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sexta-feira, fevereiro 15, 2013

O espírito de Libertadores e o "pato" Luxemburgo

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Atlético-MG e São Paulo fizeram a melhor partida de futebol que vi neste início de 2013. Surpreendente porque o Galo, até então, havia feito partidas no mínimo medíocres contra Cruzeiro e Tombense, pelo Campeonato Mineiro. Sobre o São Paulo não posso falar muito por acompanhar pouco o paulistinha. O que pode explicar essa diferença é o tal "espirito de Libertadores", reflexo da valorização que a taça continental passou a ter entre os clubes brasileiros.  

Sobre o jogo, o impressionante foi o São Paulo não conseguir fazer nenhuma finalização no primeiro tempo e a jogada do gol do Galo. Ronaldinho deu um "migué" e ficou na área até a cobrança de lateral, que recebeu sozinho e fez o cruzamento para o gol contra de Lúcio (não foi do Jô). Estranho não ter nenhuma reclamação do tão esperto e autoconfiante Rogério Ceni.

No segundo tempo o Galo voltou sem a marcação eficaz da primeira etapa e levou sufoco, só amenizado com nova jogada de Ronaldinho, com a bola na cabeça e o gol de Réver. O que até agora não entendi é o que o Réver estava fazendo na área adversária num lance comum de jogo. Não era escanteio nem cobrança de falta, quando os zagueiros costumam ir dar uma de atacante. Mas ainda bem que estava lá.

O São Paulo poderia ter empatado no lance final do Ganso, mas este parece ainda ter sua nuvem negra particular, que não deixa o futebol esperado aparecer. Embora tenha feito mais em poucos minutos que o "craque" Jadson, que nem foi visto no Independência. E, para não dizerem que não chorei, achei que foi falta no Júnior César no lance do gol paulista. De bom, fica a pegada do Galo, que fez a melhor partida em termos de marcação de que me lembro nos últimos anos.

O pato foi outro - Desses jogos ganhos de véspera, a partida entre Grêmio e Huachipato mostrou mais que uma nova "zebra". Durante toda a partida faltou ao time gaúcho calma, entrosamento e futebol. Sobrava vontade, mas com uma correria desarticulada. E, pior, com uma defesa totalmente perdida, que tomou gols bobos. E não ajudou nada a escolha de Luxemburgo de estrear três jogadores, Cris, Adriano e Barcos, que mal treinaram e não tinham nenhum entrosamento com o time. A única justificativa, pelo menos para o Cris, é que há muito tempo Luxemburgo é mais empresário que técnico. Já havia passado raspando na pré-Libertadores e parece que vai fazer a torcida sofrer muito no torneio. E, pior, sem assumir sua culpa. 

Para o técnico, o vilão de ontem foi o gramado, mesmo com seu time abusando de "chuveirinhos" na área e tomando gols infantis. Para ter ideia, o ataque do Huachipato não fizera nenhum gol em três partidas pelo campeonato chileno e fez dois contra a defesa de Luxa.

A frase atribuída a Luxemburgo pelo UOL mostra bem o estado mental do "verdadeiro pato" da noite. “O bom senso manda que as pessoas entendam uma coisa: o gramado não está bom. Então vamos jogar no Olímpico por um mês. Aí a OAS tem tempo para recuperar o gramado. Se depois, o time não jogar merda nenhuma, manda o técnico embora e deu”, disparou (Luxemburgo). Que parece já estar arrumando desculpa para ir embora depois de uma possível desclassificação.

segunda-feira, outubro 22, 2012

E a taça já era do Flu...

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Teste de cardíaco assistir ao jogo entre o Galo e o Flu no domingo. O comentário desde o início era, se o Flu ganhar acabou o campeonato, se empatar já está praticamente com a mão na taça etc. A hipótese de o Galo vencer era longínqua...

No jogo, o que se vê é um quase campeão acuado, jogando com medo, retrancado, salvando-se pelo excelente goleiro e pelas traves benzidas sei lá quantas vezes...

No lance mais polêmico do jogo, Ronaldinho bate a falta e faz gol. Demorei bons minutos para entender por que, raios, o gol fora anulado. Com as justificativas televisivas fiquei mais atônito. Até então, nunca vira um gol desses ser anulado. Revi o lance várias vezes, confesso que não sou neutro, torço para o Galo, mas existe o empurra-empurra de toda a cobrança de falta, mas pelo que vi o Leonardo Silva não desloca o Thiago Neves nem o Fred, que sobem para tentar impedir a trajetória da bola, que passa pelo outro lado. Se querem marcar falta, reivindico que todos os agarrões e encontrões na área virem pênalti. Que todos veem e não marcam. Ou que anulem o gol do Flu contra o Vasco.

Acabado o chororô e com o 0 a 0 no primeiro tempo, pensei com meus botões, só falta agora o Flu fazer um gol no contra-ataque e ganhar a partida e o título. Começa o segundo tempo, mais bolas na trave e o temido gol tricolor. Pareceu  tudo acabado, a profecia se autocumpria.

Mas o time do galo deste ano tem mania de contrariar meus medos. Continuou jogando bem e virou a partida. Daí, viro para o lado e comento com minha companheira Simone, que sempre me dá sorte quando assiste aos jogos comigo: "só falta agora eles empatarem". Boca maldita a minha, em poucos minutos o Flu empata e praticamente acaba minha esperança.

Só que esse time tem a mania de me contrariar e me surpreender, vai lá e conquista uma vitória épica aos 47 minutos do segundo tempo. Como me surpreendera no jogo anterior contra o Santos, em que após os 2 a 0 no início da partida já imaginava a goleada que sofreríamos, não o empate heroico.

E assim ficamos a 6 pontos do líder Flu, a seis rodadas do final. Difícil, muito difícil, o título já é quase tricolor, mas quem sabe esse time me surpreenda mais uma vez. Só uma questão final, do que reclamavam os jogadores do Flu ao final da partida, quando cercaram o juiz? De não terem sido beneficiados novamente? Ouvi jogador reclamar que o tempo de 3 minutos de acréscimo fora demais... E depois dizem que é a gente que chora...

Uma última provocação. O Flu deve ser coroado o campeão mais medroso da história, com sua política de jogar mal, ganhar de 1 a zero e ser ajudado pela arbitragem em partidas consecutivas. Mas deve ser campeão mesmo assim...

quinta-feira, outubro 18, 2012

Neymar assina outra obra de arte, mas Santos só empata com Galo

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Um jogo inusitado e com lances inesperados, de todas as formas. O empate de 2 a 2 entre Santos e Atlético-MG, na Vila Belmiro, começou com um gol relâmpago dos donos da casa logo aos 19 segundos, marcado pelo peixe grande Miralles, que pela primeira vez atuava como titular ao lado de Neymar, o presente ausente santista.

Neymar reencontrava Ronaldinho Gaúcho no campo onde ambos protagonizaram uma partida antológica em 2011. O garoto pegou uma bola, foi fominha e perdeu. Em outro lance, fez bela jogada mas forçou, ao invés de passar para seu companheiro de ataque portenho. Dava a impressão de estar cansado, já que chegou ontem pela manhã do amistoso da seleção contra o Japão, na Polônia. Mas...

Na sua ducentésima peleja pelo Alvinegro, o craque pegou a bola e deu um drible de calcanhar, deixou dois marcadores no chão, ficou de frente para o zagueiro, limpou e tocou com precisão por baixo de suas pernas. Alguém manda o Benjor musicar porque foi um gol daqueles que vão faltar adjetivos. Eram 12 do primeiro tempo.

Ao fundo, dois atleticanos tentam levantar após dribles de Neymar
Mas, assim como naquela partida contra o Flamengo, o Alvinegro Praiano facilitou. Primeiro, o sistema defensivo falhou deixando Léo no mano a mano com Serginho, sem cobertura. Ele cruzou para o baixinho Bernard marcar. Aos 26, depois de cobrança de escanteio no qual aconteceu o choque que mandou Rafael Marques, do Atlético-MG para o hospital, os atletas santistas pararam no campo adversário em virtude do lance e o Galo foi para o contra-ataque pegar o Peixe desprevenido. Gol de Jô, depois da defesa de Rafael em chute de Bernard.



Depois da paralisação de onze minutos, que será comentada mais à frente, a partida esfriou, aparentemente pela preocupação dos jogadores com o estado de saúde do zagueiro atleticano, que passou a noite em observação na Santa Casa de Santos e deve ter alta hoje.

Na segunda etapa, jogo equilibrado com chances para ambos os lados. Felipe Anderson foi substituído por Bernardo, que deu outra mobilidade ao time. Os laterais passaram a subir menos e o jogo passou a ter um ritmo bem menos intenso, com o Atlético tentando surpreender nos contra-ataques e os donos da casa pegando mais no meio de campo.

E, quem diria, outra ocorrência médica. Em disputa pelo alto, Henrique “cabeceia” Bernard e o atacante mineiro também se lesiona, convulsionando. A partida ainda teria um outro lance, desta vez na bola, de Neymar que, em meio a três marcadores rivais, inventa uma lambreta e sofre falta, desperdiçada por Bernardo.

O resultado faz a Libertadores ser uma realidade quase impossível para o Santos e mantém a diferença do Galo para o Fluminense que, a essa altura, se torna uma barreira quase intransponível.


Ah, tem que interditar a Vila Belmiro”

Sem dúvida, a Vila Belmiro não é o estádio mais confortável do Brasil. Tampouco é o mais desprovido de condições para sediar uma partida de futebol profissional. No jogo contra o Atlético-MG, o zagueiro Rafael Marques se lesionou após um choque em cabeceio com um companheiro de time. Foi atendido pelos médicos dos dois clubes, ficou desacordado entre um e dois minutos, e a ambulância não pôde entrar no gramado por conta de um degrau que impedia o acesso ao local. O zagueiro foi carregado em maca especial, imobilizado, até o veículo. No total, o atendimento durou oito minutos.

Em nota oficial, o Santos disse que “o estádio passa por vistorias anuais, realizadas por vários órgãos diferentes, e nunca foi constatada esta necessidade anteriormente”, alertando que providenciará o acesso no local. Quem regulamenta a disponibilidade de ambulâncias nos estádios de futebol é o Estatuto do Torcedor e, segundo a nota, “durante a realização de partidas, [o clube] conta sempre com três ambulâncias ao todo (uma a mais do que pede o Estatuto do Torcedor, de acordo com a capacidade do estádio), sendo duas UTI, que ficam nos dois lados do campo, mais uma de remoção. Há também dois postos médicos para pronto atendimento: um no vestiário do visitante e outro no ginásio”.

Claro que o acesso ao gramado tem que ser viabilizado para preservar a segurança e a saúde de atletas, comissão técnica e demais profissionais que trabalham no gramado. Mas espanta (ou não) a indignação seletiva e o pedido de “medidas drásticas” como interdição. Para quem lembra do paradigmático caso Serginho, zagueiro do São Caetano que morreu após sofre parada cardíaca no Morumbi, sabe que o defensor foi levado até a ambulância de maca, assim como não foi usado o desfibrilador. Esses fatos foram criticados à época por leigos e especialistas, mas não lembro de alguém ter pedido a interdição do Morumbi. Como o atleta tinha problemas cardíacos e o São Caetano foi negligente ao colocá-lo em campo, a questão da qualidade do atendimento ficou em segundo plano.

Mas também ninguém pediu a interdição do Engenhão mesmo havendo críticas à demora da ambulância atender ao treinador do Vasco Ricardo Gomes. Disse o diretor do centro médico do estádio, Alex Bousquet, à época: "A gente parte do pressuposto de que a ambulância tenha equipamento de suporte básico completo. O que me chamou a atenção foi a demora da ambulância e a necessidade de os médicos levarem ele ao centro médico para fazer esse suporte”. Ninguém pediu interdição do Engenhão.

No caso da fratura que faz com que o goleiro tcheco Petr Cech jogue com proteção até hoje, ocorrida em outubro de 2006, o treinador José Mourinho falou à época, reclamando do atendimento. “Há algumas coisas que me deixam em uma situação muito emocional. Meu goleiro estava no vestiário por 30 minutos esperando uma ambulância. O futebol inglês deve pensar a respeito disso. É algo muito mais importante que o futebol.”

Convém não fazer a tradicional mistura de alhos e bugalhos: é preciso discutir e aprimorar cada vez mais a presteza do atendimento médico e, se for, preciso, modificar normas e exigir mais rigor na fiscalização de todos os estádios, não só da Vila. Mas pedir a interdição de um local que tem licenças e alvarás regularizados na base do “porque eu acho que o estádio é um lixo”, como fazem muitos jornalistas e/ou torcedores, cheira a demagogia. Contudo, como existem operadores do Direito e cartolas bem afeitos a apelos demagógicos, ainda mais quando vêm da mídia comercial, não duvido nada que a justiça seletiva se faça novamente.

segunda-feira, julho 16, 2012

Mesmo errando, dá certo

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A vitória do Galo contra o Figueirense no último sábado foi dos jogos mais surpreendentes que vi no campeonato. Antes, imaginava que seria partida de 1 a 0 para qualquer um dos lados. Principalmente porque a defesa do Atlético tomara apenas 3 gols em 8 partidas até então.

Nada como previsões furadas. O Galo fez um gol com relativa facilidade, em pênalti sobre Marcos Rocha e convertido por Ronaldinho aos 17 minutos do primeiro tempo. Mesmo dominando o jogo, o Atlético errou e tomou dois gols ainda no primeiro tempo. Para piorar, no começo do segundo tempo vem o terceiro gol do Figueirense.

Quando tudo parecia perdido, Ronaldinho bate uma falta lateral na cabeça do zagueiro Leonardo Silva, 3 a 2. Na saída de bola, Aloísio, que acabara de entrar no lugar de Loco Abreu, perde o gol da vitória do Figueirense cara a cara com o goleiro Victor.

Aí, o improvável entra em campo. Com enfiadas de bola precisas, o Galo faz gols de contra-ataques com Bernard e Guilherme. Vitória de líder, mas com erros primários na defesa. Se fizer a mesma coisa contra o Inter na próxima quarta-feira, dificilmente sairá com a vitória.


FICHA TÉCNICA
FIGUEIRENSE 3 x 4 ATLÉTICO
Motivo: Campeonato Brasileiro (9ª rodada)
Data: 14/7/2012
Estádio: Orlando Scarpelli
Cidade: Florianópolis (SC)
Gols: Ronaldinho (17’), Anderson Conceição (37’), Júlio César (45’), Ronny (58’), Leonardo Silva (65’), Bernard (70’), Guilherme (75’)
Árbitro: Luis Flávio de Oliveira (Asp. Fifa-SP)
Auxiliares: Vicente Romano Neto (Asp. Fifa-SP) e Herman Brumel Vani (SP)
Cartões amarelos: Ronaldinho, Jô, Marcos Rocha, Guilherme, Serginho (Atlético); Coutinho (Figueirense)
Figueirense
Wilson; Coutinho, Anderson Conceição, Fred e Helder; Fabiano Silva, Doriva, Almir (Ronny) e Caio; Júlio César e Loco Abreu (Aloísio). Técnico: Argel.
Atlético
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Rafael Marques, Leonardo Silva e Júnior César, Pierre, Leandro Donizete (Serginho), Bernard e Ronaldinho (Richarlyson); Danilinho (Guilherme) e Jô.Técnico: Cuca.

domingo, julho 01, 2012

O gol mais bonito do campeonato

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São apenas sete rodadas e não vi todos os gols do Brasileirão, mas a jogada do garoto Bernard com dois chapéus na linha de fundo e o cruzamento para o gol de voleio do Jô é daquelas jogadas que valem mais que os três pontos. Para mim, até agora, o gol mais bonito do Brasileirão.

Claro que os três pontos, jogando na casa do Grêmio, valeram pela dificuldade. Não vi os números, mas o Grêmio deve ter ficado uns 70% do tempo com a bola, sufocou o tempo todo, mas  teve poucas chances de gol. O Galo ficou fechado atrás e saiu no contra-ataque, em que acabou perdendo pelo menos mais umas três chances. Méritos de Marcelo Grohe, o novo titular do gol gremista com a venda de Victor para o Galo. Goleiro que vai chegar num momento bom da defesa atleticana, a melhor do campeonato. Tomou apenas três gols em sete partidas.

Claro que é muito cedo para comemorar a liderança alcançada, mas para quem nos últimos anos só olhava o final da tabela é um alívio. Nas minhas contas, agora só faltam 29 pontos para escapar do rebaixamento. Mas o que chama a atenção nesse time é a vontade com que todos estão jogando. Parece que mais que qualidade técnica, Ronaldinho Gaúcho trouxe confiança ao time. Garotos que antes eram vaiados agora fazem jogadas como a de Bernard hoje. Que o garoto de 19 anos aprenda a ousadia de quem não joga tanto mais, mas um dia foi o melhor do mundo.



FICHA TÉCNICA
GRÊMIO 0 x 1 ATLÉTICO
Motivo:
 Campeonato Brasileiro – 7ª rodada
Data: 1/7/2012
Hora: 18:30
Estádio: Olímpico
Gol: Jô (26’)
Público pagante: 29.137
Renda: R$ 695.960,00
Cidade: Porto Alegre (RS)
Árbitro: Paulo César Oliveira (Fifa-SP)
Cartões amarelos: Serginho, Jô, Leandro Donizete (Atlético); Vilson, Fernando (Grêmio)
Cartão vermelho: Anderson Pico (Grêmio)
Grêmio
Marcelo Grohe; Edílson (Tony), Vilson, Gilberto Silva, Anderson Pico; Fernando Souza (André Lima), Zé Roberto e Léo Gago (Rondinelly); Kléber e Marcelo Moreno. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Atlético
Giovanni; Serginho (Marcos Rocha), Leonardo Silva, Rafael Marques e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete, Bernard (Richarlyson) e Ronaldinho; Danilinho (Escudero) e Jô.  Técnico:Cuca.

segunda-feira, junho 25, 2012

Tudo ajudou, até o juiz.

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A estreia de Ronaldinho Gaúcho em Belo Horizonte, no último sábado, parece ter sido uma vitória fácil, por 5 a 1. Engano. A Galo saiu à frente com menos de 5 minutos de jogo com um gol do questionado Bernard (porque perdeu gol contra o São Paulo), mas poucos minutos depois o Náutico chegou ao empate e deu uma canseira danada em contra-ataques.

O jogo só ficou mais fácil quando o árbitro deu um pênalti inexistente para o Galo, pois não houve falta e se ocorresse seria fora da área. Ronaldinho bateu quase no ângulo e fez seu primeiro gol pelo Atlético. Danilinho marcou na sequência, fez mais um no segundo tempo e a goleada foi fechada com o quinto gol de Escudero.

Além da ajuda do juiz contou muito também a animação dos mais de 16 mil torcedores num jogo às 21h de sábado (alguém consegue me explicar o por quê desse horário?). E a correria do time, que mesmo num momento ruim após o empate não deixou de criar várias jogadas, mesmo correndo o risco do contra-ataque. E o alto acerto nas finalizações, ao contrário dos últimos jogos, em que se criava demais e marcava  pouco.

O  time do Náutico também é melhor do que se imagina, com o lateral Lúcio e o volante Martinez (ex-Palmeiras), Araújo (ex-Goiás) e outros bons jogadores. Domingo que vem tem pedreira contra o Grêmio.

Agora a surpresa, para mim, na rodada foi a derrota do Vasco para o limitado time do Cruzeiro. Com a vice-liderança do Galo, tenho pelo menos dois motivos para secar o Celso Roth.

P.S. Não escrevi sobre a derrota para o São Paulo pelo simples fato de estar viajando e não ter visto o jogo..


FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO 5 x 1 NÁUTICO
Motivo: Campeonato Brasileiro – 6ª rodada
Data: 23/6/2012
Estádio: Independência
Cidade: Belo Horizonte (MG)
Gols: Bernard (2’), Araújo (13’) Ronaldinho (33’), Danilinho (35’) (52’), Escudero (92’)
Público: 16.367
Renda: R$ 601.905,00
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Auxiliares: Alessandro Rocha Matos (Fifa/BA) e Anderson Moraes Coelho (SP)
Cartões amarelos: Serginho, Leandro Donizete, Leonardo Silva (Atlético); Ronaldo Alves, Rhayner (Náutico)

Atlético
Giovanni; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Rafael Marques e Júnior César; Leandro Donizete, Richarlyson (Serginho), Bernard (Escudero) e Ronaldinho; Danilinho e Jô (André). Técnico: Cuca.

Náutico
Felipe, Alessandro (Kim), Márcio Rosário, Ronaldo Alves e Lúcio; Elicarlos, Souza (Ramirez), Martinez e Derley; Rhayner e Araújo. Técnico: Alexandre Gallo.

domingo, junho 10, 2012

Faz 3, vale 1

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Ontem, fora de casa, o Galo ganhou do Palmeiras por 1 a 0. Vale a comemoração pela vitória, a terceira  em quatro jogos no inicio do Brasileirão e a liderança momentânea. O enredo ainda tem a estreia de Ronaldinho, as boas jogadas de Jô, a correria de Bernard, a grande atuação de Réver na zaga, as duas bolas na trave de Marcos Assunção e uma péssima atuação (para não dizer outra coisa) do árbitro Márcio Chagas da Silva.

Foi necessário balançar a rede três vezes para que valesse um gol. E um jogo que deveria ter se tornado fácil no segundo tempo pela vantagem adquirida, tornou-se teste para cardíaco até o último minuto. Porque além de anular gols legítimos, o juizinho ainda inventa de marcar um monte de faltas perto da área do Atlético. Dando chances de o alviverde disparar sua principal arma, as cobranças de Assunção.

Mas acabado o chororô, vale destacar a correria dos dois times em toda a partida. Se não foi nenhum espetáculo técnico, ninguém pode reclamar da vontade dos jogadores e da aplicação na marcação. Não vou falar tanto do Palmeiras porque venho acompanhando pouco, mas a principal característica do Galo neste ano é tomar poucos gols. Neste Brasileirão, em quatro partidas sofreu apenas um. Na temporada, são 23 jogos, 17 vitórias, cinco empates uma derrota. Marcou 46 gols e sofreu 14. Tudo ainda pode dar errado, o time não é nenhuma máquina de jogar bola, há times melhores, mas, para os torcedores como eu, esperança sempre há.

Para encerrar, o personagem Ronaldinho. Pode dar tudo errado, ele voltar a aprontar, brigar com todo mundo, ir para as bebedeiras e as mulheres (nenhum pecado aqui no Futepoca), não jogar nada, mas inegável que nessa primeira partida deu novo fôlego ao time e trouxe experiência a uma equipe com muitos garotos. E eles estão felizes de correrem por ele. Mais um destaque do plantel de renegados do futebol brasileiro foi o Jô. Outro que apronta muito, mas que ontem jogou demais e deu um trabalho danado à defesa palmeirense. Apostar nos dois é que nem o cara que se casa pela décima vez, é a vitória da esperança sobre a experiência. Vamos esperar até o capítulo final para ver como termina a novela.

FICHA TÉCNICA

PALMEIRAS 0 x 1 ATLÉTICO
Motivo: Campeonato Brasileiro – 4ª rodada
Data: 9/6/2012
Estádio: Pacaembu
Cidade: São Paulo (SP)
Gol: Jô (48′)
Árbitro: Márcio Chagas da Silva (Asp. Fifa/RS)
Auxiliares: José Javel Silveira (RS) e Carlos Henrique Selbach (RS)
Cartões amarelos: Pierre, Marcos Rocha, Jô, Danilinho (Atlético); Márcio Araújo, Henrique, Luan (Palmeiras)

Palmeiras
Bruno; Cicinho (João Vitor), Henrique, Thiago Heleno e Juninho; Marcio Araújo, Marcos Assunção, Felipe (Maikon Leite) e Daniel Carvalho; Luan (Mazinho) e Barcos. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Atlético
Giovanni; Marcos Rocha (Serginho), Rafael Marques, Réver e Junior César; Pierre, Richarlyson, Bernard (Leandro Donizete) e Ronaldinho; Danilinho (Leonardo Silva) e Jô. Técnico: Cuca.

segunda-feira, maio 28, 2012

O Corinthians prova do veneno 1 a 0

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As correrias da vida e o final do ano passado do Galo não incentivavam muito a escrever sobre futebol, mas o jogo de ontem entre Atlético e Corinthians teve alguns aspectos interessantes.

O primeiro foi que o Corinthians está provando de seu próprio veneno. Duas derrotas por 1 a 0 no início do campeonato, com gols de cabeça. Não assisti à derrota para o Flu, mas ontem enfrentou um time que, se faltava técnica, entregou-se desde o começo à vontade e à marcação.

O Corinthians teve duas chances de gol claras em toda a partida, mas falhou pela falta de pontaria de Élton e a nulidade do atual futebol de Liedson.

O Galo teve umas três ou quatro chances, o gol de cabeça de Danilinho (com 1,67 m.), gol anulado de André e mais uma chance clara com Escudero e outra com Marcos Rocha.

Poucas chances para uma partida, mas provavelmente a tônica do que se verá nesse campeonato. Muita marcação, vontade e correria, com alguma técnica. O estilo Tite de ser.

Sobre o Atlético vale lembrar que o time perdeu apenas uma partida este ano, a que causou a eliminação contra o Goiás no Serra Dourada. Ganhou o campeonato mineiro invicto num time com poucas mexidas em relação ao ano passado.

Esses resultados e as duas vitórias no começo do Brasileiro podem não significar nada, nada mesmo. Mas o torcedor aqui espera que represente pelo menos o fim do sufoco de lutar contra rebaixamentos, prática dos últimos dois anos. Vale lembrar que é o mesmo período em que o time ficou sem estádio na capital. Isso não explica nada, mas jogar no Independência este ano será um reforço.

Apenas mais uma informação. Para quem diz que o Corinthians jogou sem Paulinho, Jorge Henrique e Emerson, é bom lembrar que o Galo está com sete jogadores no departamento médico, entre eles Guilherme e Leandro Donizetti (titulares).


FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO 1 x 0 CORINTHIANS
Motivo: Campeonato Brasileiro – 2ª rodada
Data: 27/5/2012
Estádio: Independência
Cidade: Belo Horizonte (MG)
Gol: Danilinho (64′)
Público pagante: 14.740
Renda: R$520.680,00
Árbitro: Hilton Sampaio (GO)
Auxiliares: Fabrício Silva (GO) e Cristhiano Sorensi (GO)
Cartões amarelos: Marcos Rocha, Richarlyson, Mancini (Atlético); Willian, Willian Arão, Leandro Castán(Corinthians)
Cartões vermelhos: André (Atlético); Fábio Santos (Corinthians)
Atlético
Giovanni; Marcos Rocha, Réver, Rafael Marques e Richarlyson (Leonardo Silva); Pierre, Dudu Cearense (Escudero), Mancini (Júnior César) e Bernard; Danilinho e André. Técnico: Cuca.
Corinthians
Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Willian Arão (Douglas), Danilo e Alex; Willian (Liedson) e Elton (Gilsinho). Técnico: Tite.

domingo, dezembro 04, 2011

Se Alexandre Kalil acha que seu Atlético entregou o jogo...

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Exemplar do grupo que está na "elite" dos dirigentes do futebol
Dos jogos que valiam alguma coisa na última rodada do Brasileirão, um chamava a atenção. O Atlético-MG, que se safou de qualquer ameaça de rebaixamento quando derrotou o Botafogo na penúltima rodada da competição, tinha a oportunidade de ouro de rebaixar o seu maior rival, o Cruzeiro, uma das cinco equipes da Série A que não conhecem a segunda divisão.

Mas o sonho atleticano ruiu da pior forma possível. Não só o Cruzeiro se salvou, como o fez com uma goleada inapelável: 6 a 1. Até aí, é ruim mesmo perder para o rival por esse placar, atuando com os titulares, ainda mais criando-se tanta expectativa em cima de uma partida que não era tão fundamental para o clube. Mas o presidente do Atlético mostrou que nada que é péssimo não pode ser piorado.

Alexandre Kalil, rei das contratações furadas de medalhões no futebol brasileiro, resolveu mais uma vez abrir a boca. E foi bastante assertivo: “A torcida do Atlético não merece esta vergonha, cansei de prometer, de fazer para jogadores, tinha um bicho que eu tinha prometido, se saísse do rebaixamento, de R$ 1 milhão, este bicho está sendo cancelado, não tem palavra, dei o bicho e acabo de tomar. Fomos desmoralizados”, disse em entrevista à Rádio Itatiaia.

Mas não ficou nisso. “Teve festa no meio da semana, saímos do rebaixamento e abandonamos o campeonato diante do Botafogo. É uma vergonha, até eu estou achando que houve um acerto para entregar o jogo para o Cruzeiro tamanha desmotivação e falta de compromisso.”

Opa, aí a coisa fica complicada. Se o presidente de um clube insinua, mesmo que tomado pela raiva, ainda que sendo sarcástico, que o seu próprio time entregou o jogo para maior rival, cabe não só aos procuradores da Justiça Desportiva como à própria torcida cobrar do dirigente que ele apresente provas do que fala. Senão, ele só estaria justificando seu planejamento equivocado, que fez com que sua equipe só disputasse a competição para não ser rebaixada. Aliás, quem oferece prêmio para elenco não cair para a segunda divisão está assumindo a própria fraqueza. Se os atletas cumprem o combinado e escapam da degola, do que reclama o presidente?

Com declarações desse nível, Kalil justifica que jogadores de outros clubes, como Cléber Santana, falem coisas como: “Não existe um clássico como esse. Pelo momento do Cruzeiro, o Atlético-MG tem um time melhor, e tomar 6 x 1 em um clássico... Deve ser coisa da federação, certeza, trabalharam para isso. Mas nós ficamos dependendo dos outros.”

Já passou da hora dos cartolas serem minimamente responsáveis. E a torcida (de todos os times) deveria cobrar deles, ao invés de ficar tomando conta da vida particular dos jogadores e reclamando da arbitragem.

E a irônica torcida cruzeirense "homenageou" Cuca, o técnico do Galo, que treinou o rival mineiro nas primeiras cinco rodadas do Brasileirão. Veja aqui.

segunda-feira, novembro 21, 2011

Timão 2 x 1 Galo: Liedson e o Imperador

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E ganhamos do Galo! Mais uma vez, sofrido e suado demais. E com mais coelhos sacados da cartola de Tite, que novamente ajeitou o time no segundo tempo.


O Corinthians fez um primeiro tempo mais ou menos. Controlou a posse de bola, mas pouco chegou de fato ao gol do Atlético, que também teve poucas chances em contra-ataques. Os paulistanos insistiram em cruzamentos pouco efetivos.

A segunda etapa começou com o Galo se impondo mais no ataque, o que resultou no gol de Leonardo Silva, de cabeça, numa jogada com cara de ensaiada do ataque mineiro. Aos 10 minutos. Desalentador.

Tite então trocou o exausto Danilo por Alex, que voltou de contusão e entrou muito bem. Pouco mais tarde, uma mudança mais interessante, que eu na hora classifiquei como desespero do treinador: tirou William para a entrada de Adriano, que eu, descrente, disse ser no momento um “gordo manco”.

Como explicou o professor depois do jogo, ele mudou a postura da equipe do 4-2-3-1 para um 4-4-2 mais clássico, com Alex e Emerson fazendo o papel de meias. Com isso, tentou desarticular a marcação atleticana, postada para os dois jogadores abertos pelos lados, e dar mais presença de área com dois atacantes mais centralizados.

O empate veio em cabeçada de Liedson (alguém consegue lembrar quantos gols salvadores ele já fez esse ano?), após cruzamento perfeito de Alessandro pela direita. Insistiram na jogada até acertar. E a virada aos 44 minutos foi num contra-ataque, puxado por Emerson. O gordo manco Adriano pediu insistentemente abola. Sheik segurou até o momento exato e passou.

Primeiro, achei que havia sido impedimento. Depois, que o gordo ia perder. Depois, gritei que nem doido por uns cinco minutos. Adriano foi Imperial e salvou a pátria corintiana. Sua comemoração foi raivosa, explosiva, de quem tem algo pra provar. Que continue nessa pegada.



Se o Timão ganhar do Figueirense no próximo fim de semana em Santa Catarina, fica com uma mão na taça. Se assim for, qualquer resultado que não seja vitória do Vasco sobre o Fluminense encerra a questão antecipadamente. Mas, pra ser bem sincero, não acredito que isso aconteça. A coisa provavelmente fica para a última rodada, num Dérbi que será histórico. Vai, Corinthians!

sábado, outubro 08, 2011

Sobre gritos de torcida

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Ontem o Sidney Garambone levantou um tema em seu Twitter que despertou várias lembranças de idas a estádio. Ele sugeriu que as pessoas relembrassem cânticos de torcida e as pérolas que começaram a surgir me trouxeram à mente várias que escutei in loco e também pela rádio ou TV.

Muitos dos gritos provocativos das torcidas envolvem preconceito social, homofobia, misoginia etc e tal, mas também há aqueles que são criativos e puxam pela história do rival, tem como alvo um atleta adversário ou aproveitam determinada situação para fazer graça. Como santista, era particularmente cruel ver clássicos na época em que o Santos ficou sem ganhar títulos (1985-2002), especialmente depois que o Palmeiras saiu da fila em 1993 e deixou o Peixe como primeiro. Em clássicos, era só aguardar o momento em que alguma das torcidas do Trio de Ferro começaria a contar (em geral antes do jogo começar) “1,2,3,4,5...” até chegar ao número de anos que o time não ganhava um título para cantar “Parabéns, pra você...”. A torcida são-paulina, diferentemente das outras, costumava fazer provocações “patrimoniais” quando ia à Vila Belmiro: “A, e, i, estádio é o Morumbi”, gritavam.

Castigo de artilheiro: ter o filho goleiro
E, claro, também tinham os gritos de “Pelé parou, o Santos acabou” ou “É, é, é, viúva do Pelé”. Para o São Paulo, a resposta passou a ser “Telê parou, São Paulo acabou” e, para o Corinthians, lembro da igualmente infantil “Em, em, em, viúva de ninguém”. Em dado período, a resposta era “familiar”: “Pelé parou, Edinho começou”, um exercício de auto-heresia visto poucas vezes no ludopédio mundial. Hoje, o grito “Santos, o c...alho/lugar de Peixe é dentro do aquário” soa como música perto dos gritos dessa época... Mas junto com o o título do Brasileiro de 2002, que tirou o Peixe da fila, veio um dos gritos mais caros ao torcedor alvinegro: “Diego joga bola/Robinho deita e rola/E só dá Santos”. Desde então, os adversários não lembram da viuvez de Pelé e nem cantam mais parabéns.

A disputa entre jogadores também era um espetáculo à parte. Quem não lembra da Fiel cantando “Chora, porco imundo/Quem tem Viola, não precisa de Edmundo”. Na segunda partida da final do Paulista de 1993, quando o Verdão conquistou o título, veio o troco em relação à primeira partida da final, quando o atacante corintiano imitou um porco ao fazer o gol da tarde: "Chora Viola/imita o porco agora". E, ironicamente, o futebol dito “muderno” (pós-moderno?) levaria mais tarde Viola ao Palestra Itália e Edmundo ao Timão.

Originalidade

Mas um dos gritos citados no Twitter foi dos mais inusitados já cantados em um estádio no Brasil. A história toda está aqui, mas resumindo, Maurinho, lateral-direito que se destacou no Bragantino, foi chamado pelo treinador dantão, o mesmo de hoje, Vanderlei Luxemburgo. E numa partida do Olaria contra o rubro-negro, no dia 1 de abril de 2000, o atleta foi “homenageado” pela torcida. Após gritarem “Ão, ão, ão, Maurinho é seleção”, os torcedores completavam com “Il, il, il, Primeiro de abril”. "Homenagem" similar surgiu anos mais tarde, com o grito "Obina, melhor do que o Eto'o". Ironia fina da torcida.
O Flamengo do "pior ataque do mundo"
O bom humor carioca criou outros cânticos interessantes. Em 1995, o Flamengo formou o que boa parte da imprensa do Rio e de outros cantos considerava o “melhor ataque do mundo”, com Sávio, Romário e Edmundo. A combinação redundou em fracasso e, de acordo com o Wikipedia, foi a torcida do Vasco que, após um empate em zero a zero com o Flamengo, criou a paródia de um jingle de comercial de companhia aérea. “Pior ataque do mundo, pior ataque do mundo/ Para um pouquinho, descansa um pouquinho, Sávio, Romário, Edmundo.”

Em 2008, novamente a torcida do Flamengo fez das suas. Logo depois de ganhar a Taça Guanabara em cima do rival Botafogo, os torcedores, na peleja diante do Cienciano, cantaram para provocar os rivais, que reclamaram da arbitragem. “E ninguém cala esse chororô! Chora o presidente, chora o time inteiro, chora o torcedor!”. Digamos que, nesse caso, a reação botafoguense à perda do título justificou o sarro rubro-negro...

Músicas “adotadas”

Além dos gritos, não raro as torcidas adotam músicas famosas, ou nem tanto, para chamar de suas. Ivete Sangalo já teve músicas suas cantadas por diversas torcidas e, na partida entre Ponte Preta e Sport, na Série B hoje, era possível escutar uma versão de O Meu Sangue Ferve por Você, sucesso de Sidney Magal que também é cantado por outras torcidas, como a do Remo. Mamonas Assassinas e sua Pelados em Santos foram inspiração para a torcida do Inter criar Camisa Vermelha, que tem em seus versos uma referência a um dos temas desse site: "Minha camisa vermelha/ e a cachaça na mão/ o gigante me espera/ para começar a festa" (Veja vídeo aqui).

O caso mais emblemático na área talvez seja o da torcida do Fluminense, que adotou A benção João de Deus na final do primeiro turno do campeonato do carioca de 1980, ano da primeira visita de Karol Wojtyla ao Brasil (leia a respeito). O Tricolor superou o Vasco nos pênaltis e a canção acompanha o clube até hoje.

Ainda se ouve na Argentina o Ilariê de Xuxa
Já “Vou festejar”, do flamenguista Jorge Aragão, celebrizada na voz do botafoguense Beth Carvalho, virou hit entre a torcida do Atlético-MG, que recebeu a sambista para cantar na despedida da equipe da Série B do Campeonato Brasileiro, em 2006. E também foi entoada por outras torcidas, como a do Botafogo do coração de Beth Carvalho, aqui e aqui.

No entanto, o que sempre foi muito curioso pra mim foi ver Ilariê, da multi-artista Xuxa, ser cantada em estádios argentinos. Isso acontece há muito tempo, a brasileira já fez muito sucesso por aquelas plagas, e na Libertadores 2011, tanto a torcida do Vélez Sarsfield, semifinalista da competição, como a do uruguaio Peñarol, entoaram a canção, como se vê aqui. Isso é que é perenidade.

E, você, caro leitor futepoquense, qual o seu grito ou cântico de torcida predileto?

quinta-feira, setembro 08, 2011

Mais que mil

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Por Moriti Neto

Quarta-feira, 7 de setembro de 2011. Feriado de Independência. Portão 15 do estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi. Caminhamos até o setor da arquibancada amarela. Este escriba é familiarizado com o ambiente. Para a esposa, Viviane, grávida de cinco meses, é a primeira vez. A filha mais velha, Luara, do alto de seus oito anos, está no templo pela segunda oportunidade, mas ainda não gritou gol ao vivo e a cores, já que só viu um São Paulo 0 x 0 Palmeiras, em 2009. Gerações diferentes movidas pelo mesmo motivo: ver um personagem.
Quem disse que a torcida tricolor não lota o Morumbi?
Contudo, não é um jogador qualquer. Longe disso. Como atleta, ele é incontestável. Goleiro, capitão, líder, ganhador de títulos, batedor de recordes. Um homem tricampeão nacional, vencedor de Libertadores, campeão mundial de clubes com uma das atuações individuais mais brilhantes da história recente do torneio. Artilheiro. Capaz de fazer muitos gols. Sendo o emblemático, o número cem, em cima do maior rival. Um homem que possibilita ao torcedor, no prazo de seis meses, ver a marca do centésimo tento e de mil jogos com a camisa do clube que ama. Milhar completo aos 21 anos de serviços prestados. Ele é cem. Ele é mil. Ele é Ceni.

As homenagens são várias, mas a maior está na presença dos torcedores. 63 mil pessoas estão no Morumbi. O São Paulo e Ceni são grandes. A torcida, idem. E mostra força. É o recorde de público do Campeonato Brasileiro, algo que dificilmente será quebrado.

A bola rola contra o tradicional, mas combalido Atlético Mineiro. Aos 25 segundos de jogo, um relâmpago faz explodir a massa. Lucas, a maior revelação são-paulina dos últimos anos, arranca e marca um belo gol. Era o começo dos sonhos num dia especial.

No entanto, aos 10, volta à cena a realidade desta estranhamente equilibrada competição. O Galo, com Réver, de cabeça, empata. Surgem alguns xingamentos, mas são rapidamente abafados por um uníssono tricolor. A torcida dá espetáculo. Não para um segundo. Canta e apoia o time incondicionalmente. Quase todo o estádio passa o jogo de pé.

Até o final da etapa inicial, o São Paulo tem algumas chances – em chutes longos – de desempatar. Não consegue. Esperamos ansiosamente o segundo tempo. No intervalo, pedidos por Rivaldo.

Os times retornam dos vestiários. E Ceni está lá. Incentivando os companheiros. O São Paulo vai ao ataque. Cria pouco de efetivo, até que Dagoberto, em ótima jogada individual e arremate longo, faz 2 x 1. Nova explosão. Abraços e sorrisos incontidos disparam pelas arquibancadas.

Cícero sai, Rivaldo, aplaudidíssimo, está em campo. O Tricolor evolui. Trabalha melhor a bola e tem oportunidades de ampliar. O Atlético corre bastante, mas não ameaça claramente a meta do mandante. Ceni não faz uma defesa difícil na partida.


O zagueiro Leonardo Silva, do Galo, é expulso por falta violenta em Carlinhos Paraíba. Com isso, o São Paulo tem chance de se impor de vez e ampliar, o que não ocorre. Henrique substitui Lucas e Casemiro sai para dar lugar a Jean. O time, apesar de muita disposição, ainda mostra defeitos destacáveis. São muitos velocistas e pouca inteligência. Falta a referência de ataque. Mas, não é dia para debater problemas.

Os 2 x 1 levam o Tricolor à liderança, ao menos até que se saiba o resultado de Corinthians e Flamengo, nesta quinta. Porém, a partida é muito mais do que isso. É dos momentos mágicos que fazem a paixão independer de títulos. Ceni saúda e é reverenciado nos quatro cantos do estádio. É a vitória de um grande clube. É a vitória de um mito. E, para este pai e torcedor, vale mais que mil. É o orgulho de compartilhar com a geração que me é seguinte a história tão bela de uma camisa em três cores e a alegria de saber que mais um torcedor está por chegar.

quinta-feira, agosto 18, 2011

Corinthians: virada de campeão pra cima do Galo

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Às 22h25 desta quarta-feira, momento em que cheguei em casa após longa jornada de trabalho, o Corinthians perdia por 2 a 0 para o Atlético MG e colocava em grande risco a liderança do Brasileirão e o emprego do técnico Tite.

Segundo relatos, até ali o time pouco criava. O Atlético, ao contrário, chegou várias vezes com perigo, marcando dois gols de bola parada. Um em cabeçada após escanteio, outro em pênalti bizarríssimo (e questionável) cometido por Jorge Henrique, que meio que dança uma quadrilha com um atacante atleticano.

O Galo, fiel aos preceitos fatalistas de Cuca, recuou, marcou e rezou. O Timão teve a posse da bola, tocou, criou pouco e chutou de longe. Na saída para o intervalo, o cenário não era dos melhores. Fiquei eu pensando no que Adenor faria para tentar uma chacoalhada no time. “No máximo, troca o Jorge Henrique pelo Emerson”, pensei.

Acertei metade. Tite, o retranqueiro, o “empaTite”, botou o Sheik em campo, só que quem saiu não foi um meia, não foi um outro atacante, mas Alessandro, lateral-direito de características marcadamente defensivas. Ele jogou o mais ofensivo Welder para a direita, JH para a lateral esquerda e segurou mais o Ralph para servir de limpa-trilho na frente da zaga. E foi pra cima do Galo. E teve quem duvidasse do motim...

Pensei eu: “ou vai ou racha, Adenor”. Citando Otto Glória, se desse certo, Tite seria bestial. Se levasse dois gols e contra-ataque do Galo, uma besta – e provável beneficiário do seguro-desemprego.

Pois deu muito certo. O Timão mandou no jogo na segunda etapa, atropelou o Galo, virou e podia ter feito pelo menos mais um. Emerson, jogando em sua posição de origem acho que pela primeira vez no Corinthians, acabou com o jogo. Fez o primeiro gol e sofreu um pênalti, convertido por Alex. Antes dos 10 minutos já estava empatado e o Galo com 10 em campo. Tocando a bola, surgiu o gol da virada, com Liedson (passe de cabeça do árabe), e mais um pênalti nele, Emerson, dessa vez desperdiçado por Alex – numa bela defesa do goleiro atleticano.

Tá certo que o Atlético não vem bem das pernas, mas a virada foi marcante. Virada de quem tem elenco pra encontrar opções, vontade de brigar e, enfim, gente que sabe jogar bola. Virada de quem briga pra ser campeão.

Numeralha e meu incorrigível otimismo

Com a vitória fora de casa, o Corinthians alcançou 37 pontos, mesmo número que acumulou em todo o primeiro turno de 2010 – quando terminamos em terceiro lugar e brigamos pelo título até a última rodada. Vencendo as duas rodadas finais – Figueirense em casa, mais provável, e Palmeiras em Presidente Prudente, com mando alviverde, pedreira – bate o recorde de aproveitamento no primeiro turno desde 2003, quando foram instituídos os pontos corridos.

Não resolve nada para o título, estamos nem na metade do torneio, mas demonstra uma campanha bastante boa. E, repito, em algum momento os rivais mais próximos terão sua cota de contusões e outros desfalques. As possibilidades são boas, enfim. Especialmente se o Corinthians conseguir manter a pegada e o nível técnico do segundo tempo de ontem.

quinta-feira, junho 09, 2011

De 1 a 0 em 1 a 0, a liderança - após dois anos

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Assim como na partida contra o Figueirense, um gol solitário garantiu a (pra lá de suada) vitória do São Paulo contra o Atlético-MG, ontem, pela terceira rodada do Brasileirão. O belo chute do volante Casemiro (foto), no primeiro tempo, colocou o Tricolor na liderança do campeonato, o que não ocorria desde o segundo semestre de 2009. Mas a vida do São Paulo não foi fácil lá em Minas Gerais, muito pelo contrário. Tomou sufoco o jogo inteiro, bola na trave e várias chances reais de gol dos atleticanos - que, pra variar, devem estar reclamando muito da arbitragem, por conta de lances duvidosos em que o juiz preferiu não marcar pênalti.

O que ficou clara foi a inoperância do ataque sãopaulino. O gol surgiu num passe do (bom) volante Welington para o também volante Casemiro. O decantado Lucas perdeu dois gols feitos e sumiu, assim como o apagado Dagoberto. No final do segundo tempo, depois de meia hora de muita pressão do Atlético, Paulo César Carpegiani botou Marlos, que, mesmo com o pulmão zerado, não conseguiu prender a bola no ataque. Juan segue jogando muito mal e, na outra lateral, Jean quase não foi acionado. Rodrigo Souto prova que sua mente já deve estar em outro clube. E os saldos positivos, além da vitória e da liderança, foram a defesa, que mandou muito bem com Xandão e Luiz Eduardo (mais Bruno Uvini no final) e o fato de equipe já ter vencido duas vezes fora de casa, o que pode fazer diferença lá na frente. Mas é óbvio que, apesar das três vitórias, é muito, muito cedo pra qualquer prognóstico.



Ex-técnicos campeões
Demitido do São Paulo há dez meses, após a eliminação na Copa Libertadores contra o Internacional-RS, o técnico Ricardo Gomes (foto à esquerda) conquistou ontem, com o Vasco da Gama, a Copa do Brasil - o torneio que Carpegiani não conseguiu ganhar. Pelo critério de gols marcados fora de casa, a derrota por 3 a 2 para o Coritiba, no Paraná, foi suficiente para os vascaínos garantirem o título. Curioso é que o antecessor de Gomes no São Paulo, Muricy Ramalho (à direita), levou o Santos ao título paulista deste ano e está a dois passos de vencer a Copa Libertadores, contra o uruguaio Peñarol. Vale lembrar que o técnico "tampão" que comandou o São Paulo entre Gomes e Carpegiani, Sérgio Baresi, foi o campeão da Copa São Paulo de futebol júnior em 2010 - ou seja, há menos tempo que o último caneco levantado pelo time principal, o Brasileirão de 2008. E, no mês passado, o antecessor de Muricy no time sãopaulino, Paulo Autuori, foi bicampeão da Copa do Qatar, com o Al Rayyan. Nada, nada, garantiu vaga na próxima Liga dos Campeões da Ásia, principal competição do continente, que dará ao vencedor o direito de disputar o Mundial de Clubes da Fifa em 2012. Legal, né, Juvenal?

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

A noite de Vanvan e Silva e Silva

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Coisas que só acontecem na Copa do Brasil.


Jogo entre o desconhecido Iape e Atlético-MG no Maranhão. A esperada vitória fácil do Galo por mais de dois gols não vem por conta, principalmente, de dois principais personagens, o artilheiro Vanvan, autor de dois gols, e o árbitro paraense Andrey da Silva e Silva.

O artilheiro foi bem e aproveitou as oportunidades, depois de o Galo ter saído na frente com gol aos 6 minutos do primeiro tempo, tomou a virada aos 17 e aos 36 minutos em jogadas irregulares. Na primeira, numa disputa pelo alto, com a bola dominada, o goleiro Renan Ribeiro, do Galo, tomou um empurrão e soltou a bola. Na segunda, o bandeirinha assinalou impedimento, o juiz Andrey da Silva e Silva apitou, a defesa parou e ele voltou atrás, validando a jogada.

Claro que o Galo não jogou nada no primeiro tempo e deu sopa para o azar e os contra-ataques do time paraense, mas se eu fosse um pouquinho mais paranóico já diria que começou a retaliação da CBF por conta da posição do presidente Alexandre Kalil nas negociações dos direitos de TV. Mas deve ter sido apenas uma noite infeliz do juizão, membro da família Silva, a mesma de certo ex-presidente.

Na volta para o segundo tempo, Dorival Júnior deu uma arrumada no time, que empatou com Tardelli aos 40 segundos e completou a vitória com Ricardo Bueno, aos 31 minutos.

Vem agora a glória do Iape, ir a Belo Horizonte fazer a segunda partida na semana que vem. Deve ser um jogo interessante, se a arbitragem e a CBF deixarem... Ah, o Galo também tem de jogar mais para manter a série invicta, só com vitórias em jogos oficiais nos campeonatos que disputa neste ano.


sábado, fevereiro 12, 2011

Tarde de Tardelli e a maldição da torcida única

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Como atleticano, estou gostando muito dessa história de torcida única nos jogos Atlético e Cruzeiro. Primeiro porque prova quem vai mais ao estádio. Sozinhos, os cruzeirenses não enchem meio estádio, foram menos de 10 mil almas.


Segundo que, pela segunda vez, só com cruzeirenses presentes o Galo ganhou de 4 a 3, com três gols de apenas um jogador. No Brasileirão foi a vez de Obina. Agora, a tarde foi três vezes de Tardelli.

E foi um jogo extremamente corrido (mesmo com um sol para cada jogador) e emocionante. Se o primeiro gol de Wellington Paulista animou os cruzeirenses, logo em seguida veio a virada com dois gols do inspirado atacante alvinegro.

Para não fugir de polêmica, mas fugindo, não consegui ver se foi pênalti ou não no lance marcado pelo árbitro a favor do Galo. Houve um pênalti no segundo tempo para o Cruzeiro que não foi marcado no Roger, que se jogou tanto que deve ter cansado os olhos do juiz. Além de duas bolas na trave dos azuis.

Mas além de Tardelli vale destacar a tarde inspirada do goleiro Renan Ribeiro, que fez três a quatro defesas importantíssimas. Mostrou que não treme em clássico. Além da boa estreia do zagueiro Leonardo Silva, muito vaiado pela torcida azul por ter trocado de lado, mas que não se intimidou e fez grande jogo mesmo sendo a primeira partida depois de seis meses sem jogar. Com a volta de Réver, que está machucado, o Galo tem tudo para ter uma das melhores zagas do Brasil.

Mas o grande destaque da tarde mesmo foi Dorival Júnior. Improvisou um jovem meia (Jackson) na lateral direita porque não tinha nenhum especialista, pôs para jogar quem está bem fisicamente sem se importar com o nome do jogador (Diego Souza e Jobson estavam na reserva) e quando estava 4 a 2 trocou atacantes e meias por atacantes e meias, sem medo, sem a estratégia de botar mais um zagueiro . Pela segunda vez seguida venceu Cuca e a torcida única azul.

Vamos ver agora no próximo jogo com mando do Galo se a escrita de ganhar o time sem torcida se mantém ou se o Atlético encaçapa a terceira vitória seguida.

sexta-feira, novembro 26, 2010

E... Se o Flamengo (de Luxa) cair...

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As probabilidades não são as maiores do mundo, mas fica a torcida.


Dependendo dos resultados da próxima rodada, as chances de o Flamengo cair serão muito grandes.

O time carioca está com 43 pontos, à frente do Galo (42), Atlético-GO (40), Avaí (40), Vitória (40), este o último na zona de rebaixamento. Ainda há o Guarani com 37 pontos, mas esse creio que já foi.

Mas os confrontos e o número de vitórias não favorecem o time de Luxa. Vejamos:

O Flamengo pega
Cruzeiro (em casa) e Santos (fora)


Atlético GO
São Paulo (em casa) e Vitória (fora)

Vitória
Internacional (f) e Atlético GO (c)

Avaí
Santos (c) e Atlético PR (f)

Se na próxima rodada, Atlético GO, Vitória e Avaí ganharem e o Flamengo perder, ficam todos com 43 pontos, mas o time da Gávea vai para a última rodada na zona de rebaixamento por ter o menor número de vitórias (9).

Para o Galo, basta uma vitória contra os reservas do Goiás para ficar definitivamente fora de qualquer risco.

A sorte do Flamengo é que na última rodada Vitória e Atlético Goianiense se enfrentam, mas mesmo o que perder pode se salvar se o Flamengo não ganhar do Santos, na Vila. O camarada Glauco já disse que os meninos da Vila iriam com muita disposição para cima do "profexô".

Claro que tudo isso é conjectura e torcida contra quem quase acabou com o Galo este ano, mas que não custa secar não custa.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Brasileirão do chororô: três na briga em cima, seis fugindo da degola

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Mais uma rodada completada da reta final do Brasileirão, vulgo o torneio do mimimi e do chororô, tão presentes nas três últimas rodadas e que ainda vão ser a tônica nas próximas vinte partidas. Agora, o Fluminense volta a estar na frente depois da goleada sobre o São Paulo, o Corinthians está um ponto atrás após o empate com o Vitória em 1 a 1 e o Cruzeiro voltou à briga ao vencer o Vasco por 3 a 1.

Ontem, o choro de novo mudou de lado. O treinador corintiano Tite reclamou da marcação de pênalti no lance em que Ralf tocou a bola com a mão dentro da área. O técnico diz que o jogador não teve intenção. Mas talvez devesse explicar porque retirou Jorge Henrique para colocar o volante Paulinho, fortalecendo a defesa, quando o São Paulo empatava com o Fluminense. Como que por castigo, quase no mesmo instante o Tricolor carioca marcou o segundo gol.



Novas conspirações, teses, antíteses e sínteses duvidosas estão sendo refeitas toda semana. Há duas rodadas, as lamúrias vinham do Parque São Jorge por conta da suposta falta de vontade que Palmeiras e São Paulo teriam ao enfrentar o Fluminense. Na rodada seguinte, as lamentações mudaram de sinal por conta da marcação do pênalti em Ronaldo e vinham principalmente do Cruzeiro e, um dia depois do "polêmico" jogo, do Fluminense, que não conseguiu superar o então quase rebaixado Goiás em casa. Os torcedores rivais do Corinthians também não deixaram de chiar.


E é principalmente por conta dessa postura do treinador que é difícil ver no Corinthians uma equipe em que se pode apostar sem reservas. O clube não joga um futebol convincente com Tite, precavido demais para quem tem que vencer, e a prova disso é que, talvez pela terceira vez consecutiva, o arqueiro Júlio César tenha sido o melhor atleta alvinegro em campo.

Nas próximas rodadas, tanto Fluminense quanto Corinthians podem e devem vencer suas partidas. O Tricolor topa com o Palmeiras em Araraquara, que deve escalar reservas como vem fazendo há algumas partidas, e encontra o Guarani no Rio, podendo passar com relativa tranquilidade. Já o Timão tem o Vasco no Pacaembu e o rebaixado Goiás fora, na última rodada. Para um time que quer ser campeão, nenhum bicho papão também. Mas a lógica já foi escanteada nas duas últimas rodadas, nada impede que o seja de novo. O Cruzeiro agradeceria.

Fuga da degola

Já na parte de baixo, Neymar fez três e conseguiu um feito pessoal: marcou um gol de pênalti. É o vice-artilheiro isolado do campeonato com 16 gols e sua performance no 4 a 1 de virada sobre o Goiás no Serra Dourada decretou o que já se sabia ser inevitável há algumas rodadas, o rebaixamento do clube do cerrado.


Restam ainda duas vagas para a Série B de 2011. Guarani, com 37 pontos, e Vitória, com 40, seriam os punidos se o Brasileirão terminasse hoje. Mas o Avaí e o Atlético-GO também namoram a Segundona com 40 pontos, enquanto Atlético-MG, com 42, e Flamengo, com 43 respiram um pouco mais aliviados. Na próxima rodada, o Bugre pega o Grêmio, em casa, e o Vitória vai a Porto Alegre enfrentar os reservas do Internacional que, aliás, não deram mole para o Botafogo e derrotaram os cariocas em pleno Engenhão por 2 a 1. Parada dura para ambos os ameaçados.

O Avaí enfrenta o Santos em casa e o Atlético-GO pega o São Paulo também nos seus domínios. Já o Atlético-MG tem tudo para se livrar do pesadelo enfrentando o Goiás na Arena do Jacaré, enquanto o Flamengo vai ter que se desdobrar para superar o Cruzeiro. Emoções fortes. E chororô e mimimi garantidos.

quinta-feira, novembro 11, 2010

Palmeiras vence reservas do Atlético-MG

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Depois de um empate na partida de ida, o Palmeiras venceu os reservas do Atlético-MG e está nas semifinais da copa Sul-Americana. A noite fria e de garoa no Pacaembu abrigou um gol olímpico de Marcos Assunção e outro de Luan, após um raro contra-ataque alviverde.

Os 2 a 0 mantém o Palmeiras em uma das duas competições que disputa no segundo semestre. O time vem jogando mal no Brasileirão, desencanado mesmo. Até porque, Luiz Felipe Scolari rende melhor em competições de estilo mata-mata.



O Atlético-MG jogou melhor do que o Palmeiras poderia ter permitido. Escrevendo de um jeito mais claro: o time mineiro teve boas chances de gol, com liberdade para avançar. Se o time não fosse o reserva ou se tivesse um meio-campo mais articulado, teria gerado problemas reais. Quando saiu o segundo gol, era o time de Dorival Jr. quem tinha melhores condições.

Valdívia entrou jogando, mas durou 16 minutos. Motivo para jornalistas perguntarem e para Felipão se irritar. O chileno está precisando tomar uns passes, uns banhos de cachaça ou qualquer coisa do gênero. Ô, fibrose chata.

Lincoln jogou bem, Kleber trombou bem... E Marcos Assunção bateu faltas e chutou a distância bem. Segue sendo a principal arma do ataque. E o meio de campo continua com mania de chutão, com dificuldades de sair em contra-ataques.

Depois de vencer o 16º colocado no campeonato brasileiro, o Verdão espera o vencedor entre Avaí e Goiás, respectivamente o 18º e 19º da classificação, ambos na zona de rebaixamento.

Mas o que importa é que o Palmeiras está nas semifinais, entre os quatro melhores da competição. Algo assim não acontecia desde o brasileirão de 2008. Que melhore. É com isso que contam palmeirenses como os 35 mil torcedores que se molharam no Pacaembu.

segunda-feira, novembro 08, 2010

Atlético-MG e Santos, Dorival e a reflexão tardia

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O empate em 2 a 2 do Santos com o Atlético-MG traz algumas reflexões. Como a disputa pelo título já havia sido praticamente sepultada após o empate como Vitória no meio de semana, restava ao Peixe fazer uma apresentação digna diante do ameaçado Galo. Garra e determinação não sobraram ao Santos (nem ao Atlético), mas faltou algo que sobrava ao time no primeiro semestre: a volúpia de ir à frente.

Claro que a comparação pura e simples com aquele time pode ser cruel, pois hoje o Alvinegro não conta com Wesley, André, Robinho e o contundido Paulo Henrique Ganso. Mas, mesmo quando jogava com o time misto ou quase todo reserva, a vontade ofensiva se fazia presente no Santos de alguns meses atrás, muito por conta da forma de jogar proposta por Dorival Junior. Na partida em Sete Lagoas, Marcelo Martelotte tinha seis jogadores fora de combate, mas tinha Alan Patrick como opção para o meio. Preferiu atuar com três volantes, estreando Possebom junto às entradas de Rodriguinho e Adriano.

Diante da escalação santista, só restava ao Atlético-MG fazer o óbvio: pressionar a saída de bola peixeira. Conseguiu se manter boa parte do jogo no campo santista, mas sofreu o primeiro gol em jogada individual de Neymar. Mesmo sem criar grandes chances, ainda que dominando as ações, a equipe mineira chegou ao empate com Diego Tardelli.


O espaço entre o gol santista e o do empate foi simbólico. Um time pressionava e o outro se defendia, sem conseguir acionar os rápidos contra-ataques que caracterizaram a equipe há alguns meses. Isso em função não apenas da escalação defensiva do técnico, mas também da falta de mobilidade de Marquinhos, que, sem a companhia de Ganso para dividir a armação, não mostrou desde a contusão do parceiro condições de exercer essa função sozinho. Fez mais uma partida pífia e sua substituição por Alan Patrick na segunda etapa foi mais que tardia.

Na segunda etapa, a virada merecida fez com que finalmente o comandante santista alterasse o time. Além de Patrick, Marcel também entrou na equipe e o esquema com três volantes se desfez. O time chegou ao empate com Neymar novamente, em uma falha do goleiro, assim como no segundo gol do Galo. Uma chance ou outra de definir o jogo de cada lado, mas o empate permaneceu ao final. Justo pelas condições técnicas apresentadas por cada um, injusto pela maior vontade de vencer do Atlético-MG. Mas só vontade não ganha jogo.

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Foco de toda a mídia antes da partida começar, o abraço de Neymar e Dorival Junior é menos relevante do que o fato de todos os atletas santistas terem ido abraçar o ex-treinador. Fica a impressão de que não havia desgaste (além do natural) entre o comandante campeão paulista e da Copa do Brasil com o elenco. Sua demissão de fato se deu em função de um episódio que se desdobrou em vários. À quebra de hierarquia de Neymar, se sucedeu a quebra de hierarquia de Dorival, querendo punir o atelta mais do que o acertado com a diretoria. E a direção santista, assim como o ex-técnico, exagerou na punição.

Tal desprendimento dos diretores à época poderia ter mais de uma leitura, como a de que o Alvinegro tinha um técnico em vista e não queria seguir com Dorival em 2011. No entanto, a manutenção de Martelotte no cargo deixou evidente também que a diretoria do Santos tinha desistido do Brasileiro. Ou que fez a aposta de que um interino poderia dar novo gás à equipe, a exemplo do que aconteceu com o Flamengo em 2009. Contudo, a principal diferença é que aquele Flamengo era um time de cobras criadas, enquanto o Santos tem muitos garotos que não podem prescindir de um treinador com alguma tarimba.


O resultado é que, mesmo com as séries ruins de Fluminense e Corinthians, o interino santista conseguiu a medíocre marca de 39,4% de aproveitamento em 11 rodadas, índice semelhante ao do Flamengo. Dorival, mesmo assumindo um time arrasado pelo “gênio” Vanderlei Luxemburgo e pelas contratações da diretoria mineira, conseguiu até agora 50% dos pontos disputados (contra 29,8% do hoje treinador flamenguista), o que deu alento para uma equipe antes quase fadada ao rebaixamento.

Aliás, é a segunda vez seguida que Dorival tenta consertar a "obra” de Luxemburgo. No Santos do "gênio", Neymar era mais reserva do que titular, Ganso não tinha a confiança de Luxa, André mal sentava no banco de reservas e muitos na Vila não queriam a volta de Wesley, emprestado a pedido do ex-treinador. A equipe de Luxemburgo também era montada vez e outra com três volantes, assim como a que enfrentou o Atlético-MG. Por isso, a equipe que jogou contra o Galo lembra mais (em números e no jeito) o time do “profexô” do que o do primeiro semestre. Sem vontade ofensiva e igualmente sem padrão de jogo. Espera-se um técnico para 2011.