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quinta-feira, outubro 03, 2013

Com um a menos, Santos supera São Paulo por 3 a 0 e sonha com G-4

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Citando o Conselheiro Acácio, toda partida tem momentos que podem ser cruciais, mudando seu rumo e fazendo o torcedor pensar “se não fosse aquele lance”... No clássico entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro, depois do tento marcado por Edu Dracena* na primeira etapa aos 22, Alison foi expulso aos 42. Até então, o Peixe finalizava mais que o rival e chegava a exercer um relativo domínio, mas os visitantes se animaram e foram atrás do empate na etapa inicial. Em chute de Rodrigo Caio, Aranha rebateu e Douglas quase marcou o que seria o empate aos 47, mas perdeu.

Imagem
Thiago Ribeiro fez contra seu ex-time (Foto SantosFC)
Esse poderia ser um lance crucial, já que a igualdade daria mais confiança ao São Paulo. Mas não foi ali, ao menos para o Alvinegro, que se deu o lance decisivo. Com um a menos, a aposta de qualquer torcedor era que Claudinei Oliveira reforçaria sua fama defensivista, colocando outro volante no lugar de um dos dois atacantes, repondo a ausência de Alison. Afinal, o time tinha entrado com três volantes e um lateral no meio contra o Atlético-MG, só alterando a forma de jogar quando já perdia a partida. Mas, dessa vez, o treinador não recuou mais do que deveria.

Formou sim duas linhas de quatro para se resguardar, mas não abriu mão do contra-ataque como em outras ocasiões no Brasileiro. Manteve Thiago Ribeiro, atacante que penou de forma solitária contra o Galo, mas que soube ser ágil e preciso quando recebeu bola de Cicinho, aos 15, para marcar o segundo do Santos no clássico.

Mesmo com um a menos, a partir desse momento o jogo de nervos favoreceu o time santista. O Tricolor, sem confiança e nem técnica, não conseguiu furar o bloqueio peixeiro e ainda tomou o terceiro gol em nova jogada de Cicinho pela direita, com finalização de Léo, aos 45. Outro ponto que chama a atenção é o fato do veterano ex-lateral e hoje meia ter entrado bem mais uma vez, assim como na peleja contra o Internacional. Deveria ser mais aproveitado na equipe.


Claudinei reagiu, e bem, à pressão, em uma semana na qual, de forma pouca sutil, foi chamado de técnico sem “t” maiúsculo. Após a vitória, pode conseguir mais tranquilidade para dar um padrão à equipe que não oscile entre ter três volantes e um atacante em um jogo, terminando com três atacantes e um volante. Ou conseguir piorar o ritmo de uma partida ao colocar quatro atacantes em campo quando está atrás no placar, como aconteceu contra o Botafogo. Variações durante uma partida são normais, mas quando são bipolares mostram que se errou em algum momento, ou no início, ou no meio. O sonho da Libertadores ainda está de pé, mas o Santos vai precisar do seu treinador confiando mais em si mesmo, já que a confiança dos jogadores parece que já tem.
*Com 17 gols, Edu Dracena está a três de igualar Alex como maior zagueiro-artilheiro do Santos.

quarta-feira, setembro 25, 2013

Santos precisa de ajuda do árbitro para empatar com lanterna

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Um time compacto na defesa e que pressionou o rival no campo adversário, forçando erros de passe e contando também com alguns não forçados. Na partida entre Santos e Náutico, esta noite, o time descrito acima no primeiro tempo era o lanterna do Brasileirão. O que se viu foi um Alvinegro desligado, errando demais e não conseguindo achar espaço na defesa pernambucana.

Não que o Santos não tenha criado nada. Foram duas oportunidades reais de gol, ambas desperdiçadas por Giva, garoto que, depois de um bom início como profissional, sumiu e passou a jogar mal quase sempre quando entra. Entrou como titular substituindo o suspenso Thiago Ribeiro porque Gabriel, seu rival na posição, também tem oscilado.

Cícero se salvou em meio à escuridão (Foto Santos FC)
O companheiro de frente de Giva, Willian José, se esforçou para ser vaiado pelos torcedores na Vila. Em duas oportunidades recuou a bola para a defesa, dando a redonda de graça para o Náutico. Uma junção de falta de técnica com ausência de aproximação dos companheiros de time. O Santos, na etapa inicial, não trocou passes com a competência que tem feito, e os jogadores estiveram distantes uns dos outros.

Nos primeiros 45 minutos, só Cícero se salvou na articulação de lances, até a saída do meia argentino Montillo, contundido, substituído por Leandrinho aos 33. Não que o Dez alvinegro estivesse fazendo uma grande partida, mas se movimentava muito e conseguia atrair a marcação adversária. Sua ausência fez com que Cícero passasse a ser presa fácil, e o Santos não criou nada até o intervalo.

Renê Junior, que ocupava o lugar de Arouca, suspenso, ficou no vestiário. Léo Cittadini entrou e Cícero recuou para trabalhar a transição da sufocada retaguarda peixeira. Parecia até que ia dar certo. Em dois minutos o Santos chegou perigosamente duas vezes, mas logo o Náutico respondeu, com um dos gols mais perdidos da competição, mostra da atual fase da equipe, aos 5. Maikon Leite cruzou e Rogério chutou pra fora de dentro da área, com o gol livre. Dois minutos mais tarde, Giva finalizou mais uma vez dentro da área. De canela. Pro espaço.

E o jogo continuou com seu nível rasteiro, por vezes indo ao subsolo. Mas sempre com a vantagem para um Náutico mais aceso, interessado em tentar atacar com qualidade e velocidade, jogando nos (inúmeros) erros santistas. Aos 26, Claudinei finalmente faz a substituição que deveria ter feito bem antes, sacando Giva e promovendo Gabriel.

Mesmo assim, foi o Naútico que abriu o marcador. Aos 37, com um ex-santista e palestrino emprestado Maikon Leite, que os pernambucanos tentaram devolver ao Palmeiras, recebendo uma elegante recusa como resposta. Mas o treinador Marcelo Martelotte, recém-chegado ao Timbu, resolveu resgatar o atleta, com quem trabalhou no Santos. E o lance, mais uma ironia, foi iniciado por outro ex-atleta do Alvinegro, Maranhão.

Não demorou muito, no entanto, para que outro protagonista da partida desse as caras. O árbitro Francisco Carlos do Nascimento, que já havia prejudicado as duas equipes com faltas e cartões assinalados sem um critério que se pudesse descobrir, inventou uma infração próxima à área pernambucana. Cícero, até então sumido em seu novo posicionamento – já que sua função, a de fazer a transição, não existia com o afobamento e os passes longos dados pela defesa santista – realizou uma bela cobrança e empatou o jogo.


Jogando muito mal e oscilando entre o desinteresse e a ansiedade, o Santos desperdiçou a chance de se aproximar do G-4, ficando na sexta posição, agora com o mesmo número de jogos de seus rivais. Dado o nivelamento do Brasileirão, pode disputar uma vaga na Libertadores mas, infelizmente, o jogo sugere ao torcedor que a tônica do time será a irregularidade.

domingo, setembro 22, 2013

Com sufoco desnecessário, Santos bate Criciúma e passa a ser o melhor paulista do Brasileirão

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Nos dias que antecederam a partida contra o Criciúma, aventou-se a possibilidade de Claudinei Oliveira, sem poder contar com Alison e Cícero, suspensos, armaria o time com três atacantes. Não foi o que aconteceu, com Renê Júnior e Leandrinho entrando na equipe, e Willian José pondo Gabriel no banco. Em entrevista à rádio Bandeirantes, antes da peleja começar, o treinador justificou dizendo que um dos motivos da entrada de Willian, que marcou o gol de empate contra o Grêmio no meio de semana, também era “manter a altura da equipe”, principalmente nas bolas paradas. Vê-se que o discurso defensivista está presente até quando entra um atacante...

Mas muito mais interessado em não tomar gol era o treinador catarinense Sílvio Criciúma. Tanto que adotou uma formação com três zagueiros e, entre contusões, suspensões e opções táticas, a equipe entrou com cinco alterações em relação à última partida. O Peixe pressionou desde o início, com Montillo mais inspirado e também muito em função de subidas constantes de Cicinho pela direita, tirando a sobra da zaga rival.

Willian José, efetivo quando finaliza (Foto Santos FC)
Não demorou para o Alvinegro abrir o placar, aos 19 minutos, em uma jogada de escanteio muito semelhante à do primeiro tento alvinegro contra o Internacional, só que do lado oposto. Montillo cobrou pelo lado canhoto, Gustavo Henrique deu uma casquinha e Thiago Ribeiro fez, posicionado no segundo pau. Antes, Montillo já havia acertado o travessão catarinense em cobrança de falta.

O segundo tento veio em lance do volante Renê Júnior, que, quando entra, tem tido boas atuações. Ele cruzou do lado esquerdo e Montillo conseguiu dominar, rolando para William José, aos 41, acertar de primeira uma bela finalização.

Para a segunda etapa, o Criciúma desfez o sistema com três zagueiros, com a saída de Matheus Ferraz e a entrada do volante Henik. Os vistantes adiantaram a marcação e passaram a marcar melhor no meio de campo, equilibrando a partida. Chegou a ameaçar duas vezes o gol peixeiro, exigindo uma grande defesa de Aranha em bola que tocou no chão e subiu e em uma saída de bola providencial do goleiro nos pés de Wellington Paulista.

Mas Claudinei “prendeu” Arouca, que ainda não está em condições físicas ideais, mais à frente dos zagueiros e compactou a equipe. Voltando a trocar passes e aproximar mais, os santistas retomaram o domínio e criaram chances, evitando o assédio do adversário. Mas, em lance isolado, uma cobrança de falta aos 34 minutos, o Criciúma marcou. Ironicamente, com uma casquinha do zagueiro Leonardo, marcado por … Willian José, aquele que entrou também com o objetivo de melhorar a marcação nas bolas áreas. 


Àquela altura, o Santos já não tinha Leandrinho, que fez boa partida, mas saiu para dar lugar a Renato Abreu, diminuindo a mobilidade do meio de campo. Observar o meia nas pelejas é um desafio à lógica do mero torcedor. Além da cobrança de faltas e/ou escanteios, ganha um doce ou uma cerveja quem descobrir a função que o meia exerce quando entra. Aos 37, o técnico alvinegro ainda sacou Montillo e Willian José, colocando Pedro Castro e Giva. Este último poderia ter facilitado a vida do já agoniado santista se tivesse aproveitado um lançamento de Thiago Ribeiro em que o jovem fez quase tudo errado: matou mal, contou com a sorte e pegou a bola de novo, quase perdeu, e finalizou pra fora, na cara do goleiro Helton Leite.

Ao fim, a marca do pragmatismo da vitória em um lance no qual o Santos ganhou dois minutos com cobranças curtas de escanteio e lateral no campo rival. Como definiu Montillo, o time tomou um “sufoco que a gente não pode tomar”, dado que o rival esteve dominado em parte dos 90 minutos e, mesmo atordoado, o Peixe não levou o Criciúma à lona. Parte pela ansiedade, parte por, talvez, uma preocupação excessiva em defender mesmo quando tem a possibilidade de matar a peleja. Mutia retórica defensivista às vezes causa esse mal, o hábito faz o monge, mas também o treinador e o jeito de jogar do time.

Agora, como melhor paulista do Brasileirão – o que não chega a ser aqueeela vantagem, dada a campanha dos coirmãos bandeirantes, o time tem pela frente o Náutico, em partida atrasada da 11ª rodada, na Vila. Tem a oportunidade de encostar no G-4, caso vença, chegando à 5ª colocação. Se não for vitorioso, já se sabe que o destino será o pelotão intermediário. O torcedor espera que o Santos lute até o fim, das partidas e também da competição.

domingo, setembro 15, 2013

Santos perde invencibilidade de mais de um ano na Vila Belmiro

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Há algum tempo se falava muito entre comentaristas políticos sobre um tal “liturgia do cargo”. Significava, grosso modo, que um presidente da República deveria respeitar certos protocolos e rituais, assim como ministros, deputados, senadores, juízes do Supremo etc e tal, para fazer jus e honrar a função. 

No Santos, a camisa que abrigou o maior jogador da História deveria merecer algum respeito. Claro que provavelmente nunca vai haver alguém que chegue perto do Rei, mas pelo menos o dez poderia ser um meia ofensivo. Outro dia, um volante-volante, Alan Santos, entrou no gramado com a camisa sagrada. Hoje, Renato Abreu entrou com ela. Não podia dar certo.

Não sei se foi a heresia que castigou a equipe ou se a esquizofrenia do pragmático Claudinei Oliveira. Sim, pois este deixou o retranquismo de lado quando estava atrás do placar na etapa final. De um meio de campo com dois volantes, Alison e Renato Abreu, e outro par de meias quase volantes, Cícero e Leandrinho, passou a certa altura para uma equipe com quatro atacantes. Não, não podia dar certo...

O Santos criou mais e jogou melhor no primeiro tempo. Thiago Ribeiro, mesmo mostrando um indisfarçável cansaço, perdeu duas chances, uma delas preciosa como a desperdiçada diante do Flamengo já no fim da última partida. Gabriel, titular, afobado, até levou perigo, mas fez opções erradas demais, cenário que se tornaria uma constante na sua atuação no tempo final. E foi por não ter acompanhado a descida do lateral rival Júlio César, função incumbida a ela por Claudinei, que saiu o gol carioca na etapa inicial.

Depois do tento de Elias, aos 38, o Peixe nada fez. No intervalo, esperava-se ao menos uma substituição do treinador santista na meia, onde dois jogadores estavam perdidos: Renato Abreu e Leandrinho, este, com deficiência crônica de passe, o que é crucial no sistema de jogo peixeiro. Mas o treinador não mexeu... E foi castigado.

Aos 10 da etapa final, mais uma vez Elias marcou. Quem puder ver a “movimentação” de Renato Abreu no lance nem precisa acompanhar o resto da peleja pra saber o quanto o técnico se equivocou ao não tirá-lo antes. Saiu três minutos depois, para a entrada de Neílton. Cícero, sempre ele, artilheiro da equipe, fez um belo gol aos 21 e até deu a impressão de que o Santos poderia empatar ou até virar. Mas o time foi alterado novamente. Saiu Alison, aos 24, um dos melhores do time, para a entrada de Arouca, que voltava de contusão. Dois minutos depois, finalmente Leandrinho deixou o gramado para dar lugar a Everton Costa.

Time ofensivo, com quatro atacantes. Onde? O problema da equipe era o meio de campo, setor castigado pela falta de inventividade desde a saída de Montillo, contundido,contra o Grêmio pela Copa do Brasil. Testou-se, sem muito afinco, Léo Cittadini e Pedro Castro na função em jogos anteriores. Léo, que deixou a lateral pra se tornar meia, até entrou bem no segundo tempo contra o Internacional, mas não parece opção válida para Claudinei. Assim, resta a ciclotimia: ou entra um meia quase volante ou um atacante. Deu no que deu.

As substituições mataram o Santos, que não conseguiu articular uma jogada ofensiva que prestasse. Um exemplo acabado do que não fazer para tentar ganhar uma partida. Tranquilo, o Botafogo até foi dispersivo nos contra-ataques, mas estava confortável com o ataque esquálido do time da Vila. Se não forçou, foi porque não precisou.

Claro que se deve levar em conta a quantidade de jogos em pouco tempo, mas a interferência do treinador hoje foi decisiva para que a equipe não fizesse quase nada na segunda metade do segundo tempo e fosse tão frágil no meio de campo na etapa inicial. Além disso, uma quebra de mais de um ano de invencibilidade na Vila Belmiro também dói mais no torcedor. É pragmatismo demais pra quem se acostumou a sonhar.

quarta-feira, setembro 11, 2013

Santos pragmático vence Internacional fora de casa

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Eu sei que o DNA do Santos é jogar bonito, mas a torcida não gosta de ver o time namorando com a zona de rebaixamento, gosta de ver namorando com o g4. A gente tem que buscar coisa grande. Às vezes os jogadores que tem essa qualidade técnica, mas não tem rodagem, sentem um pouco.”

Era com essa declaração que o técnico Claudinei Oliveira assumia, após a partida contra o Goiás, início da maratona de quatro partidas em oito dias do Santos, sua opção por um esquema de jogo mais, digamos, cauteloso. Ontem, contra o Internacional, em Novo Hamburgo, tal opção estava evidente desde o início. Sem poder contar com Montillo e com Pedro Castro e Léo Cittadini não tendo ainda convencido, o meio de campo tinha os volantes Alan Santos e Alisson, e os “meio-volantes” Cícero e Leandrinho.

É preciso entender o contexto de transição do time, e Claudinei, ex-técnico da base, conhece o potencial dos jogadores que tem em mãos e sabe que alguns ainda vão precisar entrar em campo mais vezes para ganharem confiança. Contudo, às vezes o treinador exagera no defensivismo quando atua fora de casa, como ocorreu na partida contra o Bahia. Ontem, no entanto, teve a seu favor com a inteligência de Thiago Ribeiro à frente, decisivo nos lances capitais do jogo.

Além disso, Claudinei contou com o que talvez possa se chamar de sorte, pelo menos na peleja de ontem. Alan Santos se contundiu e deu lugar a Renê Júnior, volante que apareceu bem no início do ano mas logo foi preterido por Muricy, nunca mais voltando a atuar da mesma forma. Mais rápido que o jovem, Renê jogou uma partida interessante, a despeito de errar um ou outro passe, e deu opção de saída de bola para o Alvinegro.

Até o meio do primeiro tempo, o Internacional tentava, mas não conseguia criar oportunidades diante da sólida marcação santista. O Peixe também não criava, tocava a bola e mantinha o controle, tanto que terminou o primeiro tempo com 55% de posse da redonda. Mas, exceção feita a uma chance logo aos 2 minutos, com Giva, os visitantes eram pouco efetivos à frente, o ataque seguia isolado. Tanto que o primeiro gol saiu de um lance no qual Giva, que sairia minutos depois também contundido, cavou um escanteio por pura falta de opção do que fazer com a bola, lembrando o lendário atacante pela ponta irlandês Duff, craque nesse tipo de arte. E, da jogada, saiu o gol. Cícero deu uma casquinha e Thiago Ribeiro fez um gol de centroavante-centroavante.

Thiago Ribeiro comemora com Alison (Reprodução)
A equipe continuou trocando passes e os donos da casa sofriam com um meio de campo pouco criativo, dependente de D'Alessandro. Mesmo assim, criaram uma boa chance, uma finalização de dentro da área de Otávio, defendida magistralmente por Aranha. O arqueiro ainda salvaria o Peixe direcionando uma bateria antiaérea contra o bombardeio colorado na área no fim da etapa inicial, um temporal de chuveirinhos.

Estrela de Claudinei e pênalti questionável

Dunga voltou com o mesmo time para o tempo final, mas logo promoveu duas mudanças: colocou Caio na vaga de Scocco e o meia Alex no lugar do volante Jackson. O Colorado veio pra cima, principalmente à base de cruzamentos, e tornou o clima tenso para o torcedor peixeiro, comandando as ações da peleja. Mas, aos 20, Thiago Ribeiro sofre falta. Claudinei faz sua última substituição, a primeira “não forçada”, e coloca Renato Abreu no lugar de Leandrinho. No primeiro toque na bola, na cobrança da falta aos 21, Abreu contou com a barreira malfeita dos donos da casa para fazer o segundo, seu primeiro pelo Alvinegro.

O que se viu depois disso foi um Internacional desnorteado. A afobação, combinada com uma “pilha a mais” que às vezes caracterizava a seleção treinada por Dunga, em especial naquela partida contra a Holanda, piorou e o jogo dava mostras de favas contadas. Até o juizão Marcelo de Lima Henrique ver um pênalti, aos 30, na disputa de bola entre Alison e Caio, com a bola resvalando na cabeça do atacante gaúcho e tocando seu braço. O comentarista Batista, no PFC, justificava o pênalti dizendo que a bola “ia em direção ao gol” (ia mesmo, fraca). Mas o que diz a regra?

Será concedido um tiro livre direto a equipe adversária se um jogador comete uma das seguintes seis (06) faltas de uma maneira que o árbitro considere imprudente, temerária ou com o uso de uma força excessiva:

(…)
- tocar a bola com as mãos deliberadamente (exceto o goleiro dentro de sua própria área penal).

Sobre o tema, esse post do ex-árbitro Leonardo Gaciba, para ser mais didático:

Vamos aproveitar e “matar” algumas lendas que foram criadas para a interpretação de mão. NÃO EXISTE ABSOLUTAMENTE NADA ESCRITO a respeito de:
- Falta pois desviou a bola que iria em direção ao gol;
- Falta pois se a mão não estivesse ali a bola passaria ou ficaria para outro jogador;
- Os braços estavam abertos. Então foi mão;
- Ele foi imprudente no lance por isso deve-se marcar mão;

Nesse outro post, Gaciba ainda completa:

A FIFA colocou nas interpretações das regras do jogo e diretrizes para árbitros o seguinte texto auxiliar para facilitar a compreensão do que é mão deliberada.
Lá está escrito que o árbitro deverá considerar as seguintes circunstâncias:
- O movimento da mão em direção a bola (e não da bola em direção a mão);
- A distância entre o adversário e a bola (bola que chega de forma inesperada);
- Ainda, lembra que a posição da mão não pressupõe necessariamente uma infração (deve-se analisar se o movimento ou a posição dos braços são naturais, forçados pelo deslocamento no campo de jogo ou se ali estão em uma ação de defesa);



Ou seja, Alison já subiu com o braço levantado, movimento natural de quem vai para o cabeceio, entender que ele fez um movimento intencional em um átimo de segundo após a bola resvalar em sua cabeça é muita interpretação pra qualquer um... Mas tudo bem, lance difícil, tem que se tomar a decisão na hora e numseiquelá numseiquelá numseiquelá.

Voltemos ao jogo. D'Alessandro cobrou e fez. O Inter voltou pra partida de corpo e alma e passou a acuar os visitantes, que antes já estavam colocando o pé na mesa de centro da sala e agora ficavam confinados na cozinha. E é aí que aparece novamente Aranha. Em uma bola mal recuada por Cicinho, Leandro Damião chega cara a cara com o goleiro que faz uma saída mais que perfeita evitando o gol.

Com a entrada de Rafael Moura, aos 35, Dunga consolidou a opção preferencial por cruzamentos incessantes na área santista para buscar o tento de empate. Até porque, na hora do aperto, todo mundo apela para um pouco de Muricybol... Foram 40 cruzamentos colorados na partida, 33 errados, contra 6 do Santos, de acordo com o Footstats.

A peleja ainda reservaria a expulsão do arredio Fabrício, uma chance desperdiçada por Caio e uma bola na trave de Thiago Ribeiro. Em resumo, contaram para o Santos ontem a estrela/sorte do técnico, o jogo taticamente perfeito de Ribeiro e a grande forma de Aranha. Agora, ainda com uma partida a menos a ser disputada contra o Náutico, o Santos está em sétimo lugar, a seis pontos do G-4 e distante nove da zona de baixo. Vitória parcial do estilo pragmático.

sábado, agosto 24, 2013

Gabriel estreia como titular, brilha novamente, e Santos supera o Vitória

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Gabriel, de novo, o nome do jogo (Foto Santosfc)
Gabriel, 16, 17 só daqui a seis dias. Entrou contra o Grêmio na etapa final e fez o gol que garantiu uma estreita vantagem para o Santos na Copa do Brasil. Hoje, contra o Vitória, começou como titular e mais uma vez mostrou frieza incomum para alguém da sua idade. Seu segundo gol como profissional facilitou e muito a vida do Alvinegro contra o Vitória.

O tento do jovem, aos 8 minutos, decorreu de uma boa troca de passes que envolveu meias e atacantes santistas, contando também com a falha do goleiro Wilson. Tranquilo, o Peixe não foi ameaçado em todo o primeiro tempo, e armou uma estratégia para deixar o Vitória com a posse de bola, roubando bolas no meio e armando contra-ataques rápidos. Poderia ter saído com uma vantagem maior para o intervalo, mas faltou precisão.

No segundo tempo, mais uma vez não houve tempo para o Vitória tentar pressionar os donos da casa. Aos 10, Cícero trocou passes com Montillo e serviu Gabriel. O atacante peixeiro sofreu pênalti, mas o árbitro deixou a jogada seguir e Cícero fez. A partir daí, os santistas trataram de tocar mais a bola, irritando em alguns momentos a torcida, que queria mais agressividade. O Vitória teve duas oportunidades com Dinei, mas continuou com um nível de jogo abaixo do rival.



Impressionou mais uma vez a vontade dos jogadores alvinegros, com uma aplicação tática e na marcação que acabam compensando a afobação dos mais novos e mesmo a falta de qualidade de um ou outro. Com Montillo mantendo um bom jogo, Thiago Ribeiro se adaptando e Gabriel despontando bem, o Santos pode resolver um problema já tratado aqui, no qual o excesso de preocupação com a defesa acabava minando o ímpeto ofensivo da equipe. E o garoto que joga com a onze mostrou, com mais tempo em campo, que tem bola, sabe virar o jogo, tocar rápido, e finalizar. Caso Alisson, que hoje foi titular, e Alan Santos, seu suplente, treinem mais para aprimorar o passe, o torcedor pode ter mais esperanças de termos uma equipe competitiva em breve.

Com 19 pontos, mas tendo ainda dois jogos a menos que a maioria dos concorrentes, o Santos tem 45% de aproveitamento, o que o posiciona mais próximo de uma eventual briga pelo G-4 – o quarto colocado, Corinthians, tem 56% – do que da zona da degola – o Criciúma, time mais próximo de sair do grupo, tem 31%. Mas é preciso engatar uma sequência para dar mais tranquilidade aos garotos e também ao treinador Claudinei Oliveira, que também é um iniciante, poder ousar um pouco mais.

domingo, agosto 18, 2013

Santos covarde empata com o Bahia. Essas recordações me matam...

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Relembro bem a festa, o apito
E na multidão um grito
O sangue no linho branco
A paz de quem carregava
Em seus braços quem chorava
E no céu ainda olhava
E encontrava esperança
De um dia tão distante
Pelo menos por instantes
encontrar a paz sonhada.

O apito não é de nenhuma partida de futebol, o linho branco também não é da camisa do Santos e a esperança distante não é de um futebol bem jogado, ofensivo, de acordo com um tal “DNA” que alguém invocou algum dia. Mas poderia ser. A letra acima é da canção de Roberto Carlos. O Divã, que, aliás, inspirou os pais do ex-zagueiro de Vasco, Peixe e outros tantos times, a chamá-lo de Odvan, em uma adequação tipicamente brasileira. O problema é que, como diz o refrão dessa canção, a partida de hoje entre Santos e Bahia me fez lembrar de tal letra, principalmente do refrão “Essas recordações me matam”...


Depois do empate em 0 a 0 com o Bahia, fora de casa, o Santos chegou a 16 pontos, a dois pontos da zona da degola mas com um ou dois jogos a menos que aqueles de cima ou de baixo. Melhor em aproveitamento que Atlético-MG e Fluminense, por exemplo, que estão acima. Mas não consola. Porque o que dói é o tipo de atitude que a equipe tem. Se antes reclamávamos, os santistas, que com Muricy não tínhamos padrão de jogo, hoje temos. Jogamos fora de casa, por exemplo, lá atrás, seja contra o líder Cruzeiro, seja contra o intermediário Bahia.

Difícil, difícil... Quem conseguiu ver o jogo no primeiro tempo provavelmente pensou: “mas não tá passando Sílvio Santos no SBT?”. Cada time com uma superpopulação de volantes e jogadores de marcação e, por isso (mas não só), perdendo bolas no meio de campo, quase sem criar chances de gol e com nenhuma criatividade.

Marcos Assunção em lance... Deixa pra lá
Claudinei Oliveira mudou para essa peleja. Colocou Marcos Assunção e Léo Cittadini, sacando Neílton (que não jogava bem há algum tempo) e colocando Montillo para atuar mais próximo a Willian José. Só com o meia gringo que saía algo que prestasse à frente e os meias pouco chegavam para o apoio. Tanto que a melhor “chance” (sim, entre aspas) do tempo inicial, foi uma bola cruzada rente ao gol que nenhum alvinegro chegou perto para empurrar.

Mas por que nenhum jogador chegou na frente? Acacianamente, respondo: porque nenhum jogador tinha como função chegar ali. E, no segundo tempo, isso piorou. Um time pode jogar recuado conforme o contexto, a fase, a sorte, a partida, a previsão do tempo, a recomendação do médico, ou o que quer que seja. Incrível é que não tenha uma reles jogada de contra-ataque. Sem um jogador de velocidade ou um volante que tenha qualidade para chegar perto da área. Se não há jogadores assim, que se libere os laterais para subir. Não. O Santos consegue a façanha de ter a segunda melhor defesa do Brasileiro. Mas não ganha, não faz gol e, em muitas ocasiões, se acovarda diante do adversário. Seja qual for.

As recordações que a música do início do texto me invocam é de um time apagado na memória santista, do treinador Nicanor de Carvalho, que esteve no Santos no campeonato paulista e em parte do Brasileiro de 1989. O time era meia boca, como muitos montados àquela época, e o comandante achou por bem armar uma equipe retrancada. A equipe ficava muitos jogos sem tomar gols, mas também não marcava. O goleiro se destacava, por sinal, um ex-pontepretano como Aranha, Sérgio Guedes. 


"Melhores momentos." Cuidado: cenas fortes.

Mas aquele Santos não chegou em lugar nenhum. No Brasileiro, por exemplo, mesmo com a vitória valendo dois pontos, os empates quase não foram suficientes para o Alvinegro se livrar do “grupo da morte” (ali, eram dois grupos e os três piores de cada um iam disputar para fugir do rebaixamento, outra das regras esdrúxulas desses campeonatos brasileiros). Para a segunda fase, Nicanor caiu e foi substituído por Pepe. Claudinei, cujo nome defendi como o melhor no momento, por conhecer e saber lidar com garotos, não tem colocado muitos meninos para jogar e tem mostrado medo, principalmente após a goleada para o Barcelona. O cargo interino virou prioridade. Com Thiago Ribeiro melhorando a forma física, Arouca retornando e uma ou outra contratação chegando, o cenário pode melhorar. Mas a postura incomoda. E traz as piores lembranças para o torcedor.

quinta-feira, agosto 15, 2013

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo ou rir pra não chorar

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O empate do São Paulo com o Atlético-PR no Morumbi, por 1 a 1, ampliou a série de partidas sem vitória do Tricolor no Brasileirão 2013 para 11 jogos. O resultado motivou a volta da hashtag  #NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo no Twitter, servindo para rivais fazerem piadas não apenas com a equipe do Morumbi, mas também com outros clubes. Abaixo, alguns dos tuítes da noite de hoje. Porque é melhor tentar rir...

#NaUltimaVitoriaDoSãoPaulo o mar morto ainda estava só com uma gripe

#NaÚltimaVitóriaDoSãoPaulo o Palmeiras era time grande

#NaÚltimaVitóriaDoSãoPaulo nascia Oscar Niemeyer.

#NaUltimaVitóriaDoSãoPaulo o Seedorf era do Corinthians segundo Neto!

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo o palmeiras não tinha mundial. Ate hoje ainda não tem.

#NaUltimaVitóriaDoSãoPaulo O Léo queria ver se o Barcelona era tudo isso mesmo.

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo Ph Ganso era maestro

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo o Eike Batista era rico.

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo o Atlético-MG ainda era motivo de piada.

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo a torcida do Santos era realmente Jovem.

#NaUltimaVitóriaDoSãoPaulo o Mr Catra era pai pela primeira vez


#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo estreava pelo Santos uma promessa. Um garoto de nome Pelé.

#NaUltimaVitoriaDoSãoPaulo o Flamengo não tinha tomado gol de goleiro.

Timão 0 x 0 Fluminense: modo Tite para pontos corridos

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Sheik jogou bem, mas não marcou, como de praxe (Alexandre Loureiro/Lance)
Comecemos pelos fatos: o Corinthians foi ao Maracanã na noite desta quarta e empatou sem gols com o Fluminense. Bom resultado fora. Somemos a isso outra constatação, a de que dos últimos 15 pontos disputados, ou cinco jogos, o Timão levou 11. Ótimo desempenho, 73% de aproveitamento, coisa e tal.

Aí você olha a escalação do Flu e vê que o time estava inteiro remendado, pastando por contusões como a de Deco e ausência dos selecionados Fred e Jean, entre outros problemas. Assiste o jogo e vê a linha fechadinha do Timão na defesa. Muito bem construída, diga-se, retranca de nível europeu. Mas lá na frente, quase nada de criação. Vê também que o zagueiro Gum foi corretamente expulso após um carrinho de intenções assassinas em Emerson. E pensa que o resultado podia ser melhor.

Essa é a sensação do Corinthians nesse momento: não tá ruim, tá até bom, mas podia ser melhor. Indo um pouco mais longe, essa sensação está sempre pairando pela Era Tite, o que é muito estranho para aquela que já deve ser a mais vitoriosa fase do time. Tirando a defesa, o time nunca mostra um grande futebol, nunca encanta, nunca atropela, quase nunca dispara. Tem em sua grande marca a constância, para o bem e para o mal.

Melhor defesa do torneiro com 6 gols sofridos, o Corinthians hoje nega com firmeza as chances de gol do adversário, mas também as suas próprias. O ataque chuta pouco e mal, o meio campo toca a bola mas não abre espaços.

De todo jeito, parece estar perto de engatar o “modo Tite” de disputa de pontos corridos. Ganhar de 1 a 0 em casa, empatar sem gols fora. Nunca arriscar mais do que o necessário. Levamos o campeonato de 2011 nessa toada, poupando forças sempre que possível e só correndo atrás quando era necessário.

Pode dar certo dessa vez de novo, creio. Tite precisa considerar, no entanto, que naquela ocasião tivemos um começo meteórico por conta da atenção dividida de todos os outros concorrentes com Libertadores ou Copa do Brasil. Agora, temos é que tirar uma boa meia dúzia de pontos por conta de um começo vacilante. Vitórias fora serão necessárias nessa recuperação. E nessa situação, jogos como o de ontem entram para a conta de pontos perdidos pelo excesso de zelo e a ineficiência do ataque.

Santos "Sandoval Quaresma" deixa vitória escapar no final

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Os mais jovens podem não conhecer, mas o personagem vivido por Brandão Filho (ao lado) na Escolinha do Professor Raimundo, programa do humorista Chico Anysio, remete em dados momentos ao Santos atual. Sandoval Quaresma, questionado pelo mestre em sala de aula, sempre começava respondendo bem quando, em dado momento sádico, Raimundo introduzia a última questão com a frase “Agora, para tirar um dez...”. E o aluno colocava por terra todo o esforço anterior ao dizer alguma bobagem sem sentido. E lamentava no final: “mas eu estava indo tão bem”.

Não que o Peixe ontem, contra o Vasco, “tenha ido tão bem”. Começou com bom volume de jogo, mas passou, ainda no primeiro tempo, a ter seu meio de campo dominado pelo rival, que esbarrou na própria falta de competência do seu ataque e no goleiro Aranha. Com Leandrinho no lugar de Alan Santos, o Peixe voltou um pouco melhor do que terminou a etapa inicial, mas mesmo assim eram os cariocas que chegavam mais à área adversária. Até que Edu Dracena, em jogada de Montillo, marcou, aos 31. A partir daí, o Vasco pouco ameaçou e os donos da casa tiveram mais de uma chance de matar a peleja. Até que a bola, como diria o filósofo que deixou a Vila há alguns meses, puniu, e o empate veio nos últimos minutos.

Montillo se salva, mas não salva o resto (Foto Santosfc)
Em certa medida, o jogo pareceu mesmo reprise de outros do Brasileirão, um (Não) Vale a Pena Ver de Novo ou um desses programas antigos do Canal Viva, que passa a Escolinha citada acima. O time tomou um gol no final, tendo tido chances de sacramentar a vitória e desperdiçando, como contra o Coritiba. À semelhança do embate contra o Corinthians, tomou um gol de escanteio no qual não se sabe se houve tentativa de fazer linha de impedimento mal comunicada, tal a solidão de Rafael Vaz ao marcar o gol de empate. Nem tanta solidão assim, já que três outros companheiros seus estavam sem marcação. Também reprise foi um jogador, Edu Dracena, criticar ao fim da partida o ataque santista. Contra o Cruzeiro, foi o meia Cícero que disse faltar “malandragem” ao pessoal da frente.


Não vejo os atletas santistas tendo “sentido” a derrota vexatória para o Barcelona, como alguns analisam. Antes, alguns já tinham sofrido queda de rendimento, como Neílton, e, em outro grau, Giva, cuja produção caiu barbaramente. Normal pela idade e pelo noviciado dos moleques como profissionais. Mas Claudinei Oliveira parece ter sentido mais já que, desde a viagem para a Europa, resolveu priorizar a defesa, preterindo Leandrinho no meio de campo, que tem mais chegada no ataque, e priorizando a dupla Alan Santos e Alisson, mais “pegadora”, na ausência de Arouca. Só que, sem jogadores que tenham qualidade para definir na frente – aqui, não significa que os garotos sejam tão ruins assim, mas pecam pela imaturidade – , principalmente em momentos cruciais da partida, o Santos tem vivido do esforço e da habilidade de Montillo, que tem jogado bem nas últimas partidas. Mas se nem Neymar fazia mágica sempre, que dirá o meia argentino...

O fato é que, com os resultados recentes, três empates e uma derrota no Brasileirão, o Alvinegro já vê se aproximar a zona perigosa. Tem, a bem da verdade, dois jogos a menos que os times que estão imediatamente atrás e um a dois a menos que os que estão na frente. Com o atual aproveitamento, de 42%, porém, projetam-se 47 pontos no fim da competição, o que livraria o time de jogar terça, sexta e sábado em 2014, mas não serviria provavelmente nem para classificar na Sul-Americana. Muito pouco.

Já o ambiente político na Vila... Bom, isso é assunto para outro post.

terça-feira, agosto 13, 2013

A crise no São Paulo é mais por princípios e valores

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Por Moriti Neto

Ao contrário do que algumas vozes baseadas em chances de gols não convertidas defendem desde o jogo de domingo, contra a Portuguesa, o azar é o menor problema no São Paulo. Aloísio colocar a mão numa bola que entrava no gol, não é azar. É burrice. Como também é o que faz Paulo Autuori insistir na escalação de Douglas, que não consegue acertar três passes durante os noventa minutos.

Idem a ausência de senso crítico de Rogério Ceni. Se a condição do capitão embaixo das traves não é das melhores, mas inexiste substituto no momento, ele ao menos deveria reconhecer as dificuldades nos fundamentos que tão bem praticava e transferir funções, como reposição do esférico, além das batidas de faltas e pênaltis (o erro de domingo, contra a Lusa, foi só mais um entre cobranças ruins, inclusive de tiros de meta). 

Já disse, neste Futepoca, que não considero o elenco do São Paulo entre os piores do Campeonato Brasileiro, competição ruim de dar dó, em que times horrorosos, a exemplo de Vasco, Bahia e Vitória, têm muito mais pontos que o Tricolor. Assim, a realidade aponta dois motivos maiores que a questão técnica para a péssima fase são-paulina: um ambiente degradado internamente e a falta de confiança que passa a abater os jogadores/comissão técnica ao passo que os resultados positivos não vêm. Nessas situações, alguns pontos merecem destaque.

Ídolo sim. Infalível, não
Rogério Ceni

Certo: jogador histórico, ídolo. Um dos maiores da trajetória do clube. No entanto, tem personalidade difícil, é fato. Enquanto vivia momentos técnicos e de conquistas inquestionáveis, a importantíssima liderança não era contestada abertamente. Hoje, tem sérias limitações dentro do campo, mas segue na arrogância de semideus que outrora foi. Hora de assumir a mortalidade, sair da postura de dono do clube (que combina bem com o estilo nefasto de Juvenal Juvêncio e, talvez por isso, faça a relação deles tão boa) e deixar que outros floresçam como líderes técnicos e carismáticos.                      

Autuori

Dizer que Autuori é um enganador, treinador medíocre, é mostrar certo desconhecimento da história recente do futebol nacional. Foi campeão brasileiro, conquistou duas Libertadores, um Mundial de Clubes, fora títulos menores.                

O problema é que o sujeito não faz um trabalho que preste há muito. Insiste num 4-4-2 antiquado, extremamente vulnerável nas invertidas de bola do adversário, e possui míseros 13 por cento de aproveitamento na atual passagem no São Paulo. São oito derrotas, um empate e uma (!!!) vitória. Pelo momento, não era a opção para encarar o desafio de comandar o time.

Vontade ou burrice?

O futebol tem dessas coisas. Há jogadores limitados tecnicamente, mas que se superam na força física e, principalmente, mental. Com alguma capacidade de inteligência e concentração, são capazes de usar disposição, movimentação e ocupar espaços fundamentais do campo.

Entretanto, há certos atletas que, além das dificuldades técnicas, tem na ausência de inteligência o maior problema. Exemplo disso é o atacante Aloisio. O lance bizarro (alguém aqui já viu um jogador impedir o gol do próprio time como ele fez ontem, aos 42 do segundo tempo, numa jogada que daria o empate ao São Paulo?), foi típico de alguém incapaz de controlar elementos básicos das funções que exerce. Não é à toa que vive lesionado. Já se contundiu várias vezes por ser atabalhoado. Entra errado nas divididas, não sabe cair e confunde vontade com afobação.

O pior é que esse tipo de jogador engana. Não que seja ato pensado, mas a falsa imagem de “guerreiro” induz o torcedor. Confere ao atleta “autoridade moral”, o que disfarça os erros e a grossura. Aloisio perde gols incríveis por ruindade e excesso de individualismo. Fominha, conclui de forma precipitada e, invariavelmente, inócua. A mão na bola que tirou o gol de Ganso contra a Portuguesa seria, em minha opinião, o limite.

Crise

O ambiente no São Paulo, independentemente de critérios técnicos, é o retrato de uma crise muito mais de princípios e valores. E o é, pois, afora um presidente coronelista, o clima ruim é criado por profissionais sem autocrítica, algo que não gera espaços a soluções, mas propicia largamente falsas esperanças.

quinta-feira, agosto 08, 2013

Santos 1 X 1 Corinthians - Depois de apanhar, Santos mostra que continua de pé

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Em um dos grandes momentos da história do cinema (só que não), Sylvester Stallone, investido no papel de Rocky Balboa pela sexta vez nas telas do cinema, vira para seu filho, que não quer que o 'Garanhão Italiano” suba ao ringue com 60 anos de idade, e despeja sua sabedoria em uma frase. “Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto consegue apanhar e continuar seguindo em frente.”

Como o cara não ganha um Oscar com essa interpretação primorosa? Uns quatro músculos da face em ação na cena

E o time do Santos que entrou em campo ontem apanhou na semana passada. Até mais do que as incríveis surras que o personagem de Stallone tomou de diferentes lutadores durante a série cinematográfica. O que estava em questão hoje não era apenas o clássico contra o Corinthians, mas se os moleques e os veteranos, espezinhados com razão por Deus e pelo mundo, iriam suportar a pressão e jogar de forma digna contra um dos times mais consistentes do Brasil.

O início da peleja, com um gol de Paulo André aos 3 minutos, dizia que não. Hoje, não. Ou... hoje, sim? Lembrei daquele time de meninos de 2002, cuja fórmula cantada por comentaristas para que ele caísse na segunda partida das quartas de final do Brasileiro contra o São Paulo era tomar um gol no começo do jogo. E o Santos tomou. Mas não caiu. Também não tombou na noite de ontem.

William José: brigou, brigou e marcou (Santosfc)
Chegou a ter 68% de posse de bola no primeiro tempo. Mas pouco ameaçou o gol de Cássio. Essa vem sendo a tática do Corinthians de Tite, pressionar e marcar logo no começo, e depois esperar pelo contra-ataque. Nas duas partidas contra o Corinthians na Libertadores de 2012, na maior parte do tempo o Timão, com a vantagem, marcou atrás da linha da bola contra o Peixe. E se deu melhor.

Mas aquele Corinthians tinha mais qualidade técnica com Paulinho no meio. O Santos também era melhor tecnicamente que o time de hoje, mas menos coeso taticamente. E menos aguerrido. Porque os donos da casa hoje entraram querendo curar a ressaca, provando que podiam aguentar qualquer trago e qualquer tranco, mesmo com o revés do início.

Na segunda etapa, a superioridade se traduziu em gol. Em um, de William José, mas poderia ter sido dois, poderia ter sido uma vitória de virada. O Santos tomou conta do meio de campo corintiano, Tite tentou corrigir a desvantagem colocando Ibson no lugar de Romarinho. Não bastou. Arouca, Leandrinho, Cícero e, principalmente, um onipresente Montillo, em sua melhor atuação pelo Santos, fizeram do meio de campo seu castelo. Sem contar Léo atrás, que roubou a bola do contra-ataque que resultou no tento peixeiro e Edu Dracena, que calou a boca do crítico futepoquense que o cobrou em relação às declarações infelizes de alguns dias atrás. E Neílton, menos vistoso que eficiente, também mostrou que o passeio de Barcelona foi isso. Um passeio que ficou pra trás, como aqueles que fazemos nas férias.



Assim como no jogo contra o Coritiba, o time não conseguiu traduzir a superioridade nos três pontos. Numa competição de pontos corridos, isso é grave. A equipe precisa do algo a mais, de um ou dois jogadores com poder de decisão, que possam mudar uma partida ou fazer o inesperado quando o contexto exigir. O novo gerente de futebol, Zinho, chegou com a ingrata missão de buscar esse (ou esses) “a mais”. Os santistas aguardam com ansiedade. 

quarta-feira, agosto 07, 2013

Goleiro Lauro marca de cabeça. Pela segunda vez contra o Flamengo. Veja os dois gols

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Gol de Lauro, hoje, no último minuto de jogo entre Portuguesa e Flamengo. Final de partida: 1 a 1.



Gol de Lauro pela Ponte Preta, no Brasileiro de 2003, contra o mesmo Flamengo. Final de partida: 1 a 1. 


quinta-feira, agosto 01, 2013

Corinthians bate o Grêmio sem jogar grandes coisas

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Jogo meio sem graça, mas ganhar é bom (Tom Dib/LANCE!Press)
O que mudou no Corinthians entre o OxO sem graça contra o São Paulo e o sólido placar de 2 a 0 contra o Grêmio, ambos no Pacaembu? Fora os gols, nada. O time continuou marcando bem e pressionando o adversário boa parte do tempo. E também manteve a parte ruim: criou poucas chances de gol, com um meio campo sem criatividade.

Aos diferenciais: o primeiro saiu no fim do primeiro tempo, com Sheik pegando rebote de Dida após finalização de Guerrero; o segundo lá pelos 30 do segundo tempo, em escanteio que Paulo André cabeceou para o chão, a zaga do Grêmio desviou e Pato resvalou na bola já dentro do gol só para roubar, injustamente, a autoria do zagueiro.

Nessa altura, o Grêmio ficava mais com a bola e rondava a área alvinegra numa pressão que a marcação paulista transformava naquelas sem perigo, se não fossem umas duas ou três espanadas de Cássio que tomou uma canjibrina antes de entrar no jogo.

Tite repetiu as mesmas escolhas do clássico: entrou com Danilo pelo meio, Sheik aberto de um lado e Romarinho do outro. Funcionava no começo do ano, mas o time tinha Paulinho que conseguia desafogar o meio-campo. Agora, a armação trava e os jogadores ficam muito distantes para realizar com efetividade a marcação que o notabilizou.

No segundo tempo, mais uma vez escolhas semelhantes: trocou os três atacantes por Pato, Renato Augusto e Douglas. O time melhorou, com mais movimentação e posse de bola. Mas isso não teve nada a ver com o gol, diga-se.

Na minha cabeça, Pato e Renato Augusto têm que jogar. Sheik vem em boa fase então deixa ele lá. O raciocínio inverso vale para Guerrero, que não guarda uma faz tempo - nada contra, mas poderia perder a posição para Pato. Nessa, dançaria Romarinho, deixando o time com dois meias (Renato e Danilo) e dois atacante (Sheik e Pato). Teria mais cadência, mais movimentação, mais passes certos. Sei lá, parece uma ideia.


E falando em reservas que bem que podiam ser titulares, o garoto Igor, de 19 anos, jogou bem mais bola que Fábio Santos na lateral-esquerda. Espero que não inventem de vender o rapaz antes de virar titular.

quarta-feira, julho 24, 2013

Um post que torce em dobro pelo São Paulo

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Por Moriti Neto

Antes do jogo desta quarta-feira contra o Internacional de Porto Alegre, no Morumbi, com grande chance de novo insucesso no Campeonato Brasileiro, cravo neste Futepoca: o São Paulo não cai. Cambaleia no primeiro turno, frequenta a zona de descenso, mas se recupera no returno e termina o certame distante do rebaixamento.  
O elenco tricolor, às vezes supervalorizado, não é ruim. Aliás, é muito melhor que os de Bahia, Goiás e Vitória, e igual (ao menos nas individualidades técnicas) aos de Cruzeiro e Santos.  
Sim, todos esses times derrotaram o São Paulo recentemente. No entanto, perguntemos ao torcedor dos três primeiros se não trocariam as duplas de atacantes titulares por Osvaldo e Luis Fabiano (o Vitória, por exemplo, quinto colocado na competição, joga com Maxi Biancucchi e Dinei). Ou a santistas e cruzeirenses se não gostariam de ver Jadson – muito melhor que o cruzeirense Everton Ribeiro, por exemplo – nos elencos.  
Além do mais, imagine que você estivesse por fora do noticiário futebolístico há um ano e descobrisse, hoje, que o quarteto ofensivo do São Paulo é formado por Paulo Henrique Ganso, Jadson, Osvaldo e Luis Fabiano. Sem ver a tabela do campeonato, suporia o time na situação em que está?
Mesmo a fase tão ruim da defesa, parece ter mais a ver com fatores "extra bola" do que estar ligada à capacidade de atuação dos jogadores. Rafael Tolói e Rodolpho estavam bem na temporada passada. Wellington e Denílson idem. Cortez foi o melhor lateral-esquerdo, pelo Botafogo, do Brasileiro de 2011. Além disso, fez um ótimo 2012, inclusive na marcação (no segundo semestre) que nem é o forte dele. Está emprestado ao Benfica de Portugal.
O discurso de que todo o grupo é uma porcaria soa precipitado. O elenco é praticamente idêntico ao que ganhou a Sul-Americana e foi o melhor do segundo turno no Brasileiro anterior. Prefiro considerar que há desequilíbrios técnicos, casos da lateral-direita, da ausência de um bom goleiro para substituir Rogério Ceni e da falta de uma opção à altura que rivalize com Osvaldo– ou até jogue junto – pelos lados do campo. Além disso, cabe refletir sobre três personagens.
Ganso
O problema parece ser mais na cabeça do que nos pés. Ganso arruma confusão demais. Foi assim no Santos, ora com comissão técnica ora com direção. No São Paulo, confrontou Ney Franco que, aliás, tardou, sim, a aproveitar o meia de verdade. Sem falar nas controvérsias envolvendo quem o agencia.  
De qualquer forma, aguarda-se de Paulo Henrique uma reação. Algo que ele não mostra atualmente nem na expressão facial. O rapaz dá a impressão de estar frio, quase gélido, numa posição arrogante até, como se a qualquer momento pudesse, num passe de mágica, voltar a ser o fora de série dos bons tempos de Santos. Precisa trabalhar. Corpo e mente.  
Quem acompanha a história do futebol, sabe serem possíveis aos grandes jogadores grandes recuperações. No próprio São Paulo, Pedro Rocha, Dario Pereyra, Careca e Raí passaram por maus bocados. Ainda bem que alguém teve a paciência de mantê-los. O resto é história.  
Lúcio  
É um zagueiro que, ao longo da carreira, demonstrou muita determinação e liderança. A mim, sinceramente, jamais despertou admiração pela técnica. No momento, joga desembestado. Quer ser volante, armador e atacante, o que desestabiliza o time. Resumindo, perdeu o que tinha de positivo.  
Ney Franco  
Gosto do trabalho do ex-técnico. Entende do riscado. Contudo, neste ano, errou feio no Tricolor em oportunidades fulcrais. Isso tem muito a ver com os dois personagens anteriores.
Obcecado pelo esquema 4-2-3-1, bem sucedido em 2012, primeiro ficou à espera de um substituto para Lucas. Depois, sabedor de que o atleta com tais características não viria, insistiu na proposta de jogo, usando os fracos Douglas e Aloísio na linha de três.
Deveria ter colocado Ganso ao lado de Jadson antes. E, óbvio, definido rapidamente a mudança de sistema. Tinha toda a chatíssima primeira fase do Paulista para dar ritmo e entrosamento à dupla, e padrão à equipe.
Sobre a zaga, o treinador engoliu Lúcio como titular, ainda que o jogador, no início da temporada, estivesse evidentemente fora de forma, inclusive sem tempo de bola. Para isso, desmontou a dupla Tolói e Rodolpho, pilares da defesa que levou somente dois gols na Sul-Americana e foi a terceira menos vazada no Brasileiro, pouco atrás apenas de Fluminense e Grêmio.  
PS: nem vou comentar sobre Juvenal Juvêncio e os enormes erros políticos e administrativos dele, pois o Marcão já fez isso muito bem aqui
PS 2: espero que o Tricolor não caia mesmo. Senão, vão ser duas as gozações. O rebaixamento e este post.  

domingo, julho 21, 2013

Atlético PR e Corinthians empatam, mas chuva dá goleada

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Renato Augusto, o Zorro, jogou bem e resolveu mais uma (Felipe Gabriel/LancePress)
Joguinho horroroso entre Atlético PR e Corinthians, muito por conta da chuva torrencial que acabou com o gramado na Vila Capanema. Especialmente no primeiro tempo, porque no segundo os jogadores foram os maiores culpados pela ruindade do que se viu.

O Atlético PR abriu o placar no comecinho num belo passe de Paulo Baier, ele mesmo, para Marcelo, melhor jogador paranaense. A jogada mostrou o caminho aos donos da casa: um buraco no lado esquerdo da defesa alvinegra, formado pela conjunção entre a lentidão de Paulo André, a falta de ritmo de Maldonado (que recebe aqui o benefício da dúvida para não ser chamado de grosso mesmo) e, principalmente, a fraqueza de Fábio Santos na marcação. Por ali saíram as melhores chances atleticanas.
Pareceu combinado: ao gol, segui-se o aperto da chuva, rapidamente inutilizando o gramado. A bola não corria, o pessoal escorregava, o jogo não fluía e isso era muito bom para o Atlético PR.

O empate do Timão veio de uma das poucas jogadas organizadas no primeiro tempo. Renato Augusto arrancou pela esquerda e carregou a bola acossado por três defensores até conseguir descolar um cruzamento para Pato, que marcou seu décimo tento na temporada.

A segunda etapa trouxe alguma esperança para o futebol, com o fim da chuva. Mas a drenagem não conseguiu secar o campo e a coisa continuou feia, ainda que menos ridícula. Quem se aproveitou foi o Atlético PR, que controlou o meio campo e criou algumas chances, sempre no mesmo caminho encontrado por Marcelo. Tite agiu para corrigir o problema trocando Fábio por Alessandro, mostrando que lateral é um artigo cada vez mais raro no futebol brasileiro – lembrado aqui que o titular da lateral direita hoje é Edenilson, um meia adaptado. Antes, havia invertido a zaga, mandando o rápido Gil para a esquerda ajudar na cobertura da avenida Fábio. A combinação ajudou bem e travou o jogo.

As outras mexidas de Tite foram curiosas: tirou os dois atacantes que tinha em campo, Romarinho e Pato, por Ibson e Douglas, meias. Acredito que o diagnóstico foi correto: o time não tinha toque de bola nem armação. Mas a solução foi, no mínimo, heterodoxa – e não muito funcional. Ficou 1 a 1, num jogo chato e esquecível.

Reforços

Um aparte para os dois principais reforços do Corinthians para a temporada, Renato Augusto e Pato. O primeiro é mais fácil de analisar: sempre que entrou jogou bem e se machucou logo depois de ganhar a titularidade ainda no Paulistão. Mais uma vez, resolveu um jogo complicado. Questão de ganhar sequência.


Pato é um pouco mais complicado. Chegou a ser titular ao lado de Guerrero na mesma época, mas passou por um jejum no Brasileirão e perdeu espaço para Sheik. Muita gente já chama o rapaz de mico, de fracasso, de dinheiro jogado fora. Mas cabe aqui dizer: ele já fez 10 gols na temporada e é o vice-artilheiro do time, atrás apenas de Guerrero, com 13 gols, e bem à frente de Danilo (6), Paulinho (5), Romarinho (4) e Sheik (3) - dados do confiável parceiro Retrospecto Corintiano.

Este último, que é o concorrente direto pela vaga, jogou muito bem contra o São Paulo na quarta e sempre ajuda muito o time – mas faz poucos gols. Pato, ao contrário, se mexe menos, marca pior, parece fugir de divididas – mas bota a bola pra dentro. Na minha cabeça, é titular.

Em jogaço, Santos perde chance de quebrar a invencibilidade do Coritiba

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A camisa dez, na Vila Belmiro, é sagrada. Quem a vestia pelo Peixe na partida contra o Coritiba era Montillo, o argentino que é o típico enganche, e não o meia clássico que arma o jogo, como Pita ou Ganso foi um dia, ou o ponta de lança capaz de carregar a bola, mas que faz quase tudo, como Pelé e, mais recentemente, Giovanni. No entanto, era o dez do Coritiba o personagem que mais chamava a atenção antes da partida.

Enquanto Claudinei Oliveira buscava o entrosamento mantendo o time que bateu a Portuguesa no último fim de semana. Sem Arouca, Alan Santos compôs o meio de campo com Cícero, Leandrinho e Montillo. Já o também novo técnico Marquinhos Santos ousou. Colocou somente um volante de ofício, Júnior Urso, junto com Robinho (ex-Peixe que, na Vila, era Róbson para não disputar o imaginário com a sombra do Rei das Pedaladas), Alex, Botinelli, Deivid e Geraldo, o artilheiro angolano.

O comandante do Coxa cantou a bola antes do início do jogo, ao dizer que os jogadores estavam ali não tanto para marcar em cima, mas para “ocupar espaços”. Embora o Alvinegro tenha assustado antes com cobrança de falta de Cícero, aos dois minutos da etapa inicial, o sistema paranaense começava a mostrar suas garras. O craque Alex deu o ar da graça aos 11, quando tocou para Deivid que passou para Robinho. O meia fez o corta-luz para o dez do Coritiba que finalizou na trave. A resposta veio aos 15, e a vez do dez santista mostrar que estava em campo. Sumido até então, Montillo arriscou um chute de longe que passou raspando o travessão de Vanderlei.

Mas quem fez jogada de um legítimo camisa dez foi o lateral-direito Galhardo, tirando com um lindo passe dois defensores do Coritiba e passando para Leandrinho, que teve habilidade para servir Neílton. O moleque finalizou de primeira, praticamente sem chance para Vanderlei.

O jogo mudou um pouco a partir daí. O Santos passou a controlar um pouco mais, mas o Coritiba continuou levando perigo, principalmente com bolas roubadas no meio de campo. Aí estava a “ocupação de espaço” do Coxa, com constante troca de posicionamento dos jogadores à frente, apostando em um jogador decisivo como Alex. Mesmo com erros não forçados, o Peixe ainda chegou com muito perigo com um passe de Léo para Montillo, que assistiu Willian José. Bola desperdiçada.

E, num dos inúmeros erros de passe alvinegros – foram 81,8% dos passes feitos de forma correta contra 92% dos rivais nos primeiros 45 minutos – Leandrinho deixou a bola passar e o Coritiba começou a armar o lance que resultou no gol de Alex, feito de forma fácil, por cobertura. Ao contrário de outros treinadores que queimavam os moleques, Claudinei animou Leandinho: “Levanta a cabeça”, pediu.

Reprodução
No segundo tempo, a equipe da casa voltou melhor, com menos passes longos, que tanta dor de cabeça deram na etapa inicial, e com mais desarmes que o Coxa. Aos dez, Monttllo teve uma grande chance na entrada da área, mas não acertou o alvo. Aos 15, Marquinhos Santos coloca Everton Costa e tira Geraldo, querendo dar mais mobilidade ao ataque alviverde. E, quase no mesmo minuto, a alteração deu resultado, quando ele sofreu uma falta e, na cobrança, Chico quase faz de cabeça, com Aranha tirando para escanteio. E, na cobrança, novamente o defensor acerta a trave.

Claudinei também substitui Willian José por Giva. Não é um alteração de seis por meia dúzia, já que o menino se movimenta e sai muito mais da área do que o ex-gremista, que é um atacante mais fixo. E a mudança surge resultado rápido. Em cobrança de falta, Galhardo cobra com perfeição para Cícero, sem marcação, cabecear e fazer.

O jogo é eletrizante, a ofensividade de ambos faz o Coxa partir pra cima, mas o Santos, com transição bem mais rápida da defesa para o ataque, é quem quase faz. São três chances em menos de 40 segundos, com Montillo acertando a trave e com o defensor Chico tirando e outra grande defesa de Vanderlei. Eram 24 e, aos 25, nova oportunidade com Giva desperdiçando na área.

O lateral-direito de ofício, mas que em muitas ocasiões fez as vezes de meia, Cicinho, estreou aos 30. Um minuto depois, Galhardo saiu para a entrada de Pedro Castro. Mais uma vez, o lateral saiu aplaudido na Vila, algo impensável há alguns meses. Léo fez grande lance aos 35, Giva chutou para a defesa de Vanderlei e Neílton, no rebote, perdeu uma chance inacreditável.

Fazendo inveja a Giva, Pedro Castro também desperdiçou, aos 39, em jogada frente a frente com o arqueiro do Coxa. O castigo veio aos 42, de novo, em lance de Alex. O meia tabelou com Robinho e finalizou sem chances para Aranha. O craque paranaense prevaleceu.

Os visitantes, mesmo jogando menos e já sem fôlego, acharam o empate no talento do dez. A experiência prevaleceu sobre um certo afobamento dos moleques para decidir. Mas o desempenho peixeiro dá esperanças para o torcedor santista em um jogo que foi um presente para quem gosta do futebol bem jogado. Um salve a Alex e outro aos meninos da Vila.

domingo, julho 14, 2013

Sem meio nem estabilidade, Corinthians perde dos reservas do Galo

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Hoje não deu pro Pato, nem aqui, nem
acolá (Eduardo Viana/LancePress)
A enorme e variada lista de contusões no meio-campo cobrou seu preço neste domingo, quando o Corinthians perdeu para os reservas do Atlético MG em pleno Pacaembu. A completa falta de toque de bola no que deveria ser o setor pensante do time é sem dúvida a causa técnica para a derrota. Mas não é desculpa para um resultado tão vexaminoso.

Não que o time enviado a campo pelos mineiros seja tão ruim assim. Tinha, Réver, o goleiro Vitor, que fez umas três belíssimas defesas, Guilherme, autor do salvador gol de quarta-feira, por exemplo. E Bernard, que deu hoje o passe para Rosinei marcar o gol da vitória do Galo, marcando mais um ponto para o espírito dos ex-jogadores contra seus times passados. O gol contou ainda com uma marcação frouxa de Edenílson sobre o selecionável atleticano e uma cochilada imperdoável de Paulo André na pequena área.

Sem Douglas, Danilo, Renato Augusto e Emerson, A linha de três no meio campo foi formada por Ibson, Pato e Romarinho, Guerreiro na centravância. Em linhas gerais, o Galo se defendeu e explorou contra-ataques e o Corinthians tentou, tentou e tentou marcar o seu.

As melhores chances estiveram nos pés de Romarinho, que tem uma deficiência crônica no arremate. Pato, que destruiu contra o Bahia, não encaixou dois bons jogos em sequência, perdeu duas chances e foi homenageado às avessas pela torcida.

Sequência, aliás, parece ser algo impensável para o Corinthians neste ano da graça de 2013. Novos jogadores, contusões a granel e Tite que se vire. Ainda é cedo, o Brasileirão é longo. Mas sem estabilidade, não se disputa campeonato de pontos corridos.

domingo, julho 07, 2013

Corinthians 2 x 0 Bahia: Pato aqui, Pato acolá

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No bar, a comemoração que ninguém entendeu fez
lembrar Scorpion e Bane (Rodrigo Coca/Fotoarena)
Alexandre Pato passou dez jogos sem marcar pelo Corinthians. Aí, voltou contra o Bahia e meteu logo dois golaços, mostrando qualidades diversas em cada um, e ratificando sua condição de vice-artilheiro da temporada até aqui. Terminou 2 a 0 o jogo, sem muitas chaces para os donos da casa e nem muito desgaste para os visitantes, como tem sido a tônica desse econômico (preguiçoso?) Corinthians.

Todas as menções elogiosas vão para Pato, que jogando na ponta esquerda mostrou mais vontade e a qualidade de sempre, aparecendo em todas as posições do ataque. Todas as jogadas perigosas do Timão passaram por seus pés, como o lançamento em que deixou Guerrero na cara do gol para limpar o zagueiro Titi (o mais difícil) e tocar sem muito jeito nas mãos de Marcelo Lomba.

A essa altura, Titi já havia feito um gol bem anulado pela arbitragem por impedimento, numa falta cobrada na área. Uma das poucas, bem poucas chances do Bahia.

Antes disso, Pato havia recebido lançamento de Guilherme, matado no peito tirando dois zagueiros e tocado na saída de lomba. Bateu na trave, mas voltou no pé de Pato, sem trocadilhos, que dessa vez não perdeu.

Também já tinha pego o rebote dado pela zaga do Bahia após uma interessante tabela do Timão pela direita, que Romarinho interrompeu com um lançamento meio tosco para a área. A zaga tentou cortar e ela veio direto para Pato, que enfiou uma de três dedos de primeira, no ângulo. Golaço.

Feita a conta, o Corinthians recuou e esperou. Teve mais três ou quatro chances claras de ampliar contra zero do adversário. Jogo tranquilo.

De negativo, e bota negativo nisso, Renato Augusto saiu de campo com suspeita de fratura no osso esquerdo da face, que já machucou antes. Fruto de divi
dida com o ex-alvinegro Souza, que escolheu a pior forma possível para manter a sina de ex-jogadores que ferram seu time antigo.

Junte com as contusões de Danilo e Douglas - esta fruto da cavalice do sãopaulino Welington - e resta ao Timão o recém-chegado Ibson para jogar no meio-campo. Um problema, sem dúvida. Mas não maior do que a maldade dessa fase zicada de Renato, um bom meia que, com uma sequencia de alguns meses, fatalmente disputaria um lugar nas listas de Felipão, pelo menos como reserva de Oscar. Triste.

sábado, maio 25, 2013

Corinthians: campeonato novo, problemas velhos

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Gol de Paulinho salvou jogo fraco do Timão (Daniel Augusto Jr./Ag Corinthians)
O bacana do Brasileirão é começar a ver quem tem de verdade garrafa vazia pra vender. Se nos estaduais reina o desequilíbrio e os clássicos são poucos, no nacional é o contrário: quase toda rodada tem jogo contra cachorro grande. Para o Corinthians, o primeiro foi o Botafogo de Seedorf. O duelo entre os campeões paulista e carioca terminou num 1 a 1, resultado de um jogo tenso e pegado para os dois lados.

Começando pelo Botafogo. Um belo time o montado por Oswaldo Oliveira, comandado em campo pelo meia holandes. Tendo Lodeiro como parceiro, Seedorf organiza no toque de bola o time, que tem na marcação forte e organização suas maiores virtudes.

Pelo lado paulistano, Tite manteve a escalação que bateu o Santos no Paulista e foi eliminada pelo Boca, com Danilo pelo meio, Sheik de um lado, Romarinho do outro, Guerrero na referência. Como nas partidas anteriores, o time sofreu com a falta de meio campoe penou para criar jogadas. A marcação adiantada feita pelo Fogão não ajudou nada e, depois do Boca, está ficando claro que é  melhor jeito de ferrar esse time do Corinthians.

Ainda assim, apareceram algumas chances, principalmente em chutes de fora da área. Nada grave, porém, e o primeiro gol foi do Botafogo, num ataque pela direita com conclusão de Rafael Marques em falha de marcação da defesa, que fica mais desencontrada com Edenílson na lateral direita. Terminou assim o primeiro tempo, decepcionante para minhas pretensões de atropelar o Brasileirão.

Tite fez algo fora de seus costumes e trocou já no intervalo: Danilo por Douglas, Guerrero por Pato. Mexida errada, a meu ver. A menos que tenha sentido alguma contusão, Danilo deveria ter ficado em campo ao lado de Douglas, para melhorar a armação. E Sheik sempre é meu candidato favorito a sair do time, não Guerrero.

Comprovando a tese do meio campo, o time piorou o toque de bola e passou a só levar perigo na correria e no chutão. O gol de empate saiu em bola parada, que temrinou em cabeçada de sorte de Paulinho, sempre ele. Pato jogou mal pra caramba, queimando o filme de meus insistentes pedidos por sua titularidade.

Terminou assim, sem mais emoções. Tite tem trabalho a fazer.