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segunda-feira, julho 19, 2010

Lula: 'Não consigo imaginar Copa sem São Paulo'

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Agora o "hómi" entrou na briga de vez: durante assinatura de medida provisória que flexibiliza o limite de endividamento das cidades que irão sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, o presidente Lula disse que vai intervir no impasse sobre o estádio que irá abrigar os jogos da Copa em São Paulo. "Eu, sinceramente, não consigo imaginar uma Copa do Mundo no Brasil sem ter São Paulo como um dos cantinhos em que os atletas vão jogar bola", afirmou o mang..., digo, o nosso presidente. "Estou disposto a entrar nessa conversa, acho que o governador já deveria ter chamado todos os envolvidos para conversar, para encontrar uma solução e não ficar brigando pela imprensa, porque o tempo urge", acrescentou, numa alfinetada explícita ao governador (?) paulista Alberto Goldman (PSDB). Mas, de novidade, mesmo, só a informação de que o ministro dos Esportes, Orlando Silva, vai se reunir na próxima quinta-feira, 22, com representantes da CBF, do São Paulo Futebol Clube e das outras partes envolvidas no imbroglio para conversar sobre a escolha do estádio. Será que o Morumbi ainda tem alguma chance?

terça-feira, março 09, 2010

Casamento e pindaíba fazem idosos beberem mais

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O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo fez uma pesquisa com 1.563 pessoas de 60 anos ou mais e concluiu que, na capital paulista, 9,1% deles ingerem bebidas alcoólicas em excesso. Até aí, o índice nem é tão alarmante, mesmo porque muitos idosos ficam na mão de familiares inescrupulosos que os impedem de beber. Mas o índice dobra na análise do poder aquisitivo: 18,3% dos idosos da classe E, a mais miserável, são alcoólatras. A proporção vai baixando à medida que a grana vai subindo.

Na classe D são 13,6% os velhinhos chegados na cachaça braba; na classe C, 8,8% e na classe B, 3,1%. Mas volta a subir entre os ricos, que, naturalmente, tem mais dinheiro para comprar um goró: 7% dos idosos da classe A enxugam além da conta. Outro dado curioso é que, em relação ao estado civil, o levantamento revelou que o maior índice de alcoolismo está entre os casados, com 13% de velhinhos alcoólatras. Já entre os solteiros, o índice cai pela metade: 6,6%. Ou seja, falta de grana e casamento são os principais tormentos que levam a velharada a cair de cabeça na manguaça. E estamos falando essencialmente do público masculino, pois o índice de alcoolismo entre os homens idosos atinge 20%, enquanto, entre as mulheres, não passa de 3,1%. Como não sou mais casado, só a pindaíba me motivará no futuro...

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Dinheiro na mão (do manguaça) é vendaval

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O Banco Central divulgou hoje as novas cédulas de real (à esquerda) que devem entrar em circulação, gradualmente, até 2012. Elas tem certa semelhança com as cédulas de euro, que me habituei a manipular na fase irlandesa, em 2009. Mas escrevo porque a notícia dos novos reais me trouxe uma sensação nostálgica de outras cédulas, outras situações de vida. Ou melhor: de outros bares.

Porque, por exemplo, quando me recordo da nota de 1 cruzeiro da minha infância (à direita), lembro do Bar do Anésio, onde eu ia procurar meu pai - a mando de minha mãe. Cercado por violões, boêmios, tigelas de tira-gosto e garrafas, ele nunca tinha pressa de voltar para casa. Por isso, me dava uma meia-dúzia dessas cédulas para eu me esbaldar com salgados e refrigerantes, enquanto ele terminava os trabalhos do fórum adequado. Foi o Bar do Anésio, uma casa simples de telhas antigas, sem forro, que me tornou um "butequeiro". Aquele bando de gente falando alto, rindo, cantando e manguaçando era (e é) um programa muito melhor do que ficar em casa assistindo TV.

Mas eu só teria permissão para iniciar minha própria boemia bem mais tarde, aos 12 ou 13 anos, quando o dinheiro nacional já era o cruzado. Lembro bem da nota de mil com o Machado de Assis (à esquerda), a quota que minha mãe separava para eu passar o final de semana. Eu ainda bebia com muita moderação e o dinheiro me permitia manguaçar nas noites de sexta e sábado, nos bailes do clube local, sem passar vontade. Me parece que na época cerveja custava mais barato e, na falta dela, sempre tinha uma dose de menta azulada que completava o tanque e fornecia a necessária cara-de-pau para tirar as meninas pra dançar - e salvar a auto-estima quando ouvia um "não".

Pouco depois, o Fernando Collor assumiu a presidência da República e retornou nossa moeda para cruzeiro. Foi uma época em que eu já conseguia defender uns pixulés fazendo pequenos serviços e me aventurava em expedições etílicas e "mulherísticas" por outras cidades. Nesse período de transição as cédulas de cruzado continuavam circulando, com carimbos mostrando o novo valor em cruzeiros (acima). Me recordo que o dinheiro estava tão desvalorizado que ninguém usava moedas pra nada. No bar, o valor do goró mudava a todo momento. Foi aí que desenvolvi o hábito (conservado até hoje) de converter o valor de qualquer coisa em cerveja, para avaliar se é barato ou caro. Se a coisa ou serviço custa o equivalente a até meia-dúzia de cervejas, não é tão extorsivo. Mais que isso é roubo!

Outra cédula estranha que me lembro de ter manuseado foi a de cruzeiro real (à esquerda). Sim, meus jovens, antes do real tivemos essa moeda híbrida que durou bem pouco, acho que só o primeiro ano do governo Itamar Franco. Eu estava na faculdade e trabalhava vendendo (ou tentando vender) títulos de sócio do (talvez nunca concluído) clube de campo Águas de Atibaia. Meu bar preferido era o 1 + 1, que tinha pagode ao vivo - não sou fã, mas esses recintos costumam atrair a mulherada. Foi nesse buteco mítico que eu fiquei devendo 182 cervejas no mês e tive que rifar um contrabaixo para pagar parte da pendura. Sorte minha que o bar faliu e não paguei o resto.

Bom, aí veio o real, com o congelamento de salários por dez anos e o aumento gradual mas recorrente do preço da bebida - o que não nos impediu de seguir militando pela nobre causa. Em bares de Fortaleza, Sobral, Santo André, São Paulo e mundo afora. Às vezes com um trocado melhor no bolso, às vezes desempregado, às vezes marcando na conta (obrigado, saudoso Vavá!), às vezes dependendo dos camaradas. Mas sempre molhando a palavra. E, a partir de agora, com essas novas cédulas - que um dia, espero, também puxarão outras memórias, de outros bares e bebedeiras. Saúde! E paga uma!

sexta-feira, setembro 11, 2009

A relação entre o Vaticano e a General Motors

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Tendo ouvido com mais atenção a música "Awaiting on you all" ("Aguardando por todos vocês"), de George Harrison, me deparei com versos intrigantes:

And while the Pope owns 51% of General Motors
And the stock exchange is the only thing he's qualified to quote us
(E enquanto o Papa possui 51% da General Motors
E a bolsa de valores é a única coisa que ele está qualificado para nos citar)


Confira abaixo e preste atenção a partir de 2:09:



Curioso, procurei fuçar alguma coisa que relacionasse a montadora de veículos com o Papa da época em que a canção foi feita (1970), o italiano Paulo VI - ou Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini, que mandou no Vaticano por 15 anos. A fonte mais interessante que encontrei foi uma resenha do livro "Money and ther rise of the Modern Papacy" ("O dinheiro e a ascensão do Papado Moderno"), de John Pollard, publicado pela Universidade de Cambridge, Inglaterra, em 2005. "As finanças do Vaticano são, desde muito tempo, questão de especulação. E, nas últimas décadas, alguns jornalistas em particular, tornaram-se fascinados por isso", diz o texto.

"Mas foi só a partir da reforma da cúria romana por Paulo VI, em 1967, e a criação da Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Igreja, para coordenar o trabalho de todos os organismos financeiros, significativamente o Banco do Vaticano, que algumas das contas passaram a ser de domínio público".
Efígie do Papa Paulo VI (à esquerda) em moeda do Vaticano de 1963

Entre as especulações que os segredos financeiros da Igreja Católica geraram, o resenhista cita exatamente a música de Harrisson como melhor exemplo. "Nem é preciso dizer que, embora seja quase certo que o Vaticano possui ações da General Motors, é extremamente improvável que ele jamais teve qualquer coisa que se aproxime de uma participação maioritária", observa, ao comentar os 51% da letra (51, esse número mítico...). Porém, mesmo que o ex-beatle tenha carregado na tinta, o livro de John Pollard parece confirmar que embaixo desse angu tem osso. "O Papado se tornou uma instituição financeira global, não obtendo sua renda dos assuntos do Estado Papal, mas das ofertas dos fiéis de todo o mundo e também de retorno sobre um crescente portfólio de investimentos na agricultura, mercado imobiliário, indústria transformadora, comércio e finanças distribuídos ao longo das capitais financeiras do Antigo e do Novo Mundo - na própria Roma, Milão, Genebra, Lausanne, Londres, Nova York, Boston, Chicago, Buenos Aires e Rio de Janeiro, para mencionar as mais importantes", destaca o texto.

De qualquer forma, George Harrison era um aficcionado por automobilismo (vizinho por um tempo, amigo íntimo e padrinho de um dos filhos do piloto brasileiro Emerson Fittipaldi) e não parece de todo improvável que tenha ouvido alguma fofoca sobre as participações acionárias da GM. Mas a letra de "Awaiting on you all" não cutuca só o Papa. Como já comentei em outro post, o período entre 1970 (quando a letra foi escrita) e 1974 (quando a "companhia" Beatles foi desfeita legalmente) foi de troca de ofensas e de "recados" entre Harrison, John Lennon e Paul McCartney.

Nos primeiros dois versos da música em questão, como pode ser vista no vídeo postado lá no início desse texto, os petardos de George são contra a iniciativa de Lennon de ter transformado sua lua de mel com Yoko Ono em um evento hippie chamado "Bed in" ("Na cama pela paz"), quando o casal passou quase uma semana deitado, de pijamas, cantando, "militando" e dando entrevistas. Apesar de trocar o nome para "Love in", que não tem tradução mas pode ser entendido como gíria para qualquer piração bicho-grilesca inócua dos anos 1960, Harrison foi sarcástico ao limite ao dizer que ninguém precisa de uma bed pan (aparadeira, foto à esquerda), sugerindo que no "Bed in" John não saía da cama nem para ir ao banheiro. E ainda tira um sarro da fixação doentia de Yoko Ono por horóscopo e ocultismo:

You don't need no love in
You don't need no bed pan
You don't need a horoscope or a microscope
To see the mess that you're in
(Você não precisa de um evento paz & amor
Você não precisa de uma aparadeira
Você não precisa de um horóscopo ou um microscópio
Para ver a bagunça em que você está)


O curioso é que no ano seguinte, em 1971, John Lennon também decidiu irritar o Vaticano, produzindo uma antológica gravação do maluco novaiorquino David Peel, "The Pope smokes dope" ("O Papa fuma maconha"). Ouça um remix recente desse hino da porralouquice:



Buenas, mas se você acha que essa esculhambação não passa de gracinha riponga, então me despeço com o vídeo abaixo, que prega seriamente que "Jesus was a mushroom" ("Jesus era um cogumelo"). Perto disso, o Papa comandar a General Motors parece a coisa mais plausível do universo...

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Governo de São Paulo não quer blogues no projeto de inclusão digital Conexão Cultura

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DIEGO SARTORATO*

A Fundação Padre Anchieta divulgou os resultados de uma pesquisa que realizou em 27 lan houses da capital, com 349 pessoas, sobre a forma como pessoas das classes A, B, C e D usam a internet naqueles comércios. As entrevistas não foram à toa: o governo do Estado vai criar o projeto Conexão Cultura (que não é subordinado à TV pública mantida pela mesma fundação), com o objetivo de planejar uma barra de ferramentas que passará a ser instalada nos computadores de lan houses e cyber cafés da capital que entrarem (voluntariamente, esperamos) no projeto. A ideia é fornecer conteúdo informativo e educativo gratuito aos internautas - desde que os grandes poderios econômicos e os setores tradicionais da comunicação não fiquem de fora, claro.

Um detalhe curioso é que os blogues devem ficar de fora. "Sinceramente, não pensamos nisso. Não sei. Mas não acho que seja o nosso perfil. Até porque é um pessoal que está muito bem divulgado em outras mídias e provavelmente não terá interesse em nós", afirmou o coordenador do projeto, Luiz Henrique Barreto do Amaral, do setor de marketing (!) da Fundação Padre Anchieta. Ele resume a proposta do Conexão Cultura: "Vai ser uma barra lateral que vai estar no computador, e que terá links direcionados a páginas dos parceiros do projeto, em que haverá notícias, cursos online, material educativo". Os parceiros, que também devem participar do projeto com patrocínio financeiro, são os de sempre. "Por enquanto, fechamos com o Itaú Cultural e com o SESC-SP", adianta Amaral.

Poderio econômico preponderante
A imprensinha também não deve ficar de mãos abanando. "Se a Globo ou o UOL quiserem participar, não há impedimento. Não existe o braço educativo da Globo, o Futura?", pergunta. "Corremos o risco que grupos de maior poderio econômico sejam preponderantes. Mas existe uma parcela muito grande do empresariado que, de certa forma, assumiu um papel que deveria ser do Estado de promover a inclusão digital", admite. Só que ainda não se sabe como fazer com que os internautas acessem os links do projeto. "Então haverá um quiz, para ter certeza de que a pessoa leu mesmo", comenta Amaral. Isso para ter certeza que a pessoa leu mesmo o UOL (parceria de Folha de S.Paulo e Editora Abril), o G1 (Globo), o site do banco Itaú...

Interessante foi o comentário postado na matéria sobre a pesquisa postada pelo UOL: "Olá, sou diretor de uma entidade que representa as lan houses no Brasil, a ABCID. Em relação à classe D na pesquisa, há uma controvérsia, pois hoje em dia a maior parte do público é da classe C e D", observou Rafael Maurício, da Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital. Para quem quiser analisar com mais detalhes, tivemos acesso ao resultado completo da pesquisa, que está disponibilizado aqui. Negritos e números de tamanho aumentado são da própria equipe da Cultura Data. Qualquer semelhança com um levantamento mercadológico só pode ser mera coincidência. Ou estaríamos presenciando o nascimento do spam oficial?


*Diego Sartorato é jornalista, corintiano, comunista, pró-blogues, apreciador de 'vodka' Zvonka e colaborador bissexto do Futepoca.

quinta-feira, novembro 27, 2008

Do PT seria caixa dois; do DEM, "doações ocultas"

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Tá lá na Agência Estado: o prefeito reeleito de São Paulo, queridinho da mídia Gilberto Kassab (foto), do ex-PFL (DEM), que arrecadou R$ 29,8 milhões na campanha deste ano, "justificou" simplesmente 95% (reforço: noventa e cinco por cento) do dinheiro como oriundos de "doações ocultas", segundo prestação de contas à Justiça Eleitoral. Gente, isso não é sério. É muito sério, pô! No total, R$ 28,5 milhões entraram na conta da campanha via partido político ou comitê partidário, operação que até é permitida pela legislação, mas dificulta a crucial identificação de quem financiou o candidato. E a mídia, pra variar, trata o assunto com total discrição.

Entenderam o golpe? Quando empresas e pessoas físicas fazem doações diretas aos candidatos, sua identidade é revelada na prestação de contas. Mas, quando a doação vai para o caixa do partido, é impossível saber quem a recebe efetivamente, pois o dinheiro pode ser repassado para mais de um candidato. E, enquanto as prestações de contas das campanhas são feitas até 30 dias após as eleições, os partidos só divulgam a lista de seus doadores no meio de 2009. Lembrete: Kassab teve a campanha mais cara entre os concorrentes e quase atingiu o teto previsto antes do início das eleições, de R$ 30 milhões. Repito o meu jargão: ah, se fosse o PT...

quinta-feira, outubro 16, 2008

Santos comemora alta do dólar para lucrar mais com porcentagem na recente transação de Robinho

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Aproveitando a pelada entre Brasil e Colômbia, a diretoria do Santos mandou um adEvogado atrás de Robinho e conseguiu que ele assinasse um documento comprovando que já tinha vínculo com o time da Vila Belmiro nos tempos da categoria sub-13. Isso caracteriza, para a Fifa, que o Santos é o clube formador do atleta. Assim, na recente venda de Robinho do Real Madrid para o Manchester City, por 42 milhões de euros, o alvinegro praiano tem direito a 4,5%. A expectativa da diretoria santista é que esta soma entre nos cofres em novembro. Por isso, a alta do dólar também foi comemorada pelos diretores, pois os valores repassados aos times formadores geralmente estão atrelados à moeda estadunidense. Há crises que vêm para o bem...

sexta-feira, agosto 15, 2008

O que o dinheiro separa, só a cachaça pacifica

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Autores de algumas das canções mais executadas no mundo em todos os tempos, os ingleses John Lennon e Paul McCartney sempre procuraram manter o público alheio às suas (muitas) divergências nos tempos dos Beatles. Porém, depois que a banda acabou, em 1970, ninguém se preocupou mais em manter as aparências. Envolvidos numa briga ferrenha por dinheiro, John, Paul, George Harrison e Ringo Starr (ou Richard Starkey) só conseguiriam chegar a um acordo judicial e assinar a dissolução formal do grupo em dezembro de 1974. Nesse intervalo, porém, a guerra foi feia, muitas vezes descambando para a baixaria.

Em maio de 1971, Paul partiu para o ataque em seu álbum Ram. Na capa, aparece segurando um carneiro pelos chifres (no alto, à direita), numa referência velada ao período barbudo/cabeludo de Lennon - e muito menos velada ao fato de ter "conhecido" Yoko Ono, no sentido bíblico, muito antes do parceiro se casar com ela. Mais provocadora ainda é a contracapa, que traz uma pequena foto de dois besouros (beetles, em inglês) transando. E Lennon entendeu a maldade da canção Too many people, que tem versos como "Too many people preaching practices/ Don't let them tell you what you wanna be" ("Muita gente pregando práticas/ Não deixe eles lhe dizerem o que você quer ser"), em alusão aos discursos engajados de John e Yoko sobre política, paz e comportamento.

Lennon rebateu cinco meses depois, em outubro de 1971, no disco Imagine. A primeira resposta vem no encarte, que contém uma foto dele segurando um porco pelas orelhas (foto à esquerda). Já na letra de How do you sleep?, o soco é no estômago de Paul, sem rodeios: "The only thing you done was Yesterday/ And since you've gone you're just Another day" ("A única coisa que você fez foi Yesterday/ E desde que se foi, você é apenas Another day"), referindo-se a duas músicas, a última, bem bobinha, o primeiro grande sucesso de McCartney pós-Beatles.

A reconciliação aconteceu por acaso. Em março de 1974, Lennon estava separado de Yoko e tomando todas com o cantor Harry Nilsson e o baterista do The Who, Keith Moon, em Los Angeles, Estados Unidos. De passagem por lá, McCartney resolveu falar um oi ao ex-colega - e, óbvio, beber alguma coisa (acima, John, Keith e Paul juntos). Pois a dupla passou a tarde na praia, tomando umas e rindo das velhas histórias. A fase carneiro/porco foi esquecida e o clima ficou tão bom que eles terminaram fazendo uma jam session em um estúdio local, com Moon, Nilsson e Stevie Wonder, entre outros (gravação que virou um disco pirata: A Toot and a Snore in '74 ). Um belo exemplo da capacidade pacificadora da bebida alcoólica...

segunda-feira, junho 30, 2008

"O seu paradeiro/ Está no estrangeiro/ Onde está o dinheiro?"

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Os versos do título desse post, presentes na letra de "Onde está o dinheiro?", sucesso de Gal Costa nos anos 1980, caem como uma luva para o novo escândalo do Corinthians. Ao contrário do que escrevi aqui há alguns dias, a venda do atacante Jô, do CSKA para o Manchester City, não é uma notícia tão boa assim para o clube de Parque São Jorge. E tudo por culpa de seu atual presidente, Andrés Sanchez (acima), que eu já havia citado no post anterior por ter vendido porcentagens dos direitos econômicos de três atletas para o Grupo Sonda - o que fez com que a tônica dos comentários fosse principalmente contra a cartolagem brasileira.

Pois os nossos comentaristas tinham toda a razão: matéria de Maurício de Oliveira, do Lance! de hoje, revela que, ao contrário do que se pensava, o Corinthians não vai receber R$ 7,7 milhões pela transação de Jô (ou 13,5% dos R$ 57 milhões da venda, sendo 3,5% como "indenização aos clubes formadores", prevista pela Fifa, mais 10% registrados no contrato de venda para o CSKA, em 2005). Na verdade, o clube paulistano receberá apenas R$ 1,78 milhão do Manchester City. E sabem por que? Os 10% previstos em contrato foram vendidos por Sanchez, no início de maio, por US$ 1,25 milhões (quase R$ 2 milhões). Traduzindo: os R$ 7,7 milhões transformaram-se em R$ 3,78 milhões.

E sabem para quem Sanchez vendeu os 10%? Para uma das empresas de Giuliano Bertolucci, amigo do iraniano Kia Joorabchian, ex-presidente do MSI. Esse comprador conseguiu multiplicar R$ 2 milhões por três no espaço de um mês e meio. Kia, por parte de sua assessoria de imprensa, nega ter ganho qualquer dinheiro nessa transação. Mas o empresário de Jô, Marcelo Djian, joga mais gasolina na fogueira: "-Não sei direito como e qual foi a influência de Giuliano nesse negócio. O que sei é que teve a participação do pessoal de Pini (Zahavi) e de Kia também...". Para quem não se lembra, Pini Zahavi (acima) foi identificado pelo ex-presidente corintiano Alberto Dualib como um dos principais investidores do MSI. E Andrés Sanchez foi vice-presidente de futebol no auge da parceria com o grupo investidor...

"-A divisão do Jô era assim:10% era do MSI, outros 10% do Corinthians e 80% do CSKA. Eu nem sabia que Giuliano tinha comprado os 10% do Corinthians", conta Djian. Em defesa de Andrés Sanchez, que fica numa baita saia justa, o vice de finanças do clube, Raul Corrêa da Silva, soltou a seguinte "justificativa": "-Quem podia imaginar que o Jô valeria tanto?".

quarta-feira, maio 09, 2007

Habemus Papa!

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O Bentão acabou de descer no aeroporto de Guarulhos. Meio assustado, com aquela cara sem graça de quem dedica a vida ao cumprimento de protocolos, o Papa foi recebido pelo presidente Lula um tanto engasgado (efeito da Zeca-feira?) e por uma sonolenta companheira Marisa (efeito da feijoada?). Em seguida, Herr Ratzinger embarcou num helicóptero king-size para sobrevoar São Paulo, conhecer o buraco do metrô e, quem sabe, fazer uma participação especial - e celestial - no boletim de trânsito da CBN. No mosteiro do xará São Bento, milhares de fiéis aguardam o alemão sob uma garoa gelada muito agradável, nessa Paulicéia congelada. O Kassab também já está lá perfilado, com aquela cara de Kassab. Mas acho que barraram o engravatado Henry Sobel. Ao que se sujeita um Santo Padre...

Tanta farofa realmente justifica o plantão ao vivo da Globo: segundo um estudo divulgado semana passada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a porcentagem de católicos no Brasil, que caiu abruptamente na década de 1990, manteve-se estável de 2000 a 2003, passando de 73,89% para 73,79%. Em números absolutos, segundo a pesquisa, a população católica no Brasil atingiu 129,76 milhões em 2003, contra 125,53 milhões em 2000. De acordo com a FGV, se a tendência à estabilidade for mantida, o número de católicos no Brasil atualmente pode ser estimado em 139,24 milhões. Haja hóstia!
Por essas e outras, Tio Joseph resolveu fazer uma visita de camaradagem aos "bons meninos" do clero brasileiro. Os gerentes regionais cumpriram suas metas e o diretor da franquia está satisfeito. Resta-nos agüentar três ou quatro dias nessa lenga-lenga e a cara do Papa em todo bendito jornal, TV, revista e congêneres. O Roberto Carlos vai cantar, o Padre Marcelo vai pular, o Cid Moreira vai gravar mais uns salmos e todo mundo vai esquecer a Emenda 3 por um tempo. O consolo é saber que, assim como o BelzeBush, o Papão vai embora logo. Amém! E paga uma! Ou melhor, XVI...