Destaques

quarta-feira, junho 21, 2006

Sobre torcedores e torcidas

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Espetáculo à parte em qualquer pelada ou jogo de Copa, os torcedores têm sido mais notícia do que os treinos ou declarações de técnicos nos últimos dias. Em umma rápida olhadela no que andam fazendo/falando precebe-se que não é à toa:

- Torcedor inconformado - Nessa terça, no treino do Japão, torcedores protestaram irritados com o desempenho da sua seleção, como se fosse possível esperar coisa melhor... "Coloquem a bola na rede, vocês são um lixo!", gritou um indignado japonês.

- Torcedor-jogador - "Torcer para a Argentina nada. Eu sou brasileiro", declarou o meia Carlos Alberto, que na terça-feira treinou com bandeiras do Brasil nas unhas, além de uma pulseira verde-amarela e elásticos nas mesmas cores amarrados a suas tranças. Nem quando perguntado se a presença de Tevez e Mascherano no elenco o fariam torcer pelos argentinos, respondeu:"Que nada, Tevez já fez o golzinho dele, está bom", observou.

- Torcedor manguaça - A polícia alemã efetuou a prisão de 51 torcedores, sendo 23 brasileiros e um australiano nos arredores do estádio de Munique, palco da partida entre os pentacampeões e os amarelos da Oceania. De acordo com a polícia, as principais ocorrências que levaram às prisões foram pequenos furtos e desacato às autoridades. Desacato, vulgo atos em decorrência da manguaça, ou alguém acredita em brasileiros bêbados conseguindo ofender algum policial em alemão?

- Torcedor-jornalista - Complicado mesmo é quando a imprensa vira torcedora. Se a gnete reclama dos veículos daqui e do ufanismo do Galvão, olha só o que um periódico sueco ousou: "Larsson é tão grande como Pelé". O delirante jornal Aftonbladet ressaltou que o ex-jogador do Barcelona é o sueco que disputou mais jogos em Copas, empatou com Kenneth Andersson como artilheiro da seleção na história da competição e marcou gols nos Mundiais de 1994, 2002 e 2006. É, igualzinho Pelé.

terça-feira, junho 20, 2006

Futebol, política e cascata...

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Já conformada com a derrota de seu candidato à presidência da República na eleições de outubro, a Falha de S.Paulo (falha mesmo, não foi ato falho) se esmera em buscar "alternativas" para não ter de passar mais 4 anos engolindo um sapo barbudo. Artigos nebulosos, misturando alhos com bugalhos, aparecem com certa freqüência nas páginas do periódico paulistano. Mas o texto publicado hoje com o título de "Política de chuteiras", de autoria de Roberto Luís Troster (economista chefe da Febraban), é qualquer coisa de espantoso.

Na infeliz tentativa de comparar futebol com equipe econômica, Troster afirma taxativamente: "Espera-se um craque político que mude esse quadro. Alguém que faça o país do futuro virar presente, o craque que com liderança, raça e ginga leve o Brasil a uma posição de destaque. É uma busca infrutífera. Esse craque não vai aparecer." Ou seja: além de dizer que o presidente Lula é um inútil e que não está fazendo nada pela recuperação econômica do país, o articulista estende o descrédito a todos os outros candidatos e também aos que vão aparecer no futuro!

Mas não pára por aí: depois de afirmar que "a representação política depende em excesso de uma só pessoa com mandato fixo com pouca flexibilidade" e que "o Congresso tem um papel de coadjuvante e não é responsável pelo bom desempenho da economia", Troster conclui brilhantemente, com toda a certeza do mundo, que a solução seria "a adoção do parlamentarismo". Trocando em miúdos: se a população teima em eleger e reeleger Lula, então vamos cortar as suas pernas! É isso ou entendi mal?

Não contente em desprezar os bons ventos que a economia nacional atravessa, o articulista não perde a oportunidade de bater também no Bolsa Família: "No regime presidencialista, além do excesso de personalismo, há um incentivo a adotar políticas populistas, que geram benefícios a curto prazo e repassam os custos aos sucessores." Aqui o discurso neoliberal fica evidente: investir em políticas de distribuição de renda é jogar dinheiro fora. A mesma cascata que Serra utilizou, clamando a "contenção de gastos", para podar todas as ações sociais da gestão Marta Suplicy.

O mais engraçado é que, quando o mesmo Serra batia Lula nas pesquisas, em meados de 2005, NINGUÉM vinha com esse papinho de parlamentarismo. Por que será, hein?

Agora, convenhamos: afirmar que "parlamentarismo" e "desengessamento do Orçamento" são bons é uma coisa. Mas, a partir daí, concluir que "Dá certo no futebol, tem que dar certo na economia", é muita esquizofrenia para o meu gosto. O que uma coisa tem a ver com outra???

"Tomei umas 20 doses de uísque"

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Até o fim da Copa do Mundo, Ronaldinho, Ronaldo, Roberto Carlos ou algum outro astro da seleção brasileira vai sentar num chapéu e botar um ovo.

A promessa é de Juarez Pinheiro Guedes, 54, pai do atacante Fred, que segue a delegação envergando uma camisa pirata do Brasil, fazendo "mágicas", como a do ovo no chapéu, e contando causos em seu blog (http://blog.uai.com.br/blog/fredgol/jua/).

Ontem, no day-after da explosiva estréia de seu filho em Copas, ele encarou a ressaca mais brava. "Não tinha cachaça, tomei umas 20 doses de uísque num bar de Munique para comemorar o gol do Fredinho."

"Seu Juá, o Boleirão", como se apresenta na internet, é a antítese do ar blasé da maioria dos acompanhantes de outros craques e, até por isso, choca os europeus e quem mais cruza com ele pelos caminhos da seleção.

Como quando se exibe engolindo um palito para depois tirar dezenas deles da boca. "Já cheguei a colocar 200 pra fora."

Juá afirma que, executados nos bares, os truques fazem os alemães rasgarem a conta. Não que precise. Ainda em Weggis, na Suíça, ganhou uma mesada.

"O Fred meteu um checão de 12 mil na minha mão. E já perguntou se preciso de mais."

Mas Juá se vira. Comprou US$ 38 mil em pedras antes de ir à Europa. Diz que vendeu a maioria na Alemanha e que levantou US$ 95 mil. Entre as mercadorias, estavam lotes de topázio imperial, a pedra cujo nome usa para se referir a Fred.

Ex-garimpeiro, aprendeu a lidar com as pedras desde cedo em Teófilo Otoni (MG), onde tanto ele quanto o filho nasceram. A cidade merece homenagens no blog. Ao fim de cada texto, Juá lança o bordão: "De Teófilo Otoni para o mundo".

Mas ontem ele estava bem longe dali. Apesar da ressaca, viajou de Munique para Lyon, na França, onde fica até amanhã. Só retornará à Alemanha para assistir a Brasil x Japão.

Ficará indo e voltando da França enquanto o Brasil estiver no Mundial. Prefere assim, porque só na casa de Fred acha comida brasileira. "Você acredita que me serviram um arroz gelado com frango na Suíça?"

Só aprovou um prato com carne de porco e feijão branco que encontrou em Munique.

"Eram umas bisteconas. Mas reclamei quando veio a conta. Três bistecas, 190."

As outras bistecas eram de Jonésio Pereira e de Thiago Afonso Silva, amigo de infância de Fred, descrito em quase todos os posts do blog como "Batata, meu fiel escudeiro".

Num Audi, que Juá chama de "Áudio", os três seguem atrás da seleção e servem de testemunha para as suas histórias.

Algumas são bizarras. Imagine um suíço, chamado Ernest, agachado sobre um chapéu, enquanto Juá retira um ovo, como se tivesse sido chocado pelo rapaz. Isso no meio de um bar.

É esse truque que quer fazer com os colegas de Fred se voltar à concentração. "Fui duas vezes ao hotel em Weggis. O Robinho é o mais esculhambador, me chama de Pai da Copa."

Como a maioria dos boleiros, diz ter preferência pelas loiras. "As alemãs são lindas, mas bravas. Chamei uma de "beautiful", uma das coisas que falo em inglês, e ela fechou a cara. Começou a gritar: "hans, hars, stok, stok". Só deu tempo de eu dizer: "Vamos embora, Batata"."

Preconceito?

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Um dos problemas gigantes que verificamos com a imprensa da Copa é o desconhecimento. O glorioso Sérgio Noronha, da Globo, se supera a cada dia, primeiro ao dizer que "ouviu falar que o Ibrahimovic é bom jogador" e depois ao falar que "não conhece nada do time de Trinidad e Tobago". Porra, um cara que é pago pra comentar a Copa, evento do qual sabemos todos os participantes com uma boa antecedência, dizer que "não sabe nada" de um time? Ah, vai catar coquinho!

Mas há também outro mal. O preconceito. Sim, sim. Estamos habituados a ver essa palavra usada em situações desagradáveis envolvendo gays/negros/deficientes e afins, mas ela também aparece no futebol.

Um exemplo disso é já batido: é quando um cidadão diz que os times africanos tem "talento e técnica" mas falta "responsabilidade". Cacetada. Isso pra mim é mais preconceito do que o De Sábato no Grafite, mas tudo bem...

Outro caso foi nítido hoje, na peleja entre Equador e Alemanha. E, como não fez referência a negros, talvez possa ter passado batido.

No jogo, os alemães jogaram um belo futebol. Marcaram bem, tocaram a bola com velocidade e precisão, preencheram todos os espaços de campo, não deram brecha pro adversário. E o que a dupla Casão/Cléber Machado se limitava a dizer? Que os alemães não eram técnicos, que jogavam um futebol somente objetivo, feio de se ver...

Todo mundo sabe que sou adepto do futebol de resultados. Mas caramba, hoje a Alemanha não se limitou a isso. E por puro preconceito algumas mentes não conseguiram captar o ocorrido.

A galera precisa saber que "preconceito" também pode atingir europeus, alemães e loiros...

segunda-feira, junho 19, 2006

Memória da Copa (6ª edição)

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Nasce o rei

Faz 48 anos hoje que o mundo conheceu o verdadeiro e único rei do futebol. Em 19 de junho de 1958, Pelé marcou um golaço contra o País de Gales, classificou o Brasil para a semifinal da Copa da Suécia e garantiu a posição de titular incontestável da seleção nacional pelos 13 anos seguintes. Era um rapaz franzino, de 17 anos, com menos de dois anos de atividade profissional no futebol. Mas era um gênio - e o mundo inteiro comprovou.

Até ele surgir, o máximo que o Brasil tinha alcançado em Copas era um vice-campeonato jogando em casa, na tragédia que foi a derrota para o Uruguai em pleno Maracanã, em 1950. Quando Pelé abandonou a seleção, em 1971, o Brasil era tricampeão mundial e detinha a Taça Jules Rimet em definitivo. Sem ele, a seleção enfrentaria um jejum de 24 anos sem vencer outra Copa do Mundo. Coincidência?

Jogando pelo Santos, em 1957, Pelé já havia deslumbrado gregos e troianos (ou melhor, paulistas e cariocas). Foi assim que garantiu seu lugar na Copa de 1958. E só não foi titular desde a primeira partida porque, antes de deixar o país, contundiu-se gravemente numa entrada assassina do zagueiro Ari Clemente, durante um amistoso caça-níqueis em que a seleção derrotou o Corinthians por 5 a 0, no Pacaembu.

Se fosse um jogador comum, teria sido cortado no ato. Mas a CBF já sabia de quem se tratava e decidiu apostar em sua recuperação e levá-lo à Suécia. Caso não tivesse condições de jogo até o fim da primeira fase, voltaria mais cedo e Almir Pernambuquinho, que estava excursionando pela Europa com o Vasco, seria chamado em seu lugar. Pelé perdeu a partida de estréia, em que o Brasil derrotou a Áustria por 3 a 0, e também o empate sem gols contra a Inglaterra.

Só entrou no antológico jogo contra a União Soviética, estreando como titular junto com Zito, Vavá e Garrincha. Foi um massacre que o magro placar de 2 a 0 não traduziu. Pelé jogou o que sabia, mas os dois gols de Vavá e o show de Garrincha na ponta-direita ofuscaram seu brilho. A partida seguinte, pelas quartas-de-final, é que seria um palco exclusivamente seu.

Fechada com 10 homens atrás, mais o goleiro, a seleção do País de Gales não deixou o Brasil jogar até os 25 minutos do segundo tempo. Quando todos já apostavam na prorrogação, Didi tocou para Pelé dentro da área galesa e esperou a devolução para tentar um chute a gol. Mas o garoto, em vez de devolver a bola ao mestre, deu um balãozinho genial, livrando-se do marcador, virou-se e, antes de a bola cair no chão, mandou para o fundo das redes.

Ainda hoje, ele considera esse um dos mais belos gols que marcou, entre os 1.281 anotados. Foi ali, pela primeira vez, que todos os holofotes mundiais voltaram-se para ele. Com mais três gols na semifinal contra a França e outros dois na final com a Suécia, o adolescente Pelé voltou para o Brasil já como rei consagrado do futebol. E nunca mais deixou de ser.

Brasil 1 x 0 País de Gales
19/junho/1958

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando, Nílton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Mazzola, Pelé, Zagalo. Técnico: Vicente Feola.
País de Gales: Kelsey; Williams, M. Charles; Hopkins, Sullivan, Bowen; Medwin, Hewitt, Webster, Allchurch, Jones. Técnico: Jimmy Murphy.

Local: Nya Ullevi (Gotemburgo)
Árbitro: Hriedrich Speilt (Áustria)
Gol: Pelé (71)

O emplastro Brás Cubas

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Novamente o Brasil não jogou bem. Contra a Austrália, o time mais uma vez mostrou as deficiências da partida contra a Croácia como a falta de entrosamente do "quarteto mágico", lentidão na saída de bola e dificuldade para se desvincular da marcação adversária. No entanto, também mostrou evoluções: Ronaldo se movimentou melhor e, de fato, em alguns momentos chegou a compor de verdade uma dupla de ataque com Adriano. Além do gol, Adriano deu um passe de calcanhar para seu companheiro de frente, que chutou para fora.

É pouco? Claro que é. O Fenômeno jogar melhor do que na última partida é obrigação, já que ele foi uma nulidade em campo. Mas, mesmo assim, o quarteto não fluiu. Ronaldinho Gaúcho parece tímido, não tenta as jogadas individuais que lhe deram fama mundo afora, ficando essas a cargo de Kaká que, obviamente, não vai resolver todo jogo. Falta aproximação entre os quatro e isso só se ganha com treino e tempo.

Essa é a questão. O Brasil conseguirá entrosar esses quatro a tempo? O resto da equipe, a parte defensiva que tanto causava preocupação, parece mais afinada, mas o ataque não. Os sábios de plantão já têm a solução: colocar Juninho Pernambucano como titular.

Engraçado esse clamor da imprensa esportiva. Ontem, observando alguns programas, fiquei com a impressão de que o malévolo Parreira estaria cometendo a maior das injustiças deixando um craque indubitável no banco. "Joga uma monstruosidade", dizia Galvão Bueno. A entrada atleta do Lyon seria o emplastro Brás Cubas de Machado de Assis, a cura de todos os males, o ponto de equilíbrio de um time desarrumado.

Será? Não sei se me falha a memória, mas não lembro de nenhuma apresentação esplendorosa do jogador. Tudo bem, tudo bem, ele toca bem a bola, cadencia o jogo no meio e chuta bem de fora da área. Mas os titulares por acaso tem menos talento? A solução para o ataque é colocar alguém que, na prática, reforça a defesa? É engraçado ver os mesmos que lamentam que o Brasil não mostre um "futebol-arte", lembrarem até a seleção de 1994 como referência para justificar a escalação de Juninho. Então está bom, aquela seleção que jogava bonito...

Parreira tem a oportunidade de, contra o Japão, testar variações táticas. Colocar Robinho como titular ao lado de Ronaldo, por exemplo, que não teve oportunidade de jogar ao lado de um atacante mais leve que Adriano. Assim, é possível analisar também se a entrada do ex-santista tem que ser feita de fato no segundo tempo, quando a equipe rival já está mais cansada, ou se ele pode realmente começar jogando. O treinador só tem que tomar cuidado com as soluções mágicas dos sábios. Ou correremos o risco de ter um futebol tão burocrático quanto o que vimos em 1994. Alguém quer isso?

Nem depois de pressão da Austrália

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A vitória do Brasil sobre a Austrália no domingo por 2 a 0 garantiu a classificação e praticamente a liderança do grupo. Os gols de Adriano e Fredi aos 4 e 45 minutos do segundo tempo não significaram que o time tenha convencido a torcida. Pior, os australianos tiveram bons momentos, exigiram pelo menos uma defesa difícil de Dida e perderam um gol sem goleiro (depois de uma trapalhada do guarda-metas canarinho, a esperança dos adversários).

Na Copa da Saúde de que tanto gosta de falar o treinador brasileiro Carlos Alberto Parreira, a falta de movimentação de Ronaldo Gordo fica cada vez mais clara. Mesmo se mexendo muito mais do que na estréia, a sensação é de que o atleta está fazendo seu melhor com todos esses quilinhos a mais, o que ainda é quase nada, levando-se em conta que na reserva há Robinho e, por que não, Fred.

Mas pela conversa do técnico no pós-entrevista, Ronaldo ainda entra em campo contra o Japão. Pode ter sido impressão, mas ele não pareceu disposto a mexer. E, depois de duas partidas sem pôr Juninho Pernambucano pra jogar nem mesmo no segundo tempo, ou ele pensa mesmo em Robinho, ou quer preservar o volante do Lyon, da França. A segunda hipótese é improvável na biografia de Parreira.

sábado, junho 17, 2006

Cadê a Itália?

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É difícil assistir a uma modalidade esportiva em que os Estados Unidos tenham alguma torcida que não seja a deles mesmos. No geral, todo o resto do mundo torce contra os norte-americanos. Entretanto, na partida contra a Itália pela Copa do Mundo, a história foi diferente. Boa parte dos torcedores presentes gritou em favor dos EUA, bem menos tradicionais que os italianos, favoritos que não passaram de uma empate e agora complicaram sua possível classificação para a próxima fase.

Os EUA pressionaram desde o início, mas tomaram um gol em uma jogada de bola parada, quando Gilardino cabeceou aos 22 minutos. Mas os norte-americanos chegaram ao empate cinco minutos depois, com gol contra de Zaccardo, em cobrança de escanteio. De Rossi foi expulso um minuto depois, após dar uma cotovelada no atacante dos EUA McBride. Mas, a um minuto do intervalo, o estadunidense Mastroeni também foi expulso.

No início da segunda etapa, Pope, que já havia recebido cartão amarelo, cometeu falta em Gilardino e foi expulso. A partir daí, aItália exerceu pressão, mas os norte-americanos não se intimidaram e levaram perigo nos contra-ataques. O goleiro Keller, aos 27 minutos, fez a maior defesa da Copa ao evitar o gol de Del Piero, que tentou deslocar o arqueiro. Mas foi muito pouco para os italianos, que chegaram para a partida como franco favoritos e não superaram os valentes norte-americanos que fizeram merecer o empate ou até resultado melhor.

A terceira e última rodada será emocionante, já que todas as seleções do grupo têm chances. Na verdade, esse é o real grupo da morte.

Sensação

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Foi 2 a 0, mas poderia ter sido mais. Verdade que a República Tcheca poderia ter descontado no final, mas duas defesas sensacionais de Kingson evitaram o que seria uma monumental injustiça.

A verdade é que, se o primeiro tempo foi equilibrado, o segundo foi um show de Gana. A seleçãotcheca tentou fazer maracação sob pressão apra chegar ao empate, mas os africanos mostraram uma saída rápida de bola, passes longos e lançamentos precisos, além de muita, mas muita velocidade, desnorteando os europeus. Assim, cehgaram ao segundo gol, perderam um pênalti e mais várias chances de gol.

O futebol africano, que até agora tinha batido na trave com Costa do Marfim e com a própria Gana, que só tinha sido derrotada pela tão cantada e decantada Itália por conta de dois pênaltis não marcados pelo brasileiro Carlos Eugênio Simon (que preferência ele tem pelos grandes...), parece que desencantou. Em uma das mais emocionantes partidas do Mundial, Gana embolou o grupo E e pode tirar uma das favoritas e passar à segunda fase, podendo pegar o Brasil. que jogo seria...

A segunda fase depois de 40 anos

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Se a vitória de Portugal sobre o Irã não foi brilhante, o time fez valer sua superioridade com um 2 a 0 inconteste. De qualquer forma, houve uma clara evolução da equipe em relação à partida contra Angola. Novamente o Irã, assim como no jogo contra o México, pecou pelo preparo físico e sofreu os gols no segundo tempo, embora em ambas as partidas tenha surpreendido pela boa marcação e também por alguns contragolpes que, até agora, resultaram em apenas um gol.

O resultado marca alguns feitos históricos. Pela primeira vez após assombrar o mundo com Eusébio e cia. em 1966, o que lhe valeu o terceiro lugar naquela Copa (tendo eliminado inclusive o Brasil), os portugueses passam para a segunda fase em um Mundial. Já o técnico Scolari obtém sua nona vitória consecutiva em Copas (sete pelo Brasil na última) e também amplia a série invicta dos lusos, que não sabem o que é perder há 17 partidas.

Deco, ao marcar o primeiro gol de Portugal, torna-se o segundo brasileiro na Alemanha a marcar um gol por outra seleção. Antes dele, Sinha, do México, havia feito o seu contra o Irã. Espera-se pelo menos um grande embate nas oitavas de final, pois os dois classificados desse grupo pegam Argentina e Holanda.

Lá vem pontapé

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"Vamos tentar fazer contra o Brasil o mesmo que fizemos contra a Holanda e ver no que vai dar", disse Jason Cullina, volante australiano. Quatro atletas holandeses se contundiram na partida "amistosa" contra a seleção dos cangurus.

Ao ser perguntado por um jornalista patrício como parar o Brasil, ele respondeu: "A pontapé. Eu não sei exatamente como o Brasil reage, as atidudes que vão tomar. Mas provocamos os holandeses e algumas vezes eles não gostaram". Independente das declarações, que podem ter sido distorcidas na tradução torcedora tupiniquim, é uma certeza que vem pancadaria, porque é o que os caras sabem fazer.

Bussunda, que previu a engorda do Fenômeno, morre na Alemanha

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Em plena cobertura da Copa do Mundo, o humorista Bussunda, do programa Casseta & Planeta Urgente, morreu ontem de ataque cardíaco fulminante. Ele tinha 44 anos, e não quis ir para o hospital porque achou que era apenas uma crise de asma em decorrência de uma pelada com os colegas humoristas. Não há informações a respeito da continuidade ou não das atividades do grupo.

O grupo, desde a Copa de 1994 nos Estados Unidos, faz a cobertura do Mundial. Desde 1998, Bussunda interpretava Ronaldo Gordo, muito antes de ele realmente ser gordo.

Na Folha on line, na Globo.com, no Ultimo Segundo, tá a notícia.

sexta-feira, junho 16, 2006

Holanda avança, México decepciona

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Os holandeses asseguraram a vitória por 2 a 1 sobre Costa do Marfim e, de quebra, garantiram a classificação para as oitavas, eliminando a equipe africana. No primeiro tempo, os europeus avançaram bastante e deram espaço para perigosos contra-ataques dos marfinenses. Em um deles, Drogba avançou com mais um companheiro contra somente um defensor da Holanda, mas errou o passe e o gol não saiu.

Na segunda etapa, a Holanda, com a vantagem obtida, voltou mais postada na defesa, apostando nos contragolpes. foi aí que Costa do Marfim cresceu e, a exemplo do jogo contra a Argentina, não chegou ao empate por conta de finalizações erradas e algumas que sequer chegaram a acontecer. No entanto, os africanos reclamam de dois pênaltis não marcados a seu favor, mas o árbitro Oscar Ruiz (fraquíssimo) também deixou de anotar um em favor da Holanda. Além disso, seu critério disciplinar deixou bem a desejar.

Em um jogo morno, o México não conseguiu superar Angola, que comemorou o empate (o segundo ponto marcado por seleções africanas no Mundial) como se fosse uma vitória. Agora, se os africanos derrotarem os iranianos, podem se classificar caso Portugal derrote os mexicanos. Isso se der a lógica e o time luso derrotar o Irã amanhã. Risco desnecessário para a equipe mexicana, que começou a se preparar para a Copa um mês antes dos seus adversários.

Memória da Copa (5ª edição)

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A domingada e as trapalhadas

Num 16 de junho como hoje, há 68 anos, um lance infeliz do genial zagueiro brasileiro Domingos da Guia deu origem a mais uma expressão para a gíria do futebol. Após resultados pífios nos mundiais anteriores, o Brasil chegou à Copa da França pela primeira vez com um time que poderia ser chamado de "seleção". Chegou à semifinal, disputada contra a futura bicampeã Itália (na foto da partida, acima, Domingos está logo atrás do goleiro Walter). E o Brasil quase foi à decisão, mas a "domingada" de da Guia não deixou...

Eram 15 minutos do segundo tempo e a Itália vencia por 1 a 0, gol de Colaussi. Mas o Brasil pressionava e dava mostras de que poderia empatar. Foi então que, num lance sem bola dentro da área brasileira, Domingos da Guia agrediu o italiano Piola. O juiz viu e marcou pênalti. O termo "domingada" surgiu ali e sempre seria utilizado para jogadas bisonhas, principalmente de zagueiros. Com o segundo gol, marcado por Giuseppe Meazza (que hoje batiza o estádio de Milão), a Itália enterrou as pretensões brasileiras. Romeu ainda descontou, a três minutos do fim, mas era tarde.

Porém, justiça seja feita: Domingos da Guia não foi o único culpado. O futebol brasileiro era uma bagunça e a cartolagem completamente amadora. Prova disso foi a inscrição de Niginho, que jogava na Lazio e foi proibido de jogar o mundial (não houve como buscar substituto). Na véspera do jogo contra a Itália, os dirigentes compraram as passagens para Paris, onde seria disputada a final. À noite, rolou champanha à vontade na concentração. Animado, o técnico Adhemar Pimenta nem escalou o maior craque, Leônidas da Silva, que terminaria a Copa como artilheiro. Quiseram poupá-lo para a decisão que, lógico, o Brasil venceria.

Mais vergonhoso que as trapalhadas, a ausência de Leônidas, a domingada e a conseqüente derrota, foi a atitude dos cartolas tupiniquins, que se negaram a repassar os bilhetes aéreos para os italianos chegarem à Paris (foram obrigados a ir de trem). Mas eles foram, viram e venceram a Hungria na final. Ao Brasil restou o terceiro lugar, depois de derrotar a Suécia.

Brasil 1 x Itália 2
Data: 16 de junho de 1938

Brasil: Walter; Domingos, Machado; Zezé Procópio, Martim, Afonsinho; Lopes, Luisinho, Perácio, Romeu, Patesko. Técnico: Adhemar Pimenta.
Itália: Olivieri; Foni, Rava; Serantoni, Andreolo, Locatelli; Biavati, Meazza, Piola, Ferrari, Colaussi. Técnico: Vittorio Pozzo.

Árbitro: Hans Wutrich (Suíça)
Local: Stade Vélodrome (Marseille)
Gols: Colaussi (11), Meazza (60), Romeu (86)

E a Sérvia?

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Antes o início da partida final da Copa do Mundo de 1998, entre Brasil e França, já se podia perceber uma diferença gritante entre as duas equipes. Na execução dos hinos nacionais, o modo como os franceses entoavam a Marselhese junto com todo o público do Stade de France dava uma mostra do que viria a seguir. Hoje, na partida entre Argentina e Sérvia e Montenegro, essa diferença pôde ser notada novamente. Os jogadores da seleção balcânica, como na partida contra a Holanda, não cantaram o hino, demonstrando uma clara sensação de desconforto em função da decisão de Montenegro de se separar da Sérvia.

 Uma pena para uma seleção que, até perder para a Holanda, vinha de uma série de 13 jogos invicta e que tem jogadores técnicos, mas não mostrou ser de fato um time coeso até agora. Além de problemas internos, com os atletas descontentes em relação ao esquema tático imposto por Ilija Petkovic e não fazendo questão nenhuma de esconder isso para a imprensa internacional, os sérvios vivem às voltas com questões extra-campo que perturbam o ambiente da seleção e do próprio país.

Conturbações políticas que chegam até o futebol não são novidade para a Sérvia e outras ex-repúblicas da Iugoslávia. Franklin Foer dedica um capítulo inteiro ao país em seu livro Como o futebol explica o mundo (Jorge Zahar Editor). Nos países comunistas em geral, a sustentação das equipes de futebol se dava por um modelo único: uma era mantida pelo exército, outra pelos policiais e havia também aquela ligado aos sindicatos. Em Belgrado, o Partizan era o time dos militares, enquanto a polícia mantinha o Estrela Vermelha. Com o início da dissolução da antiga Iugoslávia, houve a eclosão da disputa étnica e nacionalista e o presidente sérvio Slobodan Milosevic não confiava completamente no exército, que ainda carregava a ideologia de integração e convivência entre as etnicidades.

Por conta disso, Milosevic confiou a um gângster chamado Arkan a tarefa de formar grupos paramilitares para operar na própria Sérvia e reprimir muçulmanos e croatas. E boa parte do verdadeiro exército de Arkan foi recrutada entre os torcedores do Estrela Vermelha que, por sua origem, era um bastião do nacionalismo sérvio. O Delije ou Tigres era uma torcida organizada violenta, que costumava cantar seus atos sanguinários nos estádios (“Machados na mão/ e uma faca nos dentes/ vai ter sangue esta noite”). Algumas das ofensivas mais sangrentas da guerra da Iugoslávia foram realizadas por esses paramilitares na Bósnia.

No entanto, os estragos da guerra, o isolamento internacional e a crise econômica levaram tempos depois à derrocada do regime de Milosevic. E, por incrível que parece, o Delije do Estrela Vermelha, de apoiador do presidente sérvio tornou-se um dos protagonistas dessa mudança. Tomaram de assalto prédios públicos em busca de provas de corrupção contra Milosevic, protestavam nos estádios e participavam de manifestações de rua.

Atualmente, a situação na antiga Iugoslávia não é tão drástica, mas as feridas da guerra ainda não se fecharam e a decisão de Montenegro de se separar da Sérvia só as cutucaram ainda mais. Claro que não serve como desculpa para a derrota contra a Argentina, mas não se pode dizer que isso não interfere em um elenco que tem três jogadores montenegrinos e onde o técnico contestado pelo elenco é croata.

Cachaça é vendida por quase R$ 3 mil em leilão

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Cinco garrafas de cachaça envelhecida foram vendidas em um leilão, na quinta-feira, na prestigiada Christie's, em Londres, com preços entre 462 e 660 libras (cerca de R$ 1.930 a R$ 2.760).

A Christie's não soube informar a identidade do comprador de cada um dos cinco lotes, mas disse que a maioria de seus clientes para a área de bebidas é de comerciantes e importadores.Foi a primeira vez que a cachaça foi vendida em um leilão internacional - este tipo de negócio é geralmente feito em torno de vinhos de safras exclusivas.

Massacre

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Se alguns ficaram impressionados com a apresentação da Espanha contra a Ucrânia, pôde-se ver hoje que a Argentina superou em muito a seleção européia. Foi um massacre o 6 a 0 contra a Sérvia , mas não só. Teve o gol mais bonito da Copa até agora, o segundo, onde a equipe portenha deu 25 toques na bola, Saviola tabelou com Riquelme e Crespo deu um lindo calcanhar para a conclusão de Cambiasso.

Teve também a jogada individual mais bonita do torneio. Tevez colocou a bola por baixo das pernas de um defensor sérvio e praticamente passou pelo meio do segundo adversário, colocando no canto esquerdo do pobre arqueiro.

Se no primeiro tempo os hermanos tocaram a bola e fizeram grandes tabelas, no segundo usaram os contra-ataques e usaram sua opções de banco, Tevez e Messi (aliás, que banco!), e completaram o aniquilamento da Sérvia e Montenegro com a melhor apresentação de uma seleção nesse Mundial. Como destacou o diário Olé, “uma vitória bárbara”.

Primeira vítima do grupo da morte

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O grupo C, o da morte, fez sua primeira vítima. E com requintes de crueldade. A maior goleada da Copa senão elimina matematicamente a seleção de Sérvia e Montenegro, derruba o moral da representação para o jogo contra Costa do Marfim. Caso a Holanda não perca logo mais contra o time africano, os classificados do grupo estarão definidos. Na partida das 10h, a Argentina esmerilhou os sérvios e montenegrenses, com direito a gols dos reservas Carlos Tevez e Messi – para orgasmo de Diego Maradona que, na arquibancada, entrava em cena na escolha do operador de VT comemorando com seus "patuás" (foto), na interpretação de Galvão Bueno.

A Argentina mostrou consistência no futebol. E não mostrou todas as suas variações e possibilidades, porque a partir de um certo momento, os adversários do Leste Europeu foram desistindo do jogo. Vai ver que lá, assim como de onde eu venho, tomar de 6 a 0 é motivo pra parar por ora e ficar só na cervejinha.

Contra a Holanda vai ser um jogão pra um 2 a 2.

quinta-feira, junho 15, 2006

Nem para ver a Copa

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O primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Ismail Haniye, do grupo extremista Hamas, concedeu uma entrevista ao jornal alemão Der Spiegel, da qual alguns trechos são reproduzidos na edição de hoje do jornal O Estado de S.Paulo (só pra assinantes).

Na entrevista, o chefe do governo palestino não admite sequer em hipótese reconhecer Israel, mas promete 50 anos de trégua caso o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert aceitasse as condições palestinas (fronteiras anteriores a 1967, retirada de Jerusalém Oriental, volta dos refugiados).

Mas ao final da entrevista, quando o repórter agradecia a entrevista, Haniye interrompeu: "Agora, tenho uma pergunta. Além de ser primeiro-ministro, sou ministro da Juventude e dos Esportes. O qeu eu costumava jogar futebol. O que tenho que fazer para receber um convite da chanceler (da Alemanha) Angela Merkel para ir à Copa do Mundo?" Ao que o repórter respondeu: "Para isso acontecer, teria de reconhecer os direitos de Israel existir e renunciar à violência"

A saída do palestino: "Então, prefiro ver a Copa pela televisão."

Pessoalmente, radicalismo tem limite. Mas o pessoal discorda...

Questão de atitude

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Se os jogos do grupo B de hoje não tiveram grandes lances ou uma técnica mais refinada por parte dos vencedores, pode-se perfeitamente atribuir suas vitória a uma questão de postura e de atitude em campo. Tanto a Inglaterra contra Trinidad e Tobago como a Suécia contra o Paraguai tomaram a iniciativa o tempo todo e só conseguiram chegar ao gol no final, diga-se, de forma merecida.

Claro que seria interessante ver os centro-americanos surpreenderem novamente e sustentarem um empate contra a Inglaterra, mas os trinitenses só vieram com a proposta de se defender (talvez porque seja mesmo sua única opção) e, após tantas chances desperdiçadas, seria normal que em um vacilo os ingleses chegassem ao gol. e chegaram naquela que é sua especialidade: a jogada aérea. Mas não foi qualquer jogada. Beckhan pegou a bola com liberdade e fez aquilo que poucos fazem como ele: alçou a bola praticamente com "a mão" para o grandalhão Crouch, que segurou os cabelos (?!) de Birchall e marcou. Gerrard, que havia perdido duas ótimas chances minutos antes, fez mais um nos descontos.

A Suécia também encontrou a vitória pelo alto. Novamente não foi um lance banal, e sim uma bonita assistência de cabeça de Allback, que recebeu cruzamento da direita e escorou para Ljungberg testar no contrapé do goleiro Bombadilla. Uma despedida melancólica do Paraguai, que enfrenta Trinidad e Tobago na última rodada. A Suécia garante a classificação com um empate contra a Inglaterra e, mesmo se perder, pode seguir adiante caso os paraguaios pelo menos empatem com os trinitenses.

Os dois primeiros classificados

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A vitória do Equador sobre a Costa Rica no jogo de hoje decretou a desclassificação de seu adversário e também da Polônia. Ontem, os germânicos, em cima da hora, conseguiram derrotar o decepcionatne futebol polonês que, com um a menos, não suportou a pressão e o melhor preparo físico dos rivais.

Mas o Equador é quem causou melhor impressão no grupo até agora. Defendendo-se com duas linhas de qautro jogadores quando atacado, os equatorianos não exibem um futebol exuverante, mas bastante consistente. Em vários momentos de suas duas partidas privilegiaram a posse bola com toques no campo adversário, às vezes em exagero, abrindo mão de possíveis contra-ataques. No entanto, tanto contra a Polônia quanto contra a Costa Rica, quando pressionado matou o jogo com jogadas rápidas pelas laterais, sua principal arma.

E são os sulamericanos que vão jogar com a vantagem do empate na última rodada e a Alemanha vai ter parada dura para confirmar o primeiro lugar. Caso não consiga, possivelmente enfrentará a Inglaterra nas oitavas o que, com certeza, não estava nos planos dos donos da casa.

Leão no Azulão, Paulo Almeida no Corinthians

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Sim, o futebol brasileiro não pára durante a Copa. A notícia do dia foi a contratação de Emerson Leão pelo São Caetano. O técnico fica até dezembro e terá que recuperar um time que não repete as boas campanhas de anos anteriores. De qualquer forma, o Azulão vai contratar reforços e, só de ter se livrado do fardo Nelsinho Baptista, já dá algum alívio para a sua pequena torcida.

Já o volante Paulo Almeida fez exames médicos no Corinthians e deve ser anunciado até sexta como novo reforço. O atleta tinha rompido em mútuo acordo o contrato com o Benfica (eufemismo para "dispensa") e vinha atuando no time B, que disputa a segunda divisão do campeonato português. A contratação foi pedida por Geninho, que treinou o jogador no Santos e deve saber o que está trazendo. Ou não.

quarta-feira, junho 14, 2006

Gol mais bonito da Copa

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Até agora, o quarto gol da Espanha é o gol mais plástico do Mundial. Uma troca de bola entre quatro jogadores, com direito a drible e passe de peito para Torres marcar. O chute foi convencional, mas a jogada primorosa. Tentos marcados de fora da área, até então os concorrentes a mais belos, ficaram no chinelo. Pra quem é assinante, ele tá no UOL, no GloboEsporte.com, e no Terra.

Acaba a primeira rodada

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Tunísia e Arábia Saudita encerraram a primeira rodada da Copa do Mundo. Em 16 partidas, foram marcados 39 gols, média de 2,43 por jogo, com um pênalti marcado (na partida entre Espanha e Croácia) e duas expulsões. Se o número de tentos marcados é até razoável, é preciso dizer que a bola não foi muito bem tratada pelos atletas. Fora isso, algumas considerações:

- A Espanha superou a Ucrânia, tida como uma das fortes equipes do torneio, com goleada. Não é a primeira vez que o time funciona como estraga-prazer de um favorito. Em 1986, no México, os merengues demoliram a até então estonteante Dinamarca - também chamada de Dinamáquina - por 5 a 1. Nas doze partidas do seu grupo nas eliminatórias, os ucranianos tinha sido vazados apenas sete vezes.

- Tunísia foi a única seleção africana que conseguiu pontuar ao empatar com a Arábia Saudita. Togo, Angola, Gana e Costa do Marfim estrearam com derrotas e, com exceção da última, não mostraram nada que lembre de longe atuações como a de Camarões em 1990.

- A França completou o quarto jogo em Copas do Mundo sem marcar gols. O último foi o marcado por Petit contra o Brasil na final de 1998. Mesmo assim, é difícil acreditar que o jejum se mantenha em um grupo que tem Coréia do Sul e Togo.

- Os holandeses da Copa não perderam ainda. A seleção venceu a Sérvia e seus técnicos também foram bem, como lembra o Uol. A Austrália de Guus Hiddink e a Coréia do Sul de Dick Advocaat venceram Japão e Togo e Trinidad e Tobago , do também holandês Leo Beenhakker, proporcionou a única surpresa da Copa ao empatar com a Suécia.

- O Brasil não estreou bem, como é quase praxe nas Copas do Mundo. Mesmo quando foi campeão, o país ou estréia mal ou apresenta pelo menos uma vez na primeira fase um futebol medíocre. Esperamos que a cota já tenha se encerrado.

Escorregadas

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Por que diabos estão acontecendo tantos escorregões nesta Copa? Em absolutamente todos os jogos pelo menos um jogador escorrega sozinho, na hora de fazer o breque ou mudar de direção. Os gramados têm alguma peculiaridade que desconhecemos? Ou as chuteiras estão sabotando os jogadores?

Austrália prepara mistão para enfrentar o Brasil

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Enquanto o técnico brasileiro Carlos Alberto Parreira garante o mesmo time que iniciou a partida contra a Croácia para a segunda rodada, os australianos falam em poupar titulares contra o favorito do grupo.

Não estão esnobando o Brasil, mas evitando que algum de seus quatro jogadores advertidos com cartão amarelo na partida contra o Japão – o zagueiro Moore, o volante Grella, o meia Cahill e o atacante Aloisi, os dois últimos autores dos três gols – seja suspenso do jogo contra a Croácia pela terceira rodada. Como na terra dos cangurus a canela é enxergada como bola por alguns dos jogadores, parece uma boa notícia para o quarteto encantado, com o perdão da piada infame.

O meia Kewell também pode ser poupado porque está quase tão fora de forma quanto o Ronaldo Fenômeno. É uma idéia para o Parreira?

A notícia está no Estado de S.Paulo de hoje.

terça-feira, junho 13, 2006

Se o jogo precisa de nome, por que não Cafu?

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Kaká fez gol e se movimentou mais que todos no meio, é fato. Mas Ronaldinho Gaúcho procurou o jogo e Zé Roberto também foi bem. Roberto Carlos se apresentou, Juan não errou e Lúcio falhou em um lance. Mas Cafu surpreendeu.

Minha falha memória manguaça não conseguiu se lembrar de partida melhor do capitão do escrete canarinho. Nem mesmo em 1998 cotra Escócia quanto fez gol sem querer. Desta vez, Cafu desarmou com precisão duas jogadas decisivas, fez três cruzamentos certeiros e um chute a gol que, no mínimo, exigiu uma difícil defesa do arqueiro croata Pletikosa. Sem contar as descidas ao ataque e os contra-ataques puxados.

Conta, na análise, a baixa expectativa e o risco de a prisão decretada a pedido do Ministério Público Italiano (revogada antes da partida) contra o lateral, sob acusação de falsificação de documentos, influenciar no desempenho. Cafu foi impecável. A foto não lhe faz justiça, mas foi a mais fácil encontrada por este manguaçado autor.

Cabe comentar a opção do técnico Carlos Alberto Parreira de permitir que os lateriais descessem o quanto quisessem, com destaque para a leitura labial do primeiro lance ofensivo da seleção. Kaká tabelou com Cafu que desistiu do lance. A transmissão oficial pôs no ar a tomada de uma câmera voltada para Parreira que, na leitura labial, parecia dizer: "Desce,Cafu. Vamos descer." Cafu não resolveu, é fato. Mas desceu bem como nunca.

Memória da Copa (4ª edição)

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Quase o mesmo adversário

O país sede é o mesmo. A data de estréia também. E o adversário, quase o mesmo. Há 32 anos, em 13 de junho de 1974, o Brasil fazia seu primeiro jogo no mundial da Alemanha contra a Iugoslávia, em Frankfurt. Outra coincidência: nosso técnico era Mário Jorge Lobo Zagallo, hoje auxiliar de Carlos Alberto Parreira.

O time era bem diferente daquele que quatro anos antes, no México, havia trazido a taça Jules Rimet em definitivo para o Brasil. Carlos Alberto Torres e Clodoaldo se contundiram às vésperas da Copa da Alemanha. Gérson e Tostão tinham encerrado a carreira (este último precocemente, por descolamento de retina). Everaldo morreu em acidente de carro. E o maestro de todos, Pelé, tinha se despedido da seleção brasileira em 1971.

Isso abriu espaço para a ascenção de uma nova geração: Nelinho, Marinho Perez (foto), Marinho Chagas, Valdomiro, Leivinha, entre outros. Leão, apesar de bem jovem, havia disputado o mundial de 70 como terceiro reserva. A responsabilidade estaria nas costas de Rivelino e Jairzinho, principalmente.

Mas a estréia foi decepcionante. Um zero a zero morno e sem atrativos, que se repitiria na segunda partida, contra a Escócia. Frustração para a imensa torcida brasileira, mal acostumada ao show da Copa anterior.

Desintegrada nos anos 90, a Iugoslávia deu origem a países como a Bósnia-Herzegovina, Croácia, Sérvia e Montenegro (recém-separados). E o adversário de hoje, na estréia do Brasil na Copa de 2006, é justamente a Croácia.

Tomara que o placar seja diferente...

Brasil 0 x 0 Iugoslávia
13 de junho de 1974

Brasil: Leão; Nelinho, Luís Pereira, Marinho Perez, Marinho Chagas; Piazza, Rivelino, Paulo César; Valdomiro, Jairzinho, Leivinha. Técnico: Zagallo.
Iugoslávia: Maric; Buljan, Katakinski, Bogicevic, Hadziabdic; Muzinic, Oblak, Acimovic; Petkovic, Surjak, Dzajic. Técnico: Milan Miljanic.

Árbitro: Rudolph Scheurer (Suíça)
Local: Waldstadion (Frankfurt)

Não há meio termo para o Brasil

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A seleção brasileira estréia hoje sob olhares não só do país, mas de todo o mundo. O jornal argentino Olé foi taxativo ao dizer que a equipe é a "oitava maravilha do mundo" em um texto tão laudatório que nem um veículo brasileiro teria coragem de publicar. Já um jornal alemão disse que essa é a "segunda abertura da Copa", enquanto outros periódicos afirmavam hoje que a Copa começa de verdade.

Isso dá um pouco da dimensão de que a seleção não é favorita à toa. Possui os melhores jogadores, sendo que um deles - Robinho - foi candidato a melhor do mundo e é reserva. Por isso, o destino dessa equipe só tem duas direções: se naufragar, será o fracasso mais rotundo de um time nacional e, se vencer, será comparada às maiores de todos os tempos, como o "escrete" de 1970 e de 1958.

Há razões para a grande expectativa. Desde 1973, quando Luiz Américo cantava "Camisa 10" com o verso "Dez é a camisa dele, quem é que vai pro lugar dele" e perguntava pelo substituto de Pelé, essa camisa parece ter desbotado. Nem mesmo Rivelino em 1974 ou Zico em 1982 conseguiram ser a referência que o Brasil precisava em campo. Hoje, a necessidade dessa referência é menor, dado que há mais de um atleta que pode decidir uma partida, mas Ronaldinho Gaúcho recupera a mística de uma camisa que foi pro banco em 1994 e 1998 (Raí e Giovanni).

Por outro lado, há quem lembre que a seleção pré-olímpica de 2004 também era super favorita, já que contava com Diego, Robinho, Kaká e Nilmar, mas sequer conseguiu ir às Olimpíadas. Claro que há muitas diferenças, desde a experiência dos atletas até o técnico já que Parreira, por mais que seja contestado, está a anos-luz de Ricardo Gomes.

Enfim, daqui a pouco já poderemos ter noção de qual será o destino dessa equipe que, pelo que se pôde ver ontem, pode pegar uma pedreira logo nas oitavas, República Tcheca ou Itália. Mas um grande time só marca época se enfrentar grandes adversários. Será esse o lugar do Brasil?

segunda-feira, junho 12, 2006

Apito amigo

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Em duas partidas as arbitragens foram o destaque. Negativo. No jogo entre Austrália e Japão, o gol japonês foi irregular, reconhecido até pelo árbitro egípcio Essam El Fatar. A informação é de agências internacionais (na matéria da Folha On Line). "Ele disse [para Mark Viduka, capitão do time] depois do jogo que Deus estava do lado dele, porque o resultado veio para o nosso lado no final", contou o goleiro australiano Mark Schwarzer.

No caso do brasileiro Carlos Eugênio Simon, Alá não resolve, porque ele deixou de marcar pelo menos dois pênaltis para Gana e não um ganense depois de um carrinho criminoso por trás (o jogo estava parado por um impedimento, mas o jogador tinha que ser expulso). Houve ainda um impedimento contra a Itália marcado indevidamente (pisada na bola de Edmilson Corona). De longe, a pior arbitragem do Mundial.



Chamem a Ana Paula Oliveira (foto)! Antes que surjam acusações de machismo neste blog, explico: ela é muito melhor do que esses manguaças que estão na Alemanha, inclusive como assistente.

Garotinho passou fome à toa

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O PMDB não tem mais candidato próprio à presidência da República, a não ser que, como reconheceu o presidente da sigla, o deputado federal paulista Michel Temer, algum grupo dissidente entre com recurso judicial para mudar a definição da executiva. Assim sendo, a greve de fome de Anthony Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro, teve pouca serventia. Ele a encerrou por ter obtido direito de resposta na TV Globo e na revista Veja que, segundo ele, seguiam os interesses neoliberais – aqueles que, assim como o diabo, têm vários nomes.

Deu em tudo quanto é jornal on line, no Estadão, na Folha on line, na Globo.com etc.

Menos concorrentes significa polarização mais direta já no primeiro turno com mais chances de definição.

Mulher ressucita para ver a Copa

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Essa deu no Terra Popular e é literalmente do além. Segundo o site Ananova, a alemã Maria Mueller, de 94 anos, foi achada caída sobre uma cadeira por seu filho Bernhard Mueller, de 66 anos, na casa onde morava, na cidade de Luegde, na Alemanha.

Quando ouviu que havia sido declarada morta pelos médicos, a senhora Mueller disse: "sem essa, não morro antes de ver a Alemanha ganhar a Copa do Mundo. Ainda há vida nesses velhos ossos, e certamente eu não perderia os jogos."

Fontes confiáveis ouvidas com exclusividade pelo Futepoca afirmam que, após a declaração, Maria pediu uma cerveja. Só não se sabe ainda se valeu a pena ela ressucitar...

Zica do Zico

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Na estréia em sua quinta Copa do Mundo, na terceira função diferente, agora como técnico do Japão, Zico deu corda para os que o acusam de pé-frio zicado. A seleção oriental passou o jogo inteiro contra a Austrália à frente do marcador (com um gol irregular, aliás), mas tomou a virada a partir dos 39 minutos da segunda etapa, perdendo por 3 a 1. A arbitragem foi a pior do Mundial até aqui. Houve um pênalti a favor do Japão não marcado quando o placar estava empatado, mas isso não neutraliza o mau-agouro do Galinho.

Além de integrar os elencos de 1978 e 82 (respectivamente "campeão moral" e melhor time do mundial porém desclassificado), perdeu um pênalti no tempo regulamentar contra a França, nas quartas-de-final. Em 1998, sua presença como coordenador técnico é apontada pelos médiuns consultados pelo Futepoca como responsável pelo "piripaque" do Ronaldo Gordo (ex-fenômeno): pura zica.

domingo, junho 11, 2006

Freio de mão puxado

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E Portugal de Felipão estreou na Copa. No início da partida, aos 20 segundos quase que marca o gol, que não tardaria a vir, aos 4, com Pauleta. Tudo levava a crer que seria uma goleada impiedosa. Não foi. Não que a fraquíssima Angola tenha ameaçado a seleção lusa de uma forma incisiva, mas para um time que chega como um dos favoritos ao título, foi uma estréia decepcionante. Faltará mesmo apenas motivação ou o buraco é mais embaixo?

O México foi outro que quase complicou o início de sua caminhada no Mundial. Em um primeiro tempo equilibrado, o Irã jogou de igual para igual e surpeendeu os mexicanos. Mas, ao contrário de Portugal, a postura do México foi distinta na etapa final. A equipe não deu espaços para o time asiático, que recuou e sofreu pressão dos mexicanos até tomar o segundo gol. A partir daí, veio o terceiro e poderia ter acontecido uma goleada, embora o tempo restante fosse pouco.

Já Holanda e Sérvia e Monetenegro fizeram uma partida equilibrada, sem muita criatividade de ambos os lados, mas em que prevaleceu o talento e oportunismo de Robben. Porém, pelo que se viu nessa primeira rodada, nada está decidido naquele considerado o "grupo da morte" que deve apresentar as melhores partidas da primeira fase da Copa.

Por enquanto, nenhuma equipe impressionou, pelo menos no aspecto positivo. No negativo, a Suécia não falou a que veio na Copa e a Polônia apresentou um futebol terrível. Será que é só isso que eles têm pra mostrar?

Alckmin não teme uso eleitoral da Copa

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Tema de posts anteriores, o uso político de copas do mundo é tema de diversas matérias do Estado de S.Paulo de hoje, incluindo a última das perguntas da entrevista de Geraldo Alckmin, pré-candidato a presidência pelo PSDB. Ele responde que todos "estaremos torcendo, vibrando, confiantes na vitória do Brasil, de camisa amarela e calção azul, mesmas cores, aliás, do PSDB".

Na entrevista, o trabalho do reporter foi quase o do lateral que só cruza bolas na área. Seguran ça pública e PCC nem pensar. Mas a melhor é que, sem gancho algum com a questão anterior, lê-se: "Em São Paulo a mortalidade infantil caiu de 14,3 por mil para 13,5 por mil entre 2004 e 2005. É número de primeiro mundo. Como conseguir índices como este no Brasil?" Hein, mestre?

Elevar o nível (etílico) da conversa: 3ª edição

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Não é pra ver Holanda e Sérvia e Montenegro. Mas no do México e Irã não passa. Mas a cota "cachaça" do Futepoca precisa ser atendido.

Apreciar a cachaça começa pelo rótulo. No caso da Orgulho Mineiro, começa pela garrafa, porque o rótulo é sem-graça. Envolta em serragem, plástico e uma redinha de nylon, ela vem em garrafas de 970 ml. Como bêbado só se engana depois da terceira, que fique claro que isso são muitos copos menos do que um litro. A versão exportação (pra Sumpaulo) inclui ainda um copo de madeira em formato de mini-barril.

Amarelada, engarrafada em Borda da Mata, sul de Minas (a um tilico d'ispingarda de Pouso Alegre), dá conta do recado. Os 40º G.L. são uma dosagem leve, comum da canha da região. Meu palpite é que é envelhecida em tonéis de bálsamo, mas a informação não está no rótulo e poupei minha conta telefônica desta informação.

Se alguém quiser um gole, aqui em casa tem.

sábado, junho 10, 2006

A estréia dos hermanos

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A Argentina mostrou, na melhor partida da Copa até agora contra a Costa do Marfim, o sistema defensivo passou a ser prioridade para o técnico José Pekerman. Nada de "quadrado mágico" com a presença de Messi, que volta de contusão. Os contra-ataques rápidos foram a principal arma portenha, mas, no segundo tempo, quando poderia ter aproveitado os espaços deixados pela rival africana, a seleção argentina recuou demais e o treinador optou pela entrada do inoperante Palácio no lugar de Crespo, reduzindo o poder ofnesivo da equipe.

O esquema tático e as substituições de Pekerman evidenciam o trauma da última Copa, quando os argentinos forma eliminados na primeira fase. Cautela é a palavra de ordem em uma equipe que, claramente, deixou a impressão de que poderia ter feito mais. "o aspecto defensivo foi muito positivo, con muitos pontos altos", comemorou ao final do jogo o treinador.

Já a Costa do Marfim, em sua estréia em mundiais, apresentou um bom toque de bola e uma impressionante disposição para pressionar a Argentina, na maior parte do tempo, no próprio campo do adversário, roubando inúmeras bolas no meio de campo. Corre o risco de ser desclassificada por conta do azar de cair em um grupo tão forte.

Futebol comercial

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Copa é o momento de overdose de futebol em propagandas. Futebol deve vender muito! Algumas são péssimas. Por que diabos as pessoas não querem entregar um desodorante ao Ronaldinho Gaúcho? Ele está suado de uma tal forma no comercial que não quero nem imaginar a catinga. Outras são ótimas. O Maradona cantando o hino brasileiro e a trave que não deixa a Argentina fazer o gol são as melhores. Ou eram.
A sacada da Volkswagen no novo filme do Gol é fantástica. Cria por computador o gol que Pelé não fez, na Copa de 70, na semifinal contra o Uruguai. Ele dá o drible da vaca no goleiro Mazurkiewski e chuta para o gol vazio. A bola passa rente à trave e sai.
Agora, na televisão, o gol acontece. A bola entra. É o gol com o qual todos sonhamos. Ver aquela bola entrando não tem preço (para citar aquela outra propaganda). Vale a pena prestar atenção no intervalo dos jogos (ou da novela).

informações técnicas:
A Volkswagen decidiu converter em gol a jogada de Pelé e usar a imagem como mote para a campanha do novo Gol. "O Gol que todo mundo sempre quis ver", assim como o próprio Pelé, é resultado de uma montagem feita sob o comando da agência AlmapBBDO, com imagens do filme Pelé eterno. A bola chutada pelo craque bate na trave e balança a rede.

A empresa converteu outra bola que talvez Pelé tivesse eleito 'o gol de sua vida'. Na partida contra a então Checoslováquia, também na Copa de 70, no México, o craque vê o goleiro adiantado e chuta a bola do meio do campo. O goleiro, com ar de desespero, vê a bola passar por sua cabeça, mas ela não entra.

Esse segundo filme pode não ir ao ar porque a Almap não conseguiu, até agora, localizar os jogadores que participam da cena para pedir autorização. "No caso do jogo do Uruguai, que o Brasil venceu por 3 a 1, localizamos o goleiro e o zagueiro e eles concordaram", informou Antonio Carlos Salgueiro, diretor de conta da Almap. Para a comemoração, a agência usou cena de outro gol, em que Pelé abraça Paulo César Caju.
fonte: Estado de S. Paulo

ps: talvez as crianças não curtam muito a propaganda, e no futuro vejam o lance original e não entendam nada. Vai ser divertido...

Trinidad e Tobago cala críticos

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Esse título é exagero, é inegável. Mas o fato de a representante da América Central ter obtido um empate sem gols com a Suécia – que mesmo sem ser tanta coisa, tem infinitamente mais tradição de copas do mundo – comemorado pelos jogadores e pela torcida como uma vitória em oitavas-de-final foi uma surpresa.

A estreante Trinidad e Tobago se clasificou sobre a seleção de Bahrein (país-ilha do Golfo Pérsico entre Arábia Saudita e Catar), com quem disputou a repescagem obtendo um empate e uma vitória simples. Segundo uma fonte bahrenita em entrevista exclusiva para o Futepoca, o país árabe era muito pior. "Fomos poupados de passar vergonha, se aquela seleção se classificasse, seria muito feio", garantiu o brimo.

Os hermanos anglófonos mandaram bem não tanto pelo resultado, que acontece. A Suécia não ganha em estréias de Mundial desde 1958, quando jogou em casa e foi até às finais. Mas o surpreendente é que os trinidianos e tobaguenses deram "apenas" uns três ou quatro pontapés, acertaram bola na trave e resistiram durante 30 minutos com um jogador a menos (em virtude de um dos pontapés registrados). O técnico holandes Leo Beenhaker reconheceu que o adversário jogou melhor, mas "comparando as duas equipes, me sinto feliz e orgulhoso com o ponto que conquistamos".

Na quinta, dia 15, Trinidad e Tobago é o mundo contra a Inglaterra.

Noronha, o especialista

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Sou refém da Globo para assistir Copa do Mundo. Não tenho tv a cabo para escapar do Galvão. Mas assistir Trinidad e Tobago x Suécia pode ser uma revelação. Há coisas piores que o narrador vitalício da Globo.
Perceba: o "comentarista" Sérgio Noronha reclama da Suécia. Algo do tipo 'eles estão nos melhores times da Europa e não conseguem resolver. Esse Ibrahimovic, dizem que é um dos melhores jogadores da Europa, mas não tô vendo nada". Depois ainda insistiu. "Estou baseando minha reclamação no que me dizem desse jogador"
Einh?
Como assim dizem??!?! Ele não sabe nem em quais times os principais jogadores da Suécia atuam. NUNCA os viu jogar. Não sabe nem pronunciar o nome dos coitados. E ele está na Alemanha, recebendo pra assistir a todos os jogos da Copa.
O mundo é muito injusto!

Altos e baixos de um furão OU às margens da alegria

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Do blog Oreverso, de colegas jornalistas, texto de Hugo Fanton, correspondente direto na Alemanha. O jornalista conta sua saga para cobrir um treino da seleção sem credencial que contou até com um bate-papo com o Ronaldo, o gordo. Belo texto. Péssimo para os invejosos.

sexta-feira, junho 09, 2006

Futebol, política, obesidade e cachaça

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Demonstrando irritação, o atacante Ronaldo reagiu nesta sexta-feira à curiosidade manifestada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na véspera sobre o peso do jogador.

Durante videoconferência com a seleção brasileira e o técnico Carlos Alberto Parreira na quinta-feira, Lula perguntou se Ronaldo estava ou não gordo. O atacante respondeu nesta sexta, levantando um assunto que também fez de Lula alvo de muitos comentários -- o suposto hábito de beber do presidente.

"Fui informado de que era terminantemente proibido fazer perguntas para ele, mas eu tinha muitas perguntas para fazer. Ele disse que eu sou gordo, como todo mundo diz que ele bebe para caramba. Tanto é mentira que eu estou gordo como deve ser mentira que ele bebe para caramba", afirmou o atacante em entrevista a emissoras de televisão.

No final da tarde, Lula enviou uma carta a Ronaldo, com a intenção de encerrar o incidente entre os dois. A operação de reatamento foi tratada com tanta cautela pelo Palácio do Planalto que nenhum representante do governo se pronunciou abertamente sobre o assunto.

Apenas com o compromisso do anonimato, fontes do Palácio do Planalto confirmaram a informação divulgada primeiramente na Alemanha de que Lula havia escrito a Ronaldo.
Na carta, segundo essas fontes, o presidente "reafirmou seu carinho por Ronaldo e disse que continua torcendo por ele".

Ainda segundo um das fontes, Lula "esclareceu na carta que, na teleconferência com alguns jogadores da seleção na quinta-feira, falou sobre o peso de Ronaldo com a intenção de encerrar as especulações sobre as condições físicas do atleta".

De acordo com essa versão, Lula considera ter sido mal interpretado por Ronaldo. Segundo as fontes do Planalto, depois de receber a carta, Ronaldo transmitiu a um intermediário de Lula que "ficou satisfeito com o gesto e não guarda mágoa do presidente".

Klinsmann libera cerveja a jogadores após vitória

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Questionado pela mídia e pelos próprios torcedores alemães na véspera da Copa, o técnico Jurgen Klismann era o mais aliviado após a vitória de sua equipe sobre a Costa Rica nesta terça-feira, na abertura do Mundial. Satisfeito, o treinador deu permissão para seus jogadores comemorarem ao melhor estilo alemão.

"Se quiserem, eles podem até tomar uma cerveja hoje", declarou o comandante da seleção anfitriã, antes de alertar. "Mas temos que concentrar nossas atenções no próximo jogo rapidamente, independente de qualquer coisa", completou.

Wanchope não bastou

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Quem viu a partida entre Costa Rica e Alemanha viu um time germânico frágil justamente naquele que, historicamente, é seu ponto forte: a defesa. Que os defensores alemães não têm habilidade, isso já era sabido, mas a defesa em linha deu dois gols para os costarriquenhos e quase propicou outras oportunidades para os ticos.

A falta de criatividade também não surpreende. Bolas alçadas na área e chutes de fora, o de sempre. Se é fato que a Alemanha já venceu Copas jogando desse jeito, também o é que a defesa era mais sólida e havia jogadores habilidosos que podiam desequilibrar a mesmice, vide Beckenbauer e Matthaus.

E a Costa Rica? A defesa com zagueiros baixos e frágeis não é páreo para atacantes grandalhões do tipo de Klose e deve sofrer também com a Polônia. Mesmo com o esquema defensivo de Alexandre Guimarães, é difícil a equipe não sofrer gols nas próximas duas partidas. Ou seja, os caribenhos terão que contar com os lançamentos para Wanchope. Bastará para chegar à segunda fase?

Política? Vamos ao que interessa:

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Abaixo, alguns dos dados que certamente a campanha de reeleição do Lula vai usar. Alckmin, por outro lado, vai resgatar promessas feitas na campanha petista das últimas eleições e tentará explorar isso para crescer em meio àqueles que estão insatisfeitos com o governo. O PT deve bater nesse pontos:

Desigualdade social atinge menor nível desde os anos 60

A desigualdade social atingiu o menor nível desde o Censo realizado em 1960. Essa é uma das conclusões destacadas de uma pesquisa inédita produzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo foi feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad - IBGE) - com dados de 2004 - e indica que o país vem avançando desde o início da década na redução das desigualdades entre pobres e ricos. A pesquisa aponta também que, em 2004, a renda média do brasileiro cresceu 3,6%, enquanto a renda dos mais pobres chegou a crescer 14,1%.

Salário mínimo: poder de compra é o maior em 24 anos
Os trabalhadores brasileiros tiveram, em maio, o maior poder de compra da história para os itens que compõem a cesta básica. No mês passado, os trabalhadores gastaram, em média, 48,64% do salário mínimo líquido recebido para adquirir a cesta – o menor índice dos últimos 24 anos. O dado é da pesquisa nacional da cesta básica, divulgada na terça-feira (6 de junho) em São Paulo pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos). De acordo com o Dieese, é a primeira vez, desde 1982, que o assalariado gastou menos da metade do salário mínimo líquido recebido para adquirir a cesta, considerando a média do país.

Brasil bate novo recorde de geração de emprego formal
O Brasil bateu o recorde de geração de empregos com carteira assinada nos primeiros quatro meses deste ano. De janeiro a abril, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta terça-feira (23) pelo ministro Luiz Marinho, foram criados 569.506 postos formais de trabalho - o melhor resultado já obtido no período. Entre janeiro de 2003 e abril de 2006, período do governo Lula, o total chega a 3.992.196. Somente em abril, foram 229.803 novas vagas, número 0,87% maior do que no mesmo mês do ano passado.

O mascote

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Pra quem é um pouco mais velho e não esquece de célebres mascotes de outras Copas do Mundo, como o bizarro Naranjito de 1982 ou o surreal Ciao de 1990, segue a imagem dos atuais, um leão e uma bola falante, Goleo e Pille.

Zarqawi morto

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O jordaniano radicado no Iraque Abul Mussab Al-Zarqawi, apontado como número 1 da Al Qaeda no Iraque que fazia generais anglo-americanos tremerem (talvez mais de raiva do que de medo, porque general não fica no alvo de terrorista), foi morto no pior estilo "assassinato seletivo" com dois mísseis disparados de um caça F-16 da força aérea norte-americana.

Segundo a imprensa internacional, ele estava em uma reunião com Abdul Rahmal Al-Iraqi na cidade de Baquba. O encontro teria sido descoberto em março e sua chegada confirmada por agentes e registros de voz captados, sabe-se lá com que tecnologia, pela agência nacional de segurança. A rede terrorista Al-Qaeda confirmou a morte.

O método lembra o utilizado por Israel para eliminar líderes de grupos extremistas cujo maior impacto ocorreu em 2004. A diferença é que eram usados helicópteros e torpedos disparados manualmente por bazucas e não caças com sistemas guiados por GPS, disparado de uma altura que faz com que os caças tenham passado imperceptíveis pela área.

Ele era uma espécie de porta-voz das ações da rede terrorista instalada no Iraque pós-ocupação. É considerado o responsável pelos planos que levaram à escalada de violência contra xiitas no país. Alguns dos vídeos divulgados em que clama autoria de atentados ou manda recados para o mundo estão hospedados no www.Globalterroralert.com, do analista Evan F. Kohlmann. Não há informações disponíveis para saber se Zarqawi assistiria à Copa, nem sua opinião sobre futebol. É bem provável que achasse que é coisa do Ocidente.

Sim, a Costa Rica vai jogar!

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Enquanto a imprensa brasileira copia a mundial e segue destacando a seleção alemã, os chorumes de Ballack e outras coisas que não tem absolutamente importância nenhuma, fomos a campo (no sentido não-literal) e conseguimos informações quentes dos rivais dos donos da casa na estréia do Mundial: a Costa Rica.

O time caribenho vai jogar de uma forma distinta da que vinha atuando. O técnico brasileiro Alexandre Guimarães treinou sua seleção com uma linha de três zagueiros, seis homens no meio de campo e apenas um atacante isolado na frente. Cientes de suas limitações, os técnicos das equipes do país aprovaram a mudança. “Estar concentrado na defesa, fechar espaços e jogar no contra-golpe. Esse é o melhor esquema para encarar as equipes européias, por isso é que ‘Guima’ utilizará a linha de três”, defendeu o técnico de San Carlos, Hernán Fernando Sossa, ao jornal local La Prensa

A alteração no time foi motivada pela derrota frente a Ucrânia por 4 a 0. Contra a República Tcheca, Guimarães adotou o 3-6-1 e, embora os costarriquenhos tenham sido vencidos por 1 a 0, o novo esquema agradou.

Ao Diário Extra, “Guima” mostrou outra preocupação para o début no Mundial: as temidas bolas aéreas. "Sabemos que eles são fortes no jogo aéreo e, por isso, temos nos preparado para as jogadas de bola parada”, comentou.

A base do time titular da Costa Rica é o Deportivo Saprissa que, no ano passado, disputou o Mundial da Fifa. A equipe local tem três atletas na seleção considerada titular, entre eles o goleiro Porras (por favor, sem trocadalhos...). O destaque “estrangeiro” da Costa Rica é o lateral-direito Gilberto Martinez, que joga no Brescia, rebaixado este ano para a segunda divisão da Itália. A imprensa caribenha especula que ele pode continuar na Série A, indo para Roma ou Fiorentina e cogitam até mesmo um interesse do Real Madrid em seu futebol.

Além de Martinez, o público poderá ver pela última vez nos gramados o atacante Wanchope, com passagens pelo Derby County, West Ham e Manchester City. Após se transferir para o futebol do Qatar, o trintão já não tem a mesma motivação de outrora e prometeu deixar o futebol depois da Copa.

Mas, apesar de todas as dificuldades já sabidas de antemão, o povo costarriquenho está otimista. Uma enquete feita no site Nácion aponta que 56,2% dos internautas acreditam na classificação da Costa Rica para a próxima fase... em segundo lugar. 7,1% acham que o time termina em 1º, 19,1% acham que o terceiro já está bom e 16,8% de absolutos descrentes não vêem a equipe indo além do último posto. Esses fracassomaníacos...

quinta-feira, junho 08, 2006

Memória da Copa (3ª edição)

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Revolução na lateral

Antes de Pelé e Garrincha brilharem na Copa do Mundo da Suécia, em 1958, um outro jogador surpreendeu a crônica esportiva e os aficcionados por futebol de todo o mundo. O lateral-esquerdo Nílton Santos não era um novato - já tinha disputado as Copas de 1950, como reserva, e de 1954, na Suiça, como titular. Aos 33 anos, brilhava no Botafogo de João Saldanha e era conhecido no Brasil como "Enciclopédia do Futebol". Mas foi na Suécia que ele escreveu defenitivamente seu nome na história, e não apenas por sagrar-se campeão.

Seu lance de gênio ocorreu logo na estréia do Brasil na Copa, diante da Áustria, em 8 de junho de 1958 (há exatamente 48 anos, portanto). Pelé estava machucado e o ataque foi composto por Dida, do Flamengo, e Mazola, do Palmeiras. Na ponta-direita, o também flamenguista Joel ainda não havia perdido o posto para Garrincha. E o volante era Dino Sani, do São Paulo, e não Zito. Com a equipe titular ainda em transição e o nervosismo da estréia, o Brasil não começou bem o jogo. Nem o gol de Mazola, aos 38 minutos do primeiro tempo, fez com que os brasileiros se soltassem em campo.

Foi então que, no início do segundo tempo, Nílton Santos resolveu quebrar as rígidas regras do posicionamento tático da época, que proibia os laterais de passar do meio-de-campo (a tarefa de ir ao ataque pelas beiradas pertencia exclusivamente aos pontas). Para espanto do público presente, da imprensa mundial e da própria comissão técnica da seleção brasileira, Nílton pegou a bola na defesa e começou a avançar. Foi passando tranqüilamente pelo campo do adversário e, da entrada da grande área austríaca, disparou com maestria para o fundo das redes. Golaço!

Mazola fechou o placar no finzinho do jogo, mas ninguém deu importância. O lance mais comentado era o de Nílton Santos, considerado até hoje, simbolicamente, como o nascimento do lateral moderno, que também sobe ao ataque. Diz a lenda que, enquanto o jogador avançava, o gordo técnico Feola berrava, do banco: "-Volta, Nílton! Volta, Nílton!". Mas depois, no vestiário, teria dito ao lateral, cinicamente: "Boa, Nílton!".

Porém, no livro "Estrela Solitária", biografia de Garrincha, Ruy Castro afirma que tal atitude seria improvável, pois Feola era cardíaco e não costumava gritar durante as partidas (a doença o afastaria da seleção nos anos seguintes, impedindo-o de ser bicampeão no Chile, em 1962). O fato é que, com ou sem grito, Nílton Santos partiu para o ataque com total consciência do que ia tentar fazer. E fez.

Brasil 3 x 0 Áustria
8 de junho de 1958

BRASIL: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Dino Sani e Didi; Joel, Mazola, Dida e Zagallo. Técnico: Vicente Feola
ÁUSTRIA: Szanwald; Halla, Koller, Hanappi, Swoboda e Happel; Horak, Senekowitch, Buzek, Korner e Schleger. Técnico: Karl Argauer

Árbirto: Maurice Guigue (França)
Gols: Mazola (38), Nílton Santos (49), Mazola (89)
Local: estádio Rimervallen (Uddevalla-Suécia)

“Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo, torcida brasileira!”

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Morreu, no início da madrugada desta quinta-feira, aos 77 anos, o radialista esportivo Fiori Gigliotti. Ele estava internado no hospital Alvorada, em São Paulo, há cerca de uma semana, com problemas de úlcera e, posteriormente, na próstata.

O velório acontece no Cemitério do Morumbi. O enterro, no mesmo local, será realizado às 16h desta quinta-feira.

A causa da morte, segundo o hospital, foi falência múltipla de órgãos. A hora oficial do falecimento do radialista foi às 0h40. A informação foi confirmada pelo filho dele, Marcelo Gigliotti.

Com uma longa carreira no rádio, Fiori ficou famoso por alguns bordões durante a transmissão de jogos de futebol. Entre eles, destacam-se "Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo" e "Crepúsculo de jogo".

Nas últimas décadas, a voz de Fiori sempre esteve nas rádios de São Paulo. Ele teve passagens marcantes na Pan-americana (atual Jovem Pan), na Bandeirantes e na Record.

Antes de adoecer, Fiori vinha trabalhando como comentarista na rádio Capital.

Ao longo de sua carreira, ele participou da cobertura de dez Copas do Mundo.

quarta-feira, junho 07, 2006

Memória da Copa (2ª edição)

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Final antecipada

Há 36 anos, em 7 de junho de 1970, foi disputado o jogo mais duro e renhido de toda a Copa do México – uma verdadeira final antecipada entre duas das maiores forças do futebol na época. A Inglaterra, que defendia o título ganho em casa quatro antes, enfrentava o Brasil, bicampeão em 58 e 62. Uma constelação de lendas do futebol desfilava pelos dois lados: Gordon Banks, Bobby Moore, Bobby Charlton, Carlos Alberto, Rivelino, Tostão e, lógico, Pelé. Mas o nome do jogo seria Jairzinho, que ao final daquele mundial seria apelidado de Furacão da Copa.

Os ingleses tinham a defesa mais bem armada da Copa e o Brasil tinha o melhor ataque. Por isso, a partida ainda é chamada por muitos como “o jogo do século”. Os primeiros 45 minutos mostraram um equilíbrio completo de forças e um placar sem abertura de contagem. O melhor lance aconteceu logo aos 10 minutos: Jairzinho escapou em velocidade para a linha de fundo, pela direita, e centrou forte para Pelé saltar e desferir uma violenta cabeçada, de cima para baixo. O goleiro Banks conseguiu praticar aquela que é considerada a mais difícil e mais bonita defesa de todas as Copas.

Na volta para o segundo tempo, os brasileiros demoraram no vestiário e deixaram os ingleses tostando por alguns minutos no sol abrasador de Guadalajara. A malandragem pode ter feito a diferença. O Brasil voltou melhor e a Inglaterra começou a ceder terreno. Aos 15 minutos, o genial Tostão driblou três adversários pela esquerda e, quase desiquilibrado, cruzou para Pelé na meia-lua. O Rei amorteceu o balão e com um leve toque deixou Jairzinho na cara do gol. O ponta só teve o trabalho de encher o pé e fuzilar Banks, para delírio dos torcedores mexicanos, que torciam em peso para o Brasil.

Após o gol brasileiro, o técnico Alf Ramsey fez duas substituições, retirando de campo o vetereano Bobby Charlton e dando mais agressividade ao ataque inglês, que equilibrou novamente a partida e passou a pressionar o gol de Félix. O Brasil sentia falta de Gérson, que estava contundido, para cadenciar o jogo. O empate quase saiu quando Everaldo cabeceou errado uma bola dentro da área e entregou nos pés de Astle (o substituto de Bobby Charlton). Mas o inglês chutou por cima, resvalando no travessão. Foi uma vitória apertada e o único jogo, naquela Copa, em que o Brasil não sofreu gol.

Curiosidade: em São Paulo, enquanto a partida estava acontecendo, nascia Marcos Evangelista de Moraes, o Cafu, que, assim como Carlos Alberto em 1970, levantaria a taça em 2002 como lateral-direito e capitão da seleção.

Brasil 1 x 0 Inglaterra
7 de junho de 1970

Brasil: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo; Clodoaldo, Rivelino, Paulo César; Jairzinho, Tostão (Roberto), Pelé.
Inglaterra: Banks; Wright, Moore, Labone, Cooper; Mullery, Bobby Charlton (Bell), Ball, Peters; Lee (Astle), Hurst.

Árbitro: Abraham Klein (Israel)
Gol: Jairzinho (59)
Local: Estádio Jalisco (Guadalajara, México)

Bolhas?!? Só na champanha...

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Ronaldo mantém a sua fama de boêmio e, segundo o jornal alemão "Bild", ficou numa discoteca de Frankfurt até as 5h45 da manhã de segunda-feira, após o término da folga concedida pelo técnico Carlos Alberto Parreira.

Acompanhado de Robinho, Ronaldo, chegou ao hotel da seleção às 21h59, um minuto antes do fim do período de folga concedido por Parreira. De acordo com o "Bild", os dois, acompanhados por outros, voltaram a sair, horas depois.

Ronaldo, Roberto Carlos, Emerson, Robinho, Adriano, Cafu e Julio César teriam saído da concentração, em Königstein, à 1h30 da madrugada. Em Frankfurt, o grupo se divertiu na Galerie, uma discoteca onde fecharam uma conta de 680 euros, detalha o jornal alemão.

Os brasileiros consumiram champanha, que era de graça, na área de VIP da Galerie, discoteca freqüentada por figuras da música pop e por jogadores do Eintracht Frankfurt.

"O Brasil se prepara de uma maneira estranha para luta pelo título mundial", acrescenta o "Bild".

A informação do Bild causou mal-estar na delegação brasileira, onde se comenta que os jogadores podem utilizar seu dia de folga como quiserem.

É isso que dá a demora no começo da Copa

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Não deu outra: cansados de esperar pelo início dos jogos do mundial da Alemanha, o Movimento pela Libertação dos trabalhadores Sem-Terra (MLST) comandou um quebra-quebra no Congresso Nacional na noite desta terça-feira. Todos foram presos. Governo Federal e PT condenaram. E a turma que adora criminalizar movimento social aproveitou a deixa para fazer discurso. Nesse caso, o crime é claro, está gravado e registrado. E os manguaças presos.

Piadas de mau-gosto a parte, o motivo real seria, segundo a imprensa, o fato de as lideranças não terem sido recebidos pela presidência do Congresso.

Em setembro de 2005, segundo a Folha Online, o MLST e o MST entraram em confronto na reivindicação de uma ocupação de terra. Na ocasião, 80 famílias de cada lado brigaram com tiro e tudo mais. É formado, ao que consta, por dissidentes do MST, o que quer dizer que é mais radical, como se poderia presumir pela confusão.

Segundo Fernando Rodrigues em seu blog, um dos dirigentes que comandavam a ação era Bruno Maranhão, membro do diretório nacional do PT representante de Pernambuco. Depois de sua prisão hoje, ele "substitui" Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, dirigente da Central de Movimentos Populares, como "fora-da-lei" da direção petista. Isso porque o paulistano recebeu habeas corpus no último dia 2, segundo a Agência Carta Maior.

Resta saber se isso vai alimentar a onda reacionária que coloca tudo que é, foi ou será esquerda no mesmo saco.

terça-feira, junho 06, 2006

Memória da Copa (1ª edição)

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...................O demônio e o apito amigo

A data escolhida para o início desta série, 6/6/6, não é simpatia pelo demônio (isso é lá com Mick Jagger). Só se fosse, talvez, um demônio de pernas tortas. Porque vamos relembrar, aqui, um momento decisivo da Copa do Chile, quando Mané Garrincha garantiu praticamente sozinho o segundo título mundial para o Brasil.

Após a contusão de Pelé, na partida contra a Tchecoslováquia, o ponta-direita assumiu a responsabilidade pra si e só faltou fazer chover, marcando gol de falta, de cabeça, de fora da área, se deslocando por todo o campo, enfim, um verdadeiro show.

Mas nem só Garrincha foi fundamental para o triunfo canarinho. O árbitro chileno Sergio Bustamante também merece crédito. Sua importante contribuição ocorreu há exatos 44 anos, em 6 de junho de 1962, quando nossa seleção fazia sua terceira partida no mundial – a primeira sem Pelé, substituído por Amarildo. O adversário era a forte seleção espanhola, cujo técnico, Pablo Hernández Coronado, havia bravateado na véspera: “O Brasil, sem Pelé, acabou. Quem é Amarildo?”. Ah, se ele soubesse...

Comandada pelo gênio húngaro Puskas (naturalizado), a Espanha foi mais equipe durante todo o primeiro tempo. Quando Adelardo venceu o goleiro Gilmar, aos 35 minutos, parecia o início de uma vitória fácil. Sem a referência de Pelé, o Brasil parecia perdido em campo. Porém, antes de o primeiro tempo acabar, veio o lance crucial: Nílton Santos fez pênalti em Adelardo e deu um passo para frente. O árbitro caiu no engodo e marcou falta fora da área.

Mais tarde, Puskas ainda faria um golaço de bicicleta, injustamente anulado pelo “mui amigo” Bustamante. Depois disso, Garrincha tomou conta do jogo e Amarildo marcou dois gols (como cartão de visitas para o técnico espanhol), garantindo o Brasil nas quartas-de-final.

Presente ao programa Bem Amigos da SportTV, no início da semana passada, o ex-lateral Djalma Santos esquivou-se dos lances polêmicos: “-Se o juiz não viu, não temos nada com isso!”, exclamou, com as mãos para o alto, para gargalhada geral dos presentes.

Ficha técnica

BRASIL 2 X 1 ESPANHA
6 de junho de 1962

Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo e Zagallo. Técnico: Aymoré Moreira.

Espanha: Araguistain; Rodri, Gracia e Verges; Echevarría e Pachin; Collar, Peiró, Puskas, Adelardo e Gento. Técnico: Pablo Hernández Coronado.

Árbitro: Sergio Bustamante (Chile)
Gols: Adelardo (35), Amarildo (72 e 86)
Local: estádio Sausalito, Viña del Mar

Briga em ninho de tucano paulista

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O ex-secretário de administração penitenciária Nagashi Furukawa declarou à Folha de S. Paulo que o secretário de Segurança Pública de São Paulo Saulo Castro quis negociar com o PCC. O que todo mundo sabia, mas sem alguém de dentro que falasse.

Para ele, a crise do PCC teria sido evitada se, em 2001, tivesse havido acordo com a facção. Porém, a culpa da crise atual não é de Alckmin, mas de Cláudio Lembo, porque "quando há comando, não existe muito problema de divergência dos componentes da equipe", o que não ocorre atualmente. Claro que ele reduziu a crise de segurança ao desentendimento dele com Saulo, com quem diz não ter problemas, apesar das declarações de que Furukawa teria "despirocado". A entrevista mostra lealdade ao ex-governador e uma justificativa para a situação atual.

Nada que se compare às declarações de Lembo sobre a elite branca, má e perversa.

O possível fiasco de São Paulo

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Claro que agora todas as atenções dos fãs de futebol mundo afora estão concentradas na Copa do Mundo, mas a última rodada do Brasileiro merece algumas reflexões. Entre os grandes paulistas, a situação de Palmeiras e Corinthians é, sem dúvida, a que desperta maior preocupação na torcida, mas São Paulo e santos também não estão em situação confortável para quem almeja ser campeão.

O Verdão, pelo que se pôde ve no jogo disputado contra o Atlético-PR, começa sim a se arrumar. Tite conseguiu fazer seu meio de campo marcar a equipe de Curitiba e exerceu pressão na intermediária do rival durante a maior parte do tempo. O problema era o ataque que, ou falhava por conta da ansiedade, ou esbarrava no goleiro Cléber, que teve grande atuação. E o outro goleiro acabou decidindo. O palmeirense Sérgio falhou nos dois lances em que o Atlético chegou ao gol alviverde e contribuiu de forma decisiva para a derrota de sua equipe.

Já o Corinthians também sentiu falta de um atacante para fazer companhia a Nilmar, que, sozinho, era um dos únicos que conseguia levar perigo ao Flamengo. O Santos jogou mal contra o Botafogo na Vila Belmiro, mas poderia ter decidido o jogo no segundo tempo, quando criou oportunidades mal finalizadas por Rodrigo Tiuí, que está se tornando um especialista em perder gols feitos. Em partida confusa, o São Paulo arrancou um empate com o Juventude mas já tem que pensar em substituir Ricardo Oliveira, que não seguirá no Tricolor no segundo semestre.

Não é possível prever como estarão os clubes no segundo semestre, mas o certo é que, com o cenário iminente de saídas de jogadores como Tevez e Ricardo Oliveira e a parca gama de opções de Santos e Palmeiras no ataque, os quatro grandes paulistas precisarão de reforços prioritariamente do meio pra frente. Ou o fiasco pode ser grande.

segunda-feira, junho 05, 2006

Nível etílico: Amburana

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O garçon trouxe a de Januária: Amburana, que leva o nome da madeira que constitui as dornas em que é envelhecida (conhecida em algumas regiões ainda como umburana ou imburana, típica do semi-árido e usada para artesanato em madeira).

Levemente amarelada, tem 47ºG.L de álcool, bem mais do que a média do sul de Minas, mas uma das mais fracas de Januária, ao norte do estado. Segundo os dicionários Aurélio e Houais, o nome da cidade é sinônimo de limpa-goela. Isso porque a tradição de produção começou na década de 10 do século XX. A diferença em relação a outras regiões produtoras é que a de Januária era levada para todo o Nordeste, conferindo a reputação aos cachaceiros – produtores, não bêbados – da cidade.

Em garrafas de 600 ou 700 ml, a Amburana desce macia, cheiro de mel. No rótulo, um recorte de uma canavial, sem grandes extravagâncias. Tem código de barra e até site impressos no rótulo, mas a página nem registrada está. Devem ter pedido pralgum manguaça produzir, e é óbvio que ele esqueceu depois de entrar no segundo boteco da tarde. A beira do rio São Francisco, aquela cidade pode ser um problema.

Da próxima o garçon vai descer aquela de Borda da Mata...