Destaques

quinta-feira, janeiro 29, 2009

No butiquim da Política - Serra batendo um bolão

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CLÓVIS MESSIAS*

Olá, pessoal do Futepoca. Após um merecido recesso, longe de todo bagulho eletrônico, volto a encostar o umbigo no balcão. A grande preocupação dos observadores políticos, na posse do tucano Geraldo Alckmin como secretário do Desenvolvimento do governo José Serra, era tentar montar o quebra-cabeça das futuras alianças. Havia apenas uma certeza: o governador e candidato à Presidência da República em 2010 mostrará, na festinha, força aglutinadora com o intuito de facilitar sua vida no PSDB.

Mas um distraído em sua mesa, aqui no buteco, pensou alto: "-Não será força demais?". Aí, o ponto de interrogação aumentou. Será que passaram do ponto, mais uma vez? Bem, se há "forçação de barra", não sei, mas a chapa projetada nos bastidores da convenção municipal tucana do ano passado indicava Aloysio Nunes Ferreira como provável candidato ao Palácio dos Bandeirantes e, hoje, o que parecia impossível está mais que confirmado. Ninguém acredita que o agora secretário Geraldo Alckmin poderá pleitear a disputa ao governo de São Paulo dentro do partido, na próxima eleição.

José Serra está tão á vontade nesta roupagem que, durante a visita do presidente Luís Inácio Lula da Silva, em São Paulo, na terça-feira, cumpriu agenda semelhante. Praticamente não desgrudou do Lula. Serra esteve no Hospital Sírio Libanês para visitar o vice-presidente da República José Alencar, que se recupera de cirurgia. Esteve na sinagoga de Higienópolis na cerimônia em memória do Dia Internacional do Holocausto. Finalmente, à noite, no Aeroporto de Congonhas, conversou aproximadamente 40 minutos com Lula.

Um manguaça observou: "-Serra e Lula sozinhos?". Pois é. Passaram muito tempo falando do Palmeiras e do Corinthians no Paulistão. Pelo exposto, Serra e Lula estão batendo um bolão. Da prorrogação (conversa ao pé do ouvido), a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não participou. No dia seguinte, o governador recebeu, em almoço no Palácio dos Bandeirantes, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o da CBF, Ricardo Teixeira. Em pauta, a Copa do Mundo de 2014. Gentilmente, ele convidou o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PPS), para participar e reivindicar que Manaus seja uma das cidades sede do Mundial.

Isto faz com que os freqüentadores do butiquim afirmem que ele já está em campanha aberta e, aos distraídos, trabalhando como se já estivesse eleito presidente da República Federativa do Brasil. Tá batendo um bolão. Já o Aécio...

*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino e dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo. Escreve regularmente essa coluna para o Futepoca.

Futebol e política no FSM

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Na foto acima, a união do futebol com a política em uma bandeira da marcha de abertura do Fórum Social Mundial. Entre deprimido e revoltado, um militante petista, torcedor do Remo, quando viu a cena e o distintivo do rival Paysandu, não se segurou: "Estragaram a bandeira do PT!".

Futepoca no FSM: free as in free beer

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Na atividade Free as in free beer, o coletivo A Epidemia queria discutir a Cultura Livre, de acesso gratuito, em que todos podem apreciar e produzir. Um dos pontos era a parceria com a Cooperifa na realização de saraus pela região periférica de São Paulo. Outro era o Teatro Mágico (de Osasco). Esperavam uma reunião de articulação, com menos gente do que a capacidade de 50 pessoas da sala, jamais as 80 que apareceram.

O tema era interessante e não dá para saber a motivação de cada um. Mas o fato é que na programação oficial o nome constava: "Free as in beer". Uma das organizadoras, em um dado momento, explicou a confusão e arrematou:

– Com o erro, não sei se alguém veio aqui esperando distribuição de cerveja grátis (risos).

Não tinha cerveja. E ninguém se levantou depois que ela disse isso. Só depois, quando começou o debate, é que, eu acho, que o fermentado de cevada fez mais falta. Mas não existem dados estatísticos a respeito.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Futepoca no FSM: o futebol na marcha de abertura

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Quem esperava apenas condenações ao imperialismo, ao aquecimento global e às transnacionais, descobriu que o Fórum Social Mundial 2009 também é futebol. Na marcha de abertura realizada na terça-feira, 27, torcedores de norte a sul garantiram que o escudo do time do coração na caminhada.


No selim da bicicleta de som com marchinha pelo aleitamento materno, o distintivo do Corinthians.


Torcedores do Inter de Porto Alegre.


Comunista e papão: na camisa, Che Guevara, na bandeira, o Paysandu.

É bom saber que mesmo no outro mundo possível vai ter futebol.

Tudo menos a cervejaria

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Já que estou na toada da ciência e tecnologia... os EUA, cuja universidade é considerada hoje o modelo para o mundo em termos de produção científica e tecnológica, importaram o seu sistema universitário da Alemanha. Tanto que o sociólogo Max Weber disse certa vez que se alguém quisesse conhecer o desenvolvimento da universidade alemã deveria ir aos Estados Unidos. O padrão alemão reproduzido nos EUA consiste na organização em departamentos, no foco em pesquisa e na pós-graduação, a constituição de sociedades de pesquisa e na publicação de periódicos científicos.

Essas coisas eu aprendi numa palestra com a pesquisadora de educação Mirian Jorge Warde, professora da PUC-SP. Esse decalque do sistema teve no entanto uma adaptação importante (à qual naturalmente se seguiram muitas outras, pois os estadunidenses foram re-inventando à sua forma e conforme suas necessidades o seu sistema): ela conta que os estadunidenses importaram tudo, menos a cervejaria. Opa! Aí começa a parte interessante da história.

As universidades alemãs são bastante antigas, e em torno delas, como em torno de tudo no país de Beckenbauer, foram naturalmente se abrindo cervejarias (como a famosa Löwenbräu, de Munique, na foto ao lado), com o propósito de acolher os alunos após as atividades acadêmicas. Antes que alguém diga que este aspecto foi muito bem incorporado ao sistema universitário brasileiro, é preciso entender como as cervejarias se articulam com as aulas. Acontece que na Alemanha essas aulas são estruturadas na forma de leituras (a Lektüre), ou seja, explanações curtas, com começo, meio e fim, sobre um tema ligado às pesquisas deste professor.

As informações básicas, aquelas que qualquer um pode encontrar em livros, essas o professor nem aborda, já dá como pressuposto. Os alunos se viram, estudam, e fazem exames no fim do ano, pronto. Mas nas aulas vão ter contato com conhecimento de ponta, aquilo com que seus professores estão lidando naquele momento. Claro que surgem muitas dúvidas e abrem-se muitos caminhos para elucubrações, divagações, explanações... A cervejaria é então o foro adequado para se desenvolver os debates. Adequado sobretudo porque livre, democrático, animado e descompromissado: os manguaças intrigados pela palestra não têm que prestar contas a ninguém, e podem realmente levar ao limite as discussões.

Os estadunidenses, segundo a professora Warde, teriam "incorporado" a cervejaria à sala de aula, deixando sempre um tempo final aos debates. Perderam o principal, claro.

Mas está aí mais um aspecto a ser incorporado no Manguaça Cidadão: implantação de estruturas de excelência e adequadas à discussão científica nos arredores das nossas universidades. Mas nada de copiar a cópia: vamos direto à fonte alemã.

terça-feira, janeiro 27, 2009

Seleções: Dunga convoca sem grandes surpresas e Dentinho marca pela Sub-20

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O técnico Dunga convocou a seleção brasileira para amistoso contra a Itália, dia 10 de fevereiro, em Londres. Duas novidades na lista, uma grande, outra nem tanto. A grande é o meia Felipe Melo, da Fiorentina, revelado pelo Flamengo. A nem tanto é o retorno de Ronaldinho Gaúcho após um tempo de afastamento.

Veja a lista completa:

Goleiros
Julio César Internazionale
Doni Roma

Laterais
Maicon Internazionale
Daniel Alves Barcelona
Adriano Sevilla
Marcelo Real Madrid

Zagueiros
Lúcio Bayern de Munique
Juan Roma
Luisão Benfica
Thiago Silva Milan

Meias
Gilberto Silva Panathinaikos
Elano Manchester City
Anderson Manchester United
Josué Wolfsburg
Ronaldinho Gaúcho Milan
Julio Baptista Roma
Felipe Melo Fiorentina
Kaká Milan

Atacantes
Robinho Manchester City
Luís Fabiano Sevilla
Alexandre Pato Milan
Adriano Internazionale


Sub-20

A Seleção Sub-20 se classificou para a fase final do Sul-Americano da categoria. A passagem foi garantida com vitória sobre o Chile, nesta segunda-feira, por 2 a 0. Os gols foram marcados por Dentinho (Corinthians) e Maylson (Grêmio). Puxando a brasa para a minha sardinha, foi o primeiro gol do jovem corintiano com a camisa amarela.

Belluzzo eleito é notícia melhor que os 3 a 0

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A eleição de Luiz Gonzaga Belluzzo à presidência do clube, na noite de segunda-feira (26), não é garantia de gestão nem de títulos, mas é a melhor opção para o clube. Pelas minhas contas, todos os blogues parceiros do Futepoca de torcedores do Palmeiras são favoráveis.

O patrocínio da Samsung, de R$ 45 milhões em três anos, já está fechado, a Arena Palestra Itália aprovada, e o time de 2009 praticamente montado. Belluzzo tem uma visão interessante sobre as possibilidades de aprimorar a gestão, exposta em diversas entrevistas, tanto na concedida ao Futepoca, ano passado, quanto ao Valor Econômico.


Ao lado de réplica de medalha do título da Copa Rio, de 1951, que o
Palmeiras defende ser um título de campeão do mundo


Isso é bem mais importante do que a vitória de 3 a 0 sobre o Mogi Mirim, no sábado. Mesmo que Keirrison tenha estreiado com dois gols e que Cleiton Xavier tenha marcado o segundo gol em duas partidas. Apesar de manter o grupo de Mustafá Contoursi e outros aparentemente com menos clareza sobre possibilidades de ampliar receitas para o clube e para o futebol, a eleição não representa ruptura. Mais: Belluzzo precisará fazer bastante coisa para, de fato, marcar época.

Só espero que o corintiano presidente Lula nem o palmeirense governador José Serra não inventem de arrumar um cargo para ele.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Corinthians vence com mudança tática em tarde "inspirada" do comentarista Neto

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Desfalcado de seu principal armador, Mano Menezes mudou o jeito do Corinthians jogar na vitória de ontem contra o Bragantino, por 1 a 0, gol de Lulinha. Douglas e Jorge Henrique ficaram de fora, machucados. Sem substituo que cumpra a mesma função de Douglas, o treinador sacou Túlio, colocou Lulinha na direita, Wellington Saci na meia esquerda, Otacílio Neto no ataque e recuou Elias para segundo volante.

O comentarista e ex-craque corintiano Neto - meu primeiro ídolo no Corinthians, ao lado do goleiro Ronaldo - achou a escalação totalmente errada: para ele, Saci é lateral, Otacílio Neto jogava bem no Noroeste como “quarto homem de meio campo” e, se Mano não tinha nem colocado Lulinha no banco no jogo anterior, como poderia escalá-lo de titular? Disse também que era um risco, pois o Bragantino era uma boa equipe, que vinha de uma goleada de 4 a 2 na primeira rodada.

Pois o time começou, pressionando o Bragantino, marcando no campo do adversário e criando boas oportunidades. O destaque foi exatamente Saci, que fez boa partida jogando como meia à européia, começando as jogadas pelo meio e caindo nas pontas - fez algumas boas tabelas com André Santos. Lulinha fazia o mesmo do lado direito, mas sem tanto sucesso, talvez pela escassa participação de Alessandro. Otacílio Neto, que já deu dois passes para gol em dois jogos do Paulista, se movimentou pelos dois lados e levou perigo. Mais uma vez, o Corinthians dominava a posso de bola, criava boas chances, mas faltava contundência na definição da jogada. Neto passou a dizer que Saci estava jogando muito bem. “Ao contrário do que eu disse”, reconheceu.

No segundo tempo, Alessandro passou a descer mais e a jogar com Lulinha, que cresceu de produção. De uma tabela bem construída dos dois – com participação de Otacílio Neto – nasceu o gol corintiano, de Lulinha. O garoto se soltou e passou a arriscar uns dribles e passes mais interessantes. Num deles, deixou Souza na cara do gol, mas o centroavante chutou a bola bisonhamente pra longe. Apesar disso, de ser lento e muito pouco habilidoso, Souza fez várias vezes o papel de pivô e criou algumas oportunidades durante a partida. Nada grandioso, pelo contrário, mas dá para imaginá-lo sendo útil ao time. Aqui, Neto passou a elogiar Lulinha: “Está jogando demais”.

O Timão relaxou um pouco depois do gol e o Braga conseguiu algumas finalizações, mas nada que assustasse – evolução, considerando que foi apenas um chute a gol do time da casa no primeiro tempo, contra 12 do Corinthians (apenas um acertou o alvo, é verdade). Mas a folga durou pouco e o Corinthians retomou o controle da partida, que ficou nessa até o final, contando ainda com um chute para fora de André Santos na cara do gol, depois de passe de Souza. A essa altura, Neto já estava dizendo que o Bragantino era “muito inferior” ao Corinthians. Fique impressionado, tanto com a abrangência da previsão equivocada do comentarista, quanto com sua capacidade de mudar de opinião durante a partida.

E Mano Menezes mostrou que, de fato, o time tem opções táticas. O futebol foi bastante econômico e nada brilhante, mas seguro e com total domínio sobre o adversário – que me pareceu bem fraco, diga-se. Faltou melhorar a conclusão das jogadas, seja em termos de assistências ou finalizações. Vamos ver o que acontece daqui pra frente.

É Campeão!

O Corinthians venceu o Atlético-PR no domingo de manhã e sagrou-se heptacampeão da Copa São Paulo de Juniores. O time começou o torneiro desacreditado, mas na base do esforço coletivo conseguiu surpreender. Agora, imagine o que sente um garoto de 17 anos jogando uma final pelo Corinthians no Pacaembu com mais de 30 mil pessoas? Coisa linda mesmo, parabéns ao pessoal!

Sobre as revelações do time, vi muito pouca coisa pra falar. Mas como isso não é coisa de me segurar, digo que, do que eu vi, o lateral Bruno Bertucci e o meia Marcelinho têm potencial. Ouvi comentários positivos a respeito do goleiro André Dias, do meia Boquita e do volante Sacha, cujo nome/apelido deve lhe causar vários problemas...

Bons Presságios? - Para os supersticiosos, o título traz bons presságios: basta lembrar das temporadas de 1995, 1999 e 2005. E ignorar a de 2004, que foi uma lástima apesar do título da Copinha...

“Uma transa rítmica universal”

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Na linha dos posts que misturam futebol, política e música, recupero aqui uma curiosa fase do hoje vereador de São Paulo Agnaldo Timóteo (PR) – acima, na capa do disco "Frustrações", produzida no estádio do Maracanã em 1973. Com uma trilogia de LPs que já foi classificada como "pasoliniana", o cantor e compositor flertou, na segunda metade da década de 1970, com a apologia ao homossexualismo, ao hedonismo e à diversidade sexual. Logo ele que, hoje, como político de partido conservador, defende o empresário da prostituição Oscar Maroni e o sexo de meninas de 16 anos com estrangeiros. Curioso é que, num desses trabalhos de mais de 30 anos, Timóteo estampou elogios de um certo jogador de futebol...

A trilogia "gay" do cantor teve início em 1975, com "A Galeria do Amor" (à esquerda), referência a Galeria Alaska, ponto de encontro homossexual no Rio de Janeiro. A faixa-título diz: "Numa noite de insônia saí/ Procurando emoções diferentes/ E depois de algum tempo parei/ Curioso por certo ambiente/ Onde muitos tentavam encontrar/ O amor numa troca de olhar". Segue: "Na galeria do amor é assim/ Muita gente a procura de gente/ A galeria do amor é assim/ Um lugar de emoções diferentes/ Onde gente que é gente se entende/ Onde pode se amar livremente".

No ano seguinte, com o disco "Perdido na Noite" (à direita), veio a continuação dessa fase de "amor livre", em que "gente se entende com gente". Entre faixas de títulos sugestivos como "O conquistador" e "Aventureiros", a canção que batiza o LP revela o cotidiano de suas aventuras noturnas: "Estou perdido/ Na noite de muitos/ Sempre a procura/ Da mesma ilusão/ Estou perdido na noite/ E sozinho/ Pelos caminhos sombrios/ Eu vou/ Estou perdido/ Como tantos perdidos/ Que não se encontram/ Sem saber a razão".

Porém, depois de tanta gandaia e devassidão, Timóteo decidiu encerrar a série em 1977, com um disco de título confessional: "Eu pecador" (à esquerda). A letra da faixa-título é uma síntese do que tentou dizer nos dois discos anteriores, repisando o fato de estar "perdido": "Somos amantes do amor liberdade/ Somos amados por isso também/ E se buscamos uma cara metade/ Como metade nos buscam também/ Estou perdido/ Estamos perdidos/ Mas a esperança ainda é real/ Pois quando menos se espera/ Aparece uma promessa de amor ideal".

Agora, o fato inusitado: a contracapa de "Perdido na Noite", de 1976, traz um fax de ninguém menos que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, para o cantor e compositor. Com os dizeres: "Agnaldo Timóteo: a música é como o esporte. Uma transa rítmica universal (...) Um abração de seu amigo e admirador Pelé". Haja Vitasay...

Timóteo nos tempos de "perdido na noite de muitos"

Pênalties para lá de discutíveis

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Comecaram os campeonatos estaduais de importância mais que discutível, mas que marcam a volta do futebol profissional. A maioria dos jogos é feia, até porque é início de temporada, mas se em campo as partidas estão ruins, a arbitragem está começando a desejar mais ainda.


Pode ser que seja eu o sem-sorte, mas dos três jogos que acompanhei neste domingo, creio que houve vários lances duvidosos.  

No Atlético (MG) e América(MG), para mim, atleticano como todos sabem, houve um pênalti no lateral thiago Feltri, do Galo, que o juiz não marcou, e ele foi deslocado pelas costas pelo zagueiro. De resto, o empate foi merecido, sem ninguém jogar nada.

Na outra partida, posterior, do Cruzeiro, foi marcado um pênalti ridículo a favor do time azul. O lateral direito do Uberlândia chegou antes na bola, houve um encontrão com o Ramires e o juiz favoreceu o time dos Perrelas, aliás como sempre e coincidentemente acontece. (Veja os lances do jogo aqui) . Se não fosse a mágica do árbitro, o time azul, mesmo jogando melhor, teria ficado num empate.

Na partida Santos e Noroeste, o juiz também desempatou o jogo com um pênalti no fim do segundo tempo em que a bola bateu na mão do jogador do Noroeste. Como a regra aí é confusa (precisa ter intenção para ser pênalti, o que é impossível de provar) não vou falar muita coisa, mas se o lance ocorresse na área contrária os santistas teriam todos os motivos para reclamar.

Como sempre, nada dá para provar contra os árbitros, eles erram e são ruins mesmo. O que chama a atenção é apenas o fato de coincidentemente sempre errarem para o mesmo lado, pelo menos no caso de Minas, que sempre acompanho.

Sensação de déjà vu, mas nem tanto

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Assim como Adriano, em 2008, o centroavante Washington estreou pelo São Paulo, no Campeonato Paulista, marcando os dois gols que garantiram a vitória de seu novo time. E assim como o "Imperador", caiu (momentaneamente) nas graças da torcida. A diferença é que no ano passado o Guaratinguetá saiu na frente e os gols do manguaça estreante determinaram a virada, ao contrário de ontem, quando o Tricolor venceu a Portuguesa por 2 a 0 com um gol de Washington em cada etapa - um com o pé e outro de cabeça (foto acima, de Rubens Chiri/SPFC). No mais, Adriano tinha estilo trombador e contrato de seis meses. Fez seus golzinhos, mas é fato que não tinha maiores planos no clube. Washington, por sua vez, é mais finalizador e tem contrato maior. Seu objetivo é ganhar os títulos que ainda não tem na carreira. No Brasil, só venceu a Copa Daltro Menezes, pelo Caxias-RS. Foi vice da Libertadores pelo Fluminense e do Brasileirão pelo Atlético-PR. Fora, o melhor resultado foi o 3º lugar pelo japonês Urawa Red no Mundial de Clubes de 2007, competição em que fez três gols e foi o artilheiro.

Outro detalhe é que, no São Paulo, Adriano precisava provar que ainda poderia jogar bola de forma competitiva (mais ou menos como Ronaldo Gordo, agora). Já Washington vem de uma ótima temporada pelo Fluminense, onde marcou 37 gols em 57 partidas, sendo cinco deles em dois jogos contra o São Paulo - os mais marcantes foram os dois que despacharam o Tricolor da Libertadores, para desconsolo de sua torcida. Ainda é cedo pra falar qualquer coisa, mas acho que o time do Morumbi contratou bem. Muitos adversários dizem o mesmo sobre a aquisição de Washington. Eu, particularmente, torcia pela contratação desde sua segunda passagem pela Ponte Preta, entre 2000 e 2002, quando chegou à seleção. O São Paulo precisa de um centroavante desses, que se fixam na área e metem a bola pra dentro, no estilo de Serginho Chulapa e França. A Libertadores desse ano promete. Vamulá, Washington!

domingo, janeiro 25, 2009

É a hora de Márcio Fernandes?

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A estreia do Santos na quinta-feira, se não encheu os olhos do torcedor, ao menos deu esperanças de que 2009 seja melhor do que 2008. Aliás, uma comparação entre as duas partidas iniciais do Santos no Paulistão talvez deem uma dimensão melhor do que se pode esperar do clube no resto do ano.

Em 2008, o Peixe estreou perdendo para a Lusa por 2 a 0. À época, o time estreava somente três reforços: o temerário Evaldo, o valente – mas tosco - Marcinho Guerreiro e o zagueiro Betão. Com Fábio Costa acima do peso, Rodrigo Souto lesionado, Maldonado recém-saído da Vila e com Kléber se contundindo logo no começo da partida, o técnico Emerson Leão viu o calvário que lhe esperava daí pra frente naquele dia. Ainda chegariam mais tarde quatro reforços do hoje “parceiro” do clube, mas só Molina mostraria algum valor.

Com um time enfraquecido e sem reforços, o vaiado presidente Marcelo Teixeira prometeu depois daquela derrota para a Portuguesa “dois reforços diferenciados”. Não vieram. E o péssimo clima na Vila Belmiro fez com que o time amargasse um dos piores anos da sua história. Caiu Leão, veio Cuca, que também não resistiu. E veio Marcio Fernandes.

É interessante comparar as duas estreias para ver que houve, de fato, alguma evolução de lá pra cá, com cenários bem distintos para aqueles que comandam o time no banco de reservas. Hoje, Márcio Fernandes tem mais tranquilidade para trabalhar do que tiveram seus antecessores Leão e Cuca - e possui mais elenco também. Ao que parece, não tem inimigos ferrenhos na diretoria como o atual treinador do Atlético-MG tinha, e conta com o apoio de um grupo que deu muito trabalho em termos de relações pessoais para os outros técnicos.

Mesmo assim, parece que ainda não se sente confortável no cargo, prova maior disso foi a substituição de Roni por Adriano no jogo de quinta. Precisava? Fernandes excede na cautela, uma das razões pela qual o time não embalou na reta final do Brasileiro, quando o comandante optou por não perder ao invés de tentar vitórias. Se continuar assim, pode comprometer seu futuro em um clube que, historicamente, sempre se primou o ataque.

É preciso que ele vença esse medo, e até nesse quesito conta com a sorte, já que o elenco pode ajudá-lo. Com atletas experientes e com capacidade de liderança como Fábio Costa, Lúcio Flávio, Kléber Pereira e Léo, a equipe pode ter por si mesma a maturidade e a ousadia que Fernandes ainda não tem. E, assim, passar confiança para o técnico.

Márcio Fernandes pode mostrar seu potencial em uma situação mais tranquila que a do ano passado. Mas, se insistir em ser precavido, pode ter o mesmo destino de treinadores que apareceram até bem no Santos e que depois sumiram, como seu assistente Chulapa e Joãozinho. É hora de mostrar sua grandeza, comandante.

sábado, janeiro 24, 2009

Inovação tecnológica na Câmara

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Depois dizem que bêbado perde a inibição. Esta foto prova o contrário. 

Quando saí, sóbrio, com o camarada Gustavo Ruiz com a nossa unidade móvel de captação sonora – especialmente desenhada para a nossa missão de registrar os ambientes sonoros da Câmara dos Deputados (tudo isso por causa de um filme...) –, não entendi a cara de espanto da fauna local diante de nossa presença. Só fui me dar conta do singular dispositivo tecnológico que desenvolvemos mais tarde, quando já tinha bebido umas e revi a foto, com os olhos educados pelo álcool. 


Estando lá onde a onça bebe água, pensei que o Programa Manguaça Cidadão também deveria contemplar um programa de saúde mental. É notório o benefício do álcool neste quesito, salvo em casos de perda de controle, mas isso é residual (e pode ser tratado com educação manguaça) diante do uso massivo que socialmente se faz da cana para esfriar a cabeça. Quantos não bebem para relaxar, para superar o estresse, para aguentar a mulher, para aguentar o marido, para aguentar o/a patrão/oa?  No meu caso, trouxe-me lucidez e autoconsciência. 

Se encontrasse algum deputado, faria um esforço de lobby. Mas parece que eles respeitam à risca o recesso parlamentar. E o Manguaça Cidadão terá que esperar um pouco mais pra virar projeto de lei. 

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Corinthians joga mal e empata na estréia

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O Corinthians estreou nesta quinta no Campeonato Paulista com um empate suado contra o Grêmio Barueri, em 2 a 2 no Pacaembu. Empate dentro de casa é, por definição, mau resultado, mas nas circunstâncias não vou reclamar muito.

O Timão começou até bem, tomando a iniciativa e tentando o ataque, mas muitos erros de passe (21% de passes errados segundo a Folha de S. Paulo) e de finalização (5 no gol de 20 chutes, segundo o mesmo jornal) deixaram as coisas meio capengas. O Barueri veio para jogar no contra-ataque, e conseguiu: aos 23 min. do primeiro tempo, bolas nas costas de André Santos e Pedrão – impedido – abriu o placar.

O Corinthians acusou o golpe e se desestruturou. Os erros se multiplicaram e a partida parecia cada vez mais perdida. Para piorar, aos 20 min. do segundo tempo, o árbitro marcou pênalti de Chicão em Leanderson, numa disputa de bola aérea. Eu achei duvidoso, mas o Ricardo do Retrospecto não tem dúvida: foi inventado.

Mano Menezes trocou Túlio por Eduardo Ramos e Douglas por Wellington Saci, em duas alterações que demonstram que as opções do elenco podem ter aumentado, mas continuam limitadas. Aos 39 min., o zagueiro William trombou uma bola na área e o árbitro marcou pênalti – também duvidoso – que Chicão cobrou e diminuiu. O gol deu esperanças ao Timão, que passou a pressionar.

O técnico então trocou Elias por Otacílio Neto. Nesse momento, o time tinha Jorge Henrique, Souza e Otacílio no ataque, Saci e Eduardo Ramos nas meias, além das chegadas de André Santos e – em menor grau – Alessandro. Em resumo, um time bem ofensivo, mas os ataques eram desorganizados. Num destes, aos 43 min., Otacílio Neto limpou uma jogada pela esquerda e cruzou na cabeça de Jorge Henrique, que empatou. O time ainda quase virou, em cabeçada de Souza de dentro da pequena área defendida pelo goleiro René. Mas ficou por isso mesmo.

No geral, estréia é estréia, coisa e tal, ainda tem muita água para rolar. É chato que o time, que cantou que aproveitaria a vantagem de ter iniciado antes a preparação para disparar no começo, tenha jogado mal. Também não anima o sinal de que o time possa depender demais de Douglas – cuja questionável performance foi justificada por estar fora de forma - para ter boas apresentações.

De resto, para quem quiser ver algo de positivo nesse jogo medíocre, um bom banho de realidade para a Fiel e para o próprio time, que talvez andavasse um pouco animado demais com a onda de notícias positivas do final do ano para cá.

O bom do bar é que a gente aprende

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Quatro e vinte da madrugada. Buteco sujo. Dois amigos, 15 cascos vazios de cerveja e três maços de Derby vermelho amassados.

- Ô, Mortadela, pede a saideira.

- Garçom! Garçom! Pô, foi embora...

- Mas ele falou alguma coisa antes.

- É, mas eu não entendi necas de pitibiribas.

- Necas de pitibiribas?!?? Que treco é esse?!?

- Cê nunca ouviu, Trubija? Cara, essa todo mundo conhece!

- Ah, só se for você, que é tiozão. Eu nunca ouvi isso.

- Pois existe, sim: necas de pitibiribas!

- E o que significa esse negócio?

- Sabe, uma vez eu tive curiosidade de saber. Daí descobri que a expressão surgiu lá em Pirituba, distrito de São Paulo. Antigamente, parece que tinha uma pequena vila no local chamada Pitibiriba. E lá morava uma velha meio caduca que tinha o apelido de Neca. Quando alguém tentava explicar alguma coisa, ela nunca entendia nada. A partir de então, toda vez que alguém se confunde, fala que não tá entendendo Neca de Pitibiriba. Sacou?

- Sinceramente, não entendi chongas...

- O que?!? Chongas?!?!?? Queísso???

- Ah, deixa pra lá! Garçom, apressa a saideira e a conta, pelo amor de Deus!

Mais um texto técnico

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Rodrigo Ponce Santos*


Nunca assisti ao treinamento de um time de futebol profissional. Ou melhor, até que assisti alguns treinos do Londrina na infância. Mas tinha lá meus 12 anos e aparecia no Estádio do Café muito mais pela graça de matar aula do que por qualquer interesse no treinamento em si. Além do mais, não entendia patavinas sobre esquema de jogo. Pra mim era nós contra eles. Acabou.

Ando pensando bastante nesta carência da minha formação, especialmente quando tento montar um time na cabeça. Você pode dizer que isto é problema do técnico de futebol, como meu computador é problema do técnico em computação e minha bicicleta é problema do bicicleteiro. Mas é sempre bom entender e conhecer um pouco melhor essas coisas todas com as quais a gente tem uma ligação tão íntima e diária, ainda que no caso do futebol o conhecimento signifique pouco poder efetivo. Sendo menos do que um cronista esportivo de relativa audiência, o máximo que a gente vai conseguir é assunto pro boteco. Mas já está valendo.

Acompanhando um programa esportivo algumas semanas atrás, ouvi que o Geninho (à direita, em foto de Giuliano Gomes) pretendia montar um time no 4-4-2. Ainda estava no ar a novela sobre a transferência do Netinho para Grécia. Ora, caso o negócio fosse concretizado estaríamos com os cofres cheios e com um buraco na ala esquerda. Mesmo com a permanência do guri, nossa fragilidade canhota é evidente num esquema de dois zagueiros e dois laterais. Neste esquema, o Netinho voltaria a jogar no meio (o que seria uma boa), mas a lateral ficaria entre Márcio Azevedo e Alex Sandro. O primeiro chegou a disputar boas partidas ano passado, mas caiu de rendimento vertiginosamente e sem explicações. O segundo é ainda uma promessa das divisões de base. Isto significa que sair do 3-5-2 agora seria fazer uma aposta na recuperação de um atleta ou na revelação de outro.

Felizmente ficou mais claro depois que o técnico estava falando em treinar algumas possibilidades, não em mudar o esquema de jogo. Tudo bem que o Paranaense é o campeonato de menos expressão a ser disputado neste ano, mas não se trata de desconsiderar a briga e tomar o certame como pré-temporada, de jeito nenhum! O Paranaense é pra ganhar. O Geninho sabe disso, a diretoria sabe, a torcida, os jogadores, todo mundo sabe que tem que entrar rasgando. Mesmo que a primeira fase classifique 8 de 15 times, o campeonato começa dia 25 e o único amistoso foi contra o Batel de Guarapuava. Agora é valendo ponto.

Mas já que falamos em promessa, não dá pra deixar de lado o fio de esperança que a Copa São Paulo trouxe para a torcida rubro-negra. Aliás, um fio não, trouxe logo um novelo ou já uma trama muito bem costurada. Porque o time-base do Furacão está muito bem organizado, além de ter jogadores que se destacam individualmente. E o assunto da Copinha cabe aqui muito bem, porque esse time também está no 3-5-2. Se o Manoel jogar durante o ano o que ele fez contra o Cruzeiro, quem sabe a gente possa ver o Chico ao lado do Valência. Ali pelo meio ainda tem o Willian, que parece ser um guri bom: quieto, com personalidade, toque de bola e muito raçudo. Pela direita tem o Raul, que é um baita jogador e deve ser uma sombra atrás do Nei e do Alberto, um se recuperando de lesão e outro que infelizmente foi habitué do Departamento Médico no ano passado. Lá na frente, Patrick e Eduardo Salles são bons centroavantes, mas a briga já está quente...

Posso queimar a língua, mas acho que o Lima vai ser opção de segundo tempo e que a briga pela vaga ao lado do He-Man fica entre Júlio César e Preá. No meio, Geninho está apostando suas fichas no Julio dos Santos, o que cria outra “briga” entre Ferreira e Marcinho. Puta merda... essa é boa! Deixar um no banco com certeza vai ser uma pressão violenta para quem entrar jogar tudo o que sabe e o que não sabe. Mas outra opção pode ser o Ferreira no meio e o Marcinho no ataque, como ele mesmo disse que gosta de jogar.

Enfim, me perdoem o absurdo da comparação, mas acho que montar um time deve ser mais ou menos como escrever. Primeiro você tem alguma formação e experiência nisso. Entende alguma coisa técnica, manja umas jogadas, estuda umas regras. Depois tem algumas idéias e vai ensaiando na sua cabeça aquilo que quer fazer dentro das quatro linhas. Então começa. Coloca uma peça aqui, outra ali. Elas se movimentam. Algumas do jeito que você esperava, outras não. Então você apaga, substitui, joga de novo. Nada estava pronto antes de começar a partida e no final você tem um resultado impossível de ser alterado. Definitivo. Para o bem ou para o mal. Uma diferença óbvia e com vantagens para quem escreve é que seu resultado pode continuar sendo debatido com argumentos contra ou a favor de suas escolhas. O técnico não. Seu resultado aparece em um placar. O escritor lida com palavras. O técnico de futebol, apesar de toda a magia do jogo, com a frieza dos números.

*Rodrigo Ponce Santos é torcedor do Atlético-PR, escreve sobre o futebol do Paraná para o Futepoca e é autor do blogue Pretexto.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

O melhor vírus do ano: suposta contaminação de Ronaldo Fenômeno

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Estamos no dia 22 de janeiro, mas o vírus que chegou na minha caixa de entrada é forte concorrente a melhor do ano. O Big Brother Brasil não empolgou ainda os produtores de mensagens falsas, vírus e cavalos de tróia, o caso Eloá é mórbida reciclagem de abuso de solidariedade alheia e a posse de Barack Obama não convenceu ninguém.

Eis que chega agora a mensagem de assunto: Ronaldo o fenômeno pode estar com o virus HIV, assinado por “G1 Noticias” (inforg1(arroba)g1.com).



Diz a mensagem (é Ctrl+C-Ctrl+V sem os links):

Ronaldinho foi liberado nessa manha do hospital , não divulgado após testes de HIV ( aids ).

Jogador esta muito abalado após ,saber essa tragica noticia .

Treinador do Corinthians Mano Menzes acredita ,que isso possa atrapalhar o seu treino como jogador.

Para saber mais sobre essa , reportagem sobre Ronaldo o Fenómeno esta com HIV ou Nâo Clique aqui para ver video completo .
Nem é preciso desmentirem a tosqueira. Evidentemente é vírus ou coisa que o valha. Agora, se os produtores dessas bobagens chamassem alguém para revisar o texto, seria melhor.

O goleiro que virou sambista e exaltou a cerveja

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Todo início de ano me lembro do saudoso sambista carioca Roberto Ribeiro (à direita). Mas por um motivo triste: ele morreu atropelado no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, há 13 anos - e justamente na data do meu aniversário, 8 de janeiro. O cantor tinha apenas 55 anos e estava praticamente cego. Havia perdido uma vista por contaminação de fungo causada pelo mau uso de lentes de contato e a outra terminou comprometida pela diabetes. Consta que o motorista que o atropelou fugiu sem prestar socorro.

Mas o que descobri recentemente é que Roberto, nascido Dermeval Miranda Maciel em Campos dos Goytacazes, no interior do Rio, em 1940, começou sua carreira profissional como jogador de futebol. Especificamente como goleiro do Goytacaz Futebol Clube, de sua cidade natal, na década de 1960. Seu apelido como jogador era Pneu. E foi por causa do futebol que ele se mudou para a capital carioca, em 1965, para tentar a sorte num clube grande. Chegou a treinar no Fluminense, mas o samba mudou definitivamente o seu destino.

Com voz marcante, passou a se apresentar no programa "A Hora do Trabalhador", da Rádio Mauá, chamando a atenção da compositora Liette de Souza (que viria a ser sua esposa), irmã do compositor Jorge Lucas. Logo depois, foi convidado a ser o puxador do samba-enredo da escola Império Serrano, em 1971. Na sequência, gravou um LP com Elizete Cardoso, em 1972, e outro com Simone, registro de um show na Bélgica, em 1973 (reprodução à direita). Quando estreou em disco solo, em 1975, emplacou de cara os sucessos "Estrela de Madureira", "Só pra chatear" e "Proposta amorosa".

Dos discos seguintes, na década de 1970, sairiam os sucessos "Acreditar", "Liberdade", "Isso não são horas", "Resto de esperança", "Amei demais", "Propagas", "Triste desventura" e, principalmente, "Todo menino é um rei" e "Vazio" (que começa com os versos "Está faltando uma coisa em mim/ E é você, amor/ Tenho certeza sim..."). A produção fonográfica seguiu pela década seguinte, com hits como "Algemas" e "Amar como eu te amei", mas seu espaço no mercado foi diminuindo e, em 1987, saiu da EMI-Odeon, onde havia gravado 14 discos em 15 anos, para produzir seu último álbum, "Roberto Ribeiro", pela BMG, em 1988.

Infelizmente, quando o grande público começava a redescobrir sua obra, com o lançamento da coletânea "O talento de Roberto Ribeiro", pela EMI, em 1995, veio o acidente fatal. Em 2006, sua viúva, Liette, lançou a biografia "Dez anos de saudade", pela Potiguar Editora (reprodução acima, à esquerda). Já no ano seguinte, foi lançado em DVD o programa Ensaio gravado por Roberto Ribeiro em 1990 (reprodução à direita). Para quem não conhece sua obra, uma boa pedida é a coletânea de dois CDs reunidos em um só, "Meus momentos", da EMI, de 2002. E especialmente para os cervejeiros que fazem e leem o Futepoca, segue abaixo uma de suas composições:

DIVINA INVENÇÃO
(Serafim Adriano/ Liette de Souza/ Roberto Ribeiro)

Ela mexe com a minha cabeça
Ela faz o meu corpo girar
Como um cisco nos braços do vento
Ela me deixa no ar
Ela me deixa no ar

Ó, divina!

Divina invenção dos deuses
Que se espalhou por toda parte
O combustível da ilusão
Que hoje vou mostrar com samba e arte
É temperada pela flor
Que enriquece o dia-a-dia
Está no barraco, no palácio e no salão
Acompanhando a tristeza e a alegria

Chegou ao Rio
Casou com o samba e com esse clima tropical (tropical)
Surgiu o chope, a cervejinha e a crioula
Desse enlace matrimonial (ô, chegou ao Rio!)

Bebe o negro, bebe o branco
Empregado e patrão
A cerveja geladinha
No inverno e no verão
No inverno e no verão

Na sexta-feira quero horário e vou partir
E vou me vestir de ilusão
Passear nos braços da alegria
Mil litros de fantasia pra esquecer a irritação
Mergulhar no néctar dos deuses
E esbanjar descontração (lalaiá)
Afogar num mar de espuma
Da crioula e da loirinha
Do sabor e da magia
Esquecer o agora e sonhar com o amanhã
E despertar no novo dia

(Do LP "Corrente de Aço", EMI-Odeon, 1985)

Governo de São Paulo não quer blogues no projeto de inclusão digital Conexão Cultura

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DIEGO SARTORATO*

A Fundação Padre Anchieta divulgou os resultados de uma pesquisa que realizou em 27 lan houses da capital, com 349 pessoas, sobre a forma como pessoas das classes A, B, C e D usam a internet naqueles comércios. As entrevistas não foram à toa: o governo do Estado vai criar o projeto Conexão Cultura (que não é subordinado à TV pública mantida pela mesma fundação), com o objetivo de planejar uma barra de ferramentas que passará a ser instalada nos computadores de lan houses e cyber cafés da capital que entrarem (voluntariamente, esperamos) no projeto. A ideia é fornecer conteúdo informativo e educativo gratuito aos internautas - desde que os grandes poderios econômicos e os setores tradicionais da comunicação não fiquem de fora, claro.

Um detalhe curioso é que os blogues devem ficar de fora. "Sinceramente, não pensamos nisso. Não sei. Mas não acho que seja o nosso perfil. Até porque é um pessoal que está muito bem divulgado em outras mídias e provavelmente não terá interesse em nós", afirmou o coordenador do projeto, Luiz Henrique Barreto do Amaral, do setor de marketing (!) da Fundação Padre Anchieta. Ele resume a proposta do Conexão Cultura: "Vai ser uma barra lateral que vai estar no computador, e que terá links direcionados a páginas dos parceiros do projeto, em que haverá notícias, cursos online, material educativo". Os parceiros, que também devem participar do projeto com patrocínio financeiro, são os de sempre. "Por enquanto, fechamos com o Itaú Cultural e com o SESC-SP", adianta Amaral.

Poderio econômico preponderante
A imprensinha também não deve ficar de mãos abanando. "Se a Globo ou o UOL quiserem participar, não há impedimento. Não existe o braço educativo da Globo, o Futura?", pergunta. "Corremos o risco que grupos de maior poderio econômico sejam preponderantes. Mas existe uma parcela muito grande do empresariado que, de certa forma, assumiu um papel que deveria ser do Estado de promover a inclusão digital", admite. Só que ainda não se sabe como fazer com que os internautas acessem os links do projeto. "Então haverá um quiz, para ter certeza de que a pessoa leu mesmo", comenta Amaral. Isso para ter certeza que a pessoa leu mesmo o UOL (parceria de Folha de S.Paulo e Editora Abril), o G1 (Globo), o site do banco Itaú...

Interessante foi o comentário postado na matéria sobre a pesquisa postada pelo UOL: "Olá, sou diretor de uma entidade que representa as lan houses no Brasil, a ABCID. Em relação à classe D na pesquisa, há uma controvérsia, pois hoje em dia a maior parte do público é da classe C e D", observou Rafael Maurício, da Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital. Para quem quiser analisar com mais detalhes, tivemos acesso ao resultado completo da pesquisa, que está disponibilizado aqui. Negritos e números de tamanho aumentado são da própria equipe da Cultura Data. Qualquer semelhança com um levantamento mercadológico só pode ser mera coincidência. Ou estaríamos presenciando o nascimento do spam oficial?


*Diego Sartorato é jornalista, corintiano, comunista, pró-blogues, apreciador de 'vodka' Zvonka e colaborador bissexto do Futepoca.

Empatezinho que não diz nada

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Assim como no jogo-treino de domingo contra o São Bernardo, o São Paulo não passou do empate em 1 a 1 com o Ituano, em casa, na estreia do Paulistão. Hugo, sempre ele, abriu o placar. Mas Miranda falhou feio e igualou para o adversário. O time que entrou em campo foi a base campeã do Brasileiro de 2008, com exceção do novo zagueiro Renato Silva, substituto do indefinido Rodrigo, que ninguém sabe se volta. No decorrer da partida, ainda entraram o lateral-direito Wagner Diniz e o volante Arouca (foto acima, de Miguel Schincariol/SPFC). Renato teve atuação segura, os outros ainda pareceram tímidos. A surpresa foi a atuação do trio Dagoberto, Borges e Hugo nos 15 primeiros minutos de jogo, bem entrosados, com toques rápidos e finalizações incisivas. Mas parou por aí.

No final, uma atuação sem graça que não diz nada sobre como o São Paulo vai atuar este ano. O empate irritou o técnico Muricy Ramalho, que confirmou o sistema de "rodízio" a partir da próxima partida, contra a Portuguesa, no Canindé. "Teremos que parar um ou outro jogador para ele ficar treinando. Se o atleta continuar jogando, não ficará em forma e não terá como ser escalado mais para frente. Por isso, se fizermos quatro ou cinco mudanças na equipe será algo normal", adiantou o treinador. Com isso, os outros três reforços devem estrear: o atacante Washington, o volante Eduardo Costa e o lateral-esquerdo Júnior César. O volante/lateral-direito Zé Luís também pode voltar ao time. Parece que o São Paulo vai utilizar o Campeonato Paulista, mesmo, como fase de testes e preparação para a Libertadores. O clube não vence o estadual desde 2005. Este ano, disputa a sexta Libertadores seguida.