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Destaques
sexta-feira, março 02, 2012
quinta-feira, março 01, 2012
Onde Você Está?
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Por Luciana Nepomuceno
Hoje é aniversário do Rio de Janeiro. Eu, como uma devota de janela, fico aqui imaginando a beleza das pessoas, das ruas, do mar, aquela lagoa linda, tudo em quase festa. Quase eu digo, porque ontem o Flamengo jogou. E perdeu. E é assim...
“Quando o Flamengo vence, há mais amor nos morros, mais doçura nos lares, mais vibração nas ruas, a vida canta, os ânimos se roboram, o homem trabalha mais e melhor, os filhos ganham presentes. Há beijos nas praças e nos jardins, porque a alma está em paz, está feliz. O Flamengo não pode perder, não deve perder. Sua derrota frustra, entristece, humilha e abate. A saúde pública, a higiene nacional exigem que o Flamengo vença, para bem de todos, para felicidade geral, para o bem-estar nacional."
E nem foi um rubro-negro que disse isso aí, viu. Foi um torcedor do América. É claro que nem as contingências nem o Joel estão muito preocupados com a saúde pública a felicidade e o bem-estar nacional. Porque, se estivessem, não se veria o que se viu ontem. O acaso, esse pândego, fez a parte dele: não estavam em campo Leo Moura, Airton e Ronaldinho. Mas, semana após semana estão aí dizendo que o Ronaldinho não faz nada (e, convenhamos, o Bottinelli jogou bem) e o Airton não é, exatamente, um craque. Esforçado, muito. Mas impreciso e limitado. Já a ausência do Léo Moura é mais significativa. O Galhardo tem muito potencial, é rápido, apoia e marca com consistência, mas falta-lhe o élan que tem dominado menino Léo. Dito isso, a parte do leão no resultado, menos que ao acaso, deve ser creditada (um tanto ao Boa Vista, bem arrumado) ao Joel e sua lógica: pra que gol? pra que jogo? Bom é o resultado.
O começo foi até animado pros rubro-negros, Deivid – em evidente tentativa de superação do lance rodrigueano do último jogo – chutou de longe, forte, a bola bate na trave, volta na direção de Vagner Love que se atrapalha todo mas, como a marcação estava surpreendentemente ausente, se recupera e acerta um bom chute. Gol. Daí o time se coloca na postura vamos-jogar-na-metade-do-campo... só que erra a metade e fica no seu, ao invés de ocupar o campo adversário. E erra, generosamente, passes. De curta, média e longa distância, sem distinção. E o acaso resolve participar mais ativamente e em um dos vários lances mais duros do Boa Vista, sai o Williams com o tornozelo em pandarecos. Entra Maldonado, coitado, e já vai mostrando sua lentidão: penâlti. Daí pra frente ladeira abaixo, o Joel trocou muito mal, o Boa Vista fez outro gol, o Diego Maurício entrou bem desconcentrado, o time perdeu as estribeiras e o Renato foi expulso (confesso, comemorei). Ainda teve o lance na área do Flamengo que dá pra todo mundo reclamar, Galhardo faz pênalti não marcado, jogador do Boa Vista toca com a mão na bola. Uma farra, eu diria, se não estivesse tão entristecida. Sabe, o duro não é perder, isso acontece. Mas é ficar aqui imaginando o tanto que o jogo poderia ser outro.
Disse o Nelson, uma vez: “há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável”. Então, contingências, deuses da bola ou o que quer que seja que espie e cuide dessa bagaça: não é que o Flamengo não precisa dos tais jogadores, técnicos e tal. É que a gente tá sem, mesmo. Não dá pra aliviar e deixar a camisa resolver? Lembra aí que é tempo de festa no Rio de Janeiro e andamos, todos, precisando mesmo de mais beleza e felicidade...
Ah, meu Mengo, onde você está?
Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos
quarta-feira, fevereiro 29, 2012
Pitacos sobre Brasil 2 x 1 Bósnia
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terça-feira, fevereiro 28, 2012
Insustentável
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Por Daniel Soares
sábado, fevereiro 25, 2012
Fantasmas paulistanos (2)
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A foto acima foi tirada ontem à noite (24/fev/2012) pela destemida pianista Karin Fernandes, na rua do Triunfo, esquina com General Osório. Dois “noias” ficaram encarando, ameaçando a fotógrafa por registrar essa “boca”, ou então simplesmente pela ânsia de assaltá-la e vender sua câmera no mercado de areia. Havia ali umas 40 ou 50 pessoas, em concentração típica da zona. Quando cai a noite, eles parecem emergir dos bueiros e vão se espalhando pelas ruas e calçadas, indiscriminadamente. A sensação é de entrar no clipe de Thriller, ou um filme qualquer de mortos vivos; a maquiagem é convincente, o cenário também.
Nessa esquina fica o Amarelinho, boteco rotineiro de quem trabalha na Santa Marcelina Cultura. Todo dia passa pelo menos um noia com um celular, um relógio, uma correntinha ou mesmo uma mochila na mão tentando vender sua mercadoria por qualquer preço. Se a abordagem é insistente, um profissional de segurança – contratado por um pool de bares da rua – trata de dispersá-los com um taco de beisebol à guisa de tacape.
Os policiais se concentram em um posto na Praça Julio Prestes, em frente à Sala São Paulo, do outro lado da rua Mauá. As incursões sobre a turba são feitas mais tarde, preferencialmente em ruas onde não há câmeras.
Essa é a Cracolândia, que não existe mais.
quinta-feira, fevereiro 23, 2012
Corinthians goleia Portuguesa em noite de William
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A grande novidade alvinegra nesse começo de ano é a quantidade de bons jogadores em seu elenco. Não apareceu ainda nenhuma craque e os candidatos a tal estão ainda pegando forma, mas o time até agora manteve um jogo sólido com todas as formações que utilizou – e já foram a campo 28 jogadores na temporada.
O ponto negativo não é novidade: o baixo número de gols marcados, característica da equipe desde o ano passado. Pessoal vai falar da falta de pontaria, o Tite justifica por ter adiado os treinos de finalização para evitar lesões e coisa e tal. Mas pra mim, o problema é o excessivo e constante recuo sempre que o time se vê em situação minimamente positiva. Ontem não foi diferente. Nessas condições, o 2 a 0 aplicado sobre a Portuguesa é goleada.
A Lusa começou adiantando a marcação e dificultou um pouco a saída de bola do Corinthians. Mas isso só durou até uns 10 minutos do primeiro tempo, quando Alex e Danilo se acharam e começaram a ditar o ritmo da peleja, e Paulinho adiantou a marcação. A partir daí, as chances foram aparecendo. Numa dessas, Alex deu passe açucarado para Fábio Santos cruzar, Danilo ajeitar, Liedson proteger e William fuzilar para o gol do ex-corintiano Weverton.
O segundo tempo começou no tradicional recuo de Tite, chamando a Lusa pra cima. É uma estratégia perigosa. Acumula jogadores na intermediária defensiva e dificulta muito as opções ofensivas do adversário, que acaba mandando chutes de fora e cruzamentos. Mas, como o recuo é exagerado, o time fica praticamente sem opções de contra-ataque. Até Liedson vai lá correr atrás de adversário. Com isso, cai a chance de ampliar e aumenta a chance de levar um gol numa bola parada, num rebote, num desvio, essas coisas.
Mas o fato é que ontem deu certo: a Lusa não conseguiu ameaçar e ainda achamos um contra-ataque com Ramires, peruano que vem se mostrando um reserva importante para o meio campo. Ele carregou até perto da área, abriu na direita para William, que cruzou para Liedson. O centroavante, louco para marcar o primeiro, tentou um drible e chutou prensado. A sobra veio para os pés de Cachito, que mandou no cantinho.
William jogou muito bem. Além do gol, o segundo em dois jogos, acertou uma no travessão e participou do segundo gol. Pode ganhar a vaga de Emerson ao lado de Liedson no ataque. O centroavante também foi bem, mostrou inteligência, mas falta colocar pra dentro. Enquanto o time estiver achando quem resolva, tudo bem.
Acabou Nosso Carnaval
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Por Luciana Nepomuceno
Tem duas coisas que torcedores (ou eu, torcedora, e digo que é todo mundo pra não me sentir tão só) adoram e detestam: chamar o treinador de burro e comentar o péssimo desempenho individual de algum jogador. Adoramos porque é uma descarga emocional, uma catarse. Detestamos porque isso geralmente acontece quando o time perde. É bem o meu caso hoje. Eu tinha planejado um post diferente, convidei um amigo vascaíno e ele comentaria as coisas positivas do meu time e eu tentaria louvar o que visse de positivo no Vasco. Mas ele sumiu na comemoração e me deixou aqui ruminando o gol perdido do Deivid e a previsível teimosia do Joel.Quando vi a escalação, já antecipei o doer: coisa boa não podia vir de um meio de campo com Williams, Renato e Airton. E a insistência no Deivid, tendo o veloz e bem disposto Negueba ali, rasinho, no banco? Sofrimento. O jogo começou e, confirmando uma antiga ideia minha (a maior parte dos melhores lances são sem bola), Ronaldinho faz um lindo movimento de corpo, leva a marcação e o Love faz um gol daqueles que a gente esquece que está preocupado e grita até acordar os vizinhos. Pausa pra um gole de cerveja. Segue a partida e aí tudo é justinho como se espera: além da escalação retranqueira, o Joel dispôs o time todo do meio de campo pra trás. O Vasco deitou e rolou e o Flamengo ficou ali, acuado, dependendo da correria do Vagner Love, de um passe genial do Ronaldinho ou de uma jogada do sobrecarregado Leonardo Moura. Daí o Flamengo levou o gol que o posicionamento estava pedindo, perdeu a bola na boa marcação vascaína, Juninho deu um chute preciso, Felipe bateu roupa e ploft, empatado o jogo. Respira, respira. No segundo tempo, o Vasco fez mais um gol em outro rebote do Felipe.
E, claro, eles ainda tinham o Dedé. O cara da partida quase perfeita. Zagueiro. Nenhuma falta. Dezesseis desarmes diretos. Outras tantas interceptações. Fungando no cangote do Love. Do Ronaldinho. Sombra constante em qualquer um que se atrevesse a chegar perto da linha da grande área.
E nós? Tínhamos o rodrigueano Deivid. Se a cena do gol perdido não sai da minha cabeça, nem sei quantas noites irá assombrá-lo, senão pela (pouca) importância do jogo, pelo que foi em si mesma. Um atacante. O cara que vive de fazer gol. Gol de cabeça, de calcanhar, de voleio, pegando rebote, invadindo a área, chutando firme, gol, gol, gol. Esse cara, de frente para as traves convidativas, livre, sem marcação, sem goleiro, os ouvidos antecipam a celebração da multidão, corre aquele frêmito de se saber herói e, aí, o erro. Não um pequeno equívoco. Não um desacerto qualquer. Um Erro, maiúsculo e inesquecível. Acertar a trave é um luxo que nenhum jogador podia se permitir naquela situação. Nossa torcida muda. Calada pelo grotesco da situação. E a torcida adversária, toda, cantando o nome dele. Nenhuma redenção possível. Anti-herói. Tragédia minha. Nossa.
Perdemos. Acontece. Dá aquele travo na boca e uma coceira danada nos olhos. Mas passa, é do jogo. O que não passa é a angústia de ouvir o treinador dizer que não foi uma má partida, que o time jogou de forma “equilibrada e consciente” (palavras dele na coletiva após o jogo). O que não passa é a angústia de saber que é uma opção, não só a escolha de jogadores de técnica duvidosa (fecha os olhos e pensa no gol que o Deivid perdeu. Ou em um domínio de bola qualquer do Renato. Ou em um lançamento do Williams. I rest my case), mas também a definição da postura acuada em campo.
O que não passa é a certeza de pequenas vitórias e significativas derrotas nos jogos subsequentes e a sensação de que serão muitas as horas falando mal de um ou outro jogador e xingando o técnico de burro. E porque se insiste em torcer? Porque torcer é um amor. Um prazer que nos mata suavemente.
Ah, meu Flamengo, strumming my pain with his fingers
Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos
quarta-feira, fevereiro 22, 2012
O dia em que Elvis derrotou Lennon
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Por Vitor Nuzzi
“Que belo time, que belo esquadrão...” é a frase que ecoa ainda na entrada da rua Javari, nome popular do estádio Conde Rodolfo Crespi – menção ao cotonifício de mesmo nome inaugurado no finalzinho do século 19 na Mooca, bairro ítalo-paulistano. A torcida ocupa seus lugares. É sábado, faz calor, mas a chuva parece próxima – de fato, no segundo tempo o Juventus, dono da casa, e o Osvaldo Cruz, do interior paulista, vão jogar sob dilúvio, em partida acompanhada por 923 pagantes, na quinta rodada da terceira divisão. Mais do que no Canindé, pela primeira divisão, no jogo entre Portuguesa e Botafogo de Ribeirão Preto: 905.Ver uma partida na rua Javari já é um espetáculo à parte. Naquele dia, então, havia um atrativo imaginário. Do lado do Moleque Travesso, as esperanças estavam depositadas em Elvis, atacante que fez sucesso no Santo André, campeão da Copa do Brasil em 2004, sobre o Flamengo, no Maracanã. O Osvaldo Cruz vem mal das pernas, perdeu as quatro primeiras partidas, mas tem na lateral esquerda ninguém menos do que John Lennon.
Nos primeiros passos, ou acordes, os Beatles amavam Elvis, que já fazia sucesso nos Estados Unidos. Se tanto os ingleses de Liverpool como o americano de Memphis ficaram na memória de todas as gerações, no modesto campo da Mooca não teve jeito: o time do Elvis goleou sem piedade. Para piorar, uma das grandes figuras do jogo foi o lateral-direito Tony, do Juventus, que deu canseira no Lennon. Terminou 5 x 0, com direito a um golaço de Elvis (veja aqui: http://bit.ly/yzsQxX).
Futebol na Javari é interativo. Torcida e campo são separados por um pequeno alambrado. Ou seja, o torcedor ouve tudo que se fala e vê tudo que se faz no campo, muito de perto. E o jogador, claro, vai escutar tudo que vier da arquibancada. Especialmente os visitantes. Na hora do escanteio, os mais exaltados se penduram no alambrado e dão a sensação de que podem degolar o cobrador a qualquer momento. Os bandeiras, então, viverão seu inferno particular: há torcedores que fazem questão de correr junto com o auxiliar, com referências bem audíveis à família e a outros assuntos da intimidade do bandeirinha.
O que faz uma pessoa desejar ser bandeira e trabalhar quase sob o risco de morte? Faço a pergunta a meu colega de alambrado, encharcado, mas sem arredar pé, e ele arrisca uma explicação: “Talvez para fazer parte do espetáculo”. Talvez.
passado da Mooca e dos fundadores do clube
São muitos espectadores de cabeças brancas, o que é compatível com um time que fará 90 anos em 2014. Mas a principal torcida do Juventus chama-se Ju-Jovem. Fica ali atrás do gol à esquerda das tribunas, onde também podem se ver faixas como “Saudosa Maloca”, “Origine Operale” e “Dio Come ti Amo”, com o J ocupando todo o espaço interno da primeira letra “o”. Itália na veia: o time da Mooca rende homenagem ao Juventus de Turim, nascido em 1897, apesar de optar pelas cores do Torino, de 1906.
O intervalo é momento de outra tradição: comer canoles levados pelo seu Antônio – Antônio Pereira Garcia, há mais de 40 anos vendendo o doce na Javari. Os cannoli siciliani foram citados até no filme O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola. A cena em que Peter Clemenza (Richard Castellano) diz ao comparsa Rocco (Tom Rosqui), que havia matado Paulie (Johnny Martino): “Leave the gun. Take the cannoli” (“Deixe a arma, leve os canoles”).
É claro, na Javari não tem mafioso nem crime. Os canoles são mais uma referência afetiva de quem gosta do futebol sem estrelas nem superproduções, mas bem disputado. Xingar (ou elogiar, quem sabe) o técnico é fácil: é só encostar no alambrado. O placar ainda é manual. No dia da goleada, houve quem duvidasse que existia o número 5, mas ele estava lá.
Depois daquele jogo, o Osvaldo Cruz demitiu o técnico Play Freitas, que já foi contratado pelo Rio Preto. E o Juventus, que estava quase na rabeira, embalou: já havia vencido o XV de Jaú, goleou o Osvaldo Cruz e na rodada seguinte, empatou em Limeira (2 a 2) com o Independente. No sábado de carnaval, encarou o perigoso Grêmio Osasco, terceiro colocado do Paulista A3. Havia menos gente no estádio: 866 pagantes. E o jogo foi bem mais difícil, com direito a torcida rival, liderada pelos Lobos de Osasco, em alguns momentos até mais animados que a torcida anfitriã. Elvis saiu contundido e o nome do jogo foi Tony Maraial, ou simplesmente Tony (anotem o nome desse lateral, que começou na base do alagoano CRB): fez a jogada do primeiro gol, marcado por Douglas, e marcou o segundo, quando o placar estava 1 a 1, aos 36 do segundo tempo: um golaço de fora da área, no ângulo do goleiro Yamada. Vitória suada, comemorado por Tony com a mulher e a filhinha no alambrado.
Com mais essa vitória, o time grená da Mooca entrou no G8, disposto a brigar pela volta à segundona. A galera empurra.
Em tempo
A versão do Mooca All Stars para o hino do clube é impagável.
* Vitor Nuzzi gosta de futebol em qualquer época. Pôs os pés num estádio pela primeira vez aos 10 anos (tem 47) e não pretende tirá-los tão cedo, façam o que fizerem com a pobre bola. A sua seleção do São Paulo, time do coração, que viu jogar seria: Rogério; Zé Teodoro, Oscar, Dario Pereyra e Serginho; Chicão, Cafu, Raí e Pedro Rocha; Careca e Serginho Chulapa.
domingo, fevereiro 19, 2012
Hora do xixi OU: Eu só queria saber o resultado do jogo
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A promessa do bar incluía ligar um televisor no jogo entre Palmeiras e Guaratinguetá, mas, na hora de se cumprir o compromisso, não aconteceu. O jogo até acabou em segundo plano, escanteado pelo papo da mesa.
Mas as novas tecnologias estão aí para exacebar as ansiedades de quem quer quase qualquer informação quase na hora. Ao mesmo tempo, parar uma polêmica de botequim, daquelas que prometem vislumbrar saída para metade das agruras da existência (com soluções de botequim, é claro), não conviria interromper o colóquio para me debruçar sobre o celular em uma googlada, por mais curta e certeira que fosse.
Até porque poderia abrir precedente grave para o desenrolar da conversa. Uma consulta ao Wikipedia pode arruinar muita teoria revolucionária, esforços mnemônicos ou só trazer fama de chato ao preciosista que pleiteia precisão nos dados até no fórum adequado (ao devaneio, à dispersão, à distensão e a outras virtudes menos exatas).
Calhou de chegar a hora de completar o ciclo nefrológico do fermentado de cevada. Posicionado diante do mictório mais à direita, a pesquisa pelo resultado do jogo começou pelo celular. Porque a página do Alviverde na internet permite boa navegação a partir de dispositivo móvel, além de informação com a "imparcialidade" de que este palmeirense precisava, foi ali que averiguei a boa notícia.
Entre detalhes da virada, do gol do Arthur, sua contusão para entrada de João Vítor – responsável, aliás, pelo terceiro tento – e de Barcos, o foco muda de súbito.
À segura distância de dois mictórios, um manguaça não se contém diante da cena, de ver um co-irmão cedendo ao ímpeto natural que acomete a quem ingere líquidos em profusão – especialmente os diuréticos. Com muito mais palavrões do que seria adequado registrar no Futepoca, o meliante reclama:
– Pqp! Tamos lascados mesmo. Agora tem que ser multitarefas até na hora de tirar água do joelho. O cara tem que segurar o instrumento com uma mão e digitar no celular com a outra!
O tom era menos de indignação do que de troça, era possível interagir. Depois, ficaria mais claro que o intuito do ébrio mijão parecia ser mais o de falar sozinho:
– Pois é. O processo é dinâmico.
–O que não pode é confundir – devolveu antes que se ensejassem maiores reações –, senão vai acabar chacoalhando o celular e... E...
Para sorte deste então etilizado torcedor e da nação leitora, o cidadão não encontrou complemento para a tirada.
E eu, que só queria saber o resultado do jogo, não registrei a informação de que o time do Vale do Paraíba diminuiu, tornando 3 a 2 os números finais do placar e muito menos que o tal de Pio foi o destaque pelo time da casa. Nem percebi, na hora, que era a quarta vitória consecutiva, a terceira partida com três gols assinalados pela representação do Palmeiras a cada jogo.
Na próxima situação análoga, deixo a etiqueta de lado e interrompo a conversa da mesa. Não há de ser tão grave.
sexta-feira, fevereiro 17, 2012
Fantasmas paulistanos
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Na saída da Estação da Luz, um homem encharutado em seu cobertor de asfalto se faz de lixo no meu caminho.
Duas meninas, com sorriso malandro de adolescentes que fogem da escola
pra fumar um cigarro na esquina, dividem um improvisado cachimbinho de
crack. O cachimbinho é feito de um tubo de caneta e um recipientezinho
que podia ser uma tapinha de garrafa PET enrolado com fita isolante,
mais ou menos isso.
Barraco no Largo General Osório. Uma mulher aos berros abre um inquérito
a respeito da masculinidade daquele que deve ser o seu homem. Ele está
embaixo de um cobertor (da mesma marca daquele outro), acho que se
esconde para não ter sua imagem associada aos insultos.
Isso aconteceu hoje, 16 de fevereiro de 2012, em horário comercial.
Essa é a Cracolândia que não existe mais.
quinta-feira, fevereiro 16, 2012
Timão estreia na Libertadores com resultado favorito de Tite
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Um grande alívio e um bom resultado, no frigir dos ovos. Empate fora, na estreia, coisa e tal. Ficou, como é de praxe acontecer, a sensação de que esse grupo de jogadores pode mais do que Tite permite que aconteça. Alex e Danilo eram a escolha óbvia até para ele, que tem usado a dupla como titular na maioria dos jogos do Paulista. A mudança foi um equívoco facilmente explicado pela tendência titeana a rezar pelo empate fora. Com ele, desde que assumiu no final do Brasileirão 2010, é assim: empata fora e ganha de pouco em casa. Com essa conta, fomos campeões brasileiros – passando uma raiva considerável. Metade da equação ele conseguiu ontem.
Uma prancheta sem poesia
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Por Luciana Nepomuceno
Eu sou cearense, nascida e criada. Moro no Nordeste. Só conheci o Maracanã em 2010. Quando me interpelam – e fazem isso com frequência, creiam – sobre minha paixão pelo Flamengo, eu sempre respondo que a origem geográfica de Caravaggio, Nina Simone ou Patativa do Assaré nunca foi pré-requisito para a beleza que eles produziram me comover. Aprendi a torcer como consequência da admiração, do enlevo, do encantamento. Aprendi a torcer pela impressão que abeleza das jogadas em vermelho e preto produziam em mim. Ainda hoje, sou desses seres estranhos que se agradam mais com um jogo bem jogado que com uma vitória sem graça. E, ainda mais esquisita, sou daquelas idealistas que acreditam que estas coisas – bom jogo e vitória – não são excludentes por princípio. Não sou, digo logo, contra um time que joga bem na defesa, ainda lembro a elegância dos desarmes de Juan, o posicionamento inteligente de Junior e só uma pessoa com muita má vontade não reconheceria o engenho de um jogador como Gamarra.
Isto posto, já dá pra imaginar que eu não gostei nada, nada, do empate em 1 a 1 de ontem à noite, contra o argentino Lanus. Sim, blá-blá-blá, casa do adversário, blá-blá-blá, não deixaram jogar, mas o que eu vi em campo foi um time irritantemente aferrolhado. Como listar todas as ofensas? Entrar com Airton, Maldonado, Williams. Ver, jogo após jogo, o Renato Abreu se posicionar mal, perder bola na intermediária, facilitar contra-ataques e ser redimido por um gol qualquer de bola parada. Ouvir, minuto após minuto, condenarem o (fraco, é certo) futebol do Ronaldinho, como se um meia perdido entre quatro volantes e o Deivid (sem comentários) pudesse fazer alguma coisa significativa a não ser por sorte ou fortuita manifestação de talento. Adivinhar que o gol obtido nos últimos minutos do primeiro tempo só pioraria a postura da equipe. Ter que reconhecer que Léo Moura é a única esperança de jogada de ataque. Tentar entender que gosto tem uma vitória magra e mal jogada, tendo Bottineli – não exatamente um craque, mas, pelo menos, capaz de passes precisos com mais de meio metro – disponível no banco. E, claro, colocar o Negueba faltando dois minutos pra acabar o jogo só pode ser deboche.
Desligada a TV, fica a certeza de que o mais discutido (e discutível) foi a imagem obtida pela emissora de televisão da prancheta do Joel. E tudo isso não é o que mais me entristece ou assusta. Sabe o que é pior? Não há nada no passado do Papai Joel que indique uma mudança de rumos. Resta-me lembrar que somos, eu e Joel, transeuntes, e esperar que um tiquinho de criatividade, leveza e empolgação surjam, aqui e ali (mais ali, por favor). Porque, ontem, o Flamengo em campo passou longe de justificar minha resposta, arte e beleza passaram longe e nem mandaram lembrança:
PS: E como é irritante jornalista e narrador comentando Ilariê no meio da transmissão.
Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos
quarta-feira, fevereiro 15, 2012
The Strongest 2 X 1 Santos – na altitude, quem bobeia não tem vez
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terça-feira, fevereiro 14, 2012
Mano convoca seleção para amistoso contra a poderosa Bósnia
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O técnico Mano Menezes divulgou hoje nova convocação da Seleção Brasileira que enfrentará a Bósnia Herzegovina, no fim deste mês, na Suíça. As lista não traz grandes novidades, mas tem alguns retornos interessantes.
O primeiro é Paulo Henrique Ganso, que se ainda não apresentou o futebol do primeiro semestre de 2010 (é, Ganso, faz tempo...), já deu mostras no Santos de que continua dono do meio campo. Também no setor, volta Hernanes, o bom volante que pode qualificar bastante o passe e a posse de bola no meio, que tem sido problemas do time. Volta também Júlio Cesar, que não é mais aquele, mas segue um baita goleiro.
Os jornais questionaram uma presença e uma ausência: respectivamente, Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Sobre o Gaúcho, Mano justificou que está contemplando as cobranças pela manutenção de uma base e definição de um time. “Não posso ficar trocando a todo momento por causa de um momento ruim. A fase agora exige um período melhor. As coisas serão mais estáveis", afirmou. Sobre Kaká, não deu maiores explicações.
De minha parte, levaria Kaká. Para mim, o moço evangélico ainda tem bastante para contribuir para a seleção – mais do que Gaúcho, na verdade. Entendo a justificativa para a convocação deste último, mas não sei se concordo. Se chamasse, seria só para tentar suprir a falta de meias no futebol brasileiro.
Depois do compromisso contra os bósnios, a seleção volta a se apresentar apenas em maio, contra a Dinamarca na Alemanha. Em seguida, encara turnê pela América do Norte, com amistosos marcados contra Estados Unidos, México e Argentina.
Veja a lista e palpite:
GOLEIROS
Júlio César (Inter de Milão/ITA)
Diego Alves (Valencia/ESP)
Rafael (Santos/BRA)
LATERAIS
Daniel Alves (Barcelona/ESP)
Adriano (Barcelona/ESP)
Danilo (Porto/POR)
Alex Sandro (Porto/POR)
Marcelo (Real Madrid/ESP)
ZAGUEIROS
Dedé (Vasco/BRA)
Thiago Silva (Milan/ITA)
Luisão (Benfica/POR)
Davi Luiz (Chelsea/ING)
VOLANTES
Hernanes (Lazio/ITA)
Fernandinho (Shakhtar/UCR)
Elias (Sporting/POR)
Sandro (Tottenham/ING)
MEIAS
Ronaldinho (Flamengo/BRA)
Ganso (Santos/BRA)
Lucas (São Paulo/BRA)
ATACANTES
Neymar (Santos/BRA)
L. Damião (Inter/BRA)
Hulk (Porto/POR)
Jonas (Valencia/ESP)
domingo, fevereiro 12, 2012
Reservas santistas goleiam Linense
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Mais uma vez no Paulista, o Santos entrou com seu time reserva, à exceção do goleiro Rafael. Desta vez, segundo o treinador Muricy Ramalho, além do resultado, o jogo também valia a definição dos 25 inscritos para a primeira fase da Libertadores, que poderia incluir um jovem jogador “em observação”. Os santistas estreiam quarta-feira no torneio contra o The Strongest, na alta La Paz.
Para o Linense, o comandante Pintado deu a dica do que o jogo valia em declaração antes do começo da peleja: “Nosso adversário direto não é o Santos”. Tanto que deixou de fora os volantes Makelelê e Elias, o meia Éder e o zagueiro Fabão, atletas pendurados ou com contusões. A ideia era preservá-los para as duas partidas do time (que jogou cinco das sete primeiras partidas fora de casa, que tabela, hein?) em Lins, contra Bragantino e Mirassol.
O resultado... o esperado: derrota do Linense diante do Santos, que jogou pela sétima vez em uma cidade diferente nesse Paulista. Desta vez, sua “casa” foi São Bernardo. A porteira se abriu logo após um pênalti perdido por Alan Kardec, falta sofrida por Rentería aos 24 do primeiro tempo. O zagueiro Bruno Rodrigo finalizou depois de cobrança de escanteio, o defensor do Linense tirou já depois da linha e Kardec chutou para o gol. Mas o árbitro de fundo (olha só, não é que teve utilidade?) anotou de forma correta o tento para o zagueiro santista, que só soube que tinha sido o autor no intervalo. “Poxa, mas nem beijei minha aliança...”, lastimou. Mas até o portal Uol, horas depois do jogo (abaixo), continuou acreditando que Kardec era o autor do gol, ainda que a matéria interna o desmentisse.
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Reprodução |
De positivo, bom saber que Rafael está voltando à forma, depois de ter feito algumas defesas difíceis e saídas de gol, por baixo, importantes. Anderson Carvalho também vai mostrando mais confianças, assim como Felipe Anderson. Dimba tem bola e pode evoluir, outro garotos idem. Falta o técnico confiar.
sexta-feira, fevereiro 10, 2012
Neymar: o ator que fez um filme ruim valer a pena
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Ele resolveu em 15 minutos |
quinta-feira, fevereiro 09, 2012
Wando: ele cantou o amor em todas as suas formas
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Se existe alguém que interpretou o dito amor sob as mais diferentes formas, esse alguém foi Wando. Trilha sonora de muitos romances embalados em botecos de todo canto e lugares mais apropriados, deixa um legado que dificilmente será superado nesse quesito. Reconhecendo e recordando seus grandes momentos, e finalmente recuperados do choque nos causou o passamento, só hoje este Futepoca lhe presta uma singela homenagem registrando suas múltiplas formas de cantar o mais nobre dos sentimentos humanos:
E, claro, a homenagem do nosso senador Eduardo Suplicy:
Arrogante e preguiçoso, Corinthians joga dois pontos fora em Mogi
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Tá certo, a primeira fase do Paulista vale pouco. Nas últimas 3 edições, o oitavo colocado teve 27 ou 28 pontos, logo faltam uns 16 em 13 jogos pra conseguir uma vaga no mata-mata. Logo, nada grave, do ponto de vista estritamente aritmético, o empate do Corinthians contra o Migi Mirim na noite desta quarta-feira.
Isto posto, vamos falar claramente: foram dois pontos desperdiçados por arrogância, preguiça e outros defeitos de um time que, se tem um pecado, é a falta de ambição dentro de cada partida.
Não foi uma nem duas vezes que a equipe de Tite fez 1 a 0 e tirou o pé do acelerador – e até pisou no freio. Várias e várias emoções desnecessárias passaram os corações alvinegros na temporada passada por esse tipo de comportamento. Mas essa noite foi complicado.
O jogo começou com o Mogi melhor, marcando a saída de bola e complicando a armação alvinegra. O pessoal não chegou a criar grandes chances, mas controlou o jogo até os 12 minutos, quando Paulinho fez uma grande jogada e cruzou para Liedson, que dominou tirando o zagueiro e se enroscou como goleiro. A bola rolava lentamente rumos às redes, mas foi desviada com a mão direita por um atabalhoado Edson Ratinho. Penalti, convertido por Emerson, e expulsão do jogador de Mogi.
Um parênteses: Arnaldo Cesar Coelho concordou com o juiz na hora do lance, mas achou depois um toque de mão de Liedson. Curiosamente, ele afirma que o toque não foi intencional, mas mesmo assim o juiz deveria ter parado o lance, tornando irregular a a marcação do pênalti. Interpretação, digamos, curiosa. Para mim, se teve algo diferente do assinalado pelo árbitro, foi um pênalti em Liedson cometido pelo goleiro , que já caído levanta a perna para impedir a progressão do jogador. Mas vamos em frente.
Quer dizer, com 12 minutos do primeiro tempo, o Corinthians abre 1 a 0 e fica com um jogador a mais. O jogo fica absolutamente sob controle, com toque de bola paciente e boas inversões de Alex e Danilo. Uns cinco minutos após o gol, numa dessas mudanças de lado, Liedson acerta uma cabeçada para defesa espetacular do goleiro Anderson. E parou por aí.
A necessidade de se poupar para o clássico contra o São Paulo e, mais importante, a estréia na Libertadores na quarta explicam a vontade de desacelerar o jogo. Mas com um a mais por tanto tempo – e enfrentando um equipe fraca como se mostrou o Mogi – era só focar um pouquinho para ter resolvido a parada. Não foi feito e, aos 40 minutos, veio o castigo: contra-ataque do Mogi – pelo menos o quarto com chance clara de gol –, Júlio César falha num chute de longe e Hernane, o artilheiro do torneio, mandou pra dentro.
Merecido, se me perguntar. Quem sabe o pessoal não acorda e começa a botar em ponto morto só depois do 3 a 0?
Jogadores
De positivo, Edenilson entrou no lugar de Emerson e foi jogar como meia pela esquerda no 4-2-3-1. Foi muito bem e criou algumas boas situações. É um bom jogador e merece ser observado, até para encontrar sua melhor posição – que eu acho que pode ser meia ou segundo volante, nessa ordem. E o fato de que, quando quis jogar, o time mostrou qualidade, especialmente Danilo, Alex e Paulinho, que controlaram o meio campo. O volante, aliás, vem fazendo jogadas mais agudas – no período em que se importa com o jogo. Parece ter ganho mais confiança, o que pode fazê-lo crescer mais adiante.
Nota negativa para Welder, que foi muito tímido. Fiquei com boa impressão do lateral nas poucas vezes que o vi atuar ano passado e acheiq ue ele aproveitaria a chance para botar pressão em Alessandro. Mas não foi o caso.
Douglas
Um comentário sobre a volta do meia Douglas ao Timão. Fiquei bastante feliz com a contratação. Acho que ele tem certas características – prender a bola, cadenciar o jogo, passar em profundidade – que complementam as melhores virtudes de Alex. Acredito que, com o tempo, Douglas ganha a vaga de Danilo e libera Alex para jogar mais solto, chegando mais para bater pro gol e dar o último passe. Com Liedson e Sheik, acho que pode dar um baita samba.
Além disso, o Corinthians fica com uma das maiores concentrações de meias por metro quadrado, com Vitor Júnior se somando aos três supracitados. Coisa boa num elenco que ano passado tinha grande dificuldade de substituir Danilo.
Adriano
Até aqui, trágica a passagem do Imperador da Manguaça pelo Corinthians. Bom, nem tanto, porque aquele gol contra o Atlético MG valeu muita coisa. Mas a demora do cara para entrar em forma e jogar já deu no saco. Podia até jogar mal, mas pelo menos estaria ali para ser avaliado.
Hoje, depois de tudo, eu que fui defensor do atacante e das chances que lhe foram dadas, já não espero muita coisa. Mesmo assim, e de foram contraditória. inscreveria o cabra na Libertadores. vai que ele se anima...
terça-feira, fevereiro 07, 2012
Aeroportos, ônibus e contradições
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O tema desta terça-feira foi a privatização dos aeroportos feita pelo governo federal na segunda. Foram vendidas participações nos aeroportos de Guarulhos, o maior do país, Campinas e Brasília, em leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O governo comemorou o alto valor alcançado, R$ 24,5 bilhões no total, com um ágio médio de 347% nas três operações.
De um lado, os tucanos, com o perdão do trocadilho aviário, pavoneiam-se do PT ter caído em si e aceitado o evangelho privatista. Do outro lado do espectro político, o pessoal à esquerda ficou deveras escandalizado com o que consideram uma traição da presidenta. Afinal, o debate sobre as privatizações, com o PT de Lula e Dilma como nacionalistas estatistas e o PSDB de Alckmin, Serra e FHC como vendilhões da pátria, foi um dos pontos altos das duas últimas campanhas eleitorais – a cena mais marcante (ou patética) fica para Geraldo Alckmin usando camisa da Petrobras e colete do Banco do Brasil.
Antes de mais nada, uma questão técnica. O que foi feito não foi bem assim uma privatização. Quer dizer, foi: o governo vendeu parte das ações dos aeroportos, mas a Infraero manteve 49% deles. Ou seja, a União continuará sendo sócia de todos. Os vencedores do leilão ficam com a concessão de operação por prazo determinado. No caso de Guarulhos, por exemplo, foram R$ 16,21 bilhões por 20 anos. O patrimônio continua sendo parcialmente da União, mas será tocado pela iniciativa privada. Como nas estradas. Ou, mais próximo ainda, nas concessões de ônibus urbanos.
O João Villaverde, nesse post sensato, argumenta que politicamente não faz diferença, o que até é verdade. Mas na prática, faz muita. Nesse sentido, se tiver que me escandalizar com alguma concessão, sinto muito mais prejuízo em ter pouco controle sobre os ônibus urbanos, por exemplo. Peguei avião um número de vezes que cabe nas duas mãos – e devo estar acima da média do brasileiro. Ônibus, meu chapa, todo mundo pega – e não vejo essa chiadeira toda a respeito.
Mas sou exceção nas hostes esquerdinhas. De minha parte, não sou necessariamente contra privatizações. Sou contra certas privatizações. Vender a Petrobras, pelamor, é uma ideia ridícula, como foi ridícula a venda da Vale. Primeiro, porque junto com a empresa foram vendidos contratos de exploração de minérios válidos por décadas. Vendeu-se o solo brasileiro, patrimônio natural (e esgotável) de nosso povo. Isso, sou contra.
Pior: na década e 90, governo tucano e mídia fizeram uma campanha intensa para desvalorizar as estatais. É meio você querer vender seu carro e sair por aí dizendo no boteco que ele não presta. Pois é, o preço cai. O aeroporto de Guarulhos é gigante, importante e coisa e tal, mas ninguém tem a ilusão de que ele valha mais do que a Vale do Rio Doce valia quando foi vendida. Pois pagou-se por ele R$ 16,21 bilhões, contra R$ 3,3 bilhões na Vale. Não dá pra comparar o dano causado à nação por essas duas decisões.
O Nassif, nesse post curto, levantou outras questões que diferenciam o modelo de privatizações dos anos 90 e o concretizado ontem:
1. A Infraero mantem 49% do capital.
2. O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) financiará exclusivamente os investimentos previstos. Nos anos 90 financiava a compra.
3. Os recursos arrecadados serão destinados a aeroportos menores.
Vamos combinar que é beeeem diferente? Todo mundo pode ser contra privatizar aeroporto, empresa, estrada e o diabo – ou querer vender até escola primária. Ninguém precisa concordar com nada do que a Dilma diz – por exemplo, ao dizer que “agora esperamos uma administração eficiente dos aeroportos”, duvido que os funciários da Infraero concordem com a presidenta. Com certeza, se trata de mais uma das tantas e tantas contradições dos governos petistas e cada um vai avaliar com seus botões se é o bastante para se considerar a gestão uma decepção e levar seu voto para outras paragens. Mas é obrigação não ser leviano e nem desonesto no debate.
segunda-feira, fevereiro 06, 2012
Folha de S. Paulo descobriu a pólvora! Neymar não é Pelé
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Na edição do periódico da família Frias, neste domingo, um dos destaques de capa da edição paulistana dizia: Neymar chega aos 20 rico, mas sem jogar Copa e só com um quarto de gols de Pelé.
Interessante, a única notícia de verdade era que o atacante santista fazia aniversário. O resto não diz absolutamente nada: Neymar é rico (sério?), não jogou uma Copa do Mundo (ufa, minha memória ainda está boa) e, pasmem, não fez tantos gols quanto Pelé aos 20 anos… Ah, vá! Se eu fizesse um post sobre o nascimento do peixeiro com um título “Neymar, aquariano como este escriba, faz anos hoje”, teria mais informações do que o dito na chamada de capa da Folha.

Mas há que se analisar o porquê da comparação com Pelé. Para dizer que Neymar é menos que ele? Bom, se tomarmos como fundamento os mesmos critérios para falar de dois rivais (sic) do Rei em termos do cetro de melhor de todos os tempos, como ficariam Messi e Maradona em comparação a Pelé?