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Destaques
segunda-feira, março 19, 2012
SanSão: a defesa do Santos de Muricy lembrou Dorival... (Visão santista)
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Dos Heróis Cotidianos
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Por Luciana Nepomuceno
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Morituri te salutant, Kleberson. |
Conta o Flamengo, a cada jogo, com a superação de um desses. Sem atuações memoráveis, sequer equilibradas, anda a depender de alguém que destroce sua própria armadura e, de peito descoberto, sangue nos olhos, desalinho na alma, faça do campo, sua batalha particular. São Pátroclos travestidos de Aquiles e bem sabemos o que lhes aguarda. Rodrigueanamente, lembro: "Qualquer indivíduo é mais importante do que a Via Láctea”.Em tardes de domingo, em que os invisíveis se alentam nações, só nos resta reconhecer: salve, Kleberson, os que vão morrer te saúdam. Agradecidos pelo alento.
Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos
quinta-feira, março 15, 2012
Santos supera gramado sintético e Juan Aurich por 3 a 1
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Foi de virada e com uma grande apresentação de Ganso que o Peixe superou o time peruano do Juan Aurich hoje. O tal gramado sintético, que foi palco de final de Libertadores em 2010, atrapalhou o time alvinegro, que demorou a se encontrar na peleja e só o fez após tomar o gol. Fucile empatou depois de cruzamento de Juan e Ganso cobrou uma falta que assegurou o resultado positivo ainda no primeiro tempo. Uma cobrança ousada, mas que contou com a providencial ajuda do goleiro Diego Penny.
Já a segunda etapa foi toda do Santos. Neymar foi caçado mais que o normal. Os peruanos já estavam dominados quando ficaram com um a menos em função da expulsão de Guadalupe aos 13, depois de falta feia em Arouca. E aí o que andava faltando, aconteceu. Borges, que vinha se movimentando muito e dando opções para a chegada do meio de campo alvinegro, marcou o seu primeiro tento na competição. Mesmo em fase escassa de gols, os dados não mentem: o maior artilheiro do Brasileirão de 2011 jogou 42 vezes pelo Peixe e fez 26 gols, quase dois a cada três partidas.
E se os números nem sempre traduzem o que foi um jogo, não é o caso dessa partida. De acordo com o Ig, Santos teve quase 59% de posse de bola, mesmo com o "apagão de adaptação" do início da partida. Trocou mais que o dobro do número de passes do rival, 305 a 149, ficando quase cinco minutos com a bola nos pés no final do jogo, teve dez finalizações certas e nove erradas contra quatro erradas e duas certas. Mas o que deve motivar os jogadores peixeiros na partida de volta é outro dado: foram 32 faltas peruanas contra 11 brasileiras, uma diferença abissal. Neymar, o mais "atingido" não deve esquecer o adversário...
Governo volta atrás e quer bebida fora dos estádios na Copa. Nova vitória da bancada evangélica?
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Se quiser beber em estádio, brasileiro deve ir pro exterior |
Atualização 16:25
E o governo voltou atrás mais uma vez... Leia aqui
terça-feira, março 13, 2012
De olho na redonda - "vazamento de fezes", Adhemar e o meio milhão do Independente-PA
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domingo, março 11, 2012
Mano Menezes, que tal você ganhar experiência no exterior?
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O título deste post faz referência ao “conselho” dado técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, a Neymar, entrevista ao jornal O Globo. Segundo o treinador: “Em relação a ambiente dele, à coisa aconchegante, a permanência é ótima. Mas, para um desenvolvimento final, para ganhar respeito maior, é importante passar pela Europa. Estando lá, não há a necessidade de se expor tanto. A permanência no Brasil exigiu contratos que tomam bastante o seu tempo. A gente vê que está exposto. Você precisa executar bem as três questões: treinar, se alimentar e repousar para estar bem”.
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Precisa ir pra fora? (Ivan Storti/SantosFC) |
Pra quem tem memória curta, é bom lembrar que outro sábio da bola tupiniquim deu conselho semelhante a um então jogador santista. Carlos Alberto Parreira declarou que o meia Diego deveria sair da Vila para adquirir experiência na Europa, quando o time da Vila recebia propostas de fora e tentava segurar o jogador. O jovem foi para o campeão europeu, Porto, mas, ao invés de evoluir, involuiu. Tanto que seu “conselheiro” Parreira deixou de convocá-lo para a seleção e Diego não foi à Copa de 2006. Treinador, quando dá tais “conselhos”, só pensa no próprio cargo, se o jogador cair em desgraça, azar o dele. Talvez por ter um comportamento diferente que Dunga tivesse moral entre seus comandados, o que não parece ser o caso de Mano Menezes, que tem um trabalho até agora muito inferior que seu contestado antecessor.
E, justamente por causa do pífio desempenho apresentado até o momento à frente da seleção, talvez seja o caso de Mano ir treinar uma equipe do exterior para “ganhar experiência”. Sim, porque é algo comum entre treinadores da seleção. Muitos fizeram isso, como Carlos Alberto Parreira, Sebastião Lazaroni, Zagallo, Carlos Alberto Silva, Emerson Leão, Telê Santana – que treinou o Al-Ahly –, e mesmo o grande fantasma que assombra o técnico da seleção, Muricy Ramalho. Dunga não treinou nenhum time antes de assumir o esquadrão verde-amarelo, mas possuía um largo histórico na seleção e já tinha jogado fora do país. Será que o treinador admitiria que tal falha no currículo lhe faria menos capacitado que seus antecessores?
Tendo treinado só duas grandes equipes na vida, Mano tem como título mais importante no currículo uma Copa do Brasil, além de dois estaduais gaúchos, um Paulista e dois campeonatos da Série B. Neymar, que tem uma carreira muito mais curta que o comandante, tem uma Libertadores, uma Copa do Brasil, dois Paulistas, um Sul-Americano pela seleção sub-20 de Ney Franco, e várias premiações de melhor jogador. Não sei se o treinador assiste a jogos no Brasil (talvez o campeonato russo lhe seja mais atraente, dadas as convocações de seu time), mas Neymar evolui a cada dia. Jogando aqui. Quem precisa de mais experiência mesmo, Mano?
sexta-feira, março 09, 2012
Meninos, Eu Vi!
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...só que ao contrário.
Por Luciana Nepomuceno

Flamengo 1 X 0 Emelec. Mas não se deixe enganar pelo placar, esse foi um daqueles jogos épicos em que até a rodrigueana moça com narinas de cadáver suspende a expressão e se deixa envolver pela magia. Sigamos a jornada, bem do princípio. O Engenhão estava tendo seu dia, ou ainda, sua noite, de Maracanã. A torcida rubro-negra, empolgada, chegava em grande número. Cantando, mesmo antes dos times entrarem em campo, já apresentava o cenário. Faltavam protagonistas e enredo, eles logo chegaram, com seu sentimento-homenagem feito camisa.
Desde o apito, o time do Flamengo tomou as rédeas do jogo, uma defesa bem posicionada, avançada na marcação, um meio de campo criativo e colaborativo e, claro, a inspiração e precisão de Ronaldinho e Vagner Love. A bola demonstrava claramente suas preferências, deixava-se enrodilhar, mansa, nos pés brasileiros, ignorando os desesperados convites da equipe adversária. A bola e o pé, desenhando, no verde espaço, figuras de geometria incerta, reinventando as belezas da ocidental civilização. Um time misto, onde centauros e poetas se alternavam na construção da impossibilidade para o adversário. Épico, o jogo, disse eu, e confirmo: mesmo com o completo domínio rubro-negro, o destino tinha seus caprichos. Bolas na trave em randômica sucessão. Escanteios. Defesas milagrosas. O gol não se deixava fazer. E, aos 28 minutos, o engenho cede à biologia. Léo Moura, que vinha desfilando na avenida direita do campo, sente um estiramento da coxa. Lágrimas, dele, nossas. Entra o arisco Negueba, improvisado. E isso é só mais uma forma de jogar por música, logo todos percebemos o jazz sendo feito. Ritmo, baby. Irritados, os jogadores do Emelec promovem a caça às pernas dançantes e, assim, De Jesus, após um lance de forte pegada, é expulso. São 47 minutos do primeiro tempo, espetáculo feito, respirações suspensas, olhos cativos, mas nada de gol. Respira-se. E, logo que o jogo recomeça, a pintura. Ronaldinho, artífice, em lento planejamento e em explosiva execução, oferece a bola como se fosse um presente, um mimo, com um passe que só a quem a bola concede o dom pode pleitear. E a perna de Vagner Love, aparentemente autônoma em relação ao corpo, habitada por um portento, realiza o chute. O amor fica no ar, por uns instantes, acompanhando a decisão da bola em se fazer resultado. Gol. Goollll. Gooooolllllllllllll. O canto, místico, aprofunda-se em religioso transe.
Daí pra frente, intervenção dos deuses, pois claro. Ainda a beleza, o élan que ilumina cada jogador vermelho e preto, o suor feito louros, mas os deuses temem que a soberba se espalhe e mantém o ilusório 1 X 0. Que importa? A bola sabe a quem serve. Ao fim do jogo, os jogadores do Emelec traziam a vazia expressão de quem não entende direito o que lhes aconteceu. Não se sabe o que ainda vai acontecer na Libertadores, mas, ontem a noite, via-se a moça grã-fina, de narinas de cadáver, recusando-se a deixar a arquibancada, de pé, aplaudindo o que nem se sabia ser possível ver: a felicidade.
Fronha devidamente babada...
Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos
Ricardo Teixeira
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A licença médica de Ricardo Teixeira do comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é uma das melhores notícias sobre a Copa do Mundo de 2014 desde o anúncio que o Brasil sediaria o vigésimo mundial do ludopédio da história. Mas é uma notícia que pode durar seis meses.
Curiosa foi a escolha do e-mail como forma de avisar sobre a condição de saúde ganhar os títulos das primeiras notas que davam conta do afastamento. Curioso também que, na página da CBF na internet, não há menção ao fato. E, no organograma da firrrma, nem sinal de afastamento no nome do ex-genro de João Havelange.
Em uma outra crise política envolvendo a CBF, em 2000, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Nike, ele se afastou. Como em 2002 a seleção venceu a competição disputada na Coreia do Sul e Japão.
Mau sinal.

Ricardo Teixeira, animado na volta do carnaval
Houve ainda licenças médicas por problemas, digamos, médicos. Consta que, em outubro de 2011, o cartola ficou internado com diverticulite. E ele tem problemas cardíacos.
Coincidência interessante lembrar que o relator daquela CPI era o atual ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Para além do talendo de fazer rugirem moto-serras por aí, ele se diz amigo de Teixeira.
Mas a pressão vinda de investigações em Zurique, todo o imbroglio do tio demitido com indenização milionária e mesmo as caneladas desastradas de Jêrome Valcke e nossos traseiros chutados formam um quadro curioso.
O lado ruim é que o afastamento tem toda a cara de manobra política para reduzir a pressão, que incluía denúncias pululando aqui e ali. Se havia possibilidades de se desvendarem suspeitas de desvios e condutas questionáveis por parte do comandante da CBF desde 1989, elas ficam menores. Se sequer existia essa chance, muda pouco no futebol brasileiro.
quinta-feira, março 08, 2012
Um Santos mais organizado e o "imparável" Neymar
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Já de antemão recomendo a leitura dos posts do santista Edu e do colorado Daniel Cassol aqui e aqui. Isto posto, um rápido comentário sobre a peleja da Vila Belmiro ontem, que envolveu cinco títulos da Libertadores, acompanhada pela internet, com narração em espanhol, graças à disputa de monopólios de comunicação que priva a maioria dos torcedores de espetáculos como esta partida.
O show de Neymar pode ofuscar a nova organização tática santista, mas é preciso ressaltar que o time é outro. Conta com um meio de campo mais móvel, colaborativo ofensivamente e na marcação, com Ganso imprimindo o ritmo tanto mais atrás quanto próximo à área. Essa condição física que lhe faltou em 2011 faz com que todos os seus companheiros rendam mais, com Arouca se soltando para conduzir a bola com velocidade e Ibson chegando para finalizar. Henrique também tem se tornado um marcador que não foi no ano passado. Assim, mesmo com uma defesa lenta, o Peixe alcançou sua oitava vitória seguida, mantendo o tabu de nunca ter sido derrotado pelo Internacional na Vila Belmiro.
Dorival Junior tentou minar o meio de campo/ataque santista ocupando o setor com três volantes. Mas, com todos marcando atrás da linha da bola, propiciou que sua equipe fosse amplamente dominada no primeiro tempo, quando poderia ter ido para o intervalo perdendo não de um, como foi, mas de três. Equilibrou um pouco mais no segundo tempo e, quando ameaçou de fato o time da casa, o Internacional sucumbiu moralmente diante do terceiro gol de Neymar. Quando foi chamado, decidiu.
O atacante marcou seu 90º gol pelo time da Vila Belmiro, e já é o quinto maior artilheiro pós Era Pelé, a quatro do próximo na lista, Robinho, e a 14 de João Paulo e Serginho Chulapa, que estão no topo. Fora os bailes, como o dado no segundo e terceiros gols ontem, que levaram o locutor Pedro Ernesto Denardin, da Rádio Gaúcha, a se curvar diante do talento do menino. Claro, com o devido exagero que caracteriza o narrador gaudério:
"Todas as pessoas aqui na Vila Belmiro deveriam se ajoelhar, estender as mãos ao céu e agradecer ao Senhor que mandou pra Vila Belmiro um jogador dessa categoria. Todos deveriam se ajoelhar e agradecer a Deus. Que jogador extraordinário! 19 minutos, o Inter recém tinha feito o gol e ele escapou pela meia esquerda, ganhou de todo mundo e fez mais um gol como já tinha feito o segundo. Ele é 'imparável', 'imarcável', ele é demais, torcedor! (...) Neymar faz 3 a 1, é ruim para o Inter, mas o futebol... Ah, o futebol! O futebol sabe das valências, o futebol sabe da qualidade, e Neymar dá um show extraordinário de bola"
Exagero, sim, mas que dá gosto de ver... Como dá.
quarta-feira, março 07, 2012
Os "alternativos" da Copa do Brasil 2012
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Estádio do Espigão, cidade em que teria nascido Mauro Beting |
domingo, março 04, 2012
Santos supera ex-invicto na volta da Vila (visão santista)
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Vice-artilheiro do Santos no campeonato, Ibson começa a se afirmar |
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sexta-feira, março 02, 2012
quinta-feira, março 01, 2012
Onde Você Está?
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Por Luciana Nepomuceno
Hoje é aniversário do Rio de Janeiro. Eu, como uma devota de janela, fico aqui imaginando a beleza das pessoas, das ruas, do mar, aquela lagoa linda, tudo em quase festa. Quase eu digo, porque ontem o Flamengo jogou. E perdeu. E é assim...
“Quando o Flamengo vence, há mais amor nos morros, mais doçura nos lares, mais vibração nas ruas, a vida canta, os ânimos se roboram, o homem trabalha mais e melhor, os filhos ganham presentes. Há beijos nas praças e nos jardins, porque a alma está em paz, está feliz. O Flamengo não pode perder, não deve perder. Sua derrota frustra, entristece, humilha e abate. A saúde pública, a higiene nacional exigem que o Flamengo vença, para bem de todos, para felicidade geral, para o bem-estar nacional."
E nem foi um rubro-negro que disse isso aí, viu. Foi um torcedor do América. É claro que nem as contingências nem o Joel estão muito preocupados com a saúde pública a felicidade e o bem-estar nacional. Porque, se estivessem, não se veria o que se viu ontem. O acaso, esse pândego, fez a parte dele: não estavam em campo Leo Moura, Airton e Ronaldinho. Mas, semana após semana estão aí dizendo que o Ronaldinho não faz nada (e, convenhamos, o Bottinelli jogou bem) e o Airton não é, exatamente, um craque. Esforçado, muito. Mas impreciso e limitado. Já a ausência do Léo Moura é mais significativa. O Galhardo tem muito potencial, é rápido, apoia e marca com consistência, mas falta-lhe o élan que tem dominado menino Léo. Dito isso, a parte do leão no resultado, menos que ao acaso, deve ser creditada (um tanto ao Boa Vista, bem arrumado) ao Joel e sua lógica: pra que gol? pra que jogo? Bom é o resultado.
O começo foi até animado pros rubro-negros, Deivid – em evidente tentativa de superação do lance rodrigueano do último jogo – chutou de longe, forte, a bola bate na trave, volta na direção de Vagner Love que se atrapalha todo mas, como a marcação estava surpreendentemente ausente, se recupera e acerta um bom chute. Gol. Daí o time se coloca na postura vamos-jogar-na-metade-do-campo... só que erra a metade e fica no seu, ao invés de ocupar o campo adversário. E erra, generosamente, passes. De curta, média e longa distância, sem distinção. E o acaso resolve participar mais ativamente e em um dos vários lances mais duros do Boa Vista, sai o Williams com o tornozelo em pandarecos. Entra Maldonado, coitado, e já vai mostrando sua lentidão: penâlti. Daí pra frente ladeira abaixo, o Joel trocou muito mal, o Boa Vista fez outro gol, o Diego Maurício entrou bem desconcentrado, o time perdeu as estribeiras e o Renato foi expulso (confesso, comemorei). Ainda teve o lance na área do Flamengo que dá pra todo mundo reclamar, Galhardo faz pênalti não marcado, jogador do Boa Vista toca com a mão na bola. Uma farra, eu diria, se não estivesse tão entristecida. Sabe, o duro não é perder, isso acontece. Mas é ficar aqui imaginando o tanto que o jogo poderia ser outro.
Disse o Nelson, uma vez: “há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável”. Então, contingências, deuses da bola ou o que quer que seja que espie e cuide dessa bagaça: não é que o Flamengo não precisa dos tais jogadores, técnicos e tal. É que a gente tá sem, mesmo. Não dá pra aliviar e deixar a camisa resolver? Lembra aí que é tempo de festa no Rio de Janeiro e andamos, todos, precisando mesmo de mais beleza e felicidade...
Ah, meu Mengo, onde você está?
Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos
quarta-feira, fevereiro 29, 2012
Pitacos sobre Brasil 2 x 1 Bósnia
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terça-feira, fevereiro 28, 2012
Insustentável
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Por Daniel Soares
sábado, fevereiro 25, 2012
Fantasmas paulistanos (2)
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A foto acima foi tirada ontem à noite (24/fev/2012) pela destemida pianista Karin Fernandes, na rua do Triunfo, esquina com General Osório. Dois “noias” ficaram encarando, ameaçando a fotógrafa por registrar essa “boca”, ou então simplesmente pela ânsia de assaltá-la e vender sua câmera no mercado de areia. Havia ali umas 40 ou 50 pessoas, em concentração típica da zona. Quando cai a noite, eles parecem emergir dos bueiros e vão se espalhando pelas ruas e calçadas, indiscriminadamente. A sensação é de entrar no clipe de Thriller, ou um filme qualquer de mortos vivos; a maquiagem é convincente, o cenário também.
Nessa esquina fica o Amarelinho, boteco rotineiro de quem trabalha na Santa Marcelina Cultura. Todo dia passa pelo menos um noia com um celular, um relógio, uma correntinha ou mesmo uma mochila na mão tentando vender sua mercadoria por qualquer preço. Se a abordagem é insistente, um profissional de segurança – contratado por um pool de bares da rua – trata de dispersá-los com um taco de beisebol à guisa de tacape.
Os policiais se concentram em um posto na Praça Julio Prestes, em frente à Sala São Paulo, do outro lado da rua Mauá. As incursões sobre a turba são feitas mais tarde, preferencialmente em ruas onde não há câmeras.
Essa é a Cracolândia, que não existe mais.
quinta-feira, fevereiro 23, 2012
Corinthians goleia Portuguesa em noite de William
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A grande novidade alvinegra nesse começo de ano é a quantidade de bons jogadores em seu elenco. Não apareceu ainda nenhuma craque e os candidatos a tal estão ainda pegando forma, mas o time até agora manteve um jogo sólido com todas as formações que utilizou – e já foram a campo 28 jogadores na temporada.
O ponto negativo não é novidade: o baixo número de gols marcados, característica da equipe desde o ano passado. Pessoal vai falar da falta de pontaria, o Tite justifica por ter adiado os treinos de finalização para evitar lesões e coisa e tal. Mas pra mim, o problema é o excessivo e constante recuo sempre que o time se vê em situação minimamente positiva. Ontem não foi diferente. Nessas condições, o 2 a 0 aplicado sobre a Portuguesa é goleada.
A Lusa começou adiantando a marcação e dificultou um pouco a saída de bola do Corinthians. Mas isso só durou até uns 10 minutos do primeiro tempo, quando Alex e Danilo se acharam e começaram a ditar o ritmo da peleja, e Paulinho adiantou a marcação. A partir daí, as chances foram aparecendo. Numa dessas, Alex deu passe açucarado para Fábio Santos cruzar, Danilo ajeitar, Liedson proteger e William fuzilar para o gol do ex-corintiano Weverton.
O segundo tempo começou no tradicional recuo de Tite, chamando a Lusa pra cima. É uma estratégia perigosa. Acumula jogadores na intermediária defensiva e dificulta muito as opções ofensivas do adversário, que acaba mandando chutes de fora e cruzamentos. Mas, como o recuo é exagerado, o time fica praticamente sem opções de contra-ataque. Até Liedson vai lá correr atrás de adversário. Com isso, cai a chance de ampliar e aumenta a chance de levar um gol numa bola parada, num rebote, num desvio, essas coisas.
Mas o fato é que ontem deu certo: a Lusa não conseguiu ameaçar e ainda achamos um contra-ataque com Ramires, peruano que vem se mostrando um reserva importante para o meio campo. Ele carregou até perto da área, abriu na direita para William, que cruzou para Liedson. O centroavante, louco para marcar o primeiro, tentou um drible e chutou prensado. A sobra veio para os pés de Cachito, que mandou no cantinho.
William jogou muito bem. Além do gol, o segundo em dois jogos, acertou uma no travessão e participou do segundo gol. Pode ganhar a vaga de Emerson ao lado de Liedson no ataque. O centroavante também foi bem, mostrou inteligência, mas falta colocar pra dentro. Enquanto o time estiver achando quem resolva, tudo bem.
Acabou Nosso Carnaval
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Por Luciana Nepomuceno
Tem duas coisas que torcedores (ou eu, torcedora, e digo que é todo mundo pra não me sentir tão só) adoram e detestam: chamar o treinador de burro e comentar o péssimo desempenho individual de algum jogador. Adoramos porque é uma descarga emocional, uma catarse. Detestamos porque isso geralmente acontece quando o time perde. É bem o meu caso hoje. Eu tinha planejado um post diferente, convidei um amigo vascaíno e ele comentaria as coisas positivas do meu time e eu tentaria louvar o que visse de positivo no Vasco. Mas ele sumiu na comemoração e me deixou aqui ruminando o gol perdido do Deivid e a previsível teimosia do Joel.Quando vi a escalação, já antecipei o doer: coisa boa não podia vir de um meio de campo com Williams, Renato e Airton. E a insistência no Deivid, tendo o veloz e bem disposto Negueba ali, rasinho, no banco? Sofrimento. O jogo começou e, confirmando uma antiga ideia minha (a maior parte dos melhores lances são sem bola), Ronaldinho faz um lindo movimento de corpo, leva a marcação e o Love faz um gol daqueles que a gente esquece que está preocupado e grita até acordar os vizinhos. Pausa pra um gole de cerveja. Segue a partida e aí tudo é justinho como se espera: além da escalação retranqueira, o Joel dispôs o time todo do meio de campo pra trás. O Vasco deitou e rolou e o Flamengo ficou ali, acuado, dependendo da correria do Vagner Love, de um passe genial do Ronaldinho ou de uma jogada do sobrecarregado Leonardo Moura. Daí o Flamengo levou o gol que o posicionamento estava pedindo, perdeu a bola na boa marcação vascaína, Juninho deu um chute preciso, Felipe bateu roupa e ploft, empatado o jogo. Respira, respira. No segundo tempo, o Vasco fez mais um gol em outro rebote do Felipe.
E, claro, eles ainda tinham o Dedé. O cara da partida quase perfeita. Zagueiro. Nenhuma falta. Dezesseis desarmes diretos. Outras tantas interceptações. Fungando no cangote do Love. Do Ronaldinho. Sombra constante em qualquer um que se atrevesse a chegar perto da linha da grande área.
E nós? Tínhamos o rodrigueano Deivid. Se a cena do gol perdido não sai da minha cabeça, nem sei quantas noites irá assombrá-lo, senão pela (pouca) importância do jogo, pelo que foi em si mesma. Um atacante. O cara que vive de fazer gol. Gol de cabeça, de calcanhar, de voleio, pegando rebote, invadindo a área, chutando firme, gol, gol, gol. Esse cara, de frente para as traves convidativas, livre, sem marcação, sem goleiro, os ouvidos antecipam a celebração da multidão, corre aquele frêmito de se saber herói e, aí, o erro. Não um pequeno equívoco. Não um desacerto qualquer. Um Erro, maiúsculo e inesquecível. Acertar a trave é um luxo que nenhum jogador podia se permitir naquela situação. Nossa torcida muda. Calada pelo grotesco da situação. E a torcida adversária, toda, cantando o nome dele. Nenhuma redenção possível. Anti-herói. Tragédia minha. Nossa.
Perdemos. Acontece. Dá aquele travo na boca e uma coceira danada nos olhos. Mas passa, é do jogo. O que não passa é a angústia de ouvir o treinador dizer que não foi uma má partida, que o time jogou de forma “equilibrada e consciente” (palavras dele na coletiva após o jogo). O que não passa é a angústia de saber que é uma opção, não só a escolha de jogadores de técnica duvidosa (fecha os olhos e pensa no gol que o Deivid perdeu. Ou em um domínio de bola qualquer do Renato. Ou em um lançamento do Williams. I rest my case), mas também a definição da postura acuada em campo.
O que não passa é a certeza de pequenas vitórias e significativas derrotas nos jogos subsequentes e a sensação de que serão muitas as horas falando mal de um ou outro jogador e xingando o técnico de burro. E porque se insiste em torcer? Porque torcer é um amor. Um prazer que nos mata suavemente.
Ah, meu Flamengo, strumming my pain with his fingers
Luciana Nepomuceno, flamenguista, é dessas. Dessas que reescrevem tudo, que gostam de ficar na rua vendo a lua virar sol, que riem alto, que borram o batom e que se exaltam. Tem o hábito de ser feliz. Se espalha em alguns blogs, quase sempre no Borboletas nos Olhos
quarta-feira, fevereiro 22, 2012
O dia em que Elvis derrotou Lennon
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Por Vitor Nuzzi
“Que belo time, que belo esquadrão...” é a frase que ecoa ainda na entrada da rua Javari, nome popular do estádio Conde Rodolfo Crespi – menção ao cotonifício de mesmo nome inaugurado no finalzinho do século 19 na Mooca, bairro ítalo-paulistano. A torcida ocupa seus lugares. É sábado, faz calor, mas a chuva parece próxima – de fato, no segundo tempo o Juventus, dono da casa, e o Osvaldo Cruz, do interior paulista, vão jogar sob dilúvio, em partida acompanhada por 923 pagantes, na quinta rodada da terceira divisão. Mais do que no Canindé, pela primeira divisão, no jogo entre Portuguesa e Botafogo de Ribeirão Preto: 905.Ver uma partida na rua Javari já é um espetáculo à parte. Naquele dia, então, havia um atrativo imaginário. Do lado do Moleque Travesso, as esperanças estavam depositadas em Elvis, atacante que fez sucesso no Santo André, campeão da Copa do Brasil em 2004, sobre o Flamengo, no Maracanã. O Osvaldo Cruz vem mal das pernas, perdeu as quatro primeiras partidas, mas tem na lateral esquerda ninguém menos do que John Lennon.
Nos primeiros passos, ou acordes, os Beatles amavam Elvis, que já fazia sucesso nos Estados Unidos. Se tanto os ingleses de Liverpool como o americano de Memphis ficaram na memória de todas as gerações, no modesto campo da Mooca não teve jeito: o time do Elvis goleou sem piedade. Para piorar, uma das grandes figuras do jogo foi o lateral-direito Tony, do Juventus, que deu canseira no Lennon. Terminou 5 x 0, com direito a um golaço de Elvis (veja aqui: http://bit.ly/yzsQxX).
Futebol na Javari é interativo. Torcida e campo são separados por um pequeno alambrado. Ou seja, o torcedor ouve tudo que se fala e vê tudo que se faz no campo, muito de perto. E o jogador, claro, vai escutar tudo que vier da arquibancada. Especialmente os visitantes. Na hora do escanteio, os mais exaltados se penduram no alambrado e dão a sensação de que podem degolar o cobrador a qualquer momento. Os bandeiras, então, viverão seu inferno particular: há torcedores que fazem questão de correr junto com o auxiliar, com referências bem audíveis à família e a outros assuntos da intimidade do bandeirinha.
O que faz uma pessoa desejar ser bandeira e trabalhar quase sob o risco de morte? Faço a pergunta a meu colega de alambrado, encharcado, mas sem arredar pé, e ele arrisca uma explicação: “Talvez para fazer parte do espetáculo”. Talvez.
passado da Mooca e dos fundadores do clube
São muitos espectadores de cabeças brancas, o que é compatível com um time que fará 90 anos em 2014. Mas a principal torcida do Juventus chama-se Ju-Jovem. Fica ali atrás do gol à esquerda das tribunas, onde também podem se ver faixas como “Saudosa Maloca”, “Origine Operale” e “Dio Come ti Amo”, com o J ocupando todo o espaço interno da primeira letra “o”. Itália na veia: o time da Mooca rende homenagem ao Juventus de Turim, nascido em 1897, apesar de optar pelas cores do Torino, de 1906.
O intervalo é momento de outra tradição: comer canoles levados pelo seu Antônio – Antônio Pereira Garcia, há mais de 40 anos vendendo o doce na Javari. Os cannoli siciliani foram citados até no filme O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola. A cena em que Peter Clemenza (Richard Castellano) diz ao comparsa Rocco (Tom Rosqui), que havia matado Paulie (Johnny Martino): “Leave the gun. Take the cannoli” (“Deixe a arma, leve os canoles”).
É claro, na Javari não tem mafioso nem crime. Os canoles são mais uma referência afetiva de quem gosta do futebol sem estrelas nem superproduções, mas bem disputado. Xingar (ou elogiar, quem sabe) o técnico é fácil: é só encostar no alambrado. O placar ainda é manual. No dia da goleada, houve quem duvidasse que existia o número 5, mas ele estava lá.
Depois daquele jogo, o Osvaldo Cruz demitiu o técnico Play Freitas, que já foi contratado pelo Rio Preto. E o Juventus, que estava quase na rabeira, embalou: já havia vencido o XV de Jaú, goleou o Osvaldo Cruz e na rodada seguinte, empatou em Limeira (2 a 2) com o Independente. No sábado de carnaval, encarou o perigoso Grêmio Osasco, terceiro colocado do Paulista A3. Havia menos gente no estádio: 866 pagantes. E o jogo foi bem mais difícil, com direito a torcida rival, liderada pelos Lobos de Osasco, em alguns momentos até mais animados que a torcida anfitriã. Elvis saiu contundido e o nome do jogo foi Tony Maraial, ou simplesmente Tony (anotem o nome desse lateral, que começou na base do alagoano CRB): fez a jogada do primeiro gol, marcado por Douglas, e marcou o segundo, quando o placar estava 1 a 1, aos 36 do segundo tempo: um golaço de fora da área, no ângulo do goleiro Yamada. Vitória suada, comemorado por Tony com a mulher e a filhinha no alambrado.
Com mais essa vitória, o time grená da Mooca entrou no G8, disposto a brigar pela volta à segundona. A galera empurra.
Em tempo
A versão do Mooca All Stars para o hino do clube é impagável.
* Vitor Nuzzi gosta de futebol em qualquer época. Pôs os pés num estádio pela primeira vez aos 10 anos (tem 47) e não pretende tirá-los tão cedo, façam o que fizerem com a pobre bola. A sua seleção do São Paulo, time do coração, que viu jogar seria: Rogério; Zé Teodoro, Oscar, Dario Pereyra e Serginho; Chicão, Cafu, Raí e Pedro Rocha; Careca e Serginho Chulapa.
domingo, fevereiro 19, 2012
Hora do xixi OU: Eu só queria saber o resultado do jogo
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A promessa do bar incluía ligar um televisor no jogo entre Palmeiras e Guaratinguetá, mas, na hora de se cumprir o compromisso, não aconteceu. O jogo até acabou em segundo plano, escanteado pelo papo da mesa.
Mas as novas tecnologias estão aí para exacebar as ansiedades de quem quer quase qualquer informação quase na hora. Ao mesmo tempo, parar uma polêmica de botequim, daquelas que prometem vislumbrar saída para metade das agruras da existência (com soluções de botequim, é claro), não conviria interromper o colóquio para me debruçar sobre o celular em uma googlada, por mais curta e certeira que fosse.
Até porque poderia abrir precedente grave para o desenrolar da conversa. Uma consulta ao Wikipedia pode arruinar muita teoria revolucionária, esforços mnemônicos ou só trazer fama de chato ao preciosista que pleiteia precisão nos dados até no fórum adequado (ao devaneio, à dispersão, à distensão e a outras virtudes menos exatas).
Calhou de chegar a hora de completar o ciclo nefrológico do fermentado de cevada. Posicionado diante do mictório mais à direita, a pesquisa pelo resultado do jogo começou pelo celular. Porque a página do Alviverde na internet permite boa navegação a partir de dispositivo móvel, além de informação com a "imparcialidade" de que este palmeirense precisava, foi ali que averiguei a boa notícia.
Entre detalhes da virada, do gol do Arthur, sua contusão para entrada de João Vítor – responsável, aliás, pelo terceiro tento – e de Barcos, o foco muda de súbito.
À segura distância de dois mictórios, um manguaça não se contém diante da cena, de ver um co-irmão cedendo ao ímpeto natural que acomete a quem ingere líquidos em profusão – especialmente os diuréticos. Com muito mais palavrões do que seria adequado registrar no Futepoca, o meliante reclama:
– Pqp! Tamos lascados mesmo. Agora tem que ser multitarefas até na hora de tirar água do joelho. O cara tem que segurar o instrumento com uma mão e digitar no celular com a outra!
O tom era menos de indignação do que de troça, era possível interagir. Depois, ficaria mais claro que o intuito do ébrio mijão parecia ser mais o de falar sozinho:
– Pois é. O processo é dinâmico.
–O que não pode é confundir – devolveu antes que se ensejassem maiores reações –, senão vai acabar chacoalhando o celular e... E...
Para sorte deste então etilizado torcedor e da nação leitora, o cidadão não encontrou complemento para a tirada.
E eu, que só queria saber o resultado do jogo, não registrei a informação de que o time do Vale do Paraíba diminuiu, tornando 3 a 2 os números finais do placar e muito menos que o tal de Pio foi o destaque pelo time da casa. Nem percebi, na hora, que era a quarta vitória consecutiva, a terceira partida com três gols assinalados pela representação do Palmeiras a cada jogo.
Na próxima situação análoga, deixo a etiqueta de lado e interrompo a conversa da mesa. Não há de ser tão grave.