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CACHAÇA NÃO É ÁGUA NÃO
(Mirabeau Pinheiro/ Lúcio de Castro/ Héber Lobato/ Marinósio Filho)
Colé e Carmen Costa
Você pensa que cachaça é água?
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão
Pode me faltar tudo na vida
Arroz, feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não
Pode me faltar amor
Disto até acho graça
Só não quero que me falte
A danada da cachaça
(Do 78 R.P.M. "Cachaça"/"O bode tá solto", Copacabana, 1953)
Esse é o meu presidente: em vídeo para parabenizar o ex-ministro da Justiça Tarso Genro por seus 63 anos, Lula recomendou ao pré-candidato do PT ao governo gaúcho que troque o chimarrão por uísque "de qualidade".
- O Tarso é um baita de um companheiro, mas é um companheiro polêmico. Em vez de chimarrão, Tarso, tome um belo de um uísque de qualidade, tome uma cachaça de qualidade, tome uma caipirinha.
O vídeo, de três minutos, foi exibido na noite de sábado em Porto Alegre, no jantar de comemoração do aniversário de Tarso Genro. Será que ele obedeceu Lula?
Outro dia postei aqui sobre as pretensões eleitorais de Kiko, da bandinha KLB, pelo DEM, e de Jean Wyllys, ex-Big Brother, pelo PSol. Pois o site Congresso em Foco traz uma lista com outros famosos que devem tentar uma boquinha em Brasília:
Romário (PSB), ex-jogador de futebol
Edmundo (PP), ex-jogador de futebol
Dedé Santana (PSC), humorista de Os Trapalhões
Netinho de Paula (PCdoB), cantor e apresentador
Sérgio Malandro (PTB), humorista e apresentador
Márcio Braga (PMDB), cartola do Flamengo
Vanderlei Luxemburgo (PT... de Tocantins), técnico de futebol
Vampeta (PTB), ex-jogador de futebol
Sérgio Reis (PR), cantor e ator
André Gonçalves (filiado ao PMN), ex-Casa dos Artistas
Kleber "Bambam" (PTB), ex-Big Brother
Maguila (PTB), ex-boxeador
Eduardo Braga (PTB), filho do cantor Roberto Carlos
Minutos antes do início de Santos x Ituano, no estádio do Pacaembu, o locutor anuncia os times. "Ituano; camisa 1, Saulo". Logo começam os comentários entre os torcedores: esse Saulo do Ituano.. é ele? É aquele!? Alguém confirma que, sim, é ele, é aquele. É aquele Saulo.
O "aquele" tem sua razão de ser. Saulo é um goleiro que foi revelado pelas categorias de base do Santos. Assumiu a titularidade em um período complicado para o time, o segundo semestre de 2005. Fez alguns jogos razoáveis e chegou a ser querido pelos torcedores. Mas de repente começou a decair. A jogar mal. A entregar partidas. Até que foi o protagonista - pelo lado peixeiro, é claro - do maior vexame da história recente do Santos.
Sua atuação catastrófica naquela partida não foi a única coisa que fez com que ele fosse digno de atenções maiores na tarde-noite de hoje. Mais que isso, o que se destacou foi a postura que Saulo adotou quando esteve na Vila. Sabe o que se fala de jogadores como Léo Lima, aquele papo do "se ele jogasse metade do que pensa que joga, estaria na seleção"? Pois é, vale o mesmo para o tal Saulo. Enquanto atuou no Santos, tinha uma atitude que sugeria a quem o visse em campo que estava ali o sucessor de Gilmar dos Santos Neves e Rodolfo Rodriguez - ou até mesmo uma soma, e melhorada, dos dois. O ápice disso tudo se deu no início de 2006, quando, em uma ação ao mesmo tempo revoltante e risível, Saulo processou o Santos por ter sido... colocado na reserva. É, isso mesmo: um jogador movimentando o judiciário nacional por ter sido preterido por outro atleta.
Tudo isso fez com que o desenrolar da partida adquirisse um contorno especial. Todos os santistas presentes no Pacaembu esperavam uma vitória, alguns até já visualizavam uma goleada; mas ninguém, ao menos inicialmente, pensava em fazer Saulo buscar oito vezes a bola dentro do gol.
Mas à medida que o jogo foi correndo, esse passou a ser o objetivo - dos torcedores, é claro. Ao final do primeiro tempo, quando o placar mostrava o Santos enfiando 4x1 em um Ituano desorientado e com um jogador a menos, só o que se ouvia no Paulo Machado de Carvalho eram gritos como "aí, Saulo! só faltam três!", e variantes.
Quando veio o sétimo gol, o santista se sentiu relativamente vingado. O oitavo, um peru histórico, foi um banho de alegria na alma. E o nono, originado em um lance que resultou na expulsão do próprio Saulo, foi um regozijo único. A ponto da coisa já ter virado brincadeira e santistas reclamarem da expulsão de Saulo. Eu, também no estádio, dizia que não me incomodaria muito em ver a cobrança de André sendo defendida pelo jogador improvisado que estava no gol - tudo para que ficasse ainda mais evidente o papelão de Saulo.
No fim das contas, registro que o ocorreu no Pacaembu hoje foi a maior humilhação de um jogador profissional que vi na vida. Porque não foi um time, uma torcida, uma nação a ser pisoteada; foi, sim, um só atleta.
O título desse post é uma referência a um marco da cultura latino-americana, que como poucos falou sobre a questão da vingança. E, ao mesmo tempo, é pra deixar claro que a vingança dos santistas não foi plena - ela só acontecerá caso derrotamos o mesmo adversário, com placar igual ou superior ao ocorrido em 2005. Mas já garantiu uma certa dose de diversão.
PS: aos leitores do Futepoca, cabe um esclarecimento. Os dois posts seguidos sobre Santos 9x1 Ituano se devem a diferentes razões de ser de cada texto. O Glauco fez uma análise precisa do jogo; eu tô apenas desancando coisas de torcedor. Usem os comentários para falarem sobre vinganças no futebol, tenho certeza que vocês têm boas histórias pra contar.
Antes de falar da partida em si, é preciso apresentar a campanha do Ituano antes do jogo contra o Santos. Era o 11º colocado do Paulista, a 3 pontos do Palmeiras, clube com o qual empatou em 3 a 3. A defesa do interior, inclusive, era melhor que a do clube do Palestra Itália, 21 gols sofridos contra 26. O São Paulo só superou o Ituano, no Morumbi, por 1 a 0 com um gol de pênalti.
Acho que está claro que o Ituano não é um Naviraiense. E olha que assustou o Peixe a um minuto de jogo, com uma falta na qual João Leonardo recebeu a bola em jogada ensaiada. Rodrigo Mancha foi enganado na marcação e o Santos sofreu o gol. No lance, duas lições. Primeiro, que não basta colocar um marcador “de ofício” na equipe para melhorar a defesa. Mais importante é saber ocupar espaços atrás, acuar o adversário e fazê-lo com que se preocupe mais em se defender do que atacar. Um volante a mais no time, junto com Arouca, não evitou o gol do Ituano.
A segunda lição foi para o próprio rubro-negro de Juninho Paulista. Não se cutuca a onça com vara curta. Se o Peixe poderia levar o jogo em banho-maria, o fato de sair atrás no marcador fez com que os meninos peixeiros acelerassem a partida. Uma, duas, três oportunidades. E tome falta do Ituano, como tem sido comum no comportamento dos rivais que se deparam com o Santos. Aos 14, veio o empate com André. A virada anunciada só aos 27, na falta que originou a justa expulsão de Carlos Eduardo, que tomou o segundo amarelo. Ganso marcou na cobrança de Marquinhos, seu companheiro de armação.
Depois, veio o terceiro. E o quarto. Após o intervalo, o Alvinegro voltou mordendo, marcando pressão na saída de bola do adversário. Não adianta ficar aqui descrevendo a partida ou os gols. Melhor vê-los. O Ituano teve mais dois atletas expulsos (justamente), mas o Santos já havia feito o oitavo gol quando isso aconteceu. E o santista Wesley também recebeu seu vermelho no fim da partida.
Mesmo assim, vão dizer que o Ituano é fraco, que jogou com um a menos a maior parte do tempo... Mas, se o santista ouvir isso de algum rival, pergunte a ele qual foi a última vez que ele viu seu time vencer alguém fazendo nove gols. E olha que isso aconteceu dez dias após uma vitória por dez gols. Ainda se pode acrescentar que o Alvinegro jogou sem duas das três principais estrelas do time, Neymar e Robinho. Mas nada convencerá os céticos. Azar o deles.
A Ponte Preta não jogou para vencer, mas para não perder. Conseguiu sair do jogo com o melhor resultado. Depois de três vitórias consecutivas, o Palmeiras voltou a perder. De novo no Palestra Itália, por 2 a 0. Os visitantes ainda desperdiçaram um pênalti, defendido por Marcos, o Goleiro. Por isso, o revés por dois tentos saiu barato para um time que criou só no primeiro tempo e bobeou demais quando sofreu ataques campineiros.
Com o resultado, as chances de classificação no Paulista voltam a se afastar, possivelmente de forma definitiva – quatro ou mais pontos a quatro rodadas do fim.
Até 30 minutos do segundo tempo, estava zero a zero. Bastou esse tempo para Diego e Finazzi marcarem, com uma diferença de seis minutos. Nos acréscimos, o mesmo Finazzi perdeu o pênalti. O time verde minguou.
É só um time marcar melhor que a capacidade ofensiva se dissolve. No primeiro tempo, foram mais lances, obrigado boas defesas do goleiro rival. Mas depois, faltou o técnico Antonio Carlos Zago buscar alternativas com mexidas no time. As mudanças só vieram depois de o Palmeiras estar atrás no marcador. Tarde demais.
Passou da hora de começarem as obras da arena para, quem sabe, desenterrar os sapos debaixo do gramado. Ou permitir que o time jogue em outro estádio, onde tem se saído melhor.
No primeiro gol, ele aproveitou passe sensacional de Marquinhos e, com frieza, venceu o goleiro adversário. No segundo, superou a zaga e o goleiro do Remo, mas correu e ficou sem ângulo para a batida; poderia ter dado dois passos para trás e tentar o arremate, mas viu um companheiro melhor posicionado e rolou a bola para ele. No terceiro, viu André avançando e deu para ele um passe cirúrgico. E, no quarto, lançou mão da paradinha para converter a penalidade.
Foi assim que o firuleiro, irresponsável, moleque, circense, malabarista e insira-aqui-seu-xingamento Neymar conduziu o Santos a uma goleada por 4x0 sobre o Remo que, mais que representar uma vitória peixeira no jogo de ontem, colocou o alvi-negro na próxima fase da Copa do Brasil.
As ofensas a Neymar por mim escritas são, evidentemente, uma ironia. É que a ira manifesta por torcedores - de todos os times - após a derrota do Santos para o Palmeiras no último domingo foi tão marcante que ainda está presente, e faz com que o jogo de ontem não tenha como não ser visto como uma certa resposta a tudo que vem sendo dito.
A Folhaonline traz hoje uma etiqueta dispensável (como toda etiqueta) sobre "como servir cada tipo de cerveja no copo certo". Manguaça que é manguaça toma cerveja até em copo de geléia Cascão, ou de requeijão Mimoso com rótulo, ou mesmo no bico, que é mais fácil. Mas é interessante o primeiro "ensinamento" da Folha:
"A cerveja pilsen (...) deve ser servida em copo pilsener."
Ah, tá. Ainda bem!
"Não tem greve. Só tem marketing para a imprensa noticiar", arrematou o "gerente, competente e eficiente" (des)governador de São Paulo, que hoje comemora aniversário de 68 anos. Para reforçar sua posição de "iluminado" (como todo tucano se considera), pediu a anuência daqueles que conclama como "pares": "Vocês sabem. São suficientemente inteligentes e observadores". Ontem, depois de dois dias enfrentando manifestações de professores em greve, que jogaram ovo em seu carro, Serra cancelou, de última hora, a participação na inauguração de um viaduto na periferia de São Paulo, onde um grupo de professores o esperava com faixas nas mãos e gritos de "Serra, fujão! Acabou com a educação!". Na cara larga, "justificou-se": "Fui fazer uma supervisão e não deu tempo [de ir no evento]". Como se ele não tivesse interesse algum em participar de inaugurações! Pois se está até implantando terceiro turno de trabalho para apressar finalização de obras e inaugurando maquete...
Ps.: Mais propaganda que essa "materinha" aqui, impossível. Tem até o histórico do candidato. Folha, "rabo preso com o leitor". Leitor tucano.
Ps.2: E tem mais essa aqui. Será que o TSE só pune suposta propaganda do PT?
Falando sobre o período em que rompeu com o PSDB e foi para a universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) revelou: "Enchia a cara de saquê, ouvindo Marisa Monte".
A declaração foi feita ontem, em debate do evento "Roda Viva" da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, no Centro Acadêmico XI de Agosto.
Óculos escuros, meiões coloridos, maquiagem, uniforme de cores luminosas e muita música eletrônica. Esse é cenário do futebol das drags queens, que acontece na Barra Funda em São Paulo. O assunto é matéria no site da Carta Capital e rende boas risadas, como o episódio protagonizado pelo time das meninas coloridas, que pede para que a juíza não invalide um gol feito de forma pouco usual (mas que até craque de Copa do Mundo já fez parecido...):
O primeiro gol das meninas vem mais tarde, e é feito com a mão. A juíza tenta invalidar, mas quando as garotas percebem que podem usar a vantagem de seus 1,80 metro de altura para vencer os opositores, o jogo se torna mais um misto de vôlei e handebol do que futebol. Até os rapazes acabam aderindo a essa nova modalidade. Os gritos estridentes da juíza: “bola no chão, gente, bola não chão”, são completamente ignorados e as garotas marcam diversos gols com arremessos e cortadas.
Ontem, quando faria 65 (nasceu em 17 de março de 1945), não lembrei do aniversário da maior cantora que este país teve em música popular.
Foi magra, com oscilações e cansaço. Mas foi uma vitória no Mangueirão. Por 2 a 1, o Palmeiras venceu o Paysandu em Belém (PA) pela Copa do Brasil. Garantiu vantagem, mas não eliminou o Papão da competição. Faltou disposição para ampliar e o time da casa fez frente ao alviverde, chegando a empatar e a tentar pressionar os visitantes.
Trata-se da terceira vitória seguida, depois dos resultados sobre o lanterna Sertãozinho e o líder Santos pelo Paulista. Isso é bom, mas não assegura que o time esteja embalado. Recuperado é o termo de bom tamanho.
Ewerthon e Lincoln foram os autores dos gols. Como principais contratações do time na temporada, eles foram a campo desde o início e decidiram. Além de nomes com mais consoantes do que o necessário, mostraram que estão no nível dos outros jogadores do elenco.
Talvez possam até jogar mais bola, mas não convenceram ainda de que são melhores. Em outras palavras, não salvam a pátria, mas são opções, em muitos casos, melhores do que as existentes. Lincoln dá mais consistência ao meio campo do que Ivo e Deyvid Sacconi, que são mais ofensivos. Ewerthon pode funcionar melhor do que os períodos magros de Robert. Lenny e Marquinhos tem menos presença na área. Mais opções nas mãos do técnico.
Mas o time ainda tem muitos momentos em que os passes falham e a bola parece quente, sem que apareça alguém com tranquilidade para dominar ou fazer um passe com qualidade. Bora treinar.
Os jogadores, no segundo gol, repetiram o Armeration, uma versão particularmente engraçada do lateral-esquerdo colombiano Armero de dançar um trecho do "Segura o Tchan", ou algo do gênero. Por um lado, cansa um pouco a polêmica das dancinhas. Por outro, como foi o renegado Armero a referência, a possibilidade de comemorar dançando ganha ares de exorcismo em vez de ser visto só como deboche. Quem sabe assim arrefece a polêmica? Engula-se os xingamentos aos jogadores rivais e deixa o pessoal dançar.
Lembra aquele toquezinho infeliz em escanteio no último minuto que eu detestei na partida do Corinthians contra o Independiente Medellin semana passada? Pois é, aconteceu de novo nessa quarta, no 1 a 0 contra o Cerro Porteño, no Paraguai. E dessa vez deu pra ver o técnico alvinegro gesticulando para os jogadores como quem diz “acabou o jogo, segura aí”.
Dessa vez irritou menos, porque pelo menos o time levou uma vitória após enrolação. E, durante os 90 minutos, a proposta de jogo, ainda que meio modorrenta, foi melhor executada. Elias, Jucilei e Danilo estiveram em boa jornada, garantindo mais fluência nos passes no meio de campo. O que não quer dizer necessariamente mais chegadas ao ataque.
A opção continuou sendo manter a posse de bola e cozinhar o jogo. Mas como errava menos passes no meio, a equipe conseguiu criar uma ou outra chance de gol e praticamente anular o Cerro, que teve, se bem me lembro, duas chances reais.
O Corinthians não teve muito mais que isso, na verdade. Umas três ou quatro, digamos. Uma delas em escanteio batido por Dentinho para Danilo desviar de calcanhar e Ronaldo empurrar para as redes - encerrando um curto (mas bem comentado...) jejum de 5 jogos sem marcar. Legal do gol foi ver o marcador do Gordo olhando a bola e se assustando ao vê-lo já dois passos na sua frente, livre pra marcar.
O jogo foi bonito? Não, nem de longe. Foi empolgante? Tampouco. Mas em algum momento deu realmente preocupação de perder? Não também. Mano Menezes resumiu a atuação com um “não fomos brilhantes, mas fomos práticos”. De fato, talvez até demais.
O time vai precisar de mais ousadia mais pra frente. Poucos times terão a incapacidade ofensiva do Cerro, que não conseguiu se aproveitar o recuo do Timão no segundo tempo. Insisto: ficar jogando só no seu campo é um risco que não considero valer a pena.
Mas o treinador mosqueteiro tem outro argumento difícil de rebater. “Quatro pontos em seis fora de casa. Temos de valorizar”, disse após o jogo. Some mais três da obrigação caseira e temos a liderança isolada do grupo, com sete pontos. Precisa mais? Sim, precisa. E confio que vai ter. Mas enquanto não tem espetáculo, contento-me com o frio pragmatismo dos números.