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terça-feira, novembro 25, 2014

Nos últimos 50 confrontos contra rivais, São Paulo perde para Corinthians e Santos e só supera Palmeiras

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Terminado o último clássico paulista do ano, entre Santos e São Paulo, decidi fazer um levantamento sobre os 50 últimos jogos do Tricolor contra seus três maiores rivais. Com base nos dados do site ogol.com.br, segue aqui o levantamento:

São Paulo x Corinthians - Últimos 50 jogos
15 Vitórias / 17 Empates / 18 Derrotas

Duas coisas me faziam pensar que a diferença de vitórias favorável ao Corinthians fosse muito maior: o fato de nas últimas 26 partidas o São Paulo só ter vencido 4 vezes (!) e a série interminável de eliminações para o rival em competições "mata-mata". No período analisado, de junho de 2000 para cá, o Alvinegro despachou o Tricolor nada menos que cinco vezes: na semifinal da Copa do Brasil de 2002, na decisão do Torneio Rio-São Paulo de 2002, na decisão do Paulistão de 2003, na semifinal do Paulistão de 2009 e na decisão da Recopa Sul-Americana de 2013. Por outro lado, o primeiro jogo desta série de 50 foi justamente o da volta na semifinal do Paulistão de 2000, quando o São Paulo eliminou o rival pela última vez num "mata-mata". Mas o que diminuiu a vantagem do Corinthians nesta série recente foi o período de quase quatro anos sem vencer o Tricolor, entre 2003 e 2007. Depois disso houve um "massacre" corintiano, fechando a conta com os 3 x 2 no primeiro "Majestoso" disputado no Itaquerão.

São Paulo x Palmeiras - Últimos 50 jogos
23 Vitórias / 16 Empates / 11 Derrotas

A série dos últimos 50 confrontos contra o Palmeiras começa em maio de 1999, época em que a parceria do rival com a Parmalat atingiu a glória máxima com a conquista da Libertadores. Porém, quando a multinacional abandonou o Alviverde, no ano seguinte, o clássico "Choque-Rei" desequilibrou em favor do São Paulo. Tudo bem que, no período, o Palmeiras ainda eliminou o Tricolor nas oitavas-de-final da Copa João Havelange (Brasileirão) de 2000 e na semifinal do Paulistão de 2008. Mas o São Paulo deu o troco nas quartas-de-final da Copa do Brasil de 2000, nas semifinais do Torneio Rio-São Paulo de 2002 e, principalmente, nas oitavas-de-final das Copas Libertadores de 2005 e de 2006. Porém, a fragilidade do Palmeiras nestes últimos 14 anos, desde a saída da Parmalat, é evidente. No período, o Alviverde foi rebaixado duas vezes no Brasileiro, em 2002 e 2012 (e ainda segue ameaçado na competição de 2014), e amarga desvantagem de apenas 11 vitórias contra 23 do São Paulo nos últimos 50 duelos entre os dois.

São Paulo x Santos - Últimos 50 jogos
18 Vitórias / 10 Empates / 22 Derrotas

O histórico dos últimos 50 clássicos "San-São" tem um "turn point" muito nítido, ou, como cantaria Beth Carvalho, uma "hora da virada" - e talvez não só em relação a este confronto, mas na própria história do Peixe. Foram as oitavas-de-final do Brasileirão de 2002, quando o Santos, classificado em 8º lugar, eliminou o favorito São Paulo, 1º na disputa do turno único, com duas vitórias inapeláveis. Ali, o Alvinegro Praiano mudava de foco, priorizando a "molecada" e passando a dominar o futebol paulista (ganhou 5 Paulistas, 2 Brasileiros e 1 Libertadores de lá pra cá). Muito diferente do time recheado de "medalhões" (Carlos Germano, Rincón, Dodô) que perdeu a decisão do Paulistão de 2000 para o São Paulo, no início destes últimos 50 clássicos entre os dois times. Além de eliminar o Tricolor no Brasileirão de 2002 e na Sul-Americana de 2004, o Santos ainda despacharia o rival por três anos consecutivos na semifinal do Paulistão (2010 a 2012), quando sagrou-se tricampeão. Frutos diretos das gerações Diego-Robinho e Ganso-Neymar.


sexta-feira, outubro 10, 2014

John Lennon sãopaulino

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Se estivesse vivo, o ex-beatle, assassinado em dezembro de 1980, teria completado 74 anos ontem. A foto abaixo foi feita há 50 anos, durante uma turnê pelos Estados Unidos. Nunca saberemos o motivo, mas John Lennon estava inegavelmente com uma camisa do São Paulo Futebol Clube. A oposição afirma que a camisa não é do São Paulo, mas do Ferroviário (CE).


PS.: O cara da esquerda na foto, sem camisa, é Neil Aspinall, amigo de infância de Paul McCartney e de George Harrison e motorista/ roadie/ faz-tudo dos Beatles. Prova de que quebrava qualquer galho é a foto abaixo. Na mesma turnê, em 1964, Harrison passou um dia todo gripado, no hotel. Como a banda precisava ensaiar, Aspinall assumiu a guitarra solo.



quinta-feira, outubro 02, 2014

Filho de Peixe, Peixinho é

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Há exatos 54 anos, mais um lance de efeito, no futebol, era batizado: o mergulho para cabecear uma bola, geralmente em direção ao gol, ganhava o apelido de "peixinho". No caso, o jogador conseguiu balançar as redes, e numa ocasião muito especial. Em 2 de outubro de 1960, o gol do ponta-direita Arnaldo Poffo Garcia, aos 12 minutos de jogo, foi o primeiro do estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi - e decidiu por 1 x 0, a favor do São Paulo, o amistoso inaugural contra o time português do Sporting.

Peixinho mergulha e manda a bola para a rede do Sporting, na inauguração do Morumbi
 
Vista por outro ângulo, a cabeçada que batizou esse tipo de jogada com o apelido de 'peixinho'

Acontece que o jovem atleta, na época com 20 anos, era filho do ex-jogador Arnaldo Alves Garcia, conhecido como Peixe, artilheiro do Campeonato Paulista pelo Ypiranga no mesmo ano do nascimento do filho, em 1940. Por isso mesmo, ao seguir a carreira do pai, foi apelidado naturalmente como Peixinho. E, ao marcar o primeiro gol do Morumbi, de cabeça, acabou por batizar com seu apelido, involuntariamente, a jogada no jargão futebolístico brasileiro.Veja vídeo da inauguração e do lance histórico:


"Eu me lembro que o Fernando tocou para o Jonas, que cruzou. Estiquei-me inteiro para alcançar a bola, dando um verdadeiro mergulho", contou Peixinho, em 2010, para a revista oficial do São Paulo Futebol Clube. Cria das categorias de base do próprio São Paulo, o ponta-direita deixou o clube em 1961 e passou por Ferroviária, Santos, Comercial de Ribeirão Preto, Bangu, Deportivo Itália, da Venezuela, Coritiba e First Portuguese, do Canadá. Atualmente, mora em Piracicaba, interior de São Paulo.

Peixe (à esquerda) e Peixinho: pai artilheiro e filho autor de gol histórico

Na inauguração do estádio Cícero Pompeu de Toledo, o São Paulo jogou com Poy; Ademar, Gildésio e Riberto; Fernando Sátyro e Vítor; Peixinho, Jonas (Paulo), Gino Orlando, Gonçalo (Cláudio) e Canhoteiro. O técnico era Flávio Costa. Já o Sporting Lisboa disputou o amistoso com Aníbal; Lino e Hidário; Mendes, Morato e Július; Hugo, Faustino, Figueiredo (Fernando), Diego (Geo) e Seminário. O técnico era Alfredo Gonzalez.

Peixinho, o primeiro agachado, à esquerda, com o time do São Paulo no dia da inauguração

Naquela época, o São Paulo começava o período de jejum de títulos que duraria até 1970, com elencos sofríveis e poucos jogadores de destaque, numa década dominada com sobras pelo Santos de Pelé e, também, pelo Palmeiras de Ademir da Guia. Do time campeão em 1957, só restavam Poy, Riberto, Vítor, Gino e Canhoteiro (estes dois últimos já decadentes). O Sporting de Lisboa tinha sido campeão português na temporada 1957/1958 e voltaria a conquistar esse título na temporada de 1961/1962.

Cartaz da inauguração do estádio e Rogério Ceni homenageando Peixinho com uma placa


Ainda inacabado, o Morumbi foi inaugurado com a presença de 56.448 torcedores. Seria terminado somente em 1970. O recorde de público ocorreria em 9 de outubro de 1977, no segundo jogo da decisão do Campeonato Paulista, quando 146.082 pessoas viram a Ponte Preta derrotar o Corinthians por 2 a 1. Depois de reformas estruturais nos anos 1990, a capacidade caiu gradualmente, chegando aos atuais 68.000 lugares. A última partida da seleção brasileira no estádio, em 2014, contra a Sérvia, teve 63.280 pagantes.

Edição do jornal Última Hora que noticiou a vitória sãopaulina contra a equipe portuguesa

Depois do jogo contra o Sporting, o São Paulo ainda disputou outro amistoso no Morumbi, logo em seguida, em 9 de outubro de 1960. Num gesto de amizade, os "clubes co-irmãos", Corinthians, Palmeiras e Santos, decidiram ceder jogadores para reforçar o Tricolor. Mas, na vitória por 3 x 0 sobre o uruguaio Nacional, só jogaram o corintiano Almir Pernambuquinho e os palmeirenses Djalma Santos e Julinho Botelho. Escalado por Flávio Costa, a maior estrela, Pelé, contundiu-se em cima da hora e não jogou.

Almir, Djalma Santos e Julinho com a camisa do São Paulo, no amistoso contra o Nacional
O São Paulo que derrotou os uruguaios, com Julinho Botelho na ponta, no lugar de Peixinho

quinta-feira, setembro 25, 2014

Colaborando no topo e na rabeira da tabela

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Depois de duas derrotas fora de casa (para Coritiba e Corinthians) e mais um empate no Morumbi (contra o Flamengo), o São Paulo fica a nove pontos do Cruzeiro e praticamente dá adeus ao título do Brasileirão. Mas é interessante observar que, tanto nos adversários que brigam no topo da tabela quanto nos que lutam para evitar o rebaixamento, o clube do Morumbi "colabora" com vários de seus ex-atletas e dois ex-treinadores.

Na ponta da tabela:

Cruzeiro - Borges, Dagoberto, Julio Baptista

Internacional - Wellington

Corinthians - Danilo, Fábio Santos, Jadson

Grêmio - Fernandinho, Rhodolfo

Fluminense - Cícero, Jean

Atlético-MG - Diego Tardelli, Josué, Levir Culpi (técnico)

Na parte de baixo:

Bahia - Henrique

Vitória - Richarlyson, Roger Carvalho, Ney Franco (técnico)

Botafogo - Júnior César, Rodrigo Souto, Wallyson

Criciúma - Cléber Santanta, Cortez, Silvinho

Palmeiras - Lúcio

E ainda tem gente no Santos (Arouca, Thiago Ribeiro), Flamengo (Léo Moura) e Figueirense (Marco Antônio). Enfim, resumo de uma diretoria que compra (Cañete, Clemente Rodríguez, Luís Ricardo), troca (Arouca, Jadson, Rhodolfo), vende (Dagoberto, Cícero, Diego Tardelli) e manda embora atletas formados em suas categorias de base (Jean, Henrique, Wellington) sem muito critério. E que, depois, se vê obrigada a emprestar (Wallyson, Cortez) ou se livrar de (Roger Carvalho, Silvinho, Lúcio) apostas furadas.

segunda-feira, setembro 22, 2014

Luís Fabiano só ganhou de Paolo Guerrero no preço

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Apresentação de Luís Fabiano
Em março 2011, o São Paulo anunciou a (re)contratação do centroavante Luís Fabiano, então com 30 anos, do espanhol Sevilha, pela proibitiva soma de 7,6 milhões de euros, cerca de R$ 19,9 milhões. Já chegou contundido e só estrearia seis meses depois. Neste três anos e meio, jogou 134 vezes e marcou 75 gols, o que dá 0,55 gol por partida, em média. Conquistou um mísero título, o da Copa Sul-Americana de 2012, longe de ser protagonista (marcou apenas um gol). Sempre que o São Paulo chegou a um momento decisivo, Luís Fabiano sumiu em campo ou estava fora por suspensão ou contusão. Está fora da seleção brasileira desde 2012.


Apresentação de Paolo Guerrero
Em julho de 2012, o Corinthians contratou o centroavante peruano Paolo Guerrero, então com 28 anos, do alemão Hamburgo, pela oportuna soma de 3 milhões de euros, aproximadamente R$ 7,5 milhões. Chegou em forma e estreou dias depois de ser apresentado. Neste dois anos e três meses, jogou 99 vezes e marcou 35 gols, o que dá 0,35 gol por jogo, em média. Conquistou três títulos, sendo o grande protagonista do maior deles, o Mundial de Clubes de 2012, quando fez os gols das duas vitórias por 1 a 0. Venceu ainda o Paulistão de 2013 e a Recopa no mesmo ano, marcando gol na primeira partida decisiva. É titular da seleção peruana.


Guerrero decidiu o clássico de ontem
Como se vê, Luís Fabiano só ganhou de Paolo Guerrero no preço. Até nos clássicos entre São Paulo e Corinthians em que os dois se enfrentaram em campo, o retrospecto é melhor para o peruano. Em 2013 e 2014, os dois estiveram juntos no gramado em 7 das 9 partidas disputadas entre os rivais. Guerreiro venceu 4 desses clássicos, empatou 2 e perdeu 1. Fez 2 gols - e decisivos: abriu o placar nos 2 a 1 da 1ª partida final da Recopa, em 2013, e garantiu a vitória de ontem no Brasileirão. Luís Fabiano, portanto, perdeu 4 vezes jogando contra Guerrero, empatou 2 e venceu só 1. Também fez 2 gols, ambos em 2014: um na vitória por 3 x 2 no Paulistão e outro no 1 x 1 pelo Brasileiro.


Luís Fabiano perdeu pênalti em 2013
No geral, o desempenho dos dois centroavantes também é oposto nos Majestosos. De 2012 pra cá, Luís Fabiano disputou 8 clássicos contra o Corinthians, com 2 vitórias, 2 empates e 4 derrotas. Marcou 4 gols. No mesmo período, Guerrero jogou 9 partidas contra o São Paulo, vencendo 4 vezes, empatando 3 e perdendo 2 (fez 3 gols). Luís Fabiano não ganhou nenhuma partida decisiva contra o rival, tendo papel preponderante, aliás, na semifinal do Paulistão de 2013, quando o jogou terminou sem gols e, na cobrança de pênaltis, o camisa 9 foi um dos que desperdiçaram cobranças que eliminaram o São Paulo e garantiram o Corinthians na decisão (seria campeão contra o Santos).


Na hora de decidir, Guerrero, como dito, abriu o placar na primeira partida contra o São Paulo na final da Recopa, em julho de 2013. O Corinthians venceu as duas partidas e foi campeão. Eis o resumo de duas contratações. Uma, certeira. Outra... deixa pra lá.


TODOS OS CLÁSSICOS DE LUÍS FABIANO E GUERRERO

26/08/2012 - Corinthians 1 x 2 São Paulo (Brasileiro, 1º turno)
Luís Fabiano fez 2 gols e foi substituído por Casemiro.
Guerrero não jogou.

02/12/2012 - São Paulo 3 x 1 Corinthians (Brasileiro, 2º turno)
Luís Fabiano não jogou.
Guerrerro abriu o placar e foi substituído por Jorge Henrique.

31/03/2013 - São Paulo 1 x 2 Corinthians (Paulista, 1ª fase)
Luís Fabiano jogou os 90 minutos e não marcou.
Guerrero não marcou mas saiu para entrada de Pato, que fez o gol da vitória.

05/05/2013 - São Paulo 0 x 0 Corinthians (Paulista, semifinal)
Luís Fabiano jogou 90 minutos e perdeu cobrança na decisão por pênaltis.
Guerrero saiu para entrada de Pato, que converteu pênalti decisivo e eliminou rival.

03/07/2013 - São Paulo 1 x 2 Corinthians
(Recopa, 1º jogo decisivo)
Luís Fabiano jogou os 90 minutos e não marcou.
Guerrero jogou os 90 minutos e fez o 1º gol da vitória.

17/07/2013 - Corinthians 2 x 0 São Paulo (Recopa, 2º jogo decisivo)
Luís Fabiano jogou os 90 minutos e não marcou.
Guerrero não marcou e saiu para entrada de Pato.

28/07/2013 - Corinthians 0 x 0 São Paulo (Brasileiro, 1º turno)
Luís Fabiano não jogou.
Guerrero não marcou e saiu para entrada de Pato.

13/10/2013 - São Paulo 0 x 0 Corinthians (Brasileiro, 2º turno)
Luís Fabiano não jogou.
Guerrero não jogou.

09/03/2014 - Corinthians 2 x 3 São Paulo (Paulista, 1ª fase)
Luís Fabiano jogou os 90 minutos e fez o 2º gol sobre o rival.
Guerrero entrou no lugar de Renato Augusto e não marcou.

11/05/2014 - São Paulo 1 x 1 Corinthians (Brasileiro, 1º turno)
Luís Fabiano jogou os 90 minutos e fez o gol de empate.
Guerrero jogou os 90 minutos e não marcou.

21/09/2014 - Corinthians 3 x 2 São Paulo (Brasileiro, 2º turno)
Luís Fabiano jogou só o 1º tempo e não marcou.
Guerrero jogou os 90 minutos e fez o gol da vitória.



segunda-feira, setembro 15, 2014

Uma bomba no caminho do Canhão

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Troféu da Pequena Taça do Mundo
No dia 26 de julho de 1955, o São Paulo entrou em campo em Caracas para golear o poderoso Benfica, de Portugal, por 4 a 2. O jogo valia pela Pequena Taça do Mundo, torneio internacional de clubes realizado na Venezuela de 1952 até 1975. No segundo tempo daquela partida, o jovem atacante Paraíba, de 24 anos, substituiu Lanzoninho. Era a sua primeira temporada no Tricolor paulista. Apesar de não ter feito gol contra o Benfica, Paraíba já havia balançado as redes na estreia da competição, em 16 de julho, contra o time venezuelano La Salle. Entrou também no empate sem gols contra o mesmo Benfica e na vitória por 2 a 0 contra o espanhol Valencia. Mas acompanharia do banco os dois jogos seguintes à goleada contra os portugueses, uma nova vitória sobre o La Salle e um empate com o Valencia, que renderam o primeiro título da Pequena Taça do Mundo ao São Paulo (venceria novamente em 1963).

São Paulo na Venezuela, em 1955: Paraíba é o segundo agachado, da esquerda pra direita

Zagueiro Mauro, que ergueria a Jules Rimet em 1962, ilustra notícia do título do SPFC

Paraíba ainda jogaria pelo Tricolor em 1956. Ao todo, fez 39 jogos e marcou 16 gols com a camisa sãopaulina, mas nunca se firmou como titular. Em 1957, retornaria ao clube que o revelou, o pernambucano Santa Cruz. Lá, se consagraria como um dos destaques da conquista do "supercampeonato" daquele ano, fase final de desempate disputada contra os rivais Náutico e Sport - batidos, respectivamente, por 3 x 1 e 3 x 2. Paraíba foi apelidado de "O Canhão do Arruda", numa referência ao seu potente chute de perna direita e ao estádio do Santa Cruz. No total, marcaria 105 gols com a camisa coral. Depois, ainda jogaria pelo Salgueiros, de Portugal, antes de retornar a Pernambuco e encerrar a carreira no (futuramente folclórico) Íbis.

O time do Santa Cruz supercampeão de 1957, com o 'Canhão do Arruda' assinalado
Na manhã de 25 de julho de 1966, o guarda civil Sebastião Thomaz de Aquino chegou ao Aeroporto de Guararapes, em Recife, para mais um dia de trabalho. Pouco depois, encontrou uma maleta abandonada no meio do saguão. Seguindo os procedimentos de praxe, Sebastião pegou a maleta e dirigiu-se para o Departamento de Aviação Civil (DAC), quando, no meio do caminho, houve uma grande explosão. O alvo do atentado seria o general Arthur da Costa e Silva, então ministro do Exército e candidato à sucessão do presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, que iria desembarcar naquele aeroporto. Porém, seu avião teve uma pane em João Pessoa, na Paraíba, e na última hora o general foi forçado a ir para Recife em um automóvel.

O guarda Sebastião Thomaz Aquino, em choque, sendo socorrido após a explosão
Conta o livro "A Ditadura Envergonhada", primeiro de quatro volumes escrito por Elio Gaspari sobre o regime militar: "Costa e Silva deveria ter desembarcado às 8h30. A maleta detonou às 8h50. Guardava uma bomba feita com um pedaço de cano e que foi acionada pelo mecanismo de um relógio. Morreram no aeroporto um almirante da reserva e um jornalista. O guarda [Sebastião Thomaz de Aquino] teve a perna amputada, e o secretário de Segurança de Pernambuco perdeu quatro dedos da mão esquerda. Treze pessoas ficaram feridas, inclusive uma criança de seis anos". O estrago só não foi maior porque, ao saber que Costa e Silva não viria mais de avião, a maior parte das 300 pessoas que o aguardavam ali já havia ido embora.

O ex-padre Alípio de Freitas vive em Portugal
Segundo Gaspari, o grupo responsável pela bomba foi o grupo Ação Popular (AP) e teria sido deixada no local por Raimundo Gonçalves Figueiredo, o "Raimundinho", que seria assassinado pela ditadura em 1971, já como integrante do grupo VAR-Palmares. O mentor do atentado, porém, teria sido o ex-padre português Alípio de Freitas, que militava clandestinamente na AP e montara um núcleo de treinamento em explosivos na Bahia. "Morreu muita gente, nós lamentamos. Mas era uma guerra, tinha que haver vítimas", disse ele, em uma entrevista para o Jornal do Commercio, de Recife, em 1995. Atualmente, ele vive em Portugal.

O guarda civil Sebastião Thomaz de Aquino, que teve a perna direita amputada após o atendado, recordou mais tarde a fatalidade da situação: "Eu pedi ao meu chefe para folgar no domingo, para jogar uma 'peladinha' com os meus amigos, e ir trabalhar na segunda-feira". Fazia sentido a fome de bola: apesar de o Brasil ter sido eliminado dias antes pelos portugueses, as pessoas ainda viviam o clima da Copa da Inglaterra, que só terminaria no fim do mês. Mas foi a última partida de futebol disputada por Sebastião. Para cúmulo do azar, a segunda-feira de serviço, na qual, em princípio, estaria de folga, seria o fatídico 25 de julho de 1966. Naquela manhã, Sebastião perdeu a mesma perna que o havia consagrado como o "Canhão do Arruda". Sim, o guarda que encontrou a maleta no saguão do aeroporto era o ex-jogador Paraíba.

O ex-jogador e ex-guarda Paraíba
"Com a perna direita, fui o canhão. E acabei perdendo ela por causa de uma bomba. Engraçado. Alguém andou colocando olho gordo demais", comentou, entre risos, para uma reportagem do Diário de Pernambuco publicada em agosto de 2009. Já naquela época, Paraíba sofria da Doença de Alzheimer, decorrência do alcoolismo no qual mergulhou para afogar as mágoas da amputação. "Perdi, muitas vezes, a vontade de viver. Cheguei a pensar em dar um tiro na minha cabeça", confessou. Nascido em 20 de janeiro de 1931, em Ingá, a 96 quilômetros de João Pessoa (PB), Sebastião ainda vive em Recife, onde, apesar da situação de penúria, é ídolo da torcida do Santa Cruz. Talvez, se tivesse escapado daquela fatalidade em 1966, ainda tentasse disparar seu "canhão" com o pé direito nas peladas com os amigos. Mas havia uma bomba no meio do caminho...

E é estranho pensar como Portugal se enredou decisivamente na vida desse paraibano, primeiro quando enfrentou o Benfica na Venezuela, depois quando foi jogar no lusitano Salgueiro e, por fim, quando terminou sendo vítima de um atentado planejado por um ex-padre português. Enfim, navegar é preciso. Viver, não.

sexta-feira, setembro 12, 2014

11 gols

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Ao fechar o placar para o São Paulo contra o Botafogo-RJ, no estádio Mané Garrincha, Alexandre Pato chegou a 11 gols com a camisa do clube. E igualou-se a outras figurinhas carimbadas do futebol brasileiro que também passaram pelo Morumbi. Vamos a uma breve lista com outros 11 conhecidos jogadores que também marcaram 11 gols pelo São Paulo:

André Dias - Zagueiro que integrou a leva de jogadores do Goiás contratados a partir de 2004. Chegou em 2006, virou titular e foi três vezes campeão brasileiro. Em 2010, foi vendido para a Lazio por 2,5 milhões de euros (6,5 milhões de reais). O contrato acabou em julho deste ano e, deste então, está parado. Dizem que estaria na mira do Corinthians.

Alex Dias - Depois de uma boa passagem pelo Vasco, em 2005, o atacante foi contratado pelo São Paulo no ano seguinte, já com a experiência de seus 33 anos. Não chegou a ser titular absoluto, mas marcou sua passagem com gols em clássicos. Ganhou o Brasileirão de 2006 e foi para o Fluminense logo depois. Aposentou-se em 2012, na Aparecidense (GO).

Bezerra - Contratado do Guarani de Campinas em 1976, o zagueiro teve seu melhor momento no ano seguinte, quando foi campeão brasileiro. Na decisão contra o Atlético-MG, marcou um dos gols na decisão por pênaltis. Em 1980, teve diagnosticado um problema na cabeça e ficou dois anos sem entrar em campo. Aposentou-se jogando em Barretos, em 1985.

Bobô - Considerado o "cérebro" do Bahia que conquistou o Brasileirão de 1988, o meio-campista chegou ao São Paulo no ano seguinte com status de craque. Mas, apesar de ter sido campeão paulista e vice-brasileiro em 1989, não correspondeu à fama. Foi emprestado ao Flamengo e depois vendido ao Fluminense. Voltaria ao Bahia para se aposentar, em 1997.

Casagrande - Brigado com Jorge Vieira, então técnico do Corinthians, o centroavante foi emprestado ao rival São Paulo no segundo semestre de 1984. Improvisado na meia-direita, fez excelente dupla com Careca, que seria resgatada durante as Eliminatórias para a Copa do México. Casão ainda rodaria o mundo até se aposentar, em 1996, no São Francisco (BA).

Gérson - Logo após ganhar, como titular da seleção, a Copa do México, o "Canhotinha de Ouro" foi a grande contratação do São Paulo para acabar com 13 anos de jejum de títulos. E deu certo: o habilidoso meia comandou o bicampeonato paulista de 1970 e 1971. Mas a saudade do Rio de Janeiro fez com que fosse para o Fluminense, onde se aposentou, em 1974.

Júnior - Campeão com o Palmeiras dos 100 gols em 1996 e da Copa de 2002 com o Brasil, na reserva, o lateral-esquerdo baiano foi repatriado da Europa pelo São Paulo em 2004. No ano seguinte, venceu o Paulistão, a Libertadores e o Mundial. E, entre 2006 e 2008, foi tricampeão brasileiro. Aposentou-se em 2010, depois de jogar por Atlético-MG e Goiás.

Júnior Baiano - Xará e conterrâneo do lateral acima, só que zagueiro, revelado pelo Flamengo. Apesar de violento, foi cobiçado por Telê Santana e contratado em 1994 - justo quando o São Paulo perdeu o tri da Libertadores e entrou em decadência. Jogou ainda o ano seguinte e depois foi para a Alemanha. Disputou a Copa de 1998 como titular e aposentou-se no Miami FC, em 2009.

Lugano - Também zagueiro, chegou em 2004. Assim como o lateral-esquerdo Júnior, ganhou o Paulista, a Libertadores e o Mundial em 2005, transformando-se em ídolo da torcida sãopaulina e capitão da seleção uruguaia. Jogou parte do Brasileirão de 2006, antes de ir para a Turquia. Após a Copa de 2014, ficou sem clube. Dizem que está prestes a ir para o futebol árabe.

Luizão - O centroavante revelado pelo Guarani não tinha nem 30 anos quando voltou da Europa e teve passagem pífia pelo Botafogo-RJ, em 2004. Mas, no ano seguinte, arrumou uma vaga no time do São Paulo e venceu o Paulistão e a Libertadores (competição da qual tornou-se o maior artilheiro brasileiro). Foi para o Japão e, em 2009, aposentou-se no Rio Branco (SP).

Wilson - Zagueiro de dar arrepios em qualquer torcida, foi titular do São Paulo no difícil período entre 1999 e 2002. Mesmo assim, participou das conquistas do Paulistão de 2000 e do Torneio Rio-São Paulo do ano seguinte. Sabe-se lá Deus como, marcou 11 gols com a camisa tricolor (!). Passou por Inter-RS, Corinthians-AL e Juventude. Não sei por onde anda...

quarta-feira, agosto 27, 2014

Douglas vai, Leandro Damião pode ir, Ronaldinho Gaúcho não vem e Nilmar (dizem que) ainda pode vir

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Douglas no Barcelona: inacreditável
Das quatro notícias que agitam o futebol paulista, a mais surpreendente, sem dúvida, é a ida do lateral-direito Douglas para o Barcelona. Confesso: meu queixo não caiu, despencou. Se o São Paulo perdeu R$ 20 milhões que o Metalist, da Ucrânia, ofereceu pelo (esforçado) lateral-esquerdo Cortez em dezembro de 2012, hoje emprestado ao Criciúma, receber R$ 7,2 milhões pelo (esforçado) Douglas, correspondentes aos 40% do valor total de R$ 12 milhões a que o Tricolor tem direito, é pra comemorar com fogos, passeata e banda de música. Não sei quem foi que intermediou esse mirabolante negócio, nem o que os dirigentes do Barcelona andam bebendo ou usando, mas dirijo-lhes meus mais sinceros e comovidos agradecimentos. E obrigado também ao Douglas. Por ir embora.

Leandro Damião vale R$ 48 milhões?
Quanto ao Leandro Damião, desejado por Milan e Benfica, é a oportunidade para o Santos reaver o dinheiro de uma aposta que, até o momento, não vingou. Se a proposta de compra dos italianos de R$ 48 milhões for mesmo verdadeira e o alvinegro praiano aceitar, não só recuperará os incríveis R$ 42 milhões que gastou para ter o atacante como ainda sairá com um belo - e providencial - lucro. Ou seja, tudo o que a diretoria do Corinthians gostaria que acontecesse com Alexandre Pato. De minha parte, não sou dos que chegaram a considerar Damião um excelente centroavante nem dos que agora o destratam como perna de pau. Apenas fico perplexo, como no caso do Douglas, com a disposição dos europeus de investirem grana alta em atletas que não são destaque (nem longe disso, aliás) aqui no Brasil. Enfim...

Ronaldinho no Palmeiras (só que não)
E o fiasco do Ronaldinho Gaúcho no Palmeiras, hein? Se a versão de que o acordo selado melou no último momento porque a diretoria alviverde não acertou "prêmio por título" neste ano, então o tal presidente Paulo Nobre é mesmo completamente maluco. Título? Neste ano? Olha, se isso realmente tivesse chance de acontecer, com o time se matando para escapar do rebaixamento no Brasileirão (e, por isso mesmo, poupando jogadores na Copa do Brasil), então a diretoria tinha mais é que pagar o prêmio que fosse! Afinal, título nessas competições levaria o clube à Libertadores, o que renderia um dinheiro em 2015 muito maior para o clube que qualquer prêmio para jogador. Depois dos R$ 5 mil negados ao salário de Alan Kardec, que também melou negócio e provocou sua ida para o São Paulo, essa do Ronaldinho foi ainda mais inacreditável.

Nilmar na seleção: faz (muito) tempo
Por fim, o Corinthians tenta repatriar o atacante Nilmar. Bom jogador, com passagem excelente pelo próprio clube do Parque São Jorge. Mas quer R$ 800 mil de salário, sendo que o alvinegro paulistano oferece apenas metade. Complicado. Com o desfalque de Guerrero, que vai servir a seleção peruana, o técnico Mano Menezes aperta a diretoria por alternativas. O mercado de centroavantes no futebol brasileiro, aliás, não tem ajudado os clubes. Luís Fabiano vive machucado (ou suspenso), Damião não corresponde no Santos, Fred foi o "vilão" da Copa e está sendo contestado no Fluminense. E ninguém garante que Nilmar, aos 30 anos e isolado no futebol árabe há dois, justificaria investimento tão alto pelo Corinthians. Se bem que, hoje, é o único dos "grandes" paulistas que tem patrocínio master. Enfim...


quarta-feira, agosto 20, 2014

Efeito coLATERAL?

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Álvaro Pereira: 'ala' característico
Há muito tempo, defendo que, por ter no elenco laterais ofensivos (ou "alas") e praticamente nenhum lateral clássico, marcador e mais preso na faixa anterior ao meio do campo, o atual time do São Paulo deveria voltar ao esquema com três zagueiros. Concordo que isso nem de longe é o ideal, mas, com o que o técnico Muricy Ramalho tem à disposição, seria uma medida emergencial, no mínimo, sensata. Pois foi exatamente isso o que disseram ontem à noite, no programa "Cartão Verde" da TV Cultura, o colunista de esportes Vítor Birner e o ex-treinador Candinho. Já parece óbvio, portanto, que uma zaga formada pelos apenas medianos Antônio Carlos e Rafael Tolói (ou então pelos abaixo de medianos Paulo Miranda e Edson Silva), com eventual improvisação do agora machucado Rodrigo Caio, não "segura o rojão" quando os ofensivos Douglas (ou Luís Ricardo) e Álvaro Pereira (ou Reinaldo) se mandam para o ataque e deixam as laterais completamente expostas na defesa.

Souza posta-se na linha de frente
E mais: além de complicar o sistema defensivo, os atuais "alas" do São Paulo não colaboram em nada para a saída de bola, que cai na "ligação direta" de um chutão do goleiro ou dos zagueiros para o ataque. Isso explica muito da inoperância da tão superestimada linha de frente formada por Ganso, Kaká, Pato e Alan Kardec. Sim, porque o segundo volante, Souza, também fica postado lá na frente, esperando bola, e nem Maicon nem Denílson (opções para primeiro volante) estão conseguindo defender e carregar a bola até a frente. Com três zagueiros, dois deles poderiam liberar os "alas" da marcação para também ajudarem a municiar a linha de frente - e até a finalizarem a gol com mais frequência. E liberar o primeiro volante para marcar e a roubar bolas no campo do adversário. Buenas, o que não resta dúvida é que, de 2008, quando venceu o Brasileirão pela última vez, pra cá, o São Paulo sofre com laterais. Curiosamente, jogava com três zagueiros naquela época.

Vejamos como o clube do Morumbi "bateu cabeça" nas contratações desde então:

Richarlyson foi início do improviso
LATERAIS-ESQUERDOS - Dono da posição e campeão paulista, da Libertadores, do Mundial e do Brasileiro entre 2004 e 2006, o veterano Júnior perdeu a vaga no time titular em 2007, quando o volante Richarlyson assumiu a função. Com essa improvisação, o São Paulo venceu mais dois campeonatos nacionais. O clube chegou a contratar outro especialista, Jadílson, do Goiás. Mas, assim como Júnior, tornou-se apenas opção no banco de reservas. Em 2009, com a chegada de Júnior César (vindo do Fluminense) e de Diogo (das categorias de base), Júnior foi para o Atlético-MG e Jadílson para o Grêmio. Sinal de que as soluções buscadas para o setor começavam a falhar é que Richarlyson ainda atuaria frequentemente como lateral-esquerdo até deixar o São Paulo, em 2010. Também contribuiu para essa instabilidade a demissão de Muricy Ramalho. Depois de sua saída, o então presidente Juvenal Juvêncio passou a fazer contratações sem planejamento ou critério.

Juan foi desastre total no São Paulo
E, além de tudo isso, a "bruxa" assombraria a lateral esquerda em 2010: Júnior César rompeu o tendão e Carleto, recém-contratado, se contundiu gravemente e teve que operar o joelho. Daí, a aposta foi em Juan, que havia sido formado nas categorias de base do São Paulo e fazia boas temporadas no Flamengo, tendo conquistado o Brasileirão no ano anterior. Pior, impossível. Juan, hoje, pode ser considerado um dos piores jogadores que já atuaram pelo Tricolor. No entra-e-sai de treinadores pós-Muricy (Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Carpegiani, Leão, Ney Franco e Paulo Autuori), Juan fez partidas horrorosas e, depois de ser preterido pelo garoto Henrique Miranda, acabou emprestado ao Santos. Lá, até conquistou o título paulista, mas terminou o ano encostado e foi devolvido ao clube do Morumbi. Na crise em que o São Paulo mergulhou em 2013, Juan foi posto para fora do elenco e "exilado" em Cotia até conseguir uma transferência para o Vitória. 

Cortez teve proposta de R$ 20 milhões
Mas, voltando a 2011, quando Juan - infelizmente - era o lateral-esquerdo titular do São Paulo, Júnior César foi vendido justamente ao Flamengo (mais tarde, seria titular no Atlético-MG campeão da Libertadores em 2013, que eliminou o São Paulo nas oitavas-de-final com um humilhante 4 x 1). Não bastasse, Carleto, ao voltar da operação no joelho, foi emprestado seguidamente ao Olimpia do Paraguai, ao América-RN e ao Fluminense. Por isso, para 2012, diante do empréstimo de Juan para o Santos, o São Paulo comprou Cortez do Botafogo-RJ. A primeira temporada foi brilhante: tornou-se titular incontestável quando o técnico Ney Franco enfim acertou o time e conquistou a Copa Sul-Americana. No fim daquele ano, o São Paulo recebeu uma proposta de R$ 20 milhões por Cortez, do Metalist, da Ucrânia. A diretoria se arrependeria amargamente de ter recusado. Cortez "sumiu" em campo, foi emprestado ao Benfica e, depois, ao Criciúma - onde "jaz", totalmente apagado.

Clemente Rodríguez: outro fracasso
Por isso, em 2013, a solução foi apelar para Carleto, que voltou do Fluminense e começou o Brasileirão como titular. Mas o azarado lateral rompeu novamente os ligamentos do joelho e só voltaria em 2014 - para ser emprestado primeiro para a Ponte Preta e, atualmente, para o catarinense Avaí. Com isso, na má fase de 2013, que quase levou o São Paulo ao rebaixamento no Brasileirão, Juvenal Juvêncio foi buscar Clemente Rodríguez no Boca Juniors. A exemplo de Juan, outro desastre: jogou só seis partidas, foi expulso logo na primeira delas e também terminou "exilado" com em Cotia, onde recebe R$ 150 mil mensais para treinar. No desespero, o São Paulo "catou" o jovem Reinaldo, emprestado pelo Sport. Ele "fez o feijão com arroz", sem comprometer, ajudou o time a escapar da Série B e acabou sendo contratado. Hoje, com a chegada do uruguaio Alvaro Pereira, que tomou conta da posição, é opção no banco de reservas.

Ilsinho foi 'roubado' do Palmeiras
LATERAIS-DIREITOS - Depois da venda de Cicinho para o Real Madrid, em 2005, o São Paulo "roubou" o então garoto Ilsinho do Palmeiras. Com ele como titular, o time conquistou o Brasileirão em 2006. A "sombra", no banco de reservas, era o equatoriano Néicer Reasco (que jogava improvisado, pois, na seleção de seu país, atuava como lateral-esquerdo). No ano seguinte, nem um nem outro justificavam a escalação. Começou, então, a série de improvisos. Primeiro com o volante Souza, que, surpreendentemente, seria eleito o melhor lateral-direito do Brasileiro de 2007, quando o São Paulo levantou a taça novamente. No ano seguinte, outro volante, Zé Luís, também jogou na posição. Prova de que as contratações feitas para o setor, Jancarlos (que havia se destacado no Atlético-PR) e Joílson (que veio do Botafogo-RJ junto com o zagueiro Juninho), também não agradaram. Ou seja, além das improvisações, começaram as apostas mal sucedidas.

Cicinho voltou - e não convenceu
Ilsinho foi para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, e Reasco voltou para seu clube de origem, a LDU de Quito. Jancarlos e Joílson se revezaram com Zé Luíz na conquista do tri brasileiro e, no ano seguinte, um foi para o Cruzeiro e outro para o Grêmio. Em 2008, mais uma aposta que não deu certo: Éder, que veio do Noroeste de Bauru e durou pouco. Por isso, em 2009, a solução foi "mezzo" caseira/ "mezzo" estrangeira: Wagner Diniz, que estava no Vasco, Adrián González, do argentino San Lorenzo, e Nelson Saavedra, do chileno Palestino. Nenhum deles emplacou. O desespero foi tanto que, para 2010, o clube foi atrás exatamente dos dois "donos" da posição entre 2004 e 2007, Cicinho e Ilsinho. Só que os dois, na Europa, já haviam migrado para o meio-de-campo. Com isso, os treinadores da época - Ricardo Gomes e Sérgio Baresi - precisaram recorrer a uma nova improvisação na lateral direita, com o volante Jean (hoje no Fluminense).

Piris levou muitos 'bailes' de Neymar
Em 2011, duas novas apostas confirmaram a falta de pontaria do presidente Juvenal Juvêncio. A pior delas foi a do paraguaio Iván Piris, que, a exemplo de Reasco no Equador, também atuava como lateral-esquerdo na seleção do seu país. Foi uma piada. Os santistas dão risadas até hoje ao recordarem os "bailes" que Neymar dava no pobre Piris, invariavelmente perdido em campo. E a segunda aposta na lateral direita conseguiu ser ainda mais sem sentido: aconselhado por Rivaldo, que já era presidente do Mogi Mirim e tinha sido contratado como jogador pelo São Paulo naquela temporada, o cartola Juvenal Juvêncio trouxe do Mallorca o "craque" Edson Ratinho. Resultado: em 2012, nem ele nem Piris estariam mais no Morumbi, sendo substituídos por Douglas, ex-Goiás, e Lucas Farias, das categorias de base. Douglas venceu a Sul Americana como titular mas, em 2013, afundou com o resto do time e foi preterido até pelo zagueiro Paulo Miranda na lateral.

Luís Ricardo: outro que não emplacou
Lucas Farias não disse ao que veio e atualmente está emprestado ao mineiro Boa Esporte Clube. Mas as besteiras de Juvenal Juvêncio não pararam por aí: antes de deixar o comando do clube, trouxe o lateral-direito Mateus Caramelo do Mogi Mirim, junto com o atacante Roni. Outro furo n'água (e desperdício de dinheiro). Caramelo jogou cinco partidas e hoje está emprestado ao Atlético-GO. Por fim, como Douglas nunca manteve um mínimo de regularidade, o São Paulo contratou Luís Ricardo, que tinha feito uma boa temporada pela Portuguesa, em 2013. Também não disse ao que veio. Porém, como, a exemplo de Douglas, está na categoria de lateral ofensivo (ou "ala"), que não consegue ajudar a defesa, poderia ser testado no esquema com três zagueiros, para ver se rende. O capítulo mais recente dessa bizarra "saga" da lateral direita sãopaulina é a inesperada contratação de Douglas pelo Barcelona. E vamos nós, de novo, apelar pro Paulo Miranda...

sexta-feira, agosto 15, 2014

Vida buena

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Enquanto o time do São Paulo segue acumulando vexames imperdoáveis, como o 3 x 1 que tomou do Bragantino (que está na zona de rebaixamento do Brasileiro da Série B) em pleno Morumbi, sendo eliminado precocemente da Copa do Brasil, as falácias sobre "melhor elenco do Brasil", "time de galáticos", "favorito ao título nacional" e "exemplo de gestão e de administração" ficam ainda mais constrangedoras quando atentamos para algumas notícias recentes sobre o clube. Sinais de que as coisas nem de longe são tão maravilhosas como tentam nos fazer acreditar: o patrocinador master desistiu; logo, a diretoria já começou a atrasar salários; logo, a matemática financeira implora pela (surpreendente e inacreditável) venda do lateral-direito Douglas para o Barcelona para respirar um pouco no fechamento das contas - mas a transação corre o risco de não acontecer.

Pra complicar ainda mais, a grave lesão do volante Rodrigo Caio, que operou o joelho e só volta em 2015, implodiu uma transferência quase certa para o futebol europeu, que também era dada como certa para ajudar no pagamento dos salários proibitivos de Alexandre Pato, Alan Kardec, Kaká & cia. Curiosamente, prestes a perder um lateral-direito e sem muitas opções para substituí-lo (Luís Ricardo foi um dos piores em campo na eliminação contra o Bragantino e o jovem Auro ainda não inspira confiança), o São Paulo contratou um... lateral-esquerdo (!). O canhoto Michel Bastos chegou para disputar vaga onde Álvaro Pereira já é titular absoluto e Reinaldo, o reserva, teve contrato renovado por 4 anos. Qual torcedor sãopaulino consegue entender essas vendas, compras e renovações? Mas o mais incrível é que existe um quarto lateral-esquerdo no clube: Clemente Rodríguez.

Materinha do site Gazeta Esportiva revela a "vida buena" do argentino, que foi comprado do Boca Juniors em junho do ano passado e fez apenas três partidas como titular, sendo expulso logo na estreia. Afastado do elenco principal desde abril deste ano, Clemente ganha R$ 150 mil mensais para não fazer absolutamente nada além de cumprir um burocrático expediente de exercícios com a garotada das categorias de base, no Centro de Treinamentos de Cotia. A notícia compilou alguns momentos do lateral postados por ele e pela namorada no Instagram, "curtindo a vida adoidado", enquanto o São Paulo passa vexame em cima de vexame - eliminações para a Ponte Preta na Sul-Americana, para o Penapolense no Paulistão e para o Bragantino na Copa do Brasil - e a diretoria se vê em apuros para honrar seus pesados compromissos financeiros ou reforçar a defesa.

Clemente trocando lâmpada, curtindo onda de D-Jay, tomando sol na praia, tirando foto com a garotada, experimentando roupas caras e tomando champagne fino e dando voltas de jet ski nos EUA: vida buena



Essa é mais uma prova de que, no São Paulo, tudo está muito "certo como 2 e 2 são 5"...

quarta-feira, julho 30, 2014

Kaká já está entre os 40 maiores artilheiros do SPFC

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Com o gol marcado no domingo, em seu retorno ao futebol brasileiro, na derrota por 2 a 1 frente ao Goiás, o meia Kaká chegou a 49 gols marcados pelo São Paulo, igualando-se ao ex-centroavante Zé Roberto (1964-1966/ 1969-1976) e ao ex-ponta-esquerda Zé Sérgio (1976-1984) no 40º lugar entre os maiores artilheiros do clube. E pode galgar mais posições: imediatamente a sua frente estão os atacantes Marcelinho Paraíba (51 gols pelo São Paulo), Borges (55) e Dagoberto (61). Este último, que hoje joga no Cruzeiro, junto com Borges, é o 30º maior artilheiro do time do Morumbi. Acima deles, mas muito longe, estão o goleiro Rogério Ceni, em 13º no ranking, com 118 gols, e o centroavante Luís Fabiano, 3º maior artilheiro do clube, com 193. O maior de todos é Serginho Chulapa, com 242.