- Você vai ver - ensaiou consolar o corintiano - O rebaixamento vai ser a melhor coisa que poderia acontecer para o Palmeiras... Vai se livrar de um bando de trastes da cartolagem.
É claro que o esboço de apoio moral veio depois de dez minutos de piadas sortidas, sobre o fim do Alviverde, sobre a ausente imponência de outrora, sobre finalidades alternativas da nova Arena Palestra Itália etc. Solidariedade de alvinegro paulistano numa hora dessas teria mesmo de ser farsa. Por nenhum outro motivo devolvi a solidariedade sem perder a ternura:
- Melhor coisa, só se for pra corintiano, são-paulino, santista, vascaíno. Pra palmeirense, a notícia é pior do que fim do mundo dos maias. Se fosse pra consertar aquela esbórnia, tinha resolvido há dez anos, na primeira queda, antes de o clube fazer 90 primaveras. Agora, dois carnavais antes de completar o primeiro século, é risco sério de viver o centenário na gloriosa segundona...
O diálogo terminou com um ou dois palavrões para amaldiçoar a situação. A conversa entre um sarrista e um desesperado aconteceu antes do empate em dois a dois entre Palmeiras e Botafogo, em Araraquara,no domingo, 4. O descenso está traçado há mais de dois meses, com as sucessivas falhas em inflar suspiros de esperança.
Sete pontos para baixo da linha da degola na tabela. A quatro rodadas do fim. Erros por falta de concentração e tranquilidade na tarefa de defender, e falta de pontaria e calma na hora de finalizar em gol. Esse roteiro, de desfecho triste, é conhecido.
Que é possível voltar em campo, em 2013, todos os que já caíram sabem. Em tese, o regulamento assim permite. Que é nada fácil, também é público e notório. Engana-se o torcedor que dá como certo o regresso, porque há um campeonato inteiro pela frente.
A foto é de 2010, depois da elminação da Sulamericana. A tristeza é atual (Ari Ferreira)
Com dois agravantes. Primeiro, o peso do repeteco, de duas quedas em duas décadas do milênio. Triste realidade para o campeão do século passado.
O segundo agravante liga-se à disputa da Taça Libertadores da América. Nenhuma crise existencial no fato de participar do continental e jogar a segundona do nacional. A dificuldade é de planejamento de contratações e organização do clima interno do clube. Fosse esta uma sociedade esportiva com histórico de gestão profissional, o receio poderia ficar escanteado. No cenário de priorizar a conquista da Copa do Brasil e perder o direito de manter-se na Série A, só pra citar o episódio mais recente, vem um gosto amargo na boca que se confunde com a ressaca dos goles de ontem. Que perfil de elenco joga duas competições de clima e estilos tão dispares?
Resta a história e a paixão de torcedor para seguir firme, amarguras à parte. Tanto para acreditar em dias melhores sem Arnaldo Tirone no comando, sem Mustafá Contoursi interferindo, quanto para botar fé e torcer (e sofrer também) em qualquer divisão, campeonato ou condição.
O Bahia derrotou agora
à noite, no Canindé, a Portuguesa por 1 a 0. O tento foi de Souza,
um dos últimos espécimes do chamado centroavante-centroavante, aos
32 do segundo tempo. Diones chutou de fora da área e o veterano
goleiro Dida tentou encaixar, dando o rebote para o ex-atacante do
Corinthians.
Assim, os baianos
chegaram a 40 pontos e estão empatados com a própria Portuguesa,
que volta a estar ameaçada pelo espectro da Série B. A diferença
entre os dois são três tentos de saldo em favor dos lusitanos.
Ambos ainda estão quatro pontos à frente do Sport, primeiro time na
fila para sair da degola.
Já o Palmeiras, que
empatou com o Botafogo em um jogo que beirou o inacreditável, dadas
as chances desperdiçadas pelo nervosismo alviverde, está com 33,
sete atrás de Bahia e Portuguesa. Precisa de uma reta de chegada
perfeita para escapar da Série B. Para se ter uma ideia do tamanho
da superação, é só lembrar que os palestrinos conquistaram sete
pontos nas últimas seis rodadas, exatamente o número de pontos que
o distancia da salvação, e o mesmo desempenho do Figueirense,
virtual rebaixado e penúltimo colocado no Brasileirão.
O Sport, rival mais
próximo do clube paulista, vem em uma difícil caminhada de
recuperação, tendo feito nove pontos nas últimas seis rodadas,
contando com a vitória de hoje contra o Vasco, 3 a 0 em São
Januário. Os vascaínos têm a segunda pior campanha do returno e
vem de seis derrotas seguidas.
Embora estejam a quatro
pontos da zona fantasma, Bahia e Lusa têm motivos de sobra para se
preocupar, levando-se em conta o desempenho recente. A Portuguesa não
marca gols há quatro partidas e nas últimas seis fez somente quatro
pontos. Os baianos fizeram cinco em meia dúzia de rodadas.
Confira os quatro
últimos jogos dos quatro times que parecem estar disputando às
avessas duas vagas do rebaixamento, lembrando que Cruzeiro e Ponte,
com 43 pontos, correm algum risco de rebaixamento.
Reverência. O garoto
com a camisa do Cruzeiro, que entrou em campo com o time da casa,
corre para Neymar e pede seu autógrafo em uma camisa que estava por
baixo do uniforme azul. Se a cena é simbólica, a tietagem infantil
não é inédita. Antes de uma partida contra o Corinthians, neste
ano, os guris também correram para afagar o Onze santista e o mesmo
se deu em vários outros jogos.
Talvez os garotos, não
tão contaminados pela rivalidade, vejam o futebol de forma diferente
dos adultos. Os mais céticos dirão que se trata da influência da
publicidade, o que de fato pode fazer diferença. Mas ontem, mesmo os
adultos que eram fãs do time adversário aplaudiram Neymar, em um
misto de reconhecimento mas também de protesto contra os comandados
de Celso Roth.
O triplete de Neymar
marcou a vitória santista. Deu mais uma assistência, uma bela
jogada em que serviu Felipe Anderson. Seu segundo gol foi uma jogada
que tem se tornado característica. Para diante do defensor e
finaliza, colocado, aproveitando as pernas abertas do rival que
esperam a movimentação do craque.
Foram apenas 14
partidas no Brasileiro, e 12 gols. Ironicamente, o jogador que o
Santos faz esforço para manter no Brasil, jogou inúmeras partidas
fora do país, em função da seleção brasileira. E ele segue
fazendo marcas. Tornou-se o segundo maior goleador peixeiro em
campeonatos brasileiros, atrás somente de Pelé. Soma com a camisa
santista 122 gols e fez sua 29ª assistência em 2012, 17 pelo clube
da Vila Belmiro.
Dava até pra falar da
atuação do resto da equipe, de um André pouco móvel que só não
deve perder a posição de titular para Miralles na próxima peleja
porque o mesmo, depois de dar bela assistência para o último gol
alvinegro, tomou o terceiro amarelo. Mas Neymar roubou a cena. Pra variar.
Além de ser excelente
com a bola nos pés (ou na cabeça, na canela, no joelho...), Neymar
também está um pouco acima da média quando concede uma entrevista
pós-jogo. Aguenta inclusive várias perguntas pouco amistosas e a
repetição ad nauseam da questão eterna sobre transferência
para fora do Brasil. Se fosse certo candidato a prefeito, talvez
mandasse o repórter perguntar para o árbitro, o Muricy, o Laor, o
adversário, mas o garoto aprendeu a ter paciência. E a refletir
diante dos microfones.
Ainda no gramado,
depois do tenebroso embate entre Santos e Náutico na liberada Vila
Belmiro, o atacante deu o diagnóstico da partida, pelo lado
alvinegro. Sobre ter reclamado no primeiro tempo com os colegas de
time, que não se mexiam para receber a bola, declarou: “Eu peço
para os companheiros jogarem, não para ficarem olhando para minha
cara esperando eu jogar. É só correr um pouco para confundir a
zaga”.
Era o que o torcedor,
na Vila diante da TV, queria que os santistas fizessem. Que se
movimentassem um pouquinho só. Mas André, no meio dos zagueiros,
lembrava os últimos dias de Ronaldo no Corinthians, ainda que a
diferença de idade e de “integridade” física não justificasse
a imobilidade do moleque. Patito até corria, mas não sabia pra
onde, enquanto Felipe Anderson falhava sempre que se esperava algo
dele, parece tremer diante da pressão da torcida, do técnico, dos
colegas... Miralles, contundido, foi ausência sentida.
Só, somente só (Santosfc)
Um time lento, que
viveu de lampejos de Neymar e, pasmem, de subidas do zagueiro Bruno
Rodrigo ao ataque no tempo derradeiro, mais eficiente que seus
parceiros de frente. Na primeira etapa, o Náutico conseguiu encaixar
contra-ataques e, em uma jogada grotesca de Gerson Magrão (que
estava cobrindo o lateral do outro lado, diga-se), teve um pênalti a
seu favor. Talvez pelo ímpeto saltitante do arqueiro Rafael, o
atacante Kieza conseguiu ser tão bizonho quanto o lance que originou
a penalidade, mandando pra fora a bola. É, a partida não merecia um
gol...
No segundo tempo, o
Santos melhorou e os visitantes foram recuando e praticando o
tradicional antijogo, tolerado pela arbitragem brasileira. Um, dois,
três, quatro, cinco jogadores caíram no gramado no terço final do
segundo tempo, nada que quase qualquer outra equipe daqui não
fizesse em situação semelhante. O jogo teve 50 faltas e várias não
marcadas, o que pode mostrar que o problema dos árbitros brasileiros
talvez não seja o de “marcar qualquer faltinha”, mas sim de
tolerar sequências de faltas, às vezes de um mesmo atleta, sem
punição. Todos ficam à vontade para bater, de forma sutil ou de
forma viril.
Jogo tétrico, o jeito
para o santista é esperar 2013.
Parece que as eleições de 2012 causaram um racha entre ícones do São Paulo Futebol Clube. Na semana passada, Rogério Ceni, junto com o ex-dirigente e vereador reeleito pelo PSD, Marco Aurélio Cunha, declararam seu apoio a José Serra, com direito a pênalti cobrado pelo candidato pretensamente boleiro. A piada foi que conseguiram a proeza de juntar a rejeição de Serra à do goleiro tricolor, que não é exatamente bem quisto pelos rivais...
Trio Parada Dura
Mas hoje o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, anunciou o apoio a Haddad em cerimônia na qual estiveram presentes o diretor da CBF Andrés Sanches e o presidente do clube do coração de Serra, Arnaldo Tirone. "Só o Haddad para unir eu e o Andres numa mesma causa”, disse o presidente do São Paulo.
Haddad e os poderosos da bola em SP
A postura do mandatário tricolor é diferente da adotada em 2008, quando o candidato à reeleição e são-paulino Gilberto Kassab recebeu uma homenagem por parte da cúpula do Morumbi, com a confecção de uma camisa com a porcentagem de seus votos no segundo turno, 60,72%, dificultando a vida de seus torcedores de esquerda.
Pelo jeito, Juvenal gosta de acompanhar o time que está ganhando. Já Ceni e Marco Aurélio Cunha têm outras convicções.
Parece que a campanha do petista Fernando Haddad não precisa fazer muito esforço no segundo turno das eleições em São Paulo, dado o incrível esforço de auto-sabotagem empreendido pelo tucano José Serra quando abre a boca.
A última foi uma declaração à rádio CBN, em resposta à pergunta de um ouvinte sobre qual o projeto dos candidatos para combater a violência e o consumo de drogas nas escolas. Leia e ouça a resposta do candidato:
"Nós vamos combatê-la em parte com prevenção. Temos um programa feito conjuntamente com a Fundação Casa, antiga Febem, pra atuar nos (sic) jovens que estão dentro das escolas, que ainda não entraram pro mundo do crime mas que podem ter propensão pra isso. Nós vamos fazer com eles um trabalho preventivo que é identificar quem tem um potencial pra ir pro crime, pra ir pra droga, e poder fazer um trabalho de acompanhamento, de monitoramento e de ajuda a esses jovens. Não são apenas medidas de segurança, são medidas preventivas. Essa é a questão fundamental. No geral, vamos combater o crack de verdade".
"Identificar" jovens com propensão ao crime é algo que lembra realidades trágicas de regimes autoritários (do tipo fascista), também presente em filmes como Minority Report. Para fazer tal identificação, talvez o moderno Serra ressuscite Cesare Lombroso para facilitar seu trabalho. Aliás, o que é "combater o crack de verdade"? Será que Kassab e Alckmin, com a midiática operação realizada na Cracolândia, estão/estavam combatendo o crack "de mentira"?
Teste de cardíaco assistir ao jogo entre o Galo e o Flu no domingo. O comentário desde o início era, se o Flu ganhar acabou o campeonato, se empatar já está praticamente com a mão na taça etc. A hipótese de o Galo vencer era longínqua...
No jogo, o que se vê é um quase campeão acuado, jogando com medo, retrancado, salvando-se pelo excelente goleiro e pelas traves benzidas sei lá quantas vezes...
No lance mais polêmico do jogo, Ronaldinho bate a falta e faz gol. Demorei bons minutos para entender por que, raios, o gol fora anulado. Com as justificativas televisivas fiquei mais atônito. Até então, nunca vira um gol desses ser anulado. Revi o lance várias vezes, confesso que não sou neutro, torço para o Galo, mas existe o empurra-empurra de toda a cobrança de falta, mas pelo que vi o Leonardo Silva não desloca o Thiago Neves nem o Fred, que sobem para tentar impedir a trajetória da bola, que passa pelo outro lado. Se querem marcar falta, reivindico que todos os agarrões e encontrões na área virem pênalti. Que todos veem e não marcam. Ou que anulem o gol do Flu contra o Vasco.
Acabado o chororô e com o 0 a 0 no primeiro tempo, pensei com meus botões, só falta agora o Flu fazer um gol no contra-ataque e ganhar a partida e o título. Começa o segundo tempo, mais bolas na trave e o temido gol tricolor. Pareceu tudo acabado, a profecia se autocumpria.
Mas o time do galo deste ano tem mania de contrariar meus medos. Continuou jogando bem e virou a partida. Daí, viro para o lado e comento com minha companheira Simone, que sempre me dá sorte quando assiste aos jogos comigo: "só falta agora eles empatarem". Boca maldita a minha, em poucos minutos o Flu empata e praticamente acaba minha esperança.
Só que esse time tem a mania de me contrariar e me surpreender, vai lá e conquista uma vitória épica aos 47 minutos do segundo tempo. Como me surpreendera no jogo anterior contra o Santos, em que após os 2 a 0 no início da partida já imaginava a goleada que sofreríamos, não o empate heroico.
E assim ficamos a 6 pontos do líder Flu, a seis rodadas do final. Difícil, muito difícil, o título já é quase tricolor, mas quem sabe esse time me surpreenda mais uma vez. Só uma questão final, do que reclamavam os jogadores do Flu ao final da partida, quando cercaram o juiz? De não terem sido beneficiados novamente? Ouvi jogador reclamar que o tempo de 3 minutos de acréscimo fora demais... E depois dizem que é a gente que chora...
Uma última provocação. O Flu deve ser coroado o campeão mais medroso da história, com sua política de jogar mal, ganhar de 1 a zero e ser ajudado pela arbitragem em partidas consecutivas. Mas deve ser campeão mesmo assim...
Da série Estatísticas Nonsense: segundo levantamento publicado no Facebook da The Economist, fazendo-se uma comparação entre cada um dos James Bonds encarnados no cinema por seis atores diferentes, o que mais entornou Martinis (a bebida predileta do agente britânico) foi o atual, Daniel Craig. O gráfico abaixo mostra também quem são os campeões no quesito conquistas amorosas e assassinatos. O mais "afetuoso" foi o Bond vivido pelo ator australiano George Lazenby, que fez um único 007, "A Serviço Secreto de Sua Majestade", já o mais mortal foi Pierce Brosnan.
Confira a diferença considerável entre o consumo alcoólico do Bond de Craig para os demais. Estaria o agente da Rainha descontando o estresse da profissão no copo?
Um jogo inusitado e com
lances inesperados, de todas as formas. O empate de 2 a 2 entre
Santos e Atlético-MG, na Vila Belmiro, começou com um gol relâmpago
dos donos da casa logo aos 19 segundos, marcado pelo peixe
grande Miralles, que pela primeira vez atuava como titular ao
lado de Neymar, o presente ausente santista.
Neymar reencontrava
Ronaldinho Gaúcho no campo onde ambos protagonizaram uma partida
antológica em 2011. O garoto pegou uma bola, foi fominha e
perdeu. Em outro lance, fez bela jogada mas forçou, ao invés de
passar para seu companheiro de ataque portenho. Dava a impressão de
estar cansado, já que chegou ontem pela manhã do amistoso da
seleção contra o Japão, na Polônia. Mas...
Na sua ducentésima
peleja pelo Alvinegro, o craque pegou a bola e deu um drible de
calcanhar, deixou dois marcadores no chão, ficou de frente para o
zagueiro, limpou e tocou com precisão por baixo de suas pernas.
Alguém manda o Benjor musicar porque foi um gol daqueles que vão
faltar adjetivos. Eram 12 do primeiro tempo.
Ao fundo, dois atleticanos tentam levantar após dribles de Neymar
Mas, assim como naquela
partida contra o Flamengo, o Alvinegro Praiano facilitou. Primeiro, o
sistema defensivo falhou deixando Léo no mano a mano com Serginho,
sem cobertura. Ele cruzou para o baixinho Bernard marcar. Aos 26,
depois de cobrança de escanteio no qual aconteceu o choque que
mandou Rafael Marques, do Atlético-MG para o hospital, os atletas
santistas pararam no campo adversário em virtude do lance e o Galo
foi para o contra-ataque pegar o Peixe desprevenido. Gol de Jô,
depois da defesa de Rafael em chute de Bernard.
Depois da paralisação
de onze minutos, que será comentada mais à frente, a partida
esfriou, aparentemente pela preocupação dos jogadores com o estado
de saúde do zagueiro atleticano, que passou a noite em observação
na Santa Casa de Santos e deve ter alta hoje.
Na segunda etapa, jogo
equilibrado com chances para ambos os lados. Felipe Anderson foi
substituído por Bernardo, que deu outra mobilidade ao time. Os
laterais passaram a subir menos e o jogo passou a ter um ritmo bem
menos intenso, com o Atlético tentando surpreender nos
contra-ataques e os donos da casa pegando mais no meio de campo.
E, quem diria, outra
ocorrência médica. Em disputa pelo alto, Henrique “cabeceia”
Bernard e o atacante mineiro também se lesiona, convulsionando. A
partida ainda teria um outro lance, desta vez na bola, de Neymar que,
em meio a três marcadores rivais, inventa uma lambreta e sofre
falta, desperdiçada por Bernardo.
O resultado faz a
Libertadores ser uma realidade quase impossível para o Santos e
mantém a diferença do Galo para o Fluminense que, a essa altura, se
torna uma barreira quase intransponível.
“Ah, tem que
interditar a Vila Belmiro”
Sem dúvida, a
Vila Belmiro não é o estádio mais confortável do Brasil. Tampouco
é o mais desprovido de condições para sediar uma partida de
futebol profissional. No jogo contra o
Atlético-MG, o zagueiro Rafael Marques se lesionou após um choque
em cabeceio com um companheiro de time. Foi atendido pelos médicos
dos dois clubes, ficou desacordado entre um e dois minutos, e a
ambulância não pôde entrar no gramado por conta de um degrau que
impedia o acesso ao local. O zagueiro foi carregado em maca especial,
imobilizado, até o veículo. No total, o atendimento durou oito
minutos.
Em nota oficial, o
Santos disse que “o estádio passa por vistorias anuais, realizadas
por vários órgãos diferentes, e nunca foi constatada esta
necessidade anteriormente”, alertando que providenciará o acesso
no local. Quem regulamenta a disponibilidade de ambulâncias nos
estádios de futebol é o Estatuto do Torcedor e, segundo a nota,
“durante a realização de partidas, [o clube] conta sempre
com três ambulâncias ao todo (uma a mais do que pede o Estatuto do
Torcedor, de acordo com a capacidade do estádio), sendo duas UTI,
que ficam nos dois lados do campo, mais uma de remoção. Há também
dois postos médicos para pronto atendimento: um no vestiário do
visitante e outro no ginásio”.
Claro que o acesso ao gramado tem que ser viabilizado para preservar
a segurança e a saúde de atletas, comissão técnica e demais
profissionais que trabalham no gramado. Mas espanta (ou não) a
indignação seletiva e o pedido de “medidas drásticas” como interdição. Para quem lembra do paradigmático caso
Serginho, zagueiro do São Caetano que morreu após sofre parada
cardíaca no Morumbi, sabe que o defensor foi levado até a
ambulância de maca, assim como não foi usado o desfibrilador. Esses
fatos foram criticados à época por leigos e especialistas, mas não
lembro de alguém ter pedido a interdição do Morumbi. Como o atleta
tinha problemas cardíacos e o São Caetano foi negligente ao
colocá-lo em campo, a questão da qualidade do atendimento ficou em
segundo plano.
Mas também ninguém
pediu a interdição do Engenhão mesmo havendo críticas à demora
da ambulância atender ao treinador do Vasco Ricardo Gomes. Disse
o diretor do centro médico do estádio, Alex Bousquet, à época: "A
gente parte do pressuposto de que a ambulância tenha equipamento de
suporte básico completo. O que me chamou a atenção foi a demora da
ambulância e a necessidade de os médicos levarem ele ao centro
médico para fazer esse suporte”. Ninguém pediu interdição do
Engenhão.
No caso da fratura que
faz com que o goleiro tcheco Petr Cech jogue com proteção até
hoje, ocorrida em outubro de 2006, o treinador
José Mourinho falou à época, reclamando do atendimento. “Há
algumas coisas que me deixam em uma situação muito emocional. Meu
goleiro estava no vestiário por 30 minutos esperando uma ambulância.
O futebol inglês deve pensar a respeito disso. É algo muito mais
importante que o futebol.”
Convém não fazer a
tradicional mistura de alhos e bugalhos: é preciso discutir e
aprimorar cada vez mais a presteza do atendimento médico e, se for,
preciso, modificar normas e exigir mais rigor na fiscalização de todos os estádios, não só da Vila. Mas pedir a interdição de um local que tem licenças e alvarás
regularizados na base do “porque eu acho que o estádio é um
lixo”, como fazem muitos jornalistas e/ou torcedores, cheira a demagogia. Contudo, como existem operadores do Direito e cartolas bem afeitos a apelos demagógicos, ainda mais quando vêm da mídia comercial, não duvido nada que a justiça seletiva se faça novamente.
Mais uma rodada das
eliminatórias para a Copa de 2014 e, obviamente, alguns resultados
surpreendentes. O que mais chamou a atenção foi a reação incrível
da Suécia, que perdia por 4 a 0 da Alemanha, e obteve um empate
heroico em Berlim. Após fazer três gols em 14 minutos, o nórdicos
empataram a partida aos 48 do segundo tempo. Requintes de crueldade
que não tiraram a liderança dos alemães, à frente do grupo C das
eliminatórias europeias com 10 pontos em quatro jogos. Os suecos têm
sete em três pelejas.
Quem se deu mal foram
os portugueses, que empataram em casa com a Irlanda do Norte, por 1 a
1. A seleção de Cristiano Ronaldo está em terceiro lugar no grupo
F, com sete pontos em quatro partidas, mesma pontuação de Israel,
que supera os lusos em saldo de gols. A Rússia lidera com dez
pontos.
A atual campeã do
mundo e da Euro, a Espanha, também foi surpreendida em casa pela
França. O 1 a 1 obtido em cima da hora pelos franceses quebrou uma
fantástica sequência de 25 vitórias seguidas em casa dos
espanhóis. Ambos dividem o topo do grupo I com 7 pontos em três
partidas, com a Fúria levando vantagem no desempate, dois gols a
mais de saldo.
A lógica na
Concacaf, disputa acirrada entre os asiáticos
A Concacaf definiu o
seu hexagonal final com choro e ranger de dentes para algumas
seleções. No Grupo A, a Guatemala enfrentou os EUA fora de casa,
precisando de um empate para avançar. Saíram na frente mas sofreram
a virada, perdendo por 3 a 1. Ainda assim, tinham chances caso a
Jamaica não fosse bem contra a lanterna Antígua e Barbuda. Mas os
jamaicanos derrotaram os rivais por 4 a 1 e ficaram com a segunda
vaga do grupo por dois gols a mais de saldo.
Quem também ficou de
fora com o resultado da última rodada foi o Canadá. Os vizinhos dos
EUA sofreram uma goleada maiúscula de 8 a 1 da líder Honduras e
terminaram um ponto atrás do Panamá, que jogou com o regulamento
embaixo do braço e só precisou empatar com Cuba para garantir sua
vaga um ponto a frente do Canadá. No Grupo B, tudo tranquilo: o
México já estava classificado e a Costa Rica goleou por singelos 7 a 0 a Guiana, se
classificando na segunda colocação.
Na Ásia, impera o
equilíbrio. Ao fim do primeiro turno, todas as seleções ainda têm
chances de vir ao Brasil. No grupo A, Coreia do Sul e Irã lideram
com sete pontos, mas o Uzbequistão tem cinco e Catar e Líbano,
quatro cada. As duas melhores equipes se classificam direto e a
terceira colocada enfrenta a terceira do grupo B, para ter direito a
enfrentar o quinto colocado da América do Sul.
Quem tem a situação
mais tranquila no continente é o Japão, que lidera o grupo B com
dez pontos, cinco a mais que o segundo colocado, a Austrália. Omã
conta com cinco pontos também, a Jordânia vem na sequência com
cinco e o Iraque, de Zico, tem dois pontos.
Argentina folgada,
Uruguai em queda
Os argentinos
conseguiram duas vitórias fundamentais na semana, um 3 a 0 contra o
Uruguai e um 2 a 1 contra o Chile, em Santiago. Assim, se isolaram
como líderes na primeira rodada do segundo turno, com uma sequência
de cinco vitórias e dois empates. O Equador assegurou a segunda
colocação depois do empate fora de casa com a Venezuela, três
pontos atrás dos portenhos e um à frente da Colômbia, que tem uma
partida a menos.
Abaixo dos colombianos,
a confusão. Quatro pontos aquém da seleção de Falcão Garcia,
Venezuela, Uruguai e Chile (pela ordem de desempate) estão com 12
pontos. Os uruguaios vem na descendente, com as goleadas sofridas
contra a Argentina e contra a Bolívia, 4 a 1, e a disputa deve ser
acirrada, ainda mais levando-se em conta que os paraguaios também
respiraram depois da vitória contra o Peru, por 1 a 0. Bolivianos e
peruanos têm oito pontos e o Paraguai, sete.
O Taiti ficou pelo
caminho
Não deu pro Taiti... (OFC)
A notícia triste da
rodada ficou para uma seleção já garantida na próxima Copa das
Confederações. O Taiti vem ao Brasil, mas não para o Mundial. Após
perder para a Nova Zelândia por 3 a 0, os campeões do continente
continuam sem pontos em quatro jogos. Já os neozelandeses continuam
firmes na briga por uma vaga a ser disputada contra o quarto colocado
da Concacaf, com 12 pontos em quatro partidas. Se baterem a Nova
Caledônia, única equipe que ainda pode tirar sua vaga, se garantem
com uma partida de antecipação. Contudo, o aguardado jogo só vai
acontecer em março de 2013.
A título de
curiosidade, a Nova Caledônia pertence à França, mas é
considerada um território ultramarino. Descoberta pelo explorador
inglês James Cook, a ilha recebeu o nome de “Caledônia” por ser
parecida com a costa escocesa (na visão do “descobridor”,
obviamente), já que o termo significa “Escócia” no latim
antigo. Se conseguirem a vaga para 2014, o ano será decididamente
histórico para os habitantes da ilha, que também definirão no
mesmo período se optarão pela independência do local.
Eu detesto George Bush desde a guerra do Kwait
Não
quero que tu te vás, mas se tu queres ir, vai-te
Quero adoçar
minha sina que viver tá muito diet
Danação é cocaína mesmo
quando chamam bright
Gosto de você menina, mas detesto Coca
Light
Gosto de sair a noite de tomar um birinight
Jurubeba,
tubaína, johnny walker, black white
Me afogo na cangibrina caio
no tatibitati
Tomo cinco ou seis salinas feito fosse
chocolate
Engulo até gasolina, mas detesto Coca Light
Fazem
da boate igreja, da igreja fazem boate
Põe veneno na comida,
cicuta com abacate
Eu cuido da minha vida não sou boi que vai pro
abate
Podem cortar minha crina, podem partir pro ataque
Podem
me esperar na esquina, mas detesto coca light
Deus é o juiz
do mundo ele apita nosso embate
Nem Carlos Eugênio Simon nem José
Roberto Right
A partida não termina, prorrogação e penálty
A
torcida feminina dá um molho ao combate
Aprendo o que a vida
ensina, mas detesto coca light
Tolerância Zero, Fome Zero,
Coca Zero
No quartel do mundo eu sou o Recruta Zero
Quero quero
tanta coisa e só me dão que não quero
"O maior peixe do
rio fica desse tamanho porque nunca é pego", diz uma mulher
misteriosa a Edward Bloom, personagem de Ewan McGregor, quando ele se
aventura a sair de sua cidade natal na fábula de Tim Burton Peixe
Grande e suas histórias maravilhosas.
A mensagem era de que, às vezes, você pode ser um peixe grande em
um rio menor, mas ser grande em um maior, ou no oceano, exige muito
mais destreza e perícia, além de outros tantos atributos como
personalidade.
O generoso Miralles homenageia Felipe Anderson (Santos FC)
Ezequiel
Miralles é argentino, mas só teve poucas chances em uma equipe
grande de seu país, o Racing. Em passagem nada memorável, foi para
o Everton, do Chile, e foi parar no Colo Colo, onde finalmente
apareceu como um jogador capaz de decidir. Ídolo de um grande
sul-americano, chamou a atenção de outros clubes e foi parar em
outro grande do continente, o Grêmio. Durante um ano, não conseguiu
fazer seu futebol fluir. Pediu para nadar em outras plagas, e foi
atendido.
Chegou
à Vila Belmiro, lugar por vezes milagrosos, onde se multiplicam
meninos... e peixes. Finalmente conseguiu aquilo que os jogadores
tantos pedem (embora alguns nem sempre mereçam), uma sequência de
partidas. Contra o Vasco, hoje, o argentino fez sua terceira partida
seguida como titular, feito obtido graças à ausência de Neymar.
Contra o Botafogo, marcou um gol e, contra outro carioca na tarde
deste domingo, fez dois.
Miralles
fez um pouco antes dos dez da primeira etapa, após assistência de
Rosimar Amancio, também conhecido como Bill, o que muitos de forma
maldosa julgaram ser um milagre relacionado ao feriado religioso de
sexta-feira. A etapa inicial do Santos foi muito boa e o Peixe
poderia ter ido para o intervalo com uma vantagem ainda maior. Com
dois laterais de ofício novamente no lugar de meias improvisados,
houve triangulações dos dois lados do campo, com velocidade na
saída de bola e objetividade ofensiva.
Logo
no início da etapa final, vem o segundo gol. Felipe Anderson dá a
assistência, Bill puxa a marcação e a bola chega limpa para
Miralles, de primeira, finalizar como só um atacante com confiança
faz. O dois a zero, na prática, determinou o fim do jogo, já que o
Santos passa a segurar os laterais e o Vasco, mesmo com mudanças
feitas por Marcelo Oliveira para levar o time adiante, tem a posse de
bola, mas não chega lá. Os passes errados, em especial na hora da
definição, predominam e a falta de assertividade do Vasco e a falta
de capricho do Peixe na hora de chegar lá confirmaram a vitória dos
donos da casa.
Com
41 pontos, o Santos está a onze da zona da Libertadores e catorze à
frente da zona do rebaixamento, ou seja, deve permanecer na
intermediária da tabela. Mas o fato de a equipe finalmente conseguir
um relativo padrão de jogo, se livrando um pouco da dependência de
Neymar, que disputou somente dez das 30 partidas do Peixe no
Brasileirão (cadê a CBF para pagar parte do salário?), é
animador. E o peixe argentino Miralles cresce, junto com “peixinhos”
como Felipe Anderson. Mas o cardume precisa engrossar para 2013...
Depois de chamar um
jornalista da Rede Brasil Atual é sem vergonha, agora foi a vez
da TVT (TV dos Trabalhadores) ser vítima da intolerância do
candidato. A pergunta nem de longe soava ofensiva, mas Serra, como já
se sabe, não responde a questões de qualquer veículo que julgue
ser antipático a ele (ah, se políticos que são alvo da mídia
comercial seguissem essa regra ficariam quase mudos nas
coletivas...).
No vídeo acima, vocês
podem ver a repórter Michelle Gomes, do Seu Jornal, fazendo a
seguinte pergunta: “Esse assunto do mensalão vai ser bastante
explorado pelo senhor no segundo turno?”.
Serra olha para o
microfone da jornalista e questiona: “O que é TVT?” Michelle repete a
questão e explica ao candidato que significa TV dos Trabalhadores.
“De onde?”, retruca o tucano. “Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC”, responde a repórter. E então o candidato dá as costas e
vai embora, ignorando de forma pouco educada a jornalista.
A questão que fica é:
se Serra trata assim quem pensa de forma diferente dele, é possível
crer que possa promover qualquer diálogo sobre questões cruciais
para a cidade sem recorrer ao autoritarismo que demonstra a cada
entrevista coletiva?
O Palmeiras, mesmo
tendo o mando de campo em Araraquara, foi superado pelo Coritiba e
permaneceu com 26 pontos, a nove de sair da zona do rebaixamento. Já
o Coxa chegou a 35 e ampliou a distância da área do medo depois do
triunfo por 1 a 0.
Os dois times fizeram
um primeiro tempo daqueles nem um pouco memoráveis. Nenhuma
oportunidade de gol, com um resumo bem feito por Marcos Assunção na
saída para o vestiário: as equipes estavam mais preocupadas em não
tomar gols, além de existir um evidente nervosismo por parte do
Palmeiras, que fazia dos passes um exercício de aleatoriedade.
Já no tempo final o
Palmeiras começou assustando, e parecia que poderia ganhar. Mas os
visitantes foram aproveitando aos poucos as brechas da defesa
palmeirense, que aumentavam com o passar do tempo. Os palestrinos
perderam o domínio, a pouca calma e a paciência. As entradas de
Maikon Leite e Daniel Carvalho – este no lugar de Henrique –
davam a medida do desespero. Se são esses que podem salvar a
lavoura, melhor rezar.
O Coxa marcou, com
Deivid, mas o auxiliar anulou o tento legítimo. E foi depois de uma
falha de Corrêa que os paranaenses tiveram um pênalti a seu favor,
feito por Maurício Ramos em Everton Ribeiro. Deivid, que atuou quase
como um meia avançado fora da área na segunda etapa, marcou. O
Palmeiras ainda chegou a ter uma chance em falta desperdiçada pelo
eleito Messias Marcos Assunção. E acabou aí.
Para se ter uma ideia
da situação do Palmeiras e também dos outros três times que estão
na zona do rebaixamento, no Campeonato Brasileiro de 2011, após a
29ª rodada, o primeiro time fora do Z-4 era o Cruzeiro, com 31
pontos, um a menos que o Ceará, e um a mais que a equipe que abria a
área do medo, o Atlético-MG. Hoje, o 17º, Sport, está a oito
pontos de Bahia, Flamengo e Coritiba, que tem 35 pontos cada um.
Claro que a inspiração
para quem está embaixo é o Fluminense de 2009. Na 29ª rodada, o
time vencia o Santo André e chegava a 25 pontos, a sete do primeiro
fora da zona do rebaixamento, o Botafogo. Depois disso, empatou duas
vezes e engatou uma série de seis vitórias e um empate. Ainda há
esperanças para quem está embaixo, mas quando o parâmetro é a
exceção, e não a regra, tudo vira questão de fé.
Foram três bolas que
tocaram ou resvalaram a trave, só na primeira etapa. Em outras
ocasiões ela também rondou perigosamente a área do Santos, e
parecia questão de tempo para o Botafogo marcar no Engenhão, tal a
superioridade na maior parte do primeiro tempo.
A partir daí, pense em
bordões do futebol do tipo “Quem não faz, toma” (ou “leva”,
de acordo com o gosto do freguês). E, você, torcedor, que mesmo
ateu, sabe que no futebol existem uns deuses gozadores que adoram
brincadeira, lembre de outro chavão, aquele que diz que tem coisas
que só acontecem com o Botafogo. Está aí a receita algo metafísica
que fez o Santos bater os donos da casa, com um segundo tempo no qual
fez dois, mas poderia ter feito pelo menos outros dois. Tudo o que os
alvinegros cariocas não fizeram na etapa inicial.
Mas seria injusto
colocar só na conta do imponderável a vitória peixeira. Desta vez,
Muricy Ramalho tem sua cota de méritos. Trocou Bernardo, perdido
taticamente, ainda no fim do primeiro tempo e colocou Henrique em seu
lugar. Ganhou o meio de campo e contou com a fragilidade defensiva
botafoguense, que marcava em linha e deu muitas oportunidades para os
visitantes depois do intervalo.
Miralles fez o segundo (Ricardo Saibun/Santos FC)
André marcou o
primeiro, em cobrança de escanteio de Felipe Anderson escorada por
Ewerton Páscoa. Mesmo com pouca mobilidade, o centroavante continua
fazendo o seu vez ou outra, o que o livra das críticas mais severas
da torcida. Seu companheiro de ataque, o argentino Miralles, fez o
segundo com uma bela assistência de Felipe Anderson, cuja evolução
é notável nas últimas partidas, não se sabe se por conta do
“tratamento de choque” do pouco afável técnico ou da saída de
Ganso que não lhe faz mais sombra do departamento médico.
Parte da torcida da
casa já havia desistido antes da partida, dado o comparecimento de
pouco mais de quatro mil pessoas. E quem estava lá já protestava
antes da metade da segunda etapa, pedindo a volta de Loco Abreu à
equipe. O Botafogo até batalhava em campo, mas as almas já estavam
longe dali. Antes a torcida pedisse Garrincha...
O Santos perdia
chances, com André, com Miralles, com Felipe Anderson. Até o
improvável Patito Rodrigues levou perigo quando entrou. Foi uma das
raras vezes que os jogadores santistas pareciam saber o que faziam
nesse campeonato. Ainda que tenha sido por pouco mais de 45 minutos.
Destaque para Arouca que, mais solto, parecia – ou era – dono do
time, conduzindo e organizando o meio de campo, o que não é sua
característica. Às vezes a personalidade e a confiança valem mais
do que a técnica.
Assim o Santos bateu o
Botafogo, a primeira vitória fora de casa sem Neymar. Sim, foi sem
Neymar. Porque tem coisas...