No meio do dia não venha tentar quebrar meu encanto Não venha chorar, por enquanto Meus olhos de olhar, de olhar querem ver o que há Não venha me encher de mistérios Não vou prometer ficar sério
Não venha, não venha tentar quebrar meu encanto Não venha chorar, por enquanto Não venha me encher de mistérios Não, não vou prometer ficar sério Não venha estragar meu prazer Não, não vou prometer Não venha estragar Enquanto durar
No meio da noite não posso deixar Não posso deixar de sair Se você quiser, pode vir Não quero mudar minha sorte No meio da noite não posso deixar Não posso deixar de sair Se você quiser, pode vir Não quero mudar minha sorte
Se a morte, se a morte vier me encontrar Ela sabe que estou entre amigos Se a morte, se a morte vier me encontrar Ela sabe que estou entre amigos Falando da vida, falando da vida Falando da vida e bebendo num bar Falando da vida, falando da vida Falando da vida e bebendo num bar
(Do LP "Meu corpo, minha bagagem, todo gasto na viagem", Continental, 1973)
Traçando um bife à cavalo com batata frita num sujão da vida (sujinho é buteco fresco), o nome do prato me lembrou "O rancho da goiabada", composição de Aldir Blanc e João Bosco imortalizada por Elis Regina. Vai daí, uma memória puxa outra e me veio à mente uma paródia que fiz dessa música, em 2005, quando conheci quase todos os manguaças e colaboradores que fazem esse blogue. Tem piadas internas, nomes próprios e de bares, situações e bizarrices que só a coletividade poderá identificar, mas serve como registro de uma fase pré-Futepoca - que surgiu, também, como extensão das noitadas de bar e dos "debates" que elas provocavam entre os membros desse grupo e outros frequentadores do Bar do Vavá (foto), Moskão, Minhoca, Primus, 666, Padrogas, Sinuca, Seu Nenê e outros fóruns não menos adequados. Quando, muitas vezes em uníssono, entoamos essa "canção". Peço perdão pelos palavrões, mas quis manter o "espírito" original (sem confundir com a cerveja). Vamos a ela:
O RANCHO DA MANGUAÇADA
Os jornalistas, quando tomam Umas birita, espantando a moleza Sonham com o Bar do Vavá, o Minhoca e a Sinuca Mas tem certeza Que é só ligar pro Moskão Que vem cerveja Depois costela, salsicha e o cigarro da estagiária Chamada Leonor Ou Bruna Rosa...
Pensar Na porra do texto que o cliente quer E que só nos adia o bar Onde os açougueiros se encontram Cantando a Moscuda pra poder suportar, ai
Mas os clientes, persistentes, são carniça São uns veados, são dementes, vigaristas Cabaços, muquiranas, animais, todos pirados Pedindo e cobrando a pica do texto E só aumentando a azia Dos jornalista embriagado
LENDA DO CARMO (Composição: Ivan Lins / Vitor Martins)
Ivan Lins
O mestre bandoleiro invade a cidade Pega da espada e muda o rumo da manhã E o povo corre pra igreja Pra se esconder do mal Os santos milagreiros, mulheres e homens Bebiam juntos o vinho e repartiam o pão Era a folia, era o milagre Do vinagre e sal
O mestre bandoleiro deixando a cidade Quebra a espada e muda o rumo da manhã Cinzenta e fatal Imortal Os santos e as pessoas invadem a cidade Tocando sinos, cantando hinos de procissão Era a folia, era a alegria Era um Carnaval
Na mesma taça, o sangue e o vinho da igreja A água benta, a cerveja e o suor A mesma dança, uma vingança Um negro ritual O povo sem cerveja, os santos sem milagres A igreja só e não muda o rumo da manhã Virgem Santa! Quanta solidão! Perdição!
Sonhei que existia uma avenida Sem entrada e sem saída pra gente comemorar Toda hora, todo dia, toda vida
Na tristeza e na alegria, sem platéia e sem patrão Hoje eu sonhei que cerveja sai da bica No banheiro não tem fila nem existe contramão Que o trabalho é ali na nossa esquina E depois do meio dia, nem polícia e nem ladrão
Sonhei, como faço todo dia Como você não sabia, meu senhor não levo a mal A beleza, o amor, a fantasia O que tece e o que desfia não se aprende no jornal
Hoje eu sonhei, mas não vou pedir desculpas E nem vou levar a culpa de ser povo e ser artista Sem essa, moço, por favor não crie clima Seu buraco é mais embaixo nosso astral é mais em cima
Eu já mandei pedir à Odete Para me mandar Um chiclete de hortelã Para tirar Esse cheiro de aguardente De romã do Ceará Já cansei de implorar à minha irmã Prá me mandar um chiclete de hortelã
Ela foi para bahia Terra do balangandã E numa casa de santo Foi comprar um talismã Que dizia ter encantos Quebrava os quebrantos E era de Iansã E eu só pedi prá me comprar Um chiclete de hortelã
Quando vem raiando o dia Meditando em seu divã Só penso na carestia Que aumenta a cada manhã Oh, meu Deus, que bom sereia Se eu comprasse alcatra ou chã Mas o dinheiro já nem dá Pro chiclete de hortelã
Nos meus tempos de infância Todo dia de amanhã O bom velhinho do doce Que de criança era fã Tem cocada, mariola Bala e doce de maçã Olha aí
Quem quer comprar Um chiclete de hortelã O meu time vai domingo Jogar no maracanã Vou festejar a vitória Com a torcida campeã Se quando eu chegar em casa Não estiver de cuca sã Prá disfarçar eu vou mascar Um chiclete de hortelã
VOU PARAR DE BEBER (Romilson Luiz/ Eládio Sandoval)
Piu Piu de Marapendi
Aí, garçom, vou sentar aqui, mermão Vô comê, vô bebê, vô engraxá o sapato Eu vô cuspir no chão e não vou pagar Falô, então? Traz mais chopinho aí, gente boa!
Pensando bem Eu vou parar de beber Se continuar assim Logo, logo eu vou morrer (Que coisa triste, meu irmão!)
Pensando melhor ainda Eu não vou parar de beber mais não De que adianta eu parar agora Se eu já tenho o pé dentro do caixão? (Faloooouu...)
Garçom, desce mais um chope Me chamam de pau d'água mas não ligo Ou eu acabo com esse chope todo Ou esse chope todo vai acabar comigo
Chope, chope, chope, chope Chope, chope, chope, chope Até o dia clarear Chope, chope, chope, chope Chope, chope, chope, chope Pendura a conta que eu não vou pagar!
Aê, mermão, cavaquinho! (entra solo de guitarra)
Pensando bem Eu tô sozinho demais (Que coisa triste, gente boa!) Minha garota me deixou por outro Porque reclamava que eu bebia demais (Vê se pode!)
Tudo que vejo Me faz lembrar do seu rosto (É isso aí, malandragem) Mas já descobri que meu destino É tomar muito chopinho e muito tira-gosto
Por causa disso...
Garçom, desce mais um chope Me chamam de pau d'água mas não ligo Ou eu acabo com esse chope todo Ou esse chope todo vai acabar comigo
Chope, chope, chope, chope Chope, chope, chope, chope Até o dia clarear Chope, chope, chope, chope Chope, chope, chope, chope Pendura a conta que eu não vou pagar!
O patrão mandou cantar com a língua enrolada Everybody, macacada! Everybody, macacada! E também mandou servir uísque na feijoada Do you like this, macacada? Do you like this, macacada? E ainda mandou tirar nosso samba da parada Very good, macacada! Very good, macacada!
Não sei o que é que o patrão tem debaixo da cartola Que a gente não se solta, ta grudado feito cola No fim das contas, o patrão manda e desmanda E ainda faz do Rei Pelé mais um garoto-propaganda
O patrão mandou cantar com a língua enrolada Everybody, macacada! Everybody, macacada! E também mandou servir uísque na feijoada Do you like this, macacada? Do you like this, macacada? E ainda mandou tirar nosso samba da parada Very good, macacada! Very good, macacada!
O patrão é fogo! Ele é quem dá as cartas, banca o jogo Tá metendo sempre o bico no fubá, qual tico-tico No troca-troca, o patrão que é mais rico Já levou o Rivellino e vem depois buscar o Zico
O patrão mandou cantar com a língua enrolada Everybody, macacada! Everybody, macacada! E também mandou servir uísque na feijoada Do you like this, macacada? Do you like this, macacada? E ainda mandou tirar nosso samba da parada Very good, macacada! Very good, macacada!
(Do LP "Paulinho Soares", Continental, 1978)
Ps.: Vejam o artista - que faleceu em 2004, aos 60 anos - e os anárquicos Trapalhões zombando da nossa macaquice estadunidense:
PAGODE DO GAGO (Composição: Gracia do Salgueiro/ Gaguinho)
Gracia do Salgueiro
Fui a um pagode na casa do gago E o rango demorou a sair Acenava pra ele e ele mais que que que Que que que que que que guenta aí
O pagode foi crescendo Sob a luz de um lampião Com cuíca e pandeiro A moçada batia na mão A atração da brincadeira Era a nega do gago sambando Mas a fome também era negra Ninguém mais tava aguentando
E o cara da viola Deu bobeira e caiu pelo chão O gago pulava, sorria e gritava Que que que que que toma mais um limão
Toma mais um limão Que que que que que que você fica bão Toma mais um limão Que que que que que que você fica bão
Diga, seu dotô, as novidade Já faz tempo que eu espero Uma chamada do senhor Eu gastei o pouco que eu tinha Mas plantei aquela cana Que o senhor me encomendou
Estou confuso e quero ouvir sua palavra Sobre tanta coisa estranha acontecendo sem parar Por que que o posto anda comprando tanta cana Se o estoque do boteco Já está pra terminar
Derramar cachaça em automóvel É a coisa mais sem graça De que eu já ouvi falar Por que cortar assim nossa alegria Já sabendo que o álcool também vai acabar?
Veja, um poeta inspirado em Coca-Cola Que poesia mais sem graça ele iria expressar? É triste ver que tudo isso é real Porque assim como os poetas Todos nós temos que sonhar
Na segunda eu planto a cana Na terça amanhece nascendo Na quarta eu colho a cana Na quinta eu faço o engenho Na sexta eu faço a pinga No sábado eu amanheço bebendo No domingo minha mãe disse meu filho pára de beber Essa sina eu vou cumprir até morrer
Da garrafa eu faço a vela Da prateleira eu faço o caixão Eu quero é que me enterrem com um copo de pinga na mão Eu quero é que me enterrem com um copo de pinga na mão
SOBRE MULHERES BONITAS E CERVEJA GELADA (Composição: Replace
REPLACE
Todos pensanvam que estava de bobeira Mas não estava não Eu estava olhando aquela menina perfeita No calçadão De rosa, toda perigosa Só esperando a minha pesoa lhe convidar Pra parar naquele bar Sem comprisso eu não sei o que é isso Me encantou com o seu feitiço E se tornou o meu vicio E eu já não sei o que fazer
Não quero só um beijo Eu quero me casar com você Se não for seu desejo Eu posso te convencer
Se te digo, não ligo Eu não sei se consigo te convencer Mas confesso e te peço Quanto é o ingresso pra entrar no seu coração? Se vier com ilusão, te menosprezo na cara Isso tarda, mas não falha Pode me chamar de canalha, eu sou assim
Sofrer é da vida, querida Você não me ama, eu lamento Só quer gasolina e piscina Só sente tesão pelo vento Quatro da madrugada Só eu e meu pensamento Você fugiu no meu carro E me deixou sem cigarro Na janela do apartamento Como diria o cantor de bolero Como diria o cantor de bolero
Ninguém pode destruir O coração de um homem sincero Não quero mais sonhar com você
Nem repetir o seu nome Antes mais uma cerveja Do que matar sua fome Deixa eu chorar em silêncio Ouvindo a brisa do mar Tudo virou maresia Você é a mulher A mulher que não soube me amar Deus, não me faça cínico O cinismo é a arma dos infelizes
Carregue suas cruzes Com elas suas crises Carregue suas cruzes Com elas suas crises
Por obséquio não deixe Mais mensagens no meu celular Já que você não me ama Para que me provocar?
(Do CD "Daqui pra lá, de lá pra cá", Universal, 2003)
Cacildis! Futucando a internetis, encontrei um elepêzis de 1986 do nosso ídalo, guru e mestris Antonio Carlos Mussum. E quem é que toca violãozis de 6 e de 7 cordis? Ninguém menos que o finadis Raphael Rabello. E o repertório é caprichadis: "Because forever" (João Nogueira/ Mussum), "Filosofia de quintal" (João do Cavaco/ Zé Maurício), "Ei! Moleque" (Arlindo Cruz/ Chiquinho), "Debaixo do meu chapéu" (Nei Lopes), "O torcedor" (Dicró/ Roberto Dicró), "Verdade expressa" (Almir Guineto/ Adalto Magalha), "Madureira, Vaz Lobo e irajá" (Jorge Aragão/ Mussum/ Neoci), "Tola insensatez" (Marcos Paiva/ Franco), "Grande Gerê" (Noca da Portela/ Toninho Nascimento), "Amor sem segredo" (Adilson Bispo/ Zé Roberto/ Marquinho P.Q.D.), "Sem você tudo bem" (Dedé da Portela/ Dida) e "Festa do lava pés" (Bandeira Brasil/ Beto Sem Braço/ Serginho Meriti). Confira a capis e a contracapis do disco da Continentalzis:
PEQUENO PERFIL DE UM CIDADÃO COMUM (Belchior/ Toquinho)
Toquinho
Era um cidadão comum Como esses que se vê na rua Falava de negócios, ria Via show de mulher nua Vivia o dia e não o sol A noite e não a lua
Acordava sempre cedo Era um passarinho urbano Embarcava no metrô O nosso metropolitano Era um homem de bons modos "Com licença", "Foi engano"
Era feito aquela gente Honesta, boa e comovida Que caminha para a morte Pensando em vencer na vida
Era feito aquela gente Honesta, boa e comovida Que tem no fim da tarde A sensação da missão cumprida
Acreditava em Deus E em outras coisas invisíveis Dizia sempre "sim" Aos seus senhores infalíveis Pois é, tendo dinheiro Não há coisas impossíveis
Mas o anjo do Senhor Do qual nos fala o livro santo Desceu do céu pra uma cerveja Junto dele no seu canto E a morte o carregou Feito um pacote no seu manto
Era feito aquela gente Honesta, boa e comovida Que caminha para a morte Pensando em vencer na vida
Era feito aquela gente Honesta, boa e comovida Que tem no fim da tarde A sensação da missão cumprida
(Do LP "Pequeno perfil de um cidadão comum", Philips, 1978)
1, 2, 3 você foi na minha casa me chamando de safado dizendo pra minha família que só ando embriagado embriagado é minha sina, eu nasci pra ser bebum vô te dá uma boa ideia se pagar 51
na barriga da mamãe planejaram sem dinheiro que eu seria um grande homem invés (sic) de um cachaceiro mas meus pais se embriagavam, gravidez, que desespero! os desejos só passavam tomando Velho Barreiro no dia do nascimento levei meu primeiro tapa e chorei o tempo todo com a cara de babaca minha mãe não aguentava, disse: "-Que coisinha chata!" descobriram, era dengo pra brincar com uma garrafa
na hora do batizado não usaram água benta me jogaram uma bebida que ardia igual pimenta e o padre assustado disse: "-Que coisa nojenta!" vendo eu passar a língua lambendo licor de menta as chupetas só viviam mergulhadas num potinho dentro, um Rabo de Galo - só para pegar um gostinho Rabo de Galo para pegar um gostinho de Pitu, Fogo Paulista ou então de Tatuzinho!
e o tempo foi passando, fui deixando de pirraça "gente boa" me chamavam, fui ficando um boa praça mas a turma só dizia: "-Dos vinte, você não passa!" nesse ritmo o seu fim é afogado na cachaça já fizeram é de tudo pra tentar me convencer que a cachaça é uma desgraça, pouco tempo vou viver na sarjeta me encontraram, não lembro fazendo o quê eu só lembro de um cachorro a minha cara lamber
você diz pra todo mundo que o de "bêbo" não tem dono adormecido com a bebida, eu não sei se eu vou ou "fomo" te garanto, eu não reclamo, desse jeito eu também como eu só bebo, bebo, bebo, mas às vezes também como a primeira namorada só andava do meu lado dizendo que eu era lindo mas um pouco acanhado ela era muito quente, tinha um fogo danado para encarar a fera, só tomando um traçado...
profissão copo na mão, provador de caninha isso é um dom e não fique de gracinha quando pego a Praianinha só confiro se é purinha se for de primeira linha bebo até com a tampinha agora vou pra casa desfazer essa quizumba você, pra fazer fofoca, é pior do que o Bussunda se você ficar me olhando com essa cara de bunda vou mandar você tomar...Pirassununga!
e se você tivesse no meu lugar, o que você faria? você ia beber ou não ia? tem que me dar um pouquinho de razão, eu não bebo demais eu bebo só um pouquinho!
Não entendo por que é Que o coração da gente Quando menos esperamos Por alguém ele se prende Por exemplo, esse é meu caso Vacilei, marquei bobeira E agora meus amigos É aquela bebedeira! Apaixonado, alucinado E dominado por esse amor
(Do CD "Zezé di Camargo e Luciano", Sony, 2003)
BEBEDEIRA(2) (Composição: Rick e Renner)
Rick e Renner
Tô chegando no rodeio Procurando diversão Tô traiado, tou no meio Da galera de peão
Abre o brete, solta o bicho Deixa levantar poeira Bate palma e dá um grito A galera da bebedeira
É bebedeira, é bebedeira É só zoeira, é só zoeira Toda festa de peão É curtição, azaração É mulherada de primeira
É bebedeira, é bebedeira É só zoeira, é só zoeira A noite é feita pra zoar Vamos pular, vamos cantar O resto é pra segunda-feira
Bebo com moderação A de garrafa ou de latinha Dou uma pro coração Quando a menina tá na minha
Jogo o meu chapéu pro céu Quando acerto na cantada Dou um trato na cautela E deixo ela apaixonada
Onde tem festa de peão Meu coração vira cowboy Leva fumo da paixão Só se machuca e dói-dói
Dou um boi para entrar Uma boiada pra não sair Bate palma e dá um grito Quem não quer sair daqui
Ontem presenciei um fenômeno muito estranho (não, não era o Ronaldo Gordo). Quando fui me deitar, perto de meia-noite, ouvi o barulho da torcida no Pacaembu e lembrei que, naquele momento, ainda rolava a rodada do Paulistão. Explico: moro num prédio em que a janela do meu quarto está de frente para a Avenida Angélica, a um quilômetro (ou menos) do estádio municipal. Por isso, ao ouvir o barulho, liguei o radinho de pilha para saber o que estava acontecendo. O jogo que estava sendo transmitido era exatamente o do Pacaembu, onde o Corinthians empatava por zero a zero com o Mogi Mirim, aos 35 do segundo tempo.
Logo em seguida, porém, o alvinegro abriu o placar, com Boquita (leia post do Nicolau abaixo). O esquisito foi que ouvi a torcida gritando, pelo rádio, e só dois ou três segundos depois a gritaria in loco chegou até a minha janela. Fiquei confuso. Geralmente, quando a gente está assistindo um jogo pela TV e acompanhando ao mesmo tempo pelo rádio, notamos o chamado delay - ou seja, a gente ouve primeiro pelo rádio o que a TV mostra com alguns segundos de atraso. Mas o que eu percebi ontem era que o rádio também adiantava o som da torcida que estava a algumas quadras da minha casa.
Pensei que tinha me enganado, mas tirei a prova dos nove quando, no final do jogo, Chicão cobrou o pênalti e fez 2 a 0. Mais uma vez, ouvi a torcida explodindo pelo rádio e, dois ou três segundos depois, chegou o barulho que vinha diretamente das arquibancadas do Pacaembu até o meu prédio. Alguém pode me explicar o que acontece? Observação: eu não estava bêbado.