Destaques

segunda-feira, junho 23, 2008

No butiquim da Política - Papo (de bar) sobre ética

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Por CLÓVIS MESSIAS


Olá, amigos do Futepoca! Começo hoje a contribuir para o blogue com minha coluna sobre política, mas sempre no clima de "papo de buteco". E buteco que se preza - este é o nosso caso - começa em grande estilo: papo sobre ética na política. A abordagem de um assunto complexo exige premissas, que embora inconclusivas, podem ser esquecidas em benefício próprio.

Conhecemos, às vezes, as fraquezas psicológicas que alguns políticos passam. Advém daí a vulnerabilidade, surgida das necessidades, quase instantâneas. É difícil falar em ética numa política mercenária. Mas os mercenários existem porque há pessoas que acreditam no pagamento para a solução. Lei de Gerson (foto).

Mas voltemos a insistir: a ética é um bem do indivíduo. Vamos colocar a premissa de que a política democrática é igual à fraternidade. O substantivo feminino "fraternidade" nos conduz ao amor ao próximo, à harmonia, à boa amizade, a união com convivência.

Continuando o raciocínio, sendo a política uma fraternidade, deve-se, então, cultivar uma instituição fundamentalmente "ética". O substantivo feminino "ética" designa uma reflexão filosófica sobre a moralidade, sobre os códigos que orientam a conduta humana. A ética tem por objetivo a elaboração de um sistema de valores. A política, a que me refiro, é uma organização ética, com códigos de valores e de condutas.

Política com ética e fraternidade deixará o Estado mais forte e seguro. Isto é que é papo de buteco. Buteco de respeito, tem papo de "saideira" à vontade. Olha, mas este papo é mais sério que muitos políticos. E eu não tomei nenhuma! Ainda!

Abraços a todos e até a próxima semana!

*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

Ataque 2, Vasco 0

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Foto: Divulgação/Palmeiras.com.br
O ataque do Palmeiras resolveu a partida de domingo contra o Vasco em São Januário. Alex Mineiro e Kléber marcaram um tento cada e definiram a cabalística 51ª vitória de 101 partidas entre os times que, segundo alguns como Luiz Gonzaga Belluzzo, têm histórias parecidas.

Para um time que chegou a campo em um clima de crise por salários atrasados, ficou parecendo que a história era, para sobrar pauta pro OV, invenção da imprensa. Isso se pagarem amanhã.

A partida mostrou um Vasco com poucos recursos ofensivos para fugir da boa marcação do Palmeiras. Até Marcos driblou atacante. Diego Souza esteve melhor que Valdívia que, longe de resolver, tampouco esteve apagado no jogo. Explico-me: ele joga mais bola do que vem mostrando, mas não é craque, não resolve todos os jogos. Como ele pode jogar mais bola, tem cobrança, mas não o vi fugindo do jogo.

Martinez demonstrou uma elegância ímpar no meio de campo. Errou, pelas minhas contas, um passe. Mandou avisar que o recuperado Léo Lima vai ter que esperar a vez na reserva, para as formações verdes com três volantes.

É bom que Élder Granja se saia bem no jogo (cruzamento perfeito pra cabeçada plástica de Alex Mineiro aos 36 do primeiro tempo) em um jogo em que Leandro esteve menos presente.

O segundo gol, de Kléber, foi com um chute dentro da área após jogada individual. Esse tipo de chute o atleta tentou repetir outras duas vezes durante o jogo, mas por desarme ou tropeço, não conseguiu. No lance feliz, aos 29 do segundo tempo, pareceu era tão óbvio que ele tentaria chutar que o Alex Mineiro simplesmente pára à esquerda, não se posiciona para receber. Um belo gol.

Longe de isso significar o início da ascenção rumo à conquista, como quer Marcos, o mais torcedor dos jogadores, a partida mostrou um time tranquilo que soube resolver o jogo. Das nove finalizações, duas foram gol. Simples.

40 anos da tragédia de "Puerta 12" na Argentina

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O Lance! de hoje recupera uma história tenebrosa que, confesso, nunca tinha ouvido falar: a tragédia de "Puerta 12", que vitimou 71 torcedores no estádio do River Plate, Monumental de Nuñes, em 23 de junho de 1968 (há exatos 40 anos, portanto). Numa tarde de domingo, após um empate sem gols no clássico entre River e Boca Juniors, centenas de torcedores do Boca desciam os 80 degraus da escadaria entre a arquibancada e o portão 12 do estádio. Para surpresa dos primeiros que chegaram no último lance, a saída estava trancada. Sem conseguir abrir o portão, nem voltar ou avisar os que ainda desciam, sete dezenas morreram por asfixia ou esmagamento (a foto mostra o sangue na escadaria), fora um número não divulgado de feridos. O triste episódio, até hoje a maior tragédia do futebol argentino, foi recuperado recentemente no documentário "Puerta 12", do diretor argentino Pablo Tesoriere - sobrinho-neto de Américo Tesoriere, goleiro do Boca e da seleção argentina na década de 1920. Ele ouviu ex-jogadores, jornalistas, parentes das vítimas e dirigentes do Boca Juniors (a cúpula do River Plate ignorou o projeto). O governo argentino, na época, não cobrou uma investigação mais rígida. Ainda hoje, não há um culpado oficial, mas consta que o portão teria sido fechado pela própria polícia, pois a torcida do Boca tinha cantado a marcha de exaltação a Juan Domingo Perón, rival do ditador da época, Juan Carlos Onganía. Ou seja, teria sido um crime do estado. Por isso, o episódio rendeu apenas uma sanção econômica ao River e dois funcionários demitidos. A AFA (Associação de Futebol da Argentina) também é acusada de oferecer dinheiro a dirigentes para que renunciassem a seus cargos.

Trailer do documentário

domingo, junho 22, 2008

Clóvis Messias é o novo colaborador do Futepoca

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Agora está confirmado: estréia nesta segunda-feira, dia 23, aqui em nosso blogue, a coluna "No butiquim da Política", com o histórico jornalista Clóvis Messias (foto). Dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo, Messias quer abordar, de forma didática (ou antes: no formato de papo de buteco), temas espinhosos mas cruciais como ética na política, falta de comprometimento dos políticos com os eleitores e partidos, má utilização do dinheiro público, democracia "sofismática", enfim, um monte de assuntos para dar pano pra manga aqui no Futepoca.

Conheci Clóvis Messias por meio do programa de rádio ABCD Maior no Ar, que apresento diariamente na região do ABC paulista. Modesto, quase nada fala de sua carreira - que é extensa. Fuçando no site de Milton Neves, descobri que esse paulistano da Vila Matilde começou na Rádio Nacional em 1957, e também na TV Paulista. Dois anos depois, estava na TV Continental, no Rio de Janeiro. Por ela, Messias cobriu a inauguração de Brasília e integrou a famosa equipe esportiva comandada pelo cronista Waldir Amaral, em link com a Rádio Panamericana de São Paulo (aquela das narrações de jogos do Brasil na Copa de 58, que estamos reproduzindo aqui no blogue).

Ainda no Rio, Messias trabalhou na Rádio Tupi e na Mayrink Veiga. De volta a São Paulo, em 1965, foi trabalhar na Piratininga. Pouco depois, chegou à Rádio Jovem Pan, onde ficou por quase dez anos. Em 1974, foi levado para a Rádio Bandeirantes. Na hoje Band-AM, Clóvis Messias integrou a equipe em que Fiori Giglioti era narrador. Em 1976, começou a cobrir política, tanto na Assembléia de São Paulo quanto no Congresso Nacional. Participou também da implantação da Central Brasileira de Notícias (CBN de São Paulo) e coordenou o jornalismo na Rádio Capital-AM.


Foto do site do Milton Neves: em 1969, no Pacaembu, jornalistas entrevistam o Rei Pelé. Clóvis Messias é o primeiro à esquerda, de costas.

sábado, junho 21, 2008

Tamanho da crise e a oposição: tem ainda o jogo com o Vasco

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Um dos mais extensos títulos da história é só pra lembrar do pé do post, que fala sobre bola rolando. Mas antes, a crise.

O Observatório Verde fez a compilação do caso do atraso dos salários dos jogadores palmeirenses. Reclamam do excesso de ênfase que o tema ganhou na imprensa e dizem que não é chato, mas não tão grave.

É grave, claro. É errada e fórmula do fracasso essa história de não pagar salário.

(Parênteses: em 2007, o Palmeiras atrasou salários, o que gerou um clima péssimo com os jogadores e a saída de Paulo Baier. Há males que vem para bem, mas atualmente não vejo ninguém pra mandar embora do elenco desse jeito.)

Toninho cecílio, ex-zagueiro e gerente de futebol do clube prometeu pagar até terça-feira. Ou sexta.

Élder Granja, lateral direito, deu uma declaração curiosa: "(...) no futebol atrasar dez dias não é atraso. É normal." Não se sabe se é pra fazer média com o patrão ou se é um arroubo de sinceridade. Não duvido de um saudável misto das duas coisas.

Mas junto da saída do diretor de Marketing, Carlos Augusto Mira, começa a dar a impressão de que tem mais oposição nessa história de crise.

As acusações de Mira são graves. Ele diz que alguns diretores receberiam comissão em negociações de patrocínio e que cláusulas de confidencialidade em contratos do clube não ajudam. Como o clube não é público (longe disso), não há nada tão errado no sigilo, embora ele não seja desejável.

Acusações contra o ex-presidente do clube nunca faltaram.

Serafim Del Grande, presidente do Conselho, disse que não aceita a demissão e que já abriu sindicância para apurar as denúncias.

Há quem defenda a tese de que, quando não se quer descobrir nada, é só criar uma comissão para se encarregar do enterro. Sei lá se é o caso.

Desde que não haja risco de Mustafá Contoursi voltar, que se apure tudo. Se houver o risco, que se apure também outras gestões. E até o contrato com a Antártica.

Tudo bem, eu exagerei.

Jogo
Construída de fora para dentro ou da oposição para a imprensa, é no meio dessa onda que o time vai a São Januário. Entra com Diego Souza como titular, mostrando que Luxemburgo, leitor do Futepoca, sentiu o peso das críticas à formação com três volantes. É verdade que ajuda, na decisão, o fato de Léo Lima não ter recuperado o bom futebol depois da contusão do final do paulista e de Diego ter jogado bola na vitória imponente sobre o Cruzeiro.

É bem complicado tentar a primeira vitória como visitante no campeonato contra o Vasco.

Cadê a bola? Cadê, cadê?

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"Exuberante o futebol/Da Portuguesa faça chuva ou faça sol". Cantarolava os lindos versos do hino da Portuguesa Santista, a mais Briosa de Ulrico Mursa, no fim do expediente da sexta-feira. Ao ouvir o trecho da música, Carminha, a Eminência Parda deste blogue, riu e fez cara de descrédito em relação à existência de tais palavras concatenadas de forma poética, engendradas em uma melodia cativante.

Para provar a existência dos versos, procurei na internet o hino. Achei o sensacional site Hinos de Futebol Podcasts e lá estava o hino da Briosa. Obviamente, é inevitável continuar a fuçar mais canções brilhantes dos times de futebol, como o conterrâneo da Lusinha, o Jabaquara, que tem em seus versos um dos piores cacófatos da história dos hinos: "Jabuca, Jabuca goooool".

Há outras pérolas da poesia nacional, como se vê no hino do São Bento, "Gol sorocabano, vai ganhando Azulão.../Gente de tutano tricotando o balão...". E quem quiser pode escutar o pra lá de animado hino do Taquaritinga, o portentoso CAT do Marcão, que tem versos como "Com as palavras se escreve sua história/ E com jogos muitas glórias/Que alegraram a multidão". O conceito de "multidão" na letra certamente é bastante elástico.

Mas uma indicação do Olavo mostrou aquele que deve ser o hino mais sensacional do futebol brasileiro. Trata-se da música que saúda o Goiânia Esporte Clube. O áudio evidencia o cuidado com o arranjo, um galo que carcareja de quando em quando na gravação, o órgão que fica entre a música de igreja e a Jovem Guarda, e o refrão que tem um tom quase de anúncio publicitário. A letra abaixo demonstra o primor e originalidade:


O galo carijó é professor.
O galo carijó é brigador.
O galo quando entra no rebolo
pega a bola, faz o gol, esconde a bola e ninguém vê

Cadê a bola?, cadê cadê?
Goiânia Esporte Clube futebol é com você!
Com você!!

Cadê a bola?, cadê cadê?
Goiânia Esporte Clube futebol é com você!
Com você!!Com você!!


Vale a pena ouvir aqui, é comovente... Se você tiver um hino pra indicar, fique à vontade, leitor.

sexta-feira, junho 20, 2008

Sangue esguichou durante Brasil x Paraguai!

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Domingão, cinco e meia da tarde, e nada pra fazer num pacato bairro de Jundiaí, no interior paulista. E lá estava o aposentado, de 65 anos, esticadão no sofá, apreciando o Paraguai vencer a seleção brasileira (foto ao lado). Foi então que sua esposa, uma costureira de 71 anos, surgiu apavorada na sala. O motivo: estava jorrando sangue do chão do banheiro! Nesse momento, começaram a brotar poças de sangue no chão da cozinha e da própria sala. Os jatos atingiam cerca de 20 centímetros. "-Era tão alto que você podia pegar o sangue com um copo", disse uma vizinha, a quem a dona da casa ligou logo após o estranho fenômeno. Quando a vizinha chegou, notou o líquido vermelho também dentro de um quarto que, até então, estava trancado. O sangue só não apareceu no cômodo dos fundos. Depois de limparem a sujeira com água quente e álcool até o início da madrugada, a vizinha voltou para sua casa. Cinco minutos depois, o sangue começou a esguichar novamente, das paredes e batentes das portas. Um laudo do Instituto de Criminalística confirmou que tratava-se, de fato, de sangue humano! Pior: como esse é o país da piada pronta, o fato inexplicável ocorreu em uma casa (foto à direita) da rua Antônio Bizarro - é sério: o nome é esse mesmo! Teria sido esse estranho acontecimento, bem na hora em que o Paraguai nos vencia, um aviso divino (ou diabólico) ao Dunga?!??

Selecinha em quinto nas eliminatórias

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Com a vitória ontem do Chile por 3 a 2 contra a Venezuela, o Brasil caiu para o quinto lugar nas eliminatórias sul-americanas. Hoje, teria de disputar a vaga numa repescagem contra alguma seleção da Oceania.

Na realidade, isso não quer dizer nada porque estamos apenas no primeiro terço dos 18 jogos das eliminatórias e ainda teremos pela frente times como Peru e Bolívia para somar pontos, já que estão nas últimas posições.

Mais que isso, o importante é que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, começou a fritar o anão que dirige a selecinha.

Segundo matéria da Folha Press, publicada hoje, fez acordo com Ronaldinho Gaúcho e impôs a Dunga a convocação do meia para os Jogos Olímpicos entre os jogadores acima de 23 anos.

Quem se lembra de como Teixeira costuma atuar, tem certeza de que Dunga está na marca do pênalti. Se não ganhar o título...

Após o jogo contra a Argentina, este escrevinhador de bobagens fez uma quadrinha em homenagem ao anão e à selecinha. Está lançado o desafio, quem quiser, complete...

A música é a de: Teresinha de Jesus...

Homenagem à selecinha

Selecinha, do anão
Tem dois jogos, faz gol não.

Argentina, Paraguai
Mesmo assim, Dunga não cai.

O Ricardo Teixeirão
diz que a culpa é dele não.

Se na China não ganhar
De técnico, o Brasil vai trocar

Luxemburgo, Felipão
nenhum deles num vem não

Pros Bambi vai sobrar
Sem o Muricy, eles vão ficar

quinta-feira, junho 19, 2008

Carrasco brasileiro pode ir para o Manchester United

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Mesmo eleito o melhor jogador da América do Sul em 2007, o paraguaio Salvador Cabañas, por conta de seu físico, digamos, peculiar, era motivo de troça até bem pouco tempo no Brasil. Mas depois de ser decisivo na eliminação de Flamengo e Santos na Libertadores e na derrota do Brasil para a seleção do Paraguai nas eliminatórias, os brasileiros que só olham pro umbigo e para a Europa começaram a vê-lo de forma diferente.

E parece que a Europa também começa a enxergar Cabañas. O jornal mexicano Milenio divulgou o interesse do campeão europeu, Manchester United, no futebol do paraguaio de 27 anos. Segundo o periódico, a proposta deve ser formalizada nos próximos dias para o América do México. O contrato do atleta vai até junho de 2009 e o time mexicano, caso não aceite negociá-lo, pode ficar sem qualquer dinheiro com sua saída.

A proposta do clube inglês para Cabañas envolveria um salário anual de dois milhões de euros por ano para o paraguaio. Se algum clube brasileiro quiser concorrer, já sabe quanto vai ter que desembolsar...

A cerveja japonesa para crianças

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Mais uma pauta soprada pela iminência ruiva.

A sensação do momento no Japão é a Kodomo no nomimono, ou "Cerveja da Garotada", numa tradução livre. A bebida não é alcoólica, mas imita o colarinho da cerveja, e está no mercado há dois anos.

Entendeu? Tem mais aqui

A bebida é vendida em pacotes de seis garrafas no padrão longneck (foto) e em latinhas de alumínio.

"Imagine esses produtos vendidos por aqui? Com tanta preocupação com 'as crianças' hoje em dia, duvido que a cerveja de mentirinha para crianças passaria do primeiro passo de qualquer empresa de bebidas", escreve Michael Keferl, autor do blogue criado por Akemi Kilian-Nakamura, CScout Japan.

Com ajuda do Google Translator, parece que a página da linha infantil de falsos gorós, Sanfaria diz o seguinte: "A mãe e o pai vão brindar? As crianças também participaram, por favor. Eu quero Children's, um brinde!" E mais adiante: "Na festa de aniversário, na festa da estação, na festa da cereja, em um churrasco ao ar livre (...) vamos brindar".

Keferl explica que há diferenças entre ocidentais e nipônicosque podem ser notadas "em pequenas coisas da vida" como esta. "O Japão é conhecido por sua cultura de grupos de bebida e isso, na verdade, é uma ótima forma de incluir as crianças em festas de família", contextualiza.

Você serviria a falsa cerveja para seu(sua) filho(a)?

"Os minutos corriam rapidamente, plagiando os companheiros de Bellini"

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Hoje faz 50 anos que o Brasil enfrentou o País de Gales pelas quartas-de-final da Copa do Mundo da Suécia, em jogo disputado no estádio Nya Ullevi, em Gotemburgo. Depois de passar facilmente pela União Soviética, considerada uma das favoritas ao título, a seleção canarinho não esperava enfrentar tanta dificuldade na primeira partida eliminatória: os galeses atuaram com dez na defesa, num ferrolho que os brasileiros precisaram martelar por 71 minutos até fazer o gol e garantir a vitória - e a classificação para a semifinal, contra a França - pelo magro placar de 1 a 0. O título do post, retirado da transmissão da Rádio Panamericana (que você pode ouvir abaixo), dá idéia do desespero: o time do Brasil correndo, o adversário retrancado e o tempo passando assustadoramente depressa.

"O jogo mais difícil foi contra o País de Gales", sentenciou o ex-volante Dino Sani ao Estadão na última sexta-feira. "Naquele tempo a gente não conhecia os jogadores como hoje", observou. A partida contra o País de Gales marcou a revelação de Pelé para o mundo. "Ninguém sabia direito quem era esse Pelé", frisou Dino Sani ao Estadão (na foto acima, o menino Pelé, de 17 anos, sendo seguro por um galês). "Quer dizer, se ele estava lá, é que era bom. Mas só quando começou a jogar é que vimos que iria longe. Mas ninguém imaginava que iria tão longe assim. Foi o maior de todos", frisou Dino Sani.

Na partida seguinte, contra a França, Pelé voltaria a brilhar, com três gols, e ainda marcaria mais dois na decisão. Confira, abaixo, trechos da narração da Rádio Panamericana, do confronto entre o Brasil e o País de Gales:



Se não abrir, clique aqui


Ficha técnica

Brasil 1 x 0 País de Gales

Data: 19/junho/1958
Local: Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo
Árbitro: Hriedrich Speilt (Áustria)

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Mazola, Pelé e Zagallo; Técnico: Vicente Feola;

País de Gales: Kelsey; Williams, M. Charles; Hopkins, Sullivan, Bowen; Medwin, Hewitt, Webster, Allchurch, Jones. Técnico: Jimmy Murphy;

Gol: Pelé (71).

A "cerradinha" do País de Gales

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Parecia uma barbada. O Brasil tinha fechado a primeira fase com uma grande apresentação contra a União Soviética e o selecionado de País de Gales, dois dias antes, passara por uma partida desempate desgastante contra a Hungria. Além disso, o craque galês John Charles, atacante da Juventus de Turin e tido como um dos possíveis destaques da Copa, estava contundido e não jogaria.

Mas não foi bem assim. Segundo a Gazeta Esportiva Ilustrada, a equipe européia não passou mais do que 10 minutos do jogo com a posse de bola. Um esquema defensivo que lembrava as retrancas de times do interior paulista, que a publicação comparava à “cerrradinha”. Tal sistema foi celebrizado por Caetano de Domenico, ex-treinador do Palestra Itália, que nas décadas de 30 e 40 armava equipes com duas linhas de quatro praticamente nos arredores da área.


Vavá, contundido em função de uma pancada no tornozelo esquerdo, não entrou no jogo e cedeu lugar a Mazzola, que não atuou bem. Mesmo assim, chegou a fazer um gol de bicicleta, justamente anulado por impedimento. O goleiro Kelsey foi a figura da partida, com intervenções milagrosas. Mas a vitória brasileira viria em um lance de craque, o primeiro do Rei na Copa do Mundo.


O belo gol do santista, que controla a bola e finta espetacularmente M. Charles, chutando com precisão, é considerado por Pelé mesmo como o mais importante de sua carreira. "Ali tudo se fixou", conta em entrevista ao Estado. Perguntado como bolou o lance, respondeu: "Imaginei ali mesmo. Foi um meio-chapéu, um... Era a única forma de tirar o zagueiro da jogada.

Naquela quarta-de-final, a seleção alcançava uma marca até então inédita para qualquer time: passara quatro partidas sem ter a defesa vazada.

Os outros três


Das seleções que passaram por partidas desempate dois dias antes, nenhuma seguiu à frente. Com dois gols de Fontaine, a França superava a Irlanda do Norte por 4 a 0 e pela primeira vez ficava entre os quatro primeiros em um Mundial. Já os suecos venceram uma cansada União Soviética por dois a zero, tentos marcados no segundo tempo. A Alemanha conseguiu um gol aos 12 minutos de partida, resguardou-se durante os restantes 78 minutos e superou os iugoslavos por um a zero. A então campeã mundial seguia adiante.


Era Julio Baptista, o melhor em campo

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O Futepoca já xingou a Era Dunga, a Era Parreira e a Era Cafu.

Mas o título deste post não que colocar o melhor em campo no 0 a 0 entre Brasil e Argentina como vilão. Ele desarmou todos os cruzamentos de escanteios e faltas com bola alçada na área e puxou o jogo. Virou o camisa 8 da minha seleção, caso minha indicação como treinador da seleção seja escolhida entre os 180 milhões de postulantes ao lugar do técnico anão. Mas não é o 10.

Foto: CBFNews/Reprodução


Robinho esteve apagado. Diego só não está mais queimado com Dunga do que o técnico com a torcida. Depois de entrar no lugar do contundido Anderson, sempre girando para a esquerda para tentar sair da marcação, não saiu. Foi para o vestiário mais cedo para dar lugar a Daniel Alves, a alteração supersticiosa de Dunga.

Pior, o lateral improvisado na meia entrou melhor do que Diego. Puxou um contrataque e mostrou que deve ser o dono da camisa 2.

Adriano correu e trombou. Ótimo. Mas não chutou em gol. Os petardos de fora da área que já salvaram o Brasil não apareceram. Quando o Rei da Cocada Preta da Inter de Milão tentou tabelar com Robinho, criou-se uma chance de gol, mas não houve novas incursões.

A Argentina de Basile padece de um problema. Não consegue jogar contra o Brasil. Riquelme se acamaleona diante da camisa amarela.

As jogadas individuais de Messi foram a arma dos argentinos. Pelas minhas contas, só foi desarmado uma vez sem faltas no jogo, por Lucio. Quase marcou no final do jogo. Mas não resolveu.

Aliás, falando em talento individual, é curioso ouvir cronistas lamentando uma suposta "falta de craques" à disposição no Brasil como fomentadora da demanda pela prancheta. Antes, dizem, o Brasil resolvia no talento individual. Diante dessa escassez, prosseguem os desiludidos sem assunto, é preciso tática e jogadas ensaiadas.

O Brasil ensaiou, segundo Roberto Carlos, a linha burra de impedimento contra a França, e Henri eliminou a seleção da Copa (Lucio não foi informado do treinamento, é verdade).

Alguns jogadores não correspondem na seleção o que jogam nos clubes. É uma máxima do futebol sem grandes explicações.

Mas Robinho, Adriano e até Julio Baptista já resolveram partidas para a seleção canarinho. Diego já jogou bem. Kaká, contundido, e Ronaldinho Gaúcho estavam de fora dessa convocação.

Então, que papo é esse de falta de jogador bom?

Se eles existem ainda, bora ajudar o Dunga. Como você montaria sua seleção?

quarta-feira, junho 18, 2008

Dimenstein diz que "sindicato quer motel em escola"

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Sim, caro leitor do Futepoca. Ao ler este texto, você pode dizer que apelamos para o sensacionalismo. Mas não fomos nós, o título da coluna de Gilberto Dimenstein na Folha OnLine é "Sindicato quer motel em escola."

Ele se refere à greve dos professores da rede pública de ensino, que teve como estopim o Decreto 53037/08, publicado no dia 28 de maio no Diário Oficial do Estado que limita a transferência dos profissionais entre as escolas e prevê aplicação de provas de avaliação de desempenho aos professores temporários. Diz Dimenstein que "o sindicato dos professores de São Paulo decidiu decretar uma greve para evitar que se implementem medidas destinadas a reduzir a rotatividade dos docentes nas escolas públicas --uma das pragas, entre tantas, que explicam a péssima qualidade de ensino. É um caso explícito de greve contra o pobre."

Curioso. Ele fala de "greve contra pobre" como se uma categoria que tem piso de R$ 668 fosse composta por "ricos". E segue: "é impossível oferecer aos mais pobres boa educação com tanta rotatividade de professores e diretores. Tal rotatividade destruiria rapidamente até mesmo as empresas mais eficientes. Há casos, neste ano, de escolas que tiveram até cinco diretores."

A rotatividade é um fato. Quais as causas? São
múltiplas, e o decreto do governador não mexe com nenhuma. Ao contrário, mexe para pior, afinal, é sempre mais fácil lidar com os efeitos.
Faltam condições de trabalho, segurança, material, as salas são superlotadas... E o problema é ainda pior nas periferias, como mostra matéria que fiz com Brunna Rosa na revista Fórum. O dia-a-dia do educador paulista é refletido em uma pesquisa realizada em 2006 e publicada em 2007 pelo Sindicato dos Professores da Rede Pública do Estado de São Paulo (Apeoesp), em que, dos 684 professores entrevistados, 96% citaram agressão verbal como a forma de violência mais comum nas escolas. Já 88,5% presenciaram atos de vandalismo; 82% viram atos de agressão física e 76,4% casos de furto.

Na prática, o que Dimenstein e o governo do estado querem é apelar para a "vocação" do professor, o chamado "sacerdócio", que obrigaria os profissionais a suportar toda sorte de péssimas condições para permanecer em sala de aula e arriscar mesmo a sua integridade em troca de uma remuneração pífia.

Além disso, como lembra o presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro de Castro, a aplicação de provas de avaliação a professores temporários, alguns nessa condição há mais de década por conta da escassez de concursos promovidos durante os últimos 15 anos, é simplesmente avalizar uma condição absolutamente irregular. São profissionais que estão em situação precária por conta da falta de vontade dos últimos governadores paulistas em efetivar professores.

Mas a comparação com motel, dada pela dita alta rotatividade dos profissionais de educação, além de ser expressão do mais puro mau gosto, é ofensiva. Mas tudo bem, pela ótica dele. Professor deve aturar ofensas, afinal, faz parte do "sacerdócio". Enquanto categorias como médicos reclamam, com razão, de falta de condições para trabalhar em hospitais da periferia de São Paulo, locais em que o governo só aparece em situações lamentáveis, os professores devem aguentar calados, sem pestanejar, e ainda serem acusados de querer transformar escolas em motéis. Depois a imprensa grande não quer ser chamada de preconceituosa...

Euro - prognósticos do Além-Mar

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Atendendo à sugestão do Fredi, vai aqui como post o comentário do assíduo leitor lusitano Ricardo sobre os prognósticos para a próxima fase da Euro (ainda sem a definição do segundo colocado do grupo 4).

Portugal X Alemanha
Um 4-4-2 clássico alemão contra um 4-3-3 orgânico português. A Alemanha, ao contrário de outras Alemanhas do passado, é deficiente em termos defensivos. Tem um excelente lateral (Lahm) que ataca como poucos, mas que abre muitas vezes o jogo atrás; do outro lado, Friedrich, é um jogador regular mas sem capacidade para enfrentar um Ronaldo numa tarde de inspiração. Os centrais, Metzelder e Mertesacker, são razoáveis. Depois uma linha de 4: Frings atrás, Fritz à direita e Schweinsteiger à esquerda; no centro, pensador de jogo, capitão e jogador de transições, Ballack. Na frente, um ataque poderoso: Podolski e Klose. É uma equipe que procura explorar os espaços adversários entre a linha de defesa e a linha dos médios, procura servir rapidamente ou o ala ou os avançados e é forte nas segundas bolas - com Ballack, vindo de trás, em plano de evidência.

Portugal joga com um quarteto defensivo de qualidade: um lateral mais ofensivo, Bosingwa, um mais de equilíbrios, Paulo Ferreira, e dois grandes centrais: Pepe e Ricardo Carvalho. No miolo, Petit assegura a primeira fase de construção e procura sempre bloquear o médio mais ofensivo adversário; como médio de transição, Moutinho, jogador de alta rotação, defende e ataca sempre com uma qualidade de passe e visão de jogo muito fortes; Deco é o pensador, um jogador que descobre espaços onde eles parecem não existir, com uma capacidade de guardar a bola, decidir os vários momentos do jogo e muito forte no último passe. Nas alas, Simão de um lado, mais vertical, dá mais consistência ao meio-campo no processo defensivo e, ofensivamente, é forte nos cruzamentos e remates, e Ronaldo, do outro, melhor jogador do mundo, desequilibrador, forte, veloz, bom cabeceador, bom rematador, capaz de decidir um jogo de um momento para o outro (por vezes desequilibra a equipe nas transições defensivas; é preciso algum cuidado por parte de Moutinho). Na frente, o elo mais fraco: Nuno Gomes, um avançado que faz mais assistências do que marca, posiciona-se bem, sabe tabelar com qualidade com os companheiros mas falta-lhe explosão e repentismo na hora de atirar para gol - no entanto, tem feito um bom Euro e deverá ser opção a titular.

Este jogo, na minha opinião, está mais dependente de... Scolari do que de outra coisa qualquer: espero que o seleccionador brasileiro não queira adaptar o nosso jogo ao dos alemães, mudando um elemento (Petit ou Moutinho) por Meira, um trinco (volante) mais defensivo que procurará colar-se a um dos avançados alemães para a Alemanha não aparecer na frente com igualdade numérica. Esta opção é errada, quanto a mim. Primeiro, porque faz abdicar a rotina excelente que o nosso meio-campo tem, partindo as duas linhas (defensiva e de meio) e a forma apoiada como sabemos jogar e é a nossa gênese e depois porque isso, mentalmente, daria aos alemães a ideia de que nos sujeitamos ao seu jogo, o que, olhando para a qualidade de uma e de outra equipe, é um erro crasso. Portugal é melhor, tem melhores jogadores e deve impor o seu jogo. Se o fizer, estará muito mais perto de estar nas meias-finais.
Prognóstico: Portugal ganha :)


Croácia X Turquia
Um jogo entre uma equipe muito bem orientada pelo mais novo treinador do Euro (Slaven Bilic, atenção a ele, muito promissor este homem), com jogadores com qualidade técnica acima da média. Na linha da frente, Modric, mas também Srna, Rakitic e Kranjcar, jovens e com muita vontade de vencer, contra outra que dá tudo em campo, menos virtuosa, mas muito agressiva na forma como encara os jogos. Parece-me que a capacidade desequilibradora dos croatas, aproveitando as debilidades dos turcos nas transições defensivas, poderá fazer a diferença.
Prognóstico: Croácia ganha.


Espanha X Itália
A Espanha, ao contrário da opinião generalizada, não me tem agradado. Funciona com um meio-campo preso de movimentos e algo descompensado - Senna no meio, Iniesta, mais interior, na direita, Silva, mais vertical, na esquerda, e Xavi procurando servir os dois grandes avançados: David Villa e Fernando Toores. O poder ofensivo destes dois é inquestionável, mas pergunto-me se o meio-campo espanhol saberá ter capacidade de movimentações para a teia que o meio-campo italiano geralmente monta. Duvido muito. A juntar isto, está uma defesa muito débil - na esquerda, o melhor até agora, Capdevila, na direita, um central que passou para defesa-direito, Ramos, e centrais que não se completam bem, Marchena e Puyol.

Na equipe italiana, haverá uma baixa de peso (Gattuso, responsável pela luta a meio-campo) e uma baixa FUNDAMENTAL (Andrea Pirlo, o cérebro da equipa), os dois suspensos para este jogo. Têm um dos melhores guarda-redes do mundo, se não é mesmo o melhor, Buffon; uma defesa experiente: na esquerda, Grosso, à direita, Zambrotta, um central veterano (Panucci) e Chiellini, mais novo e de qualidade. No meio, talvez Ambrosini substitua Gattuso, como médio de combate, e De Rossi apareça com Aquilani, compondo o trio de meio-campo. Depois, mais à frente, Perrota (ou Camoranesi) e Cassano no apoio ao avançado Luca Toni. É uma equipe experiente e vem de uma qualificação muito difícil. A Itália é a Itália e quando chega a esta fase eliminatória é uma equipe que sabe gerir muito bem os vários momentos do jogo e pode aproveitar, de forma eficaz, o fraco posicionamento defensivo da equipa espanhola.
Prognóstico: Itália ganha.


Holanda X Rússia ou Suécia
Como não se sabe qual das duas será a equipe que defrontará a Holanda, é melhor não fazer grandes análises. A Rússia precisa ganhar; a Suécia está confortavelmente a precisar de apenas um empate. Como se viu no jogo contra Espanha, a Suécia não tem problemas em entregar o jogo aos adversários e esperar por eles, para depois aproveitar alguns espaços. Nesse jogo, estiveram mal os suecos e mereceram perder no último minuto, mas é uma equipe difícil de bater. Se a Rússia aproveitar a qualidade dos seus jogadores e tiver paciência, poderá ganhar o jogo. Aposto na Rússia. E, caso passem, aposto na Holanda para ir às meias-finais.

Pé redondo na cozinha - E tudo acaba em pizza...

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MARCOS XINEF*

São Bernardo do Campo, região do ABC paulista, 2007. Fui contratado por um restaurante típico - da velha rota do frango com polenta - para dar uma nova cara ao estabelecimento, com pratos internacionais e de alto padrão. Quando falamos nesse tipo de culinária, o forte são os pratos flambados, os molhos e frutos do mar flambados com vinho, conhaque e até pinga. Só que, pra variar, conforme foi se desenvolvendo o trabalho, as bebidas para cozinhar acabavam antes do prazo calculado.

Um dia, notei que o pizzaiolo não dava conta do movimento, mesmo com dois ajudantes. Conclusão: ele bebia mais que as minhas frigideiras. Só que, com o passar do tempo, a pizza dele só melhorava. Resolvi conviver com o problema. Hoje, ele continua entornando todas e fazendo a melhor pizza de São Bernardo. Mantenho ele no cargo por uma boa causa, em nome do bêbado que funciona bem. E até criei uma pizza em sua homenagem:

PIZZA DE CAMARÃO NA CACHAÇA AO CATUPIRY E MANJERICÃO

Compre a massa de pizza pronta no mercado. Em uma frigideira, coloque azeite, alho, tomate picado e manjericão. Refogue e acrescente 500 gramas de camarão sete barbas limpo. Cozinhe bem e flambe com 300 ml de cachaça. Cubra o disco da massa com o molho e coloque catupiry. Em forno pré-aquecido a 200 graus, asse por 20 minutos e sirva.


Importante: o pizzaiolo pode beber o quanto quiser no processo, desde que a pizza mantenha o padrão de qualidade. Até a próxima!



*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

Boston campeão

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Não é futebol, nem política, nem cachaça, mas é esporte, e serve como base para uma série de reflexões.

Ontem o Boston Celtics venceu o Los Angeles Lakers por inapeláveis 131 a 92 no sexto jogo do playoff decisivo da NBA. Sagrou-se então campeão do basquete norte-americano, título que não celebrava há 22 anos. É a 17ª conquista do Celtics na NBA - o time se isola ainda mais como o principal vencedor da história da liga.

A vitória de ontem foi a com a maior margem da história da NBA em jogos que valeram o título. Antes, na quarta partida da série, o Celtics conseguiu virar o jogo após estar perdendo por 24 pontos de diferença - também um recorde histórico, sendo a maior virada já registrada num playoff decisivo. E o título do Celtics também se destaca por ser a primeira vez, desde 1977, que um time sagra-se campeão sem nem ter chegado aos playoffs na temporada anterior.

Estranharam tantos números? Pois é. E esses foram só os que eu consegui guardar de cabeça. É impressionante a quantidade de estatísticas que existe em partidas como essa. Não sei se isso é um costume do basquete ou um hábito dos americanos - acredito mais nesta última hipótese. É uma realidade bem diferente do que ocorre no futebol brasileiro.

Outro aspecto interessante, este do ponto de vista cultural, é a maneira como o Celtics celebrou o título. O time não foi agraciado como "campeão dos EUA", "campeão nacional" ou coisa parecida; é "campeão do mundo" mesmo. Mostrou-se muitas vezes durante a transmissão as faixas comemorativas aos outros títulos do Celtics e nelas estava escrito "World Champions". No beisebol também isso se dá - as disputas decisivas são chamadas de "World Series", mesmo não tendo rigorosamente nenhum clube de fora das terras do Tio Sam envolvido. Assustador.


Também um ponto para reflexão, e nesse uso bem a postura de observador, por isso peço a opinião dos leitores para ver se estou certo ou errado: é impressão minha ou a NBA de hoje é bem mais fraca, em termos midiáticos, do que era antes? Eu "torço" para o Celtics, assim como a maioria dos garotos da minha geração escolheu um time da NBA para torcer quando criança. Me parece que hoje isso já não mais acontece. Não vejo os pequenos discutindo sobre Bulls, Lakers e Celtics, e sim sobre os Chelseas e Barcelonas da vida.

Enfim, parabéns ao Celtics. Como falei acima, sou "torcedor" do time - mas um torcedor bem de ocasião, daqueles dos mais fajutos, que não acompanha nada durante a temporada mas quer ter o prazer de celebrar um título na boa fase. E, pelo jeito, foi a única chance minha de gritar "é campeão" esse ano...

Quatro contra um

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Como hoje sir James Paul McCartney completa 66 anos, recupero uma historinha que envolve os Beatles - e cachaça, lógico. No início de 1974, Elis Regina e seu marido na ocasião, o pianista César Camargo Mariano, embarcaram para Los Angeles para gravar com o maestro Antonio Carlos Jobim o célebre álbum "Elis & Tom", relançado há alguns anos. Tom Jobim foi recebê-los no aeroporto e depois foram tomar uns uísques para "quebrar o gelo" entre os três, que não tinham qualquer intimidade até então. Mas César não gostou do papo inicial de Jobim, que gabava-se de ter duas músicas entre as 30 mais executadas no mundo, enquanto os Beatles tinham quatro (a maioria da dupla John Lennon/ Paul McCartney). Um dos trunfos de Tom Jobim era "Garota de Ipanema", composta em parceria com Vinicius de Moraes. César, irritado com a pavonice, tentou provocar: "-De qualquer forma, eles têm o dobro". Ao que, impávido, Jobim respondeu: "Mas aí é covardia! Eles são quatro, pô!", deixando claro que seu papo de bar era apenas bravata para descontrair. O que, de fato, aconteceu - basta ouvir seu primoroso disco com Elis para comprovar o resultado.

terça-feira, junho 17, 2008

Betão vai para a Ucrânia e Corinthians comemora 5%

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O zagueiro Betão, detestado por boa parte das torcidas de Corinthians e Santos, irá jogar no Dínamo de Kiev, da Ucrânia. A transferência renderá 2 milhões de euros aos cofres santistas ou 1,5 milhão de euros (R$ 3,74 milhões) mais o empréstimo do meia Michael por um ano. Vi a notícia no IG.

O Corinthians receberá 5% do valor da transação por ser o clube que revelou o zagueiro. O dinheiro foi comemorado pelo diretor técnico do Timão, Antônio Carlos Zago. “É importante para o clube qualquer dinheiro que entrar. Seria bom se entrasse esse dinheiro, pois nosso presidente está correndo atrás para pagar as dívidas que foram deixadas pela (diretoria) passada”, afirmou o dirigente.

Há algo curioso no episódio. O Corinthians, onde Betão foi revelado e jogou por 14 anos, o deixou sair sem contrato no início do ano, após uma frustrada tentativa de venda para o Sochaux, da França, por 1 milhão de euros.

Ou seja, o Peixe está ganhando dinheiro com um jogador totalmente formado pelo Corinthians, que a atual diretoria não conseguiu vender por metade do preço atual e que foi rifado após o rebaixamento. Convém lembrar aos corintianos ressentidos com o zagueiro que ele foi o único jogador a chorar após a fatídica partida contra o Grêmio, além de ser bem melhor zagueiro do que pintaram. Agora, o diretor que é ao menos em parte responsável pela tal rifa comemora 5% do valor da venda.

Isso acontece depois de o time vender parte dos direitos federativos de três jogadores (André Santos, Dentinho e Renato, zagueiro das categorias de base) para o grupo Sonda por 5,4 milhões de reais. Não perdeu os jogadores, mas ganhará menos em uma possível venda. Operação, mínimo, questionável.

Com uma diretoria dessas, vamos longe...

Há 16 anos...

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...o São Paulo ganhava seu primeiro título da Libertadores. A final foi contra o Newell's Old Boys. O primeiro jogo, fora, foi 1 a 0 para os argentinos. A volta, no Morumbi, terminou 1 a 0 também, mas para o São Paulo. Nos pênaltis, 3 a 2 para o Tricolor.

Se eu falar que eu lembro, estarei mentindo. Vendo o vídeo, pra relembrar como foi, o que mais me surpreendeu foi a invasão de campo da torcida. As arquibancadas ficaram quase vazias, foi um negócio espetacular. Eu queria invadir o campo assim algum dia. Mas acho que vou ficar só na vontade...