Destaques

terça-feira, dezembro 07, 2010

Um 'Programa do Jô' bêbado é mil vezes melhor!

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Um velho projeto do Futepoca seria o de produzir o "Mesa quadrada futebol manguaça", um desses programas televisivos em que se debate os jogos da rodada, só que transmitido ao vivo direto do bar, com todos os apresentadores bebendo cerveja. Garanto que seria muito mais interessante que todos esses chatos, dispensáveis e moralistas programas estilo "mesa redonda" que empesteiam a programação brasileira. No mínimo, geraria muitos vexames e discussões surreais. Pois agora descubro que algo do gênero já foi produzido, só que na linha do talk show: o músico, cantor e compositor gaúcho Júpiter Maçã apresentou na MTV, totalmente encachaçado, um arremedo de "Programa do Jô", com direito até a um bongô como o que o comediante às vezes se atreve a tocar. A entrevista com o colega Rogério Skylab é memorável. Júpiter torce a língua o tempo todo e o papo descamba para o delírio nonsense. Se você assistir bêbado(a), melhora mais ainda:

Brasileirão teve a pior média de gols e a melhor de público desde o início dos pontos corridos

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Um paradoxo interessante ocorreu este ano no Campeonato Brasileiro: desde 2003, ano em que foi implantado o sistema de pontos corridos, foi a edição que teve pior média de gols (2,57) e, ao mesmo tempo, a melhor média de público (19.914 pagantes) por partida. Ou seja, por esse viés, quanto menos gols, mais gente atrai. Será a consagração da máxima de Carlos Alberto Parreira, para quem "o gol é apenas um detalhe"? Outro dado interessante é que esse também foi o Brasileirão com menor média de cartões desde 2004: 4,82 por jogo - em contraposição ao recorde absoluto de 2009, que teve média de 6,01.

Um exemplo da "seca" de bola na rede é a soma dos cinco principais artilheiros de 2009 e dos cinco deste ano. Ano passado, Adriano (Flamengo), Diego Tardelli (Atlético-MG), Val Baiano (Grêmio Barueri), Washington (São Paulo) e Alecsandro (Internacional) somaram 89 gols. Já nesta última edição, Jonas (foto), do Grêmio, Neymar (Santos), Bruno César (Corinthians), Elias (Corinthians) e Obina (Atlético-MG) marcaram juntos apenas 78 gols. Em 2010, alguns times tiveram média inferior a 1 gol por jogo, casos do Guarani (0,86) e Ceará (0,92).

Quanto ao público, o dado mais curioso é que, na lista das cinco partidas que atraíram mais gente neste Brasileirão, nenhuma (repito: nenhuma) teve presença do Corinthians. Os jogos com maior público foram, pela ordem, Vasco 2 x 2 Fluminense (66.757 pagantes), Flamengo 0 x 0 Vasco (50.447), Fluminense 3 x 0 Internacional (49.471), Grêmio 3 x 0 Botafogo (45.420) e Grêmio 2 x 2 Internacional (45.234). Para nenhuma surpresa, todos (repito: todos) os jogos com menor público tiveram presença do Grêmio Prudente. Quando goleou o Goiás por 4 a 1 em casa (à esquerda), atraiu só 674 testemunhas.

Pra constar, as médias de público pagante dos pontos corridos foram: 10.468 (2003), 8.085 (2004), 13.765 (2005), 10.710 (2006), 17.255 (2007), 16.712 (2008), 17.914 (2009) e 19.914 (2010). Já as médias de gol por partida foram: 2,88 (2003), 2,78 (2004), 3,13 (2005), 2,63 (2006), 2,76 (2007), 2,72 (2008), 2,87 (2010) e 2,57 (2010). Por fim, as médias de cartões (amarelos e vermelhos) por jogo, com exceção de 2003, que não encontrei: 5,23 (2004), 5,53 (2005), 5,97 (2006), 5,57 (2007), 5,78 (2008), 6,01 (2009) e 4,82 (2010).

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Se for beber, não leve seus elefantes

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Mais uma sórdida tentativa de criminalizar a manguaça como causa, sendo que me parece ter sido apenas o meio. Na Índia (onde nasceu Mauro Beting), cerca de 70 elefantes bêbados mataram quatro pessoas e destruíram várias casas. A manada de manguaças invadiu um estoque de uma bebida fermentada de arroz e deixou um rastro de destruição nos estados de Bengala Ocidental e Orissa. Dias depois, foram encontrados dormindo. Tudo bem, tem que vigiar e punir, mas garanto que a causa de tanta violência deve ter sido o estresse com os maus tratos, trabalhos forçados e condições aviltantes que os humanos impõem aos pobres animais. Com umas e outras na cabeça, decidiram se vingar. Ou sei lá, talvez tenham bebido Kaiser e se revoltado...

Balanço de 40 edições do Brasileirão

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Se considerarmos que o bagunçado torneio de 1987 foi um só, com dois campeões, o Brasileirão encerrou ontem sua 40ª edição. Ou melhor, sua 40ª edição a partir de 1971, quando a CBF decidiu criar um campeonato nacional com caráter oficial - mas essa contagem pode mudar em breve, pois os clubes campeões da Taça Brasil (disputada entre 1959 e 1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967 a 1970) estão reivindicando o reconhecimento de seus títulos. Buenas, isto posto, o ranking dos vencedores do torneio, em quatro dezenas de disputas, é o seguinte:

1º - São Paulo e Flamengo* (6 títulos cada um)
2º - Palmeiras, Vasco e Corinthians (4 títulos cada)
3º - Internacional-RS (3 títulos)
4º - Grêmio, Santos e Fluminense (2 títulos cada)
5º - Atlético-MG, Guarani, Coritiba, Sport*, Bahia, Botafogo-RJ, Atlético-PR e Cruzeiro (1 título cada)
*Considerando que Flamengo e Sport foram campeões em 1987.

A divisão por estados, com a sequência de dois títulos cariocas, ficou assim:

1º - São Paulo (17 títulos)
2º - Rio de Janeiro* (13 títulos)
3º - Rio Grande do Sul (5 títulos)
4º - Paraná e Minas Gerais (2 títulos cada)
5º - Bahia e Pernambuco* (1 título cada)
*Considerando que Flamengo e Sport foram campeões em 1987.

Quanto aos técnicos, Muricy Ramalho já está a um título de alcançar a liderança:

1º - Vanderley Luxemburgo (5 títulos: 1993, 1994, 1998, 2003 e 2004)
2º - Muricy Ramalho (4 títulos: 2006, 2007, 2008 e 2010)
3º - Rubens Minelli (3 títulos: 1975, 1976 e 1977) e Ênio Andrade (1979, 1981 e 1985)
4º - Osvaldo Brandão (2 títulos: 1972 e 1973), Telê Santana (1971 e 1991), Carlinhos* (1987 e 1992) e Antônio Lopes (1997 e 2005)
5º - Mário Travaglini (1 título: 1974), Carlos Alberto Silva (1978), Cláudio Coutinho (1980), Paulo César Carpegiani (1982), Carlos Alberto Torres (1983), Carlos Alberto Parreira (1984), Pepe (1986), Jair Picerni* (1987), Evaristo de Macedo (1988), Nelsinho Rosa (1989), Nelsinho Baptista (1990), Paulo Autuori (1995), Luiz Felipe Scolari (1996), Oswaldo Oliveira (1999), Joel Santana (2000), Geninho (2001), Emerson Leão (2002) e Andrade (2009)
*Considerando que Flamengo e Sport foram campeões em 1987.

Em relação os artilheiros, Jonas fez bonito pelo Grêmio e entrou em 6º no ranking:

1º - Washington (Atlético-PR), 34 gols (2004)
2º - Dimba (Goiás), 31 gols (2003)
3º - Edmundo (Vasco), 29 gols (1997)
4º - Reinaldo (Atlético-MG), 28 gols (1977)
5º - Careca (São Paulo), 25 gols (1986)
6º - Túlio (Botafogo-RJ), 23 gols (1995)
----Jonas (Grêmio), 23 gols (2010)
7º - Serginho (Santos), 22 gols (1983)
----Romário (Vasco), 22 gols (2005)
8º - Ramon (Santa Cruz), 21 gols (1973)
----Zico (Flamengo), 21 gols (1980)
----Viola (Santos), 21 gols (1998)
----Romário (Vasco), 21 gols (2001)
----Keirrison (Coritiba), 21 gols (2008)
----Kleber Pereira (Santos), 21 gols (2008)
----Washington (Fluminense), 21 gols (2008)
9º - Serginho (São Paulo), 20 gols (1982)
----Zico (Flamengo), 20 gols (1982)
----Edmar (Guarani), 20 gols (1985)
----Romário (Vasco), 20 gols (2000)
----Dill (Goiás), 20 gols (2000)
----Magno Alves (Fluminense), 20 gols (2000)
----Josiel (Paraná), 20 gols (2007)
10º - Paulinho (Vasco), 19 gols (1978)
-----Amoroso (Guarani), 19 gols (1994)
-----Túlio (Botafogo-RJ), 19 gols (1994)
-----Luís Fabiano (São Paulo), 19 gols (2002)
-----Rodrigo Fabri (Grêmio), 19 gols (2002)

Observação final: com as confusões em campeonatos como os de 1979, 1987 e 2005, por exemplo, é óbvio que, nestes dados, há controvérsias.

Essa é a neve que o Brasil precisa!

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A BBC informa que sete pessoas foram submetidas ao "sacrifício" de permancerem presas por oito longos dias dentro de um pub no Norte da Inglaterra, pois a saída do estabelecimento foi soterrada por uma grande quantidade de neve (foto). O acesso ao pub Lion Inn, na cidade de Blakey Ridge, condado de North Yorkshire, foi interrompido na sexta-feira da semana passada, após mais de seis metros de neve terem caído na região. Somente na noite de sábado, com a reabertura da estrada, foi que os manguaças puderam sair do local - ou apenas os que ainda não estavam em coma alcoólico, talvez.

O cozinheiro Daniel Butterworth entregou que os funcionários aguentaram os primeiros dias de confinamento graças à bebida e que todos "riram muito" durante os dias em que estiveram isolados dentro do pub. Motivo não faltou: "Os patrões não estavam aqui, não puderam chegar por causa da neve", comemorou Butterworth. Além de manter os manguaças vivos e felizes, a bebida ainda ajudou no resgate, pois eles só conseguiam sair ao jardim com trenós improvisados com caixas de cerveja. Taí, se um dia eu viajar à Inglaterra nessa época do ano, vou considerar a possibilidade de incluir Blakey Ridge no meu roteiro...

domingo, dezembro 05, 2010

Parabéns ao 'todo poderoso' pelo cente... NADA!

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Fluminense - do quase rebaixamento em 2009 ao título de 2010

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Na última rodada do Brasileirão de 2010, em nenhum momento o Fluminense deixou de ser campeão. Tentando realizar a tarefa esquizofrênica de acompanhar quatro partidas ao mesmo tempo, era possível notar nas pelejas dos candidatos ao título que o que imperava era a ansiedade. Só o Tricolor do Rio enfrentava um adversário que colocou os titulares em campo, enquanto Corinthians e Cruzeiro pegavam os reservas do Palmeiras e os suplentes do rebaixado Goiás. Todos jogavam de olho nas partidas alheias e isso parecia aumentar ainda mais o nervosismo de cada atleta, dos mais novos aos mais experientes.

E o primeiro gol entre os pretendentes ao título saiu de quem menos se esperava. Mas o tal do Goiás parece destinado a surpreender. O Corinthians chegou ao empate, acertou a trave no segundo tempo, mas não demonstrou aquele algo a mais que caracteriza os campeões. O time é mais ou menos a cara do técnico, que em coletivas gosta de dar repostas vazias e supostamente sofisticadas, com pitadas de auto-ajuda e filosofia duvidosa. O Timão várias vezes fazia a bola rodar, tocava demasiadamente a pelota na intermediária sem ser incisivo contra um rival vários degraus inferior tecnicamente. 

Não se impôs, como não se impôs também sobre o hoje rebaixado Vitória. Ali, caso tivesse superado a equipe baiana, não precisaria se preocupar com os adversários. Mas Tite achou por bem não ousar. Caiu para o terceiro lugar e terá que disputar a repescagem da Libertadopres para ir à fase de grupos. Nada muito assustador, mas um baque moral.


Já o Fluminense também penava contra um Guarani com três zagueiros e seis homens no meio de campo, anabolizado financeiramente e com a meta de evitar ser vazado pelo ataque que tinha Fred e Emerson. O nervosismo tricolor era evidente e, agora, não custa pensar o que teria acontecido se Corinthians ou Cruzeiro tivessem saído na frente em seus jogos. Será que o Fluminense, cujo elenco era composto por atletas “virgens” em títulos do campeonato brasileiro - com exceção do reserva André Luiz – ficaria ainda mai tenso? Isso nunca saberemos porque seus rivais não tiveram competência para tanto. E palmas para o Tricolor que conseguiu fazer o seu gol aos 18 minutos do segundo tempo e, desde então, praticamente não foi ameaçado pelo Guarani.

No fim, o título ficou com o time que tinha o melhor meia, o argentino Conca, a melhor defesa estruturada pelo tetracampeão brasileiro Muricy Ramalho e uma torcida que merecia ser recompensada por ter jogado junto com o time em 2009, quando a equipe parecia fadada ao rebaixamento e se salvou de forma milagrosa. A recompensa está aí. Parabéns aos tricolores.

sábado, dezembro 04, 2010

O Guarani, a mala branca e o desprezo pelo esporte

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Em 1995, o Santos enfrentava o Guarani em um Pacaembu lotado e uma vitória simples o colocaria nas semifinais do Brasileiro daquele ano. Disputando vaga com o time da Vila estava o Atlético-MG, que enfrentava o Vitória mas precisava de um revés santista diante do Bugre para conseguir ficar entre os quatro. Durante todo o período pré-jogo, o assunto mala branca foi recorrente, sendo que um dono de uma loja de eletro-eletrônicos chegou a anunciar, para quem quisesse ouvir, que daria uma TV 29 polegadas (à época, artigo bem mais valioso do que é hoje) para cada jogador campineiro caso arrancassem um empatezinho que fosse com a equipe de Giovanni e cia.

Provavelmente o aparelho de televisão não foi o único incentivo prometido ao Guarani. Depois do apito inicial, os verdes pareciam disputar uma final de campeonato. Corriam, marcavam, planejavam o bote em contra-ataques, exploravam toda a ansiedade do Peixe que penava enquanto seu rival à vaga já virava o primeiro tempo vencendo por 2 a 0 o desinteressado Vitória, que não havia sido agraciado com promessas financeiras.

O martírio alvinegro durou até os 37 minutos do segundo tempo, quando Marcelo Passos acertou um dos belos chutes que costumava arriscar sempre no lado direito da grande área. Giovanni ainda faria o segundo e tudo o que cercou aquele jogo acabou um pouco obscurecido pela vitória santista e pelo que o Brasileirão reservava nas semifinais e finais daquele ano. Mas, para mim, torcedor, o Guarani ficou como um time malquisto. Havia visto outras pelejas do Bugre naquela competição e em momento algum tinha visto tanta entrega como naquele jogo contra o Santos, ficando a nítida impressão de que a única motivação da maioria dos jogadores naquele torneio eram as 30 moedas que seriam pagas em caso de sucesso. Pensei como um torcedor bugrino deveria se sentir desprezado vendo a diferença de atuação do seu time quando bem “incentivado” por um “co-irmão”.


Não sou daqueles que acha que um jogador é “mercenário” porque negocia um salário melhor ou um prêmio por conquista com a direção de um clube. Idem para aquele atleta que sai de um time para ir a outro que lhe oferece condições econômicas melhores ou perspectivas de ganhos futuros. O atleta em geral é um proletário que vende seu pé-de-obra e que tem uma carreira mais curta que as demais profissões, natural que ele precise pensar no seu bolso. Mas um dos pontos que faz parte da avaliação de qualquer profissional da bola é o quanto ele se entrega a uma partida e como interage e respeita sua própria torcida., seja ela de um time pequeno ou de um grande. E correr mais por causa de uma mala branca é um evidente sinal de desrespeito.

Além de muitos entenderam ser ilegal de acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva e de estimular um sistema de extorsão e chantagem – afinal, um time que acha que deveria receber o tal incentivo financeiro pode falar para um possível interessado: “e aí, não vem nada pra gente, não? Olha que entregamos o jogo, hein...” – a mala branca é a síntese de um sistema em que o mais forte economicamente aproveita da fragilidade do pequeno para tratá-lo... como pequeno. Pela lógica, seria mais fácil o Corinthians, por exemplo, “incentivar” o Palmeiras para que ganhasse do Fluminense, já que o Guarani é muito inferior tecnicamente que o Palestra. Mas os jogadores palmeirenses não aceitariam tal “ajuda” por ser algo obviamente desonroso em função da rivalidade que ainda dá alguma proteção moral à competição. A mala branca é feita prioritariamente para o time dito pequeno, que aceita se apequenar ainda mais. Como o Guarani fez em 1995 e como deve fazer amanhã.

O dinheiro oferecido pelo grande ao menor só serve para legitimar o sistema de castas estabelecido no futebol brasileiro atual. Se antes era mais fácil um pequeno se sobressair e se manter em alta por um período, como aconteceu com o próprio Bugre em parte dos anos 1970 e 1980, hoje isso é impossível. Os recursos advindos da venda de direitos de televisão, por exemplo, que constituem boa parte das receitas dos grandes, são distribuídos em cotas fixas que não levam em conta, como em outros países, o mérito esportivo. Um clube grande pode ter um ano desastroso, meter os pés pelas mãos, ter gestões tenebrosas, cair para a segunda divisão que o dinheiro dele da TV estará lá no ano que vem, intacto. Premia-se a incompetência e muitas vezes a corrupção enquanto o pequeno que faz uma boa gestão e se destaca não vai ganhar mais por conta disso, um contrassenso levando-se em conta o espetáculo.

A mala branca nada mais é que as migalhas que o grande oferece ao pequeno para legitimar esse sistema de perpetuação de diferenças, que tendem a ficar maiores. Paga-se para que ele continue pequeno. Azar do Guarani, azar do torcedor e do futebol, que cada vez mais parece deixar claro que o gol é, de fato, um mero detalhe.

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Morre o ex-zagueiro argentino Ramos Delgado

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Dia de luto para o futebol: morreu hoje, na Argentina, o ex-zagueiro Ramos Delgado (foto), que jogou no timaço do Santos das décadas de 1960 e 1970. Ele estava com 75 anos e não resistiu às complicações de um mal de Alzheimer, falecendo em Villa Elisa, próximo à La Plata. O argentino atuou em 364 jogos pelo alvinegro santista e conquistou quatro campeonatos paulistas, um Torneio Roberto Gomes Pedrosa e uma Recopa Sul-Americana.

Tornou-se grande amigo de Pelé, que foi padrinho de uma de suas três filhas. Ramos Delgado começou a carreira no Lanús, em 1953, e defendeu também River Plate, Banfield e Portuguesa Santista, onde encerrou a carreira. Pela seleção argentina, disputou a Copa do Mundo na Suécia, em 1958, e no Chile, em 1962. No Santos, o ex-jogador ainda exerceu a função de coordenador das categorias de base do clube, até 2005 (na foto ao lado ele aparece em uma imagem de três anos atrás). Atualmente, trabalhava com escolhinhas de futebol na Argentina.

'Dinheiro, mulheres, política e futebol'

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Na última parte de sua saga "O tempo e o vento", chamada "O arquipélago", o escritor gaúcho Érico Veríssimo (foto) descreve um fictício Café Poncho Verde, ponto de encontro dos homens na imaginária cidade de Santa Fé - uma síntese daqueles estabelecimentos rústicos e acolhedores da passagem entre os séculos 19 e 20, onde todos os fatos marcantes da sociedade local, do Brasil e do mundo eram informados e discutidos, ou aconteciam ali mesmo. "Contava-se que em 1910, numa de suas raras visitas a Santa Fé, o Senador Pinheiro Machado entrara no Poncho Verde para comprar um maço de palha de cigarro e uma caixa de fósforos, causando sensação entre os que lá se encontravam", narra Verríssimo. "Em 1913 (e quando agora se contava isto a gente nova exclamava: 'Essa eu não como!') Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos, entrara em carne e osso no café em companhia do intendente municipal e de autoridades militares - imaginem para quê? - para tomar um cálice de cachaça, o que fizeram com gosto, estralando a língua e lambendo os bigodes".

Como se vê, política e cachaça movimentavam o local. Mas o tempo adicionaria também o futebol e a cobiça financeira e sexual entre os assuntos dos frequentadores. "Em torno daquelas mesas, várias gerações de santa-fezenses e forasteiros haviam, vezes sem conta, 'matado o bicho' e tomado os seus cafés, trocando pedaços de fumo em rama ou cigarros feitos, contando anedotas, falando mal da vida alheia, discutindo seus problemas e os dos outros. E os assuntos mais capazes de provocar dissensões e paixões eram, como sempre, dinheiro, mulheres, política e futebol. A rivalidade entre os clubes esportivos Avante e Charrua continuava encarniçada, separando famílias; e aos sábados, em véspera de partida, e aos domingos, depois desta, o café se enchia de gente, e não se falava noutra coisa. Discutiam-se os lances do jogo, insultava-se o juiz, armavam-se brigas".

E o escritor ainda reserva um trecho para enaltecer a coragem e a resistência dos manguaças: "Em 1910, na noite em que apareceu o cometa de Halley, o café esteve quase deserto, pois pelas dúvidas as pessoas ficaram em casa, mesmo as que não acreditavam naquelas histórias de fim de mundo. Apenas dois ou três paus-d'água inveterados foram vistos no salão, diante de seus cálices de caninha e de seus copos de cerveja". Como o Futepoca se propõe a ampliar o "o alcance do balcão" do bar, como espaço de debate, é interessante a analogia do tal Poncho Verde com os três temas que inspiram sua sigla. O café fictício da saga "O tempo e o vento" representa simbolicamente, portanto, os balcões mais ancestrais que um dia viriam a nos atrair e nos inspirar. E como Veríssimo nasceu em dezembro, há 105 anos, fica aqui esse post como homenagem. Saúde!

quinta-feira, dezembro 02, 2010

O país que põe os adversários pra sambar

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Hoje, no Dia Nacional do Samba, postamos uma homenagem a quatro brasileiros que, no futebol, tiraram muitas vezes os adversários para sambar: Manoel "Garrincha" dos Santos, Ronaldo "Fenômeno" Nazário, Ronaldinho "Gaúcho" Assis Moreira e Róbson "Robinho" de Souza. Como só os brasileiros sabem fazer.

Som na caixa, manguaça! - Volume 62

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CHUVA, SUOR E CERVEJA
(Caetano Veloso)

Caetano Veloso

Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça
Não saia do meu lado
Segure o meu pierrot molhado
E vamos embolar
Ladeira abaixo
Acho que a chuva
Ajuda a gente a se ver
Venha, veja, deixa
Beija, seja
O que Deus quiser...

A gente se embala
Se embora se embola
Só pára na porta da igreja
A gente se olha
Se beija se molha
De chuva, suor e cerveja...

Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça
Não saia do meu lado
Segure o meu pierrot molhado
E vamos embolar
Ladeira abaixo
Acho que a chuva
Ajuda a gente a se ver
Venha, veja, deixa
Beija, seja
O que Deus quiser...

A gente se embala
Se embora, se embola
Só pára na porta da igreja
A gente se olha
Se beija se molha
De chuva, suor e cerveja...

(Do LP "Muitos Carnavais", Philips, 1977)

Depois do Brasil, América fica 12 anos sem Copa

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A Fifa anunciou hoje, na Suíça, os países que vão sediar as Copas de 2018 e 2022: Rússia e Qatar, respectivamente. Com isso, após a Copa no Brasil, em 2014, o continente americano ficará sem a competição mais importante do futebol até, pelo menos, 2026. E isso porque, entre a Copa dos Estados Unidos e a que será realizada aqui em nosso país, daqui a quatro anos, foram duas décadas de mundiais longe das Américas - os estadunindenses, aliás, foram um dos candidatos à Copa de 2022, que será a primeira no Oriente Médio.

Essa "seca" americana de 20 anos sem mundiais só havia ocorrido antes entre a primeira Copa, no Uruguai, em 1930, e a primeira no Brasil, em 1950. Depois dos 12 anos de intervalo até a Copa no Chile, em 1962, começou um período em que as Américas não passavam mais que oito anos sem o mundial: foi o que levou até 1970, quando o México sediou a primeira Copa na América Central; mais oito anos e ela foi a vez da Argentina; outros oito anos para que retornasse ao México, em 1986, e depois aos Estados Unidos, em 1994.

Um presépio de péssimo gosto

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Alto o nível de colesterol dessa celebração natalina...

Bom de bola e ruim de conta

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O Santos saiu na frente na temporada de contratações que se abre e selou o retorno do ótimo meia Elano (foto), que estava no Galatasaray, da Turquia, por R$ 6,4 milhões (e três anos de contrato). O jogador foi uma das peças principais daquele timaço montado a partir de 2002, que revelou Robinho, Diego, Renato & companhia e que levantou dois títulos brasileiros e dois paulistas. Elano está com apenas 29 anos, em boa fase e tem muita bola pra mostrar ainda. Contratação certeira, a diretoria santista merece reconhecimento. Mas, em entrevista ao diário Lance!, Elano pareceu meio confuso ao responder sobre o tempo gasto nas negociações entre Santos e Galatasaray:

- Me preparei para duas ou três semanas de dor de cabeça, mas foi tudo muito rápido. Acho que foram 20 dias no total.

Ué, se três semanas representam 21 dias, por que então o tempo gasto (20 dias) foi "muito rápido"? Enfim, bom retorno ao Brasil e à Vila Belmiro, que você joga muito melhor do que faz contas, Elano.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Onde sobram mulheres - até nos bares!

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O site G1 soltou materinha hoje destacando que Santos (foto), no litoral paulista, é o município com a maior proporção de mulheres no país, segundo os novos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): 54% da população. Do total de 419,7 mil habitantes, a cidade tem 192 mil homens e 227,7 mil mulheres - equivalentes a 45,8% e 54,2%, respectivamente. E a reportagem colheu lá em Santos um depoimento curioso - e indignado (grifo nosso):

“- Tem muito mais mulher do que homem. No bar, na balada, no shopping, na praia, em praticamente todos os lugares da cidade”, diz a estudante de nutrição Maria Fernanda Araújo, de 22 anos, enfatizando o “muito”.

Lendo isso, muito manguaça solitário e acostumado com os butecos de público exclusivamente masculino, em São Paulo, vai começar a reservar uma graninha pra descer a serra todo final de semana...

Seleção sub-20, mercado e meninos que não são mais meninos

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Ontem o técnico Ney Franco, coordenador das divisões de base da CBF, divulgou a convocação dos jogadores que vão disputar o Sul-Americano da categoria entre 16 de janeiro e 12 de fevereiro no Peru. A competição vale duas vagas para os Jogos Olímpicos de 2012 e os quatro primeiros colocados vão disputar o Mundial de 2011. Abaixo, a relação, que tem como base Santos e São Paulo, com quatro atletas convocados cada:
 
Goleiros: Aleksander (Avaí), Gabriel (Cruzeiro) e Milton (Botafogo)

Laterais: Alex Sandro (Santos), Danilo (Santos), Gabriel Silva (Palmeiras), Rafael Galhardo (Flamengo) 

Zagueiros: Alan (Vitória), Bruno Uvini (São Paulo), Juan (Internacional), Romário (Internacional), Saimon (Grêmio) 

Volantes: Casemiro (São Paulo), Fernando (Grêmio), Zé Eduardo (Parma-ITA) 

Meias: Alan Patrick (Santos), Lucas (São Paulo), Oscar (Internacional), Philippe Coutinho (Inter de Milão-ITA), João Pedro (Palermo-ITA) 

Atacantes: Diego Maurício (Flamengo), Henrique (Vitória), Lucas Gaúcho (São Paulo), Neymar (Santos) William (Grêmio Prudente)

O jovem milionário Neymar será cobrado como gente grande
Interessante observar que clube tradicionais como Corinthians e Atlético-MG ficaram sem jogadores convocados. Isso significa que suas divisões de base são fracas? Não necessariamente. Talvez reflita apenas a opção das comissões técnicas que passaram pelos dois times no último ano. O veterano Corinthians atual, por exemplo, deu pouco espaço a atletas que vieram debaixo nesta temporada. Já o Galo, com Luxemburgo trazendo seu tradicional caminhão de jogadores (23, mais que dois times), padeceu do mesmo problema. Teve, na verdade, um jovem ex-jogador entre os convocados: João Pedro, hoje no Palermo, que disputou apenas 15 partidas como profissional antes de ser negociado.

Junto com João Pedro, há outros dois "estrangeiros", o ex-cruzeirense Zé Eduardo e o ex-vascaíno Philippe Coutinho. Isso, aliado ao fato de que a maioria dos atletas recebe uma remuneração maior que a média de seus companheiros, mostra que o perfil do jogador "da base" mudou totalmente nas últimas décadas. É só a "promessa" pintar que o clube passa a ter duas opções: ou vende o jogador se sua situação financeira assim exigir ou faz um contrato com ele com alta multa recisória, o que vai implicar em alto salário também.

Com a vitrine do Sul-Americano e a janela de transferências, cabe guardar essa convocação acima e verificar, no meio do ano, quantos desses jogadores se transferiram para outros clubes do exterior. E constatar novamente o quanto o futebol brasileiro ainda precisa se fortalecer economicamente para enfrentar a concorrência externa.

terça-feira, novembro 30, 2010

Nova pelada do Futepoca OU Ai, minha perna!

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Da esquerda pra direita, em pé: Frédi, Anselmo, Maurício e Glauco; sentados: Marcão, Thalita e Nicolau (falta Brunna, a "8ª passageira", que chegou mais tarde e aparece na foto abaixo)


Quase três anos após o primeiro vexame, digo, churrasco do Futepoca, nossa equipe entrou novamente em quadra no sábado, dia 27, no condomínio do Glauco, para mais um tradicional "quebra-canela" (que quebra mesmo!). Como desculpa pra beber, os anfitriões Glauco e sua companheira Cris providenciaram churrasco, farofa e pães, com estoque abastecido pelo Anselmo, mas os alvos principais dos convidados foram mesmo as cervejas (de várias marcas e tipos), pinga (pra batida) e uísque (irlandês). O que atraiu, além dos três citados, o Frédi, a Thalita e seu companheiro Victor "Alemão", o Nicolau e sua companheira Débora, o Maurício, sua companheira Cris e seu filho Chicão, eu (Marcão), minha companheira Patricia e minha filha Liz, e a Brunna (foto ao lado), que, como dito, chegou depois.

Buenas, a pelada futebolística começou com as seguintes formações: de um lado, Glauco no gol, Nicolau e Alemão na linha; e de outro, Liz no gol, Marcão, Frédi e Thalita (o fato de termos uma menina de 8 anos no gol justificava ter um jogador a mais). Entre caneladas, encontrões e lances patéticos, muitas boas jogadas, tabelas, triangulações e gols, fora as defesas arrojadas que o Glauco sempre reserva para essa ocasiões - e registrando que a Liz também fez uma ou outra defesa improvável. Eu fui o primeiro a desistir, porque era muito desperdício deixar tanta cerveja esquentando. Depois voltei para tirar a Liz do jogo, pois, com o entusiasmo etílico, as boladas ficaram mais perigosas.

Grosso como só eu consigo ser, já tinha (involuntariamente) distribuído alguns pontapés, mas o castigo veio na sequência. Num lance em que o Nicolau saiu na cara do gol, estiquei a perna e senti a agulhada no mesmo segundo. Distendi o músculo da coxa, surgiu um ponto quase preto de tão roxo no local e tive que passar o domingo todo na base do gelo e pomada. Isso me convenceu a deixar definitivamente a quadra e me dedicar só aos trabalhos manguacísticos. Foi aí que apareceu o Maurício e, mesmo com uma inseparável latinha na mão, protagonizou os melhores dribles, assistências e gols do entrevero, comprovando suas habilidades de ex-boleiro.

Frédi também marcou um golaço, Thalita mostrou seu talento, Glauco foi pra linha pra também anotar os seus e as tabelas entre Nicolau e Alemão renderam outros tentos. No final, até o Chicão entrou na quadra para bater uma bolinha. Finda a refrega entre as quatro linhas, e com a chegada do Anselmo e da Brunna, todos se uniram na confraternização dessa grande família que é o Futepoca. Deixando aqui um grande abraço ao camarada Olavo Soares, mirando 2011 com a perspectiva de novos projetos e com a esperança no futuro simbolizada pelo Chicão e pela Liz. Abraços e beijos a todos - e mais algumas imagens abaixo:

A anfitriã Cris tentando fazer o Glauco comer, em vez de só beber

Papai Maurício entretido com algum brinquedo do filhão Chicão

Goleira Liz, que segurou a bronca no meio dos marmanjos, e Patricia

Cris, mãe do Chicão, sendo recepcionada pelo Victor "Alemão"

Patricia, Débora e Frédi vistos por quem já tinha caído (eu)

Parte do Frédi, Glauco, Cris e a atrasada Brunna Rosa

Voto de boas festas dos futepoquenses para os leitores e colaboradores

segunda-feira, novembro 29, 2010

O Brasileirão acabou

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Pelo menos para mim, com o Galo não correndo mais risco de rebaixamento, juro que no próximo final de semana nem ligo a TV para ver nada.


A disputa pelo título? Ah, entre Fluminense, Corinthians e Cruzeiro, só se os azuis tivessem alguma chance. Posso queimar a língua, mas o Guarani tirar o título do Flu tem as mesmas probabilidades de eu ganhar na Mega-Sena...

Na zona de rebaixamento, três vagas definidas sem nenhuma surpresa. O Flamengo de Luxemburgo até fez a sua parte, perdeu para o Cruzeiro em casa, mas foi ajudado pela incompetência de Atlético-GO e Vitória, que conseguiram empatar com Inter e São Paulo, que não disputavam mais nada.

Como na última rodada têm confronto direto, que o mais incompetente vá para a segundona, os dois merecem. Na verdade, torço para o Vitória ficar por ter mais tradição e junto com o Bahia poderem fazer um espetáculo bonito de torcidas em Salvador no ano que vem. Sobre Goiás ficar sem nenhum time na primeira divisão???? Bem, a vida é assim.

Aliás, com a queda do Grêmio Prudente e do Guarani, São Paulo perde dois representantes, ficando apenas com os quatro grandes na primeira, o que é bom para o futebol brasileiro.

No próximo ano serão:

Dois gaúchos: Grêmio e Inter.

Dois catarinenses: Avaí e Figueirense.

Dois paranaenses: Atlético (PR) e Coritiba

Quatro paulistas: São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos.

Quatro cariocas: Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense.

Três mineiros: Atlético, Cruzeiro e América.

1 ou 2 baianos: Bahia e Vitória (?)

Um cearense: Ceará

0 ou 1 goiano: Atlético (GO)?

domingo, novembro 28, 2010

Contra o Fluminense, Palmeiras dificulta. Para o Corinthians

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Os titulares do time que não conseguiu segurar o empate contra o penúltimo colocado do campeonato perderam para o líder, neste domingo, 28. O Palmeiras foi derrotado por 2 a 1 do Fluminense nas Laranjeiras, mas escapou de uma goleada histórica. Com o resultado, uma vitória contra o Guarani no próximo domingo deixa o caneco nas mãos de equipe de Muricy Ramalho.

O Palmeiras realmente dificultou. Ao final do jogo, o prejuízo ficou para o Corinthians. Mas durante a partida, não se pode dizer isso. O pior: o Palmeiras saiu na frente (assim como no meio de semana quando foi desclassificado pelo Goiás da Copa Sul-Americana).

Aos quatro minutos, o atacante Dinei acertou um chute como ele nunca mais vai acertar enquanto durar seu contrato com o clube. No ângulo de Ricardo Berna, que pulou atrasado e meio desengonçado, já que a bola parecia dirigir-se para a linha de fundo até fazer uma curva incrível.

Talvez tenha sido um gol mais comemorado pelos corintianos do que o segundo do Goiás na quarta-feira.

A virada aconteceu depois de um massacre do Fluminense. Foram dezenas de lances de perigo até que um chute de Carlinhos, aos 18, da entrada da área foi inalcançável para o adiantado Deóla. O goleiro fez um monte de defesas em outros lances.

O segundo ocorreu na etapa final, numa rebatida do arqueiro que voltou para Tartá dentro da grande área, já aos sete minutos.



Alguém pode dizer que o time do Palmeiras fez corpo mole. Pode até ser. Mas em comparação aos jogos anteriores, a defesa foi pior do que o normal, e o ataque não funcionou como já não vinha operando mesmo. E, convenhamos, o Fluminense é muito mais time do que o Goiás, de modo que mais pressão tende a representar mais erros do que a média para qualquer retaguarda (ou pelo menos para as frágeis).

Foi a terceira derrota seguida no campeonato.

Torcida ao contrário

Contra um "momento Grafite", a partida teve pelo menos dois lances curiosos do ponto de vista da torcida. Um torcedor com a camisa palmeirense parece ter virado a casaca para evitar que o maior rival do alviverde paulistano se beneficiasse de um eventual revés do Fluminense. Ele empunhava uma bandeira do Tricolor carioca, ao lado de outro torcedor do Flu (aqui).

Quem preferir enxergar a versão otimista (ou o "copo meio cheio"), poderia ser um torcedor do time do Rio de Janeiro tentando um agrafo não ortodoxo aos adversários, sonhando com uma moeda de troca dentro de campo. Meio improvável, é verdade...

O outro lance bizarro foi a torcida vaiando uma descida ao ataque do Palmeiras, quando tudo estava empatada, no fim do primeiro tempo (aqui). Pela qualidade do futebol, o estranho seria aplaudir...

Se o meu time estivesse apresentando melhor futebol nas partidas anteriores, eu poderia me dedicar a argumentar sobre motivos para entregar ou não entregar para o Fluminense. Pela bolinha praticada, foi o time carioca que, por vários momentos, parecia pouco disposto a guardar os três pontos no bolso.

Pelo menos o martírio verde da temporada está a uma rodada do fim.