Destaques

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Serra usa a Folha para 'limpar' FHC

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Depois de ter gasto muito papel e tinta detonando o prefeito Gilberto Kassab (DEM) por causa das enchentes em São Paulo, na tentativa de descolar a culpa do governo do Estado (uma ofensiva surpreendente, pois antes Kassab era explicitamente poupado), a Folha de S.Paulo cumpre nesta terça-feira um novo servicinho para José Serra (PSDB): rebater o inconveniente Fernando Henrique Cardoso, que no domingo passado usou o jornal concorrente O Estado de S.Paulo para publicar um artigo em que ataca grosseiramente o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff.

Sob o título "FHC reitera crítica a Dilma e contraria estratégia de Serra", o texto da página A4 de hoje apressa-se em acalmar o eleitorado tucano ao explicar, didaticamente, que, "se dependesse de Serra, FHC ficaria afastado da linha de frente da campanha, mas o ex-presidente avalia que, se o partido não defende seu governo, cabe a ele fazer esse debate". A Folha ainda futuca a ferida ao lembrar que, nas duas últimas eleições, os candidatos Serra e Geraldo Alckmin não defenderam os dois mandatos de FHC - que, em todas as vezes que abriu a boca, como agora, tirou muitos votos dos dois colegas.

Não contente, a Folha ainda usa a página A6 para dizer que "FHC cita méritos e omite erros". Há um quadro dizendo que o ex-presidente omitiu fatos em seu artigo sobre a redução da pobreza, o salário mínimo, os rendimentos dos trabalhadores e a dívida pública. "Em exatas 998 palavras e cifras que descem a minúcias não há uma única menção, no exemplo mais flagrante, ao crescimento econômico". Ou então: "O artigo dribla o incoveniente com saltos nas datas. Recorda-se, por exemplo, que, 'com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total' e depois menciona-se a taxa de 18% registrada em 2007, já sob o governo Lula". Quem diria, hein, Otavinho?

Essa súbita lucidez da Folha está com toda cara de querer avacalhar FHC e seu governo para que fique afastado e desgrudado da campanha do queridinho Serra. Tanto que, na página A7, com foto imensa, colorida e mostrando um sorridente (des)governador de São Paulo sentado em meio a criancinhas negras e felizes, há uma enorme matéria/release não-oficial com o propagandístico título "Serra estuda pacote para atender servidores".

Serviço completo, não parece? Um desagravo na primeira matéria, explicando que FHC pode dizer e passar o vexame que quiser, mas Serra não tem nada com isso (nem com o que ele fez na Presidência da República); outro texto complementar na sequência, desacreditando mais ainda o ex-presidente; e a imensa propaganda do candidato tucano como grand finale, com todo o destaque e foto simpática no alto de uma página ímpar. Deve ser por isso que o slogan da Folha fala em "rabo preso". E que seu departamento comercial tem um rato como símbolo...

Sorria, meu bem, sorria:

"A história vai acabar por reconhecer que nós mudamos o Brasil. Digo nós, não digo eu, incluo Lula nisso porque não sou mesquinho."
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
(Folha de S.Paulo, 09/02/2010, pág.A6)

"Agora, o que me preocupa neles [Lula e Dilma] é que o governo não investiu. Eles vão nos deixar uma herança maldita. Porque a capacidade de investimento no País está zerada."
José Aníbal, deputado federal pelo PSDB-SP
(O Estado de S.Paulo, 09/02/2010, pág.A4)


Como? Foi o FHC que melhorou o Brasil?? E o governo Lula não investiu e é uma "herança maldita"?!? Não dá. Acho que vou tomar uma cerveja...

Brasil poderá ter time de futebol gay

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O Comitê Desportivo LGBT Brasileiro está em busca de jogadores de futebol para baterem bola fora do armário. A ideia é que o time jogue amistosos e paticipe da Copa de futebol gay, promovida anualmente pela Associação Internacional de Futebol de Gays e Lésbicas (IGLFA).

Para incentivar os atletas, o CDG Brasil apelou para a rivalidade com nossos hermanos argentinos. Segundo o comitê, já existiria uma partida marcada para ser realizada em São Paulo no mês de maio contra o Los Dogos, equipe portenha vencedora da última Copa Mundial Gay.

E a competição não é única direcionada para o público LGBT, existe ao menos mais duas. O Gay Games, que contará com 34 modalidades esportivas em competição na edição deste ano, em Colônia, na Alemanha, e o Word Out Games, que na edição de 2009, em Copenhague, reuniu seis mil atletas.



Los Dogos, time de futebol gay argentino quer enfrentar o time gay do Brasil
. Candidatos acessem aqui.
Link

É importante não confundir a iniciativa de times e competições para homossexuais de "orientações" como a do juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, do caso Richarlyson, afirmando que jogadores homossexuais devem formar seu time e iniciar sua Federação para poder jogar. Os times de futebol gay contribuem para promover a visibilidade LGBT através do esporte e, por consequência, o enfrentamento dos preconceitos. Só na IGLFA se reunem 80 equipes de 20 países, que lutam pela visibilidade e combatem declarações como a do douto jurista ou do ex-técnico da seleção da Colômbia, Jorge Luis Pinto, que se diz contra os gays no esporte.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Separados no inferno

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Infelicidades tricolores

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Por Moriti Neto


Sem discussão. O Santos foi, disparado, melhor que o São Paulo no jogo de ontem, na Arena Barueri. O time da Vila jogou de forma leve, solta, com toques rápidos e lances inteligentes. A maior posse de bola santista não foi daquelas improdutivas, de simples domínio territorial.

São-paulino que sou, óbvio, sofri com a superioridade do adversário. O Tricolor não “andava” em campo. Pra variar, se mostrou acéfalo na meia cancha e ineficiente pelas laterais. Nada de cerebral na armação e nenhuma jogada de linha de fundo. Impaciente, eu pedia insistentemente (sabe aquela coisa de torcedor que assiste pela TV e “participa” do jogo?) que Hernanes e Marcelinho Paraíba mostrassem que estavam em campo. O primeiro até que tentou, mas normalmente era barrado em suas arrancadas e não achava com quem tabelar. O segundo esteve completamente apático. Não chutou, não lançou, nada que lembrasse o bom meia atacante de outros tempos e vários clubes.

No intervalo, fiquei imaginando quem Ricardo Gomes poderia colocar para melhorar a organização. E o nome que veio à cabeça foi justamente aquele que o técnico usaria: Cléber Santana. Em algum momento, pareceu que o nível de construção das jogadas evoluiria. Ledo engano. Poucos minutos, e o novo atleta tricolor estava contaminado pelo estilo  previsível do jogo são-paulino.                       

Nas “alas”, Jean, mais uma vez, deu mostras de que pode render bem como volante, mas é uma nulidade atuando pelo lado. A saída de bola pela direita era uma piada. Na esquerda, Jorge Wagner buscou o jogo, só que nunca será daqueles jogadores que chegam à linha de fundo e fazem cruzamentos para trás, conscientes, buscando o atacante em melhor posição. No máximo, vai fazer o velho e já manjadíssimo levantamento do bico da área e esperar que alguém aproveite a tal “bola alçada”. Aliás, foi assim, numa cobrança de escanteio, que Roger (minha nossa!) fez o gol são-paulino. 

No final do jogo, fiquei, sim, decepcionado. Não pela merecida vitória do Santos, que tem um time promissor, com jogadores refinados como Neymar, Ganso, Robinho e, quem sabe, Giovanni, caso tenha condições de jogar em bom ritmo ao menos num tempo das partidas. De repente, depois de tanto marasmo técnico no futebol tupiniquim, a equipe do litoral possa brindar aos amantes do esporte com espetáculos técnicos e inventivos. Mas, enfim, minha decepção ficou por conta de perceber que o São Paulo continua com os mesmos problemas de 2009 e sem nenhuma capacidade de reinventar-se.

A infeliz declaração de Ceni

Não sou daqueles que defende um ídolo do clube de coração de forma incondicional. Rogério Ceni, com todos os serviços prestados ao São Paulo, muitas vezes perde a chance de ficar quieto. Ontem, ao falar sobre a paradinha de Neymar e dizer que ele aproveite para fazer isso por aqui, pois na Europa não seria permitido, o goleiro desqualificou o País em que vive e ainda quis posar de guardião das regras futebolísticas, como se fosse um exemplo a ser seguido. Neymar, sobre a situação, foi na mosca, dizendo que esse tipo de lance tem que ser usado contra goleiro que se adianta demais. No final das contas, Rogério, ficou mesmo mal pra você.  


A visão santista da partida aqui.

Lei do psiu

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Pela cerveja anunciada na placa, o tal barulho deve ser ser feito pelos clientes que gritam de desespero antes de beber. Ou de dor de barriga, depois...

Violência, conforto e a vida de torcedor

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Vou com relativa frequência a estádios - arrisco dizer que sou o futepoquense que mais se faz presente nos campos. Naturalmente, a Vila Belmiro é o destino mais comum, mas outros templos como Pacaembu, Morumbi, Mineirão e Bruno Daniel volta e meia recebem minha presença.

E comumente, ao conversar com gente que não vai aos campos, sou chamado de "corajoso", "louco" ou adjetivos quetais. "Como você consegue ir a estádios, com essa violência cada vez maior?". Respondo que não é como falam, que em 19 anos (caramba, quanto tempo) de presença constante em estádios tive pouquíssimos problemas, que as coisas na imprensa acabam tendo uma repercussão maior do que a realidade e por aí vai...


De fato, não tenho muitas histórias pra contar acerca de violência que eu tenha presenciado. Por outro lado, posso citar inúmeras ocasiões que exemplificam o desconforto que passa aqueles que vão a campo.

O vídeo que vai abaixo, que circula pela internet e foi gravado no São Paulo x Santos de ontem, é um bom exemplo. Deem uma olhada.


Nada, mas nada a ver com violência, quebra-paus ou outras imagens aterrorizantes. Por outro lado, são cenas que servem como um gigante desestímulo a quem pensa em ver de perto uma partida.

Afirmo sem o menor medo de errar: mais do que a violência, o principal problema dos estádios brasileiros hoje é o desconforto. O torcedor brasileiro é invariavelmente mal-tratado, na grande maioria das arenas do nosso país. Tem que encarar filas homéricas para conseguir um ingresso; não encontra um estacionamento confiável onde pode deixar o carro; muitas vezes, só encontra lugar no estádio em um ponto onde não se consegue ver o campo inteiro; não tem acesso a restaurantes ou lanchonetes de qualidade satisfatória. Ou às vezes não consegue nem um mísero copinho d'água, como neste caso relatado da Arena Barueri.

E atentem que a Arena Barueri é um estádio recém-inaugurado, de fachada imponente e que tem sido elogiado por grande parte dos profissionais da imprensa.

O que me deixa ainda mais chateado é que o problema do desconforto é bem mais simples de se resolver do que o da violência. Afinal, a "violência do futebol" nada mais é do que um extrato da "violência da sociedade" - e se nossas autoridades policiais não conseguem dar conta de todos os males que nos afligem, o futebol não pode ser uma exceção.

Esperam-se coisas bem mais acessíveis, como estacionamentos, estrutura de alimentação e sanitários, sistemas fáceis de compras de ingressos e por aí vai. Nada, mas nada mesmo de outro mundo.

E eu ainda arriscaria dizer que a melhoria do conforto seria um baita passo à frente para a redução da violência. Afinal, uma boa estrutura evitaria que torcidas rivais se cruzassem na compra dos ingressos e no acesso aos estádios. Além de inibir aqueles que se predispõem a quebrarem o pau quando saem de casa para um jogo (é mais difícil zonear uma casa arrumada, não é verdade?).

No fim das contas, esse post não está falando nada de muito inovador. Talvez se eu procurar nos arquivos do Futepoca vou encontrar esse mesmo discurso, dito por mim ou por algum colega. A novidade em questão é o vídeo de Barueri. Que deve ser difundido, para que todos conheçam como funciona "um dos mais modernos estádios do Brasil".

Governo do DF é suspeito de grampear distritais da oposição. Imprensa local ignora

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Na quarta-feira, 3, passada quatro policiais civis de Goiás foram detidos em frente à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), acusados de estarem espionando deputados distritais da oposição. Em depoimento a policiais da Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil brasiliense, o grupo afirmou que estava monitorando os passos dos deputados a mando de Fábio Simão, ex-chefe de gabinete do governador do DF, José Roberto Arruda (ex-DEM). A notícia foi dada com exclusividade pelo Congresso em Foco, na última sexta-feira e a repercurssão na terra da Panetolândia - e pelo jeito fora dela - foi quase nula.

Mas, para não ser injusta, o Correio Braziliense soltou a seguinte nota, na mesma sexta-feira à noite. "Arruda troca o comando da Polícia Civil do DF". Precisa dizer algo mais?

No sábado, 6, pela manhã, o DFTV soltou uma matéria sobre os grampos na Câmara Lesgislativa, entrevistando distritais da oposição. Mais nenhuma vírgula sobre o assunto. Hoje a Folha de S. Paulo chama a atenção para o caso em "Governador do DF é acusado de arapongagem". Já a capa do Correio Braziliense é "Brasília só recicla 8% do lixo coletado" e traz na última página do caderno Cidades duas matérias sobre a política da panetolândia. Uma sobre as imagens da negociação para a tentativa de suborno do jornalista Edson Sombra, a lambança do sobrinha e, óbvio, a defesa de Arruda. A outra matéria diz respeito ao protesto "Fora Arruda", que aconteceu neste domingo.

Mas, Correio, nenhuma linha sobre os grampos??? Será que o Watergate brasiliense, que nos EUA derrubou um presidente, aqui não vale nada?

Ôôôô...o FHC voltou, o FHC voltou, o FHC voltou...

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Eleitores e simpatizantes da ministra Dilma Rousseff (PT) para a presidência da República podem comemorar: driblando a vigilância do PSDB, o língua de trapo Fernando Henrique Cardoso (à direita) distribuiu ontem, em artigo no Estado de S.Paulo, mais pérolas de sua inesgotável e autosuficiente sapiência. Depois de quase ter enfartado com o prêmio de Estadista Global concedido a Luiz Inácio Lula da Silva, FHC desceu às raias do desespero em seu texto ao classificar nosso atual presidente de "tosco", "mentiroso" e "dissimulado". E a baixaria não parou por aí.

O artigo, intitulado "Sem medo do passado" (óbvio que ele não tem medo, quem tem somos nós!), ainda compara Dilma a "um boneco", manipulado pelo "ventríloquo" Lula. E emenda trechos risíveis como "É mentira dizer que o PSDB 'não olhou para o social'. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área". Fez mesmo? E fez o que? Por que não diz? Mais pra frente, FHC, o eterno "sociólogo que falava francês", que chamou os aposentados de vagabundos e as críticas de "nhém-nhém-nhém" reveste-se agora de indignação e chama Lula de "autoritário" e "de direita" (!): "Por trás dessas bravatas estão o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. (...) Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita".

Mudo e escondido nesses tempos de enchentes e escalada da violência no abandonado estado de São Paulo, o (des)governador e provável candidato à Presidência José Erra, digo, Serra, deve estar com vontade de mandar matar o coleguinha tucano - ou, pelo menos, de cortar sua língua. Para nosso deleite, FHC perdeu mais uma chance de permanecer calado.

São Paulo 1 X 2 Santos - Robinho, Neymar e o goleiro-árbitro

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Escutava a partida pela rádio CBN no primeiro tempo enquanto me dirigia a um evento familiar em que seria absoluta minoria como torcedor peixeiro. Durante o caminho, só escutava jogadores do Santos mencionados na transmissão quando o comentarista Vitor Birner disse que o São Paulo era mais ofensivo que o Santos àquela altura, perto dos 30 minutos. Então, o locutor Deva Pascovitch deu um dado surpreendente para um clássico. Até aquele momento o Alvinegro tinha 64% da posse de bola, enquanto o Tricolor tinha 36%.

O comentarista se espantou com o dado, mas tentou justificar dizendo que a postura ofensiva são-paulina era porque ele tentava marcar o Santos no campo adversário. Contudo, o escrete litorâneo conseguia fazer a transição para o ataque tranquilamente. Curiosa a noção de ofensividade aplicada no caso mas, vendo depois os melhores momentos, foi possível ver que a formação de Dorival Junior fazia com que o time tivesse de fato mais facilidade na transição.

Para isso, o técnico sacou Pará e deslocou Wesley para a lateral-direita, o que foi uma bela sacada. Não fragilizou mais um setor que já era fragilizado e deu velocidade nos contra-ataques por aquele lado. Fora isso, Marquinhos na meia também deu um mais técnica para que a equipe chegasse à frente e soubesse tocar a bola quando necessário, sendo incisiva no momento oportuno.

Cheguei ao reduto são-paulino na hora da cobrança do pênalti de Neymar. Feito o tento, um tricolor não conteve a raiva e exclamou: "Humilhou o Rogério Ceni!". O segundo tempo prometia e eu teria que me conter.

A segunda etapa começava equilibrada, mas Ricardo Gomes sacou Washington e colocou Cléber Santana, tentando ganhar a disputa no meio de campo. E conseguiu por algum tempo. O São Paulo passou a buscar o resultado e jogar mais no campo alvinegro, embora não tenha tido, até fazer o gol, chances claras de marcar, exceção feita a um chute de Jean aos 17.

Após o empate aos 22, a partida seguiu equilibrada, e Zé Eduardo entrou no lugar de Marquinhos. Robinho já estava em campo no lugar de André e o Santos voltou a se movimentar com velocidade no ataque. Aos 30, depois de uma bela tabela com Neymar, Robinho finalizou (entendi que ele errou o chute) e Ceni salvou. Mas aos 41 não houve como evitar o gol alvinegro. Zé Eduardo dominou a bola na meia, passou para Wesley que descia na direita e o cruzamento veio para Robinho, de letra, completar diante de um ajoelhado  goleiro tricolor.



De novo, o Santos exibiu lampejos de futebol-arte o que, para o futebol que se joga aqui hoje, não é pouca coisa. E Robinho mostrou o que pode fazer pela equipe e também pela seleção. Ainda que muitos torçam o nariz, ele será imprescindível para a equipe de Dunga.

*****

Rogério Ceni, durante o intervalo, trocou algumas palavras com Neymar. A TV estava com o volume baixo e não vi o que teria sido dito. Depois, li que o arqueiro tricolor "avisou" o moleque que era para ele "aproveitar para fazer isso no Brasil, pois não é permitido na Europa. Isso não é paradinha, e sim um paradão". E reclamou completando, tal como Boris Casoy, que tem posições políticas semelhantes à dele, dizendo que "isso é uma vergonha".

Curiosamente, Ceni já fez paradinha, (pra quem não viu, o Victor do Blá Blá Gol recuperou uma delas, veja aqui). Claro que a ética de alguns boleiros é bastante maleável, basta classificar uma coisa como "paradinha" e outra como "paradona" que o dilema moral se resolve. Talvez ele tenha esquecido apenas que se adiantar na cobrança dos pênaltis é ilegal, e se alguém for ver onde o goleiro estava após a finta de Neymar, vai ter dimensão do quanto ele preza as regras do futebol.

Seria mais fácil se o goleiro pedisse que Neymar respeitasse os mais velhos.

Palmeiras quase deixa vitória escapar diante do Bragantino

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O dia foi dos santistas e de Robinho, mas o Palmeiras voltou, depois de duas rodadas, a encontrar o caminho da vitória. Contra o Bragantino, na terra da calabresa, a partida terminou 3 a 2 para o alviverde, com gol decisivo de Lenny, depois de longa contusão.

O Palmeiras segue em sexto, a dois pontos da Ponte Preta e do Corinthians e a quatro dos líderes Santos e Botafogo de Ribeirão. O problema é que é contra o time que revelou Sócrates e Raí o próximo desafio verde, e na casa da sensação do campeonato.




O Bragantino teve dois gols anulados, um por impedimento e outro por uma falta de ataque, bem mais polêmica. Teve ainda uma reclamação de pênalti em uma rebatida em que a bola bateu nas mãos de Edinho e Danilo. Pelo efeito, parecia de vôlei, mas Cleber Wellington Abade achou que não foi.

Aos 7 do primeiro e aos 5 do segundo tempo, o Palmeiras abriu 2 a 0. Cleiton Xavier recebeu de Diego Souza como atacante e Robert pegou a sobra do goleiro Givan.

Depois de cada gol, veio um crescimento do Bragantino e um recuo sem noção do Palmeiras. Não foi à toa que o time da casa empatou, com Diego Macedo e Juninho Quixadá – que mais ou menos fez o que quis na zaga.

No ritmo que ia, o gol da vitória estava mais maduro para o time que reagia do que para os visitantes. Mas Lenny, em sua segunda partida depois da recuperação, marcou. Ele tinha participado do empate com a Portuguesa.

Recuar tanto depois de fazer gols é um problema que o técnico precisa evitar. Não colocar o Armero como Muricy fez neste domingo – pelo menos até que ele apresente atestado de despacho com pai-de-santo com reconhecida ficha de serviços prestados –, é uma boa ideia.

Curiosa a opção de Muricy de evitar Robert ao lado de Lenny. Diego continuou como atacante, sem um centroavante trombador. Apesar de isso funcionar, o time fica deficitário no meio, já que Deyvid Sacconi tem sido titular, mas substituído com frequência.

É um elenco cheio de deficiências. Mas que ganhou hoje.

domingo, fevereiro 07, 2010

Fantástico culpa o lixo pelas enchentes e sobra até para catador

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Como era de se esperar, o Fantástico saiu em defesa do Zé Alagão, quer dizer, do governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

São 72 mortes devido as chuvas em SP, em 43 dias, e nenhuma delas é citada na matéria deste domingo. Aliás, nenhuma responsabilização governamental, nenhuma menção aos nomes de Serra e do prefeito Kassab (DEM), ao relatório do Inpe, alertado sobre o alto nível das represas de São Paulo. Enfim nada que seja realmente plausível.

Então a culpa é de quem? Como já sabemos, para o Serra é da natureza; já para o Fantástico, é do lixo que as pessoas jogam nas ruas. São cinco minutos e 12 segundos de cenas dos amontoados de lixos, flagrados pelas lentes globais, assim como também aparecem os verdadeiros "culpados pelas enchentes": os trabalhadores, como a vendedora Maria de Fátima Moura, filmada ao colocar o lixo fora da loja em horário inapropriado. Ou o catador de material reciclável que surge nas telas remexendo no lixo enquanto a equipe de jornalismo da Globo informa:“olha a sujeira que este catador de lixo faz”. E sobrou até para os garis, que também foram “flagrados”, recolhendo o lixo, mas colocando de volta nas ruas, dentro do saco plástico, à espera do caminhão.

De fato, "isso é fantastico".

Sobre enchentes nos dois lados do Atlântico

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Pouco tenho aparecido aqui no Futepoca, pois o mestrado aqui exige muito e futebol, só sei de ler as notícias depois de jogo, mesmo dos meus times São Paulo e Arsenal - piorado pelo fato de que a Premier Ligue não passa na TV aberta. (Se vocês quiserem encarar isso como desculpinha para eu não escrever sobre a derrota do São Paulo para o Santos tudo bem, estou preparada).

Em compensação, não paro de caçar notícias sobre São Paulo - a cidade. Tentar relacionar o conteúdo do curso, as experiências in loco e o que acontece aí desse lado do Atlântico é muito interessante, mas infelizmente tem sido desalentador. Não, pior. Desesperador.

A temporada de enchentes é, por óbvio, o que mais tem chamado a atenção. E uma série de informações que me chegaram nessa última semana fez com que eu ficasse com vontade de bater a cabeça na parede de raiva. Como não ia adiantar nada, resolvi escrever esse post.

Em primeiro lugar, vieram as declarações de gente do governo do estado de São Paulo dizendo mais besterias do que eu supunha ser possível. Elas foram sintetizadas nessa matéria da Isto É. Primeiro, em resposta a um relatório do Inpe alertando sobre o alto nível das represas de São Paulo, a Sabesp responde que, como não era possível prever o dia e a hora da chuva, não havia nada que pudesse ser feito. O companheiro Frédi já destacou essa bobagem.

Depois, imagino que em resposta à autora da matéria, o responsável direto pelo gerenciamento das barragens na região metropolitana da cidade de São Paulo, Hélio Castro, afirmou que “as chuvas foram excepcionais, mas não há garantias de que isso volte a ocorrer. Eu duvido que alguém sustente a afirmação de que essas chuvas excepcionais continuarão existindo”. Eu não sou especialista em mudanças climáticas, mas posso assegurar que todas as cidades grandes aqui da Europa estão se preparando para eventos climáticos mais extremos. Eu tenho a impressão de que elas não gastariam os milhões que vão gastar sem que o risco de fato exista. A resposta de Castro parece argumento de negacionista das mudanças ambientais. Feio!

A essas imbecilidades junta-se um seminário muito apropriado, organizado pelo meu curso, chamado "A Cidade Vulnerável". Três especialistas foram convidados para falar sobre a vulnerabilidade das cidades diante das... mudanças climáticas! E uma série de informações só confirmaram o que eu já intuía: com boa governança, as cidades sofrem consideravelmente menos com eventos extremos.

O caso de Londres é exemplar para nós, paulistanos. A cidade é bastante populosa - 7 milhões de pessoas - e também é inteirinha permeada por rios e córregos. Alex Nickson, gerente para adaptação às mudanças climáticas da prefeitura de Londres (na tradução da promoção), informou que por aqui nada menos do que 600 mil propriedades estão nas áreas alagáveis do Tâmisa e de seus afluentes. Tem enchente aqui? Tem, em média uma vez a cada dois anos. É grave? Bom, para os londrinos é o fim do mundo, mas para qualquer paulistano isso seria o paraíso para São Paulo. Morre gente? Acho que eu não preciso responder essa pergunta.

Mas o participante que mais chamou a minha atenção foi David Satterthwaite, pesquisador do International Institute for Environment and Development. Sua apresentação teve como título "Como se adaptar às mudanças climáticas com governos ineficazes". Ele faz parte de um time que estuda 16 cidades em países pobres, no que tange à adaptação - ou não - às mudanças climáticas. O Brasil não entra na lista, e inclusive Porto Alegre foi citada como um ótimo exemplo de cidade que consegue garantir acesso a àgua para todos.

Satterthwaite enfatizou que um sinal para saber se a cidade tem boa governança (conceito mais amplo que o de governo, é bom dizer) é ver quem são mais afetados por eventos extremos como secas inundações. Se todas as classes sociais são afetadas igualmente, a governança tende a ser boa. Afinal, porque diabos uma seca deixaria apenas os pobres sem água? E porque enchentes afetariam apenas as casas pobres localizadas em áreas de várzea?

O pesquisador disse, ainda, por que é tão difícil fazer com que os governos ajam em relação às catastrofes. Algumas das razões: falta de capacidade técnica; recusa de agir em bairros irregulares; dificuldade em convencer os governantes de que o quadro é sério; o fato de que a prevenção de uma tragédia não traz votos, já a recuperação depois de uma, sim.

Eu poderia discorrer por mais alguns parágrafos por questões interessantíssimas colocados nessa palestra, mas acho que eu já consegui ilustrar meu ponto. São Paulo sofre do todos os problemas citados acima. Mas esses problemas foram encontrados e listados em cidades pobres. E se tem uma coisa que São Paulo não é, é pobre. Tanto a cidade como o estado. Por que então a cada assunto abordado na palestra eu me contorcia na cadeira querendo gritar para o mundo que não, o problema não é falta de dinheiro?

Depois da palestra, tive a oportunidade de conversar com Satterthwaite durante um jantar. E quando eu lhe disse que São Paulo estava passando pelos mesmos problemas que ele havia apontado na palestra, sua primeira reação foi de desdém. Algo do tipo "é que você nunca viu ao vivo o que é uma enchente dessas numa cidade pobre". Quando eu disse que mais de 70 pessoas morreram por conta das chuvas, ele até se assustou. Nunca esperava que isso pudesse ocorrer no Brasil. Não por chute, mas porque ele trabalhou no Brasil já, conhece São Paulo, tinha contato direto com Paulo Teixeira durante a prefeitura da Marta. Cito uma frase. "Isso não deveria acontecer em São Paulo. A cidade tem especialistas, tem estrutura para evitar isso". E tem dinheiro.

Então por que isso não acontece? Por que as pessoas morrem? Evidente que a resposta mais geral é que nossos governantes paulistas não focam no que deveriam. Mas na prática isso se dá, por exemplo, em colocar em cargos importantes gente que não está preparada (para ser bem tucana em relação ao pessoal de gerenciamento das represas). Em privilegiar obras nas Marginais e tirar espaço das margens. Em concretar o rio. Em dizer que a culpa é de São Pedro. Em dizer que já combinou com Papai Noel que não vai chover mais. Em não ter um mapa atualizado de áreas de risco. Em negligenciar os casos de leptospirose depois das enchentes, provavelmente para mascarar as estatísticas.

Mais uma vez, eu poderia continuar por muitas linhas, mas não tenho nem vontade. O que acontece aí é tão triste que eu gostaria de poder simplesmente esquecer, para não entrar em crise. Por que eu estou aqui estudando para melhor entender São Paulo, mas cada pedacinho a mais que eu entendo, eu ganho mais um motivo para achar que temos cada vez menos saídas. Que as urnas nos ajudem, no final desse ano e depois em 2012.

(esse post ficou uma coisa meio terapia. Perdão pelo excesso de letrinhas)

ps: leio hoje, segunda 08/02, que os moradores do Jd. Romano foram reprimidos com gas pimenta durante manifestacao em frente a Prefeitura. Parece que as coisas ficam cada vez piores. A cada dia uma fronteira e ultrapassada, ate que todo mundo ache que todas as violencias que essas pessoas estao passando sao normais.

Faz sentido

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Diante do crescimento espantoso dos índices de violência em todo o Estado de São Paulo, segundo os últimos dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o (des)governador tucano José Erra, digo, Serra, teve a cara dura de dizer que a culpa foi da crise econômica mundial. No que uma amiga jornalista concordou:

- Tá certo. Afinal, os bandidos investem nas bolsas...

Mesmo ainda desconjuntado, Timão vai bem e goleia

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Tá legal, foi contra o Sertãozinho, mas 4 a 0 sempre é um placar a ser comemorado. Especialmente se considerarmos os autores de dois dos gols do Corinthians na partida deste sábado, no Pacaembu.

Falo especialmente de Marcelo Mattos e Edno, duas contratações que não vinham mostrando muito do futebol que se espera deles. Eles marcaram respectivamente o terceiro e o quarto tento da goleada, que havia sido aberta por Chicão e Jorge Henrique ainda no primeiro tempo.



O time foi a campo com a formação que me parece mais próxima da titular, já que Mano Menezes ainda mantém uma política de rodízio nessa fase de preparação: Felipe, Alessandro, Chicão, William e Roberto Carlos; Marcelo Mattos, Elias, Tcheco (Jucilei) e Jorge Henrique; Dentinho (Morais) e Iarley (Edno). Troque Dentinho ou Iarley por Ronaldo, veja quem está melhor entre Marcelo e Ralph de primeiro volante, e deve ser mais ou menos isso.

Com a proximidade da estréia na Libertadores, que será dia 24, frente ao Racing (URU), no Pacaembu, Mano promete acabar com o mistério já na próxima partida, contra a Portuguesa, dia 13, no Canindé. Deve levar todos os titulares, fora o Gordo, que ainda recupera forma física depois de lesão muscular na coxa.

Potencial

Como faz tempo, muito tempo que eu não escrevo, cabe falar mais do time em geral doque desse jogo especificamente. O foco, sem dúvida, é a preparação e a montagem do time. Por isso o tal do rodízio.

A partida mais importante até aqui, contra o Palmeiras, teve avaliação prejudicada pela expulsão precoce de Roberto Carlos. Mesmo assim, destacou-se a qualidade da defesa, que segurou a pressão (bastante carente de criatividade, é fato) do Porco até o final. Contra a Ponte, o meio campo com Jucilei (mais preso), Edu, Danilo e Boquita, num 4-4-2, ficou bastante lento. Eu teria trocado Boquita ou Danilo por Defederico.

Dos jogadores novos e dos nem tanto, Ralph me surpreendeu positivamente pela velocidade, marcação e noção de cobertura. Roberto Carlos está bem e melhorando, fez sua melhor partida contra o Sertãozinho. Iarley é bom, mas não sei se resolve jogando de centroavante. Talvez Mano precise inventar um jeito de jogar sem atacante de referência na ausência de Ronaldo. Um cara que eu queria ver no time titular é Edu. Sou fã do estilo dele, de bons passes, cabeça erguida, porte elegante. Achei que ele foi bem contra a Ponte, mas ainda não merece a vaga.

Dos velhos, Jorge Henrique segue muito bem, assim como Elias. A zaga, que no segundo semestre do ano passado parecia perdida, se acertou de novo e vem bem com Chicão e William.

Mesmo assim, ainda desconjuntado e mudando meio campo e ataque a toda partida, o Timão ronda a liderança do Paulista. Isso mostra a qualidade individual do time – e a fraqueza dos adversários. Com a tranquilidade e consciência que lhe são próprias, Mano avalia positivamente os avanços do time, mas não o bastante para a Libertadores: “Estamos disputando a fase de classificação do Campeonato Paulista e temos um desempenho bom para a fase de classificação do Campeonato Paulista.” A partir do sábado de Carnaval, deve dar pra ter uma idéia melhor do que virá.

sábado, fevereiro 06, 2010

Em ritmo de carnaval candango

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Sim, existem foliões pelas terras planas da panetolândia!
Começa hoje o pré-Carnaval em Brasília, com o desfile de oito blocos da cidade. A promessa é de fantasias com inspirações “arrudianas”, que incluem camisetas, panetones, o kit político com meias, gravatas e ternos, além das tradicionais máscaras e nariz de palhaço.

Já sobre os sambas-enredo, ao menos dois blocos carnavalesco de Brasília escolheram o tema dos escândalos políticos do governo Arruda (ex-DEM) para suas marchinhas. No bloco “Pacotão” a alegria promete ser mantida ao som da marchinha “Bolsetão da Eurides”. A letra remete a cena da deputada Eurides Brito (PMDB) colocando notas e mais notas em uma bolsa, entregues pelo ex-secretário de Assuntos Institucionais do GDF, Durval Barbosa. Já o “Nós que nos amamos tanto”, os foliões desfilaram com o enredo “Dos traços do arquiteto ao panetone: apogeu e glória em meio século de alegria candanga”. Vale lembrar que enquanto isso a tradicional escola de samba do Rio de Janeiro, “Beija Flor”, canta "Brasília 50 anos - A Capital da Esperança" e ignora os escândalos com estrofes como esta: "Sou candango, calango e Beija-Flor!/ Traçando o destino ainda criança/ A luz da alvorada anuncia!/ Brasília capital da esperança"

Mas voltando ao assunto pré-Carnaval candago.
A regra é clara. Se pulou nos blocos durante o sábado, no domingo, 7, aconteçe outro esquenta para os dias de folia: O "Limpa Brasília" ou "Brasília Limpa". Vale o esforço de reportagem para garantir a presença no evento, mas pelo horário, por ser domingo e pelo sol que anda fazendo por aqui, só mesmo uma segunda edição da Corrrida de Cerveja para botar o povo na rua....



Imagens: Sugestões animadas do grupo Fora Arruda.


Já escolheu a fantasia? Agora confira as letras das marchinhas e boa festa!

Bloco Pacotão com a letra ”Bolsetão da Eurides”
Eurides Brito enche o bolsetão/ Com o dinheiro da corrupção (Bis)
Mas ela é feia! É muito feia!/Mas ela está com a bolseta cheia (Bis)


Nós que nos amamos tanto: “Dos traços do arquiteto ao panetone: apogeu e glória em meio século de alegria candanga”.

“Não tem ladrão que fique triste”
Oh meu Deus/Protegei nós que roubamos
Nós Que Nos Amamos Tanto, em 2010/ Brasília faz 50 anos
Tudo começou num avião/De Lucio Costa e Niemeyer
Tesourinhas, superquadras e palácios/Os candangos em todos os traços
Mas o projeto era superfaturado/Nem Juscelino segurou a malandragem
E agora que já é cidade feita/Veio o Durval e entregou toda a receita
Tem uva passa, fruta seca e propina/É o panetone do Arruda em Brasília
Regeneração/No GDF não existe/Tem caixa 2, tem cueca, mensalão/Não tem ladrão que fique triste
Democrata Arruda,/Reza, chora e nunca muda
Depois do painel, embolsou 50 mil,/E vai torrar lá na Papuda
Grana na meia, mas que catinga/Até o Roriz pode acabar no Buritinga

Piedade ao John Terry!

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Peço um minuto de reflexão antes de julgar o John Terry. Por favor se coloquem por um instante na pele deste grande capitão...

Meu amigo, a Vanessa Peroncel é um avião! Basta de bobagem. Deveriam dar a faixa de capitão da seleção inglesa "ad eternum" para o Terry.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Eles que se entendam

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Wayne era casado com Vanessa Peroncel, que teve caso com o capitão da seleção (ao lado, com a esposa, Toni)






A fofoca futebolística do ano foi o caso divulgado entre o capitão da seleção inglesa John Terry e a esposa de seu colega de seleção, o lateral Wayne Bridge.

O que cada um faz em sua vida particular não interessa a este Futepoca e o assunto, por mim, não estaria aqui não fosse a decisão do técnico da seleção inglesa de tirar de Terry a faixa de capitão do time por conta da vida extracampo.

O técnico fez isso, após verdadeiro clamor popular por moralidade e otras cositas, do tipo, "um capitão tem de dar o exemplo" etc. Sei lá, para mim, mais que o nacionalismo, o moralismo é o último refúgio dos canalhas. Repito, nada tenho a ver com a vida pessoal dos diretamente envolvidos e eles que se virem e resolvam suas vidas.

Mas esse lado do futebol, de transformar jogadores em estrelas de tablóides, em pop stars, e misturar isso com a performance em campo é insuportável. Terry deve ser capitão ou não por suas atitudes em campo, não pelo que faze fora dele.

Mas para isso não ficar sério demais, vai aqui um pedaço da carta aberta do jornalista Xico Sá, da Folha, ao Mr. Bridge.

"Quem nunca viveu tal infortúnio? Basta estar vivo, amigo. Na companhia de uma mulher como Vanessa Perroncel, a francesa, tua ex, ampliamos as chances do amor e de outros objetos pontiagudos, como no título do livro do Marçal Aquino.

Sim, dói mais por ser escândalo de tabloide, dói mais por ser público, dói mais por se tratar de um amigo urso, o capitão da seleção inglesa, John Terry, o cara do Chelsea.

Ei, Bridge, não fique mal, escute uma música triste dos Beatles e se sinta bem melhor.

Ei, Bridge, venha para a noite de São Paulo que te apresento garotas legais. Se não der no processo burguês da conquista, caímos no Love Story ou no Amistosas."

Santo André 1 X 2 Santos - a pintura de Neymar

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Se uma imagem vale mais que mil palavras, como diria Mauro Beting, a partida de ontem no ABC entre Santo André e Santos poderia ser resumida no gol de Neymar. Talento, habilidade e objetividade, só isso. Mesmo o gol com toque sutil do companheiro Paulo Henrique Ganso, que decretou a vitória santista, ficou ofuscado pela imagem da obra do garoto no primeiro tempo.O torcedor, tal qual um apaixonado que havia esquecido porque gostava tanto de futebol, lembrou porque o tal esporte ainda é capaz de provocar suspiros. Abaixo, a pintura:



PS: Como torcedor e comentarista oportunista tem memória curta, é bom lembrar que Neymar foi lançado por Vágner Mancini no início do ano passado e o treinador em nenhum momento quis que lhe tecessem loas por conta disso. O menino foi fundamental na campanha peixeira no Paulistão e depois, com o treinador genial que sucedeu Mancini na Vila, virou reserva. Tal como aquela namorada que desmancha o relacionamento dizendo que "vai ser melhor pra você", o "gênio" dantão achou que era uma forma de valorizar o menino colocando-o na reserva de um craque como Jean (aquele). Dorival Júnior resolveu fazer a equipe jogar privilegiando o talento dos dois meninos, algo menos do que o óbvio. O torcedor agradece e o futebol também.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Novo empate em casa, nova falha de Armero. É caso de benzedeira

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Depois de sair perdendo, o Palmeiras conseguiu o empate com a Lusa no Palestra Itália. O placar de 1 a 1 no enxarcado gramado, apesar de a drenagem ter sido melhorada nas férias – sim, ano passado era pior. Com o resultado da partida, o time foi a nove pontos, dois atrás dos times do G-4.

Em horário de fim de semana, 17h, o jogo não foi bonito, mas sim terrível para o lado palmeirense. Sem Cleiton Xavier, expulso, o time não teve organização em campo. Foi presa fácil para a Lusa. Mas a falha que deu origem ao gol rubro-verde, aos 31 minutos, saiu dos pés do lateral-Armero, na pior fase de um lateral esquerdo no time desde Lúcio.

Que conste, porém, que o colombiano recebeu a bola na fogueira.



O empate foi conferido por Danilo, mas desta vez a falha foi de Domingos. O camisa 23 alviverde foi o único resposável por outra chance de gol, mas não rolou.

O que ninguém presta atenção é que foi dos pés de Armero que começou a jogada pela ponta. Claro que não foi o lance do gol, mas girando a bola de um lado para o outro, no mínimo, dificulta a marcação.



A Lusa ainda teve chances de garantir a vitória, enquanto o Verdão estava manco: só existia pelo lado direito. Nem pelo esquerdo nem pelo meio, sentindo a fase do camisa 6 e a ausência do 10. Deyvid Sacconi, depois do vai-não-vai do fim de semana, foi presa fácil para a marcação bem postada por Vagner Benazzi.

Com tanta dependência de Cleiton Xavier e Diego Souza – entendam, os dois jogando bem – é melhor Muricy Ramalho começar a buscar estratégias para tirar leite de pedra.

No final do jogo, sobrou o coro: "ô, ô, ô, queremos jogadô".

Várzea – a bola rolada na beira do coração

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Imagem: Reprodução da Agenda Cultural da Periferia

É no terrão mesmo que rolam os verdadeiros campeonatos brasileiros. O futebol de várzea alimenta os sonhos da molecada, que joga nas ruas pensando em um dia vestir a camisa do time do coração, da seleção brasileira ou só do time do bairro mesmo. É o palco das festas no finais de semana de muito marmanjo e garante emoção e diversão nos espaços da periferia brasileira.

A várzea não é só o lugar onde a grama não resiste à chuva, é o samba, a poesia, hip-hop, o churrasco, a cervejada e, claro, o cenário de muitas histórias do futebol. E ao menos as da periferia paulistana estão agora presentes no documentário independente “Várzea – a bola rolada na beira do coração”, do poeta e arte-educador Akins Kinte. O documentário estreia no dia 8 de fevereiro na galeria Olido, centro da metrópole chuvosa, e contará com um circuito de exibição periférica, que pode ser conferido aqui.
Se eu estivesse pelas terras alagadas, certamente iria! A dica tá dada..