Destaques

sábado, dezembro 11, 2010

Fenômenos pós-2010

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Daniel Lírio, psicanalista, escritor e corintiano, não necessariamente nessa ordem, escreveu ao Futepoca com um artigo de sua autoria. Ele associa duas ilustres ausências, uma na eleição 2010 e outra na Copa do Mundo na África do Sul. Lula e Ronaldo.

Fotos: Ricardo Stuckert/Presidência
Jogo dos 7 erros: Lula e Ronaldo. Acima, em maio de 2009,
abaixo em junho de 2005. Note-se que a
gravata e o terno do presidente são virtualmente os mesmos

A primeira vez sem Lula e Ronaldo na seleção

Daniel Lirio

No Brasil, há uma dessas coincidências que fazem a vida real muito mais interessante do que a ficção: copa do mundo e eleição presidencial ocorrem sempre no mesmo ano. Assim, a cada quatro anos, o país se passa a limpo, nosso passado, nosso futuro, nossos heróis. Os comandantes são coroados ou tornam-se vilões para a eternidade. A história recente da política e do futebol é protagonizada por duas personagens surpreendentes: Lula e Ronaldo.

Em 2010, houve a primeira eleição presidencial sem Lula dos últimos 50 anos, e a primeira copa sem Ronaldo dos últimos 20 anos. Nessas duas últimas décadas, portanto, eles ajudaram a escrever a história de nosso país, nossas vitórias, conquistas e, também, frustrações. Pode-se dizer que  Lula saiu vitorioso de duas campanhas para presidente – três se incluir esta em que esteve ausente mas foi decisivo para eleger sua sucessora –, assim como Ronaldo foi eleito o melhor jogador do mundo três vezes; é o maior goleador da história das copas.

Foto: Juliana Paes/Divulgação-Flickr
Para além das conquistas, inteligência e capacidade de improviso, eles também foram marcados por momentos difíceis, dentro e fora de campo. Os escândalos, alianças inesperadas, denúncias e, principalmente, as contusões os obrigaram a cortar na carne – se ainda reconhecível, pode-se dizer que o corpo transfigurado de hoje é muito diferente do que na juventude. Apesar das dúvidas, eles ressurgiram; reinventando-se, descobriram novos atalhos no campo e retornaram mais alegres e confiantes do que nunca.
Esse enredo ficcional transcendeu o campo estrito de suas profissões, e eles se tornaram estrelas da mídia, no Brasil e no mundo. Lula virou filme e Ronaldo acaba de ser convidado para atuar em Hollywood, ao lado da atriz Juliana Paes. Onde quer que vá, Ronaldo é o “o cara”, sempre presente em jornais e noticiários de todo o globo. Por sua vez, qual empresa não sonharia em ter Lula como seu garoto propaganda? O fascínio desses personagens supera as críticas e elogios que bem merecem, e a imagem deles aparece por toda parte. É impossível evitá-la.

As personagens também coincidem pela infância pobre e pela paixão declarada ao Corinthians. Curiosamente, os papéis se invertem: no planalto, Lula joga futebol; na seleção, Ronaldo era chamado de “presidente”. Enfim, fora da seleção de 2010, eles nunca apareceram tanto na mídia, e de forma tão apaixonada... e apaixonante.  Ficção e realidade confundem-se totalmente.

Agora com os dias contados, eles já avisaram que vão continuar jogando, sabe-se lá se na diretoria do Timão, ou em qualquer outra forma política de atuar pelo Brasil, ganhando e perdendo, sem perder a esportiva. O fato é que, nas últimas décadas quem duvidou que pudessem superar seus obstáculos pagou a língua; e quem poderá saber as surpresas que nos aguardam? Quem duvidava de uma copa no país, também duvidava do estádio do Corinthians e continua duvidando que o time conquiste a Libertadores da América. O mais sensato é apostar que Lula e Ronaldo permanecem no palco, surpreendendo. São Fenômenos.


Daniel Lirio é corintiano, escritor e psicanalista, não necessariamente nessa ordem. Escreveu ao Futepoca por considerar que é o único lugar em que poderia ser publicado.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 63

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TURMA DO FUNIL
(Antonio Carlos Jobim/ Chico Buarque/ Mirabeau/ Oliveira/ Castro)

Tom Jobim, Miúcha e Chico Buarque

Quando é tão densa a fumaça
Que o tempo não passa
E a porta do bar já fechou
Quando ninguém mais tem dono
O garçom tá com sono
e a primeira edição circulou
Quando não há mais saudade, nem felicidade
Nem sede, nem nada, nem dor
Quando não tem mais cadeira
tomo uma besteira de pé no balcão
Eis que da porta do fundo
Do oco do mundo
Desponta o cordão

Chegou a turma do funil
Todo mundo bebe
Mas ninguém dorme no ponto
Ah, ah, ah, ah!
Mas ninguém dorme no ponto
Nós é que bebemos
e eles que ficam tontos, morou
Eu bebo sem compromisso
É o meu dinheiro
Ninguém tem nada com isso
Enquanto houver garrafa
Enquanto houver barril
Presente está a turma do funil

(Do LP "Miúcha & Tom Jobim", RCA Victor, 1979)

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Lula defende WikiLeaks

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Sobre o caso do WikiLeaks e a prisão de Julian Assange, o presidente Lula deu mais um motivo de orgulho para este manguaça que é seu eleitor. Foi autor da primeira defesa pública de um chefe de Estado da liberdade de expressão do site. Depois vem vagabundo falar que o PT ameaça à democracia.


O estandarte do sanatório geral (vai passar)

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No intervalo entre quatro estações do metrô de São Paulo, escuto alguns trechos curiosos de conversas entre passageiros que embarcam ou desembarcam:

"-Ele não tinha dinheiro, daí acabou fazendo no cemitério."

"-A primeira coisa que eu preciso fazer é mudar o som da minha risada."

"-Se você começa a investigar, vai ver que ele fuça a vida de todo mundo."


E eu ainda nem tinha bebido. Mas providenciei.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Se fosse no Brasil, derrubaria ministro

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Deu no blog do Wikileaks no Brasil.

Em 2002, depois da primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu era visto como "discreto", em contraposição ao "radical" Aloízio Mercadante.

Foto: Reprodução


A moderação e proporcional elogio ao então futuro ministro-chefe da Casa Civil tem virtualmente nenhum efeito prático. Mas se fosse no Brasil, era capaz de derrubar ministro. Qualquer denúncia ganha "fôlego" na imprensa se incluir o nome daquele que despertava os instintos mais primitivos em Roberto Jefferson e que é acusado de ser "chefe de quadrilha" no inquérito do Mensalão.

O mais curioso é que a sentença sobre quem seria quem na equipe de transição mostra que Dirceu se "safou" do veredicto da embaixada no Brasil. Em reunião com o subsecretário de estado americano Otto Reich, Mercadante explicava com eloquência a prioridade do Mercosul, quando foi interrompido por Dirceu lembrando que os acordos bilaterais também eram importantes.

Foto: Reprodução
Reich descreve Mercadante como radical e alguém que quer convencer os outros, com o dedo em riste em direção ao interlocutor. Dirceu se comportava como "o primeiro entre os iguais", em uma telegráfica referência à máxima de George Orwell em Revolução Animal – "Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros".

O terceiro membro da conversa, Antonio Palocci, que agora é futuro ministro da Casa Civil, é o dono de um canto de sereia voltado ao mercado.

Picuinha internacional
Em uma reunião de meia hora, impressões em telegramas. Mudou muito pouca coisa na relação entre os dois países. E agora todo mundo fica sabendo. Pena que não tinha espaço no telegrama para comentários sobre o bigode do Mercadante, o cacoete do Palocci e o erre puxado do Zé Dirceu.

Revolução Cantona não abala sistema financeiro

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"Allez, Cantona", cantaram os torcedores do Manchester United em ritmo de Marsellesa por cinco anos na década de 1990. O hino de apoio a Éric Cantona, o maior e mais polêmico ídolo de então – em uma época em que David Beckham já despontava na equipe – foi parte do divertido A procura de Éric.

Mas Éric Cantona é mais do que um ídolo que inspirava torcedores por seu sarcasmo e ironia nem sempre fina. Ele é cheio de ideias revolucionárias. Foi com esse tipo de intuito que ele ajudou a armar, desde outubro, uma revolução.

Fulo da vida com os bancos franceses que consumiram recursos públicos depois de anos de lucros, Cantonas sugeriu que se tirassem uns € 10 milhões dos bancos por meio de saques, as instituições financeiras teriam problema. A convocação ocorreu em 6 de novembro, à Presse-Océan.

O roteirista belga Géraldine Feuillien e o comediante francês Yann Sarfati criaram um site. Ativistas se mostraram a favor. E uma legião de adeptos prometia mesmo ir ao banco sacar dinheiro e depositar tudo no Crédit Cooperatif, um banco cooperativo sem fins lucrativos.

A data cabalísica era dia 7 de dezembro – ontem, terça-feira. A ideia era fazer um protesto sem ir às ruas nem pegar em armas, mas atingir o sistema financeiro e mostrar insatisfação. 



Se fosse em um país hispanófono, seria o dia do "Retirazzo" (menos na Argentina, onde seria um novo "Corralito"). No Brasil, seria o "Dia do Sacão", o que comprometeria de saída o sucesso da operação.

Mas o Bank Run, ou Revolução Cantonas, falhou. Quase ninguém apareceu para sacar. Nem mesmo o garoto-propaganda das ações abalou-se a comparecer à agência do BNP Paribas de Marselha, onde é correntista, para fazer sua parte. Gol contra, cravou a Reuters. É bem verdade que ele defendeu a ideia em uma entrevista, não mobilizou as pessoas. Mas por que perder a piada?

Apesar de a história ter bombado no Facebook e na mídia, com direito a grita de acadêmicos, do governo e da oposição.

Ficou para a próxima.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Um 'Programa do Jô' bêbado é mil vezes melhor!

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Um velho projeto do Futepoca seria o de produzir o "Mesa quadrada futebol manguaça", um desses programas televisivos em que se debate os jogos da rodada, só que transmitido ao vivo direto do bar, com todos os apresentadores bebendo cerveja. Garanto que seria muito mais interessante que todos esses chatos, dispensáveis e moralistas programas estilo "mesa redonda" que empesteiam a programação brasileira. No mínimo, geraria muitos vexames e discussões surreais. Pois agora descubro que algo do gênero já foi produzido, só que na linha do talk show: o músico, cantor e compositor gaúcho Júpiter Maçã apresentou na MTV, totalmente encachaçado, um arremedo de "Programa do Jô", com direito até a um bongô como o que o comediante às vezes se atreve a tocar. A entrevista com o colega Rogério Skylab é memorável. Júpiter torce a língua o tempo todo e o papo descamba para o delírio nonsense. Se você assistir bêbado(a), melhora mais ainda:

Brasileirão teve a pior média de gols e a melhor de público desde o início dos pontos corridos

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Um paradoxo interessante ocorreu este ano no Campeonato Brasileiro: desde 2003, ano em que foi implantado o sistema de pontos corridos, foi a edição que teve pior média de gols (2,57) e, ao mesmo tempo, a melhor média de público (19.914 pagantes) por partida. Ou seja, por esse viés, quanto menos gols, mais gente atrai. Será a consagração da máxima de Carlos Alberto Parreira, para quem "o gol é apenas um detalhe"? Outro dado interessante é que esse também foi o Brasileirão com menor média de cartões desde 2004: 4,82 por jogo - em contraposição ao recorde absoluto de 2009, que teve média de 6,01.

Um exemplo da "seca" de bola na rede é a soma dos cinco principais artilheiros de 2009 e dos cinco deste ano. Ano passado, Adriano (Flamengo), Diego Tardelli (Atlético-MG), Val Baiano (Grêmio Barueri), Washington (São Paulo) e Alecsandro (Internacional) somaram 89 gols. Já nesta última edição, Jonas (foto), do Grêmio, Neymar (Santos), Bruno César (Corinthians), Elias (Corinthians) e Obina (Atlético-MG) marcaram juntos apenas 78 gols. Em 2010, alguns times tiveram média inferior a 1 gol por jogo, casos do Guarani (0,86) e Ceará (0,92).

Quanto ao público, o dado mais curioso é que, na lista das cinco partidas que atraíram mais gente neste Brasileirão, nenhuma (repito: nenhuma) teve presença do Corinthians. Os jogos com maior público foram, pela ordem, Vasco 2 x 2 Fluminense (66.757 pagantes), Flamengo 0 x 0 Vasco (50.447), Fluminense 3 x 0 Internacional (49.471), Grêmio 3 x 0 Botafogo (45.420) e Grêmio 2 x 2 Internacional (45.234). Para nenhuma surpresa, todos (repito: todos) os jogos com menor público tiveram presença do Grêmio Prudente. Quando goleou o Goiás por 4 a 1 em casa (à esquerda), atraiu só 674 testemunhas.

Pra constar, as médias de público pagante dos pontos corridos foram: 10.468 (2003), 8.085 (2004), 13.765 (2005), 10.710 (2006), 17.255 (2007), 16.712 (2008), 17.914 (2009) e 19.914 (2010). Já as médias de gol por partida foram: 2,88 (2003), 2,78 (2004), 3,13 (2005), 2,63 (2006), 2,76 (2007), 2,72 (2008), 2,87 (2010) e 2,57 (2010). Por fim, as médias de cartões (amarelos e vermelhos) por jogo, com exceção de 2003, que não encontrei: 5,23 (2004), 5,53 (2005), 5,97 (2006), 5,57 (2007), 5,78 (2008), 6,01 (2009) e 4,82 (2010).

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Se for beber, não leve seus elefantes

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Mais uma sórdida tentativa de criminalizar a manguaça como causa, sendo que me parece ter sido apenas o meio. Na Índia (onde nasceu Mauro Beting), cerca de 70 elefantes bêbados mataram quatro pessoas e destruíram várias casas. A manada de manguaças invadiu um estoque de uma bebida fermentada de arroz e deixou um rastro de destruição nos estados de Bengala Ocidental e Orissa. Dias depois, foram encontrados dormindo. Tudo bem, tem que vigiar e punir, mas garanto que a causa de tanta violência deve ter sido o estresse com os maus tratos, trabalhos forçados e condições aviltantes que os humanos impõem aos pobres animais. Com umas e outras na cabeça, decidiram se vingar. Ou sei lá, talvez tenham bebido Kaiser e se revoltado...

Balanço de 40 edições do Brasileirão

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Se considerarmos que o bagunçado torneio de 1987 foi um só, com dois campeões, o Brasileirão encerrou ontem sua 40ª edição. Ou melhor, sua 40ª edição a partir de 1971, quando a CBF decidiu criar um campeonato nacional com caráter oficial - mas essa contagem pode mudar em breve, pois os clubes campeões da Taça Brasil (disputada entre 1959 e 1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967 a 1970) estão reivindicando o reconhecimento de seus títulos. Buenas, isto posto, o ranking dos vencedores do torneio, em quatro dezenas de disputas, é o seguinte:

1º - São Paulo e Flamengo* (6 títulos cada um)
2º - Palmeiras, Vasco e Corinthians (4 títulos cada)
3º - Internacional-RS (3 títulos)
4º - Grêmio, Santos e Fluminense (2 títulos cada)
5º - Atlético-MG, Guarani, Coritiba, Sport*, Bahia, Botafogo-RJ, Atlético-PR e Cruzeiro (1 título cada)
*Considerando que Flamengo e Sport foram campeões em 1987.

A divisão por estados, com a sequência de dois títulos cariocas, ficou assim:

1º - São Paulo (17 títulos)
2º - Rio de Janeiro* (13 títulos)
3º - Rio Grande do Sul (5 títulos)
4º - Paraná e Minas Gerais (2 títulos cada)
5º - Bahia e Pernambuco* (1 título cada)
*Considerando que Flamengo e Sport foram campeões em 1987.

Quanto aos técnicos, Muricy Ramalho já está a um título de alcançar a liderança:

1º - Vanderley Luxemburgo (5 títulos: 1993, 1994, 1998, 2003 e 2004)
2º - Muricy Ramalho (4 títulos: 2006, 2007, 2008 e 2010)
3º - Rubens Minelli (3 títulos: 1975, 1976 e 1977) e Ênio Andrade (1979, 1981 e 1985)
4º - Osvaldo Brandão (2 títulos: 1972 e 1973), Telê Santana (1971 e 1991), Carlinhos* (1987 e 1992) e Antônio Lopes (1997 e 2005)
5º - Mário Travaglini (1 título: 1974), Carlos Alberto Silva (1978), Cláudio Coutinho (1980), Paulo César Carpegiani (1982), Carlos Alberto Torres (1983), Carlos Alberto Parreira (1984), Pepe (1986), Jair Picerni* (1987), Evaristo de Macedo (1988), Nelsinho Rosa (1989), Nelsinho Baptista (1990), Paulo Autuori (1995), Luiz Felipe Scolari (1996), Oswaldo Oliveira (1999), Joel Santana (2000), Geninho (2001), Emerson Leão (2002) e Andrade (2009)
*Considerando que Flamengo e Sport foram campeões em 1987.

Em relação os artilheiros, Jonas fez bonito pelo Grêmio e entrou em 6º no ranking:

1º - Washington (Atlético-PR), 34 gols (2004)
2º - Dimba (Goiás), 31 gols (2003)
3º - Edmundo (Vasco), 29 gols (1997)
4º - Reinaldo (Atlético-MG), 28 gols (1977)
5º - Careca (São Paulo), 25 gols (1986)
6º - Túlio (Botafogo-RJ), 23 gols (1995)
----Jonas (Grêmio), 23 gols (2010)
7º - Serginho (Santos), 22 gols (1983)
----Romário (Vasco), 22 gols (2005)
8º - Ramon (Santa Cruz), 21 gols (1973)
----Zico (Flamengo), 21 gols (1980)
----Viola (Santos), 21 gols (1998)
----Romário (Vasco), 21 gols (2001)
----Keirrison (Coritiba), 21 gols (2008)
----Kleber Pereira (Santos), 21 gols (2008)
----Washington (Fluminense), 21 gols (2008)
9º - Serginho (São Paulo), 20 gols (1982)
----Zico (Flamengo), 20 gols (1982)
----Edmar (Guarani), 20 gols (1985)
----Romário (Vasco), 20 gols (2000)
----Dill (Goiás), 20 gols (2000)
----Magno Alves (Fluminense), 20 gols (2000)
----Josiel (Paraná), 20 gols (2007)
10º - Paulinho (Vasco), 19 gols (1978)
-----Amoroso (Guarani), 19 gols (1994)
-----Túlio (Botafogo-RJ), 19 gols (1994)
-----Luís Fabiano (São Paulo), 19 gols (2002)
-----Rodrigo Fabri (Grêmio), 19 gols (2002)

Observação final: com as confusões em campeonatos como os de 1979, 1987 e 2005, por exemplo, é óbvio que, nestes dados, há controvérsias.

Essa é a neve que o Brasil precisa!

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A BBC informa que sete pessoas foram submetidas ao "sacrifício" de permancerem presas por oito longos dias dentro de um pub no Norte da Inglaterra, pois a saída do estabelecimento foi soterrada por uma grande quantidade de neve (foto). O acesso ao pub Lion Inn, na cidade de Blakey Ridge, condado de North Yorkshire, foi interrompido na sexta-feira da semana passada, após mais de seis metros de neve terem caído na região. Somente na noite de sábado, com a reabertura da estrada, foi que os manguaças puderam sair do local - ou apenas os que ainda não estavam em coma alcoólico, talvez.

O cozinheiro Daniel Butterworth entregou que os funcionários aguentaram os primeiros dias de confinamento graças à bebida e que todos "riram muito" durante os dias em que estiveram isolados dentro do pub. Motivo não faltou: "Os patrões não estavam aqui, não puderam chegar por causa da neve", comemorou Butterworth. Além de manter os manguaças vivos e felizes, a bebida ainda ajudou no resgate, pois eles só conseguiam sair ao jardim com trenós improvisados com caixas de cerveja. Taí, se um dia eu viajar à Inglaterra nessa época do ano, vou considerar a possibilidade de incluir Blakey Ridge no meu roteiro...

domingo, dezembro 05, 2010

Parabéns ao 'todo poderoso' pelo cente... NADA!

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Fluminense - do quase rebaixamento em 2009 ao título de 2010

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Na última rodada do Brasileirão de 2010, em nenhum momento o Fluminense deixou de ser campeão. Tentando realizar a tarefa esquizofrênica de acompanhar quatro partidas ao mesmo tempo, era possível notar nas pelejas dos candidatos ao título que o que imperava era a ansiedade. Só o Tricolor do Rio enfrentava um adversário que colocou os titulares em campo, enquanto Corinthians e Cruzeiro pegavam os reservas do Palmeiras e os suplentes do rebaixado Goiás. Todos jogavam de olho nas partidas alheias e isso parecia aumentar ainda mais o nervosismo de cada atleta, dos mais novos aos mais experientes.

E o primeiro gol entre os pretendentes ao título saiu de quem menos se esperava. Mas o tal do Goiás parece destinado a surpreender. O Corinthians chegou ao empate, acertou a trave no segundo tempo, mas não demonstrou aquele algo a mais que caracteriza os campeões. O time é mais ou menos a cara do técnico, que em coletivas gosta de dar repostas vazias e supostamente sofisticadas, com pitadas de auto-ajuda e filosofia duvidosa. O Timão várias vezes fazia a bola rodar, tocava demasiadamente a pelota na intermediária sem ser incisivo contra um rival vários degraus inferior tecnicamente. 

Não se impôs, como não se impôs também sobre o hoje rebaixado Vitória. Ali, caso tivesse superado a equipe baiana, não precisaria se preocupar com os adversários. Mas Tite achou por bem não ousar. Caiu para o terceiro lugar e terá que disputar a repescagem da Libertadopres para ir à fase de grupos. Nada muito assustador, mas um baque moral.


Já o Fluminense também penava contra um Guarani com três zagueiros e seis homens no meio de campo, anabolizado financeiramente e com a meta de evitar ser vazado pelo ataque que tinha Fred e Emerson. O nervosismo tricolor era evidente e, agora, não custa pensar o que teria acontecido se Corinthians ou Cruzeiro tivessem saído na frente em seus jogos. Será que o Fluminense, cujo elenco era composto por atletas “virgens” em títulos do campeonato brasileiro - com exceção do reserva André Luiz – ficaria ainda mai tenso? Isso nunca saberemos porque seus rivais não tiveram competência para tanto. E palmas para o Tricolor que conseguiu fazer o seu gol aos 18 minutos do segundo tempo e, desde então, praticamente não foi ameaçado pelo Guarani.

No fim, o título ficou com o time que tinha o melhor meia, o argentino Conca, a melhor defesa estruturada pelo tetracampeão brasileiro Muricy Ramalho e uma torcida que merecia ser recompensada por ter jogado junto com o time em 2009, quando a equipe parecia fadada ao rebaixamento e se salvou de forma milagrosa. A recompensa está aí. Parabéns aos tricolores.

sábado, dezembro 04, 2010

O Guarani, a mala branca e o desprezo pelo esporte

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Em 1995, o Santos enfrentava o Guarani em um Pacaembu lotado e uma vitória simples o colocaria nas semifinais do Brasileiro daquele ano. Disputando vaga com o time da Vila estava o Atlético-MG, que enfrentava o Vitória mas precisava de um revés santista diante do Bugre para conseguir ficar entre os quatro. Durante todo o período pré-jogo, o assunto mala branca foi recorrente, sendo que um dono de uma loja de eletro-eletrônicos chegou a anunciar, para quem quisesse ouvir, que daria uma TV 29 polegadas (à época, artigo bem mais valioso do que é hoje) para cada jogador campineiro caso arrancassem um empatezinho que fosse com a equipe de Giovanni e cia.

Provavelmente o aparelho de televisão não foi o único incentivo prometido ao Guarani. Depois do apito inicial, os verdes pareciam disputar uma final de campeonato. Corriam, marcavam, planejavam o bote em contra-ataques, exploravam toda a ansiedade do Peixe que penava enquanto seu rival à vaga já virava o primeiro tempo vencendo por 2 a 0 o desinteressado Vitória, que não havia sido agraciado com promessas financeiras.

O martírio alvinegro durou até os 37 minutos do segundo tempo, quando Marcelo Passos acertou um dos belos chutes que costumava arriscar sempre no lado direito da grande área. Giovanni ainda faria o segundo e tudo o que cercou aquele jogo acabou um pouco obscurecido pela vitória santista e pelo que o Brasileirão reservava nas semifinais e finais daquele ano. Mas, para mim, torcedor, o Guarani ficou como um time malquisto. Havia visto outras pelejas do Bugre naquela competição e em momento algum tinha visto tanta entrega como naquele jogo contra o Santos, ficando a nítida impressão de que a única motivação da maioria dos jogadores naquele torneio eram as 30 moedas que seriam pagas em caso de sucesso. Pensei como um torcedor bugrino deveria se sentir desprezado vendo a diferença de atuação do seu time quando bem “incentivado” por um “co-irmão”.


Não sou daqueles que acha que um jogador é “mercenário” porque negocia um salário melhor ou um prêmio por conquista com a direção de um clube. Idem para aquele atleta que sai de um time para ir a outro que lhe oferece condições econômicas melhores ou perspectivas de ganhos futuros. O atleta em geral é um proletário que vende seu pé-de-obra e que tem uma carreira mais curta que as demais profissões, natural que ele precise pensar no seu bolso. Mas um dos pontos que faz parte da avaliação de qualquer profissional da bola é o quanto ele se entrega a uma partida e como interage e respeita sua própria torcida., seja ela de um time pequeno ou de um grande. E correr mais por causa de uma mala branca é um evidente sinal de desrespeito.

Além de muitos entenderam ser ilegal de acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva e de estimular um sistema de extorsão e chantagem – afinal, um time que acha que deveria receber o tal incentivo financeiro pode falar para um possível interessado: “e aí, não vem nada pra gente, não? Olha que entregamos o jogo, hein...” – a mala branca é a síntese de um sistema em que o mais forte economicamente aproveita da fragilidade do pequeno para tratá-lo... como pequeno. Pela lógica, seria mais fácil o Corinthians, por exemplo, “incentivar” o Palmeiras para que ganhasse do Fluminense, já que o Guarani é muito inferior tecnicamente que o Palestra. Mas os jogadores palmeirenses não aceitariam tal “ajuda” por ser algo obviamente desonroso em função da rivalidade que ainda dá alguma proteção moral à competição. A mala branca é feita prioritariamente para o time dito pequeno, que aceita se apequenar ainda mais. Como o Guarani fez em 1995 e como deve fazer amanhã.

O dinheiro oferecido pelo grande ao menor só serve para legitimar o sistema de castas estabelecido no futebol brasileiro atual. Se antes era mais fácil um pequeno se sobressair e se manter em alta por um período, como aconteceu com o próprio Bugre em parte dos anos 1970 e 1980, hoje isso é impossível. Os recursos advindos da venda de direitos de televisão, por exemplo, que constituem boa parte das receitas dos grandes, são distribuídos em cotas fixas que não levam em conta, como em outros países, o mérito esportivo. Um clube grande pode ter um ano desastroso, meter os pés pelas mãos, ter gestões tenebrosas, cair para a segunda divisão que o dinheiro dele da TV estará lá no ano que vem, intacto. Premia-se a incompetência e muitas vezes a corrupção enquanto o pequeno que faz uma boa gestão e se destaca não vai ganhar mais por conta disso, um contrassenso levando-se em conta o espetáculo.

A mala branca nada mais é que as migalhas que o grande oferece ao pequeno para legitimar esse sistema de perpetuação de diferenças, que tendem a ficar maiores. Paga-se para que ele continue pequeno. Azar do Guarani, azar do torcedor e do futebol, que cada vez mais parece deixar claro que o gol é, de fato, um mero detalhe.

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Morre o ex-zagueiro argentino Ramos Delgado

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Dia de luto para o futebol: morreu hoje, na Argentina, o ex-zagueiro Ramos Delgado (foto), que jogou no timaço do Santos das décadas de 1960 e 1970. Ele estava com 75 anos e não resistiu às complicações de um mal de Alzheimer, falecendo em Villa Elisa, próximo à La Plata. O argentino atuou em 364 jogos pelo alvinegro santista e conquistou quatro campeonatos paulistas, um Torneio Roberto Gomes Pedrosa e uma Recopa Sul-Americana.

Tornou-se grande amigo de Pelé, que foi padrinho de uma de suas três filhas. Ramos Delgado começou a carreira no Lanús, em 1953, e defendeu também River Plate, Banfield e Portuguesa Santista, onde encerrou a carreira. Pela seleção argentina, disputou a Copa do Mundo na Suécia, em 1958, e no Chile, em 1962. No Santos, o ex-jogador ainda exerceu a função de coordenador das categorias de base do clube, até 2005 (na foto ao lado ele aparece em uma imagem de três anos atrás). Atualmente, trabalhava com escolhinhas de futebol na Argentina.

'Dinheiro, mulheres, política e futebol'

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Na última parte de sua saga "O tempo e o vento", chamada "O arquipélago", o escritor gaúcho Érico Veríssimo (foto) descreve um fictício Café Poncho Verde, ponto de encontro dos homens na imaginária cidade de Santa Fé - uma síntese daqueles estabelecimentos rústicos e acolhedores da passagem entre os séculos 19 e 20, onde todos os fatos marcantes da sociedade local, do Brasil e do mundo eram informados e discutidos, ou aconteciam ali mesmo. "Contava-se que em 1910, numa de suas raras visitas a Santa Fé, o Senador Pinheiro Machado entrara no Poncho Verde para comprar um maço de palha de cigarro e uma caixa de fósforos, causando sensação entre os que lá se encontravam", narra Verríssimo. "Em 1913 (e quando agora se contava isto a gente nova exclamava: 'Essa eu não como!') Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos, entrara em carne e osso no café em companhia do intendente municipal e de autoridades militares - imaginem para quê? - para tomar um cálice de cachaça, o que fizeram com gosto, estralando a língua e lambendo os bigodes".

Como se vê, política e cachaça movimentavam o local. Mas o tempo adicionaria também o futebol e a cobiça financeira e sexual entre os assuntos dos frequentadores. "Em torno daquelas mesas, várias gerações de santa-fezenses e forasteiros haviam, vezes sem conta, 'matado o bicho' e tomado os seus cafés, trocando pedaços de fumo em rama ou cigarros feitos, contando anedotas, falando mal da vida alheia, discutindo seus problemas e os dos outros. E os assuntos mais capazes de provocar dissensões e paixões eram, como sempre, dinheiro, mulheres, política e futebol. A rivalidade entre os clubes esportivos Avante e Charrua continuava encarniçada, separando famílias; e aos sábados, em véspera de partida, e aos domingos, depois desta, o café se enchia de gente, e não se falava noutra coisa. Discutiam-se os lances do jogo, insultava-se o juiz, armavam-se brigas".

E o escritor ainda reserva um trecho para enaltecer a coragem e a resistência dos manguaças: "Em 1910, na noite em que apareceu o cometa de Halley, o café esteve quase deserto, pois pelas dúvidas as pessoas ficaram em casa, mesmo as que não acreditavam naquelas histórias de fim de mundo. Apenas dois ou três paus-d'água inveterados foram vistos no salão, diante de seus cálices de caninha e de seus copos de cerveja". Como o Futepoca se propõe a ampliar o "o alcance do balcão" do bar, como espaço de debate, é interessante a analogia do tal Poncho Verde com os três temas que inspiram sua sigla. O café fictício da saga "O tempo e o vento" representa simbolicamente, portanto, os balcões mais ancestrais que um dia viriam a nos atrair e nos inspirar. E como Veríssimo nasceu em dezembro, há 105 anos, fica aqui esse post como homenagem. Saúde!

quinta-feira, dezembro 02, 2010

O país que põe os adversários pra sambar

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Hoje, no Dia Nacional do Samba, postamos uma homenagem a quatro brasileiros que, no futebol, tiraram muitas vezes os adversários para sambar: Manoel "Garrincha" dos Santos, Ronaldo "Fenômeno" Nazário, Ronaldinho "Gaúcho" Assis Moreira e Róbson "Robinho" de Souza. Como só os brasileiros sabem fazer.

Som na caixa, manguaça! - Volume 62

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CHUVA, SUOR E CERVEJA
(Caetano Veloso)

Caetano Veloso

Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça
Não saia do meu lado
Segure o meu pierrot molhado
E vamos embolar
Ladeira abaixo
Acho que a chuva
Ajuda a gente a se ver
Venha, veja, deixa
Beija, seja
O que Deus quiser...

A gente se embala
Se embora se embola
Só pára na porta da igreja
A gente se olha
Se beija se molha
De chuva, suor e cerveja...

Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça
Não saia do meu lado
Segure o meu pierrot molhado
E vamos embolar
Ladeira abaixo
Acho que a chuva
Ajuda a gente a se ver
Venha, veja, deixa
Beija, seja
O que Deus quiser...

A gente se embala
Se embora, se embola
Só pára na porta da igreja
A gente se olha
Se beija se molha
De chuva, suor e cerveja...

(Do LP "Muitos Carnavais", Philips, 1977)

Depois do Brasil, América fica 12 anos sem Copa

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A Fifa anunciou hoje, na Suíça, os países que vão sediar as Copas de 2018 e 2022: Rússia e Qatar, respectivamente. Com isso, após a Copa no Brasil, em 2014, o continente americano ficará sem a competição mais importante do futebol até, pelo menos, 2026. E isso porque, entre a Copa dos Estados Unidos e a que será realizada aqui em nosso país, daqui a quatro anos, foram duas décadas de mundiais longe das Américas - os estadunindenses, aliás, foram um dos candidatos à Copa de 2022, que será a primeira no Oriente Médio.

Essa "seca" americana de 20 anos sem mundiais só havia ocorrido antes entre a primeira Copa, no Uruguai, em 1930, e a primeira no Brasil, em 1950. Depois dos 12 anos de intervalo até a Copa no Chile, em 1962, começou um período em que as Américas não passavam mais que oito anos sem o mundial: foi o que levou até 1970, quando o México sediou a primeira Copa na América Central; mais oito anos e ela foi a vez da Argentina; outros oito anos para que retornasse ao México, em 1986, e depois aos Estados Unidos, em 1994.

Um presépio de péssimo gosto

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Alto o nível de colesterol dessa celebração natalina...