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segunda-feira, setembro 26, 2011

A inquietação como um bom sinal no Tricolor

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Por Moriti Neto

Botafogo 2 x 2 São Paulo foi daqueles jogos de causar inquietação. Tanto melhor para o torcedor são-paulino, que vinha faz tempo aguardando uma partida menos previsível do time de coração.

Neste domingo, no Engenhão, cada etapa foi de uma equipe. O Glorioso esteve melhor nos primeiros 45 minutos. Mais objetivo, criou boas chances, com direito a bola na trave de um Ceni já batido, e ataques muito velozes com Maicosuel pela esquerda do ataque. E exatamente por ali, aos 24, a bola chegou a Loco Abreu, livre, para abertura do placar: 1 x 0.

O marcador era merecido. O São Paulo tinha mais posse de bola, mas eram os botafoguenses que levavam perigo maior. Não demoraria muito para que o melhor mandante do campeonato ampliasse. Aos 38, Wellington faz pênalti em Renato. Na batida, Loco Abreu vence novamente Ceni e anota 2 x 0.

Inversão

O segundo tempo mostra um cenário inverso ao da primeira etapa. Não é mais o anfitrião deselegante que manda na partida. O visitante mais incômodo do certame é quem controla as ações.

Com Rivaldo em lugar de Juan – claramente atingido emocionalmente pela pressão da torcida adversária – Carlinhos Paraíba ocupa a lateral-esquerda. O Tricolor mantém a posse de bola, mas, dessa vez, ganha, de fato, o campo do adversário. Wellington e Denílson passam a marcar  adiantados e bloqueiam as saídas rápidas do Botafogo. O esférico passa a girar com mais qualidade e o volume de jogo aparece.

Aos 15, no único contragolpe efetivo que os cariocas conseguem, Loco Abreu perde, embaixo da meta são-paulina, incrível chance de selar os destinos da peleja.

Henrique entra no lugar de Marlos. Funciona. Os paulistas, agora, além de mais inteligência na organização, têm uma referência no ataque.



Algumas oportunidades já haviam ocorrido, quando Cícero, aos 20, chuta de fora da área, o goleiro Renan rebate, e Henrique, como um centroavante deve fazer, mesmo caindo, diminui.
Daí para frente, o São Paulo pressiona, sempre com Rivaldo ditando o ritmo. O Botafogo se segura na marcação. Aos 46, uma falta perto da área carioca faz Ceni se deslocar até o campo de ataque. Ele bate. A bola viaja com muito efeito. O goleiro faz a assistência perfeita para o camisa 10, de cabeça, empatar.

No minuto seguinte, Lucas faz jogada em velocidade e a bola sobra para Rivaldo pela esquerda do ataque. Ele toca, tenta fazer um golaço por cobertura, e a redonda vai fora. Poderia até bater firme, cruzado, é verdade, mas, naquela altura, como criticar um jogador, que aos 39 de idade, num jogo duro, adverso, conferiu toda a lucidez que faltava ao Tricolor?

Bom resultado e mais clareza

Depois de um primeiro tempo que pintava a partida como um passeio botafoguense, o empate soou como vitória, até porque algumas coisas vão ficando mais claras no São Paulo: há esperança de jogar bom futebol – como mostrado em toda a segunda etapa – o talento de Rivaldo ainda pode ser decisivo em jogos difíceis (restando saber se é melhor colocá-lo de cara numa partida e esperar que manifeste o cansaço ou se ele entra para “salvar” em situações ruins) e o time que, desde março, é preparado para jogar com Luis Fabiano no ataque (vide a insistência de Carpegiani com Fernandinho, visando mais jogadas de linha de fundo) deveria ter apostado, há tempos, em alguém com características de área. Talvez Henrique. Talvez mesmo Rivaldo. Precisava era ter referência.

Vem aí o Flamengo, no Morumbi, e até o problema do comando de ataque tem boas perspectivas de solução. Luis Fabiano vai estrear e a casa estará cheia. Hora de inquietar os adversários.

quinta-feira, setembro 22, 2011

O jogo do medo

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Por Moriti Neto

A base foi o medo na noite desta quarta-feira, no Morumbi. São Paulo e Corinthians fizeram uma partida aquém do que se espera de um Majestoso que tinha a liderança, mesmo que provisória, do Campeonato Brasileiro em disputa. O 0 x 0, não somente pelo placar, foi digno de nota das mais baixas. Para os dois times e técnicos.

O jogo

Jogando em casa, o Tricolor até começou pressionando um Corinthians que, claramente, vinha com uma proposta defensiva, quase um ferrolho.  Duas chances seguidas, antes dos 10 minutos de bola rolando, com Dagoberto e Lucas, deram a impressão de que o mandante daria tom ofensivo à metade em três cores do campo.  Não foi o que se viu até o fim da primeira etapa.

Os visitantes congestionaram o meio e só saiam da defesa à base de reza braba. A não ser em raras tentativas de contragolpe, sem sequência é bom ressaltar, o Alvinegro permitiu que Ceni e até mesmo João Felipe e Rhodolfo fossem quase expectadores do fraco “espetáculo”.

No final da etapa inicial, Dagoberto ainda cobrou falta, Casemiro cabeceou na trave esquerda de Júlio César, e Piris, no rebote, chutou fora a melhor chance são-paulina. Foi pouco. Quase nada para quem aguardava um “clássico”.

O segundo tempo chega e já não há esperança de um jogo muito melhor. A  justificativa  se dá ao olhar para os bancos e enxergar Adilson de um lado e Tite de outro.  Retratos de apatia e, pior, covardia. Se o treinador corintiano, desde sempre, apostou na postura defensiva, o são-paulino jamais abdicou dos três volantes, ainda que percebendo (???) o adversário satisfeito com o empate – em tese, o suficiente para adiar a queda do comando técnico. Aliás,  apesar do jogo de baixa qualidade, pelo menos essa boa expectativa os corintianos tinham.  Já aos tricolores, nem isso restava.



Daí até o final, o que se viu foi o São Paulo tendo duas chances criadas pelo volante Wellington, uma em chegada à linha de fundo e outra num bom arremate que pegou no lado de fora da rede,  e um Corinthians com Emerson se matando no ataque, inclusive quase anotando de cabeça.

Encerrada a peleja, vaias dos 44 mil torcedores presentes ao Morumbi a uma das partidas mais fracas vistas num Majestoso nos últimos anos.

Algo muito errado

Rivaldo começou  aquecimento aos 14 minutos da segunda etapa. Entrou aos 30. O medo de Adilson Batista não permitiu que sacasse antes o quase volante Cícero para colocar em campo o meia que poderia ter conferido alguma qualidade ao jogo se tivesse mais tempo.  Erradamente, a aposta foi em Casemiro para armar. Já disse aqui que ele tem alguma qualidade para organizar jogadas, mas pode fazer isso eventualmente, já que não é, de fato, armador. Claro, Lucas prosseguiu isolado, de costas para a defesa adversária ou largado num dos lados do campo.

Dagoberto, para variar, sumiu em jogo importante. Isso já é histórico. As boas fases do camisa 25  sempre foram como coadjuvante. O atacante não pode, jamais, ser o elemento decisivo de uma equipe. Quando se depende dele para resolver, alguma coisa está muito errada.

Em dado momento, me peguei a pedir Marlos. Mais do que nunca, havia algo realmente indo muito mal. No entanto, ao acreditar que o meia/atacante, que, apesar da desinteligência,  pelo menos tem talento para o drible, queria apenas quebrar o marasmo proposto por dois treinadores cagões.

quarta-feira, setembro 21, 2011

O choro em números

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Discutir arbitragens é sempre perda de tempo. Nada muda um resultado e, para quem ganhou, a reclamação parece choro de perdedor. E a discussão sempre acaba com a velha desculpa, a arbitragem é ruim mesmo, todos são prejudicados etc...

A novidade nessa discussão neste ano é o site Placar Real (clique aqui). Não conheço o povo que faz, mas a ideia é bem interessante. Eles analisaram os lances controversos de todos os jogos do campeonato e pegaram os momentos capitais, como pênalties mal marcados, gols irregulares validados e gols confirmados de maneira equivocada. Enfim, os erros que definem uma partida.

Dessa análise fica claro que, neste campeonato, até agora, alguns times são mais beneficiados que outros e alguns mais prejudicados. A imagem acima mostra a classificação atual e a tabela "corrigida" sem os "erros". Outra informação interessante são os gráficos favorecimomêtro e o dos times mais prejudicados. Resolvi publicar antes do jogo contra o Galo para não dizer que estaria reclamando de algum lance a favor do Flamengo que possa ocorrer. Aliás, estranho que o Paulo César Oliveira apitará dois jogos do Galo em sequência. Apitou contra o Atlético-GO e apitará hoje. Contra os goianienses houve dois erros, um gol anulado equivocadamente para cada lado, mas o erro foi do bandeirinha.

Pelos dados do site, os times mais prejudicados até agora são Palmeiras, Atlético-MG e Coritiba. Os mais favorecidos, Cruzeiro, Santos e São Paulo. Analisando os dois mineiros, por exemplo, sem os lances controversos, o Galo ficaria no décimo-segundo lugar, com 31 pontos, e o Cruzeiro estaria na zona do rebaixamento, em décimo-sétimo, com 27.

Claro que a análise depende de critérios subjetivos e qualquer um que faça seu ranking chegará a dados diferentes. Mas o trabalho, por analisar todos os jogos com a mesma metodologia, deixa claro que os erros são decisivos para as posições do campeonato e que eles caem mais vezes em alguns lugares que em outros.

segunda-feira, setembro 19, 2011

De passado e de futuro: a sequência Tricolor

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Por Moriti Neto


A última rodada do Campeonato Brasileiro, se não foi perfeita para o São Paulo, passou perto disso. Primeiro, pois o time conquistou seu melhor placar na competição, goleando o Ceará por 4 x 0, no Morumbi, o que apesar de algumas dificuldades encontradas na etapa inicial, não é pouco, principalmente considerando que o Tricolor, depois que Adilson Batista assumiu o comando técnico, tem, na média, vacilado em casa.

Sobre a partida, três destaques. Há tempos reclama-se – com razão – do fraco desempenho dos laterais são-paulinos. A verdade é que a equipe pouco joga pelos lados do campo. Juan, na esquerda, e qualquer um que tenha atuado na lateral-direita neste ano, são alvos de duras críticas da torcida. Só que, no sábado, foi pelos flancos que o Tricolor resolveu a parada. No primeiro gol, Carlinhos Paraíba caiu pela esquerda e cruzou para Juan, com 1,68m, escorar de cabeça: 1 x 0. Depois, o paraguaio Iván Piris fez a passagem pela direita e recebeu lançamento de Casemiro para, já dentro da área, anotar o segundo. Ressalte-se o fato, pois o São Paulo sofre demais como mandante quando os adversários vêm fechados. Em pontos preciosos perdidos no Cicero Pompeu de Toledo, estava entre os maiores anteparos a insistência em tentar romper as defesas pelo meio. Com os erros de passes, vinham os gols dos rivais em contragolpes.

Outro ponto que merece ênfase é o desempenho de Casemiro. Contra o Vovô, ele atuou ora como volante ora como meia, mostrando qualidade para construir jogadas. No segundo gol, o passe que realizou foi precioso. No terceiro tento, único não construído pelos lados, aprontou um belo lance individual, com direito à caneta seguida de lindo arremate longo.


Por fim, vale falar de Rivaldo. Quando ele acha espaço para jogar, ainda faz a diferença. Além do golaço de voleio, o quarto são-paulino, depois de jogada iniciada por Lucas e cruzamento na medida de Juan, deu um toque de gênio com o calcanhar e largou Cícero de frente para a meta cearense. O camisa 16 isolou, mas a jogada valeu. Contudo, reforço: Rivaldo precisa de espaço. Não pode ficar no meio, onde a marcação aperta e dificilmente é no um contra um. Quando atuou mais à frente, mostrou categoria e frieza para produzir e marcou dois golaços. Assim foi no sábado e também na partida com o Figueirense, na segunda rodada do returno.

Tabela

A vitória do Santos sobre o Corinthians, o empate entre Botafogo e Flamengo e mesmo os resultados de Internacional (empate em casa) e Fluminense (derrota fora) foram ótimos para o Tricolor. Não dá nem para reclamar dos 4 x 0 do Vasco em cima do Grêmio, pois era esperado o triunfo carioca.
Na somatória, o São Paulo continua colado na liderança e abre diferença em relação a Botafogo, Inter, Fluminense e Flamengo. De bônus, ultrapassou o Timão, adversário da próxima rodada. 

Tabela 2

Não sou dos que acha que o clássico de quarta define o futuro do Tricolor na competição. O que decide, creio, é a sequência que começa por ele. Depois do Corinthians, tem Botafogo (fora) Flamengo (casa) Cruzeiro (fora) e Inter I(casa). Com a dificuldade das próximas cinco rodadas, se o time se sair bem, e com a volta de Luis Fabiano – que quando este texto era fechado acabava de marcar três gols no treinamento desta tarde – as perspectivas ficam bem interessantes.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Falta craque, falta sistema

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Por Moriti Neto

Pode ser problema meu, mas não entendo o esquema do São Paulo. Se é que existe algum. Não percebo jogadas de ataque ensaiadas, passagens pelos lados, pouca gente chuta a gol (como se ganha um jogo sem chutar em gol?).

O Tricolor é um time confuso. E toma gols no meio da confusão. E perde pontos preciosos, principalmente no Morumbi. E joga com duzentos volantes, atletas de estilo parecido, como mandante ou visitante.

Certo que ontem, contra o Grêmio, no Olímpico, a equipe foi até mais aplicada do que quando atua em casa. Foi um jogo tenso, com um adversário batendo forte desde o início. Entre os problemas, faltam duas coisas essenciais ao São Paulo. Bolas menos quadradas no setor de meia cancha e um jogador responsável por fazer a referência na área, que possa ser acionado pelos rápidos e habilidosos Lucas e Dagoberto.

Adilson Batista tem as opções para resolver isso. Se quiser uma referência ao estilo mais pivô, o sujeito que sabe dominar bem a redonda e preparar com categoria para quem chega, o nome pode ser Rivaldo. Com ele, ainda teria o bônus de um homem de qualidade na finalização. Numa faixa mais restrita de campo, o veterano precisaria correr pouco. Outra possibilidade seria investir no jovem Henrique, dar pelo menos três partidas diretas ao garoto. É a opção mais próxima em estilo do tão aguardado Luis Fabiano.

Em qualquer uma das escolhas que fizesse, Adilson ganharia a solução para o outro problema: o da falta de qualidade no meio. Lucas seria recuado para a posição de origem, onde rende mais. O 7 são-paulino não é o típico meia-armador, mas é disparado o jogador mais talentoso do elenco, que pode levar a bola até os atacantes com mais frequência e eficiência.



Nos tempos em que dirigia o São Paulo – e quando pegou elencos até mais limitados que o atual, como o de 2008, ano em que foi tricampeão brasileiro – Muricy Ramalho dizia que, como não há muitos craques atualmente, o time precisa estar bem treinado para produzir bom resultado. Parece que isso está faltando ao Tricolor.

Inter faz 3 e a seca alviverde continua. Na descendente

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O Palmeiras perdeu do Internacional por 3 a 0 no Pacaembu, no domingo, 11. O desastre foi o primeiro revés como mandante no campeonato, o que não deixa de ser uma informação surpreendente para um time em queda de produção no campeonato. Outro dado terrível para o torcedor palmeirense é que o time não venceu desde o início do segundo turno. A última vez em que três pontos foram somados em um só jogo aconteceu em 28 de agosto, contra o Corinthians. Depois disso, duas derrotas, dois empates. A oitava posição mostra um agravamento da descendente em que se encontra a equipe.

Sem Kléber, sem Valdívia, sem Maikon Leite, o Palmeiras fez um jogo até que bom. Estava bem quando tomou o primeiro. No início do segundo tempo, teve momento muito favorável, só não conseguiu transformar cinco boas oportunidades, criadas nos quinze primeiros minutos da etapa final, em um golzinho sequer. Depois ainda poderia ter feito melhor, especialmente com as chances de Luan chutar, mas nada. Fernandão e Ricardo Bueno, atacantes contratados há pouco, estiveram em campo e, como revela o placar, passaram em branco. Pareceu desnecessária a saída de Vinícius, que vinha bem, mas era preciso mexer no time.

Quem viu resultado nas substituições foi Dorival Júnior, porque os gaúchos passaram a segurar melhor a bola lá no campo de ataque depois que D'Alessandro saiu para Ilsinho entrar. E, quando sobrou para Leandro Damião, acabou-se o jogo com o 2 a 0 assinalado no marcador. O terceiro ainda sairia para a função pá de cal. Leandro Damião dominou, tirou o zagueiro. Deu um toque driblou o goleiro. Só não entrou com bola e tudo porque teve humildade. O mais incrível foi ver a torcida xingando mais o vice-presidente de futebol, Roberto Frizzo, do que a qualquer um. Apesar de toda a história de que o contrato de Luiz Felipe Scolari já não exigiria pagamento de multa rescisória milionária, o torcedor continua preferindo que o técnico permaneça no time.

A impressão é mesmo a de que, por um lado, falta pouca coisa para o resultado final ser diferente. Quando a movimentação e o posicionamento tático acontecem como pediu o treinador, compensa-se a falta de criatividade no meio de campo e todas as limitações. O time chega, mas não marca. Quando a turma cansa ou se desconcentra, nem reza brava resolve. O maior exemplo dessa limitação é que as esperanças de criação estão nos pés de Marcos Assunção (principalmente nas cobranças de falta e escanteio) e nos dos zagueiros Thiago Heleno e Henrique. Quando o que deveria ser elemento surpresa virar regra, preocupa. Ok, o Inter mostrou-se um bom time, com meias criativos e variação, além do artilheiro que resolve quando encrenca. O Palmeiras foi mais ou menos o oposto. Só que, por incrível que pareça, jogou bem e continuou mostrando o crônico problema de não conseguir fazer a redonda ultrapassar a meta adversária. Dureza.

sexta-feira, setembro 09, 2011

Virada sofrida e liderança garantida: como é bom ser corintiano!

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Até os 26 minutos do primeiro tempo, no Pacaembu lotado, o Corinthians jogava melhor, dominava o Flamengo e criava chances de gol. Felipe já tinha feito umas três defesas e outras chances apareciam. Era questão de tempo até que saísse o gol.

E ele veio, mas do lado errado, porque futebol é um negócio estranho. Thiago Neves chutou uma das poucas bolas do Flamengo e Julio Cesar mandou pra escanteio. Foram três batidos em sequência com aquele veneno que Ronaldinho Gaúcho tem na cobrança, até que o ex-corintiano Renato Abreu, autor do gol rubro-negro no 1 a 1 do primeiro turno, desviasse para a bola sobrar limpa para o também ex-mosqueteiro Deivid abrir o placar.

O Timão sentiu o golpe, desacelerou, e o jogo foi meio devagar até o fim da primeira etapa. O time jogava com Emerson (cada vez melhor) pela esquerda, Jorge Henrique,o atacante-volante, pela direita, Alex (em boa jornada) pelo meio. Paulinho, o desafeto de Leandro, mais uma vez fazia partida impecável, marcando e chegando até a área para finalizar.

No segundo tempo, Tite trocou Jorge por William, e deixou de marcar Junior Cesar para fazê-lo marcar alguém, e a pressão recomeçou. Até que o empate veio, aos 17 minutos, num belo chute de Liedson após lateral cobrado na área por Alessandro e mal cortado por Willians.


O gol aliviou, devolvendo a liderança pelo saldo de gols, mas não resolveu, e o Timão manteve a pressão. O nervosismo aumentava nas arquibancadas, segundo relatos, e aqui em casa. Chicão cobrou falta no travessão. Felipe fez milagres em chute cruzado de William e em cabeçada de Emerson. E nada dop gol.

Até que William cruzou da direita, Paulinho desviou e Liedson pegou de primeira, num quase voleio, indefensável. Eram 43 minutos do segundo tempo. Dois gols do centroavante e acabou ali a partida.

Pouco depois, meu pai ligou. “Como é bom ser corintiano, filho!’, exclamou. Não tem como discutir com o pai.

segunda-feira, setembro 05, 2011

Hora de mostrar qual é

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Por Moriti Neto

Santa Catarina. O São Paulo, com 12 desfalques e muitos garotos em campo, enfrenta um perigoso Figueirense, no estádio Orlando Scarpelli. Prosseguindo a rotina da campanha como melhor visitante do Brasileiro, o Tricolor vence. Não dá para dizer que foi uma atuação de gala, mas, considerada a somatória dos resultados da rodada, os três pontos são algo de trazer alento ao torcedor.  

A partida

Totalmente travada. É como se mostra a partida no começo do primeiro tempo. Com medo de atacar, os dois times concentram as ações no meio de campo. Aos 5 minutos, um lampejo. Boa troca de passes e o lateral-esquerdo Henrique Miranda, ao ver-se perto do gol, assusta-se e perde o tempo da bola. O Figueira responde, aos 10, mas, dentro da pequena área, o ataque catarinense manda fora. Dois lances que são exceções e confirmam a regra do jogo escasso em criatividade e ousadia. A partir dos 15 minutos, a torcida da casa pressiona para que o Figueirense vá ao ataque. O mandante tenta a jogada ofensiva, mas, de efetiva, só uma, que acaba na trave de Ceni. Já o São Paulo, até os 32 minutos, não dá sequer um chute a gol. O único lance são-paulino que se pode chamar de perigoso é uma falta cobrada por Casemiro. A bola sobra nos pés do zagueiro João Felipe na pequena área, mas falta intimidade para fazer algo mais do que ganhar o escanteio. O jogo era chato. Os zeros pareciam que não sairiam do placar na etapa inicial. Abria a terceira cerveja quando, aos 42 minutos, na primeira finalização de fato, o Tricolor marca com Cícero, de cabeça, após cobrança de falta de Carlinhos Paraíba. Uma chance rara, um gol. Nada de muitos méritos.

Para o segundo tempo, Adilson Batista volta com Rivaldo no lugar de Henrique. Sim, em um time que está ganhando fora de casa é interessante ter alguém que segure bem a bola, mas o atacante a sair deveria ser William José, lento, e não a peça ofensiva mais rápida, que poderia ser útil nos contra-ataques. De cara, o Tricolor apaga. Primeiro lance ofensivo do Figueirense no retorno ao gramado e vem o empate. Claro, tome pressão. Só que a coisa muda um tanto em termos de aplicação. Com certa surpresa, confesso, vejo a garotada com relativa calma e suportando a correria do adversário. Mais surpreendente ainda é o que ocorre aos 18 minutos. O bom volante Casemiro faz belo lançamento para Rivaldo que, de centroavante (olha aí, Nicolau!), mostra a conhecida categoria e anota um golaço. Novo cenário de apagão. Principalmente de Xandão. Rogério salva uma cabeçada à queima-roupa. Vem o abafa natural dos catarinenses. O São Paulo também se mostra ao natural. Encolhe-se e busca os contragolpes. Depois da momentânea sonolência, a marcação acerta o prumo e segura a vitória. Os 2 x 1 garantem 38 pontos na classificação e a secação geral de domingo.  
A secação valeu, mas qual é a do São Paulo?

Pelos desfalques, pela mudança de postura em relação ao jogo contra o Fluminense – ao menos no que se refere à disposição – e essencialmente pela ótima rodada, a torcida ganha ânimo para a sequência do campeonato. O São Paulo, de uma tacada só, passou Vasco, Botafogo e Flamengo, e, de quebra, diminuiu para dois pontos a diferença do líder Corinthians. O problema é que essa história já foi vista. Se continuar a jogar em casa na proposta de três volantes e três velocistas na frente, sem conseguir se impor no campo ofensivo, o time corre o risco de desperdiçar, contra o Atlético Mineiro, no Morumbi, aquilo que ganhou em Florianópolis. Só que o próximo jogo, por várias condições, é especial. Feriado, partida de número mil de Rogério Ceni com a camisa do clube, estádio cheio e chance de assumir a liderança. É hora de mostrar, definitivamente, o que o Tricolor pode fazer na competição. Momento de se afirmar, de vencer um dos piores times do certame dentro de casa e passar a ser um anfitrião tão chato quanto é como visita.

quinta-feira, setembro 01, 2011

Quase uma clínica de reabilitação

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Por Moriti Neto

Corra, Rivaldo, corra!
Sem sustos, companheiros. O título do post não remete ao ocaso das experiências de um manguaça. No entanto, é impossível afirmar que não se refira a um “final”. Talvez, ao começo do fim do sonho de ver o São Paulo ganhar o sétimo título de campeão brasileiro.          

Tomando cuidado com as delongas, até para não irritar o já chateado torcedor são-paulino com obviedades, a análise que segue, pela repetição de situações mostradas nos últimos tempos, é mais uma “análise de conjuntura” do que simplesmente a história de outra derrota dentro do Morumbi, ontem, contra o Fluminense, por 2 x 1.

Um pouco do mesmo
   
A equipe teve duas alterações em relação ao jogo com o Santos. Na lateral-direita, Jean no lugar de Piris, convocado pela seleção paraguaia. No meio, Rivaldo substituía o suspenso Carlinhos Paraíba.

No começo de jogo, o São Paulo começava com posse de bola, mas a objetividade era baixa. Com sistema de marcação bem definido por Abel Braga, o Fluminense marcava forte, por pressão, e, aos 6 minutos, já assustava. Em jogada de Fred, Ciro obrigou Ceni a fazer boa defesa. O Tricolor das Laranjeiras pressionava a saída dos donos da casa, que não sabiam o que fazer com a redonda. Aos 8 minutos, Wellington salvou o São Paulo de tomar o primeiro gol, travando, no último instante, chute do argentino Lanzini.

E só o Fluminense jogava. Aos 18 minutos, numa falha de marcação do meio de campo são-paulino, a bola sobrou de novo para Lanzini, que dessa vez finalizou sem chances para Rogério. Flu 1 x 0.
 
O visitante se propunha a jogar nos contra-ataques. Contudo, como contragolpear um time que não atacava? O São Paulo não oferecia nenhum perigo ao onze carioca e o   jogo ficou morno até o final do primeiro tempo.

Para a segunda etapa, Adilson Batista voltou com Willian José no lugar de Rivaldo. Não funcionou. O atacante não segurou uma bola no ataque, não deu um cabeceio, nenhum um chute. Nada.

Aos poucos, o jogo se mostrava o mesmo da etapa inicial. No primeiro contra-ataque encaixado pelo Fluminense, gol de Rafael Sóbis, que recebeu passe de cabeça de um desmarcado Fred. Aos 28 minutos, o São Paulo ainda diminuiu. Ceni, de pênalti, fez o de honra.

A coisa poderia ter sido pior. O gol do Tricolor Paulista saiu de falta inexistente marcada em cima de Dagoberto, que se jogou acrobaticamente após o zagueiro Leandro Euzébio dar um carrinho dentro da área. Antes disso, aos 44 do primeiro tempo, Juan deu um tapa no rosto do atacante Fred em frente ao bandeirinha, que preferiu ignorar. Detalhe: o lateral já tinha cartão amarelo. O capitão são-paulino, no fim da partida, para tornar o enredo ainda mais repetitivo, teve a desfaçatez de reclamar com a arbitragem e foi brindado com o cartão amarelo.

15  

O São Paulo, ainda com Paulo César Carpegiani no comando técnico, começou o Brasileiro de forma fulminante. Cinco vitórias seguidas.15 pontos que o time tratou de queimar dentro do Morumbi com uma sequência desastrosa.

Depois da humilhante goleada contra o Corinthians sofrida na sexta rodada, o Tricolor perdeu pontos em casa para Botafogo, Atlético Goianiense, Atlético Paranaense, Vasco, Palmeiras e Fluminense. Nos seis confrontos – três empates e três derrotas – foram exatamente 15 pontos perdidos.




Anfitrião generoso
Curioso é que os adversários citados, exceto o Palestra, subiram de produção e melhoraram as campanhas ao menos temporariamente depois de passarem pelo Cícero Pompeu de Toledo. Vamos ver se o mesmo ocorre com o Flu.

De qualquer forma, para quem procura recuperar-se, aos que necessitam “ganhar moral”, é uma boa passar pelo Morumbi e fazer uma sessão de reabilitação. Venham tranquilos. Vocês serão bem recebidos.

Internacional 3 X 3 Santos - Borges fez a diferença no empate heróico

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No dia 30 de julho, o treinador santista Muricy Ramalho respondia assim a uma pergunta sobre quando Paulo Henrique Ganso atingiria seu auge novamente: “Nesses 40 dias em que vamos jogar quarta e domingo. Se não tiver problemas, vai melhorar muito a parte física e técnica”. Faltam menos de dez dias para esse período definido pelo técnico acabar mas, se o gol feito e perseguido há algum tempo pelo Dez peixeiro no clássico de domingo reacendeu as esperanças do torcedor alvinegro, sua atuação ontem contra o Internacional voltou a ser abaixo da crítica. E, para piorar, Neymar fez uma das suas mais modestas apresentações em 2011.


Sem poder contar com a dupla de craques na frente, o Peixe sofreu atrás, principalmente com aquele que tem sido o principal ponto fraco do time: a bola aérea. Os dois primeiros gols colorados foram marcados de cabeça ainda no primeiro tempo e advindos de lances de bola parada. O terceiro tento, vindo de um pênalti duvidoso (mas há de se ressaltar que o Inter foi prejudicado também com a marcação de um impedimento inexistente) parecia ser a pá de cal na equipe de Muricy, treinador que não está habituado a ver times que comanda tomarem três gols em uma partida. Mas, à frente do Santos nesse Brasileiro, já aconteceu mais do que qualquer alvinegro gostaria...

Se Neymar não brilha, ele resolve

Sem Elano e Arouca de novo, e com Pará e Adriano como titulares, o Santos perde em altura, e em técnica também. Para tentar reverter o resultado adverso, Muricy trocou no intervalo Pará por Alan Kardec. De acordo com ele, para "incomodar" a zaga do Internacional, que estava muito "confortável" no primeiro tempo. Pudera, Neymar voltava muito para o meio, Ganso e Danilo erravam muitos passes e não conseguiam chegar perto da área. Borges estava isolado. Mais tarde, o técnico colocou Felipe Anderson no lugar de Adriano. Danilo voltou a fazer a lateral e a equipe ganhou mais consistência no meio, tendo alternativas ofensivas.


E, aproveitando os espaços deixados pela marcação dura em cima de Neymar e a atenção especial sobre Ganso, foram os avantes que decidiram. Borges, que além de finalizações precisas tem demonstrado a garra que faz sorrir o santista, descontou aos 30. E, ele mesmo, que não desistiu de um lance no lado direito do ataque, cruzou para Alan Kardec fazer, aos 35, um belo tento. E em jogada individual, Borges, de novo, fez o seu segundo (e bonito) gol na peleja. Em 11 minutos, os atacantes peixeiros, em especial o camisa nove, artilheiro do campeonato, com 14 gols em 14 jogos disputados, fizeram o que parecia impossível, até pelo volume de jogo mostrado pelo Peixe na partida, principalmente no primeiro tempo.

O resultado traz confiança para a equipe, que vinha tendo dificuldades em reagir a placares adversos. E também deixa claro que o Santos, por mais dependente que seja da sua dupla (nada de mal nisso, até a seleção é...), não conta só com eles para definir.No duelo entre os dois últimos campeões da América, deu empate, mas no embate entre Borges e Leandro Damião...

domingo, agosto 28, 2011

Vencer o Corinthians é bom: Palmeiras faz 2 a 1 de virada

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O Palmeiras venceu o Corinthians por 2 a 1, de virada, em Presidente Prudente neste domingo, 28. O resultado não alterou o topo da classificação do campeonato na última rodada do primeiro turno, porque o segundo, terceiro e quarto colocados não vanceram para complicar a vida do alvinegro paulistano. Assim, o time do técnico Tite lidera a competição.

De 2002 a 2007, nos primeiros anos do modelo de pontos corridos, valeu a escrita de que o campeão do primeiro turno faturava o caneco. Em 2008, quando o Grêmio de Celso Roth quebrou a regra, e 2009, quando o Inter venceu e o Flamengo faturou. No ano passado, o Fluminense fez como manda a cartilha original.

Neste ano, como os outros times não estão muito dispostos a encostar, a antiga escrita pode prosseguir.

Cheio de histórias

O climão do clássico foi quente. Começava pelo histórico. Fazia seis partidas que o Palmeiras não vencia o Corinthians. A vitória anterior, de 2009, foi aquela em que Obina marcou três, no próprio Prudentão. De tanto que disseram que nunca mais aquilo aconteceria, parece que a praga resvalou mais na representação de Palestra Itália do que sobre o atacante outrora melhor do que o Eto'o.

É bem verdade que, no Prudentão, o alvinegro não sabe o que é vencer o Verdão (antes do jogo deste domingo, eram três vitórias e três empates, nenhuma derrota corintiana).

Depois, teve o fator Kléber-gavião, com a divulgação de uma ficha de inscrição do camisa 30 do Palmeiras junto à principal torcida organizada corintiana. Luiz Felipe Scolari até tentou espalhar a história de que o clima no elenco tinha melhorado com a história, porque o atacante se transformou em motivo de plilhéria oficial do elenco. Mas foi só o gol no meio de semana contra o Vasco que deu mais confiança ao torcedor.

Enquanto o Corinthians dependia de um empate para ser o primeirão da metade inicial do campeonato, o Palmeiras queria se recuperar no campeonato e melar a vida do rival.

O torcedor palmeirense sonhava com a chegada de um homem-gol e até a comissão técnica admitia que sem isso nada daria certo, Felipão ganhou um reforço no meio de semana. Fernandão veio do Guarani, nem foi apresentado oficialmente, e já salvou a pátria. Sorte, estrela... Coisas que o técnico do Palmeiras ostenta em sua história.

Falando no técnico, foi Murtosa quem comandou o time do banco de reservas. Suspenso, o treinador assistiu tudo do camarote.

Na prática

Quando a bola rolou, o Corinthians começou melhor. Saiu na frente com Émerson, em uma falha da defesa verde, que envolveu Henrique e Marcos, o Goleiro.

Ainda no primeiro tempo, Patrik deu lugar ao tal Fernandão. Colocou-se o time para frente, recuando um pouco Luan. Mas o empate veio deste atacante-volante a quem o torcedor ama e odeia conforme passam os jogos. Luan chegou ao décimo gol na temporada e sexto na competição, enquanto Kléber fez 17 no ano e só três no Brasileiro. Nada mal para alguém tão contestado.

A virada foi no segundo tempo, quando Fernandão recebeu um belo lançamento de Marcos Assunção. Bola matada no peito, chute de primeira, belo gol, bela estreia.

No final, jogadas feias de doer envolveram uma bicicleta de Liedson sobre Henrique e a desinteligência envolvendo Valdívia e Chicão.

Mas deu Palmeiras no placar. Quem achou que Kléber, mordido, seria ator principal, se enganou. Quem pensou que Felipão fora do banco significaria problemas, idem.



Noves fora

Oscilações à parte, o time terminou o primeiro turno em sexto, com esperança de ter conseguido um centroavante de referência de que precisa muito. Claro que um jogo não significa a salvação, e a torcida já sofreu com Wellington Paulista que não rendeu o que se prometia. Que com Fernandão seja diferente.

Dois pontos separam o Palmeiras do quinto, o Botafogo. São três de distância para o quarto e terceiro, Vasco e São Paulo.

Só com otimismo acima da crítica dá para sonhar com briga pelo título, mas com um pouco de bom humor, consigo acreditar que a vaga na Libertadores só depende de um pouco mais de estabilidade (ou de uns tropeços da turma da frente).

Que venha o segundo turno.

segunda-feira, agosto 22, 2011

Choque Rei foi até melhor do que o esperado, mas deu empate

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Um dia depois de o Corinthians ter brindado os torcedores adversários com uma derrota em casa, diante do Figueirense, São Paulo e Palmeiras empataram em 1 a 1 no Morumbi. O jogo foi bem mais movimentado e com chances desperdiçadas do que sugeriria a má fase de ambas as equipes Mas não foi nada tão bonito de se acompanhar.

O Palmeiras começou o jogo melhor, deixou o Tricolor equilibrar e até sair na frente. Depois, na etapa final, voltou melhor, igualou o marcador e jogou mais bola (ou menos pior, para ser mais preciso). Poderia ter vencido se tivesse o que lhe falta há várias partidas anteriores, a capacidade de ser mais efetivo na frente.

O São Paulo completou três empates seguidos e quatro jogos sem vencer, incluída a Sul-Americana. Ficou em terceiro na tabela. O Palmeiras está a seis partidas sem marcar mais gols do que um adversário. Está na sexta colocação, fora da zona de classificação da Libertadores.

Dagoberto fez um belo gol ainda na primeira etapa, encobrindo Marcos, o Goleiro, no segundo revés sofrido por falha pelo guarda-metas palestrino. O empate veio em cobrança de falta de Marcos Assunção com desvio atrapalhado de Henrique, só no segundo tempo.

O curioso foi ver os times apostando em reforçar suas retaguardas. O Tricolor entrou com três zagueiros; o Verdão, com três volantes. Para quem anda empatando tanto, o mais razoável seria preocupar-se com o que acontece na hora de empurrar o esférico contra a meta adversária. Mas razão de torcedor é cerveja.

Na última rodada do primeiro turno, o São Paulo encara o Santos e o Palmeiras pega o líder Corinthians. Problema para ambos. Mas desafio mesmo é o que esperam os torcedores nas outras 19 partidas subsequentes.

sexta-feira, agosto 19, 2011

Zero

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Por Moriti Neto

Horrorosa. Só encontro essa palavra para definir a atuação do São Paulo ontem, na cidade de Sete Lagoas, contra o América Mineiro, o lanterna do Campeonato Brasileiro. O empate por um 1 x 1 foi digno de sonolência e praguejares.

Time travado, burocrático. Referência no ataque? Zero. Finalizações? Zero. Para piorar, Adílson Batista não colaborou nas substituições. Zero pra ele.

O São Paulo, muito, mas muito por acaso mesmo, fez o gol, com Marlos, num bate/rebate horrendo, aos 40 minutos do segundo tempo, e conseguiu a proeza de sofrer o empate no lance seguinte. Certo que foi um golaço, de bicicleta, mas o autor, Kempes, teve tanta liberdade que só faltou aos atletas tricolores – que observaram, e só observaram, o lance muito atentamente – aplaudirem o feito.

Fazer uma análise detalhada da partida desgastaria demasiado este escriba e àqueles que leem o texto. As palavras acima resumem o que foi o jogo. Quem viu/ouviu, sabe bem o que digo. Já quem não passou pela experiência desalentadora, merece a seguinte explicação: o time do São Paulo é desinteressado, não vibra, e não tem nomes, a não ser os veteraníssimos Ceni e Rivaldo, que chamem a responsabilidade. O técnico é ruim. Posiciona mal, escala jogadores fora de posição. Por exemplo, matou o futebol do promissor volante Wellington, colocando-o para jogar adiantado demais.

No geral, o Tricolor joga (joga?) um futebol previsível, sem sangue e é mal treinado. Como bem definiu o camarada Menon, um “time de escolinha”. Vale uma olhada no texto completo aqui.

No domingo, pelo que estão jogando São Paulo e Palmeiras, tudo leva a crer que teremos um clássico modorrento e com cara de empate no Morumbi. Boa sorte para quem estiver ligado.

Palmeiras só no empate contra o Bahia

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Em meio a instabilidades no âmbito do Palestra Itália quase tão grandes quanto às que abalam os mercados financeiros dos países desenvolvidos, o Palmeiras ficou só no empate contra o Bahia no Canindé. Valdívia marcou um gol, no segundo tempo, mas logo veio a igualdade. Foi a quinta partida seguida sem vencer, mas pelo menos a equipe balançou as redes adversárias.

O time não foi mal, como nas partidas anteriores, mas tampouco se pode dizer que tenha se apresentado superbem. Criar oportunidades, até criou, como frisou Luiz Felipe Scolari. Pôr a bola para dentro da meta adversária continua a ser um problemão para turma de verde no gramado.

A torcida sentiu o clima ruim, com a diretoria fraca e tomada por impasses políticos: entoou o coro de "time sem vergonha" nas arquibancadas. A instabilidade se dá entre o presidente Arnaldo Tirone e o vice-presidente de futebol do Palmeiras, Roberto Frizzo. Eles trabalham juntos porque costuraram uma aliança política para garantir a eleição em janeiro. Mas o primeiro, hesitante, é levemente sabotado pelo segundo, que abusa de passar "quentinhas" sobre o time para a imprensa. Ao que parece, a distância, Frizzo anda mais afinado com empresários de alguns jogadores do que com o treinador da equipe.

Como o torcedor alviverde médio adora falar mal da própria diretoria – tô na média, fazer o quê? – e como boa parte das organizadas é campo de ascendência de alguns diretores, a coisa se amplifica. Tirone esteve na concentração do time antes do jogo para explicar pra Felipão que o clube não tem interesse na demissão do treinador – vai ver que leu os sete motivos do Futepoca ou então pensou na multa rescisória.

A defesa, que antes era o ponto alto do time, anda comendo mosca. Além do gol sofrido, fruto de falha de Marcos, o Goleiro, ainda mostrou-se frágil minutos antes, quando Diones, do Bahia, perdeu um gol feito.

O ataque mandou pelo menos duas bolas na trave (uma com Maikon Leite, que entrou no lugar de Dinei, machucado, e outra com Kleber) e ainda perdeu outras chances. Os homens de frente precisam se acalmar um pouco, se benzer ou adotar alguma outras estratégia – de ordem científica ou metafísica, está valendo – para redonda ultrapassar a meta dos adversários.

O sexto lugar parece mantido, com o mesmo número de pontos do Botafogo mas São Paulo e Corinthians são os próximos adversários para encerrar o primeiro turno.

quinta-feira, agosto 18, 2011

Corinthians: virada de campeão pra cima do Galo

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Às 22h25 desta quarta-feira, momento em que cheguei em casa após longa jornada de trabalho, o Corinthians perdia por 2 a 0 para o Atlético MG e colocava em grande risco a liderança do Brasileirão e o emprego do técnico Tite.

Segundo relatos, até ali o time pouco criava. O Atlético, ao contrário, chegou várias vezes com perigo, marcando dois gols de bola parada. Um em cabeçada após escanteio, outro em pênalti bizarríssimo (e questionável) cometido por Jorge Henrique, que meio que dança uma quadrilha com um atacante atleticano.

O Galo, fiel aos preceitos fatalistas de Cuca, recuou, marcou e rezou. O Timão teve a posse da bola, tocou, criou pouco e chutou de longe. Na saída para o intervalo, o cenário não era dos melhores. Fiquei eu pensando no que Adenor faria para tentar uma chacoalhada no time. “No máximo, troca o Jorge Henrique pelo Emerson”, pensei.

Acertei metade. Tite, o retranqueiro, o “empaTite”, botou o Sheik em campo, só que quem saiu não foi um meia, não foi um outro atacante, mas Alessandro, lateral-direito de características marcadamente defensivas. Ele jogou o mais ofensivo Welder para a direita, JH para a lateral esquerda e segurou mais o Ralph para servir de limpa-trilho na frente da zaga. E foi pra cima do Galo. E teve quem duvidasse do motim...

Pensei eu: “ou vai ou racha, Adenor”. Citando Otto Glória, se desse certo, Tite seria bestial. Se levasse dois gols e contra-ataque do Galo, uma besta – e provável beneficiário do seguro-desemprego.

Pois deu muito certo. O Timão mandou no jogo na segunda etapa, atropelou o Galo, virou e podia ter feito pelo menos mais um. Emerson, jogando em sua posição de origem acho que pela primeira vez no Corinthians, acabou com o jogo. Fez o primeiro gol e sofreu um pênalti, convertido por Alex. Antes dos 10 minutos já estava empatado e o Galo com 10 em campo. Tocando a bola, surgiu o gol da virada, com Liedson (passe de cabeça do árabe), e mais um pênalti nele, Emerson, dessa vez desperdiçado por Alex – numa bela defesa do goleiro atleticano.

Tá certo que o Atlético não vem bem das pernas, mas a virada foi marcante. Virada de quem tem elenco pra encontrar opções, vontade de brigar e, enfim, gente que sabe jogar bola. Virada de quem briga pra ser campeão.

Numeralha e meu incorrigível otimismo

Com a vitória fora de casa, o Corinthians alcançou 37 pontos, mesmo número que acumulou em todo o primeiro turno de 2010 – quando terminamos em terceiro lugar e brigamos pelo título até a última rodada. Vencendo as duas rodadas finais – Figueirense em casa, mais provável, e Palmeiras em Presidente Prudente, com mando alviverde, pedreira – bate o recorde de aproveitamento no primeiro turno desde 2003, quando foram instituídos os pontos corridos.

Não resolve nada para o título, estamos nem na metade do torneio, mas demonstra uma campanha bastante boa. E, repito, em algum momento os rivais mais próximos terão sua cota de contusões e outros desfalques. As possibilidades são boas, enfim. Especialmente se o Corinthians conseguir manter a pegada e o nível técnico do segundo tempo de ontem.

segunda-feira, agosto 15, 2011

Empate em casa com o Ceará. Motim à vista?

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“Para ser campeão temos de fazer um pouco mais o jogo todo, não só em um tempo”. A frase foi dita pelo meia Alex, autor de um golaço do meio da rua no empate em 2 a 2 deste domingo, no Pacaembu, entre Corinthians e Ceará. Ela resume bem o jogo e colocou uma pulga atrás da orelha deste corintiano sobre a situação do vestiário alvinegro.

O jogo, que acompanhei pelo rádio e pelos melhores momentos, foi isso aí: o Timão dominou e fez dois gols, um de Paulinho, cada vez melhor, na oitava assistência de Danilo, líder do campeonato no fundamento, e o outro numa bomba de Alex no ângulo, no meio da rua. E poderia ter feito mais dois, em chances claríssimas de William, que perdeu pavorosamente o gol, cara a cara com o goleiro Diego, e Jorge Henrique, que tentou colocar uma cabeçada – em mais um passe de Danilo. Tomou um, é verdade, numa cagada de Leandro Castán, que mandou um “deixa que eu deixo” com Chicão e acabou sobrando para o bom e rápido Osvaldo.

Na segunda etapa, no entanto, o Timão recuou e levou pressão do Ceará quase o tempo todo. Fenômeno recorrente, aliás. Já era assim na época já longínqua de Mano Menezes, mas acentuou-se intensamente sob a batuta de Tite. E o Ceará pressionou até empatar, numa falha meio coletiva num escanteio. Cabe reparar: na jogada, apenas Jorge Henrique não está dentro da área.



Nesse contexto, lembremos a frase de Alex: “Para ser campeão temos de fazer um pouco mais o jogo todo, não só em um tempo”. A pulga atrás da minha orelha vê três hipóteses para a frase: ou ele está falando do preparo físico, ou da falta de emprenho dele mesmo e de seus colegas, ou está reclamando publicamente das orientações táticas de seu treinador. Há um motim à vista?

domingo, agosto 14, 2011

Competição diferente, nova derrota do Palmeiras para o Vasco

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Na segunda partida em menos de três dias, o Vasco venceu o Palmeiras novamente, desta vez por 1 a 0. Desta vez com os titulares, a equipe cruz-maltina sofreu bem mais neste domingo, 14, do que na quinta-feira, 11, mas acabou vencendo do mesmo jeito.

A defesa fez melhor do que na quinta, quando não parou os reservas de Ricardo Gomes. E, desta vez, sobraram oportunidades de gol criadas pelo time de Luiz Felipe Scolari; falhas de monte na hora de chutar a gol. Kléber e Dinei perderam gols que não poderiam. Maikon Leite, quando substituiu Luan, fez o ataque verde melhorar, mas não a ponto de furar a meta do goleiro Ferando Prass.

O gol vascaíno saiu a 35 minutos do segundo tempo. Se o Palmeiras jogou melhor do que no meio de semana, mas não dá para dizer que o time da casa não tenha ido bem. Criou boas chances também e ganhou em cobrança de falta de Bernardo, num dia em que Juninho Pernambucano não rendeu tanto.

O Palmeiras cai para a sexta colocação, atrás do Botafogo, a três rodadas do fim do primeiro turno. Continua a ser mais do que este torcedor esperava no começo da competição, mas o time pode render mais e ficar mais bonito na foto.

quinta-feira, agosto 11, 2011

Empate xôxo fora de casa também é vitória?

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Corinthians e Santos empataram num jogo chato de ver nesta quarta-feira, na Vila Belmiro. O resultado, um zerazero, recolou o Timão na liderança, agora empatado com o imparável Flamengo, em 33 pontos, mas levando a melhor por ter mais vitórias que o rival. Mas futebol, que é bom, ficou-se devendo.

O primeiro tempo foi mais corintiano, com umas duas ou três boas chances em tabelas com participação de Emerson, Alex, Danilo e William. Nada de magnífico, mas dá um alento saber que o pessoal tem bola pra criar esse tipo de jogada. Faltou, como na partida anterior, pontaria pra colocar pra dentro, o que se explica em parte pela ausência de Liedson – sim, galerinha, não era só o Santos que tinha desfalques para a partida.

Na segunda etapa, o Santos veio melhor e o Corinthians não pareceu se incomodar muito. Recuou e marcou bem o desfalcado ataque peixeiro, que também criou as suas duas ou três chances. Também nada grave, especialmente após a saída de Elano, machucado e substituído por Adriano, num sinal claro de Muricy para Tite, dizendo algo como: “E aí, bora empatar?”. Adenor ouviu, compreendeu e respondeu: “Bah, guri! Não vim aqui fazer outra coisa!”

E mesmo após a troca de Diogo por Allan Kardec, que terminou de matar a movimentação de frente dos donos da casa, Tite foi conservador e trocou William por Elias, garoto habilidoso da base, mas que não ganhou uma de Léo. Outra substituição, anterior, é digna de nota: Fábio Santos caiu de mau jeito ainda no começo da peleja, deslocou a clavícula e fica fora do time por um tempinho. Sem Ramon, que não estava no banco não sei por quê cargas d’água, entrou Welder na esquerda – onde não comprometeu. Mas o que é digno de nota é a ausência do titular da posição para os próximos jogos. Como Dilma, prefiro ver na crise a oportunidade, e esperar por melhoria técnica na posição.

Enfim, empate fora de casa pode até ser vitória, mas dado o desenrolar do jogo, acho que dava pra ter apertado bem mais o Santos, especialmente no final do jogo. Na soma total, pegamos o Ceará em casa domingo, com as voltas de Liedson e Júlio César – ressalte-se que, ao contrário de Renan, o goleiro Danilo não comprometeu, dando razão a Tite e Olavo na discussão sobre queimar ou não queimar jogadores. Bola pra frente.

Reforço? – Carlos Cereto, da Sportv, afirma que Adriano estreia pelo Corinthians no dia 7 de setembro, quarta-feira, contra o seu ex-clube Flamengo. Marketologicamente, o Imperador entrar em campo no Dia da Independência, no Clássico das Multidões, é simpático. Agora, pergunto aos companheiros: o rapaz ajuda ou atrapalha?

segunda-feira, agosto 08, 2011

Timão: dois erros e um ponto no Paraná

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O Corinthians voltou do Paraná com um empate por 1 a 1 com o Atlético, numa partida em que até criou chances o bastante para merecer melhor sorte. Com isso, perdeu a liderança para o Flamengo, melhor time do campeonato até aqui, ainda que por um pontinho e com um jogo a menos que os rubro-negros. Jogo esse que será realizado nesta quarta-feira, na Vila Belmiro, contra o Santos, mas falemos disso mais abaixo.
O Corinthians foi ao Paraná com uma formação diferente. Alex ganhou lugar no meio campo, ao lado de Danilo e Jorge Henrique, com William deslocado para a referência no ataque. A ideia era ter mais a posse de bola e criar mais chances – o que até que aconteceu, com Danilo e o próprio Alex levando perigo ao gol atleticano. Na melhor delas, William perdeu gol feito e fez apertar no peito alvinegro a saudade de Liedson. Esse foi o primeiro erro corintiano.

O segundo aconteceu também na primeira etapa, perpetrado pelo lateral direito Welder. Ele tentou a saída de bola, perdeu a dita cuja para o ex-santista Madson e cometeu um pênalti babaca. Na verdade, acho que esse erro pode contar por dois. O também ex-peixeiro Cleber Santana cobrou e fez Furacão 1 a 0.
Na segunda etapa, Tite fez duas alterações. Sacou Jorge Henrique e botou Emerson, melhorando a movimentação do ataque. E tirou Weldinho para a entrada de Edenilson, volante improvisado na lateral.
Aqui um parênteses: Tite mostra-se implacável com os erros de seus comandados. Queima a meninada sem dó nem piedade, como fez com Welder agora, Renan antes do jogo, e, antes ainda, o próprio Júlio César. No mínimo, questionável. No máximo, covarde. Fecha parênteses.

O Timão cresceu na partida e pressionou até a bela tabela que levou ao pênalti sofrido por Paulinho e convertido por Alex, fechando o placar. Este, aliás, fez bela partida, e servirá de pretexto para minha teoria otimista quanto ao restante do campeonato. O negócio é o seguinte: os principais reforços do Corinthians para o Brasileiro estão entrando agora no time ou ainda nem chegaram lá. Falo de Alex, Emerson e, no caso dos que ainda demora, Adriano. São caras de grande qualidade técnica e que vão melhorar a qualidade geral do time, dando mais poder de decisão.


Junte a eles o retorno iminente de Liedson e Alessandro e fica claro porque não creio que o Corinthians venha se afastar do pelotão de frente até o fim do certame. O problema aqui, claro, está no banco de reservas. É Tite quem vai ter que realizar essa remontagem do navio com o cruzeiro em andamento, festas no convés, bêbados a estibordo, coisa e tal. Há quem diga que o time encaixou neste começo de campeonato mais por sorte que competência de Adenor. Vejamos como se sai nessa missão mais espinhosa.
De todo jeito, brigamos até o fim. Contra o Santos, na quarta, no jogo adiado, os convocados Ralph, Neymar e Ganso ficam fora – o que motivou novo pedido de clemência por parte de Muricy Ramalho, dessa vez ignorado. Para possível consolo do trabalhador técnico, estamos todos baleados e desfalcados. Um empate e alcançamos o Fla. Uma vitória, e estamos de volta à dianteira isolada.

quinta-feira, agosto 04, 2011

Vasco 2 X 0 Santos - uma sequência infeliz

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O Santos foi a São Januário e encontrou sua terceira derrota consecutiva no Campeonato Brasileiro. O 2 a 0 evidenciou falhas peixeiras que já ocorreram nas duas pelejas passadas: um meio de campo que não marca e uma defesa que, quando confrontada, não hesita em errar.

Tendo essas três partidas na conta, o Santos sofreu dez gols, quatro decorrentes de jogadas de bola parada (tudo bem, pode tirar dessa conta o do Ronaldinho Gaúcho) e cinco gols de cabeça. Os avanços dos adversários pelas laterais, principalmente pelo lado esquerdo da defesa, também foram uma constante. Outro ponto em comum foram jogadores rivais que costumam decidir ficarem praticamente livres de marcação, encarando defensores no mano a mano. Foi o caso de Ronaldinho Gaúcho, no jogo contra o Flamengo, e de Diego Souza, no primeiro tempo da partida contra o Vasco. Claro que a qualidade do atleta conta, mas tentar dificultar a vida dele não é pecado...

Não ter Danilo pela direita, com Pará no seu lugar, e não poder contar com o limpa-trilho Adriano, que se tornou um jogador de qualidade nas mãos de Muricy, faz diferença. Mas só isso não justifica o desempenho pífio da defesa. Ontem, Durval falhou ao tentar tirar a bola na área, o que propiciou a bela finalização de Diego Souza. E Rafael, que fez a diferença em algumas partidas da Libertadores, falhou mais uma vez ao não dividir a bola com o zagueiro Dedé, autor do segundo gol do Vasco.

Muricy, nessas três pelejas, fez somente duas substituições. A postura do comandante demonstra, no mínimo, uma relativa insatisfação com o elenco. Não sei se isso ocorre porque ele não tem à disposição algumas peças que estão temporariamente fora (Felipe Anderson, como Danilo, está na seleção sub-20) ou se ele pretendia reforços que não chegaram. Mas o que sei é que, nesse contexto, vai ser muito difícil alguém convencer o treinador a abrir mão de uma das 23 vagas para o Mundial para que Pelé seja inscrito, como se cogita. Mas não tenho dúvida que o Rei, 70 anos, teria um desempenho melhor ontem do que o do Dez Ganso, que fez sua atuação mais pífia desde o seu retorno pós-contusão.


Ressaca da Libertadores?

O Peixe tem três jogos a menos que a maioria das equipes do Brasileirão, o que não é motivo para relaxar, até porque as partidas que faltam não serão nada tranquilas. O aproveitamento até agora também não inspira confiança ao torcedor, são 33,3% de aproveitamento, similar ao Atlético-GO, 16º colocado, próximo a Grêmio, 35,9%, e Atlético-MG, 35,7%.

Mas outros campeões da Libertadores tiveram problemas ao encarar o campeonato nacional depois de uma conquista. O São Paulo, em 2005, só saiu da zona do rebaixamento na 20ª rodada, quando conseguiu finalmente uma vitória (sobre o Fortaleza) depois de cinco derrotas e três empates pós-título. Àquela altura, o Tricolor do Morumbi chegava a 20 pontos, um aproveitamento de 35%. O time terminou o Brasileirão daquele ano em 11º lugar.

Ou seja, não há motivo para desespero. Mas é triste ver o Santos quase abrir mão do Brasileirão tão cedo. Espero estar enganado.