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quarta-feira, novembro 30, 2011
João Doria Junior: candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB?
Compartilhe no Facebook A quantidade de piadas, pilhérias e galhofas que se pode fazer com a possibilidade do empresário-apresentador e promotor de passeios de cachorros ser o candidato tucano nas eleições de 2012 são inúmeras. Mas, dada a falta de tempo, só resta uma consideração: as más línguas dizem que ele é a cara de São Paulo... Segue a notícia abaixo:
João Doria entra na disputa paulistana
Por Raphael Di Cunto | De São Paulo
Valor Econômico - 30/11/2011
Com quatro candidatos postos para a Prefeitura de São Paulo e um cotado, mas que não assume oficialmente, o PSDB poderá ganhar outro nome para a disputa: o empresário e apresentador de televisão João Doria Júnior. O tucano teve o nome inserido em uma pesquisa de intenção de voto contratada pelo partido e afirma que tem interesse em concorrer caso perceba ter "densidade eleitoral".
Segundo Doria, tanto o convite para se filiar quanto o para ter o nome colocado na pesquisa partiram do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que ligou para ele para saber se haveria problema em acrescentá-lo na consulta. "Se o governador acha que tenho condições e se a pesquisa indicar uma boa popularidade, é uma alternativa que pode ser considerada", disse ao Valor.
Proprietário do Grupo Doria, jornalista e apresentador do "Aprendiz", na Rede Record, e do "Show Business", na Band, o empresário tem relação antiga com o PSDB. Foi secretário de Turismo de Mário Covas na Prefeitura de São Paulo em 1983 e se envolveu nas Diretas Já a pedido do ex-governador Franco Montoro, dois importantes líderes tucanos, mortos em 2001 e 1999, respectivamente.
Para Doria, ter densidade eleitoral significa obter um bom posicionamento na pesquisa entre os quatro pré-candidatos do PSDB que concorrem às prévias: os secretários estaduais José Aníbal (Energia), Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) e o deputado federal Ricardo Tripoli.
O empresário afirma que não teria problema em disputar as prévias, que devem ocorrer em março - a inscrição pode ser feita até um mês antes da votação. "Se houver disposição do governador e da base do PSDB [para que eu saia candidato], me disponho a disputar pelos meios democráticos", disse.
A pesquisa também inclui o ex-governador José Serra, que diz que só quer concorrer à Presidência, em 2014. Serra é tido como o mais capaz de viabilizar uma aliança entre o PSDB e o prefeito Gilberto Kassab (PSD).
segunda-feira, novembro 28, 2011
Sem responsabilidade, Palmeiras atrapalhou o São Paulo
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Foi por 1 a 0, goleada, que o Palmeiras venceu o São Paulo. Sem responsabilidade, foi mais fácil jogar futebol. Mas foi sem grande futebol, também. O time está muito melhor do que na média dos jogos do segundo turno. O suficiente para merecer a vitória mínima sobre o Tricolor, no Pacaembu.
Ao contrário do que acreditava este secador, o Corinthians não se sagrou campeão com uma rodada de antecedência. O centro da rodada foi o gol no último minuto pelo Vasco. A indústria de fogos de artifício agradece a Diego Cavallieri, porque tanto alvinegros paulistas quanto cariocas – e seus simpatizantes espalhados pelo território nacional – gastaram seu arsenal bélico entre o fim de uma partida e o gol aos 45 minutos da outra.
Foi mais legal do que o jogo entre Palmeiras e São Paulo em que pouco se conquistava, muito se atrapalhava...
A dependência alviverde em relação a Marcos Assunção relembrou o final de 2010. Manter o jogador significa uma notícia boa: manter uma arma ofensiva. Mas também uma ruim: o "risco" de chegar a 2012 sem outras opções. Claro que é uma ironia.
segunda-feira, novembro 21, 2011
Timão 2 x 1 Galo: Liedson e o Imperador
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E ganhamos do Galo! Mais uma vez, sofrido e suado demais. E com mais coelhos sacados da cartola de Tite, que novamente ajeitou o time no segundo tempo.
O empate veio em cabeçada de Liedson (alguém consegue lembrar quantos gols salvadores ele já fez esse ano?), após cruzamento perfeito de Alessandro pela direita. Insistiram na jogada até acertar. E a virada aos 44 minutos foi num contra-ataque, puxado por Emerson. O gordo manco Adriano pediu insistentemente abola. Sheik segurou até o momento exato e passou.
domingo, novembro 20, 2011
Sobre o Bahia, 2 a 0 livram Palmeiras da degola em ano para esquecer
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A segunda vitória do Palmeiras no segundo turno aconteceu na antepenúltima rodada. Foi contra o Bahia, em Salvador, por 2 a 0. Ter como trunfo – alívio? – estar matematicamente livre de riscos de rebaixamento é quase inacreditável para um time que terminou a primeira metade de partidas no Brasileirão 2011 em sexto. Agora, 12º.
Foram nove partidas do alviverde sem vencer. O feito anterior havia sido alcançado contra o Ceará. Aconteceram oito empates e sete derrotas no segundo turno. Antes, registravam-se apenas quatro revéses e outras oito igualdades.
O Palmeiras é o time que mais terminou partidas com o mesmo número de gols que o adversário: 16 ocorrências. Depois, entre aqueles que tiveram de se contentar com a triste máxima de que "o empate é um bom resultado" está o também decadente Flamengo, com 15. (tudo bem, o despencar palestrino é sem igual, quase sem precedentes, de modo que não dá pra comparar com o que sofrem os rubro-negros.)
É verdade que a retaguarda é a terceira melhor, atrás apenas do líder Corinthians e do vice, Vasco. Mas os 42 gols marcados são melhores apenas do que Atlético-PR (38), Bahia (40) e Cruzeiro (40). O terceiro pior. Até os lanternas Avaí (44) e América-MG (48) estão melhor na frente.
Com uma queda tão abrupta e pronunciada, o Palmeiras não conseguiu vencer nenhum time por duas vezes no campeonato. Nas duas rodadas que faltam, só poderia alcançar o feito contra o Corinthians, já que empatou com o São Paulo no Morumbi. Mas as chances de bater de novo o líder que tem uma mão e meia no caneco são parcas pelo que os times vêm apresentando em campo. Carimbar a faixa de campeão dos adversários pode ser consolo? Nenhum.
O Murtosa até avisou que não seria fácil. Mas essa mediocridade toda reflete a capacidade ímpar que o clube e o time tiveram de manter-se em crise permanente. Dentro do elenco ou contaminado por trapalhadas e disputas internas da diretoria, uma após outra, as instabilidades fazem de 2011 um ano para esquecer. Ou para lembrar na hora de não repetir a fórmula. Só não foi pior do que 2003, é claro.
Mesmo assim: ufa!
Ah, os gols deste domingo, 20, foram de Ricardo Bueno – o do empresário atrapalhado – e de Marcos Assunção. Valdívia até jogou bem, mas não salvou seu ano improdutivo.
quinta-feira, novembro 17, 2011
Sono coletivo e soberba: a deposição do “soberano”
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Por Moriti Neto
É de perder a paciência a mania dos são-paulinos de pensar na Libertadores em tempo integral. O que mais escutei ontem, antes do jogo contra o Atlético Paranaense, que venceu por 1 x 0, na Arena da Baixada, foi a cantilena de que, ganhando, o São Paulo daria passo largo rumo à competição continental de 2012. Tenha dó. O torcedor, hoje, tem muito mais preocupações essenciais do que se classificar ao “sonho de consumo”.
Quando vi o time escalado com Rogério, Jean, Xandão, Rodolpho e Cícero; Denílson, Wellington, Carlinhos Paraíba e Lucas; William José e Fernandinho, bateu desânimo até para acompanhar a partida.
Era uma equipe, de novo, sem laterais, com o agravante de Cícero não marcar nada e ter um veloz Guerrón, autor do gol da vitória atleticana, pela frente (ô, Leão, não entendi). Zaga perdida, Xandão é limitadíssimo, e Rodolpho, como o próprio admitiu, está “balançado” por uma oferta da Juventus da Itália que não se concretizou (continue jogando assim, meu filho, que nem o Juventus da Mooca vai te querer). Armação zero (novidade...), com Lucas sem ter com quem jogar. Ataque inoperante, com William José, que não finaliza nem prepara, e Fernandinho, na eterna tentativa de jogada – e só tentativa mesmo – para virar e escapar dos defensores pela esquerda.
Com essa formação, veio o esperado, o repetitivo. O sono coletivo que caracteriza o Tricolor nesta temporada. Um elenco razoável, enaltecido por alguns como ótimo e exageradamente diminuído por outros, que não deu liga. Rogério salvando o time de goleada, Casemiro desperdiçando mais uma oportunidade, conseguindo ser mais sonolento que os demais, Dagoberto, no banco, fora de mais um jogo no campo do clube que o revelou (agora com mais motivos do que nunca), e a prova de que o problema são-paulino não é o treinador; Leão parece tão perdido quanto Carpegiani e Adilson Batista.
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Panela velha é que faz comida boa? |
No final, derrota antevista. Outro insucesso do time que jamais empolgou em 2011, que não fez um só jogo irrepreensível no ano, que como a escrita de não ganhar na Arena da Baixada, manteve a regra de não jogar nada no returno do Brasileiro.
Esqueçamos Libertadores. É hora de reaprender a montar verdadeiras equipes e respeitar a Copa do Brasil.
Ganhamos do Ceará!
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O Corinthians sofreu, levou pressão, passou raiva, deu raiva em seus torcedores, mas venceu o Ceará em Fortaleza de goleada: 0 a 1. Meio gol a mais do que o necessário para dar um passo importante na briga com o Vasco pelo Campeonato Brasileiro. O autor do gol foi Cachito Ramires, que veio para o banco de reservas após longa estada no departamento médico e entrou no segundo tempo pra resolver a parada. Mas boa parte dos créditos da vitória precisam ir para a conta do goleiro Júlio Cesar, o contestado.
Tite tem umas coisas, como diria o pessoal do jornalismo Vando, que são, assim, muito dele, sabe? Por exemplo, ele acredita muito naquela história de ganhar dentro de casa e empatar fora. Mas muito mesmo, tanto que procura não quebrar a mística e arriscar, quem sabe, uma vitória fora de São Paulo. Bota todo mundo pra trás e 0 a 0 é um baita de um lucro. Assim, levamos um baita, mas um baita sufoco do Ceará no primeiro tempo, período em que não chutamos uma bola decente sequer para o gol do Vovô.
Para deixar claro que parte do parágrafo acima é perseguição minha com o treinador, é preciso dizer que boa parte do elenco corintiano está num bagaço danado, principalmente Liedson e Danilo (artilheiro e assistente principais no torneio). Junte a isso a suspensão de Paulinho e as jornadas horrorosas de Leandro Castán e Fábio Santos e temos a receita para o desastre. Se ele não veio, além da bela participação do goleirão, deve ter algum mérito para Tite. Tanto que na segunda etapa, o time melhorou, com a entrada de Morais (Morais!) e o supra-citado Ramires.
O empate do Vasco em 1 a 1 com o Palmeiras deixou o Timão abrir 2 preciosos pontos de vantagem na briga. Agora, dos 3 jogos que faltam, se ganhar 2 e empatar 1 levanta o caneco. Sábado tem Atlético Mineiro no Pacaembu, a parada em tese mais fácil. Depois, o inspirado Figueirense em Santa Catarina e o clássico com o Palmeiras. Vai, Corinthians!
quarta-feira, novembro 16, 2011
É frescura. Mas se fosse cachaça...
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O segurança está na porta de um shopping center no centro de São Paulo e dialoga aos brados com um colega, à paisana, recém-saído do serviço e aprontado para as 36 horas de folga que se seguem às 12 em ritmo de plantão. A experiência do tempo livre mais recente do que assumiu o posto foi nova, inédita e reveladora. Com a patroa, o segurança foi a outro centro de compras, para adquirir sabe-se lá o quê.
A mulher e ele, empregados, e a vida dá até para agrados. Novo também era o programa pós-consumo.
– A mulher quis tomar café nuns lanches chiques do shopping. Não pense que era barato, porque não era – avisou.
O interlocutor só dava corda, não interrompia.
– Você já tomou café em um lugar desses?
O colega de trabalho disse que já tinha, mas não demonstrou lá muita confiança. É que, enquanto o fardado segurança descrevia o ritual de servir café expresso, o outro hesitava. Era o grão moído na hora, uma bolacha ou docinho qualquer ao pires, um pouco de água com gás para limpar o paladar e todo o barulho que o maquinário produz sob o comando do barista de plantão.
Para alguém acostumado ao café de coador, provavelmente adoçado, aquilo tudo era experimentar coisa muito diferente.
– Eu achei estranho. O café até que era bom, com a espuminha e tudo. Mas aí a moça pega e me põe um copinho. Eu digo: "Que é isso? É pinga". Frescura do cão! Um copinho desse assim de água (gesticula com o indicador e o polegar). Nem tira a sede e ainda dá vontade de tomar uma cana... Frescurada, eu digo.
Mas se fosse cachaça...
segunda-feira, novembro 14, 2011
Ceará 2 X 3 Santos - Os reservas resolvem
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Primeiro, disseram que o Santos ia "entregar" para o Botafogo, para prejudicar um rival. Não aconteceu. Depois, iria facilitar pra o Vasco, para prejudicar o mesmo rival. Não que perder para o clube carioca fosse algo anormal, mas gostam de falar... E o Santos ganhou. Com a decisão de Muricy Ramalho de enviar a Fortaleza seus reservas e dar uma justa folga aos jogadores titulares do time que mais viajou na temporada (em especial o Joia Neymar, que jogou mais que quase todas as equipes da Série A no ano), mais chiadeira. Mesmo com suplentes, o Santos ganhou. Como bem disse o Garambone:
O goleiro Aranha também foi decisivo ao defender um pênalti cobrado por Marcelo Nicácio. Àquela altura, a partida estava empatada em dois a dois e, na sequência da jogada perdida, Diogo fez um bonito gol. Aliás, ele participou de lances importantes, deu assistências e, quem sabe, esse tento lhe dê mais confiança para recuperar um pouco do futebol que mostrou há muito tempo, quando jogava na Portuguesa. Por enquanto, periga nem ir disputar o Mundial do Japão, mas aproveitou finalmente uma oportunidade dada.
E o Brasileirão segue. O Cruzeiro agradece e o Ceará, com a moral baixa e agora no Z-4, pega o Corinthians no meio de semana. Até o fim do Brasileirão, provavelmente mais chororô sobre "entregas" de outros times, "falta de comprometimento" e numseiquelá, numseiquelá, numseiquelá (aliás, como foi no ano passado, lembra?). O pessoal, definitivamente, precisa arranjar assunto, pelo menos quando falar do Santos...
Quase vitória, mas empate
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O que falta para o Palmeiras reencontrar-se com a vitória? Se livrar de atacantes que não querem mais atuar diante de desmandos e trombadas de cartolas? Apostar no conjunto de talentos menores em vez de habilidosos que rendem pouco na temporada? Sair na frente no marcador? Abrir dois gols de vantagem?
Nenhum dos itens acima permitiu ao alviverde outrora imponente alcançar três pontos em uma partida só. O jejum de vitórias se prolongou contra o Grêmio, em Porto Alegre, no domingo, 13. Vencendo por 2 a 0 até metade do segundo tempo, o time de Luiz Felipe Scolari cedeu a igualdade. Jogou como quem venceria, mas tomou um gol de apagão da defesa e outro que exigiu alguma dose de azar – ou sorte do atacante tricolor.
O detalhe é que o Grêmio jogou mal, muito mal. O Palmeiras sem Henrique por opção, sem Valdívia na seleção (do Chile), sem Kléber nem Lincoln por exclusão (do elenco) não foi brilhante. Foi só melhor do que um adversário em tarde sem qualquer capacidade inspiradora. Mas empatou.
São nove jogos sem vitória. É a pior campanha do segundo turno. A ameaça de descenso permanece e o Vasco, que luta por título, é o adversário. São esparsas as chances de evitar que chegue a 10 o número de rodadas sem conseguir somar pelo menos um gol a mais do que os sofridos.
Ai, ai. Vem o desespero machucando o coração? Não vou mentir...
quarta-feira, novembro 09, 2011
Meme dos Filmes 08 – Filme cebola (o mais triste de todos)
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O Futepoca está entrando, com algum atraso, no Meme dos Filmes proposto pelo Borboletas nos Olhos. A ideia é fazer 31 posts sobre filmes, cada um com um tema específico. Já perdemos uma meia dúzia (e é bem capaz que deixemos outros pelo caminho também), mas garantimos presença no tema 8, o Filme Cebola (O mais triste de todos), e logo com três filmes. Aguardamos ansiosos os comentários – e os filmes tristes de cada leitor.
(Atualização: Confira também o Filme Cebola do Borboleta, o próprio cinema italiano, do Lágrimas de Crocodilo, do Will You Do The Fandango, do Hugo Avelar - Menina de Ouro bem cotado - e do Pergunte ao Pixel.)
Sobre Meninos e Lobos (Por Nicolau)
É interessante que um dos diretores com os pés mais fincados na realidade em nossos dias tenha nascido em 1930, uns quase 50 anos antes da internet. Não que Clint Eastwood fale de tecnologia em seus filmes. É que ele fala de pessoas, de relações, de mentiras, de pequenas tragédias cotidianas. Daí a maior parte de sua obra recente ser, além de tão boa, tão triste. Dois filmes mostram esses elementos se misturando com mais acidez e foram por isso os escolhidos deste fórum de manguaças como os mais tristes.
Um deles é Sobre Meninos e Lobos (Mystic River), que conta várias histórias. A mais imediata é a das investigações sobre o assassinato de uma jovem na cidade de Mystic River. Ela é filha de Jimmy Markum, interpretado por um magistral Sean Penn, um delinquente aposentado. A investigação oficial é conduzida por Sean Devine (Kevin Bacon). E as suspeitas recém sobre Dave Boyle (Tim Robbins, também impressionante). Os três, porém, compartilham uma história anterior. É a história de três garotos, um dos quais foi sequestrado e abusado. Os outros dois presenciaram, mas não impediram o fato. As duas trajetórias se chocam e nada de bom se tira daí.
A condução do filme por Eastwood é simples e direta. Sua câmera não tenta chocar ninguém, apenas apresenta os fatos e os personagens e deixa espaço para as interpretações viscerais dos excelentes atores. A sensação no final do filme é de que não havia como escapar daquilo. Não havia opção para aquelas pessoas desde o momento em que tudo começou, quando eram crianças. Tudo estava determinado não por uma força superior, mas pela simples natureza das pessoas.
É também de pessoas que fala o segundo colocado da lista, também de Eastwood. A segunda metade de Menina de Ouro deve ser de fato a coisa mais objetivamente triste que eu já vi. A história traz Frankie Dunn (o próprio Clint), treinador de boxe veterano e turrão, que faz o maior esforço possível para se afastar de todo mundo ao seu redor. O único próximo é o amigo de longa data Eddie “Scrap-Iron” Dupris (Morgan Freeman, excelente), ex-lutador que cuida do ginásio de Frankie. Surge então a boxeadora Maggie Fitzgerald (Hillary Swank, perfeita) que insiste até se tornar discípula de Dunn e sensação do circuito de boxe feminino.
Essa é a primeira metade do filme. Eastwood faz você se envolver na relação entre os dois personagens, a lutadora obstinada que resgata o velho de seu ostracismo auto-imposto após se afastar da única filha. O veterano que dá a uma mulher pobre e sem grandes perspectivas a chance que ela precisava para mostrar seu talento. Uma jornada de perdedores, tão ao gosto de Hollywood e de todos nós. Ele faz você gostar desses personagens, desejar o melhor para eles.
Então, ele os quebra.
Literalmente, no caso de Maggie, que fica tetraplégica da forma mais imbecil e desgraçada possível. O filme passa então a ser a luta da moça para conseguir o direito de morrer – e do velho para aceitar o destino da filha adotiva e seu papel nele. Destaque para a escrota família de Maggie e para as discussões teológicas de Frankie com o padre de sua paróquia – traço comum nos filmes do diretor, o olhar ácido sobre a instituição familiar e religiosa. Porque, no final, nada na história tem um sentido maior. “Não tem nada a ver com merecer”, citando Will Munny, também personagem de Eastwood. É tudo apenas muito, muito triste.
O Homem Elefante (Por Glauco)
Em 1982, pela primeira vez chorei pro causa de futebol, em uma derrota que muitos devem ter derramado suas primeiras lágrimas em função de um time. Mas não foi só a seleção que me emocionou naquele ano. Aos 7 anos, também não resisti ao drama de E.T e seu amigo terrestre, Elliot, e chorei no extinto Alhambra, cinema de Santos. Lembro do meu pai dizendo que era pra eu não ter vergonha pois muito marmanjo da idade dele também chorava por ali.
Claro que a intenção de Spielberg era emocionar em alguns momentos da história mas, convenhamos, E.T não é propriamente um filme triste. Assim como há outros filmes que não são tristes mas tem momentos que fazem a gente verter algumas lágrimas. Lembro de ter sucumbido em mais de uma cena de O Filho da Noiva, por exemplo, que equilibra a comédia e o drama de uma forma que parece ser toda própria do cinema argentino (ou do argentino em geral, quem sabe). Mas nem toda película triste causa o tal “efeito cebola”.
Pra mim, o filme mais triste que me lembro ter assistido não me fez derramar uma lágrima. Não durante a exibição, ao menos. O Homem Elefante, de David Lynch, tem alguns dos elementos que fazem uma história ser triste. Mesmo. O protagonista é alguém que tem uma doença grave. Não um mal qualquer, mas uma enfermidade que o faz ter deformações em 90% do corpo, sendo o rosto especialmente afetado. Além disso, a película é baseada numa história real, John Merrick de fato existiu, foi figurante em um circo e morreu aos 27 anos de idade.
Já seria uma história suficientemente triste por si só, mas o diretor é David Lynch. Durante boa parte do filme (todo em preto e branco) não se vê o rosto do homem-elefante, coberto por um saco roto ou ocultado na penumbra quando ele apanha do seu “dono”. O foco são os personagens que interagem com ele nessa parte da narrativa. Desnecessário dizer que ele sofre horrores não apenas nas mãos do seu “agente”, como descrito no parágrafo anterior, mas com a repulsa estampada no rosto e nos atos de outros personagens. O médico que tenta ajudá-lo, vivido pelo brilhante Anthony Hopkins, é uma das exceções, e uma das cenas inesquecíveis do filme são seus olhos marejados quando ele contempla a figura de John Merrick (grande atuação de John Hurt).
Quando o rosto do protagonista se mostra ao espectador, quem vê o filme já nem chega a estranhar tanto as deformidades, cativado que está pela figura dócil e pelas agruras pelas quais passa o personagem. A partir daí, a dor que se sente pelo destino (previsível e aparentemente inexorável) do personagem é constante.
“Os outros é que são os monstros, não ele”, sintetizou uma pessoa que viu o filme comigo uma vez. É um dos modos de ver, mas não o único. A forma como o espectador é inserido no filme faz com que ele conheça primeiro o digamos, “espírito” de Merrick e depois seu fenótipo. Mas, no dia a dia, não é o que acontece. E se reconhecer um pouco naqueles personagens que rejeitam o homem elefante ou admitir nos preconceitos e rejeições preconcebidas que acalentamos às vezes sem saber ou querer, é perturbador. Nós também somos um pouco (ou muito) “monstros” e, como disse o Nicolau acima citando Os Imperdoáveis, “não tem nada a ver com merecer”. Os gritos de Merrick em uma das cenas altas do filme ecoam muito tempo depois dele terminado: "Eu sou um ser humano! Sou um homem!". E a fé na humanidade se esvai mais um pouquinho...
terça-feira, novembro 08, 2011
Elogio do boteco
Compartilhe no Facebook Impossível deixar de republicar esse texto de Leonardo Boff, que capta bem o espírito do que é um boteco e do que ele representa nas teias sociais da nossa vida. Com a palavra, o teólogo (ah, sim o texto é dele mesmo).
Em razão do meu “ciganismo intelectual” falando em muitos lugares e ambientes sobre um sem número de temas que vão da espiritualidade, à responsabilidade socioambiental e até sobre a possibilidade do fim de nossa espécie, os organizadores, por deferência, costumam me convidar para um bom restaurante da cidade. Lógico, guardo a boa tradição franciscana e celebro os pratos com comentários laudatórios. Mas me sobra sempre pequeno amargor na boca, impedindo que o comer seja uma celebração. Lembro que a maioria das pessoas amigas não podem desfrutar destas comidas e especialmente os milhões e milhões de famintos do mundo. Parece-me que lhes estou roubando a comida da boca. Como celebrar a generosidade dos amigos e da Mãe Terra, se, nas palavras de Gandhi,”a fome é um insulto e a forma de violência mais assassina que existe?”
É neste contexto que me vem à mente como consolo os botecos. Gosto de freqüentá-los, pois aí posso comer sem má consciência. Eles se encontram em todo mundo, também nas comunidades pobres nas quais, por anos, trabalhei. Ai se vive uma real democracia: o boteco ou o pé sujo (o boteco de pessoas com menos poder aquisitivo) acolhe todo mundo. Pode-se encontrar lá tomando seu chope um professor universitário ao lado de um peão da construção civil, um ator de teatro na mesa com um malandro, até com um bêbado tomando seu traguinho. É só chegar, ir sentando e logo gritar: “me traga um chope estupidamente gelado”.
O boteco é mais que seu visual, com azulejos de cores fortes, com o santo protetor na parede, geralmente um Santo Antônio com o Menino Jesus, o símbolo do time de estimação e as propagandas coloridas de bebidas. O boteco é um estado de espírito, o lugar do encontro com os amigos e os vizinhos, da conversa fiada, da discussão sobre o último jogo de futebol, dos comentários da novela preferida, da crítica aos políticos e dos palavrões bem merecidos contra os corruptos. Todos logo se enturmam num espírito comunitário em estado nascente. Aqui ninguém é rico ou pobre. É simplesmente gente que se expressa como gente, usando a gíria popular. Há muito humor, piadas e bravatas. Às vezes, como em Minas, se improvisa até uma cantoria que alguém acompanha ao violão.
Ninguém repara nas condições gerais do balcão ou das mesinhas. O importante é que o copo esteja bem lavado e sem gordura senão estraga o colarinho cremoso do chope que deve ter uns três dedos. Ninguém se incomoda com o chão e o estado do banheiro.
Os nomes dos botecos são os mais diversos, dependendo da região do pais. Pode ser a Adega da Velha, o Bar do Sacha, o boteco do Seo Gomes, o Bar do Giba, o Botequim do Jóia, o Pavão Azul, a Confraria do Bode Cheiroso, a Casa Cheia e outros. Belo Horizonte é a cidade que mais botecos possui, realizando até, cada ano, um concurso da melhor comida de boteco.
Os pratos também são variados, geralmente, elaborados a partir de receitas caseiras e regionais: a carne de sol do Nordeste, a carne de porco e o tutu de Minas. Os nomes são ingeniosos:” mexidoido chapado”, “porconóbis de sabugosa”, “costela de Adão” (costelinha de porco com mandioca), “torresminho de barriga”. Há um prato que aprecio sobremaneira, oferecido no Mercado Central de Belo Horizonte e que foi premiado num dos concursos:”bife de fígado acebolado com jiló”. Se depender de mim, este prato deverá constar no menu do banquete do Reino dos céus que o Pai celeste vai oferecer aos benaventurados.
Se bem repararmos, o boteco desempenha uma função cidadã: dá aos frequentadores, especialmente aos mais assíduos, o sentimento de pertença à cidade ou ao bairro. Não havendo outros lugares de entretenimento e de lazer, permite que as pessoas se encontrem, esqueçam seu status social e vivam uma igualdade, geralmente, negada no cotidiano.
Para mim o boteco é uma metáfora da comensalidade sonhada por Jesus, lugar onde todos podem sentar à mesa e celebrar o convívio fraterno e fazer do comer, uma comunhão. E para mim, é o lugar onde posso comer sem má consciência.
Dedico este texto ao cartunista e amigo Jaguar que aprecia botecos.
segunda-feira, novembro 07, 2011
Resumo da péssima fase e os 15 pontos que salvam
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Por Moriti Neto
Difícil falar do São Paulo sem apelar às mesmices sobre mau momento, jogos fracos e apatia (que resulta em tremedeira) no Campeonato Brasileiro. Também é quase impossível dar algum ineditismo à análise dos erros da diretoria são-paulina capitaneada por Juvenal Juvêncio (arrogante e, ao menos hoje, desarticulado politicamente, sendo o segundo item consequência do primeiro).
O vexame da derrota contra o Bahia não se caracteriza pelo resultado em si. No futebol, tem dessas coisas, principalmente num campeonato tão oscilante e vacilante do ponto de vista técnico. O líder Corinthians – na reta decisiva e com 40 mil torcedores a favor – perder do América, inevitavelmente rebaixado e pior time da competição, com apenas quatro vitórias em 32 jogos, é sintoma disso. O que não pode é o São Paulo cometer tantos erros crassos numa partida.
Duas vezes na frente do placar, os são-paulinos tomaram gol de Souza quando os baianos fizeram 1 x 1, depois de Wellington, num golaço, marcar o primeiro do Tricolor Paulista. Souza, aquele de Goiás, Flamengo e Corinthians (foi até artilheiro de Brasileirão, em 2006) deu um baile em João Felipe. Não só no lance do tento anotado, em que tomou um corte seco, de cair sentado. Enquanto esteve em campo, o zagueiro permitiu que o limitadíssimo centroavante fizesse o que bem entendesse.
Alguns detalhes, no entanto, davam certa esperança ao torcedor. Lucas, que não jogava nada fazia tempo, deu o ar da graça. Fez boa etapa inicial e, na segunda, instantes após o empate do Bahia, acertou um belo chute, no ângulo de Marcelo Lomba. Outro golaço. 2 x 1.
Não demorou que uma jogada começada em cobrança de falta chegasse aos pés de Cicero, improvisado na ala-esquerda, e terminasse em novo bom chute. A bola bate nas duas traves baianas antes de entrar. O jogo parece resolvido, indicando que a torcida comemoraria três pontos depois de oito rodadas, quem sabe até com condições reais de brigar por “objetivos maiores”.
Só que se os treinos de repetição de Emerson Leão deram alguma confiança para os atletas chutarem, o “tratamento de choque” proposto pelo técnico (com perdão do trocadilho) resultou num curto-circuito em Salvador.
Assim que tomou o terceiro, Joel Santana colocou os meias Lulinha e Nikão – algo que deveria deixar os são-paulinos mais tranquilos. Contudo, logo de cara, o primeiro fez o gol número dois do mandante, justamente depois de jogada do segundo.
O São Paulo sumiu de campo. Apagou. E viria a desmoronar com novo empate do Tricolor de Aço, com gol de cabeça do baixinho volante Fahel, que ninguém no sistema defensivo paulista marcou.
Sem reação, tremendo como um time principiante, a virada era questão de tempo contra o time do Morumbi. E ela veio com jogada de Nikão (de novo!) que um assustado Luiz Eduardo tratou de empurrar para o próprio gol.
Daí em diante, foi de doer ver a postura medrosa dos jogadores são-paulinos, que perderam quase todas as divididas. Ainda que o adversário estivesse com “um a menos”, já que o contundido volante Fabinho se arrastava em campo, os visitantes fugiram do jogo.
Cansaço, contusão e erro de Leão
Quando tomou o segundo gol, Leão preparava o banco, pensava substituições. Antecipado por Dagoberto e João Felipe, continuando a perder todas para Souza, que alegaram cansaço e pediram para sair, o técnico pôs Marlos e Rodrigo Caio. Errou nas duas mexidas.
Colocar Marlos era arriscado demais, pois o jogador erra quase tudo que tenta, ainda que em jogos tranquilos. Numa partida de forte pressão, a perspectiva de falha aumenta severamente.
Na entrada do volante Rodrigo Caio como zagueiro, Leão errou também. Não porque o garoto fosse incapaz de executar a função, mas tinha Denílson à disposição e, em momento tão claudicante da equipe emocionalmente, apostar na experiência seria prudente.
Além disso, para coroar a péssima jornada: azar e mais incompetência. Em poucos minutos, Rodrigo Caio torceu o joelho. Foi examinado pela equipe médica que atestou que o menino poderia voltar ao gramado, algo desmentido pelos instantes seguintes que forçaram Leão a trocá-lo por Denílson.
A atuação bizarra resume a fase são-paulina que deixa o time perto de recorde negativo e evidencia uma campanha digna dos piores do returno. O Tricolor está nove rodadas sem saber o que é vitória na competição. Na história dos brasileiros, só foi pior em 1996, quando passou dez jogos sem ganhar. Nos últimos nove confrontos da atual edição, obteve 21% de aproveitamento. No total do segundo turno, a coisa fica em 36%. Como observei em post anterior, índice de candidato ao rebaixamento.
Numa análise fria, depois de três temporadas de tantos erros, culminando nesta, com quatro técnicos diferentes no comando do São Paulo, não são os 15 pontos que restam a disputar no Brasileiro a alegria são-paulina. São os 15 conquistados no começo do campeonato, ainda com Carpegiani, que nos salvarão da briga para não cair. Dureza.
Nordeste legal
Independentemente do resultado e dá fase ruim do clube de coração, é legal demais ver a torcida do Bahia e o clima contagiante do nordeste num estádio cheio. No sábado, a torcida baiana deu espetáculo e, de fato, impulsionou o time. É cedo ainda, mas a vitória sobre o São Paulo é combustível moral para o Tricolor de Aço permanecer na Série A. Assim como o Ceará, que venceu o Avaí fora de casa e deu um passo fora da zona de descenso, e quem sabe o Náutico, bem na Série B, os baianos são garantia do futebol visto como festa.
quarta-feira, novembro 02, 2011
Nelson Cavaquinho chamou a morte pra sambar
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Confira abaixo a entrevista feita por e-mail com Carlinhos Vergueiro, que lança nesse mês um CD inteiramente dedicado a Cavaquinho, com participações nobres como as de Chico Buarque e Wilson das Neves.
Futepoca - Nelson vendeu várias das suas composições. É possível ter uma ideia de quantas músicas de fato ele compôs ao longo da vida?
Futepoca - O primeiro álbum dele foi lançado somente em 1970. Por que demorou tanto a gravar um disco?
Futepoca - Na sua opinião, é possível dissociar a obra e o modo de composição de Nelson Cavaquinho do seu estilo de vida boêmio? Um poderia existir sem o outro?
Futepoca - E qual a linha desse seu novo trabalho, que também tem como foco a obra do compositor?
Futepoca - Você acha que hoje Nelson Cavaquinho tem o devido reconhecimento no meio musical e pelos brasileiros em geral?
terça-feira, novembro 01, 2011
Lula vai desfilar na Gaviões, diz Dilma
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O ex-presidente Lula, internado ontem e hoje no hospital Sírio Libanês para dar início à quimioterapia que combaterá o tumor encontrado em sua laringe, recebeu nesta segunda a visita da presidenta Dilma. Ela, que também lutou recentemente contra um câncer linfático, saiu otimista da visita, segundo matéria do Diário de S. Paulo.
A manchete do jornal, aliás, é o que me instigou a escrever o post: “Ele vai desfilar na Gaviões”. Foi tirada da seguinte declaração de Dilma: "Eu estive visitando o presidente Lula e saio muito contente, porque achei ele muito bem, muito disposto, com aquela imensa energia que o presidente Lula tem. Então eu saio daqui certa que, em janeiro, nós veremos o presidente Lula desfilando na Gaviões da Fiel", disse a presidenta, lembrando que a corintiana escola de samba homenageará Lula no Carnaval 2012.
No domingo, torcida e clube corintianos homenagearam o presidente (foto: Edson Lopes Jr./Terra). E chegamos ao verdadeiro motivo do texto: publicar aqui o vídeo do samba da Gaviões, que quase encheu de lágrimas meus corintianos e esquerdistas olhos. Aproveitem. E força, Lula!
segunda-feira, outubro 31, 2011
Corinthians 2 x 1 Avaí: Virada na raça afasta tragédia e retoma liderança
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O Corinthians jogou mal contra o Avaí na tarde deste domingo, num Pacaembu cheio e que recebeu horas de chuva brava durante a partida. Jogou mal, sofreu um gol fruto de jogada em (difícil) impedimento, teve um zagueiro expulso, por, no mínimo, um baita excesso de rigor. Cenário propício para uma tragédia – que não se consumou. O Timão virou a partida no segundo tempo, na raça e na coragem, levando ao delírio uma torcida encharcada. Jogo difícil e mais um passo na briga pelo título, esse de grande valor anímico. Até porque, com o empate arrancado pelo São Paulo contra o Vasco, no Rio, voltamos para a liderança, o que significa depender apenas das próprias pernas – e de uma ajudinha dos deuses, claro.
O destaque foi Emerson, que, voltando de lesão, começou no banco e entrou no lugar de Jorge Henrique. Foi o melhor jogador, como vinha sendo em boa parte dos jogos antes de se machucar. O atacante se mexe muito, procura o jogo, dá opções aos companheiros. Como fez no gol de empate, após belo passe de William, jogador às vezes meio bom, às vezes meio ruim, e que ontem estava mais inspirado.
Liedson também merece os parabéns por ter achado o gol da vitória numa cabeçada improvável. É interessante o senso de colocação do atacante. Em várias jogadas é possível vê-lo procurando um espaço vazio e tentando antecipar aonde a bola deverá cair depois de outras disputas. Nessas, acertou em cheio.
Quem também acertou foi Tite, ao não tirar um atacante para recompor a defesa após a expulsão do zagueiro Leandro Castan. Ao evitar a resposta padrão e optar por recuar Ralf para cumprir a função, o técnico manteve o poder de fogo do time e foi premiado com a virada. Acertou aí, mas errou ao botar Jorge Henrique pra jogar. O baixinho já teve excelentes momentos com a camisa alvinegra, mas não se encontra mais. O bom Edenilson, rápido e com visão de jogo, parece ser uma opção melhora na ausência de Émerson e Alex. E falando em troca de guarda, Welder pode muito bem assumir a vaga de Alessandro. O lateral avança bem, dribla e cruza sempre com perigo.
Na próxima rodada, vamos a Minas Gerais pegar o quase desenganado, mas ainda desesperado, América MG. Entre os problemas, a zaga hoje titular está suspensa, com terceiro amarelo para Paulo André e a expulsão de Castán. Devem vir Wallace e o afastado Chicão, zagueiro mais técnico do elenco, mas que perdeu espaço, segundo consta, por disputas de cunho panelístico com o técnico Tite. Espero que volte com vontade de mostrar que merece a camisa 3.
Entre as boas notícias, podemos ter Emerson, Alex, Danilo e Liedson juntos. São os quatro melhores jogadores do meio pra frente hoje. Os que mostram mais qualidade e têm resolvido a maioria dos jogos. Se um deles não jogar, deve entrar William, que também ajuda. Estamos com um bom elenco, principalmente do meio pra frente. Depois do América, vem outro mineiro, o Atlético, ainda ameaçado pela Série B, mas já mais distante do alçapão. E com melhor futebol (o Palmeiras que o diga), muito graças ao bom Daniel Carvalho. Vai, Corinthians!
domingo, outubro 30, 2011
Santos 4 X 1 Atlético-PR - Furacão vira brisa com Neymar
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Precisa legenda? (Foto Santosfc) |
sábado, outubro 29, 2011
Força, presidente
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Foi divulgada neste sábado a notícia de que o ex-presidente Lula teve diagnóstico de câncer na laringe.
sexta-feira, outubro 28, 2011
Enquete: Quem errou mais ao chamar quem?
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A semana teve novidades, decisões, choros, mudanças e convocações de ordens distintas. Várias delas questionáveis. O Futepoca propõe uma enquete de interesse público:
Quem errou mais ao chamar?
Dilma a Aldo Rebelo
O ministro Orlando Silva caiu do Esporte. Para seu lugar, o deputado Aldo Rebelo, também do PCdoB, foi chamado. Se, por um lado, o moço presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol, em 2001, que virou até livro com denúncias contra a cartolagem do ludopédio, depois teria mudado. Há quem diga que se converteu em amigo de Ricardo Teixeira, presidente quase eterno da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ao mesmo tempo, ele acumula desgastes com setores como o dos ambientalistas, depois de ter sido relator do Código Florestal na Câmara dos Deputados e feito o serviço a contento dos ruralistas. A senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional dos Agricultores (CNA), comemorou a escolha. O problema é que, apesar da força dos ruralistas no Congresso na hora de fazer progredir a mudança na legislação ambiental do país, isso não bastou, por exemplo, para fazer Aldo Rebelo vencer Ana Arraes (PSB-PE) na disputa por uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Ou seja, apoio de ruralista pode até camuflar atrás de umas moitas de cana ou de uns bois pastando. Mas não blinda ninguém.




Quem errou mais ao chamar?
quinta-feira, outubro 27, 2011
Volta com eliminação esperada, desastre até agora e um vai tarde
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Por Moriti Neto
Bastaram 9 minutos para que o Libertad tirasse a vantagem do São Paulo ontem, em Assunção, no Paraguai, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana. Ali se dava o inicio da história que marcaria a volta com derrota e eliminação do técnico Emerson Leão ao Tricolor Paulista.
Leão chegou com a missão de dar um “choque” e “postura de time grande” – palavras do presidente Juvenal Juvêncio – ao São Paulo. Antes do jogo, disse que optaria por não valorizar a vantagem obtida no confronto de ida. Ao menos na escalação, essa era a proposta. Denílson e Cícero foram sacados para as entradas de Carlinhos Paraíba e Marlos, teoricamente mais ofensivos. O problema é que a qualidade de ambos é baixa. Os dois correm muito, fato, mas, cada qual a um estilo, têm baixa efetividade com a bola. Assim, a aparente posição agressiva caiu por terra e os donos da casa é que tomaram conta da peleja.
Já na primeira bola perdida, aos 2 minutos, o torcedor são-paulino relembrava que os defensores não têm a força necessária para suportar anfitriões impetuosos, ainda que o ímpeto parta de um time mediano, como o Libertad. Outro bônus encontrado pelos paraguaios foi a habitual fraca marcação são-paulina pelos lados.
Foi mais que justo o tento que começou a desenhar a desclassificação tricolor. Os paraguaios, com tabelas pelos flancos, ganharam o campo de cara e forçaram os são-paulinos a recuar. Tal foi a postura de recuo que Luis Fabiano apareceu na grande área defensiva para cometer pênalti em Maciel. Eram 9 minutos. Sergio Aquino não desperdiçou. Chutou forte e abriu 1 x 0.
Leão mostra alguma coisa; não foi suficiente
Na sequência do gol, Rogério Ceni, que vinha com um problema no tornozelo esquerdo, pediu para trocar a proteção no local. Após a parada, Dagoberto virou armador, Marlos foi adiantado e Lucas flutuava entre o ataque e arrancadas pela meia-direita. Leão orientou Carlinhos Paraíba e os laterais para fazer a bola chegar a Luis Fabiano. Com as mexidas, Dagoberto lançou Piris, que chutou na trave, aos 14 minutos. O jogo dava esperanças de equilíbrio. Aos 31, Juan perdeu (sem novidade) chance de frente para o goleiro. A expectativa de reação parou por aí.
No segundo tempo, o São Paulo voltou sem Luis Fabiano, com dores musculares. Ainda que pouco útil e infeliz na peripécia defensiva que resultou no pênalti, o centroavante foi ausência sentida. O time ficou sem referência. O substituto era Fernandinho. Bem, Fernandinho é aquela coisa. Homem de uma jogada só, manjada. É sempre receber o esférico e tentar a saída pela esquerda (o Leão da Montanha era melhor nisso).
Sem a peça de área e, claro, sem articulação, restavam lances isolados para que o Tricolor empatasse. Aos 19, Dagoberto cobrou falta, Rhodolfo cabeceou e mandou para as redes. Num lance difícil, a arbitragem anotou impedimento.
Era sensação patente que a partida terminaria mal para o São Paulo. Aos 20, o técnico do Libertad, o argentino Jorge Burruchaga, aproveitando a paralisia do adversário, decidiu mudar o ritmo. Aos 20, colocou em campo Rodolfo Gamarra, no propósito de conferir velocidade ao time paraguaio. E o atacante nem precisou de muito tempo para aproveitar a oportunidade. Bastaram dois minutos e ele encontrou Ariel Núñez, livre, impedido, que sacramentou os 2 x 0.
Dali para frente, o Libertad matou o São Paulo na intermediária. E o único golzinho que o Tricolor teria para marcar em ao menos 25 minutos, garantindo a classificação, não saiu. Pior: de bom, o time não produziu nada. Ainda perdeu Rogério Ceni, que depois de 133 partidas seguidas sem sair de campo foi substituído com fortes dores no tornozelo esquerdo. Contra o Vasco, pelo Brasileiro, no domingo, além do capitão, não deve ter Luis Fabiano.
Enfim, a temporada são-paulina é um desastre até o momento. Troca de técnico quatro vezes, eliminado da Copa do Brasil pelo Avaí, goleado pelo maior rival por 5 x 0, e, agora, muito provavelmente fora da Libertadores de 2012, já que ontem, na Sul- Americana, uma porta se fechou e a outra, no Campeonato Brasileiro, do jeito que a coisa vai, deve se encerrar em poucas rodadas. Triste.
Racismo de novo?
Não foram somente a derrota e a eliminação que irritaram o lateral-esquerdo Juan na noite passada. Expulso no último minuto do jogo, o jogador deixou o gramado do estádio Nicolás Leoz acusando o árbitro colombiano Wilmar Roldán de racismo. De acordo com o são-paulino, Roldán o teria chamado de “macaco”. A diretoria do São Paulo deveria pedir apuração e a Conmebol, no mínimo, apurar a história. Duvido que o façam.
Um pouco da troca de técnico e Dagoberto
Segundo a direção do clube, Leão chegou para chacoalhar o elenco. Não aprecio essa coisa de “disciplinador”, “sargentão” e tal. Deixo isso para os quartéis que, sinceramente, no que me toca, não são modelos de civilidade. Os pontos fulcrais para contratar um treinador devem ser a capacidade de montar elencos e de aproveitar o melhor das características dos atletas. Emerson Leão soube fazer isso no passado. Foimuito bem no Santos e no próprio São Paulo.
De qualquer forma, para quem defende a necessidade do “choque”, deixo duas perguntas. Qual a motivação de contratar um técnico que a própria direção diz que não deve ficar mais do que até o final deste ano? Se a intenção é mexer com os jogadores acomodados, que condição moral um sujeito com data marcada para sair terá?
Sobre Dagoberto, que dizem ter um pré-contrato assinado com o Inter, para onde iria em abril de 2012, quando se encerra o vínculo com o Tricolor, é melhor sair já no fim deste ano. E que tenha boa sorte no sul. Dentro de campo, tem algum talento – longe do que pensa ter – mas é descompromissado, individualista e pouco decisivo. Como ser humano, pelo que mostrou em algumas oportunidades, tenho dúvidas. Não foram poucas as vezes que esbravejou na mídia contra técnicos e elenco, posando de vítima ou transferindo responsabilidades. Até mesmo de Muricy Ramalho, que muito o ajudou em 2007, na chegada do atacante ao Morumbi, reclamou, sempre usando câmeras e microfones. Se o acerto com o Colorado for fato, vai tarde.