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Não tem muito que falar da derrota do Corinthians para o Sport, nesse domingo, em Recife. O time já está num ritmo meio de férias, o que se soma à desorganização causada pela chegada de novos jogadores. O Leão, que não tem nada com isso, fez seus gols, marcados por dois ex-corintianos, aliás – fiquei preocupado quando entrou o lateral Fininho...
Como não dá mais pra ser campeão (o que sem dúvida diminuiu meu ânimo de escrever), o foco fica na observação dos jogadores e montagem do time. Das últimas partidas, algumas informações podem ser extraídas.
Elias – Já ficou claro que Elias não serve para jogar na meia. Funciona muito melhor de segundo volante, quando vem de trás e recebe menos marcação. Prefiro ter um excelente segundo volante que um meia mais ou menos.
Ataque – Ronaldo, por óbvio, faz muita falta e é decisivo. Ao seu lado, Jorge Henrique é o motor do time ofensivamente. Sem ele, ou quando não está em jornada inspirada, como ontem, a coisa desanda. Contra o Grêmio (2 a 1 para o Timão, não comentado neste fórum), melhor partida do time nos últimos jogos, houve uma mudança de leve no posicionamento de JH. Jogou um pouco mais recuado, armando o jogo vindo da ponta, chamando mais a atenção e permitindo a Elias jogar mais livre. O time rendeu mais.
Neófitos – Edno não funcionou como centroavante, mas mostrou qualidade de movimentação e visão de jogo. Errou muitos passes, talvez por fala de entrosamento, mas também por ter tentado, muitos passes de primeira. Se a bola queimar menos nos pés, vai melhorar.
O argentino Defederico jogou pouco até agora, mas parece que sabe das coisas. Drible curto, bom passe, se movimenta bem. Está tentando fazer o papel de meia centralizado, mas acaba caindo um pouco para os lados.
Sobre os dois e qualquer outra contratação, tenhamos nós torcedores alguma paciência. Tem cara que chega mandando bem, outros que demoram para decolar, e tem, sem dúvida, os que não dão certo e ponto. Mas que se dê algum tempo antes de sair crucificando alguém. Vejam o caso de Júnior César, no São Paulo, contratado no início do ano, que só foi render no Brasileiro.
Esquema tático – Para manter o seu amado 4-2-3-1, Mano Menezes depende de um meia centralizado, que consiga desacelerar o jogo e fazer a bola rodar. Os candidatos são Defederico e Edno, talvez Edu. Acho que o ex-jogador da Lusa tem mais chances de se encaixar nessa função, se conseguir diminuir seu ritmo e cadenciar mais o jogo.
Se não achar esse cara, o treinador pode precisar mudar o esquema. Eu vislumbrei o time num 4-3-3 do estilo do Barcelona, com Elias e Edu como meias que marcam, e Jorge Henrique ou Defederico armando o jogo de uma das pontas, mais ou menos como JH fez contra o Grêmio. Outros falam de um 4-3-1-2, com Defederico centralizado servindo Ronaldo e JH (ou Edno, ou Dentinho).
Elenco e carências – O fato é que temos hoje mais opções no elenco e bons jogadores irão ficar no banco. Como no Brasil se disputa campeonatos concomitantes por boa parte do ano, convém. Se no meio e ataque temos os já citados, na defesa Paulo André se mostrou opção muito boa, bem como Balbuena nas laterais.
Falta, sem dúvida, um lateral-esquerdo. Marcelo Oliveira vai melhor que Marcinho, mas está longe de resolver. Escudero está voltando de contusão e Mano já avisou que colocará o argentino para jogar, já que ele é o único lateral de ofício do elenco. Adversários, tremei.
Segue também a busca por um reserva Ronaldo. Dos candidatos atuais, o melhorzinho parece ser Bill, que pelo menos corre bastante. De resto, por mais que se possa melhorar em muitas posições, creio que as limitações de grana vão deixar por isso mesmo.
Tem gente que ainda sonha com Riquelme, Deco ou um craque desse tipo para a meia. Não creio, mas se vier, bato palmas.