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domingo, agosto 16, 2015

Velório carioca

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Blanc: compositor, vascaíno, bebum e,antes de tudo, carioca
No prefácio de "Brasil passado a sujo" (Geração Editorial, 1993), Sérgio Cabral diz que o autor, o vascaíno Aldir Blanc, é um dos expoentes da chamada "literatura carioca", com tipos, personagens, subúrbios, bares e situações na linha de Nelson Rodrigues e Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta. "O Rio de Janeiro é isso que está nestas páginas; é a cabeça e o coração desse extraordinário Aldir Blanc", resume Cabral. De fato, a obra é uma ode à carioquice, com tudo de "bom" que a esculhambação local possui - e aqui rememoro a resposta do também carioca Tom Jobim quando perguntaram por que, morando nos EUA, ele passava a maior parte do tempo em sua cidade natal: "Estados Unidos é bom, mas é uma merda. E o Brasil é uma merda, mas é bom!". No livro de  seu conterrâneo Aldir Blanc, um dos capítulos, "Até Morrer", fala especificamente sobre futebol. "Hei de torcer", explica o vascaíno nesse texto, "porque conheci um bebum que apelidou a própria amásia de Paulo Isidoro: 'Ela dormia na ponta, mas embolava pelo meio'." E prossegue:
O Lindolfo havia morrido. Vó Noêmia fez uns trinta sanduíches de carne assada, os homens encheram vidros vazios de eparema com traçado e partimos pro velório. Na saída, alguém lembrou:
- Cadê o rádio? Hoje tem Vasco x Botafogo.
Mas, aparentemente, ninguém se atreveu a levar. A mulher do Lindolfo, Dona Marcelina, era tão séria que já estava de luto muitos dias antes da morte do marido. Amanheceu um domingo de comemorar com batida de maracujá.
Naquele tempo, o jogo começava às três e quinze da tarde. Os enterros saíam por volta das cinco. No Caju, a viúva parecia de granito. Luto fechado, um buço que deve ter influenciado o Sarney, cabelos cinzentos cobertos por um lenço negro, leque também negro fechado nas mãos em garra, uma viúva de Lorca.
Waldir Iapetec, com seu faro inigualável, descobriu um buteco nas imediações com rabada e cervejotas superlampoticamente geladas. Mandaram arrebite. Mais ou menos na hora da peleja começar, Ceceu Rico, cheio de goró, lavando a cabeça com azeite Galo e botando aristolino na maionese, sacou um radinho do bolso das acumuladas. O Iapetec riu:
- Sabia que tu não ia aguentar.
- Tenho minha reputação. Não quero que digam que Ceceu Rico deu balda com medo de viúva.
O pessoal ficou ouvindo o jogo no tal buteco. De vez em quando, um batedor partia pro front do velório. E tome chá-de-macaco. O clima de jogo aumentava a vontade de biritar. Um zero a zero cheio de lances dramáticos. Faltando uns quinze minutos pro fim do segundo tempo, pressão do Vasco, meu avô Aguiar apareceu, deu um tapa de bagaceira nos beiços, e avisou, com toda cortesia de seus quase dois metros de cutucro nascido em Póvoa de Varzim:
- Vamo pagar a conta que o palhaço de saias chegou pra encomendar o corpo. Ceceu, enfia o rádio na ombreira do paletó e finge que tá com torcicolo, meningite, um troço desses.
Provavelmente sentindo a exuberância dos bafos, a viúva lançou a todos um olhar assassino. O padre, com a batina salpicada de proverbial caspa, começou a arenga:
- Nosso irmão Lindolfo já não está no estádio, digo, no mundo. Encontra-se na Glória!
O Iapetec sussurrou:
- Provavelmente na taberna. Ele adorava.
Olhar rambo-rocky da viúva em nossa direção. Vários gulps e pigarros.
- Bem aventurados aqueles...
Nesse instante, Ceceu captou no radinho uma investida vascaína:
- Lá vai o Vasco! Bola pra Walter Marciano na entrada da área! Driblou o primeiro, driblou o segundo, vai marcar...
O desgraçado do radinho ficou mudo. Desesperado, Ceceu catucou os botões pra baixo e pra cima. Nada. Teria sido a pilha? Ceceu sentou a porrada no spika, método quase infalível para engenhocas enguiçadas, e uma palavra, altíssima, como que irradiada pela sublime voz do Todo-Poderoso, elevou-se na capela:
- PÊNALTI!
Ceceu baixou de um golpe todo o volume. Um silêncio aterrador. Possessa, a viúva urrou:
- Contra quem? Pênalti contra quem? Aumenta, babaca!
À beira de uma de suas famosas crises de asma, Ceceu estertorou:
- Pênalti contra o Botafogo.
A viúva tava comandando o tradicional corinho de "casaca, casaca, casaca - saca-saca...", quando o padre abandonou o recinto.
Meu avô gritou:
- Hei, seu padre! Volta aqui! Futebol enlouquece qualquer um! Não foi desrespeito, não.
Sintam a resposta do padreco:
- Aqui, ó! Eu sei que não foi desrespeito. Foi roubo no duro! Tô farto de ver o Vasco vencer com gol de pênalti no último minuto. Vão todos pros quintos dos infernos. Ladrões!
Mas seu protestos foram abafados pelos gritos de gol e pelo espetacular choro da viúva. De alegria.

quinta-feira, outubro 31, 2013

Antônio Carlos: o nome da reação

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Zagueiro chegou e já estreou com vitória
Mais do que o afastamento de Jadson e Osvaldo, a recuperação de Ademilson e Maicon e a confiança total em Rodrigo Caio e Ganso, a nova passagem de Muricy Ramalho como treinador do São Paulo, que já alcançou uma reação inacreditável em menos de dois meses (após um longo período de derrotas e vexames), ficará marcada por um nome: Antônio Carlos. O zagueiro chegou em  meados de agosto para preencher uma lacuna de emergência, pois o clube havia emprestado Rhodolfo ao Grêmio e afastado o medalhão Lúcio definitivamente, a pedido do técnico Paulo Autuori. Por isso, precisou recorrer às pressas, mais uma vez, ao empresário Eduardo Uralam - que já havia trazido Juan, Cortez, Carleto, Edson Silva, João Fillipe, Maicon e Aloísio. O negociante trouxe os zagueiros Antônio Carlos e Roger Carvalho (que recupera-se de cirurgia e ainda não estreou) e o atacante Welliton. Logo na estreia de Antônio Carlos, no dia 25 de agosto, o São Paulo derrotou o Fluminense por 2 a 1 - a primeira vitória depois de 12 rodadas e quase três meses sem resultado positivo no Campeonato Brasileiro. Bom sinal.

Antônio Carlos no Botafogo: de 2011 a 2013
O curioso é que o zagueiro, cria das categorias de base do Olaria, foi revelado profissionalmente justo pelo Fluminense, onde jogou de 2003 a 2005, até se transferir para o Ajaccio, da França. E o segundo jogo com a camisa do São Paulo (um bom empate sem gols, no Rio) aconteceu, também curiosamente, contra o Botafogo - time pelo qual chegou a atuar neste Brasileiro e de onde veio contratado. Depois de ficar fora da derrota por 2 a 1 para o Criciúma, Antônio Carlos voltou na derrota por 2 a 0 para o Coritiba, que fechou o 1º turno e selou a demissão de Paulo Autuori. Foi então que Muricy Ramalho retornou e confirmou o zagueiro como titular, emplacando mais uma vitória logo de cara, contra a Ponte Preta (1 x 0). E a estrela de Antônio Carlos começou a brilhar: fechou o placar na vitória contra o Vasco por 2 a 0, no Rio (quando o Tricolor finalmente saiu da zona de rebaixamento), e marcou mais duas vezes no importante 3 a 2 sobre o Vitória. Porém, contundiu-se e saiu do time nas seis partidas seguintes.

Repatriado em 2007, jogador não emplacou
Ontem, a primeira partida das quartas-de-final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional da Colômbia, no Morumbi, marcou o retorno do zagueiro. E que retorno! Antônio Carlos voltou a marcar dois gols em uma partida, que decretaram a vitória por 3 a 2 e salvaram o São Paulo de amargar um resultado muito ruim, depois de tomar dois gols bobos (um em falha dupla de Rogério Ceni e Rodrigo Caio e outro, ironicamente, em um erro do próprio Antônio Carlos, que cabeceou a bola para trás e deixou um adversário livre para marcar). Muricy Ramalho rasgou elogios ao zagueiro-artilheiro e deu a entender que, se continuar no comando do time, o atleta será titular e um dos homens de confiança em campo - tudo o que o caríssimo Lúcio, o maior fiasco da temporada, não foi. Interessante é que o próprio Antônio Carlos já viveu decepção semelhante ao ser repatriado da França pelo Atlético-PR, em 2007, e não emplacar. Chegou a ser capitão e campeão paranaense em 2009, mas, na primeira crise, foi emprestado ao Atlético-GO. Depois, novo empréstimo e posterior venda ao Botafogo. Onde este ano, sem chances, pediu para ser vendido. Para sorte de todos nós, sãopaulinos!

Gol nos acréscimos e título carioca de 2005
Aos 30 anos, Antônio Carlos é a peça que faltava na defesa, no estilo de Fabão e de André Dias, que também marcavam muitos gols. E põe a bola na rede geralmente quando o time mais precisa, nos últimos minutos, como ontem, contra o Atlético Nacional, aos 45 do segundo tempo (veja vídeo com os gols da partida abaixo), ou contra o Vitória, faltando três minutos para o fim do jogo (assista clicando aqui). E está aí mais uma curiosidade sobre o jogador: foi exatamente um gol nos acréscimos, aos 47 da etapa final, que consagrou Antônio Carlos no Fluminense, ao decretar o título carioca de 2005 (assista clicando aqui) - fato que, com certeza, contribuiu para sua transferência para a Europa naquele mesmo ano. Tomara que essa impressão se confirme e que o zagueiro possa traçar uma longa passagem pelo São Paulo. Porque Edson Silva já veio apenas para ser opção no banco e Paulo Miranda (que ontem cometeu um pênalti não marcado pelo árbitro ao puxar um adversário pela camisa) e Rafael Tolói (que falhou feio no primeiro gol do Internacional, no domingo, pelo Brasileirão - assim como em dezenas de ocasiões na temporada) não inspiram muita confiança. E Roger Cavalho, que ainda não estreou, é uma incógnita e tem contrato curto. Antônio Carlos tem perfil para ser capitão do time, quando Rogério Ceni finalmente aposentar as chuteiras. Por enquanto, o zagueiro já é o nome da reação do time de Muricy. Vamo, São Paulo!


terça-feira, maio 07, 2013

Torcedor do Galo move ação contra arbitragem

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Simon: apito amigo botafoguense
Coisa inédita: um torcedor do Atlético-MG reclamando de arbitragem! Mas a causa é justa: depois de o árbitro Carlos Eugênio Simon ter admitido que errou ao não marcar um pênalti escandaloso sofrido pelo Galo em 2007, em partida contra o Botafogo-RJ que selou a desclassificação do clube mineiro da Copa do Brasil, um atleticano resolveu pedir na Justiça indenização por danos morais. De acordo com o site Terra, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai analisar hoje o processo.

O autor da ação - que é advogado - afirma que o caso deve ser tratado sob as cláusulas que protegem o direito do consumidor e que a CBF deve responder pelos atos de seus prepostos, já que fornece o "produto", ou seja, o jogo de futebol - se analisarmos a qualidade do "produto" nas últimas temporadas, pode configurar até fornecimento de droga.... Porém, o torcedor perdeu a ação em primeira e segunda instâncias: o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro considerou que o erro não gera para o torcedor-consumidor qualquer direito de cunho moral ou muito menos material e que a CBF, ao organizar as partidas, não se compromete a conseguir resultados favoráveis a qualquer dos times.

Insistente, o torcedor entrou então com um recurso especial dirigido ao STJ. O ministro Luis Felipe Salomão determinou a subida do recurso ao STJ para um melhor exame, já que há "peculiaridades" no processo. Acho que por "peculiaridade" podemos entender descaramento, pois não há a menor dúvida de que o pênalti não marcado aconteceu. No lance, dentro da área do Botafogo, o jogador Alex derruba sem dó o meio-campista Tchô, do Atlético-MG. Vale a pena ver de novo (no vídeo abaixo, a partir de 02:03):


quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Pinceladas cariocas - Um cardíaco a cada rodada...

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por Enrico Castro

Jogos do Flu têm matado cardíacos
Em mais um confronto pela Libertadores, o Fluminense venceu ontem o Huachipato, de virada, por 2 x 1, no Chile - e marcando o gol da vitória somente aos 31 do segundo tempo. Não precisava ter sido assim. O Flu dominou o fraco adversário, perdeu gols (um deles incrível, com Wellington Nem chutando na trave a três metros da meta vazia) e recuou no final, após a entrada do zagueiro Anderson no lugar de Thiago Neves. Os gols de W. Nem e Wágner, que marcou apenas 24 segundos após substituir o inoperante Deco, trouxeram alívio ao técnico e à torcida. A cada rodada, o time parece querer matar mais tricolores cardíacos... Porque Abel, mais uma vez, deu mostras que pretende utilizar a fórmula de sucesso de 2012: tornar difíceis jogos fáceis - mas vencendo. De qualquer forma, ele (ainda) tem crédito. O time volta agora suas atenções para o clássico de sábado contra o Vasco, pelas semifinais da Taça Guanabara. Há grandes chances do Flu entrar com o - cansado, porém reanimado - time titular completo, uma vez que o adversário tem a vantagem do empate. 
Aquele olhar 43: "85 kg em cima dele"
Mas, falando em Vasco, registro aqui mais um episódio do tal "jornalismo fófis".  Na versão carioca do diário Lance!, o "craque" Carlos Alberto fez elogios de caráter íntimo ao colega Bernardo, para suprema alegria dos adversários: "Eu tenho um grande carinho por ele. Eu falo para ele não sair do chão. Sempre que ele quer sair do chão, eu falo que vou colocar meus 85 kg em cima dele (risos). Eu estou feliz pelo resultado, pelo crescimento dele." Não vou nem comentar. 
O patrocinador milionário do Botafogo
Já os demais times Rio, que não jogaram no meio da semana, pois não estão no nível da Libertadores, também seguem se preparando para as semifinais do 1º turno do Cariocão. O Flamengo, que renovou o contrato de suas duas bijuterias Rafinha e Rodolfo (jóia, só o Neymar!), promete reeditar o chororô alvinegro de 2008 no próximo domingo. Para isso, conta com o artilheiro “brocador” Hernane, aspirante à Souza (aquele mesmo do chororô). Mas o Botafogo se adiantou e já começou a chorar antes da partida. A diretoria e seu principal patrocinador, o Guaraná Mendigão, reclamam que a TV Globo não transmitiu nenhuma partida do time na fase de classificação da Taça Guanabara. Dizem que isso é um "absurdo", uma "injustiça". Também prefiro não comentar.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

segunda-feira, outubro 17, 2011

Corinthians ganha do Cruzeiro e aguarda o corredor da vida

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Por Maurício Ayer

Num jogo ruim, com um pênalti mal marcado para o Cruzeiro (e desperdiçado por Montillo) e outro não marcado para nós, o Timão garantiu os valiosos três pontinhos que o mantêm na liderança do Brasileirão. Com o jogo atrasado com o Santos, no meio da semana, Botafogo define sua posição no grid atual. Voltamos à situação das rodadas finais do primeiro turno, com o Corinthians liderando, seguido de perto pelos quatro cariocas. Com o São Paulo perdendo o rumo (e o técnico), são os cinco que devem disputar.

Passado o desafio contra o Inter, no qual o empate não é ruim, entramos no corredor da vida onde temos que fazer valer a posição de líder: Avaí, América-MG, Atlético-PR, Ceará, Atlético-MG e Figueirense, sendo o último o único que não briga para fugir do rebaixamento.
Terminamos então contra o Palmeiras, em fase péssima e por isso mesmo louco para ter a única saída honrosa possível: na última rodada, tirar o título do Corinthians. Mas também, se acontecer o contrário, será pra se acabar de beber.

A esta altura, não dá para esperar grandes modificações. O que vai pesar mais mesmo é a motivação, a concentração, a tranquilidade para recuperar jogadores chave que ainda não estão no seu melhor, como o Liedson. Temos um meio campo funcionando, pelo menos para manter a posse de bola e criar algumas jogadas. Ainda é muito difícil enfrentar defesas fechadas, mas temos jogadores que batem bem de fora da área, como Alex e Willian.

Nosso fraco continua sendo as laterais, com especial destaque para Ramon e sua incrível capacidade de se posicionar bem: ele consegue ser sempre a pessoa errada no lugar certo, recebe a bola e, invariavelmente, a perde. E Alessandro toma muita bola nas costas, está longe de ser um jogador imprescindível. Aparentemente, estamos melhor nas bolas cruzadas na área, sem dúvida nenhuma o ponto que nos devorou mais pontos ao longo do ano, tantos foram os gols de escanteio.

Contra o Bota

Às vezes, na curva dos dias, a gente não consegue escrever sobre momentos importantes. A partida que o Timão perdeu para o Botafogo foi atípica. Com dois tempos opostos, tomamos um vareio no primeiro tempo (e ainda demos azar pelo menos no segundo gol, o que compensa o gol mal anulado que levamos no início) e socamos o pilão no segundo, mas com uma defesa trancada e um goleiro reserva inspiradíssimo, o Bota conseguiu não deixar entrar nada. Ao final, comemoraram mais que final de campeonato, com ares de batalha heroica. Claro que foi um jogo decisivo, mas os pontos corridos são assim.

Vai Corinthians!

domingo, outubro 10, 2010

Botafogo expõe lado ruim do Palmeiras

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Um Palmeiras mais limitado do que nas últimas três partidas apresentou-se diante do Botafogo no Engenhão neste domingo (10). O time que havia animado torcedores foi bem menos; o Botafogo não fez apresentação de gala, mas jogou melhor. Perdeu pênalti com Loco Abreu e boas chances.

Kléber exercitou seu cotovelo pela primeira vez desde sua volta ao Palmeiras. Foi expulso por acertar Alessandro com seu braço outrora plenamente desgovernado. Confesso que fico bem mais triste diante do que pode ser visto como a volta de uma faceta do jogador que parecia deixada para trás. Não foi uma agressão, mas lance besta que acontecia com mais frequência na passagem anterior do atleta pelo clube.

O alviverde permanece um ponto atrás da Estrela Solitária, mas a três posições de distância.

O Botafogo foi uma pedra no sapato do Palmeiras nas duas últimas temporadas. É que o confronto coincidiu com a última rodada, dificultando e tirando o time da Libertadores nos brasileirões de 2008 e de 2009.

Gabriel Silva, que pôs a mão na bola no primeiro tempo, foi poupado do cartão vermelho, que poderia ser aplicado, já que o árbitro interpretou que houve intenção no toque. Ao rever o lance, considero incorreta a marcação, mas como a bola foi para fora, a polêmica esvazia-se.

Valdívia tampouco foi bem no jogo, o que acontece. Vitor não jogou e o time não pôde repetir a fórmula do jogo passado. Lincoln e Dinei foram a campo, mas não mudaram a realidade do time (embora o atacante tenha quase marcado em um chute desviado que, por pouco, não encobre o goleiro.

O lado ruim, exposto na partida, é o da instabilidade, que faz o time oscilar tanto. Outro aspecto é a dependência de El Mago e de Kléber – excetuando-se as faltas de Marcos Assunção, que não fizeram a diferença

segunda-feira, abril 26, 2010

Como assim?

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Na página C6 do Estadão de ontem, sobre a preferência do roqueiro Lobão pela cidade de São Paulo, onde mora, uma informação peculiar:

Em 1984, perdeu a mãe, que se suicidou. No enterro, tocou bumbo com a camisa do Botafogo.

quinta-feira, novembro 19, 2009

Falou e disse

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Na polêmica que se avizinha sobre o Corinthians facilitar ou não uma vitória do Flamengo para prejudicar o São Paulo na reta final do Campeonato Brasileiro, o atacante Washington, do tricolor paulista, bateu no ponto principal:

- Se fizermos nosso serviço, o Corinthians pode até perder de dez que seremos campeões, disse o centroavante, que terá toda a responsabilidade de estufar as redes nas próximas duas rodadas, pois Borges e Dagoberto foram suspensos pelo STJD.

O detalhe é que, em 2004, Washington quase foi campeão brasileiro pelo Atlético-PR, mas perdeu a taça para o Santos nas últimas rodadas. O que decidiu a disputa foi uma derrota para o Vasco no Rio de Janeiro. E agora o São Paulo vai até o estado vizinho para enfrentar o Botafogo...

sábado, outubro 31, 2009

Botafogo carioca liberou LSD paraguaio em 1968

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Em meio as deliciosas histórias de "Dez! Nota dez!", a biografia (à direita) do mitológico Carlos Imperial escrita por Denilson Monteiro (Editora Matrix, 2008), separei uma das que falam sobre futebol. Em 1968, Juan Zenón Rolón era um cantor paraguaio que defendia uns trocados na noite paulistana, sob a alcunha de Juancito. Contratado por Imperial para aparecer no programa "Barra Limpa", da TV Tupi, o rapaz foi rebatizado simplesmente como Fábio - a partir de Fábio Marcelo, nome usado anteriormente por um cantor amigo dele, que depois trocou para Herondy (aquele de "Não se vá", da futura dupla com Jane). Porém, apesar de agradar na televisão, o paraguaio não tinha contrato com gravadoras e não via a hora de entrar no estúdio. Quando abordava Imperial, este se limitava a dizer que ainda não havia chegado a hora. Foi aí que o futebol entrou como fator decisivo. Segue o trecho do livro que conta essa historinha:
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Na final do campeonato estadual [do Rio de Janeiro], em 9 de junho de 1968, Imperial levou Fábio para conhecer o Maracanã. A decisão era entre o seu querido Botafogo e o Vasco da Gama. O Glorioso jogava pelo empate e tentava o bicampeonato. Imperial comentou com sua descoberta:
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- Vamos ver se você é pé-quente.
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Fábio demonstrou ser um verdadeiro talismã, pois logo aos 15 minutos Roberto marcou para o Botafogo, e aos 33 foi a vez de Rogério balançar a rede vascaína. Carlos vibrava e abraçava seu pupilo. Aos 15 do segundo tempo, Jairzinho marcou o terceiro, e Gérson liquidou a fatura cobrando falta aos 22. Botafogo 4 x Vasco 0. (...) Quando voltaram para a Miguel Lemos [rua onde ficava o apartamento do produtor/compositor], Imperial, ainda eufórico com a conquista do seu time, falou para Fábio:
.
- Você é realmente um pé-quente, amanhã vou chamar o pessoal da RCA Victor e falar para eles te contratarem.
.
Na segunda-feira, Imperial ligou para a gravadora e os executivos foram até a Miguel Lemos, onde o contrato foi assinado. Agora restava ao cantor providenciar duas músicas para um compacto simples. Fã dos Beatles, Fábio ouvia direto a polêmica "Lucy in the sky with diamonds", canção de duplo sentido, que alguns diziam se uma ode de John Lennon ao LSD. O paraguaio sabia que Imperial tinha ojeriza a qualquer tipo de droga, mas não dispensava uma boa polêmica. Resolveu arriscar.
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- Imperial, os Beatles estão fazendo o maior agito com aquela música deles. A gente podia fazer a nossa aqui no Brasil. Eu já tenho os primeiros versos: "Lindo sonho delirante, hoje quero viajar".
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A possibilidade de ganhar as páginas dos jornais falou mais alto, e Carlos resolveu embarcar no chamado som psicodélico. Ele e Fábio trabalharam a canção e fizeram uma segunda, "O Reloginho". As duas foram gravadas no estúdio Havaí, com a participação dos sempre eficientes Fevers.

Maracanã, 1970 - Leno, Tony Tornado, Guilherme Lamounier, Clara Nunes, Carlos Imperial, Antonio Adolfo e Tibério Gaspar



domingo, agosto 16, 2009

Quando o Palmeiras vai fazer dois gols em um jogo?

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Foi o terceiro empate seguido do Palmeiras no Brasileirão. Mais uma vez por 1 a 1. Desde que Muricy Ramalho chegou, o Palmeiras fez um gol em cada partida, venceu dois empatou três.

Assim, o título do post poderia ser "quando o palmeiras vai deixar de tomar gol em um jogo?". Ou ainda: "Será que Jorginho tem umas dicas?"

Como dois dos empates foram em casa, isso significa que o time encerrou sua participação no primeiro turno com quatro pontos a menos do que deveria, por obrigação, ter alcançado.

O empate contra o Botafogo ainda deixou Wendel e Diego Souza suspensos com o terceiro amarelo.

Tudo bem que a marcação do time do estreante Estevam Soares funcionou e que o camisa 7 do alviverde perdeu um gol feito, mas é melhor o time parar de vacilar no início do segundo turno.

quarta-feira, abril 01, 2009

A Lei de Murphy no futebol brasileiro

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Como já adiantei nos comentários de alguns posts, estou relendo a trilogia da "Lei de Murphy", publicada pela Editora Record no final do século passado, com tradução e "transubstanciação" de Millôr Fernandes - e ilustrações impagáveis do mestre cachaceiro Jaguar. No meio de tantas pérolas, como "Toda ambiguidade é invariável" (Lei Roberta Cloese), "Confia em todo mundo, mas corta o baralho" (Lei Castor de Andrade), "Toda ordem que pode ser mal interpretada é mal interpretada" (Axioma do Exército) ou "Há dois tipos de pessoas: as que dividem as pessoas em dois tipos e as que não" (Distinção do Sociólogo), encontrei "leis" do futebol brasileiro:

LEI DA CBF
Quando chega a sua vez, mudaram as regras.

LEI TELÊ SANTANA
Nada é mais inevitável quanto um erro que você prevê.

SEGUNDA LEI TELÊ SANTANA
Jogadas perfeitas na teoria não dão certo na prática.
Jogadas perfeitas no treino são as que enterram o time.

LEI ZAGALLO DA RESPONSABILIDADE
Eu ganhei, nós empatamos, eles perderam.

LEI DO VIAJANTE E DO JOGADOR DE SELEÇÃO
Não se consegue fazer nada numa viagem.

SEGUNDA LEI PELÉ
Basta ser popular pra ficar impopular.


Pra mim, a melhor é a explicação filosófica com base no Botafogo-RJ, que hoje é só um amarelão, mas que, na época, era um perdedor predestinado:

LEI BOTAFOGUENSE
Um bom resultado só acontece uma vez.

TEOREMA BOTAFOGUENSE
1 – Você não pode ganhar;
2 – Você não pode empatar;
3 – Você não pode nem largar o jogo.

PRESUNÇÃO BOTAFOGUENSE
Toda filosofia que procura dar alguma significação à vida é baseada na negação de uma parte do Teorema Botafoguense:
1 – O capitalismo é baseado na presunção de que você pode ganhar;
2 – O socialismo é baseado na presunção de que você pode empatar;
3 – O misticismo é baseado na presunção de que você pode largar o jogo.

F-Mais Umas - O incrível Jason Barrichello

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CHICO SILVA*

Antes de iniciar minha participação na temporada 2009, faço questão de pedir desculpas aos meus poucos, porém fiéis, leitores. Por pura vadiagem, passei os últimos meses ausente deste espaço. E não foi por falta de assunto, não. Pelo contrário. Há muitos anos a Fórmula-1 não produzia tanta notícia e interesse. Regulamento novo, o lançamento do sistema de reaproveitamento de energia, o tal do KERS (foto à direita) e carros absolutamente repaginados deixaram a categoria de rodas para o ar. Se bem que, com essas imensas asas dianteiras e minúsculos aerofólios traseiros, os novos modelos lembram alguns bólidos da "corrida maluca". Todo esse esforço é para diminuir o arrasto aerodinâmico e com isso facilitar as ultrapassagens, produto raro nas prateleiras da categoria.

O casting de pilotos foi o que menos mudou. Teve apenas a entrada do suíço Sébastien Buemi na Toro Rosso, assumindo o lugar do "Schumaquinho" Sebastian Vettel, que migrou para a Red Bull para ocupar a vaga do bon vivant aposentado David Coulthard. Mas a grande novidade deste início de 2009 é o incrível ressurgimento de Rubens Barrichello (à esquerda). O piloto brasileiro mais sacaneado de todos os tempos se tornou um combo de Jason, o serial killer que se recusa a morrer na série Sexta-Feira 13 e Highlander, o imortal guerreiro vivido no cinema pelo canastraço Christopher Lambert. Quando todos imaginavam que a interminável carreira de Rubinho havia chegado ao fim, eis que surge Ross Brawn para salvá-lo da aposentadoria na Fórmula Indy ou então na Stock Car e seus incríveis capôs voadores.

E a saga de Barrichello se confunde com a da sua própria escuderia. Assim como o piloto, ninguém apostaria um dólar pós-crise que os desabrigados da Honda seriam capazes de disputar a temporada 2009. Porém, um fenômeno de difícil explicação transformou o espólio fumegante da equipe japonesa no carro a ser batido. Mérito de Brawn (foto à direita), o engenheiro que foi decisivo no processo de transformação de Michael Schumacher em mito. O técnico concebeu um carro equilibrado, limpo, bem acertado e potente. Tanto sucesso incomoda a concorrência, que faz de tudo para transformar a carruagem de Rubinho em abóbora. Cabe a agora ao Tribunal de Apelações da FIA decidir se o difusor da discórdia é legal ou não.

Mas, mesmo se a peça for considerada irregular, ao que tudo indica o carro da Brawn continuará sendo competitivo. Para desespero dos Cassetas, Pânicos e similares, que correm o risco de perder uma de suas maiores fontes de piadas. Ou quem terá coragem de tirar onda com um campeão do mundo? Mesmo que este atenda pelo nome de Rubens Jason Barrichello.

Filme repetido
Assim como o Botafogo, há coisas que só acontecem com Rubens Barrichello. E nada parece salvá-lo desta sina. Apesar da bela corrida de recuperação em Albert Park, Rubinho mais uma vez viu um companheiro ter a primazia de conquistar a primeira vitória da equipe pela qual compete. Foi assim na Stewart, quando o inexpressivo britânico Johnny Herbert foi o responsável pelo único triunfo da história do time, no GP da Europa 1999, disputado no circuito de Nürburgring - assim mesmo, com trema, pois a regra não matou o sinal em nomes estrangeiros. O fato iria se repetir na finada Honda e com o mesmo Jenson Button (à esquerda) que o bateu na Austrália. O inglês venceu o GP da Hungria de 2006, a única conquista da Honda em sua fase moderna, já que a escuderia havia vencido duas provas nos anos 1960. E o curioso caso de Button se repetiu no domingo. Mas esse remake o Rubinho não gostaria de ter visto...

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

quinta-feira, outubro 23, 2008

O que acontece com Carlos Alberto?

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Leio hoje, no Lance!, que o vice-presidente do Botafogo-RJ, Carlos Augusto Montenegro, admitiu que o elenco do clube carioca está rachado: Lúcio Flávio, Túlio e Wellington Paulista estariam liderando um dos grupos e Carlos Alberto (à direita) e Diguinho, outro. "Carlos Alberto não está sendo profissional. Por causa de um ato idiota contra o Grêmio, poderia não jogar mais em 2008. Ele não tem solidariedade e respeito ao Botafogo", disparou Montenegro. Difícil dar crédito irrestrito a afirmação de um cartola, mas que Carlos Alberto tem dado motivos para ser criticado, não resta dúvida. Ou alguém se esqueceu do nebuloso episódio de sua saída do São Paulo?

De dois anos para cá, o meio-campista nunca mais foi o mesmo das boas atuações por Fluminense e Porto, no início da década. Contratado como galático (sic) pela malfadada MSI, por cerca de R$ 22 milhões, Carlos Alberto teve desempenho irregular na conquista do também nebuloso Campeonato Brasileiro de 2005 pelo Corinthians. Depois do quebra-pau na eliminação da Libertadores de 2006 para o River Plate, em pleno Pacaembu, o clima pesou. Emerson Leão assumiu o alvinegro paulistano e o jogador começou a mostrar seu lado bad boy: em um jogo pela Copa Sul-Americana contra o Lanús, foi substituído ainda no primeiro tempo e ficou irritado, ofendendo ostensivamente o treinador. O Corinthians perdeu e foi eliminado da competição e, alguns dias depois, Leão decidiu afastá-lo do grupo.

Carlos Alberto voltou ao Fluminense, discreto, e em seguida teve uma experiência ruim no alemão Werder Bremen, onde passou a maior parte do tempo contundido. Visivelmente fora de forma (eufemismo camarada para gordo), o meio-campista desembarcou no Reffis do São Paulo para se recuperar e, de quebra, conseguiu um contratinho de empréstimo - fato que não foi comemorado por nenhum são-paulino. Não jogou quase nada no Tricolor, marcou só um golzinho e saiu mais cedo, depois de se meter em outra confusão. Pouco depois, ainda foi flagrado debochando de um colega de profissão. Agora, está dando o que falar no Botafogo. O que passa pela cabeça desse jogador? Custa muito ficar quieto e cumprir contrato, mesmo na reserva, mas lucrando milhares de reais? Sinceramente, não compreendo.

sábado, outubro 11, 2008

Os efeitos da crise no andar de baixo e no mundo da bola

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Conversando com um taxista no centro da capital paulista, pude perceber que os primeiros efeitos da crise mundial já começaram a atingir o andar de baixo da estrutura social brasileira. Calma, não estou falando de um efeito dominó da quebradeira estadunidense ou de consequências macro-econômicas para o país, mas sim do que vem acontecendo com o pessoal que trabalha junto à Bovespa, prédio localizado na rua XV de Novembro, na região central paulistana.

Com a histeria e a depressão (emocional e financeira) dos homens de terno da Bolsa, começaram a haver cortes de funcionários no local em que se grita mais do que em estádio de futebol. E, pelo relato do condutor, os primeiros atingidos foram os ascensoristas. Agora, o pessoal engravatado tem que apertar o botão do elevador se quiser se locomover dentro do edifício. Esse esforço hercúleo é recompensado com a economia de custos, obviamente.

Outro efeito foi a suspensão do convênio - em geral informal - com os taxistas locais. O motorista contou que a cada 15 dias o pessoal do ponto levava os recibos para receber o dinheiro das viagens de táxi do pessoal da Bolsa. Mas isso acabou sendo suspenso. Quem quiser pegar táxi, que tire do próprio bolso. De fato, consequências funestas para o bem-estar dos convivas da Bovespa.

*****

Mas a crise também gerou problemas (ou justificativas) no futebol brasileiro. No Botafogo  , por exemplo,  os salários estão atrasados dois meses, assim como uma premiação de R$ 150 mil pelo time ter entrado no G-4 a certa altura do campeonato. Mas, por conta da crise financeira dos EUA o clube aguarda que a situação se estabilize, para evitar que na hora de captar dinheiro no mercado financeiro sejam aplicados juros muito altos.

Já no Atlético (MG), a culpa por salários em atraso também cai nas costas da crise mundial. De acordo com Antônio Silva Passos, vice-presidente do conselho deliberativo, o clube tem a documentação pronta e assinada para obter recursos e saldar seus compromissos com jogadores e funcionários, mas, por causa da quebradeira estadunidense, os "bancos não querem ceder dinheiro. Infelizmente, numa hora muito ruim. A folha de pagamento quando pega um, pega todo mundo". Segundo ele,  "tem alguns atleticanos que estão doando cestas básicas [para os funcionários]. Eles estão recebendo pelo menos o necessário." E a culpa é da crise.... 
 

terça-feira, setembro 16, 2008

Licença parlamentar à vista

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Mais sensação de déjà vu impossível: o Botafogo-RJ poderá ter Túlio Maravilha (foto) de volta em 2009. Carlos Augusto Montenegro, presidente do clube na época do título brasileiro de 1995, é o candidato da situação para as eleições da segunda quinzena de novembro. E o cartola garantiu à torcida: "-O Túlio virá para disputar o Estadual do ano que vem. Apesar de já ter uma certa idade (39 anos), está inteiro e é um dos goleadores do Brasil neste ano. Já conversamos e ele fará um teste no Carioca. Se for bem, continua até o fim de 2009".

De fato, o veterano atacante é artilheiro do Campeonato Brasileiro da Série B, pelo Vila Nova, com 20 gols, dois a mais que o santista Kléber Pereira, goleador da Série A. No total, Túlio já fez 856 em sua carreira (sendo 72 pelas categorias de base), e pretende alcançar o de nº 1.000 até 2010. A ambição pode parecer despropositada, mas, só nos últimos 20 meses, o atacante fez mais de 150 gols - o de nº 700 foi feito pelo Canedense em janeiro de 2007, no Campeonato Goiano. "-Posso fazer o gol 900 pelo Botafogo e ficar no clube até marcar o milésimo", planeja Túlio, que já teve duas passagens pelo clube carioca, entre 1994 e 1996 e entre 1998 e 2000.

Porém, há um obstáculo em sua volta ao Botafogo: o jogador é candidato a vereador em Goiânia e, se vencer, terá que assumir o cargo. Mas é bem provável que Túlio não deixará escapar a oportunidade de voltar a um grande clube e encerrar a carreira onde se consagrou (depois de passar, nos últimos anos, pelo Tupy do Espírito Santo, o boliviano Jorge Wilsterman, o Fast de Manaus e os goianos Canedense e Itauçuense). Não sei se será possível, mas uma licença da Câmara de Goiânia poderia resolver o impasse na vida do "interminável" Túlio, como diria Milton Neves.

sábado, maio 31, 2008

O ano de 1968 no futebol

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Artur Poerner escreveu no Jornal do Brasil "Normal só a vitória da Mangueira [no carnaval].

Neste 31 de maio, vale a pena esticar a onda para o mundo do futebol. Pro parceiro PapodeHomem, pesquisei sobre futebol em 1968 pra descobrir se o futebol também teria mudado.

Não necessariamente em maio, mas em junho. É a versão de um artigo de Admildo Chirol, preparador físico da seleção à época. Ele narrava os bastidores da escalação de Gérson, Tostão e Rivellino juntos, com a camisa canarinho – com direito a participação, como coadjuvante, de Carlos Alberto Parreira. Mais do que uma escalação, a inovação era tática, ao usar mais homens capazes de voltar para marcar. Gérson, Rivellino e Tostão ajudando a defesa? Bom, essa foi a mudança, porque infernizar o time adversário eles iriam de qualquer forma.

Mas na busca, encontrei um monte de dados curiosos sobre o ano.

O levantamento começa na Taça Brasil de futebol, uma lambança. O torneio que lembra a Copa do Brasil atual, servia para indicar os brasileiros na Libertadores do ano seguinte. Ficou parada por quatro meses, e foi acabar em outubro de 1969, com o Botafogo, pivô da crise junto do Metropol de Criciúma, em Santa Catarina, sagrando-se campeão. A competição não voltaria a acontecer depois desse enrosco todo. Note-se que o Metropol fechou seu departamento de futebol em 1969, ano em que se sagrou campeão de seu estado.

As mudanças nada positivas vão além. O ano de glórias da Estrela Solitária também rendeu monopólio no Rio de Janeiro. Ficou com o caneco em cima do Vasco no Carioca. Também conquistou a Taça Guanabara que, até 1976, não representava o primeiro turno do estadual como acontece hoje. O bicampeonato em ambas as competições marcou o início da fila do clube, que ficaria 21 anos sem conquistas. Vale dizer que o técnico do clube era Mário Jorge Lobo Zagallo, em sua primeira experiência como treinador que duraria até 1970.

Como todo nascido muito tempo depois dos anos 60, pensar no Botafogo daquela época remete, de algum jeito, a Garrincha. Mas ele havia deixado o clube em 1965, passado pelo Corinthians em 1966 e pulado no Atlético Junior, de Barranquilla, na Colômbia por um ano e meio para jogar uma partida apenas, contra o Santa Fé, sem nenhum gol. Em 3 de novembro de 1968, Mané estrearia pelo Flamengo, sem conseguir grandes feitos.

O Santos de Pelé sagrou-se bicampeão paulista, vencendo o Corinthians na final. O artilheiro foi Téia, da Ferroviária de Araraquara. O alvinegro da Baixada Santista levou o o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o equivalente ao Brasileiro atual, e venceria o terceiro estadual consecutivo no ano seguinte.

O Náutico alcançou o hexa pernambucano em cima do Sport, em três jogos. O feito é único na história do estadual. O paranaense ficou para o Coritiba, no gaúcho o Grêmio foi hepta, o Galo ficou com o mineiro, o Galícia venceu o Fluminense de Feira de Santana na Bahia, e por aí vai.

Ainda falta descobrir sobre o futebol do resto do mundo em 1968.

quarta-feira, maio 14, 2008

Só faltou o Botafogo. Será?

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Em sua carreira, Pelé disputou algumas partidas por times cariocas. A primeira vez ocorreu em junho de 1957, no chamado Torneio Internacional do Morumbi, uma competição amistosa para celebrar a construção do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, com jogos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Vasco e Santos decidiram atuar como um combinado, jogando com a camisa dos cariocas no Rio e dos alvinegros praianos na capital paulista (na foto acima, em treino com o uniforme vascaíno, Álvaro, Pelé e Jair Rosa Pinto). Pelé fez três jogos com a camisa do Vasco (dois deles, os primeiros confrontos internacionais de sua carreira), nos dias 19, 22 e 26, contra o português Belenenses, o iuguslavo Dínamo Zagreb e o Flamengo. Marcou simplesmente cinco gols. E ainda faria mais um, com a camisa do Santos, contra o São Paulo.

Mais de duas décadas depois, em abril de 1978, o Fluminense fazia uma excursão pela Nigéria. Por coincidência, Pelé também estava naquele país, trabalhando na promoção de uma marca de eletrodomésticos. No dia 26, o tricolor carioca enfrentaria o Racca Rovers, em Kaduna. As autoridades nigerianas convidaram e Pelé aceitou dar o chute inicial da partida. Seria apenas isso, mas as rádios nigerianas, por confusão, ou tentando forçar uma situação, passaram a divulgar que o Rei jogaria. Sem saída, Pelé jogou (à direita, perfilado com o time carioca) . O Fluminense venceu por 2 a 1, com gols de Marinho Chagas e Gilson Gênio.

Um ano mais tarde, em 6 de abril de 1979, Pelé vestiu a camisa do Flamengo no Maracanã (abaixo, nos vestiários, o Rei com Nelson e Cláudio Adão). O Flamengo enfrentou o Atlético Mineiro, em jogo beneficente às vitimas das enchentes de Minas Gerais. Compareceram 139.953 pagantes. Os cariocas golearam por 5 a 1, com três gols de Zico e outros de Luizinho e Cláudio Adão (Marcelo diminuiu). Um dos gols do Galinho de Quintino foi de pênalti. A torcida pediu para que Pelé batesse, mas ele declinou.

Portanto, dos grandes clubes do Rio, Pelé só não jogou pelo Botafogo. Porém, no período entre as Copas de 1958 e 1962, o santista jogou diversas vezes com vários botafoguenses na seleção brasileira. Um exemplo é a linha de ataque da foto abaixo: Garrincha, Pelé, Paulo Valentim, Didi e Zagallo. Só o Rei não jogava pelo time da estrela solitária.

sexta-feira, maio 02, 2008

50 anos de três senhoras linhas de ataque

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Para quem gosta de futebol, 1958 não deve ser reverenciado apenas como o ano em que o Brasil venceu sua primeira Copa do Mundo (e revelou para o mundo, por tabela, Garrincha e Pelé). Foi um ano mágico, principalmente no eixo Rio-São Paulo, onde todos os times tinham craques. O Campeonato Carioca foi decidido em um triangular emocionante, batizado de super-supercampeonato, entre Flamengo (de Zagallo, Joel e Dida), Botafogo (de Didi, Garrincha e Nilton Santos) e o Vasco, que sagrou-se campeão com Bellini, Pinga e Orlando.

Em São Paulo, o incrível Santos de Pelé, Zito e Pepe esmagou a concorrência e faturou o Paulistão com uma campanha de 30 jogos, 26 vitórias, três empates e apenas uma derrota, marcando 143 gols - 58 deles do camisa 10 (recorde absoluto da competição). E isso numa época em que o São Paulo tinha De Sordi, Zizinho e Canhoteiro, o Palmeiras, Mazzola, Formiga e Valdemar Fiúme, e o Corinthians, o goleiro Gilmar, Luizinho (Pequeno Polegar) e Oreco. De todos os jogadores citados, apenas Pinga, Zizinho, Canhoteiro, Formiga, Valdemar Fiúme e Luizinho não foram à Copa da Suécia - apesar de terem servido a seleção várias vezes.

Vejamos três senhoras linhas de ataque de 1958 (com Pelé nas três, lógico):

Santos FC: Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe

Seleção brasileira: Joel, Didi, Mazzola, Pelé e Canhoteiro

Ataque da Copa: Garrincha, Didi, Pelé, Vavá e Zagallo

domingo, abril 20, 2008

Enquanto isso, no Rio: Botafogo ganha com dois a menos

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No Rio, deu a Estrela Solitária diante do Fluminense. O gol da classificação saiu aos 40 do segundo tempo, dos pés de Renato Silva, que estreou no futebol sob o comando de Cuca no Goiás, depois de ser desprezado pelo tricolor carioca. A matéria tá pronta. O alvinegro terminou com dois a menos, mas a segunda expulsão, de Jorge Henrique, aconteceu aos 48 da segunda etapa.

A final do estadual, contra o Flamengo, repete a decisão de 2007, quando o rubro-negro levou a melhor. Neste ano, as duas partidas são no Maracanã, nos domingos 27 de abril e 4 de maio.

domingo, fevereiro 24, 2008

Desespero botafoguense

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Impressionante a reação do elenco do Botafogo-RJ após a derrota por 2 a 1 na final da "importantíssima" Taça Guanabara. Na sala de imprensa, quase todos os atletas choravam (literalmente) até que o presidente do clube, Bebeto de Freitas (foto), interrompeu as entrevistas e renunciou ao cargo em frente às câmeras. Não vi os lances polêmicos da partida, mas qualquer desconfiança de favorecimento ao Flamengo em decisões deve ser considerada, pelo histórico inegável de "apitos (mais do que) amigos". Porém, mesmo que chiem com razão, a proporção da hecatombe botafoguense parece muito exagerada. Afinal, ainda falta um turno do carioca, o time pode vencê-lo e dar o troco no Flamengo na decisão de fato, o clube está na Copa do Brasil e pode assegurar uma vaga na Libertadores de 2009 e, pelo bom futebol que vem apresentando, tem tudo pra fazer um ótimo Brasileirão. É fato que a revolta não tem a ver só com o jogo de hoje, mas com os prejuízos seqüenciais sofridos pelo Botafogo nos últimos dois anos (vide desclassificação da Copa do Brasil em 2007, com atuação "brilhante" da Ana Paula Oliveira). Mas daí ao elenco inteiro aparecer chorando e o presidente do clube renunciar em público, vai uma grande distância. Quando Bebeto ainda era técnico de vôlei e treinava o Olimpikus, de Campinas (SP), eu o entrevistei muitas vezes - e algumas em momentos de verdadeira tensão. Mas me parecia um cara tranqüilo, equilibrado. Pois é, a arbitragem brasileira conseguiu acabar com esse equilíbrio...