tipo de coisa aconteça novamente:

- Há uma dimensão coletiva e uma individual que devem ser abordadas. A tragédia só acontece porque existe conivência com a violência por parte da Conmebol e dos times. Logo, as punições coletivas são importantes para abordar este aspecto. Mas acho fundamental dar destaque ao aspecto individual da coisa: um ou um grupo de cretinos levou bombas para uma multidão, com ou sem o intento de dispará-las contra outras pessoas. Eles devem pagar de acordo com a lei, ou haverá impunidade. Se realmente foi o rapaz que se entregou à Justiça em Guarulhos, ele tomou uma atitude corajosa. Mas merece as penas cabíveis.

- Que todos os envolvidos paguem e que isso se torne padrão em todas as competições da Conmebol. Isso inclui o Corinthians, pela torcida, mas também o San José, como mandante e responsável pela segurança. Nenhuma punição será questionada por mim se tornar-se regra a ser obedecida por todos. E, como dito acima, o imbecil (ou imbecis) que se tornou assassino também deve estar na conta.

- O aspecto punitivo é importante, mas também é fundamental que se modifiquem as condições de segurança. Em nenhuma aglomeração humana deve ser permitida a entrada com materiais potencialmente mortais. Precisamos parar de tratar o futebol como uma dimensão a parte e exigir medidas de segurança.

- Qualquer ataque ou insinuação ao Corinthians ou corintianos como "assassinos", como um torcedor do Bragantino chamou o Tite, é injusta e altamente escrota. O mesmo vale para o San José.

(Modificado às 10h40 do dia 26/2)

domingo, fevereiro 24, 2013

Não, Ganso não pode ser titular

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Meia é escalado por pressão externa
Mais uma vez, o São Paulo jogou uma partida com dois times diferentes, sábado, no Morumbi, na vitória por 3 a 0 contra o Linense. No primeiro tempo, com o inoperante Paulo Henrique Ganso compondo o meio com Jadson, o time foi facilmente envolvido e só não levou gol por causa da limitação técnica do adversário. Sorte do Tricolor é que Jadson continua em excelente fase e, depois de acertar a trave, aproveitou outro lance para tocar de primeira para o fundo do gol. Na segunda etapa, o técnico Ney Franco fez a previsível substituição de Ganso por Aloísio, voltando ao esquema vencedor do final de 2012, com dois pontas abertos e um centroavante, e atropelou o Linense. Osvaldo fez um bonito gol, após jogada de Luís Fabiano, e Fábio Lima, na tentativa de impedir a bola de chegar no camisa 9 sãopaulino em outro lance, tocou de joelho contra o próprio patrimônio e deu números finais à partida pelo Campeonato Paulista.

Está mais do que na cara que Ganso só está sendo escalado por pressão externa à comissão técnica, provavelmente da diretoria do clube, que desembolsou R$ 16,5 milhões para contratá-lo, e da investidora DIS, que completou os R$ 7,4 milhões restantes para inteirar os R$ 23,9 milhões pagos ao Santos. Aliás, o próprio nome do parceiro já diz (ou DIS) tudo: investidora. O "produto" tem que jogar, tem que ganhar títulos, tem que voltar para a seleção brasileira e, com isso, arranjar uma transação multimilionária para um clube estrangeiro. Ney Franco, que nesse momento precisa mais de bons laterais (Cortez e Douglas deixam a desejar e Carleto e Paulo Miranda também), tem que se virar para encaixar o improdutivo Ganso no time. Concordo que ainda é cedo para julgar seu potencial como atleta. Mas, como observou o Glauco em um post de agosto passado, Ganso "pintou como grande estrela e, além de estagnar, retrocedeu." Vamos ver até quando Ney Franco vai se submeter, calado, à pressão da diretoria (e da investidora) para escalá-lo. Afinal, o torcedor não é bobo e a situação já está descaradamente constrangedora para o treinador.



quinta-feira, fevereiro 21, 2013

20 gols para alcançar França

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Luís Fabiano comemora com França em 2001
Há 12 anos, em 24 de fevereiro de 2001, o São Paulo estreava uma nova formação no ataque. Cansado de testar, sem sucesso, Ilan ou Renatinho como parceiros de França naquele início de temporada, o técnico Oswaldo "Vadão" Alvarez escalou, para a partida contra a Matonense, pelo Campeonato Paulista, o recém-contratado - por empréstimo, do francês Rennes - Luís Fabiano, de apenas 20 anos. Deu certo: o São Paulo venceu por 2 a 0 no estádio Hudson Ferreira, em Matão, com um gol de França e outro de Carlos Miguel. Para o jogo seguinte, o primeiro da decisão do Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã, Luís Fabiano foi mantido como titular no ataque. E, naquele 28 de fevereiro, marcaria seus dois primeiros gols pelo Tricolor, que venceu o Botafogo-RJ por 4 a 1 (França e Carlos Miguel, novamente, completaram o placar) e praticamente garantiu o troféu. Na partida de volta, um novato chamado Kaká confirmaria o título com dois gols.

Lance de gol contra o São Caetano, ontem
Foi a única conquista da dupla França-Luís Fabiano. No final de 2001, Luís voltou ao Rennes e, em julho do ano seguinte, recuperado de grave lesão, França foi vendido ao Bayer Leverkusen. Em seis anos, a partir de 1996, tinha alcançado a marca de 182 gols pelo São Paulo, sendo o quarto maior artilheiro da História do clube, atrás apenas de Serginho Chulapa (242 gols), Gino (233) e Teixeirinha (189). Para o seu lugar, Luís Fabiano foi comprado e retornou ainda em 2002, permanecendo mais dois anos. Depois, passou pelo Porto e o Sevilha antes de jogar a Copa da África do Sul como titular pelo Brasil, em 2010, e voltar ao São Paulo no ano seguinte. Demorou quase um ano para se recuperar de lesão e, ao assumir novamente o comando do ataque, mostrou que ainda é artilheiro. Ontem, no estádio Anacleto Campanella, pelo Campeonato Paulista, marcou duas vezes na vitória por 4 a 2 (Maicon e Aloísio completaram a conta). Com isso, chegou a 162 gol com a camisa sãopaulina. E ficou a 20 de igualar o ex-companheiro França, que se aposentou recentemente.


O JOGO DE ONTEM - Talvez pressionado pela diretoria, o técnico Ney Franco insistiu em escalar Ganso como titular mais uma vez, contra o São Caetano, deslocando Jadson para a ponta direita (onde ele não produz nada). A salvação foi explorar o (excelente) Osvaldo, que, em jogada individual, deixou Luís Fabiano na cara do gol para abrir o placar. O Azulão reagiu e passou a explorar a velocidade de Pirão e Jóbson para cima do (esforçado) Douglas no lado esquerdo do ataque. E eles deixaram Danielzinho livre para empatar. Nesse momento, o São Caetano dominava, e só não ampliou porque foi prejudicado pelo juiz: o veloz Jóbson teve um impedimento mal marcado e Danielzinho sofreu um pênalti, em dividida com Rogério Ceni, que o juiz fez que não viu. Em outro lance, Jóbson sofreu falta na linha de fundo e a arbitragem também desconheceu. Mesmo assim, num contra-ataque fulminante, o próprio Jóbson virou o placar. Na base do desespero, o São Paulo "achou" um gol com Maicon, substituto de Wellington, antes do fim da primeira etapa: 2 a 2.

O segundo tempo começou morno, com poucas chances para cada lado até que, em tabela com Jadson, Luís Fabiano conseguiu fazer o terceiro. Ganso jogava muito mal e Ney Franco o preservou ao colocar Aloísio em seu lugar e voltar ao esquema que deu certo no final de 2012, com dois pontas abertos e Jadson no meio-campo. Wellington voltou, substituindo Maicon, e Cortez deu lugar a Carleto, que entrou muito bem na equipe e cruzou para Aloísio fechar o placar. O time que terminou o jogo, parece ser o ideal: Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Tolói e Carleto; Denílson, Wellington e Jadson; Osvaldo, Luís Fabiano e Aloísio. Com a ressalva de que Douglas só é titular porque Paulo Miranda está machucado. Eu o substituiria por Wellington (caso Fabrício volte como volante), Lucas Farias ou mesmo João Filipe. Sem prejuízo.

domingo, fevereiro 17, 2013

Visão Corintiana: Timão complica Derby que parecia fácil

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Little Romário: 3 jogos contra o Palmeiras, 4 gols

O único Derby garantido para os paulistas neste ano terminou num empate de 2 a 2. Corinthians e Palmeiras até podem se enfrentar novamente, mas tudo vai depender dos desempenhos e cruzamentos na Copa do Brasil, Libertadores e no próprio Paulistão. Certeza mesmo, só esse clássico, em que um Timão desatento deu brechas para que um aguerrido e surpreendentemente organizado Verdão complicasse e muito o jogo. Para o espectador sem ligações carnais de algum dos lados, uma benção, pois o jogo ficou muito mais emocionante e disputado. Para a corintianada, só preocupação.

O Corinthians começou muito bem o jogo, arrasador ao seu modo. A organização de uma equipe cuja base já tem quase dois anos deixava ainda mais claros os problemas do Palmeiras, equipe em formação e buscando reencontrar a auto-estima. O Timão impôs o toque de bola, apertou a marcação e as chances foram surgindo. Bola na trave de Jorge Henrique, cabeçada raspando de Paulinho, gol de Sheik após ajeitada de cabeça de Paulo André. Ainda teve uma outra bola na trave em imperdível gol perdido por Guerrero. Depois disso, o ritmo baixou.

Não sei se foi preguiça, se foi a má forma física do início da temporada (com o reforço da idade elevada de boa parte do time titular) ou, o pior motivo, se o pessoal subiu no salto. Mas o fato é que o time tirou o pé, não ganhou mais nenhuma dividida e o Palmeiras cresceu. Mais calmo, mostrou organização surpreendente para quem está estreando gente nova a cada jogo e levou perigo em ataques rápidos. Wesley fazia parte das tramas, mas exibia um egoísmo impressionante. Não fosse isso, talvez o empate tivesse vindo antes. Mas veio, em cruzamento do mesmo volante e cabeçada de Vilson, que vem sozinho de trás, em falha do sistema de marcação. Ralph olha a bola e o moço chega como quer para fuzilar Cássio. Não é trágico, mas cabe notar que erro muito semelhante aconteceu no gol de Rivaldo, contra o São Caetano. Tite tem algo a corrigir.

O segundo tempo começou quase igual, com um Palmeiras compacto, fechadinho, explorando bem os contra-ataques. Nessas veio a virada, em novo cruzamento. Falta tosca cometida por Ralph, cruzamento na área e Cássio erra grotescamente a saída do gol. Vinícius 2 a 1. O Verdão ainda teve umas três chances de ampliar até que Tite decidiu mexer, e dessa vez não foi tão lento como costuma. Trocou Alessandro por Romarinho (JH virou lateral), Danilo por Renato Augusto (dois dos mais velhos jogadores) e  Guerrero por Pato. A mexida deu novo gás e o Timão passou a pressionar e não dar chance para o Palmeiras, que se segurava.

Até que num bicão/lançamento da zaga, Pato deu uma matada que justifica minha fé no rapaz e esperou. Achou ele, Little Romário,  rapaz de comprovada estrela contra o arqui-rival. Chute da entrada da área no canto e caixa.

A pressão continuou até o fim, ainda que desorganizada, na base de toques longos e meio burros. Se tivesse colocada mais a bola no chão, mais chances teriam aparecido. Culpo um pouco Renato Augusto, que entrou para ser meia e tinha que botar a bola no chão, e Paulinho, em noite pouco inspirada – impressão que poderia ser toda outra se a bicicleta extremamente plástica tentada pelo volante no final tivesse desviado uns 40 cm para a direita.

No final, ficou a impressão de que o Corinthians complicou e muito um jogo que se anunciou como tranquilo – não antes, mas nos primeiros minutos da partida. Começou como se fosse aplicar uma goleada sem sustos e terminou correndo atrás do prejuízo. De bom, vemos que o time está organizado e tem entrosamento. Além disso, tem peças no banco de muita qualidade e capacidade para mudar um jogo complicado. E é razoável esperar que a equipe aprende com os erros e entrará com o pé mais firme nos próximos jogos decisivos.

O Palmeiras mostrou ter bons jogadores no meio-campo e um time que deve melhorar com o entrosamento. Souza e Wesley são inteligentes e sabem jogar bola, mas precisam conversar mais. Welder jogou bem e registro aqui minha surpresa por passar batido da maldição do ex-jogador.

Vamos ver como será o próximo duelo entre os dois times – se ele por ventura acontecer neste ano.

sábado, fevereiro 16, 2013

Dessa vez, Ganso fez

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Depois de perder um gol (mais ou menos) feito nos últimos instantes da partida contra o Atlético-MG, na quarta-feira, o que garantiria um empate salvador fora de casa, Paulo Henrique Ganso não desperdiçou sua chance hoje, aos 43 do segundo tempo, e garantiu a vitória por 3 a 2 sobre o Ituano, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista. Mais do que aliviar o já questionado técnico Ney Franco, o camisa 8 livrou mesmo foi a cara do goleiro Rogério Frango, digo, Ceni, que cometeu mais uma daquelas falhas inacreditáveis e vexaminosas no primeiro gol do adversário (volto a comentar sobre isso no último parágrafo).

O São Paulo até que não jogou mal, mas os velhos problemas ficam cada vez mais nítidos. Assim como observei no post sobre a derrota para o Atlético-MG, os dois gols sofridos surgiram pelo lado esquerdo da defesa. Não adiantou trocar Rhodolfo por Rafael Tolói, pois o volante Wellington, incumbido de dar cobertura pelo setor, continua falhando e dando motivos para perder o posto no time titular (Maicon entrou em seu lugar e mostrou mais serviço). Ainda pelo lado esquerdo, Cortez não consegue atacar nem marcar direito. E, no ataque, Luís Fabiano vive má fase e Aloísio não se acerta como ponta-direita.

De útil, Jadson fez outra excelente partida, dando uma assistência e fazendo um gol. O técnico está certo em tentar manter o esquema que deu certo no fim do ano passado, com um centroavante e dois pontas abertos. O problema é que o São Paulo não tem lateral-direito (Douglas não serve pra nada e Paulo Miranda é zagueiro de ofício) e, pela esquerda, há uma avenida para os adversários. A saída de jogo também está complicada. Uma solução paliativa seria efetivar Maicon como segundo volante, avançado, e recuar Denílson. Wellington poderia ser um lateral-direito mais marcador. Tolói também é melhor que Rhodolfo.

Este seria um possível caminho para que Ganso fosse melhor aproveitado. Se o São Paulo conseguisse uma dupla de laterais mais marcadora, a velocidade dos pontas poderia ser explorada por um meia clássico, mais fixo e com passes de longa distância, como o ex-santista. Porém, seria uma pena sacrificar Jadson, que é, hoje, o melhor do time. Enfim, Cortez e Luís Fabiano precisam acordar para a vida. E o problema emergencial é setor defensivo pela esquerda. Denílson, recuado, poderia ajudar. Mas esse abacaxi eu deixo para o Ney Franco descascar - até porque, convenhamos, ele ganha muito mais do que eu...


"CAGADA" - "No intervalo, após o primeiro tempo, eu disse para o time: 'Se a gente perder, a responsabilidade será minha, a cagada fui eu quem fiz'." Dessa forma, Rogério Ceni resumiu o frangaço que levou no primeiro gol do Ituano, em chute despretensioso de Kleiton Domingues. Ao cair para fazer a defesa, a bola quicou na grama, bateu em sua mão, resvalou na trave e, para surpresa do próprio atacante, entrou no gol. Prato cheio para quem odeia Ceni, que já tinha passado por bobo no último jogo, em lance com Ronaldinho Gaúcho. Mas o camisa 1 sabe que, no próximo gol que marcar, a torcida o perdoará.