Compartilhe no Facebook
Enfim, a temporada do futebol brasileiro 2006 acabou. Até mesmo no tom das entrevistas.
Surpresas, destaques e decepções, como sempre. Os destaques são vários. Muricy Ramalho conquistou um lugar no Olimpo, mostrando personalidade e a competência até então discutível, porque não havia ainda sido campeão nacional. E foi.
Me surpreenderam sobretudo o Grêmio de Mano Menezes e o Vasco da Gama de Renato Gaúcho. O Paraná de Caio Júnior, com um futebol sem brilho mas pragmático, fez uma campanha impressionante, e depende de si para ir à Libertadores, graças ao sortilégio que permeia a história de Vasco e Santos, que sempre protagonizam jogos históricos (ainda escrevo sobre isso).
O Santos, apesar de sua torcida nunca satisfeita, cumpriu o que o clube se comprometeu a fazer em 2006: levantar o Paulista e ir à Libertadores. A torcida do Santos não pode se esquecer que o clube vem disputando a ponta das tabelas há cinco anos: 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006. Não é pouco.
Palmeiras e Corinthians, que terminam o ano afogados em dívidas e com o futuro incerto, simbolizaram um futebol paulista ainda arrogante, mas decadente. Decadência muito bem exemplificada pela queda de Ponte Preta e Guarani, respectivamente para a segunda e terceira divisões; pela impotência do Paulista, que não conseguiu subir; pelo drama da Portuguesa, pela qual tantos torcemos e, evoé, continuou na segundona!
O futebol carioca não foi mal, com exceção do Fluminense. Pena que o Flamengo, agora que parecia reencontrar uma história perdida, quando ia conseguindo se reerguer misturando moleques e Obinas, resolveu se envolver com os mercenários da MSI. O Botafogo manteve uma toada, sem grandes pretensões ou riscos, mas muito mais seguro do que nos anos passados.
Entre os mineiros, a euforia dos atleticanos contrasta (a favor dos alvinegros) com a pífia temporada do Cruzeiro, que deixou a briga por qualquer lugar honroso faz tempo. Os torcedores do Galo têm duplamente o que comemorar.
Os nordestinos perderam Fortaleza e Santa Cruz, que caíram para a série B, mas levaram à série A o Sport, o Náutico e o América-RN.
E o São Paulo foi o campeão indiscutível, independentemente do péssimo nível do campeonato. Os concorrentes mais diretos do Tricolor (Inter, Santos e Grêmio) se conformaram cedo demais com o possível ou o aceitável.