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É interessante ver o quanto os jogos Olímpicos de Pequim deixaram muitos perplexos. Decepções, frustrações e dá-lhe pedidos de desculpa padrão: “Queria pedir desculpas a todos por...”. Ah, pelamordedeus. Perder faz parte do esporte, da vida, e do mundo mágico das canetas, aquele lugar de uma dimensão desconhecida que armazena todas aquelas que você perdeu durante a vida.
Mas uma pergunta tem saído com relativa freqüência no mundo esportivo durante os últimos dias. “O que aconteceu?”, que poderia ser substituído por “Como assim?” e similares. Vários personagens nos brindaram com essa pergunta, como se alguém pudesse de fato respondê-la. Abaixo, alguns dos “enduvidados” cartesianos.
“Não sei o que acontece com a gente nas finais”, Marta, sobre a final olímpica, mais um vice pro Brasil. Também não sei, mas já está virando um hábito pouco saudável.
“Não saio, não bebo, não fumo, me dedico 100% a isso, então não sei o que aconteceu”, Jadel Gregório, após o sexto lugar. Não sai, não bebe... e não sabe o que aconteceu? Ah, faça-me o favor...
“A mão estava lá, ela estava lá. Eu não sei o que aconteceu”, Lauryn Williams, do revezamento 4 por 100 m masculino, justificando a queda do bastão que tirou a equipe estadunidense da final. A constatação de que nem ele nem o companheiro Tyson Gay tinham ficado manetas no meio da prova é de uma racionalidade a toda prova.
"Eu confesso que não sei o que aconteceu aqui hoje", Pradeeban Peter-Paul, mesatenista canadense, sobre a derrota pra o brasileiro Gustavo Tsuboi no tênis de mesa individual. E ainda completou: "ser eliminado por um cara como o Gustavo é algo terrível". Quanta humildade...
“"Não sei o que aconteceu. Tudo estava indo bem”, Diego Hipólito, após a queda, no melhor estilo “Meu Mundo Caiu”.
“Se eu estivesse machucado ou não tivesse treinado direito, tudo bem. Mas me preparei muito para estar aqui, não tem explicação o que aconteceu”, César Castro, dos Saltos Ornamentais, ao explicar o medonho desempenho no trampolim. Tudo bem, Castro, todo mundo estava dormindo quando você competiu mesmo.
“Não sei o que acontece no time”, Márcio Fernandes, treinador do Santos, depois do empate com o Ipatinga. Se me pagarem o salário dele, tento descobrir.