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segunda-feira, janeiro 11, 2010

Deu liberdade, dançou

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Vi ontem, no programa "Grandes momentos do esporte", da TV Cultura (não sei se era reprise), um trecho de uma recente entrevista que fizeram com o ex-jogador Careca, titular da seleção brasileira nas Copas de 1986 e 1990. Falando sobre a eliminação contra a Argentina no mundial italiano, com gol de Gannigia (acima) após jogada sensacional de Maradona, Careca revelou um detalhe da preleção com o técnico brasileiro, Sebastião Lazaroni:

- Eu e o Alemão, que jogávamos com o Maradona no Napoli, sabíamos que ele estava acima do peso e numa fase difícil. Mas, mesmo assim, ainda decidia partidas sozinho. Daí, falamos para o Lazaroni que era preciso botar alguém pra fazer marcação homem a homem, pra grudar no Maradona os 90 minutos. Ele disse que não era preciso, que íamos marcar por zona e que o Dunga e o Alemão iam se revezar na marcação. Acatamos, pois ele era o técnico. Fizemos nossa melhor partida na Copa e perdemos uma chuva de gols. Depois, sem marcação individual, Maradona aproveitou uma bobeira e puxou sozinho o contra-ataque para o gol de Cannigia.

O lamento de Careca remete ao que aconteceria 16 anos depois, na Copa da Alemanha, quando muitos criticaram a ausência de marcação homem a homem em Zidane quando o Brasil foi eliminado pela França. No elenco da época, teve quem apoiou e quem questionou a postura do técnico Carlos Alberto Parreira. Mas é fato que o francês dominou a partida e fez o que quis, com total liberdade. Com os gênios, todo cuidado sempre será pouco.

quarta-feira, outubro 14, 2009

Classificação da Argentina faz Maradona ter seu dia de Zagallo

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Brasil, Paraguai, Chile e Argentina estão na Copa do Mundo da África do Sul. O Uruguai vai à repescagem contra um representante da Concacaf. A seleção de Diego Armando Maradona venceu a Celeste Olímpica por 1 a 0 em Montevidéu, com gol de Bolatti aos 40 do segundo tempo. Com o resultado, veio a classificação, o que permitiu ao treinador ter seu momento de Mário Jorge Lobo Zagallo, xingando jornalistas que o criticaram até a sétima geração. Só que sem o mesmo pudor.

"Tem que lutar até a morte. Porque eu amo a Argentina e a levo no coração. Não me importa o que digam os jornalistas. A la p... que los pariu! Rouco, na saída do vestiário, disse: "pedi que explodissem e explodiram, deixaram tudo". Dedicou a conquista aos que estiveram com ele e a ninguém mais. à imprensa, insistiu. "Que la chupen y que le siguen chupando". Está que vuela Maradona, y no sólo a Sudáfrica...

A diferença em relação a Zagallo não envolve apenas as palavras. O então treinador da seleção brasileira ordenou aos críticos que o deglutissem em 1997, após a conquista da Copa América na Bolívia. A única referência em vídeo que encontrei foi um funk com o tema "Vão ter que me engolir".

O que é melhor: engolir Zagallo ou ir à pqp e seguir "chupando"?

Voltando ao jogo atual...
Diego está que voa, diz o Olé. O drama não nem metade do que se previa – ou do que se secava. É que o Equador perdeu para o Chile de Marcelo Bielsa em Santiago por 1 a 0. Assim, bastava não perder para os argentinos irem à Copa. O atacante uruguaio Forlan perdeu chances de estragar a festa. Já Maxi Pereira acertou até um soco.

Já o Brasil, empatou com a Venezuela em Campo Grande em 0 a 0. De nada adiantou deslocar o horário do Jornal Nacional, suspender capítulo da novela das 19h, dividir o Jornal Nacional em duas partes. A seleção não conseguiu fazer um gol sequer. A volta dos titulares não fez diferença.

Os comandados de Dunga precisam mostrar que o time não está na descendente depois de alcançar o auge em 19 partidas sem perder. Em novembro, tem amistoso marcado contra a Ingleterra.

Diego Tardelli ganhou mais pontos. O xará Souza não deve voltar a ser convocado. E Ramires parece contar com muita boa vontade de Dunga, que por sua vez saber que o titular é Elano.

Classificados
Das 32 seleções que participam da Copa de 2010, 22 estão definidas. São elas:

América do Norte - Estados Unidos e México (Costa Rica e Honduras disputam a repescagem: enquanto o governo for golpista, vai Costa Rica!)

América do Sul - Brasil, Paraguai, Chile e Argentina (Uruguai disputa repescagem com quem perder na Concacaf, provavelmente Honduras: Vai, Uruguai!)

África - África do Sul, Gana e Costa do Marfim (falta definir três outras vagas entre os duos Camarões e Gabão, Tunísia e Nigéria e Argélia e Egito)

Ásia - Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão e Austrália, aquisição do continente asiático assegurada pela Fifa em 2005 (Nova Zelândia e Bahrein disputam o jogo de volta da repescagem em 14 de novembro: vai Bahrein!)

Europa - Inglaterra, Holanda, Dinamarca, Alemanha, Suíça, Sérvia, Itália, Espanha e Eslováquia (faltam quatro vagas divididas em um mata-mata entre os oito melhores segundos colocados, o que inclui a França, Portugal, Irlanda e atá a Bôsnia).

Palermo, dos pênaltis errados, virou santo

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A Igreja Católica tem muitos santos cuja vida casta e exemplar ocorre depois de uma conversão, um momento de redenção de uma vida devassa das mais distintas práticas pecaminosas.

São Paulo era, antes, Saulo, um caçador sanguinário de cristãos. São Francisco de Assis era rico de família avarenta, mas abriu mão de tudo. E por aí vai.

A Argentina, correndo o risco em uma grande conspiração tramada por Uruguai e Equador – que são Brasil nas eliminatórias – além do Chile, apela ao mais improvável dos neobeatificados no universo do futebol.



Marcelo Sottile escreve:

Diego: não bata o Rolls Royce. A partir do seu talento como jogador, você reclamou ser o técnico da seleção para encerrar a obra, para lustrar seu nome. Não para comper a coroa. Pense bem em suas decisões, busque lucidez no mais profundo do seu ser. Você não é um ladrão que rouba conhecimento dos outros. Você não será menos Maradona por escutar, por aceitar uma sugestão, por pedir ajuda. Não permita que a Argentina fique fora do Mundial. Não suportaríamos este tremendo fracasso. Até agora, Deus jogou do seu lado. (...) Palermo abriu-lhe uma porta para você se esquivar do outro final.


A matéria do Olé está aqui.

Palermo é o mesmo atacante que conseguiu, em pelo menos duas feitas, perder três pênaltis em uma mesma partida. Para refrescar a memória:

Contra o River Plate: "dedicate a otra cosa, papa", escreveu o autor da publicação no Youtube.


Colômbia 3 x 0 Argentina


Claro que o atacante do Boca Juniors não é só pênaltis errados. Ele também faz gols. É o imortal. Mas é divertido ver o desespero alheio.

terça-feira, outubro 13, 2009

Uruguai e Equador são Brasil nas eliminatórias

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Nesta quarta-feira, 14, uma combinação de resultados pode tirar a Argentina da Copa do Mundo. Basta Uruguai e Equador vencerem suas partidas que os hermanos podem cancelar suas passagens para a África do Sul e guardar o passaporte.

Depois de vencer o Peru com ajuda da arbitragem – gol impedido nos acréscimos – a seleção comandada por Diego Armando Maradona precisa vencer em Montevidéu para garantir a vaga. Se empatar, tem que torcer contra um milagre operado pelo Equador contra o Chile em Santiago que compensasse os quatro gols a menos de saldo que o país de Rafael Correa tem em relação à Argentina, já que haveria empate em número de pontos.

Agora, se a Argentina perder do Uruguai e o Equador vencer o Chile, adeus Argentina na Copa.

Então, o Futepoca, pela pilhéria, pela chacota e pela troça, adere à campanha do Blablagol:

De repente é aquela corrente pra frente



Vai Uruguai! Vai Equador!

terça-feira, setembro 08, 2009

Troque seu futebol por um cachorro rico

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A maratona começou na madrugada de sexta para sábado, quando fui trabalhar catando lixo no Electric Picnic Festival (à direita), em Stradbally, a duas horas e meia de Dublin. Não é possível descrever em palavras do que se trata esse serviço. Mesmo os novatos, que ainda não tinham passado pela experiência, só foram entender a encrenca depois que chegaram no local (eu já tinha trabalhado no Oxegen Festival, em julho). Bom, chegamos em dois ônibus, 100 desesperados por qualquer euro e trabalho forçado, em uma cidadezinha minúscula onde, num fazendão, aconteceu um festival de 3 dias com atrações musicais 24 horas, milhares de pessoas acampadas, muita bebida, sexo, drogas, lama e lixo - principalmente lama e lixo. Você chega lá, te dão um par de luvas e sacos de lixo e dizem: ''-Catem tudo!''. Simples assim.

Não tem vassoura, nada. Você tem que se abaixar para pegar cada papel, lata, resto de comida, plástico, enfim, tudo. Depois de três ou quatro horas fazendo isso, sem parar um minuto, você não tem mais espinha dorsal, nem sente mais as pernas, os braços, nada. E começa, literalmente, a delirar. Ri sozinho, canta, tem vontade de chorar, esquece o próprio nome, o que está fazendo ali, que raio de lugar é aquele. Começa a catar lixo à meia-noite e, lá pelas sete da manhã, já está em alfa, robotizado, abestalhado. Foi por aí que entrei numa das diversas tendas onde o povo do festival curte música eletrônica, já vazia, e, além da tonelada de lixo me olhando convidativamente, vi um cartaz enorme do uísque Southern Comfort, o preferido da falecida Janis Joplin (que nunca recebeu um tostão por fazer propaganda). Comecei a viajar nessa idéia e, quando voltei ao planeta Terra, olhei para o chão e vi uma lata de cerveja fechada. Limpei o barro da tampa e mandei ver, quente mesmo. Santa Janis!

Bom, depois de todo esse martírio, que vai me render uns 40 euros (pouco mais de 100 reais), cheguei em casa às 10 da manhã, fui dormir às 11 e botei o despertador pras 3 da tarde, pois teria que trabalhar de garçom, ou melhor, de food runner, a partir das 5, no restaurante do estádio Shelbourne Park, que abriga corridas de cachorro (à esquerda). O lugar é enorme, maior que os campinhos da maioria dos times de futebol brasileiro. Além do restaurante, abriga dois fast foods e um café. Food runner é quem pega os pratos de comida na cozinha e, literalmente, sai correndo para levar paras as mesas (os garçons só atendem e comandam os pedidos). Eu estava sendo testado junto com um chileno e um colombiano. Só uma vaga. 100 mesas para atender. Três pratos quentes (pelando de quente) equilibrados em cada braço. 30 lances de escadas. 30 segundos para retornar até a cozinha e pegar mais pratos. E eu praticamente sem dormir, moído da catação insana de lixo...

O público, no restaurante, é basicamente de velhos ricos, muito ricos - que apostam pesado nos cachorros (vai daí o estádio ser um luxo só). Tinha até uma equipe de televisão fazendo uma chamada ao vivo do meio do restaurante, que é uma espécie de arquibancada coberta, acarpetada, com móveis finos e malucos como eu, de camisa social azul turquesa e gravata vermelha, correndo com pratos pra todo lado - várias vezes percebi que as crianças ricas preferiam nos observar do que os cachorros, que levavam os pais e avós a uma histeria e fanatismo piores que os das torcidas de futebol. Tanto que, ao mesmo tempo, quatro telões transmitiam um jogo da Irlanda pelas eliminatórias e, quando o time fez 2 a 1 sobre Chipre, poucos prestaram a atenção (só uma mesa comemorou). E comida vai, prato sujo vem, cachorro corre, velho aposta e, enfim, fui dispensado. O chileno ficou com a vaga.

Mas não fiquei chateado, não. Ou melhor, até um pouco aliviado por me ver longe daquele trabalho alucinante em meio a ricaiada esnobe. Peguei meus 50 euros de pagamento (quase 150 reais) e fui direto para o pub do Australiano, point da brasileirada, para comemorar o aniversário de uma amiga e um amigo e, de quebra, assistir Brasil x Argentina. O primeiro copaço de Foster's, australiana, caiu como se nunca tivesse sentido o prazer de uma cerveja gelada na vida. E por aí foi, até o terceiro gol(aço), de Luís Fabiano (à direita), quando a casa quase desabou com 200 brasileiros pulando e 100 argentinos tentando correr para algum abrigo seguro (inexistente). Com um telão de 3 por 5 metros, e a torcida canarinho cantando e gritando mais do que os torcedores do Boca em La Bombonera, os 90 minutos, a sensação era a de estar no estádio, mesmo. E o melhor: bebendo cerveja. Melhor ainda: o Brasil ganhando. E pra fechar com chave de ouro: tirando várias lasquinhas das argentinas e brasileiras embriagadas e sufocadas na multidão de bêbados.

A comemoração seguiu com festa em um apartamento. Cheguei em casa às 7 da manhã de domingo. Um dos habitantes tinha enchido a geladeira de cerveja (Carlsberg, Stela Artois, Tyskie, Heineken etc). E também tinha uma vodka, trazida da Alemanha. Fui dormir às 2 da tarde, quase um dia após a soneca de quatro horinhas antes de ir para o restaurante. Serviços malucos faço por obrigação. Mas cerveja e futebol, não tem hora! Cheers!

segunda-feira, maio 11, 2009

Brasil campeão sul-americano sub-17

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Ontem, o Brasil venceu a Argentina e conquistou o título do Campeonato Sul-Americano Sub-17. A vitória veio de um jeito que muita gente espera que aconteça num sonhado duelo entre as duas seleções numa decisão de Copa do Mundo: suada, sofrida, nos pênaltis.


O Brasil fez 2x0, com Zezinho e Philippe Coutinho; os argentinos empataram, com gols de Gonzalez e Espíndola, marcados respectivamente aos 21 e 42 do segundo tempo.

Assim, vieram as penalidades. Quando o sofrimento ocorreu de maneira superior à habitual nesse tipo de decisão. Para que se tenha uma ideia, foram nada menos do que nove cobranças de cada lado. Sinceramente, não me lembro de uma quantia tão elevada de batidas em um jogo tão importante (em um menos decisivo, lembro de um Palmeiras x Inter de Limeira pelo Paulistão de 2001, quando se não me engano teve gente que até cobrou duas vezes).



Com a conquista, o Brasil celebra o título e uma hegemonia impressionante no sub-17 continental: são oito títulos em 10 campeonatos disputados. Assustador, não?

Agora os meninos se preparam para o Mundial que será disputado na Nigéria nos meses de outubro e novembro. Além do Brasil, representarão a América do Sul os argentinos, uruguaios e colombianos. Para ver a listagem completa das seleções já classificadas, clique aqui.

quinta-feira, abril 02, 2009

Dunga 3 a 0, Maradona 1 a 6

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No dia da mentira, o time do massacrado técnico Dunga venceu a seleção do Peru por 3 a 0 em Porto Alegre. Enquanto isso, em La Paz, a Argentina apanhou de 6 a 1 da vice-lanterna representação da Bolívia. Nem foi a redenção do primeiro nem a execração do segundo. Ainda.

Brasil e Peru
Com dois gols de Luís Fabiano, incluindo um de pênalti e outro em posição de impedimento, e outro de Felipe Melo, o Brasil manteve o padrão nas eliminatórias. Para facilitar a convocação de atletas e conciliar a prévia da Copa, são realizadas duas partidas na mesma semana e, sempre, o escrete canarinho vai bem em uma e mal na outra – ou vice-versa. Desde os tempos de Carlos Alberto Parreira era assim.


Daniel Alves foi bem.

Quando a primeira das duas partidas é ruim e a segunda melhora, cabe dizer: "O Dunga deve ter falado umas boas verdades pra turma". Ou: "Ouviram as críticas e resolveram largar de fazer corpo mole". Quando é o inverso é mais complicado.

Os próximos jogos são contra Uruguai e Paraguai. Se mantiver o padrão, uma vitória e um empate para manter a segunda colocação seriam o melhor cenário.

Em campo
Kaká voltou, procurou jogo, correu os 90 minutos. Embora não tenha sido sua melhor forma, mandou avisar que Ronaldinho Gaúcho não precisa mais ser convocado. Daniel Alves foi apontado como melhor em campo por alguns comentaristas, claramente agrada Dunga, mas não tem vaga garantida. Maicon, o parceiro de Adriano nas baladas, tem mais vigor físico, embora tenha apresentações piores com a amarelinha.

Robinho até procurou a bola, mas não esteve bem. Alexandre Pato entrou a pedidos da torcida, mas aprontou quase nada. Elano, pela regularidade, parece ter conquistado a posição na meia.

Cabe destacar o gol do camisa 5, foi um lance de raça, com divididas e mais divididas até chegar à cara do goleiro. E então, quando eu esperava um chutão, uma bomba para coroar uma arrancada que teve um pouco de técnica e muito de trombada, veio o inusitado. Um toque sutil para tirar o arqueiro da jogada.

A seleção do Peru jogou muito mal, é fato. Conseguiu uma bola na trave em um lance que Julio Cesar, o quase imbatível contra o Equador estava adiantado.

Piaba
Enquanto parte da torcida brasileira fazia cara feia a cada passe certo da equipe de Dunga, os argentinos tinham um pouco mais de motivos para se preocupar. A goleada histórica de 6 a 1 traz a lembrança do placar de 5 a 0 alcançado nas eliminatórias da Copa de 1994 contra a Colômbia, que condenou os hermanos a disputar a repescagem contra a Austrália e abriu caminho para a volta de Diego Maradona no mundial dos Estados Unidos.

Mas não é essa digreção que importa. Importa que o time verde massacrou o time do agora técnico Dieguito. A cada gol, era como uma punhalada no coração, descreveu o treinador. Equivocou-se e pagou, o que lhe rendeu, nas contas do Olé, 40% da responsabilidade pela derrota – 20% para altura, 30% para os jogadores e 10% para a Bolívia. Isso porque os jogadores fizeram as "partidas de suas vidas", segundo a reportagem.

O que é divertido é que, na partida contra a Venezuela, a mídia argentina elogiou tanto o time que considerou a melhor atuação de Messi com a camisa da seleção. No jogo seguinte...

É inevitável preferir Dunga ao Maradona.

Precursor do fair play batizou gandulas

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Muitos termos que ainda usamos no meio futebolístico têm origem inglesa, como o próprio esporte. Beque, por exemplo, vem de back, aquele que "volta". Chute, ainda mais óbvio e direto, é shoot (atirar). Mas existem outros termos sem explicação aparente. Um deles, por exemplo, é gandula. Pesquisando, descobri que a palavra deriva do jogador argentino Bernardo Gandulla (foto à direita), contratado pelo Vasco da Gama em 1939. Existem duas versões sobre o assunto: a de que, quando ainda jogava pelo Boca Juniors, corria voluntariamente atrás da bola quando ela saía de campo, para recomeçar a disputa o mais rápido possível. E a de que, impedido de jogar pelo Vasco, mostrava-se prestativo como apanhador de bolas durante os jogos, não só quando a reposição era para o seu time, mas também quando favorecia o adversário - o que configura um curioso caso "ancestral" de fair play no futebol mundial.

Também há duas versões para o fato de não ter jogado pelo Vasco. A primeira, pura e simples, leva a crer que o argentino não agradou nos treinos e não se adaptou ao futebol brasileiro, sendo apartado do elenco. A segunda é mais verossímil, pois Gandulla era considerado um grande meia-esquerda em seu país. Revelado pelo Ferro Carril Oeste em 1934, integrou a famosa linha de ataque chamada de "La Pandilla", ao lado de Además, Maril, Bornia, Sarlanga e Emeal. Porém, ao ser trazido pelo Vasco em 1939, junto com o ponta-esquerda Emeal, teve problema com a legislação da época sobre transferências internacionais. Como não era dono de seu próprio passe e a negociação foi confusa, ficou impedido de jogar. Nesse afastamento, para sentir-se útil, passou a repor voluntariamente as bolas que saíam de campo.

Mesmo com essa frustrada passagem pelo futebol brasileiro, Bernardo José Gandulla foi destaque na Argentina, pois era exímio armador e goleador. Em 1940, transferiu-se para o Boca Juniors, onde marcou 18 gols em sua primeira temporada e sagrou-se campeão argentino em 1940 (conquistaria o título novamente em 1943). Chegou a disputar uma partida pela seleção de seu país e, em toda a carreira, fez 123 gols em 249 jogos. Além do Ferro Carril Oeste, Vasco e Boca Juniors, Gandulla defendeu o rival River Plate, o Auxerre, da Suiça, e o Manchester City, da Inglaterra. Mas também batia um bolão fora de campo: a foto acima reproduz a capa da revista "Cine Argentino" de março de 1941, onde ele "divide" uma bola com a jovem atriz Eva Duarte - ninguém menos que a futura primeira-dama da Argentina, rebatizada como Evita Perón.

Depois de pendurar as chuteiras, treinou as categorias de base do Boca e revelou jogadores como Rattin, Ponce e Monzo, ganhando o apelido de "Maestro". Mais tarde, treinou a equipe profissional em 1957, 1958, 1967, 1971 e 1972. Nascido em 1º de março de 1916, Gandulla faleceu em 7 de julho de 1999, aos 83 anos, em Buenos Aires. Seus restos mortais estão sepultados no Panteon do Boca Juniors, no cemitério de Chacarita. Mas foi imortalizado com a criação do "Trofeo Gandulla", que é dado todos os anos ao melhor jogador argentino. Maradona, por exemplo, o recebeu em 1981.

sexta-feira, março 20, 2009

Cristina Kirchner quer mudar TV na Argentina para garantir transmissão de jogos de futebol

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A presidente da Argentina Cristina Kirchner enviou ao congresso do país um projeto de lei para reduzir a concentração midiática. A legislação atual é do tempo da ditadura. Além de reduzir o número máximo de concessões públicas detidas por uma mesma pessoa ou grupo, a nova Lei de Serviços de Comunicação Audiovisuais inclui restrições ao controle de mais do que 35% do mercado de TV aberta. As empresas de telefonia poderiam ter autorização para entrar no mercado de TV paga. Mas o ponto mais importante para ser debatido (pelo menos no Futepoca) é o que envolve a transmissão de jogos de futebol de interesse nacional na TV aberta.

Foto: Casa Rosada/Divulgação


O pesquisador Santiago Marino analisou a peça no observatório Direito à Comunicação, destacando a reserva de um terço das licenças para agentes sem fins lucrativos – enquanto atualmente existe apenas a comercial – e concessões para redes de rádio e TV públicas para os governos de províncias e municípios.

A grita foi muito rápida, apesar de a previsão é que os debates durem três meses antes da votação. Coincidentemente é o período de eleições parlamentares. A oposição acredita que o anúncio é só um factóide para chamar a atenção do eleitorado por um lado, e ameaçar a mídia do outro. Ainda não localizei, na blogosfera argentina, o termo "media golpista".

O principal prejudicado, o grupo O Clarín, possui 24 concessões pelo território argentino e 70% do mercado de TV a cabo. A empresa teria de ser fatiada para atender às medidas. Embora ainda não tenham se manifestado publicamente, executivos de empresas do setor e parlamentares ligados a elas já manifestaram, em off, que a linha da disputa vai se dar na comparação do Casal K com Hugo Chávez. Em 2007, o presidente venezuelano não renovou a concessão de TV da RCTV.

Futebol
Um importantíssimo ponto diz respeito à intervenção estatal nos contratos de direitos de transmissão de jogos de futebol. Atualmente, a maior parte das partidas ficam restritas aos canais a cabo, "um negócio que impede a felicidade do povo", nas palavras de Gabriel Mariotto, interventor no Comité Federal de Radiodifusión (Comfer). Seriam criadas "as medidas necessárias para garantir o direito universal – por meio de comunicação audiovisual e sonora – aos conteúdos informativos de interesse relevante e aos encontros futebolísticos ou outro gênero ou especialidade".

É a noção de que assistir futebol gratuitamente é um direito dos cidadãos, ao qual se dedica todo o oitavo capítulo. Os conteúdos de "interesse" têm definição vaga, mesmo quando o assunto é o esporte bretão, já que não se especifica quais partidas e de quais campeonatos ou nacionalidades poderiam ser transmitidos. Caso a detentora dos direitos de transmissão se recusar a pôr o jogo no ar de graça, outras emissoras podem fazê-lo, desde que arquem com os custos estabelecidos pelas entidades esportivas. Isso quer dizer que se, por conluio ou falta de concorrentes, ninguém bancar, continua sem futebol.

O presidente Lula, ao criar a rede de TV pública (TV Brasil), chegou a propor que o canal transmitisse, em canal aberto, jogos do futebol europeu. Na China, isso não deu certo sob alegação de excesso de violência.

Para ler a proposta na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Dunga veste as sandálias da humildade (que falta a Maradona)

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Nem bem assumiu o comando da seleção argentina e Maradona (à esquerda) já partiu pra cima dos "inimigos" brasileiros. "-Se minha equipe vai jogar como a de Dunga? Não, não jogo como Dunga. Ele dava botinadas e eu me esquivava delas", disse o ex-jogador, que gostava mesmo era de dar botinadas com o nariz. Tudo bem que ele não está mentindo completamente ao relembrar as pauladas do ex-volante Dunga. Mas também não é pra sair chutando o balde assim, do nada - o que leva a crer que as últimas derrotas da Argentina para o Brasil ainda estão doendo.

Ao saber da provocação, Dunga (à direita) foi humilde: "Sem dúvida, o Maradona foi um dos mais importantes da Argentina e torcemos para que ele se dê bem. E quanto à comparação, Deus fez uns com talento e outros com menos talento. Com a liberdade de expressão, cada um se coloca da sua forma", disse o treinador da selecinha. "Em termos de seleção, ganhei tanto quanto ele, mesmo tendo um talento menor", arrematou.

Mas, para não perder a chance de rebater o cutucão, Dunga lembrou que durante sua carreira de jogador um dos principais trunfos era a parte física, diferente de Maradona, que costumava ter problemas de sobrepreso e, principalmente, com o uso de drogas. "Tive que cuidar muito do meu corpo, da minha carreira, da minha postura ", completou o ex-volante. Pensando bem, falar de "postura" para o Maradona também não deixa de ser uma botinada...

terça-feira, outubro 28, 2008

Maradona é o novo técnico da seleção argentina

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A seleção Argentina tem um técnico novo: Diego Armando Maradona, melhor jogador argentino de todos os tempos e segundo ou terceiro do mundo, dependendo da colocação que você der a Garrincha, substitui Alfio Basile no comando do time portenho. O ex-jogador já vinha sendo cogitado para o cargo pela imprensa, mas outros nomes disputavam a vaga, como Carlos Bianchi, Miguel Angel Russo e Sergio Batista.

Maradona tem pouca experiência como técnico, tendo comandado apenas o Racing e por pouco tempo. O fato torna sua escolha comparável com a de Dunga pela CBF, com a pequena diferença da estatura dos dois enquanto jogadores e ídolos. Mas se Maradona acertar e trouxer para sua prática de técnico o mesmo estilo e postura que o consagraram como jogador (como tragicamente faz Dunga...), os brasileiros podem começar a ficar preocupados.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Brasil e Colômbia: terceiro zero a zero em casa

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Argentina, Bolívia e Colômbia. Três jogos em casa, três empates em zero a zero. Foram pouquíssimas chances de gol criadas pela seleção brasileira e pode-se dizer que a representação do país de Alvaro Uribe e das Farc só não levou mais perigo para violar a meta de Julio Cesar, o invicto em eliminatórias, por falta de um finalizador competente.

Foto: Divulgação CBF
Kaka na partida Brasil e Colômbia
De pé é mais fácil jogar


Kaká se dedicou, mas pelo jeito não é tão difícil marcá-lo. Um defensor entra para dividir e outro espera a sobra (ou para dividir com o que sobra) do melhor do mundo de 2007. Faltou ter para quem tocar e usar trocas de bola em velocidade. E cair menos, portanto.

Robinho pareceu ter ido para o sacrifício, entrado em campo sem condições de jogo. Então, para que entra em campo?

Elano procurou jogo, como em outras partidas. Ajudou Kaká, deu qualidade para o passe e para as viradas de jogo no meio de campo, pedidas pelo treinador. Sua saída na segunda etapa foi explicara por Dunga pela leitura de que o Brasil perdia no meio por falta de força, para dividir e ganhar no padrão trator.

Se não dá para discordar que o time perdia o meio de campo, Mancini mostrou que não era a resposta. Deixar a bola ser trabalhada por Gilberto Silva e Josué é uma temeridade. Lúcio e Juan fazem esse papel melhor.

E aí está o ponto: em vez de força, o time carecia velocidade, como pediram o capitão Lúcio e Kaká no fim do primeiro tempo. Não teve velocidade em contrataque, nem na retomada de jogo, nem em jogadas de ultrapassagem pelas laterais, nem em tabelas pelo meio.

Pela falta de descidas de Kléber e Maicon, deu a impressão de que a instrução foi diferente da última partida contra a Venezuela. Senão, o treinador teria que ficar se esgoelando para exigir de seus laterais idas à linha de fundo.

Aliás, entendi por que o lateral-esquerdo santista continua a ser titular de Dunga. O time precisa de alguém, nos flancos do gramado, que receba os passes-bisteca-mal-passada distribuídos pela dupla de volantes. E olha que Kleber nem foi tão mal na partida, comparativamente falando, é claro.

A contusão de Juan impediu que houvesse esperanças de o treinador tirar um volante para pôr outro meia, ou atacante.

Poderia ser pior. O Brasil continua em segundo lugar, graças à limitação prática do futebol argentino e das outras seleções. A derrota dos hermanos para os enlouquecidos e ofensivos chilenos mostrou que a goleada brazuca não foi tão tosca assim.

Mas é bem tosca a síndrome que se abala sobre os atletas de camisa amarela quando jogam no Brasil. A postura do time até foi menos ridícula do que contra a Bolívia, por exemplo. Mas ficou longe de uma boa apresentação em casa.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Chicão, sentimentos contraditórios

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A primeira impressão foi a pior possível. A já descrita cena aqui por este escrivinhador de Chicão pisando no joelho de Ângelo, já caído na final do Brasileirão de 1977, disputada em março de 1978.

Depois vem a entrada no jogo do Brasil contra a Argentina, na Batalha de Rosário, na Copa de 1978, em que parou los hermanos, favoritos e jogando em casa, quando acabaram precisando da ajuda do Peru para chegar às finais.

Segundo entrevista dada à Gazeta Esportiva sobre esse jogo, Chicão declarou: “Eu só havia atuado meio tempo contra o Peru e meio tempo contra a Áustria. Saí jogando contra a Argentina no lugar de Cerezo porque o Coutinho queria mais pegada”. Diz que o principal pedido do treinador foi para que impusesse seu estilo, mas não fosse expulso. “Os argentinos pretendiam fazer aquela catimba de sempre e não conseguiram. Eu cheguei arrepiando e eles se encolheram”, conta Chicão, que logo no início da partida se estranhou com o artilheiro argentino Kempes, cujo desempenho foi fraco até o apito final.

Dois anos depois do vice-campeonato para o São Paulo, o volante, daqueles genuínamente xerifes, é contratado pelo Galo e torna-se um dos líderes do time que acabaria perdendo a final do Brasileiro para o Flamengo em 1980, num time em que jogavam Cerezzo, Reinaldo, Palhinha, Éder. Melhor falar, neste momento, de sua liderança em campo e um futebol de razoável para bom em times cercados de craques.

Chicão também passou por vários outros times, como Santos e Ponte Preta, mas sem o mesmo destaque dos momentos descritos acima.

Além de ser sinônimo de jogador extremamente viril, tem em seu currículo a passagem por decisões tão importantes para um jogador que nunca foi tão brilhante tecnicamente.

Mas tudo isso agora é história. Chicão, que tinha 59 anos, morreu de câncer nesta quarta-feira.

quinta-feira, setembro 11, 2008

De volta à apatia, um 0 a 0 sem vergonha

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Tudo o que foi aplicação no jogo de domingo, foi apatia na partida de quarta-feira à noite contra a Bolívia. Assim, depois de sete anos, a Bolívia conseguiu um ponto fora de seus domínios na altitude. O Lula deveria ter dito que precisa mais para acreditar, ou que preferia torcer pelo pré-sal, sei lá. Talvez assim o time entrasse mais motivado.

Ou não.

Foto: CBF
CBF
Bolivianos seguram Ronaldinho. Como se precisasse.

É, Dunga, o time foi mal.

Mesmo sem a altitude para atrapalhar, os jogadores de frente estiveram apagados. Diego procurou jogo, mas criou pouco porque estava isolado. Robinho quase não apareceu, enquanto Luis Fabiano cometia falta em cada disputa de bola em que se envolvia. Ronaldinho precisava ter corrido mais, nem que fosse para dar opção de passe. Nada de insistir em faltas para tentar jogadas, escanteios mal batidos e talentos individuais apagados.

O destaque menos negativo foi a participação de Juan, na lateral esquerda. No entanto, ficou muito claro que a opção de jogar com quatro defensores funciona melhor do que querer alas os laterais brasileiros. O que sempre foi a força do Brasil, não funciona, seja por limitações dos atletas da posição, seja porque nenhum meia encosta para ajudar.

Raros foram os momentos de movimentação no ataque. Pior, a bola ficava sendo "trabalhada" entre Josué, Lucas, Lúcio e Luisão. Por esse motivo, passei boa parte do primeiro tempo acreditando que o gramado do Engenhão estava ruim, tal a dificuldade de domínio dos atletas. Depois percebi que não era disso que se tratava.

Uma coisa é esperar de Luisão um passe longo no jogo inteiro, ou contar com ele para recomeçar uma jogada. Outra é encarregar a turma de trás por distribuir o jogo.

Sem construir alternativas para fugir da esperada retranca boliviana, restou o placar inalterado.

Segundo lugar
A segunda posição na classificação foi mantida. O que mostra que o nível da eliminatória vai péssimo. O Paraguai lidera quase qual ao Grêmio no Brasileirão 2008.

Contra a Venezuela, em 10 de outubro, o escrete de Dunga precisa trazer três pontos de Caracas e segurar outros três em casa, contra a frágil Colômbia, que tomou de quatro do Chile nesta rodada.

Engenhão vazio
O estádio Olímpico João Havelange ficou vazio. O motivo foi o valor fixado de R$ 100 a R$ 200 para assistir à seleção. Pechincha.

Enquanto isso, em Lima
A Argentina empatou com o Peru. O 1 a 1 em Lima seria menos grave do que o resultado chocho da seleção canarinho porque os hermanos eram visitantes e o Peru não é o lanterna (é o vice-lanterna). Aliás, o empate peruano saiu aos 48 do segundo tempo.

Foto: AFA
AFA
Cambiasso comemora o tento argentino.

Só que há cinco rodadas o time de Alfio Basile está sem vencer nas eliminatórias. Ganharam o ouro olímpico no meio do caminho, mas como a medalha não conta pontos, o time estaria hoje eleito para disputar a repescagem com o quarto colocado da Concacaf.

Faltam idéias para o treinador, critica a mídia de lá. Foram mal na tática e mal dentro de campo. A crise não é exclusiva.

segunda-feira, setembro 08, 2008

A "bronca" de Lula, a seleção de Dunga, o Chile e a Argentina

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Apesar da resposta mal-educada e estapafúrdia do goleiro Júlio César, parece que a bronca do presidente Lula deu certo. Ao contrário de outras apresentações, a seleção mostrou uma aplicação bem maior ontem contra o Chile. Mas claro que não foi só esse o fator determinante da vitória verde-amarela.

Dunga parece ter seguido uma lógica elementar para escalar o time que jogou nas Cordilheiras. Se você não tem alas que atacam e defendem com qualidade, você os torna laterais, com mais funções defensivas que ofensivas. Com isso, anulou o esquema de três atacantes feito por Marcelo Bielsa e, com um homem a mais na frente, não perdeu poder ofensivo.

Pontos positivos e negativos. Josué atuou bem na marcação, assim como o criticado Gilberto Silva. Anderson e Lucas continuam como boas opções, mas parece que Mineiro não vai vestir mais a amarelinha. Outro que também não deu pra entender porque atuou foi Kléber. Contesto sua posição de titular até no Santos, quanto mais na seleção. Coroou sua performance com a expulsão, merecida.

O Chile é uma equipe frágil, mas como poucos apostavam na vitória da seleção, Dunga ganha sobrevida. Noves fora, Diego jogou bem, Robinho idem, apesar de um pouco dispersivo, e Luís Fabiano não tem rivais na posição. Ronaldinho Gaúcho ainda deve.

*****

Quem também foi muito aplicado, mas em excesso, foram dois queridinhos nas bandas de cá. Valdívia foi expulso em um lance desnecessário e no sábado Carlitos Tevez quase afundou a Argentina em pleno Monumental de Nuñez, ao ser eliminado ainda no primeiro tempo.

Aliás, o empate da Argentina com o Paraguai foi uma partida bastante sofrível. A equipe paraguaia saiu na frente em um gol contra grotesco de Heinze. Ele, junto com Coloccini, não passou confiança em momento nenhum (tanto que saiu de campo) e ambos no mano a mano por pouco não comprometeram definitivamente a partida na primeira etapa. Mas o Paraguai desperdiçou a chance.

Como não matou o jogo, o time guarani deu o espaço para os argentinos no segundo tempo. Ao invés de marcar pressão, como fizera antes, o Paraguai preferiu esperar em seu próprio campo e Messi, em um lance de Riquelme, deu uma bela assistência para Aguero empatar. Por pouco não aconteceu uma virada, mas a inferioridade numérica se fez notar no fim do jogo. Ao Paraguai, faltou ousadia; aos argentinos, competência. Um empate de bom tamanho.

E o time de Alfio Basile completou a quarta partida consecutiva sem vitória nas eliminatórias. Se no papel tem jogadores admiráveis, quando a bola rola parece um time para lá de comum e não comove a sua própria torcida. Qualquer semelhança com outra equipe sul-americana é mera coincidência (ou não). Será que Cristina Kirchner deveria elogiar Robinho?

terça-feira, agosto 19, 2008

Argentina 3 a 0. Fora, anão

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O Brasil perdeu de 3 a 0 para a Argentina de maneira inapelável. Os hermanos foram melhores o tempo todo e ainda apelamos, com dois expulsos, Lucas e Thiago Neves.

Acabou o sonho do ouro olímpico com um futebol digno da estatura de nosso técnico. Por isso, reforça-se a campanha já lançada neste Futepoca: Fora, Dunga.

Nosso amigo argentino, Gerardo, que só aparece nessas horas, faz campanha contrária. Sua primeira mensagem foi: fica, Dunga.

Não podemos aceitar que eles também ganhem essa. Pressão no Ricardo Teixeira. Sei lá quem vai ser o próximo técnico, mas com o Dunga eu não torço mais.

Ele não é o único culpado, claro. A safra de jogadores da Argentina neste momento é melhor. Ronaldinho, a esperança, continua fora de forma. Pato , Lucas, Thiago Neves ainda devem muito antes de figurarem no primeiro time mundial.

Agora é esperar a próxima Olimpíada.

Mas dá-lhe Brasil. O ouro para o futebol vem com nossas meninas.

segunda-feira, junho 23, 2008

40 anos da tragédia de "Puerta 12" na Argentina

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O Lance! de hoje recupera uma história tenebrosa que, confesso, nunca tinha ouvido falar: a tragédia de "Puerta 12", que vitimou 71 torcedores no estádio do River Plate, Monumental de Nuñes, em 23 de junho de 1968 (há exatos 40 anos, portanto). Numa tarde de domingo, após um empate sem gols no clássico entre River e Boca Juniors, centenas de torcedores do Boca desciam os 80 degraus da escadaria entre a arquibancada e o portão 12 do estádio. Para surpresa dos primeiros que chegaram no último lance, a saída estava trancada. Sem conseguir abrir o portão, nem voltar ou avisar os que ainda desciam, sete dezenas morreram por asfixia ou esmagamento (a foto mostra o sangue na escadaria), fora um número não divulgado de feridos. O triste episódio, até hoje a maior tragédia do futebol argentino, foi recuperado recentemente no documentário "Puerta 12", do diretor argentino Pablo Tesoriere - sobrinho-neto de Américo Tesoriere, goleiro do Boca e da seleção argentina na década de 1920. Ele ouviu ex-jogadores, jornalistas, parentes das vítimas e dirigentes do Boca Juniors (a cúpula do River Plate ignorou o projeto). O governo argentino, na época, não cobrou uma investigação mais rígida. Ainda hoje, não há um culpado oficial, mas consta que o portão teria sido fechado pela própria polícia, pois a torcida do Boca tinha cantado a marcha de exaltação a Juan Domingo Perón, rival do ditador da época, Juan Carlos Onganía. Ou seja, teria sido um crime do estado. Por isso, o episódio rendeu apenas uma sanção econômica ao River e dois funcionários demitidos. A AFA (Associação de Futebol da Argentina) também é acusada de oferecer dinheiro a dirigentes para que renunciassem a seus cargos.

Trailer do documentário

terça-feira, junho 17, 2008

Alfio Basile "prestigiado" na Argentina

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“Chega de Dunga Dunga”. É com essa manchete que jornal argentino Ole trata o duelo entre Brasil e Argentina amanhã, em Belo Horizonte. A referência é em relação às duas derrotas que o time de Alfio “Coco” Basile teve contra a seleção comandada por Dunga: dois 3 a 0, um em 2006 e outro mais dolorido, em 2007, na final da Copa América.

O periódico pergunta se Basile, quando vê o Brasil “chora” e responde: “não se sabe, mas se preocupa sim.” No entanto, prega a continuidade do trabalho do treinador, independentemente do resultado da partida, e faz uma diferenciação no modo de se encarar o trabalho dos comandantes de equipes aqui e na Argentina.“Se Dunga, que foi campeão na mesma Copa América, é tratado como burro e está na corda bamba... No Brasil são muito passionais e não têm a cultura de respeitar os contratos.”

As críticas ao treinador não são feitas por conta dos jogadores escolhidos, que o jornal afirma haver consenso por serem os melhores, mas sim pelo fato de não haver ainda um time. Observa a insistência de Basile em manter Riquelme, que o comandante diz ser “seu Maradona”, mesmo nos jogos em que vai mal. Também destaca o fato de, mesmo tendo atuado bem em algumas partidas, Messi nunca ter repetido na seleção o “nível estelar” apresentado no Barcelona, argumentação semelhante à usada por muitos no Brasil em relação a Ronaldinho Gaúcho.

Mesmo assim, o Ole assume que prega a permanência de “Coco”, citando a cultura brasileira de demitir técnicos. “O ciclo tem 22 meses e salvo contra a França, em París, as outras três partidas “classe A” terminaram mal: Espanha e duas com o... Brasil! Ao contrário do que acontece no Brasil (o São Paulo foi campeão da Libertadores em 2005 com três técnicos diferentes), aqui respeitamos os ciclos: Basile deve seguir, aconteça o que acontecer, mas também é preciso refletir porque é tão difícil dar forma a uma grande equipe.”

quarta-feira, abril 30, 2008

La Raulito, torcedora símbolo do Boca Juniors, morre de enfarte

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No dia em que o Boca Juniors ganhava do Cruzeiro pela taça Libertadores, morreu de enfarte aos 74 anos, María Esther Duffau, a torcedora símbolo do clube de La Boca, conhecida como La Raulito. Vivendo em uma casa de repouso geriátrico municipal, a torcedora só saía do local para ir a La Bombonera. A vida da torcedora virou até filme em 1974, com direito a resenha no New York Times,quando foi interpretada por Marilina Ross, com direção do chileno Lautaro Murúa.

A figura

"Gooool, vamo, Boca, c... Eu te disse três, te disse três... "

Aqui uma entrevista com a atriz que a interpretou e a própria.

Quando criança, viveu nas ruas da capital argentina e foi até para reformatório e manicômio. "Ninguém me fez do Boca, eu sozinha já sabia que essas cores me dariam muitíssimas alegrias", relata o Olé.

No Brasil
O único torcedor-símbolo brasileiro que conheci foi seu Hilário, fanático pelo Jabaquara (jabuca de nossos corações), que explicou sua paixão pelo clube rubro-amarelo da Baixada Santista como o saborear de uma laranja: "tem que provar por dentro". Uma figura impagável.

Já a torcedora símbolo da Ponte Preta, Maria Conceição Rodrigues, luta pela sobrevivência, internada no hispital Celso Pierro, em Campinas. Desde 24 de março, ela está internada, vítima de um AVC. Logo que retomou a consciência, Conceição teria manifestado desejo de ir ao estádio para ver as finais do Paulista.

quinta-feira, março 06, 2008

Reflexões argentinas

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Eu não sou daqueles que têm ódio da Argentina. Aliás, com exceção do Boca Juniors, quase sempre torço pras equipes de lá nas competições continentais - por exemplo, comemorei o título do Arsenal de Sarandí na Copa Sul-Americana, que superou o América do México.

Por outro lado, tenho ódio amplo, geral e irrestrito de brasileiros que, no português claro, "pagam pau" pro futebol argentino. Por "pagar pau", não defino a simples admiração ou o reconhecimento dos inegáveis bons serviços prestados pelos vizinhos ao esporte bretão; e sim um fanatismo babaca que trata os argentinos como deuses supremos da raça e do amor à camisa e os brasileiros como um bando de maricas que não têm fibra pra jogar futebol.

Por isso, recomendo a todos - principalmente a esses citados "paga pau" - que vejam o vídeo abaixo. É uma compilação, aparentemente feita por argentinos, de opiniões de jornalistas locais antes e depois da final da Copa América de 2007 - aquela que, pra quem não se lembra, o Brasil massacrou a seleção platina, que era justamente tratada como favorita. Imperdível.