Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook
O título do post é só pra dizer que todo o resto -- o imbróglio do intervalo, o apagão depois do segundo gol, de Valdívia -- é que vai ser o tema da semana, não a atuação do trio de preto, comandado por Wilson Luiz Seneme.
Parte dos são-paulinos vai concordar com Adriano, ao final do jogo, ao dizer: "claro que gostaríamos de estar na final, mas tem o jogo de quarta, na Libertadores". Outros, vão xingar a expulsão de Alex Dias, vão ver impedimento no toque de Lenny para Valdívia e vão ressoar o que a mídia descobrir sobre os episódios que envolvem quem não estava em campo.
Na véspera da partida, o experiente goleiro Marcos disse que quem tinha feito intriga e esquentado o clima do jogo (cartolas) não entraria em campo. Uma crítica direta tanto à diretoria do Palmeiras quanto do São Paulo, mas também um apelo para que tudo se resolvesse com a bola nos pés. Ou nas mãos, no caso do arqueiro (não de atacantes, por favor).
O apagão foi bizarro. Precisaria muita desinteligência para a diretoria mandar fazer isso. Não acho que foi por um motivo simples: seria muita estupidez desnecessária. Por isso, temo que achem algum funcionário para culpar se a pressão da mídia e do rival for muito forte.
Mas tem o episódio do tal "gás de pimenta" ou "spray de pimenta" no vestiário durante o intervalo que fez Muricy (e só o Muricy) passar mal. O policiamento culpa torcedores que teriam atirado o spray pela janela. O presidente do São Paulo diz que num estádio assim não pode ter jogo. Muricy, outrora o sóbrio, diz que nem em jogo de várzea isso acontece. Tá bom.
Valdívia mandou algum zagueiro do São Paulo ficar quieto depois do tento (no universal gesto de "psiu!"), o que lhe rendeu um encontrão na hora e um tapa-de-mão-lambida de Rogério Ceni, enquanto a luz não voltava. Se vão enquadrá-lo na determinação de não incitar sei-lá-o-que nas comemorações, não sei. Dá-lhe pano pra manga.
A preocupação: como conter o ânimo da torcida e o clima de favoritismo na final contra a Ponte Preta. Contra o líder Guaratinguetá, foram duas vitórias do quarto colocado na fase final. Os dois times empatam em números de gols marcados, os melhores ataques.
A semana vai ser repleta de reportagens sobre o Palmeiras e Internacional de Limeira em 1986. Denys e Martorelli, por favor, evitem os jornalistas!
Palmeiras na final. Pode ganhar o título Paulista depois de 12 anos. No banco, um elenco bom (nem 40% do de 1996). Vão ter que jogar bola pra parar a Ponte.
Recheio de polêmica
No começo da partida, Neto, comentarista da Bandeirantes, disse que quem poderia definir o jogo era Valdívia, pelo Palmeiras, e Hernanes, pelo São Paulo. Hernanes? O cara é um marcador de seleção. Arriscou duas de fora da área que poderiam mudar toda a história, ok.
Mas a chave do São Paulo na maioria dos jogos, na minha visão, está nos pés de Jorge Wagner. O meia tricolor foi bem marcado, mas mesmo quando conseguiu alçar a bola à área, não teve tanto sucesso quanto em outras partidas. Adriano foi mais bem marcado por Gustavo que, eventualmente, se revezava com Henrique, mas correu o jogo todo. Hugo, no segundo tempo, entrou pra dividir e sofrer faltas perto da área. Desempenhou a função. Borges? Entrou?
No Palmeiras, tudo bem que Valdívia tenha um papel importante. Mas Leo Lima, pra mim, tem uma função tática que foi coroada com o gol que fez.
Durante a partida, meu medo de que o caldo poderia desandar acabou (acabou) quando Rogério Ceni passou quase dois metros da bola no primeiro gol do Palmeiras No chute saturado de efeito, o mérito do gol é de de Leo Lima, autor do chute venenoso. Mas não é comum ver um goleiro como Rogério passar assim (ninguém falou em ineditismo, nem em invensibilidade, só não é comum). A tarde era verde.
Depois, o que se poderia esperar do jogo: São Paulo pra cima (chuta pro mato!), e contrataques do time da casa. Foi assim que saiu o gol. Aliás, Lenny puxou dois desses, um do gol pré-apagão, outro em que quis fazer seu primeiro com o manto alviverde. Não deu, mas ele já pode ser chamado de talismã, arma-secreta ou qualquer jargão futebolístico que estiver à mão. Foi quem sofreu o pênalti na primeira partida da semi-final.
A interrupção de energia aos 39 da segunda etapa esfriou a partida, mas não impediu o São Paulo de atacar.
Palmeiras na final. E, vizinho do Palestra Itália em festa, não saio de casa nos próximos 90 minutos. Grande vizinhança barulhenta.