Destaques

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Na cachaça tudo posso!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Essa eu ouvi ontem em um bar de madeira nas margens da estradinha que liga os municípios de Cândido Rodrigues e Fernando Prestes, no interior de São Paulo: há uns 30 ou 40 anos, os donos de uma rádio local ofereceram uma bolada para dois manguaças subirem na torre da emissora para trocar uma lâmpada. Era muito dinheiro, eles nem conseguiam se imaginar com aquela soma nos bolsos. Munidos de correias, cintos e a nova lâmpada, pegaram suas bicicletas e foram até o local. A torre tinha quase 50 metros e não parecia muito firme. O primeiro deles ajeitou o cinto, abraçou a torre com uma corda e começou a subir. No meio do caminho, berrou:

- Ah, compadre, não vai dar, não! Muito perigoso! Vou descer!

O outro deu risada do colega e se preparou para subir e cumprir o serviço.

- Sai pra lá, medroso! Por esse dinheiro eu subo até o céu, deixa eu te mostrar.

E começou a subir, bem mais ligeiro, como se já visse em sua frente o saco de dinheiro - e as pingas que tomaria com tudo aquilo. Mas a torre começou a vergar temerariamente e, mesmo tendo ultrapassado a metade da distância, teve que entregar os pontos.

- Ah, companheiro, isso vai cair! Não tem jeito, vai desabar! Vou sair daqui!

Derrotado, desceu e compartilhou a aflição do amigo. Não era possível desistir daquele dinheiro, nem passar a vergonha de ter assumido um compromisso e não cumpri-lo por medo. Com esses maus pensamentos na cabeça, cada um deles ainda fez mais duas tentativas, todas invariavelmente fracassadas. Desolados, pegaram os equipamentos e as bicicletas e rumaram para o boteco mais próximo, para afogar o vexame. Logo que chegaram, o dono do bar indagou sobre o serviço e, sabendo que não tinham conseguido, soltou uma gargalhada. Logo a notícia se espalhou, para zombaria completa dos bêbados e fofoqueiros.

- Que vergonha, hein, compadre? Que que nós vamos dizer lá na rádio?

- Nem me fale, não gosto nem de pensar. E o dinheiro? Nunca mais na vida a gente vai ter uma oferta dessas!

E derrubaram o primeiro, o segundo, o terceiro, até o décimo copinho de pinga cada um, para anestesiar a decepção. De vez em quando, notavam pelo rabo do olho os risinhos de escárnio dos frequentadores do bar. No décimo primeiro copo, um dos amigos decidiu:

- Ah, eu posso morrer e nem receber o dinheiro, mas a vergonha de ter prometido uma tarefa e não ter feito, isso eu não levo pro túmulo! Vou voltar lá!

- Tá certo, compadre! Eu vou junto. E se precisar morrer também, eu morro. Mas não passo esse vexame.

E lá se foram de volta. Ninguém sabe ao certo o que (ou como) aconteceu, pois não se teve mais notícias dos manguaças por aquelas bandas. Mas que a lâmpada nova estava rosqueada lá no alto, ah, isso estava sim....

Metáforas futebolísticas prometem animar ano eleitoral

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Foto: Reprodução

Bola pra frente que 2009 já era, pelo menos em termos esportivos. Etílicos jamais, afinal, sempre é hora de tomar umazinha, mas quanto ao cenário político ainda tem muita gente enrrolada, esperando os segundos para a virada do ano.

Aliás, 2010 será um ano eleitoral que promete regar de emoções nossos dias. Não faltarão denúncias, alfinetadas, a imprensa repercutindo cada detalhezinho estúpido das campanhas, pesquisas de intenção de voto, políticos tentando salvar seus empregos e, claro, não vai faltar a tradicional prefêrencia pela metáfora futebolística que nosso presidente Lula tanto gosta utiliza. Em 2009, a quantidade de metáforas foi fantástica, mas no final do ano o presidente caprichou.

Em uma fala só, Lula propagou vários conceitos do esporte sagrado da terra brasilis. Em entrevista a uma rádio carioca nesta terça-feira, 22, o presidente explicou a importância de pensar coletivamente. "Às vezes você tem um cara extraordinariamente bom de bola, mas na hora de escalar, você escala um que, taticamente, vai cumprir uma função melhor para o time. Ou seja, não basta o cara ser bom de bola. O cara tem que, primeiro, saber trabalhar em equipe, saber que jogo não se ganha sozinho, e saber que dos 11 em campo, cada um tem uma tarefa e cada um tem que participar da vitória", afirmou o presidente. Em seguida o radialista perguntou se Serra poderia ser um bom técnico. Lula respondeu "Ah, não. Eu acho que não seria mesmo".

Em um café da manhã com jornalistas na última segunda, Lula afirmou que "dois Tostões" não teriam necessariamente resultados positivos - em referência a uma eventual chapa tucana formada pelos governadores de SP e de MG, José Serra e Aécio Neves. Como resposta, o presidente do PPS, Roberto Freire, afirmou que os tucanos tem "dois craques, já eles (os petistas) uma perna de pau". Já o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, agradeceu Lula por reconhecer os craques tucanos. "Tenho que agradecer ao presidente Lula porque reconhece os raques da nossa seleção. Agora não vejo problema em escalar dois craques, como Tostão e Pelé na Copa de 70", respondeu o senador tucano. Teve também a contestação do governador José Serra, que afirmou que dois bons jogadores podem sim atuar no mesmo time. "Acho que, quando o jogador é muito bom, dá para duplicar. Dá-se um jeito de colocar os dois em campo. "Mas, quando questionado se a mesma teoria pode ser aplicada à política, Serra disse: "Vamos pensar a respeito."

Ano de Copa e de eleição, 2010 promete.

Em tempo
O promotor de Justiça Militar Mauro Faria de Lima apresentou nesta segunda-feira, 21, denúncia no TJ-DF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) contra os coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal Luis Henrique Fonseca e Silva Filho, por lesão corporal. Os dois foram os responsáveis pela coordenação da operação que acompanhou uma manifestação contra a série de denúncias do governo Arruda (ex-DEM) e que acabou em pancadaria e truculência da polícia. Caso a denúncia seja aceita pela Justiça Militar e os coronéis sejam condenados em um eventual julgamento, a pena para lesão corporal leve é de três meses a um ano de detenção.

terça-feira, dezembro 22, 2009

PQFMTMNETA 9 - O dia em que um Preá virou herói (2008)

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Série que iniciei no Futepoca em novembro de 2008 e que, por esquecimento, permaneceu sem atualizações desde abril deste 2009 que está acabando. A ideia é Nesse espaço mostrare eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento. Agradeço sugestões!


PQFMTMNETA 9 - O dia em que um Preá virou herói (2008)

Palmeiras e Portuguesa se enfrentavam no Parque Antarctica pela 17ª rodada da primeira fase do Campeonato Paulista de 2008. Depois de uns tropeços iniciais (com direito a uma derrota por 3x0 para o Guaratinguetá), o Alviverde se aprumava e dava mostras de ser o melhor time da competição. O grupo comandado por Vanderlei Luxemburgo ostentava uma invencibilidade de oito jogos e uma sequência de cinco vitórias consecutivas - duas delas nos clássicos contra Corinthians e São Paulo.

A classificação para as semifinais parecia de certo modo garantida, mas não convinha vacilar.

Do outro lado, a Portuguesa fazia uma campanha intermediária mas ainda almejava a classificação para as semifinais. Vencendo no Parque Antarctica e triunfando também nas duas partidas que restavam - e com alguns tropeços dos concorrentes - a Lusa ainda poderia beliscar uma posição entre os quatro melhores do torneio.

Mas o jogo passou e o Palmeiras não conseguia furar o bloqueio luso. A Portuguesa atacava vez ou outra, mas o que mais se via no Palestra Itália era um Palmeiras que detinha a posse de bola mas que não transformava isso em chances claras de gol.

Até que aos 48 do segundo tempo a bola foi alçada na área lusitana. E, segundo aquele roteiro típico da dramaticidade que só o futebol pode proporcionar, pipocou por entre pés, mãos e cabeças até alcançar a chuteira de Jorge Preá, que a estufou para as redes.

Um gol histórico, emocionante, que marcou a campanha do Palmeiras naquele campeonato - que, como se sabe, culminaria no título paulista, obtido após uma fácil final contra a Ponte Preta e uma gaseificada semifinal contra o São Paulo.

Jorge Preá comemorou a conquista e colocou a faixa de campeão paulista no peito. Mas não teve vida longa no Parque Antarctica. Poucos meses depois de ser herói foi emprestado ao Atlético-PR, como contrapeso na transação que levou o zagueiro Danilo ao Verdão. Também não se destacou no Furacão, e pouco depois estava no Bragantino. Mais insucesso: sua passagem na terra da linguiça não foi das mais memoráveis, e a partir do Paulistão de 2010 Jorge Preá tentará a vida no Mogi Mirim, onde terá como companheiro o volante Baraka.

Seu retorno ao Parque Antarctica poderá acontecer logo na primeira rodada do Paulistão 2010 - Palmeiras x Mogi é um dos jogos que abre o certame. Resta saber como a torcida alviverde recepcionará Jorge Preá que, em 26 de março de 2010, foi o maior herói da história do Palmeiras, ao menos naquele dia.

Cerveja está liberada para a ceia, diz ambientalista

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A cerveja está liberada para a ceia de natal e ano novo. A análise é de Adalberto Marcondes, jornalista especializado em temas ambientais, quando questionado sobre formas de se garantir uma ceia sustentável, quiçá carbono-neutro.

Foto: Alexandre Jaeger Vendruscolo/Sxc.hu
A principal recomendação são atitudes e consumo preocupados com o ambiente sem "perder de vista que qualidade de vida também é ter acesso a algumas coisas que dão prazer".

Tudo o que emite muito gás de efeito estufa vale a pena ser evitado. Isso inclui vinhos europeus, porque o transporte – especialmente o aéreo – emite muito carbono para alcançar mais de 800 quilômetros por hora em velocidade de cruzeiro. O melhor seriam vinhos orgânicos produzidos o mais perto possível. Mas se não rolar, no máximo chilenos ou argentinos.

Refrigerantes podem ser abolidos. Em seu lugar, a receita são sucos de fruta, porque a produção do "suco negro do capitalismo" usa muito carbono. Pelo jeito, nem água com gás nem tônica se salvam.

No caso da cerveja, vale a mesma máxima do vinho: preferência por marcas orgânicas e produzidas em regiões próximas. A questão é que a gelada não tem jeito de ser substituída à altura. Então, já para a mesa.

Todas as recomendações, incluindo misturas, entradas e acompanhamentos, estão na reportagem de Suzana Vier.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Final justo no Mundial de Clubes

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O duelo entre Estudiantes e Barcelona que, no sábado, definiu o Campeonato Mundial de Clubes, passou longe, mas bem longe de ser uma boa partida de futebol. Foi mais algo próximo de uma pelada, como o Manchester x LDU do ano passado.

Assisti o jogo a partir do segundo tempo, então, se a primeira metade da partida foi diferente, por favor acrescentem informações nos comentários. Mas o que eu vi foi um Estudiantes acuado, com má qualidade mesmo, refém de um Barcelona que martelava, martelava e martelava, mas sem a eficiência necessária.

Ganhando de 1x0, o Estudiantes abriu mão completamente de qualquer tentativa de ataque. A análise de Mauro Cézar Pereira, que comentava o jogo pela ESPN, foi precisa: mais do que um "recuo para garantir o resultado", o que acontecia com o Estudiantes era uma imposição determinada pelo adversário. Só o Barcelona jogava.


Mas custava a vencer. Tanto que só empatou no último instante do segundo tempo; na prorrogação, com mais qualidade técnica e condicionamento físico, obter a virada era questão de tempo. E ela veio, com Messi - que teve uma partida mais do que apagada mas, por circunstâncias do futebol, acabou o jogo como herói. Ainda conquistou o prêmio FIFA de melhor do campeonato.

De certo modo, o jogo de sábado seguiu um roteiro de tantas e tantas partidas que vimos por aí: um time de menor qualidade acha um gol e inicia um bate-rebate desesperado implorando para que o jogo acabe. Seria injusto o Estudiantes levantar a taça. Parabéns, Barcelona!

E com o triunfo, a Europa empata o placar com os sul-americanos na somatória de todos os torneios - agora são 26 conquistas pra cada lado.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

A despedida de Elias

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Por Mouzar Benedito

 

Quando Elias completou 31 anos como lateral esquerdo da Esportiva Nova Resende, resolveram fazer para ele uma festa de despedida do futebol, sem que ele soubesse. Um detalhe: os 31 anos não eram de idade (que devia estar por volta dos 50), mas só o tempo dele como titular do time. Se deixassem, ele continuaria ainda. A festa foi um jeito sutil de tirá-lo pelo menos da equipe principal.

A despedida seria contra o time da Ventania, que topou o acerto: a primeira bola que fosse na sua área, um zagueiro deveria pôr a mão intencionalmente. O Elias seria encarregado de bater o pênalti e o goleiro tinha a obrigação de não defendê-lo. Aí seria feita uma grande badalação, com discursos e tudo o mais. Depois recomeçaria o jogo, já com outro titular na lateral esquerda da Esportiva. E alguém daria também um pênalti intencional a favor do time da Ventania. Só daí pra frente o jogo seria pra valer.

Desde meia hora antes do início do jogo, todos os seresteiros da cidade se revezaram num microfone improvisado em cima de um caminhão, cantando "Ave Maria do Morro", a música preferida do Elias.

Com todo mundo em campo, fez-se um minuto de silêncio em homenagem a um ex-craque da Esportiva, que tinha morrido dias antes. Em seguida, o juiz deu o início à partida e tudo correu conforme o combinado.

Aos cinco minutos de jogo, veio o pênalti. Elias bateu e marcou o gol, foi carregado pelos jogadores até o caminhão que servia de palanque. O presidente do time discursou rememorando os grandes momentos do jogador que se despedia, o prefeito falou em seguida sobre o grande cidadão que honrava a cidade e, pra completar, foi designado para falar, representando os jogadores, o meia-direita Luizinho do Lica. O que ele fez não foi bem um discurso, falou apenas isso:

— Olha, gente, só de minuto de silêncio, o Elias tem um ano e meio!



Mouzar Benedito é amigo dos integrantes do Futepoca e, tal como eles, é apreciador de cachaça boa e já foi jurado do festival da cachaça de Sabará. Saciólogo, geólogo e jornalista, é autor dos livros João Rio, 45; 1968, por aí, entre outros.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Deus salve o Américo!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Um belo dia dessa semana que custa a passar para os trabalhadores brasileiros, Carminha, eminência parda deste blogue, chegou à editora cantando "Américo bebeu/bebeu, bebeu, bebeu/chegou de madrugada/a mulher se aborreceu". Diante dos olhares de estupefação de seus companheiros de trabalho, tentou justificar que tal canção existia, mas, dada a sua prodigiosa memória, não conseguiu lembrar de onde era.

Após exaustivas pesquisas no Google, foi achada a origem da música. Composta por Pedro Caetano e Alcydes Pires Vermelho, a marchinha de carnaval foi um grande sucesso do ano de 1946. O primeiro intérprete foi o grupo Quatro Ases e um Coringa (foto abaixo), cuja formação original, carioca da gema, tinha Evenor Pontes de Medeiros, José Pontes de Medeiros, Permínio Pontes de Medeiros, André Batista Vieira (o Curinga), e Esdras Falcão Guimarães (o Pijuca). De acordo com o Wikipedia, no mesmo ano que entoaram as peripécias americanas, gravaram Baião, sucesso de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.



Salve o Américo (Pedro Caetano/Alcydes Pires Vermelho)

O Américo bebeu
bebeu, bebeu, bebeu
Chegou de madrugada
A mulher se aborreceu
O dia raiando
Cadeira voando
Vassoura cantando
Ficou bombardeado, coitado
Deus Salve o Américo
Ficou como as Ilhas do Japão
A bomba estourou na sua mão
Deus Salve o Américo
Que o bombardeio não é sopa, não!!!

A gravação original do grupo está aqui. Já a regravação de Cristina Buarque (sim, a irmã do Chico) e Banda Glória está aqui.

E como diria um companheiro da redação, quem não foi Américo um dia...

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Mundial de Clubes para (parte) dos delegados da Confecom

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Enquanto os delegados da primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) se digladiavam para definir as propostas enquadradas do 4-4-2 e as que seriam aprovadas por mais de 80% dos delegados de cada um dos 15 grupos de trabalho, um valor maior se alevantou. A partida entre Barcelona e Atlante, do México, pela semifinal do Mundial de Clubes da Fifa mobilizou uma dúzia de participantes.

A Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra) mantém dois televisores de tela plana e full HD sintonizados o tempo todo na Bandeirantes. Pobre Rede TV!, que divide as contas da associação que é uma dissidência antiga da Associação Brasileira de Rádio e TV (Abert), que sequer participa da Confecom.

As imagens não falam por si, nem mostram grande comoção, além de serem mal tiradas. Mas pelo menos justificam o post.


Alguns nem repararam na transmissão


Enquanto os dirigentes dos empresários avaliavam o estrago
(e o sucesso) feito nos grupos de trabalho, tinha gente com
coisa mais importante pra fazer


Antes, durante o programa Jogo Aberto, um ou outro delegado parava por lá para assistir, sem som, aos comentários de Renata Fan, Neto, Renata Fan, Osmar de Oliveira e, principalmente, Renata Fan. Tinha gente tanto da sociedade civil quanto dos empresários. Isso porque o programa foi campeão de denúncias de conteúdo inadequado para a classificação indicativa do Ranking da Baixaria na TV.

O democrata cristão é candidato

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Um anúncio feito no final de novembro transformou o jogo político para 2010. Além de Dilma Rousseff, Aécio Neves, José Serra, Marina Silva e companhia, havia um novo candidato para as eleições presidenciais: José Maria Eymael, ele mesmo, o democrata cristão.

Realizei há duas semanas uma entrevista com o candidato para o meu blog, o Blog Olavo Soares. Confiram lá.

Chamam a atenção duas afirmações do pré-candidato: a primeira é a sua convicção em uma vitória no ano que vem, motivada pelas modificações da lei eleitoral brasileira. E a segunda é algo que Eymael identifica como sendo um clamor popular por uma candidatura de centro - todas as outras já anunciadas, segundo o democrata cristão, estariam na esquerda ou centro-esquerda, no espectro político. Eymael concorda com Lula, portanto.

Vocês acham que Eymael tem razão em suas assertivas?

terça-feira, dezembro 15, 2009

Estudiantes x Manchester 1968

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Hoje o Estudiantes de La Plata venceu por 2 a 1 a Pohang Steelers, da Coreia do Sul, e está na final do Mundial de Clubes em Abu Dahabi. 

A propósito da ocasião, achei esta "pérola" da final da Copa Intercontinental entre Estudiantes e Manchester em 1968, final vencida pelos Pincharratas com gol da Bruja Veron (pai do atual volante da equipe argentina) em Old Trafford. Vale a pena:





Esquema 4-4-2 resolve impasse na Confecom

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Por Anselmo Massad, de Brasília

Na cobertura do Futepoca da primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), o discurso de abertura feita pelo presidente Lula prejudicou os planos. Ocorre que o mandatário da nação, que costuma produzir metáforas em profusão sobre futebol e cachaça, não fez nenhuma menção ao ludopédio. Menos ainda à aguardente da cana-de-açúcar.

Em um trecho, até acho que constava no discurso lido no teleprompter de cristal líquido a expressão "bola pra frente". Mas o fato é que o presidente, ao ler o trecho, disse: "bora pra frente".

Fiquei sem post até a tarde desta terça-feira, 15.

Um impasse travava a Confecom. Na segunda à tarde, a Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra) entrou com um recurso junto à comissão nacional organizadora para garantir um recurso conhecido como "questão sensível" nos grupos de trabalho. A fórmula foi estabelecida em maio para a comissão organizadora, depois estendida à plenária final e, por fim, até com ameaça de abandono da conferência, a cada um dos 15 grupos de trabalho.

Em caso de temas intocáveis para um setor, pode-se alegar que o tema é questão sensível, o que demanda um quórum qualificado para aprovação. Escrevendo de outro jeito: em vez de maioria simples, se um setor resolvesse que não topava uma proposta de jeito nenhum, seria necessário 60% de apoio, incluindo pelo menos um voto de cada setor. Nenhuma outra das mais de 50 conferências nacionais promovidas pelo governo Lula, nem as anteriores, tiveram nada parecido.

Há quem diga que os movimentos sociais agiram por interferência do Palácio do Planalto. Outros asseguram que não foi o caso, que trata-se de uma opção de garantir uma conferência pra lá de contestada pela mídia.

O fato é que na hora de votar o regimento na plenária, as críticas dos movimentos sociais eram pesadas. Então, um grupo de delegados se mobilizou para formular a proposta salva-lavoura: o 4-4-2.

Ninguém fez comparação com o futebol diante dos microfones, mas nem precisava.

Para acabar com o voto sensível, cada setor teria um número de propostas sagradas por grupo de trabalho proporcionais a sua representação. Empresários e movimentos sociais teriam quatro propostas cada e o governo, duas. As outras, seriam votadas sob os padrões normais.

Também não discutiram quem ficaria com qual posição. Se as propostas do governo estariam no ataque do esquema tático dos grupos de trabalho, faltou só discutir quem joga na defesa e quem vai para o meio de campo. Provavelmente os empresários ficariam na zaga, favoráveis a uma retranca para manter quase tudo como está. Talvez os movimentos sociais precisassem ter mais poder ofensivo... Mas isso já são divagações para a mesa do bar.

Também faltou escolher que pega no gol.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Corrida da Cerveja anima a Panetolândia

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Foto: Brunna Rosa

Mais uma modalidade que poderia entrar nas Olimpíadas de 2016! O evento sócio-esportivo-etílico, que aconteceu em Brasília neste domingo, além de promover a atividade física, reforçou ainda mais o que o Futepoca há tempos vem articulando: o Manguaça Cidadão, a política pública que promoverá uma revolução social no país. Agora, vemos que o etilismo (não confundir com elitismo...) saudável e o esporte são absolutamente condizentes.









Atletas da manguaça... até nós temos cãimbras.
Fotos: Brunna Rosa


A ideia original da corrida é do parceiro Papo de Homem e foi adaptada para as terras planas por um grupo de amigos que lançou um site com as regras da participação e as informações gerais. Foram cerca de quatro mil participantes, que antes das 10h da manhã, debaixo de muito sol, já se encontravam presentes no Eixão, fazendo os devidos aquecimentos – etílicos e físicos - para os 3 km da corrida, regada a (muita) cerveja e brindes pela criatividade das equipes. É verdade que muitas das equipes não conseguiram completar o percurso, afinal, profissional que é profissional vai equipado. A reportagem do Futepoca pode constatar no decorrer da corrida carrinhos móveis de churrasquinho, banquinhos, cadeiras, batuques e verdadeiros mini-butecos, com direito a petiscos e jogos de toda espécie.



Carrinho móvel com os churra's. Paradinha para descansar e dominó com destaque para a bandeja de kibe frito. Uma versão do "ocupe o espaço público - faça seu próprio buteco". Fotos: Brunna Rosa

A criatividade não ficou apenas para os apetrechos, os manguaças tiveram que colocar a cachola para funcionar também para descobrirem como deixar os engradados da bebida fermentada geladinha. Cada equipe de 4 pessoas deveria levar um engradado de 24 cervejas de 600ml (ou 44 latas de 350ml ou 32 latões de 473ml), e cada equipe de 2 pessoas devia levar um engradado com 12 garrafas de 600ml (ou 22 latas de 350ml ou 16 latões de 473ml). O resultado foi uma diversidade de ideias mirabolantes, como as fotos amadoras de celular da pessoa que vos escreve tenta retratar. Aliás, vale constar que a equipe Futepoca da Corrida da Cerveja sofreu baixas e apenas eu consegui acordar e marcar a devida presença no recinto, apesar que, devido ao excesso de eventos sócio-esportivo-etílicos, o relato do evento acontece apenas hoje...


















Homens "fraldados" ou fantasiados faziam parte dos planos para manter as cervejas gelaaaadaaa. Fotos: Brunna Rosa


Fora Arruda... que Arruda?

Foto: Brunna Rosa
Mesmo com os gritos e manifestações pelo “Fora Arruda”, sem falar na quantidade de gente fantasiada de panetone, a equipe organizadora do evento tirou o corpo fora e disse que a corrida não teve caráter político e nega qualquer posicionamento sobre os escândalos que assolam a política brasiliense. Uma pena!

A CUT e movimentos que puxam o “Fora Arruda” não estiveram presentes ou, se estiveram, marcavam presença minuscula. Ponto negativo, afinal era uma ótima oportunidade para distribuir aqueles adesivos do “Fora Arruda e P.O”.

E, só para não falar que não falei de futebol.... Outro grito presente em todas as etapas da corrida era “Meeeengoooo” e “O campeão voltou, o campeão voltou”. Ô, cidade para ter tanto flamenguista...

Confecom, futebol e cachaça

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Começa nesta segunda-feira, 14, em Brasília (DF), a primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). O Futepoca não tem delegado, mas como estou aqui, posso fazer a única cobertura de futebol e cachaça do evento.

Ao chegar no aeroporto, um delegado da conferência recém-chegado de um voo de 25 minutos de Goiânia até a capital federal – segundo seus próprios relatos – estava impressionado com a quantidade de policiais militares. "Por causa da Confecom não é, porque tanto policial assim, deve ser bandido chegando", disse. Um PM respondeu sem cerimônia: "É o Flamengo que vai desembarcar".

A piada fácil e de gosto duvidoso não era piada. O blog do Planalto confirma: Agenda: Confecom, Flamengo e confraternização com oficiais-generais. Para ser mais claro, se Lula abre a conferência logo mais às 19h, antes, às 15h30, ele recebeu a delegação do campeão brasileiro de futebol.

No ônibus do aeroporto ao setor hoteleiro Sul, onde estão hospedados os delegados e observadores – e felizmente este autor, que está aqui como jornalista – a mesma ala goiana conspirava. Falavam de alguém que tinha vindo com uma mala tão pesada que até quebrou a alça. Ao parar, cercaram o meliante e exigiram: tinha de mostrar o conteúdo do baú.

"Ele não trouxe roupa", exagerou um. "Era só cachaça!", comemorou outro.

A Confecom dessa turma promete. 

Saad credenciado

Credenciamento iniciado, eu aqui, de crachá branco de jornalista, puxo conversa com um, lamento a cidade não ter esquinas – nem bares nas esquinas – quando chega o presidente do grupo Bandeirantes, Johnny Saad, em meio a cinco outros homens, todos com mais de 1,80 metro de altura. O grupo inteiro está de terno e gravata, menos um. De camisa listada em branco, amarelo e verde, Saad é só sorrisos para os olhares de ninguém.

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Som na caixa, manguaça! - Volume 46

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

VOU PARAR DE BEBER
(Romilson Luiz/ Eládio Sandoval)

Piu Piu de Marapendi

Aí, garçom, vou sentar aqui, mermão
Vô comê, vô bebê, vô engraxá o sapato
Eu vô cuspir no chão e não vou pagar
Falô, então? Traz mais chopinho aí, gente boa!

Pensando bem
Eu vou parar de beber
Se continuar assim
Logo, logo eu vou morrer
(Que coisa triste, meu irmão!)

Pensando melhor ainda
Eu não vou parar de beber mais não
De que adianta eu parar agora
Se eu já tenho o pé dentro do caixão?
(Faloooouu...)

Garçom, desce mais um chope
Me chamam de pau d'água mas não ligo
Ou eu acabo com esse chope todo
Ou esse chope todo vai acabar comigo

Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Até o dia clarear
Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Pendura a conta que eu não vou pagar!

Aê, mermão, cavaquinho!
(entra solo de guitarra)

Pensando bem
Eu tô sozinho demais
(Que coisa triste, gente boa!)
Minha garota me deixou por outro
Porque reclamava que eu bebia demais
(Vê se pode!)

Tudo que vejo
Me faz lembrar do seu rosto
(É isso aí, malandragem)
Mas já descobri que meu destino
É tomar muito chopinho e muito tira-gosto

Por causa disso...

Garçom, desce mais um chope
Me chamam de pau d'água mas não ligo
Ou eu acabo com esse chope todo
Ou esse chope todo vai acabar comigo

Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Até o dia clarear
Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Pendura a conta que eu não vou pagar!

(Compacto simples, Gravadora Lança/Polygram, 1982)


Evite o mau hálito

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

São Paulo, capital, Praça da Sé, eleições de 1998, último comício do Partido dos Trabalhadores. Em uma das barracas montadas pela campanha, militantes fazem fila para disputar alguma coisa no chão. Questionada sobre o inusitado movimento, a pessoa que levou o cobiçado objeto afirma tratar-se de um antiséptico bucal. De fato, os mangua.., quer dizer, os militantes se aproximavam da barraca sussurrando: "-Cadê o Cepacol? Passa aí o Cepacol! Deixa um pouco pra mim!". Quanta preocupação com a higiene...do fígado!

Marcelinho Carioca 2010: um projeto, uma aposentadoria e uma ameaça nas urnas

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Deu no Máquina do Esporte. O xodó da Fiel e pé de anjo Marcelinho Carioca está em vias de se aposentar aos 38 anos, mas pelo jeito já tem emprego garantido para 2010. Ele conversa com a diretoria do Corinthians para ser o "embaixador do Centenário", aproveitando sua alta popularidade entre os torcedores, que se manteve praticamente intacta mesmo atuando em outros clubes. Com três passagens pelo Timão (1993 a 1997, 1998 a 2001 e 2006 a 2007), o quase ex-atleta tem 427 jogos e 206 gols pelo Alvinegro.

Contudo, eesse não é o seu único projeto para 2010. Filiado ao PSB, ele almeja se candidatar a uma vaga na Câmara dos Deputados, juntando-se a outros nomes do mundo da bola que estarão nas urnas eletrônicas no ano que vem.

Para o guru do centenário alvinegro, o diretor de marketing Luis Paulo Rosemberg, Marcelinho é a figura ideal para a função. "O carinho que a torcida tem com ele é uma coisa incomparável. Queremos um rosto para o centenário, alguém que represente tudo que nós vamos fazer. Alguém que vá falar com as crianças e com os jovens, que promova essa interação com o clube. E não existe ninguém melhor do que o Marcelinho."

Diante disso, fica a questão: será que alguém vai lembrar da declaração dele sobre o Mundial do Corinthians?

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Cavalaria e cachorros em terras do Panetonegate

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Olha o panetone aí, minha gente!

Foto: Brunna Rosa
Cenas medievais no cenário planificado da capital Federal rodam o país. As imagens denunciam uma polícia truculenta em ação no dia internacional contra a corrupção, comemorado na quarta-feira, 9, justamente na unidade da federação que é a lama da vez no país.

Estive na manifestação e descrevo o que vi. A concentração era na praça em frente ao Palácio Buriti, sede do governo e palco da lama (ou do panetone) que sacode as terras planas daqui.

A ideia era não avançar pelas ruas de Brasília e passar o dia pedindo o impeachment do governador José Roberto Arruda (hoje desfiliado do DEM por livre e expontânea pressão). Mas alguns manifestantes fecharam o eixo monumental, de um lado e, depois de desobstruir uma via, correram para fechar também o outro.



















No destaque: O choque montado, em seguida o Bope em ação e a caixa com bombas sendo carregada. Pronto, todos a postos. A frente cavalaria, atrás Bope, com balas de borracha, bombas e cachorros...
Foto: Brunna Rosa


Prenúncio da desgraça. O impasse se dava entre manifestantes que queriam seguir pelo eixo monumental até a rodoviária. Obstruindo o caminho, havia o Batalhão de Operações da Polícia Especial (Bope). Junto à cavalaria, policiais com cachorros, caixas com bala de borracha e bombas de efeito moral.

Com o avançar dos estudantes, a cavalaria entrou em ação, deixado alguns feridos. Com a situação, os manifestantes decidiram seguir para a rodoviária, usando o canteiro, isto é, desobstruindo a via, para eliminar o “problema” para o qual os batalhões do GDF foram escalados.

Ao contrário dos relatos jornalísticos, o avanço dos manifestantes foi pacífico. Aliás, só a mídia para achar que ainda cola a história de "manifestantes armados com mangas" dispostos a enfrentar um batalhão devidamente munido para dispersar a multidão.

Ao seguirem pelo gramado, o Bope passou a usar bombas de efeito moral e cassetetes. Neste momento, os manifestantes corriam para o lado esquerdo do eixo monumental e paralisaram o transito novamente.

Nesta altura, o ambiente era de batalha campal. Sem maiores pudores, a PM usava todo o seu "legitimado" monopólio da violência. Não faltou para ninguém: foi impressa apanhando, curiosos levando spray de pimenta na cara, manifestantes sendo presos...

Desespero dos amigos e muita, mas muita fumaça das bombas de efeito moral em cenas que mais lembram um período que um certo jornalão prefere chamar de “Ditabranda”.

Vale a pena ver como a polícia do GDF se excede facilmente contra os manifestantes. E mais fotos da barbárie aqui.

E para acompanhar o movimento Fora arruda, vale visitar este site, ou seguir pelo Twitter @foraarruda ou ainda Fora Arruda e a Máfia ou #foraarruda

Imagem da manifestação desta quinta-feira, 10. Foto: Leylis



Em tempo
Novos protestos pararam Brasília nesta quinta-feira, 10, que apesar de terem bloqueado o trânsito, não houve confronto com a polícia. Durante a semana inteira a população se mobilizou para garantir que hoje as pessoas fossem trabalhar de branco (coisa que eu mesma esqueci) e colocassem fitas brancas nos carros. Tudo para simbolizar o repúdio a corrupção. A promessa é que amanhã aconteça pequenas manifestações e no sábado uma grande carreata até a residência oficial do governador Arruda, em Águas Claras.

Padre Marcelo Rossi apoia cerveja nos estádios

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ontem, em um evento do chamado G4, que une os grandes clubes de São Paulo, foi anunciado o primeiro patrocinador conjunto das equipes. Trata-se da Femsa, engarrafadora da Coca-Cola no Brasil e dona da Kaiser. O inusitado da parceria ficou por conta do garoto-propaganda, o padre Marcelo Rossi, mais conhecido pelas músicas da Renovação Carismática do que propriamente por tomar umas no bar.

Como é de interesse do patrocinador, levantou-se na ocasião um assunto que sempre fez parte das preocupações de futepoquenses e dos parceiros: a volta da cerveja vendida nos estádios. Segundo reportagem de Dassler Marques no Terra, o padre-cantor citou trechos da Bíblia e também a ligação entre Jesus Cristo e o vinho (sem dúvida, o mais aclamado dos seus milagres). Mesmo dizendo não ser fã de cerveja, afirmou que as bebidas mais problemáticas são as destiladas. Há divergências, caro pároco, mas tudo bem.


Da esquerda pra direita: Sanches, Norberto Moreira (vice de MT no Santos), Marcelo Rossi, Belluzzo e o já alegre Juvenal Juvêncio. O sorriso largo denuncia a felicidade pela parceria etílica.

Já o presidente do Corinthians Andres Sanches foi menos polido e mais direto. "Acho essa lei [que proíbe a entrada de bebidas alcoólicas em estádios] ridícula. O cara fica duas horas antes do jogo bebendo muito mais no boteco porque sabe que não vai poder no estádio", reclamou segundo o Agora. "Sou a favor da liberação de bebidas mais leves como cerveja e champanhe [Nota do redator: heeein??? Champagne?]. Senão, fecha faculdade, metrô, bar, restaurante. É absurdo. Quem manda na nossa casa somos nós."

Como se vê, renovam-se as esperanças para que termine essa proibição absurda. O problema é se liberarem só a cerveja patrocinadora nos estádios... Pela democratização da oferta da nossa fermentada!

Um vazio

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Tudo bem que no fim do campeonato, várias quartas-feiras já estavam desprovidas de futebol. Tudo bem que a quinta, seguinte, ficava meio sem assunto. Tudo bem que na quarta-feira, 9, teve um jogo de futebol feminino entre Brasil e Chile. Tudo bem que começou o mundial interclubes, na parte em que nem o campeão europeu nem o sul-americano participa. Tudo bem.

Mas fica um vazio depois que acaba o campeonato brasileiro.

Foto: Frigon/Divulgação

Não confundir com o bife de vazio. É que, sem assunto, me vi obrigado
a recorrer a um trocadalho visual

Como apreciar uma cerveja

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Nos testes cegos do Futepoca, fica claro que ninguém entende muito bem de cerveja. A gente se esforça, mas não garante muita coerência nas avaliações. Mas é interessante a ideia de aprimorar o processo e aprender a vasculhar, num copo desta nobre e fermentada bebida, sabores e nuances que, na mesa de bar, costumam ser deixados de lado.


Ao ler os posts dos Tipos de Cerveja, abastecidos em informações pelo Cervejas do Mundo, a curiosidade aumenta. Quantas eu precisaria tomar para perceber o café, o chocolate e os outros sabores que, num copo da gelada no boteco normalmente ficam longe?

No lançamento da Paulistânia, conversei com Cilene Saorin, beer sommelier e mestre cervejeira. Para ela, um bom começo para se iniciar no universo das cervejas mais elaboradas são realmente as pielsen artesanais. Elas têm um papel importante porque funcionam como porta de entrada para os bebedores que, por algum motivo, resolvem se aventurar para além de "matar a sede e ficar com os olhos mareados".

Cilene explica que é preciso dedicar olhos, nariz e boca na tarefa e prestar atenção às sensações. Desenvolver essa sensibilidade também leva tempo, mas garante cada vez mais capacidade de perceber as diferenças. "Mas se alguém vai estudar Camões, não vai entender de Camões no primeiro verso", compara.
Antes do copo
Para começar, é preciso guardar a temperatura de serviço. Uma pilsener, recomenda a cartilha, precisa ser oferecida de 3º C a 5º C, de modo que o marcador de refrigeradores de botequim que marcam -5º C não são uma referência muito boa. "E é menos cinco para inglês ver, né? Uma pielsen congela a -2,3 ºC", avisa a mestre cervejeira.

No copo
Ao servir, cabe observar a variação de cores, a característica da espuma e até o brilho do precioso líquido. É comum ver entre as pielsen artesanais uma coloração mais escura do que as produzidas em escala industrial e que frequentam nossos copos na mesa do bar.

Sabor
Aqui há muita coisa para observar. A cerveja é produzida com água, malte, levedura e lúpulo. A maior parte do aroma vem do lúpulo. Só que não é no singular, mas no plural, porque existem mais de 80 tipos dessa flor, que adicionam sabores cítricos, herbais, condimentadas e assim por diante. Também garante, na cerveja, o amargo que refresca e abre o apetite.

Lá, na hora da entrevista, Cilene me propôs de contar quanto tempo durava o amargor depois de tomar um gole. Nas minhas contas, foram uns sete ou oito segundos, quase os dez de limite que ela havia buscado como proposta para a marca.

Tudo bem, fiquei contente, mas não consegui perceber os aromas herbais do lúpulo Hersbrucker, nem os detalhes relacionados ao malte que ela garantiu que estavam ali. Pode ser que tivesse mais coisa para observar, mas diante da minha limitação, já tem lição de casa para um bom tempo.

Preciso praticar mais.

Foto: Carol

No último teste cego do Futepoca

Aí tem o grande senão da história. Dependesse apenas da boa vontade e da disposição para o esforço, todo mundo tinha começado. O problema é que é mais caro. Uma artesanal sai por pelo menos o dobro de uma comercial. Quando não é mais ainda. Parar um pessoal que produz, como é o caso dos autores (e leitores) do Futepoca, isso significaria tomar menos da metade do volume. Será que vira?