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Destaques
sexta-feira, abril 11, 2014
A ciência do machismo: álcool favorece infidelidade masculina
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Pois é. E eu sou abstêmio. Mas ninguém acredita...
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quinta-feira, abril 10, 2014
O time do São Paulo é a cara do Juvenal Juvêncio
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quarta-feira, abril 09, 2014
A origem do '171'
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O 2º volume escrito por Lira Neto |
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A 'Polaca', Constituição de 1937 |
terça-feira, abril 08, 2014
Futebol é esporte aquático?
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Com o São Paulo afundando, treinador recorre a equipamento de mergulho...
segunda-feira, abril 07, 2014
A história de José Leandro Andrade, o primeiro ídolo internacional negro do futebol - Futebol Sem Racismo
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Homenagem a Andrade no Museu do Centenário (Montevidéu) |
Nascido em 1901 na cidade de Salto, no Uruguai, Andrade era filho de uma argentina com um brasileiro, que não participou de sua criação. Aliás, o pai do atleta havia fugido do Brasil ainda como escravo e teria, na época do nascimento de seu filho, incríveis 98 anos. Mudou-se ainda jovem para o bairro de Palermo, em Montevidéu, onde passou a viver com uma tia. Trabalhou como engraxate, vendedor de jornais e começou a tocar tamborim, apaixonado que se tornou pelo carnaval. Sim, a festa não é exclusividade dos brasileiros.
Com 1,80 m de altura e 79kg, seu porte lhe dava uma vantagem sobre os concorrentes. Aliado ao físico privilegiado, sua técnica o fez se destacar em sua primeira equipe, o Misiones. O primeiro contrato profissional foi no então forte Bella Vistal, onde atuou como meia direita. Sob as bênçãos do companheiro de time José Nasazzi, mítico capitão da primeira seleção campeã mundial, passou a ser convocado para a seleção uruguaia.
Após suas aparições nos Jogos Olímpicos de Paris e de Amsterdã, Andrade foi celebrado na Europa como o "jogador de futebol com os pés de ouro". Na Inglaterra, pátria do futebol e país mais importante do ludopédio até então, o atleta foi chamado de "o maior de todos os grandes uruguaios", por conta de suas façanhas olímpicas.
O caso Adelir tem a ver com todos nós
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Em uma decisão
aparentemente inédita no Brasil, a Justiça obrigou uma grávida,
Adelir Góes, a realizar uma cesariana contra sua vontade. O pedido
foi realizado por duas médicas obstetras do Hospital Nossa Senhora
dos Navegantes, no município de Torres (RS) e acatado pela juíza
Liliane Mog da Silva. Adelir aceitou ser conduzida à cirurgia depois
de ouvir que seu marido seria preso caso ela resistisse.

O relato usual de mulheres que fizeram cesarianas mesmo querendo parto normal, no entanto, costuma ser bastante semelhante. O meu, inclusive. Ainda que não haja complicações aparentes, os obstetras começam a afirmar, normalmente a partir de 30 semanas de gestação, que um parto normal está saindo de cena, por motivos mil. Alguns dos mais comuns são cordão umbilical enrolado no pescoço (falso), cabeça muito grande do bebê, mais precisamente desproporção cefalo-pélvica (existente, porém diagnosticada apenas em pleno trabalho de parto), pouco líquido amniótico (pode vir a ser um problema, mas na maior parte dos casos o problema é resolvido com a ingestão de muito líquido, não com uma cirurgia), mais de 40 semanas de gestação (falso), idade materna avançada, a partir de 35 anos (falso), gestação de gêmeos (falso) e muitos outros, listados aqui.
No meu caso, a obstetra tentou jogar a ficha da desproporção cefalo-pélvica. Fiz cara de paisagem. Na minha cabeça, ficar em casa esperando o trabalho de parto evoluir resolveria minha situação. Com 38 semanas, a bomba: a ultrassonografia havia mostrado que minha placenta estava “envelhecida”, ou seja, passando poucos nutrientes para o bebê. Essa motivação para a cesariana eu não conhecia. Numa cidade nova, sem ter para quem pedir indicações de obstetras confiáveis (eu ainda confiava na minha) para uma segunda opinião, simplesmente chorei e aceitei. Depois descobri que esse motivo para a cirurgia é bastante duvidoso. Mas só depois. Há casos muitíssimo piores de coação para uma cesariana. Essa página do Facebook lista histórias de mulheres que passaram por isso.
As razões para essa situação são múltiplas e provavelmente não todas conhecidas. Entre elas estão a falha da formação de médicos, que não encaram, ainda na faculdade, o parto como um evento fisiológico, mas como um processo médico, sempre (foco no sempre) passível de intervenções. Outro problema é a forma como o pré-natal é feito, especialmente no sistema de saúde privado. A grávida escolhe um médico para acompanhá-la durante a gravidez e é esse médico que, via de regra, fará o seu parto. O problema desse esquema é a dificuldade de conciliação da agenda de consultório com trabalhos de parto longos. Desde o início das contrações, a mulher pode passar dias até entrar em franco trabalho de parto. Mesmo que o médico mobilize-se apenas quando as contrações passam a ser ritmadas e em intervalos curtos, o tempo até o parto propriamente dito não raro chega às 24 horas. Isso traz um problema quase insolúvel para o médico. Não falo aqui nem de ganância (existente, fato), mas de respeito com as outras pacientes. Se a cada parto o médico for obrigado a desmarcar toda a agenda, o sistema não anda.
Claro que a solução encontrada aqui no Brasil é a pior de todas: agendamento rotineiro de cesarianas fora do trabalho de parto, um desastre de proporções gigantescas. O que deveria acontecer era, em gestações saudáveis – a ampla maioria – um parto assistido por obstetrizes (profissional com ensino superior em Obstetrícia), enfermeiras especializadas ou mesmo obstetras de plantão. O obstetra do pré-natal apareceria apenas em partos de risco. Faltam também, nos hospitais, locais onde a mulher possa esperar a evolução do trabalho de parto. O que acontece hoje é que existe a hotelaria e o centro cirúrgico, mais nada. Alguns hospitais têm salas de parto humanizado, mas mesmo esses apresentam altos índices de cesarianas, mostrando que essa ideia ainda não foi absorvida pelo sistema obstétrico.
Um exemplo divertido de como o parto normal é encarado fora do Brasil é a representação dos nascimentos dos trigêmeos de Phoebe e da filha de Rachel, no seriado Friends. Ambas têm seus filhos de parto normal em situações que, no Brasil, seriam indicação inapelável para cesarianas: gestação múltipla, demora na evolução do trabalho de parto e bebê pélvico, ou seja, com as nádegas, e não a cabeça, para baixo. O episódio não deixa claro quantas horas Rachel espera pelo nascimento de Emma, mas aparentemente são mais de 24 horas. Apenas no momento do parto, a parteira/obstetriz descobre que o bebê está na posição errada e tudo o que diz é "você terá que fazer mais força". E tudo isso sem os gritos tão comuns nas representações de trabalho de parto na teledramaturgia brasileira. Infelizmente não encontrei a cena de Phoebe em trabalho de parto.
É bom lembrar que é apenas o início do trabalho de parto que indica que aquele bebê está pronto de verdade para nascer. Mesmo com 40 semanas de gestação é possível que os pulmões do feto não estejam amadurecidos. Pode não parecer, mas a natureza tem seus mecanismos. Se não há trabalho de parto ainda, algum motivo existe. Não consegui achar os dados epidemiológicos do país para mostrar aqui, mas esses dois estudos, um realizado em Cascavel (PR) e outro em Pelotas (RS) mostram que a prematuridade é o principal motivo de morte em bebês. E qual o motivo para o aumento da prematuridade? As cesarianas eletivas sem indicação médica. De acordo com o Ministério da Saúde, a chance de internação de crianças nascidas em parto vaginal é de 3%, enquanto as nascidas em cesarianas são internadas em 12% das vezes.
Eu poderia falar parágrafos sobre ética médica, problemas nos planos de saúde, falhas do SUS, representação social do parto normal, arrogância médica e outros fatores que influenciam o alto número de cesarianas no Brasil, mas acredito que meu ponto principal já esteja colocado. Vamos adiante.
Entretanto, a minha experiência e estudo (leio sobre o assunto há 3 anos sem parar) é que, enquanto os médicos ditos cesaristas e/ou intervencionistas costumam afirmar que tomam suas decisões baseadas na prática pessoal, os profissionais que atuam no movimento de humanização do parto apresentam o maior número de estudos científicos possíveis para mostrar que alguns procedimentos são equivocados. Isso é um pouco óbvio, já que quem domina o sistema não tem motivos para se importar em justificar seus atos. Quem busca o seu espaço acaba trabalhando em dobro para rebater ideias incrustadas no inconsciente coletivo.
A maior expoente dessa prática de rebater práticas tradicionais nos nosso partos é a obstetra Melania Amorim, que mantém o blog Estuda, Melania, Estuda!. Ela cita tantos estudos que dá pra se perder por lá. Recomendo para todos que queiram aprofundar-se no assunto.
Citar estudos sem fim garante que sua visão sobre o parto esteja “correta”, seja lá o que isso signifique? Não, mas eleva a discussão para outro nível. Passa-se do argumento de autoridade para uma discussão com base em fatos.
Lutam, também, pelo fim da violência obstétrica, que atinge uma em cada quatro parturientes no país. A violência obstétrica vai desde agressões verbais (coisas do tipo: “para de gritar, na hora de fazer não gritou”), passa por o uso de procedimentos sem explicação ou mesmo com um pedido ativo para que não sejam realizados (episiotomia, o corte no períneo, é um caso clássico) e chega a procedimentos realizados de maneira violenta (há casos em que a episiotomia chegou até a coxa da paciente. Empurrar a barriga da gestante para "acelerar" o parto também é muito comum).
O assunto sempre foi debatido no SUS. As casas de parto públicas, 14 no total, existem desde 1999 e usam um modelo semelhante ao de países como Holanda, Japão e Nova Zelândia. Os partos são acompanhados por obstetrizes ou enfermeiras obstétricas e só há remoção para um hospital se houver alguma complicação. A pequena quantidade de casas de parto, no entanto, mostram que as intenções estão lá, mas na prática poucas mulheres têm acesso a elas.
Mas iniciativas isoladas estão se avolumando e tentando melhorar a vida das gestantes no país. Belo Horizonte conta com uma equipe de parto domiciliar – outra opção de baixo risco para gravidez sem intercorrências – bancada pelo SUS. Em São Paulo, virou lei que todas as parturientes devem dispor da possibilidade de receber anestesia durante o parto (essa vai pra quem acha que esse movimento prega apenas o parto natural, sem qualquer intervenção). Há outros avanços.

Adelir estava com 40 ou 41 semanas de gravidez. Essa informação é imprecisa por natureza, já que não há método infalível para determinar o dia da fecundação. Em média, a gestação humana dura 40 semanas, mas na verdade esse período varia entre 38 e 42 semanas. Isso significa que Adelir estava dentro do tempo esperado para a duração da gravidez. Isso é confirmado pelo exame realizado no hospital Nossa Senhora dos Navegantes. No laudo lê-se que o desenvolvimento do feto era compatível com 40 semanas de gravidez. Mais uma vez afirmo que esse dado, em um exame realizado em gravidez avançada, é questionável, já que os fetos desenvolvem-se de maneira diferente uns dos outros. Mas era essa a informação disponível para a obstetra que a examinou, Joana de Araújo. Além de estar dentro do período normal de gestação, os exames de Adelir mostraram mãe e bebê em perfeito estado.
A ecografia teria mostrado o bebê em posição pélvica. O parto normal nessas condições apresenta um nível de risco mais elevado para o bebê do que se ele tivesse em posição cefálica. Por isso, a equipe médica deve explicar a situação à paciente, pesar riscos e benefícios de cada opção de parto e deixá-la decidir.
O complicador nesse quesito é o fato de que Adelir e sua doula, Stephany Hendz, acharam estranho o fato de o bebê estar em posição pélvica, uma vez que essa informação ainda não teria aparecido no pré-natal. É bastante raro que o feto faça esse movimento com a gravidez tão avançada. Por isso, tinham a intenção de fazer o exame em outro local. Pediram, inclusive, uma guia com o pedido médico para apresentar em uma clínica particular.
Outra alegação para a indicação de cesariana foi a de que ela já havia realizado duas cirurgias antes e seu útero poderia romper. É, poderia. Em um parto sem cesariana esse risco também existe. Com duas cesáreas, o risco, que já é baixo, aumenta cerca de 1%. Já o risco de uma terceira cesárea não foram explicados a ela.
Mesmo com mãe e bebê bem, Joana quis internar Adelir para a realização de uma cesariana. Adelir recusou. Para poder sair do hospital, foi obrigada a assinar um termo de responsabilidade, dizendo entender os riscos que sofria. Isso aconteceu na madrugada do dia 1° de abril.
Adelir e Stephany não conseguiram realizar um novo exame. Poucas horas depois, o trabalho de parto começou. Adelir passou o dia em casa, esperando as contrações ficarem ritmadas para ir ao hospital – não aquele que queria obrigá-la a fazer uma cesariana, mas outro, que tinha uma equipe humanizada. Quando ela já estava com contrações de cinco em cinco minutos, ou seja, perto do momento em que iria para o hospital, um oficial de justiça, acompanhado por policiais armados, apareceu com uma ambulância e um mandado judicial em mãos, obrigando Adelir a ser removida para o hospital. Adelir e o marido, junto com a doula, embarcaram na ambulância pedindo para serem levados para o hospital escolhido para o parto. Não foram atendidos. Ao chegar no hospital Nossa Senhora dos Navegantes, Adelir aceitou passar pela cirurgia, para evitar que seu marido fosse preso.
Adelir relatou os acontecimentos em um vídeo. Afirmou categoricamente que jamais teve em mente parir a qualquer custo, apenas gostaria que a cesariana fosse sua última opção. Ela estava ciente do que se passava com ela e com sua filha. Havia se informado. Mas nenhum representante o poder médico acreditou nela. Uma mulher humilde, que vive em uma casa na zona rural de Torres, ainda em construção pelo marido, não foi ouvida porque, falando daquele jeito, só poderia estar sendo enganada. Não sabia, coitada, dos riscos que corria. Quem diz isso não sou eu, mas o diretor do hospital, em entrevista ao Jornal Zero Hora. Ele afirma com todas as letras: “Sentimos que a mãe não tinha compreendido os riscos que estava correndo e fomos procurar apoio”. Foco no verbo utilizado. Sentimos. Tivemos um feeling. Olhamos para a paciente e vimos uma mulher que não poderia fazer escolhas informadas.
Alguns pontos importantes:
- há relatos de pais que foram enganados em relação à posição de seus filhos nas últimas semanas de gravidez para que aceitassem realizar cesarianas. Se Adelir não acreditou no exame que mostrou sua filha em posição pélvica, a responsabilidade é dos médicos sem ética que chegam ao ponto de mentir para seus pacientes. Adelir sabia, e saber foi seu pecado.
- é fato que o parto pélvico apresenta riscos maiores do que o cefálico, mas ele é uma opção viável. Cesarianas também têm riscos, como já mencionei acima. Cada mulher escolhe o risco que deseja correr. Partos ainda serão eventos de risco. Não há lugar no mundo em que a mortalidade materna seja 0. Parir é sempre um perigo. Como viver.
- a única conduta certa do hospital Nossa Senhora dos Navegantes foi assumir que não tem pessoal capacitado para realizar um parto pélvico. Esse tipo de parto deve ser realizado por uma equipe experiente, que já tenha feito o acompanhamento desse tipo de nascimento antes. Também por isso Adelir não queria voltar àquele hospital.
- a obstetra que queria internar Adelir imediatamente é totalmente responsável por esse caso, mas é também vítima. Ela não aprendeu a fazer outra coisa, nem na faculdade nem na prática diária. Não acredito que ela tivesse em mente qualquer coisa diferente que o bem estar de mãe e bebê. Mas ela errou.

Mas médicos são regidos por um código de ética. Nele está escrito
Não é assim que o sistema obstétrico brasileiro vem funcionando. O que é o convencimento, a coação e agora o mandado judicial para obrigar uma mulher a fazer uma cirurgia indesejada? É o uso de seu poder para decidir pelo paciente. Os mecanismos desse convencimento são cruéis. Qualquer um com um mínimo de empatia sabe que não há mãe que, ao ouvir palavras como “sofrimento fetal agudo”, não aceite qualquer intervenção sugerida. Apesar de isso também acontecer em outras especialidades, é na obstetrícia que isso fica claro, especialmente pela questão do tempo. Mesmo um paciente com câncer terminal tem tempo para pedir uma segunda opinião. Mulheres em trabalho de parto não têm esse tempo. Nem podem se locomover com facilidade. Não há escape que não seja um volume imenso de informações absorvidas antes do parto.
O que é grave é que essa desconfiança em relação ao médico ainda vai fazer vítimas. É óbvio que casos de cesarianas absolutamente necessárias continuarão a acontecer – de acordo com a Organização Mundial de Saúde, até 15% dos partos podem requerer cirurgia. E é inevitável que, no meio dessas mulheres que se rebelam contra o senso comum, algumas terão que passar por cesarianas. Só que, ao duvidar do médico, elas podem acabar decidindo não se submeter à cirurgia. E morrer. É urgente mudar essa forma de agir dos médicos no país. A confiança precisa reger a relação médico-paciente, mas não é isso que acontece.
Pior, diferente da maior parte das mulheres que já escreveram textos defendendo Adelir, consigo imaginar casos em que a mãe agiria contra os interesses do ainda não nascido filho. Gravidez não desejada em situações limite ou depressão, por exemplo, poderiam fazer que a mãe, ainda que inconscientemente, desejasse perder o bebê, ainda que causando risco a si própria. Seria esse um caso de intervenção? Como identificar uma situação dessas? Como trazer para uma regra geral a suposição de que a mãe queira um mal a seu próprio filho, quando virtualmente todas as mulheres só querem a saúde e o bem estar de seus rebentos? É só tentar responder essas questões que a inviabilidade de decisões desse tipo fica aparente. É preciso assumir que a intenção da mulher é sempre que todos saiam vivos. Supor o contrário é insano.
Além disso, o saber médico tradicional erra. Assim como erra o saber antigo, é evidente. Qualquer base “técnica” para uma decisão desse tipo no campo da medicina é falha, pois não há saber técnico absoluto. No campo da disputa teórica já mencionada, há espaço para argumentos para parto normal e para cesariana. Para colocação ou não de ocitocina na veia para acelerar o parto. Para a realização ou não da episiotomia. Para a raspagem ou não dos pelos pubianos (é sério). Privilegiar um deles não é papel para a Justiça.

O corpo é nosso santuário. Nunca entendi tão bem o sentido dessa frase quanto com esse caso. O corpo deveria ser indevassável. Nesse caso não foi.
E agora? Abre-se o precedente? Vamos impedir as cesarianas com 38 semanas com mandado judicial também? Ou forçar uma parturiente a aceitar, ou não se submeter, qualquer procedimento que queiram ou não queiram usar? Para parir em paz mulheres terão que mentir sobre seu endereço? É esse o assunto que deve ser discutido.
Não é diferente com o movimento pela humanização do parto. Com um agravante: o grupo majoritário (homens) não tem a menor ideia do que seja gestar, parir e nutrir uma criança. Não sabe porque não pode saber, biologicamente falando. Para que um homem entenda do que isso se trata, o único caminho é o da empatia.
Isso significa que não há, aqui, pedido de equiparação. Não se pode pedir um parto igual ao dos homens, assim como se exige salários iguais. Então o parto que as mulheres querem é decidido por elas mesmas. Não há um padrão de comparação. Isso deveria ser uma vantagem. Os termos são nossos. Só que não são. O saber médico moderno – notadamente masculino – apropriou-se do parto. Isso poderia ser uma ótima notícia. Juntos, tradição e medicina poderiam terminar por derrubar ao mínimo as taxas de morte de mães e bebês no parto. O que aconteceu, no entanto, foi que no século XX as mulheres deixaram de conduzir o parto e perderam saberes ancestrais. Em alguns lugares mais do que em outros e no Brasil mais do que em qualquer outro lugar. O movimento de humanização, presente em todo o mundo, conseguiu resgatar o protagonismo da mulher em muitos países. São dignos de nota o Reino Unido, a Holanda, a Nova Zelândia, entre outros. Não por acaso as mortes de bebês e mães nesses países são baixíssimas. Lá, o corpo feminino faz seu trabalho em paz. Nos casos que resultariam em complicações ou morte, e apenas nesses, a medicina intervém e salva vidas.
É para isso que se luta aqui no Brasil. Mas a resistência à mudança é tão forte que parece que a proposta é voltar a parir sem atenção médica. Essas mulheres, que só querem ter o poder de decidir sobre seus corpos, nas melhores condições possíveis, são atacadas como se fossem alienadas. São chamadas de xiitas, talibãs, loucas. Querem ser sujeitos, mas quem as controla prefere que continuem sendo sujeitadas. Mulher sem informação dá menos trabalho, afinal. Como provou Adelir.
terça-feira, abril 01, 2014
segunda-feira, março 31, 2014
Futebol: um termômetro da sociedade?
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O texto abaixo é de autoria de Paulo Reis, foi publicado no Trilha da Rua, e faz parte da campanha Futebol sem Racismo.
Os recentes casos de racismo do futebol nos mostram uma coisa muito
importante: devemos abandonar essa expressão racismo no futebol, como se
esse fosse apartado da sociedade, com sua própria maneira de funcionar e
independente dos valores compartilhados pela sociedade.
Não comentaremos apenas os casos de racismo, há outros itens que
demonstram a intolerância e as diferenças simbólicas que o futebol
carrega. Tentaremos de maneira bem corrida traçar algumas
características do futebol hoje que parecem correspondentes à sociedade.
Embora falar apenas dos casos de racismo não seja o foco desse post,
vamos apenas situar os mais recentes. Vai vendo. No dia 16 de fevereiro,
no jogo entre Real Garcilaso e Cruzeiro pela Libertadores, o volante
Tinga do time brasileiro foi alvo de provocações racistas: a cada
instante em que Tinga pegava na bola, a torcida imitava o som de um
macaco. Dentro algumas declarações, Tinga disse que “Trocaria um título
pela igualdade entre raças e classes e respeito” e que “as pessoas
[falaram] do que aconteceu lá, mas isso tem todo dia. No nosso país tem
muito, não só (preconceito) racial, mas social, que acho que é até
maior”.
No último dia 6 de março, após apitar o jogo entre Esportivo e
Veranópolis pelo Campeonato Gaúcho, o arbitro Márcio Chagas da Silva
encontrou bananas no seu carro e as portas amassadas. O arbitro disse
que também ouviu xingamentos e ofensas como “macaco”, “teu lugar é na
selva” e “volta para o circo” na entrada do gramado do jogo e durante o
intervalo.
Na goleada do Santos contra o Mogi Mirim por 5 a 2 pelo Campeonato
Paulista, o volante Arouca do Peixe foi chamado de macaco pelos
torcedores do Mogi. Em nota, o atleta disse: “Tenho muito orgulho das
minhas origens africanas, que foi o que o sujeito tentou usar para me
ofender, dizendo que eu deveria procurar alguma seleção de lá para
jogar. Dando a entender que um negro igual a mim não serve para defender
a seleção brasileira. Como se algumas das páginas mais bonitas da
história da nossa seleção não tivessem sido escritas por jogadores como
Leônidas, Romário e pelo Rei Pelé, também negros. Não ouvi os gritos de
‘macaco’ que alguns repórteres disseram ouvir, mas, caso tenha realmente
acontecido, é ainda mais triste.”
Esses casos são sintomáticos. É incrível como pode haver um
preconceito tão violento. Não devemos aceitar esse quadro, ainda mais
porque houve discriminação nos limiares do futebol também. O futebol
brasileiro iniciou-se quando o brasileiro de ascendência inglesa Charles
Miller, que inclusive batiza a praça do lado do Estádio do Pacaembu,
trouxe uma bola para cá e introduziu o “football” aqui. De lá para cá, o
futebol passou por uma série de transformações. E não apenas em
táticas, uniformes e tecnologia. O futebol era um esporte praticado pela
elite brasileira. Caberia aqui tratarmos da fundação dos times mais
tradicionais desse Brasilzão, mas isso seria interessante em um outro
post.
Quem praticava o futebol eram homens, brancos e proprietários. Não
haviam pobres, ainda mais negros nos times. O primeiro mulato a se
destacar foi Arthur Friedenreich, chamado de El Tigre, no Paulistano. Em
alguns times, houve resistência a inclusão de negros. O Fluminense
tinha um jogador negro, mas ele tinha que passar pó de arroz antes dos
jogos. A torcida começou a reparar, já que ele suava e podia-se ver o pó
saindo de seu rosto. Não é consenso qual o primeiro time a aceitar
negros.
Há quem diga que foi o Vasco da Gama, em 1923, sagrando-se
campeão carioca com um time talentoso. Há quem diga que foi a Ponte
Preta, que teve Miguel do Carmo, um dos fundadores da Ponte, como
jogador da mesma no ano seguinte à fundação (1901). Em seguida, na
década de 30 houve a profissionalização do futebol e consequentemente
uma maior abertura para que os jovens talentos do Brasil,
independentemente de sua origem e cor, pudesse ter chance de ser um
jogador de futebol. Muitas limitações ainda permanecem no futebol. Não
podemos esquecer que no Sudeste/Sul, os times de futebol têm mais
estrutura e mais recursos. O que corresponde a força econômica de alguns
estados brasileiros. O que, por sua vez, corresponde a condição dos
jovens tentarem a vida nesse esporte. Disso podemos dizer que há uma
elitização no futebol, no sentido de que os times considerados grandes
entram numa competição com muito mais vantagens que os times
considerados menores.
Mas e hoje? Analisando de modo até amador da minha parte, a
profissionalização não quebrou muito com esse quadro de preconceito. Há
uma série de itens que correspondem à lógicas de pensamento e valores
que estão introjetados na nossa sociedade e até são sutilizados. Todo o
jornalismo esportivo criticou os casos recentes de racismo, colocando-o
como abomináveis e algo que não deve existir em nosso tempo. Seguindo
uma lógica que preza pela igualdade entre as raças, é certo condenar o
racismo mesmo. Mas o racismo que é condenado aí é o explicito. É curioso
que na grande imprensa brasileira (quase) não se tenha jornalistas
esportivos negros. É curioso contarmos nos dedos os repórteres e âncoras
negros, não apenas do jornalismo esportivo, mas dele como um todo. Ou
seja, o racismo é condenável, mas ainda vivemos em uma sociedade
considerada racista, onde modos implícitos e sutis de preconceito racial
estão diluídos no nosso cotidiano.
Um segundo movimento disso tudo foi uma mobilização por parte da
Federação Paulista de Futebol contra o racismo. Mais especificamente no
jogo Corinthians x São Paulo, onde havia uma faixa dizendo “O Futebol
Paulista repudia o racismo”, a torcida corinthiana provocava a torcida
tricolor chamando o goleiro Rogério de “bicha”, além das provocações já
de praxe com apelo sexual. Não é contraditório? A partir do momento que a
orientação sexual passa a ser objeto de chacota/desgosto/ódio,
independente de quem for o objeto de “xingamento” (aqui com todas as
aspas possíveis), o discurso contra o preconceito foi pro beleleu.
Sejamos contra o preconceito racial, mas não contra o preconceito de
orientação sexual. Só um adendo: isso é uma “sutileza” em termos de
preconceito homofóbico no futebol. Vale ressaltar outros itens aqui. O
jogador Richarlyson, quando jogava no São Paulo, foi chamado, de modo
sutil, de homossexual por um cartola do Palmeiras. Depois de todo um
embrólio, o caso foi parar no tribunal, onde foi arquivado pelo juiz
Manoel Maximiano Junqueira Filho, já que, nas palavras dele, o futebol é
“jogo viril, varonil e não homossexual”. Além também de Cassano, na
Eurocopa de 2012, onde o jogador italiano, perguntado sobre a
possibilidade de haver um jogador gay no selecionado italiano, disse que
“Se eles são “frocio” (termo vulgar em italiano para se referir a
gays), o problema é deles. Eu espero que não exista qualquer “frocio” na
seleção. Mas se eles são isso, é com eles. Não sei se existe alguém.
Deixo assim, caso contrário, já sabem, virão os ataques de todas as
partes”. Isso foi em junho. Em abril daquele ano, o técnico da seleção
italiana Cesare Prandelli colocou que “No futebol e no esporte ainda
existe um tabu sobre a homossexualidade, quando as pessoas deveriam
viver livres de acordo com seus próprios desejos e sentimentos. Quando
falamos de amor e sentimentos, o povo deveria poder amar quem quisesse”.
Outro ponto é talvez o menos sensível às pessoas. Quando se fala do
próprio racismo, ou mais recentemente de entrega de jogo, o discurso
segue a mesma tônica: “somos homens, temos caráter, somos honestos!”.
Percebam que esse discurso, de modo inconsciente, provavelmente, associa
caráter e honestidade ao fato de ser homem. Não fica explicito que uma
mulher não seja assim, mas fica implícito que são valores compartilhados
entre os homens. Pode até parecer viagem, mas é incrível como o uso da
palavra em determinado discurso exclui/inclui as pessoas. Vale ressaltar
que a mulher vem ganhando uma presença cada vez maior na vida política,
econômica, social e esportiva da sociedade. Embora não haja tanto
destaque midiático, o futebol feminino vem crescendo muito. Vez ou outra
podemos ver jogos das seleções, mas os jogos de clubes não. Em nome da
tradição, ainda estamos muito presos ao calendário do futebol masculino.
Soma-se a isso o fato dos patrocinadores primarem mais pela modalidade
considerada oficial. Além também da presença da mulher na arbitragem, no
jornalismo esportivo e em outras esferas. Elas também manjam muito. Não
deve haver o determinismo que diz que por ser mulher não deve saber de
futebol. Se pá elas manjam de futebol, NHL, UFC e Hokey muito mais que
você que é homem e tá lendo isso.
Enfim, a questão é que, embora algumas dessas coisas pareçam que só
são explícitas, brincadeira pra provocar rival, entre outros, são formas
de preconceitos, mas são sutis. Ao rebater o racismo não devemos usar o
argumento do que o maior jogador de todos os tempos era negro. Porque
mesmo se fosse bisonho, grosso, péssimo jogador, Pelé mereceria respeito
simplesmente por ser uma pessoa. Ao nos declarar contra o preconceito,
devemos perceber como gestos e práticas legitimam ainda mais a
diferenciação entre as pessoas. Disso fica a resposta da pergunta: o
futebol é um termômetro da sociedade. Tudo que foi dito não faz parte de
casos isolados, mas sim de toda uma lógica e uma estrutura de
pensamento e de vida.
Fontes:
http://globoesporte.globo.com/platb/memoriaec/2011/03/23/a-contribuicao-do-vasco-para-o-integracao-racial-e-social-no-futebol/
http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,arouca-e-chamado-de-macaco-apos-goleada-do-santos-em-mogi-mirim,1138189,0.htm
http://globoesporte.globo.com/futebol/eurocopa/noticia/2012/06/cassano-aquece-polemica-sobre-jogadores-gays-na-selecao-italiana.html
'Tudo é possível'
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sexta-feira, março 28, 2014
Som na caixa, manguaça! - Volume 76
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quinta-feira, março 27, 2014
'É que Narciso acha feio o que não é espelho...'
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Narciso ontem, no Morumbi: histórico |
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Em 2010, Narciso reclamou e foi expulso na decisão da Copinha |
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Narciso consola o derrotado Rogério Ceni: vingança, 4 anos depois |
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Não, Rodrigo Caio não é o culpado |
quarta-feira, março 26, 2014
Leônidas da Silva, negro diamante - Futebol Sem Racismo
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"A alma não tem cor", diz a canção de André Abujamra. A alma brasileira está colada no futebol. E a alma do futebol brasileiro é multicolor. Na campanha por Futebol Sem Racismo, cujo pontapé inicial já foi dado e que avança pela meia cancha, a gente não se cansa de lembrar talentos negros. O primeiro é Leônidas da Silva, o Diamante Negro.
Criador do gol de bicicleta e apontado como "maior do que Pelé" pelo adversário e goleiro Oberdan Cattani, Leônidas da Silva foi o Diamante Negro. Símbolo de um povo, mágico com a bola nos pés, encantou os europeus nas Copas do Mundo de que participou. Nascido em 1913, jogou entre 1923 e 1951. Atuou por Flamengo e Botafogo, além de protagonizar uma das primeiras transações milionárias do futebol brasileiro, ao ser transferido para o São Paulo.
Era considerado temperamental, de pavio curto. Porém tal traço parece ter atrapalhado mais sua trajetória como treinador do que como jogador. Talvez o talento com os pés tenha tenha sido mais eficaz para cessar a sanha dos críticos do que os resultados como comandante. Tampouco impediu uma bem sucedida corrida como comentarista esportivo.
Outro Estigma que recai sobre a biografia do gênio é o de ter sido ausente, por contusão, na partida semifinal da Copa de 1938, quando o Brasil perdeu da Itália. Nos anos 1950, ele chegou a ser acusado de ter recebido suborno do regime de Benito Mussolini para "amarelar". Não era verdade.
O apelido "Diamante Negro" foi talhado pela imprensa francesa durante aquele mundial. O que envolve o fato de ter marcado 7 gols (foram 8, mas a Fifa tirou-lhe a autoria de um), incluindo o sexto do 6 a 5 contra a Polônia, na prorrogação da decisão de terceiro lugar.
Foto: Reprodução de Globo Sportivo, ao lado de Zizinho
Ficha técnica de Leônidas da Silva
N° da camisa que consagrou: 9Clubes em que atuou: Flamengo, Botafogo e São Paulo
Partidas na seleção: 37, com 37 gols marcados
Copas do mundo: 1934 e 1938
Marca registrada: O principal divulgador da bicicleta e ser considerado "Maior do que Pelé"
Estigma: o de ser temperamental e o de não ter conquistado Mundial de futebol em 1938, chegando a ter sido acusado de ter recebido suborno da ditadura de Mussolini
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terça-feira, março 25, 2014
Pelo Futebol Sem Racismo, uma campanha
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Está no ar a campanha Futebol Sem Racismo, uma iniciativa do Futepoca e do Blog do Santinha. Após os episódios envolvendo jogadores, como Tinga e Arouca, árbitros, como Márcio Chagas, "humoristas"... a iniciativa quer fazer uma corrente pra frente para parar com o racismo dentro dos gramados.
Precisamos e queremos parceiros. Entre em contato.
Sobre o Futebol Sem Racismo
A pátria em chuteiras, na expressão consagrada por Nelson Rodrigues, é uma das definições mais bem resolvidas de tudo o que o futebol representa para o brasileiro. Pés de todas as cores foram, são e serão calçados para fazer do país uma fonte de craques. O racismo não pode ter espaço nem dentro do gramado, nem nas arquibancadas. Muito menos na Copa do Mundo de 2014.
Manifestações recentes de intolerância contra jogadores, árbitros e torcedores negros são o ponto de partida desta campanha, movida por pessoas, torcedores, blogueiros, jornalistas, cidadãos... Gente que quer o espetáculo da bola entre jogadores, independentemente da cor da pele.
Se a conversa começa com o Futepoca e o Blog do Santinha, ela avança com apoio de todos.
Primeiro, vamos jogar o racismo para escanteio. Depois, vamos tirar o tema da retranca e contra-atacar: construir ações para clubes, jogadores, torcedores, poder público... para cada um assumir sua posição no time do Futebol Sem Racismo.
Como participar
Há muitas formas de participar da campanha. Curtir a página no Facebook, compartilhar os conteúdos produzidos, espalhar o selo, ajudar a difundir... Confira:Curta
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