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Por Moriti Neto
Depois de nove jogos de invencibilidade, com oito vitórias e um empate, o São Paulo teve a boa série de resultados quebrada pelo Atlético Paranaense. Ontem, na Arena da Baixada. o Tricolor saiu de campo derrotado por 1 a 0.Em um jogo pautado por muita marcação, correria e pouca técnica (o que vem sendo a tônica deste Brasileirão), o time paulista não tem do que reclamar. A derrota foi merecida, pois ainda que o adversário não tenha feito uma grande exibição, os tricolores não foram dignos de melhor sorte.
Além de alguns jogadores terem jogado abaixo do que vinham rendendo, casos de Dagoberto – revelado pela equipe paranaense e vaiado a cada toque na bola pela torcida atleticana – Júnior César e Jorge Wagner, a equipe sentiu demais a falta de Hernanes. Arouca é bom jogador, no entanto não está no nível do titular, que realmente é o motor são-paulino.
Outro ponto importante para o insucesso foi a falta de ousadia de Ricardo Gomes, que poderia ser audacioso nas substituições e colocar o time no ataque na segunda etapa, buscando continuar somente um ponto atrás do Palmeiras, o que daria a possibilidade de ser líder com um êxito no confronto direto da próxima rodada.
Entretanto, ao invés de tentar os três pontos, o treinador trocou Washington por Borges e Dagoberto por Hugo, perdendo ofensividade. Talvez a entrada de Marlos fosse uma boa opção, substituindo um zagueiro, contudo técnico e jogadores pareciam satisfeitos com o empate. Com essa postura, pagaram o preço da covardia, quando Paulo Baier, aos 41do tempo final, numa bela jogada, aliás, o único momento da partida em que as torcidas puderam apreciar um lance bem trabalhado, fez o justo gol do Furacão .
Perder fora de casa para o Atlético num campeonato tão nivelado – por baixo é bom que se diga – não é nenhuma anormalidade. A quebra da sequência invicta, hora ou outra, iria acontecer, mas vejo dois problemas. Primeiro: o time já não havia jogado bem contra o Fluminense e só não empatou em casa porque os cariocas estão numa draga danada. A má atuação na Arena pode ser indício de queda de rendimento. Segundo: o momento da derrota foi péssimo. Às vésperas de um jogo contra o Palmeiras, com o rival cheio de moral depois de uma importante vitória sobre o Internacional, a barra pode pesar psicologicamente. E neste campeonato tão equilibrado e sem brilho, a confiança é decisiva.
Como ressaltei no post anterior, acredito que as partidas contra Atlético, Palmeiras e Cruzeiro são definitivas para o destino do Tricolor na competição. Dos nove pontos possíveis, três foram para o vinagre. No jogo do próximo domingo, no Morumbi, às 16h, o vitorioso, certamente, sairá fortalecido demais para conquistar o título. Ingredientes não faltam para que tenhamos um confronto, se não tão bom tecnicamente, muito emocionante. È um clássico, tem briga pelo topo da classificação e uma questão especial chamada Muricy Ramalho.
Enfim, apesar da derrota no Paraná, a oportunidade do São Paulo mostrar que tem condições de ganhar o tetra do Brasileiro é agora. Mas, para tanto, terá que jogar muito mais bola do que na murcha apresentação da tarde de ontem.
Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...