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sexta-feira, março 05, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 50

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FALANDO DA VIDA
(Rodger Rogério/ Dedé)

Rodger Rogério

No meio do dia não venha tentar quebrar meu encanto
Não venha chorar, por enquanto
Meus olhos de olhar, de olhar querem ver o que há
Não venha me encher de mistérios
Não vou prometer ficar sério

Não venha, não venha tentar quebrar meu encanto
Não venha chorar, por enquanto
Não venha me encher de mistérios
Não, não vou prometer ficar sério
Não venha estragar meu prazer
Não, não vou prometer
Não venha estragar
Enquanto durar

No meio da noite não posso deixar
Não posso deixar de sair
Se você quiser, pode vir
Não quero mudar minha sorte
No meio da noite não posso deixar
Não posso deixar de sair
Se você quiser, pode vir
Não quero mudar minha sorte

Se a morte, se a morte vier me encontrar
Ela sabe que estou entre amigos
Se a morte, se a morte vier me encontrar
Ela sabe que estou entre amigos
Falando da vida, falando da vida
Falando da vida e bebendo num bar
Falando da vida, falando da vida
Falando da vida e bebendo num bar

(Do LP "Meu corpo, minha bagagem, todo gasto na viagem", Continental, 1973)

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

A propósito, não tem propósito

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Traçando um bife à cavalo com batata frita num sujão da vida (sujinho é buteco fresco), o nome do prato me lembrou "O rancho da goiabada", composição de Aldir Blanc e João Bosco imortalizada por Elis Regina. Vai daí, uma memória puxa outra e me veio à mente uma paródia que fiz dessa música, em 2005, quando conheci quase todos os manguaças e colaboradores que fazem esse blogue. Tem piadas internas, nomes próprios e de bares, situações e bizarrices que só a coletividade poderá identificar, mas serve como registro de uma fase pré-Futepoca - que surgiu, também, como extensão das noitadas de bar e dos "debates" que elas provocavam entre os membros desse grupo e outros frequentadores do Bar do Vavá (foto), Moskão, Minhoca, Primus, 666, Padrogas, Sinuca, Seu Nenê e outros fóruns não menos adequados. Quando, muitas vezes em uníssono, entoamos essa "canção". Peço perdão pelos palavrões, mas quis manter o "espírito" original (sem confundir com a cerveja). Vamos a ela:

O RANCHO DA MANGUAÇADA

Os jornalistas, quando tomam
Umas birita, espantando a moleza
Sonham com o Bar do Vavá, o Minhoca e a Sinuca
Mas tem certeza
Que é só ligar pro Moskão
Que vem cerveja
Depois costela, salsicha e o cigarro da estagiária
Chamada Leonor
Ou Bruna Rosa...

Pensar
Na porra do texto que o cliente quer
E que só nos adia o bar
Onde os açougueiros se encontram
Cantando a Moscuda pra poder suportar, ai

Mas os clientes, persistentes, são carniça
São uns veados, são dementes, vigaristas
Cabaços, muquiranas, animais, todos pirados
Pedindo e cobrando a pica do texto
E só aumentando a azia
Dos jornalista embriagado

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Som na caixa, manguaça! Volume 49

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LENDA DO CARMO
(Composição: Ivan Lins / Vitor Martins)

Ivan Lins

O mestre bandoleiro invade a cidade
Pega da espada e muda o rumo da manhã
E o povo corre pra igreja
Pra se esconder do mal
Os santos milagreiros, mulheres e homens
Bebiam juntos o vinho e repartiam o pão
Era a folia, era o milagre
Do vinagre e sal

O mestre bandoleiro deixando a cidade
Quebra a espada e muda o rumo da manhã
Cinzenta e fatal
Imortal
Os santos e as pessoas invadem a cidade
Tocando sinos, cantando hinos de procissão
Era a folia, era a alegria
Era um Carnaval

Na mesma taça, o sangue e o vinho da igreja
A água benta, a cerveja e o suor
A mesma dança, uma vingança
Um negro ritual
O povo sem cerveja, os santos sem milagres
A igreja só e não muda o rumo da manhã
Virgem Santa! Quanta solidão! Perdição!

(Do LP "Chama acesa", RCA, 1975)

terça-feira, janeiro 19, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 48

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SAI DESSA
(Natan Marques / Ana Terra)

Elis Regina
(* 17/03/1945 . + 19/01/1982)

Sonhei que existia uma avenida
Sem entrada e sem saída pra gente comemorar
Toda hora, todo dia, toda vida

Na tristeza e na alegria, sem platéia e sem patrão
Hoje eu sonhei que cerveja sai da bica
No banheiro não tem fila nem existe contramão
Que o trabalho é ali na nossa esquina
E depois do meio dia, nem polícia e nem ladrão

Sonhei, como faço todo dia
Como você não sabia, meu senhor não levo a mal
A beleza, o amor, a fantasia
O que tece e o que desfia não se aprende no jornal

Hoje eu sonhei, mas não vou pedir desculpas
E nem vou levar a culpa de ser povo e ser artista
Sem essa, moço, por favor não crie clima
Seu buraco é mais embaixo nosso astral é mais em cima

(Do LP "Vento de Maio", EMI, 1980)

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 47

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CHICLETE DE HORTELÃ
(Composição: Zeca Pagodinho)

Mussum

Eu já mandei pedir à Odete
Para me mandar
Um chiclete de hortelã
Para tirar
Esse cheiro de aguardente
De romã do Ceará
Já cansei de implorar à minha irmã
Prá me mandar um chiclete de hortelã

Ela foi para bahia
Terra do balangandã
E numa casa de santo
Foi comprar um talismã
Que dizia ter encantos
Quebrava os quebrantos
E era de Iansã
E eu só pedi prá me comprar
Um chiclete de hortelã

Quando vem raiando o dia
Meditando em seu divã
Só penso na carestia
Que aumenta a cada manhã
Oh, meu Deus, que bom sereia
Se eu comprasse alcatra ou chã
Mas o dinheiro já nem dá
Pro chiclete de hortelã

Nos meus tempos de infância
Todo dia de amanhã
O bom velhinho do doce
Que de criança era fã
Tem cocada, mariola
Bala e doce de maçã
Olha aí

Quem quer comprar
Um chiclete de hortelã
O meu time vai domingo
Jogar no maracanã
Vou festejar a vitória
Com a torcida campeã
Se quando eu chegar em casa
Não estiver de cuca sã
Prá disfarçar eu vou mascar
Um chiclete de hortelã

(Do LP "Mussum - Água Benta", 1978) - baixe aqui

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Som na caixa, manguaça! - Volume 46

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VOU PARAR DE BEBER
(Romilson Luiz/ Eládio Sandoval)

Piu Piu de Marapendi

Aí, garçom, vou sentar aqui, mermão
Vô comê, vô bebê, vô engraxá o sapato
Eu vô cuspir no chão e não vou pagar
Falô, então? Traz mais chopinho aí, gente boa!

Pensando bem
Eu vou parar de beber
Se continuar assim
Logo, logo eu vou morrer
(Que coisa triste, meu irmão!)

Pensando melhor ainda
Eu não vou parar de beber mais não
De que adianta eu parar agora
Se eu já tenho o pé dentro do caixão?
(Faloooouu...)

Garçom, desce mais um chope
Me chamam de pau d'água mas não ligo
Ou eu acabo com esse chope todo
Ou esse chope todo vai acabar comigo

Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Até o dia clarear
Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Pendura a conta que eu não vou pagar!

Aê, mermão, cavaquinho!
(entra solo de guitarra)

Pensando bem
Eu tô sozinho demais
(Que coisa triste, gente boa!)
Minha garota me deixou por outro
Porque reclamava que eu bebia demais
(Vê se pode!)

Tudo que vejo
Me faz lembrar do seu rosto
(É isso aí, malandragem)
Mas já descobri que meu destino
É tomar muito chopinho e muito tira-gosto

Por causa disso...

Garçom, desce mais um chope
Me chamam de pau d'água mas não ligo
Ou eu acabo com esse chope todo
Ou esse chope todo vai acabar comigo

Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Até o dia clarear
Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Pendura a conta que eu não vou pagar!

(Compacto simples, Gravadora Lança/Polygram, 1982)


domingo, outubro 25, 2009

Som na caixa, manguaça - Volume 45

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OS PILARES DA CULTURA

A Barca do Sol

Não puxe a arma, não faça drama,
Procure manter a calma, nã, não voa!

Não cuspa fora, não perca o sono,
Prefira sempre a balada, uma gelada!

Não force a barra, não gaste a grana,
Evite cair no gôto do esgoto!!

Não abra o frasco, não perca sangue,
Refresque seus temores numa Brahma!

Não abra o verbo, não queime a cama,
Quero que você me esqueça neste inferno!

(Do LP "Durante o verão", Continental, 1976)

O primeiro à esquerda é o flautista Ritchie, futuro "Menina veneno"

segunda-feira, setembro 28, 2009

Som na caixa, manguaça - Volume 44

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O PATRÃO MANDOU
(Composição: Paulinho Soares)

Paulinho Soares

O patrão mandou cantar com a língua enrolada
Everybody, macacada! Everybody, macacada!
E também mandou servir uísque na feijoada
Do you like this, macacada? Do you like this, macacada?
E ainda mandou tirar nosso samba da parada
Very good, macacada! Very good, macacada!

Não sei o que é que o patrão tem debaixo da cartola
Que a gente não se solta, ta grudado feito cola
No fim das contas, o patrão manda e desmanda
E ainda faz do Rei Pelé mais um garoto-propaganda

O patrão mandou cantar com a língua enrolada
Everybody, macacada! Everybody, macacada!
E também mandou servir uísque na feijoada
Do you like this, macacada? Do you like this, macacada?
E ainda mandou tirar nosso samba da parada
Very good, macacada! Very good, macacada!

O patrão é fogo! Ele é quem dá as cartas, banca o jogo
Tá metendo sempre o bico no fubá, qual tico-tico
No troca-troca, o patrão que é mais rico
Já levou o Rivellino e vem depois buscar o Zico

O patrão mandou cantar com a língua enrolada
Everybody, macacada! Everybody, macacada!
E também mandou servir uísque na feijoada
Do you like this, macacada? Do you like this, macacada?
E ainda mandou tirar nosso samba da parada
Very good, macacada! Very good, macacada!

(Do LP "Paulinho Soares", Continental, 1978)

Ps.: Vejam o artista - que faleceu em 2004, aos 60 anos - e os anárquicos Trapalhões zombando da nossa macaquice estadunidense:

quinta-feira, setembro 17, 2009

Som na caixa, manguaça - Volume 43

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PAGODE DO GAGO
(Composição: Gracia do Salgueiro/ Gaguinho)

Gracia do Salgueiro

Fui a um pagode na casa do gago
E o rango demorou a sair
Acenava pra ele e ele mais que que que
Que que que que que que guenta aí

O pagode foi crescendo
Sob a luz de um lampião
Com cuíca e pandeiro
A moçada batia na mão
A atração da brincadeira
Era a nega do gago sambando
Mas a fome também era negra
Ninguém mais tava aguentando

E o cara da viola
Deu bobeira e caiu pelo chão
O gago pulava, sorria e gritava
Que que que que que toma mais um limão

Toma mais um limão
Que que que que que que você fica bão
Toma mais um limão
Que que que que que que você fica bão

(Do LP "Gracia do Salgueiro", 1987)

sábado, agosto 22, 2009

Som na caixa, manguaça! - Volume 42

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MOVIDO À ÁLCOOL
(Raul Seixas)

Diga, seu dotô, as novidade
Já faz tempo que eu espero
Uma chamada do senhor
Eu gastei o pouco que eu tinha
Mas plantei aquela cana
Que o senhor me encomendou

Estou confuso e quero ouvir sua palavra
Sobre tanta coisa estranha acontecendo sem parar
Por que que o posto anda comprando tanta cana
Se o estoque do boteco
Já está pra terminar

Derramar cachaça em automóvel
É a coisa mais sem graça
De que eu já ouvi falar
Por que cortar assim nossa alegria
Já sabendo que o álcool também vai acabar?

Veja, um poeta inspirado em Coca-Cola
Que poesia mais sem graça ele iria expressar?
É triste ver que tudo isso é real
Porque assim como os poetas
Todos nós temos que sonhar

(Do LP "Por quem os sinos dobram", WEA, 1979)

sábado, agosto 08, 2009

Som na Caixa, Manguaça! (Volume 41)

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Um Copo de Pinga

(Sérgio Britto/Folclore popular)

Na segunda eu planto a cana 
Na terça amanhece nascendo 
Na quarta eu colho a cana 
Na quinta eu faço o engenho 
Na sexta eu faço a pinga 
No sábado eu amanheço bebendo 
No domingo minha mãe disse meu filho pára de beber 
Essa sina eu vou cumprir até morrer 


Da garrafa eu faço a vela 
Da prateleira eu faço o caixão 
Eu quero é que me enterrem com um copo de pinga na mão 
Eu quero é que me enterrem com um copo de pinga na mão



(Sugestão de Moriti Neto)

sexta-feira, julho 03, 2009

Som na caixa manguaça - Volume 40

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SOBRE MULHERES BONITAS E CERVEJA GELADA
(Composição: Replace

REPLACE

Todos pensanvam que estava de bobeira
Mas não estava não
Eu estava olhando aquela menina perfeita
No calçadão
De rosa, toda perigosa
Só esperando a minha pesoa lhe convidar
Pra parar naquele bar
Sem comprisso eu não sei o que é isso
Me encantou com o seu feitiço
E se tornou o meu vicio
E eu já não sei o que fazer

Não quero só um beijo
Eu quero me casar com você
Se não for seu desejo
Eu posso te convencer

Se te digo, não ligo
Eu não sei se consigo te convencer
Mas confesso e te peço
Quanto é o ingresso pra entrar no seu coração?
Se vier com ilusão, te menosprezo na cara
Isso tarda, mas não falha
Pode me chamar de canalha, eu sou assim

(Do CD "Vida de Papel", 2009)

sexta-feira, junho 12, 2009

Som na caixa, manguaça! Volume 39

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CANTOR DE BOLERO
(Fagner e Zeca Baleiro)

Sofrer é da vida, querida
Você não me ama, eu lamento
Só quer gasolina e piscina
Só sente tesão pelo vento
Quatro da madrugada
Só eu e meu pensamento
Você fugiu no meu carro
E me deixou sem cigarro
Na janela do apartamento
Como diria o cantor de bolero
Como diria o cantor de bolero

Ninguém pode destruir
O coração de um homem sincero
Não quero mais sonhar com você

Nem repetir o seu nome
Antes mais uma cerveja
Do que matar sua fome
Deixa eu chorar em silêncio
Ouvindo a brisa do mar
Tudo virou maresia
Você é a mulher
A mulher que não soube me amar
Deus, não me faça cínico
O cinismo é a arma dos infelizes

Carregue suas cruzes
Com elas suas crises
Carregue suas cruzes
Com elas suas crises

Por obséquio não deixe
Mais mensagens no meu celular
Já que você não me ama
Para que me provocar?

(Do CD "Daqui pra lá, de lá pra cá", Universal, 2003)

quarta-feira, maio 06, 2009

Som na caixa, manguaça! - Volume 38

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TRIBUNAL DE BAR
(Herbert Vianna/ Bi Ribeiro)

Os Paralamas do Sucesso

Foi julgado, condenado, executado
Sem direito a apelação
Foi dissecado, comentado e açoitado
Pelas línguas no Leblon

Descontrolou-se porque algo estava errado
Mas ninguém deu atenção
E finalmente foi traído
E viu seu nome publicado num jornal

É o veneno que sai
É o veneno que sai
E te faz o pior entre os iguais
Nos tribunais de qualquer bar

(Do LP "Os Grãos", EMI Odeon, 1991)

quinta-feira, abril 09, 2009

Raridadis: Mussunzis e Raphael Rabellis!

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Cacildis! Futucando a internetis, encontrei um elepêzis de 1986 do nosso ídalo, guru e mestris Antonio Carlos Mussum. E quem é que toca violãozis de 6 e de 7 cordis? Ninguém menos que o finadis Raphael Rabello. E o repertório é caprichadis: "Because forever" (João Nogueira/ Mussum), "Filosofia de quintal" (João do Cavaco/ Zé Maurício), "Ei! Moleque" (Arlindo Cruz/ Chiquinho), "Debaixo do meu chapéu" (Nei Lopes), "O torcedor" (Dicró/ Roberto Dicró), "Verdade expressa" (Almir Guineto/ Adalto Magalha), "Madureira, Vaz Lobo e irajá" (Jorge Aragão/ Mussum/ Neoci), "Tola insensatez" (Marcos Paiva/ Franco), "Grande Gerê" (Noca da Portela/ Toninho Nascimento), "Amor sem segredo" (Adilson Bispo/ Zé Roberto/ Marquinho P.Q.D.), "Sem você tudo bem" (Dedé da Portela/ Dida) e "Festa do lava pés" (Bandeira Brasil/ Beto Sem Braço/ Serginho Meriti). Confira a capis e a contracapis do disco da Continentalzis:


quarta-feira, abril 08, 2009

Som na caixa, manguaça! - Volume 37

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PEQUENO PERFIL DE UM CIDADÃO COMUM
(Belchior/ Toquinho)

Toquinho

Era um cidadão comum
Como esses que se vê na rua
Falava de negócios, ria
Via show de mulher nua
Vivia o dia e não o sol
A noite e não a lua

Acordava sempre cedo
Era um passarinho urbano
Embarcava no metrô
O nosso metropolitano
Era um homem de bons modos
"Com licença", "Foi engano"

Era feito aquela gente
Honesta, boa e comovida
Que caminha para a morte
Pensando em vencer na vida

Era feito aquela gente
Honesta, boa e comovida
Que tem no fim da tarde
A sensação da missão cumprida

Acreditava em Deus
E em outras coisas invisíveis
Dizia sempre "sim"
Aos seus senhores infalíveis
Pois é, tendo dinheiro
Não há coisas impossíveis

Mas o anjo do Senhor
Do qual nos fala o livro santo
Desceu do céu pra uma cerveja
Junto dele no seu canto
E a morte o carregou
Feito um pacote no seu manto

Era feito aquela gente
Honesta, boa e comovida
Que caminha para a morte
Pensando em vencer na vida

Era feito aquela gente
Honesta, boa e comovida
Que tem no fim da tarde
A sensação da missão cumprida

(Do LP "Pequeno perfil de um cidadão comum", Philips, 1978)

quarta-feira, março 25, 2009

Som na caixa, manguaça! - Volume 36

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MELÔ DO BÊBADO
(Composição: DJ Marlboro)

Mc Batata

1, 2, 3
você foi na minha casa me chamando de safado
dizendo pra minha família que só ando embriagado
embriagado é minha sina, eu nasci pra ser bebum
vô te dá uma boa ideia se pagar 51

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

na barriga da mamãe planejaram sem dinheiro
que eu seria um grande homem invés (sic) de um cachaceiro
mas meus pais se embriagavam, gravidez, que desespero!
os desejos só passavam tomando Velho Barreiro
no dia do nascimento levei meu primeiro tapa
e chorei o tempo todo com a cara de babaca
minha mãe não aguentava, disse: "-Que coisinha chata!"
descobriram, era dengo pra brincar com uma garrafa

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

na hora do batizado não usaram água benta
me jogaram uma bebida que ardia igual pimenta
e o padre assustado disse: "-Que coisa nojenta!"
vendo eu passar a língua lambendo licor de menta
as chupetas só viviam mergulhadas num potinho
dentro, um Rabo de Galo - só para pegar um gostinho
Rabo de Galo para pegar um gostinho
de Pitu, Fogo Paulista ou então de Tatuzinho!

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

e o tempo foi passando, fui deixando de pirraça
"gente boa" me chamavam, fui ficando um boa praça
mas a turma só dizia: "-Dos vinte, você não passa!"
nesse ritmo o seu fim é afogado na cachaça
já fizeram é de tudo pra tentar me convencer
que a cachaça é uma desgraça, pouco tempo vou viver
na sarjeta me encontraram, não lembro fazendo o quê
eu só lembro de um cachorro a minha cara lamber

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

você diz pra todo mundo que o de "bêbo" não tem dono
adormecido com a bebida, eu não sei se eu vou ou "fomo"
te garanto, eu não reclamo, desse jeito eu também como
eu só bebo, bebo, bebo, mas às vezes também como
a primeira namorada só andava do meu lado
dizendo que eu era lindo mas um pouco acanhado
ela era muito quente, tinha um fogo danado
para encarar a fera, só tomando um traçado...

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

profissão copo na mão, provador de caninha
isso é um dom e não fique de gracinha
quando pego a Praianinha só confiro se é purinha
se for de primeira linha bebo até com a tampinha
agora vou pra casa desfazer essa quizumba
você, pra fazer fofoca, é pior do que o Bussunda
se você ficar me olhando com essa cara de bunda
vou mandar você tomar...Pirassununga!

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

e se você tivesse no meu lugar, o que você faria?
você ia beber ou não ia?
tem que me dar um pouquinho de razão, eu não bebo demais
eu bebo só um pouquinho!

(Do LP "Funk Brasil", Polydor, 1989)

terça-feira, março 10, 2009

Som na caixa, manguaça! - Volume 35

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BEBEDEIRA (1)
(Composição: Lucas/ Luan)

Zezé di Camargo e Luciano

Não entendo por que é
Que o coração da gente
Quando menos esperamos
Por alguém ele se prende
Por exemplo, esse é meu caso
Vacilei, marquei bobeira
E agora meus amigos
É aquela bebedeira!
Apaixonado, alucinado
E dominado por esse amor

(Do CD "Zezé di Camargo e Luciano", Sony, 2003)

BEBEDEIRA (2)
(Composição: Rick e Renner)

Rick e Renner

Tô chegando no rodeio
Procurando diversão
Tô traiado, tou no meio
Da galera de peão

Abre o brete, solta o bicho
Deixa levantar poeira
Bate palma e dá um grito
A galera da bebedeira

É bebedeira, é bebedeira
É só zoeira, é só zoeira
Toda festa de peão
É curtição, azaração
É mulherada de primeira

É bebedeira, é bebedeira
É só zoeira, é só zoeira
A noite é feita pra zoar
Vamos pular, vamos cantar
O resto é pra segunda-feira

Bebo com moderação
A de garrafa ou de latinha
Dou uma pro coração
Quando a menina tá na minha

Jogo o meu chapéu pro céu
Quando acerto na cantada
Dou um trato na cautela
E deixo ela apaixonada

Onde tem festa de peão
Meu coração vira cowboy
Leva fumo da paixão
Só se machuca e dói-dói

Dou um boi para entrar
Uma boiada pra não sair
Bate palma e dá um grito
Quem não quer sair daqui

(Do CD "Só nós dois", Warner, 2004)

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Delay ao contrário

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Ontem presenciei um fenômeno muito estranho (não, não era o Ronaldo Gordo). Quando fui me deitar, perto de meia-noite, ouvi o barulho da torcida no Pacaembu e lembrei que, naquele momento, ainda rolava a rodada do Paulistão. Explico: moro num prédio em que a janela do meu quarto está de frente para a Avenida Angélica, a um quilômetro (ou menos) do estádio municipal. Por isso, ao ouvir o barulho, liguei o radinho de pilha para saber o que estava acontecendo. O jogo que estava sendo transmitido era exatamente o do Pacaembu, onde o Corinthians empatava por zero a zero com o Mogi Mirim, aos 35 do segundo tempo.

Logo em seguida, porém, o alvinegro abriu o placar, com Boquita (leia post do Nicolau abaixo). O esquisito foi que ouvi a torcida gritando, pelo rádio, e só dois ou três segundos depois a gritaria in loco chegou até a minha janela. Fiquei confuso. Geralmente, quando a gente está assistindo um jogo pela TV e acompanhando ao mesmo tempo pelo rádio, notamos o chamado delay - ou seja, a gente ouve primeiro pelo rádio o que a TV mostra com alguns segundos de atraso. Mas o que eu percebi ontem era que o rádio também adiantava o som da torcida que estava a algumas quadras da minha casa.

Pensei que tinha me enganado, mas tirei a prova dos nove quando, no final do jogo, Chicão cobrou o pênalti e fez 2 a 0. Mais uma vez, ouvi a torcida explodindo pelo rádio e, dois ou três segundos depois, chegou o barulho que vinha diretamente das arquibancadas do Pacaembu até o meu prédio. Alguém pode me explicar o que acontece? Observação: eu não estava bêbado.

quarta-feira, julho 11, 2007

Som na caixa, manguaça! (Volume 15)

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Forró de Surubim

(José Batista e Antonio Barros Silva)
Jackson do Pandeiro
Se ajunta os “bebo”
Do forró de Surubim
Pra fazer fuim
Para dar alteração
Por qualquer besteira
Puxa a faca, fura o fole
Vão lá dentro tomar gole
De cachaça com limão
É, mas Surubim
Que é homem destemido
Não tem medo do perigo
Empunha a faca na mão
Faz uma rosca
Na ponta do bigode
Com ele ninguém pode
Só ele é valentão
Surubim diz que o forró
Só está mais animado
Quando o pau está comendo
Quando o fole está furado
Quando apaga o candeeiro
Quando é grande a confusão
Quando vê a concertina
Passando de mão em mão
Quando vê os “bebo” mole
De cachaça com limão


(Do CD "20 Super Sucessos", Sony Music, 1999)