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domingo, abril 07, 2013

O que devia ter feito no domingo passado

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O São Paulo foi a Ribeirão Preto com o time reserva e (com a ajuda do juiz) venceu o Botafogo por 3 a 1, ficando bem próximo de terminar a primeira fase do Campeonato Paulista em primeiro lugar - o que garante mando de campo na fase eliminatória. Se perdesse, também não seria muito prejuízo, uma vez que o Palmeiras venceu a - até então - invicta Ponte Preta, segunda colocada na tabela. Isso me faz concordar com a tese de que o Tricolor devia ter adotado a mesma estratégia no domingo passado, quando enfrentou o Corinthians num clássico sem importância.

Ney Franco foi elogiado quando, no final do Brasileirão do ano passado, botou os reservas pra jogar num clássico que também não valia nada contra o mesmo Corinthians. É uma boa tática. Porque, se perde, deu a lógica; e, se vence, dá moral para os reservas. Foi o que aconteceu em dezembro: o "time B" venceu os corintianos por 2 a 1, de virada, e o elenco embalou para a reta final da Sulamericana. Agora, com estratégia diferente, o São Paulo botou os titulares contra o Corinthians, perdeu, embarcou sob pressão para a Bolívia e perdeu de novo. Mau negócio.

Enfim, falando sobre o jogo contra o Botafogo, o juiz Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza ajudou na vitória do São Paulo. Até que expulsou bem o botafoguense Zé Antônio com vermelho direto, por falta feia em Douglas, mas não usou o mesmo critério para aplicar amarelos. A arbitragem foi muito mais rigorosa com botafoguenses do que com sãopaulinos, o que provocou uma segunda expulsão do time do interior no segundo tempo, quando André tomou o segundo amarelo. Ali, com o placar em 0 x 0, o São Paulo ficou com dois jogadores a mais em campo.

Talvez para disfarçar, o juiz aplicou o segundo amarelo em Rodrigo Caio e o expulsou logo em seguida. Com 10 jogadores contra 9 adversários, o São Paulo cavou uma falta na entrada da área e o zagueiro Lúcio acertou bela cobrança para fazer seu primeiro gol com a camisa tricolor. Pouco depois, Wellington trabalhou bem a bola e tocou para Aloísio que, de virada, ampliou. Nesse lance, o volante Maicon, que tinha entrado no segundo tempo, teve uma distensão e saiu. Como Ney Franco já tinha feito as três substituições, o jogo seguiu com 9 jogadores para cada lado até o fim.

Ademilson, em jogada que, sem querer, tabelou com a canela do adversário e saiu na cara do gol, marcou o terceiro. E Dimba (sobrinho daquele outro Dimba) aproveitou uma rebatida do goleiro Dênis para fechar o placar em 3 a 1. Se Ney Franco estava observando alguém para usar entre os titulares em alguma eventualidade, Lúcio, Wellington, Ademilson e Aloísio até que mostraram serviço. Rhodolfo também fez boa partida. Já Cañete, Cortez e Wallyson decepcionaram. Fabrício também não diz a que veio. E Douglas... Bem, Douglas continua o mesmo. Muito ruim.

domingo, março 31, 2013

E o São Paulo perdeu jogando bem!

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Dois chavões, daqueles bem batidos, servem para descrever com precisão o que foi a derrota do São Paulo por 2 a 1 para o Corinthians, no Morumbi: "quem não faz toma" e "clássico é decidido num erro". Sem vencer um clássico no ano (perdeu por 3 a 1 para o Santos e empatou sem gols com o Palmeiras), o time de Ney Franco desta vez jogou bem, com marcação consistente no sistema defensivo, boas subidas dos laterais e troca de passes envolvente no ataque. Melhor: foi assim o jogo todo, coisa muito rara de se ver no São Paulo. Infelizmente, como diz o primeiro chavão futebolístico, o Tricolor não conseguiu fazer o segundo gol ainda no primeiro tempo, após abrir o placar com Jadson e criar várias chances no ataque, e viu Danilo acertar um chute belíssimo, no ângulo, para empatar o clássico.

Nessa toada, de aguardar o São Paulo em seu campo e sair no contra-ataque, o Corinthians venceu o jogo. Pato sofreu pênalti (justo) e cobrou para definir o marcador. Esse foi o segundo chavão do jogo: um erro que deu a vitória ao adversário, numa partida equilibrada. Rafael Tolói, que atrasou na fogueira para Rogério Ceni, até poderia ser apontado como "vilão". Mas ele jogou muito bem e não merece a pecha. Acontece - simples assim. O tal "vilão", aliás, poderia ter sido o próprio Ceni, que deu uma furada bisonha num chute de perna direita, na pequena área, mas conseguiu consertar. Paciência. Se considerarmos que o resultado não altera a situação do São Paulo no campeonato, temos um terceiro chavão: "perdeu quando podia". Mas é claro que perder para o Corinthians sempre é ruim...

Buenas, entre mortos e feridos, além da boa atuação do time nas duas etapas e da segurança de Paulo Miranda e Carleto pelas laterais (setores mais fracos do time), salvou-se a bela exibição de Paulo Henrique Ganso. É claro que está a anos-luz daquele meia cerebral que encantou a torcida santista em 2010, mas essa foi, de fato, sua primeira ótima partida com a camisa sãopaulina. Correu muito, chamou a marcação, tocou de primeira, rápido, armando o jogo, procurando os atacantes. Parece que acordou pra vida - o que é uma ótima notícia, às vésperas de um jogo tão decisivo quanto o que fará contra o The Strongest, na Bolívia, pela Libertadores. Falta ao São Paulo, neste momento, maior poder de finalização. Se Luís Fabiano não jogará, Osvaldo e Aloísio precisam, com urgência, passar giz no taco.


Maratona majestosa - O primeiro Majestoso do ano - apelido do confronto entre Corinthians e São Paulo desde os anos 1940 - foi apenas aperitivo para uma série que pode atingir 9 partidas em 2013: três pelo Paulistão (se os dois times se cruzarem novamente na fase mata-mata), duas pela Libertadores (idem anterior, considerando, porém, que a situação do Tricolor está bem complicada nesta competição), duas pelo Brasileirão e mais duas pela decisão da Recopa Sulamericana (título decidido entre os campões da Libertadores e da Sulamericana). No histórico do Majestoso, segundo a Wikepedia, os dois rivais paulistanos se enfrentaram 313 vezes a partir de 1930, com 116 vitórias alvinegras, 100 tricolores e 97 empates. O Corinthians marcou 456 gols e o São Paulo, 439.

quinta-feira, março 28, 2013

Ney Franco vai comer ovo de Páscoa no Morumbi - mas será que chega ao Dia do Trabalho empregado?

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Sim, o São Paulo venceu mais uma pelo Campeonato Paulista, com Luís Fabiano confirmando sua vocação para decidir apenas quando não interessa: 2 x 0 no Paulista de Jundiaí, fora de casa, com dois gols do camisa 9. De útil, a excelente atuação de Wallyson (que, apesar de ainda não estar totalmente em forma, já merece ser titular pela ponta-direita), a volta de Paulo Miranda na lateral e a surpreendente recuperação de Douglas, que, pela primeira vez, jogou bem. Fabrício, como volante, também correspondeu. Já Lúcio e Cortez continuam dando razão à Ney Franco para permanecerem no banco (com o perdão da rima involuntária). Falando no treinador, aliás, ele conseguiu ficar no cargo até essa Páscoa, ao contrário do que prenunciava o clima de fritura pós-vexames contra o argentino Arsenal pela Libertadores.


Três vitoriazinhas pelo Paulistão - contra São Bernardo, Bragantino e Paulista - garantiram o fôlego extra. Como eu já disse aqui, não sou favorável à demissão de Ney Franco. Muito pelo contrário. Demitir técnico por má fase ou botar culpa por derrota em goleiro são duas das maiores besteiras do futebol. Só que o Juvenal Juvêncio é louco (ou bêbado; ou os dois!) a ponto de ninguém botar a mão no fogo, no dia seguinte, por qualquer coisa que ele garantiu na véspera. Vejamos: há quatro anos, em outro período de Páscoa, Muricy Ramalho chegava às semifinais do Campeonato Paulista com moral, por ter sido o 2º melhor na primeira fase. Pegou o Corinthians. Levou um 2 a 1 (com comemoração polêmica de Cristian) no Pacaembu e um 2 a 0 no Morumbi (com arrancada hilária do gordo Ronaldo sobre o tosco Rodrigo).

A batata de Muricy começou a assar ali. Pouco depois, chegou às quartas-de-final da Libertadores e foi eliminado pelo Cruzeiro com placares idênticos: 2 a 1 e 2 a 0. E o técnico tricampeão brasileiro caiu. Guardadas as devidas - e imensas - proporções, vejamos a coincidência com a situação do Ney Franco. Pega o Corinthians, no próximo domingo de Páscoa. O time ainda não venceu um clássico no ano (perdeu por 3 a 1 para o Santos e empatou sem gols com o Palmeiras). Vai que, num desses dias trágicos, o Tricolor leva uma goleada humilhante do rival, com comemoração polêmica e/ou lance humilhante sobre a zaga. Imagine como seria o clima do embarque para a Bolívia, para enfrentar o The Strongest... E, mesmo se vencer lá, pega outro time mineiro na sequência  da Libertadores, o Atlético, que, como o rival Cruzeiro naquele início de 2009, está "voando baixo" nessa temporada...

Na dúvida, Ney Franco já poderia sondar o vaivém dos técnicos nos outros clubes.


Nada de novo sob o Mirassol - Não poderia terminar esse post sem comentar a inacreditável goleada de 6 (SEIS!!!) a 2 do imponente Mirassol sobre o Palmeiras. Sim, o alviverde vive uma crise eterna há mais de dez anos, com dois rebaixamentos no Brasileirão e inúmeros vexames no período terra arrasada pós-Parmalat. Mas até má fase tem limite! O Mirassol estava na zona de rebaixamento e não vencia há cinco jogos! Perder para time fraco acontece. Mas perder por goleada já é mais complicado. Perder por goleada de 6 (SEIS!!!) é ainda pior. E perder por goleada de 6 (SEIS!!!) levando todos os gols logo no primeiro tempo (!) é fim de feira completo. Não há atraso de salário e de direitos de imagem, não há elenco sofrível ou técnico e diretoria idem que expliquem. A COISA TÁ FEIA. Aliás, pensando nessa música do Tião Carreiro (que o Glauco gosta de cantar), acho que o time do Palmeiras não é "filho de Deus", pois "tá na unha do Capeta" - e ele tem como número 666 (SEIS! SEIS! SEIS!)...


domingo, março 17, 2013

Depois de perder para o Arsenal da Argentina, São Paulo toma sufoco do Oeste e Ney Franco ouve côro de "burro"

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Agora é fato: do jeito que a coisa vai, Ney Franco não deve durar muito no comando do São Paulo. A vitória suada - e mesmo injusta - por 3 a 2 contra o Oeste de Itápolis hoje, no Morumbi, inaugurou a guerra declarada da torcida contra o técnico Ney Franco. Desde o primeiro tempo, o tradicional côro de "burro" ecoou forte no Morumbi, mostrando que, além de enfrentar oposição explícita de alguns atletas e ironias da diretoria, o treinador também terá que encarar guerra aberta da torcida. Quando chega nesse ponto, ou o time vira um Barcelona e começa a dar show, de um dia para o outro, ou a cabeça do técnico não demora muito pra rolar. Como a primeira hipótese é mais do que improvável...

Eu, de minha parte, não tenho nada contra Ney Franco. Não acho que ele seja pior do que os antecessores de 2010 pra cá - muito pelo contrário. Porém, na Ditadura Juvêncio, os técnicos já chegam ao clube sem poder. É nítido que Ney Franco nunca teria escalado Ganso como titular, em hipótese alguma, e que só o fez por pressão da diretoria. Lúcio é outro que chegou com status de titular, independente da opinião do técnico. Cobras criadas como Rogério Ceni (que afrontou o técnico num jogo no fim do ano passado quando contestou uma substituição), Luís Fabiano e o próprio Lúcio, como bem observou o Glauco no comentário de outro post, tornam o ambiente um campo minado para o treinador.

É fato, também, que o time não tem laterais que prestem. Isso é um absurdo num time do porte do São Paulo. E complica a vida de qualquer treinador. Em 2011, os técnicos tiveram que se virar com o horrendo Píris e o nulo Jean. De 2012 pra cá, Douglas é uma das maiores dores de cabeça que o São Paulo já teve: não marca, não ataca e deixa avenida para os adversários. Cortez, coitado, é esforçado. Só isso. E os volantes Wellington e Denílson não estão jogando NADA. Como um técnico, seja ele quem for, vai conseguir fazer omelete com ovos tão raquíticos? Mas, como sempre no futebol, fica mai fácil demitir um técnico do que o time todo. E o São Paulo terá que começar tudo do zero. De novo...



sexta-feira, março 15, 2013

Ney Franco comerá ovo de Páscoa no Morumbi?

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Retranca improvisada queimou o técnico
O São Paulo passou mais um vexame na Libertadores ontem, perdendo na Argentina por 2 a 1 para o mesmo Arsenal (pior time do grupo) com quem havia empatado sofrivelmente na semana passada, em pleno Pacaembu. Dessa vez, a derrota nem foi o maior prejuízo - até porque, mesmo que pareça praticamente impossível, o Tricolor ainda tem chance de passar às oitavas-de-final pelas próprias pernas. O pior, para o time, foi constatar como o técnico Ney Franco está perdido, isolado e sem moral. Ao escalar três zagueiros pela primeira vez nos oitos meses em que dirige a equipe, desfigurou totalmente qualquer esquema ou tática. Libertadores é torneio de tiro curto, com partidas decisivas, onde não há lugar para testes. Os três zagueiros, que nunca tinham jogado juntos, bateram cabeça e falharam mais do que o habitual de quando atuam em dupla. O meio-campo praticamente não existiu, só observou. Os laterais reviveram os piores pesadelos da torcida. O ataque não rendeu. O time não jogou nada. E, com justiça, perdeu.

Rifado pelos atletas - O fracasso ao improvisar uma retranca contra um time fraco - e de segundo (ou terceiro) nível - queima os créditos que Ney Franco ainda tem com a torcida, que, em sua maioria, aprova o trabalho mostrado principalmente no fim do ano passado. Só que muito mais grave do que isso foram os sinais de que o técnico está perdendo o respeito do elenco. Ainda no Brasil, pouco antes de entrar no avião, Paulo Henrique Ganso rifou a cautela excessiva do treinador, que fez vários treinos secretos, ao entregar para um jornalista que não seria titular na Argentina. E isso porque no domingo, no clássico contra o Palmeiras, ele já havia saído xingando em altos brados, na cara do técnico, ao ser substituído. Situação semelhante aconteceu com Lúcio, ontem: saiu correndo para o vestiário e não olhou pra trás quando foi sacado, no segundo tempo, e nem esperou a equipe no vestiário, preferindo se isolar ostensivamente no ônibus.

Rifado pelo presidente - Para complicar ainda mais esse clima de isolamento, Ney Franco, que parece visivelmente nervoso, acuado e pressionado, se enrolou ao dizer que seu trabalho é "nota 10" em uma entrevista após o jogo contra os palmeirenses. Ao comentar a declaração, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, canelou dizendo que dá nota 8... Até quis consertar, observando que aumentaria a nota do técnico para 9, se o time ganhasse do Arsenal em Avellaneda. Como perdeu, o conceito do técnico deve ter baixado pra 7 ou 6, num esforço de otimismo. E o horizonte de Ney Franco se mostra ainda mais sombrio. Como liderar o Paulistão não vale nada para a diretoria, a bóia de salvação será uma - improvável - classificação para a próxima fase da Libertadores. Um time que em dois jogos não conseguiu vencer o medíocre Arsenal dificilmente vencerá o The Strongest em La Paz e o azeitado e embalado Atlético-MG na capital paulista.

Com atletas afrontando o técnico publicamente e o presidente do clube afirmando que nem o Papa conseguiu garantia de ficar no cargo, há uma grande chance de o Coelho da Páscoa não encontrar Ney Franco no Morumbi para entregar sua encomenda...


Ps.1: Há que se considerar, em defesa de Ney Franco, que treinar o São Paulo, com Juvenal Juvêncio como presidente, não deve ser coisa das mais agradáveis. Aliás, para usar um termo do técnico Leão, deve ser bastante desagradável. Além desse episódio de nota 10 ou nota 8, o atual treinador já trocou farpas com o fiel escudeiro de Juvenal, João Paulo de Jesus Lopes, e dá mostras de que só escala (o inoperante) Ganso por pressão da diretoria, que pagou caro pelo jogador e o deseja na vitrine. Mais centelhas para esquentar o óleo sob a frigideira que embala Ney Franco.

Ps.2: Falando em Leão, ele se envolveu nessa semana em polêmica justamente contra o foclórico ex-patrão Juvenal Juvêncio. Primeiro, o cartola-mor do São Paulo afirmou que a segunda passagem de Leão pelo Morumbi foi "uma barbaridade" - no sentido pejorativo, mesmo. "A gente comete essas coisas assim. É um bom sujeito, mas não quero trazer mais ele, não", disse Juvenal à Fox Sports, em meio a gargalhadas. Aproveitando o Conclave que escolheu o Papa, Leão também resolveu brincar e disse que Juvenal deveria imitar Bento XVI e renunciar ao cargo.

Ps.3: Juro que esse post quilométrico acaba aqui! (se é que alguém teve paciência de ler alguma coisa...) Não posso falar em Emerson Leão sem citar um episódio nebuloso ainda não comentado pelo Futepoca, a revelação do presidente do Sport, Luciano Bivar, de que pagou para o volante Leomar ser convocado pela seleção brasileira em 2000. Lembro que, na época, a convocação pegou todo mundo de surpresa. Mas como Leão, técnico da seleção, tinha feito um belo trabalho no Sport pouco antes, e com Leomar como homem de confiança em campo, pareceu plausível. Agora, a batata assou. Leão disse que Bivar "devia ser preso". Mas não escapou de ser convocado pelo STJD, junto com Antônio Lopes, seu auxiliar técnico na época, para dar explicações. Outra pizza?

quarta-feira, março 13, 2013

'Ufanoso' ?!?!???

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"- Ó, ó, ó, ó, ó..."
O Velho Barreiro, digo, Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, voltou a dar entrevista depois de molhar o bico. Referindo-se ao técnico Ney Franco, que afirmou, após o clássico contra o Palmeiras, que seu trabalho é "nota 10", Juvêncio soltou o seguinte (o grifo é nosso):

- O Ney, quando se deu 10, ele não foi ufanoso, ele foi razoável. A nota dele é boa, é oito. Se for bem na Argentina, eu passo para nove - declarou o manguaça, à rádio Fox Sports.

Melhor voltar pro bar... (O Juvenal não, dessa vez vou eu!)

sexta-feira, março 01, 2013

Blitz falha e Ganso entra para dar gol a Luís Fabiano

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Ney Franco age bem quando promove o tradicional "abafa" nos 15 ou 20 primeiros minutos de uma partida. Já deu certo muitas vezes. Mas, quando a blitz falha e o São Paulo não consegue fazer ao menos um gol nesse período de pressão (e forçar o adversário a sair em busca do empate, abrindo espaços para contra-ataques), o caldo entorna. Porque o time cansa muito e, naturalmente, o adversário aproveita para fazer a sua própria blitz. Foi o que aconteceu ontem no Morumbi, no segundo jogo pela fase de grupo da Libertadores, contra o The Strongest. O Tricolor, que parecia um rolo compressor nos primeiros minutos, criando uma chance após a outra no ataque e não deixando os bolivianos pensarem, não conseguiu marcar, botou a língua de fora precocemente e levou um gol exatamente aos 20 minutos de jogo, em (mais uma) falha de marcação da defesa. O time se perdeu.

Só que, mais uma vez, como aconteceu contra o São Caetano, pelo Campeonato Paulista, o São Paulo conseguiu "achar" o empate mesmo jogando mal, no fim do segundo tempo, já no desespero. Isso o recolocou no jogo e deu chance ao técnico de pensar em alguma outra estratégia. E a solução foi melhorar o meio de campo, colocando Paulo Henrique Ganso no lugar de Denílson, deixando o setor defensivo com apenas um volante, Wellington, e mantendo o ataque com dois pontas abertos e um centroavante. Funcionou. Logo ao entrar, Ganso "pôs fogo" no jogo e, de cara, participou do lance em que Jadson mandou uma bola no travessão. Depois, Cañete entrou no lugar de Aloísio, pela ponta-direita, e iniciou a jogada que terminou com passe de Ganso para o gol da vitória marcado por Luís Fabiano, a dez minutos do fim. Moral da história: vai ser muito difícil vencer em La Paz...



domingo, fevereiro 24, 2013

Não, Ganso não pode ser titular

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Meia é escalado por pressão externa
Mais uma vez, o São Paulo jogou uma partida com dois times diferentes, sábado, no Morumbi, na vitória por 3 a 0 contra o Linense. No primeiro tempo, com o inoperante Paulo Henrique Ganso compondo o meio com Jadson, o time foi facilmente envolvido e só não levou gol por causa da limitação técnica do adversário. Sorte do Tricolor é que Jadson continua em excelente fase e, depois de acertar a trave, aproveitou outro lance para tocar de primeira para o fundo do gol. Na segunda etapa, o técnico Ney Franco fez a previsível substituição de Ganso por Aloísio, voltando ao esquema vencedor do final de 2012, com dois pontas abertos e um centroavante, e atropelou o Linense. Osvaldo fez um bonito gol, após jogada de Luís Fabiano, e Fábio Lima, na tentativa de impedir a bola de chegar no camisa 9 sãopaulino em outro lance, tocou de joelho contra o próprio patrimônio e deu números finais à partida pelo Campeonato Paulista.

Está mais do que na cara que Ganso só está sendo escalado por pressão externa à comissão técnica, provavelmente da diretoria do clube, que desembolsou R$ 16,5 milhões para contratá-lo, e da investidora DIS, que completou os R$ 7,4 milhões restantes para inteirar os R$ 23,9 milhões pagos ao Santos. Aliás, o próprio nome do parceiro já diz (ou DIS) tudo: investidora. O "produto" tem que jogar, tem que ganhar títulos, tem que voltar para a seleção brasileira e, com isso, arranjar uma transação multimilionária para um clube estrangeiro. Ney Franco, que nesse momento precisa mais de bons laterais (Cortez e Douglas deixam a desejar e Carleto e Paulo Miranda também), tem que se virar para encaixar o improdutivo Ganso no time. Concordo que ainda é cedo para julgar seu potencial como atleta. Mas, como observou o Glauco em um post de agosto passado, Ganso "pintou como grande estrela e, além de estagnar, retrocedeu." Vamos ver até quando Ney Franco vai se submeter, calado, à pressão da diretoria (e da investidora) para escalá-lo. Afinal, o torcedor não é bobo e a situação já está descaradamente constrangedora para o treinador.



sábado, fevereiro 16, 2013

Dessa vez, Ganso fez

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Depois de perder um gol (mais ou menos) feito nos últimos instantes da partida contra o Atlético-MG, na quarta-feira, o que garantiria um empate salvador fora de casa, Paulo Henrique Ganso não desperdiçou sua chance hoje, aos 43 do segundo tempo, e garantiu a vitória por 3 a 2 sobre o Ituano, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista. Mais do que aliviar o já questionado técnico Ney Franco, o camisa 8 livrou mesmo foi a cara do goleiro Rogério Frango, digo, Ceni, que cometeu mais uma daquelas falhas inacreditáveis e vexaminosas no primeiro gol do adversário (volto a comentar sobre isso no último parágrafo).

O São Paulo até que não jogou mal, mas os velhos problemas ficam cada vez mais nítidos. Assim como observei no post sobre a derrota para o Atlético-MG, os dois gols sofridos surgiram pelo lado esquerdo da defesa. Não adiantou trocar Rhodolfo por Rafael Tolói, pois o volante Wellington, incumbido de dar cobertura pelo setor, continua falhando e dando motivos para perder o posto no time titular (Maicon entrou em seu lugar e mostrou mais serviço). Ainda pelo lado esquerdo, Cortez não consegue atacar nem marcar direito. E, no ataque, Luís Fabiano vive má fase e Aloísio não se acerta como ponta-direita.

De útil, Jadson fez outra excelente partida, dando uma assistência e fazendo um gol. O técnico está certo em tentar manter o esquema que deu certo no fim do ano passado, com um centroavante e dois pontas abertos. O problema é que o São Paulo não tem lateral-direito (Douglas não serve pra nada e Paulo Miranda é zagueiro de ofício) e, pela esquerda, há uma avenida para os adversários. A saída de jogo também está complicada. Uma solução paliativa seria efetivar Maicon como segundo volante, avançado, e recuar Denílson. Wellington poderia ser um lateral-direito mais marcador. Tolói também é melhor que Rhodolfo.

Este seria um possível caminho para que Ganso fosse melhor aproveitado. Se o São Paulo conseguisse uma dupla de laterais mais marcadora, a velocidade dos pontas poderia ser explorada por um meia clássico, mais fixo e com passes de longa distância, como o ex-santista. Porém, seria uma pena sacrificar Jadson, que é, hoje, o melhor do time. Enfim, Cortez e Luís Fabiano precisam acordar para a vida. E o problema emergencial é setor defensivo pela esquerda. Denílson, recuado, poderia ajudar. Mas esse abacaxi eu deixo para o Ney Franco descascar - até porque, convenhamos, ele ganha muito mais do que eu...


"CAGADA" - "No intervalo, após o primeiro tempo, eu disse para o time: 'Se a gente perder, a responsabilidade será minha, a cagada fui eu quem fiz'." Dessa forma, Rogério Ceni resumiu o frangaço que levou no primeiro gol do Ituano, em chute despretensioso de Kleiton Domingues. Ao cair para fazer a defesa, a bola quicou na grama, bateu em sua mão, resvalou na trave e, para surpresa do próprio atacante, entrou no gol. Prato cheio para quem odeia Ceni, que já tinha passado por bobo no último jogo, em lance com Ronaldinho Gaúcho. Mas o camisa 1 sabe que, no próximo gol que marcar, a torcida o perdoará.

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Experimentos contra os times de Campinas

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Aproveitando que a primeira fase do Campeonato Paulista vale pouco ou quase nada (assim como a competição, nos últimos anos), o técnico do São Paulo, Ney Franco, está aproveitando os dois compromissos dessa semana para tirar suas últimas dúvidas. O primeiro ocorreu ontem, no Morumbi: um modorrento empate sem gols contra a Ponte Preta, que, assim como em 2012, faz uma ótima campanha no estadual. O segundo ocorre no sábado, dia 9, em Campinas, contra o outro time da cidade, o Guarani - que, pra (não) variar, segue com desempenho sofrível.

Para o jogo contra a Ponte, Ney botou o time titular, desfalcado apenas de Rogério Ceni (contundido) e Luís Fabiano (que jogou pela seleção brasileira). Denis assumiu o gol e Aloísio ficou como centroavante, tendo Cañete na ponta-direita. No decorrer da partida, Rafael Tolói entraria no lugar de Rhodolfo, para ser testado como companheiro de zaga de Lúcio. Uma surpresa foi Douglas começar jogando na lateral-direita. E foi por ali que o técnico fez seu principal experimento: no segundo tempo, ao colocar (o ex-titular) Paulo Miranda para assumir a função, preferiu tirar o volante Wellington.

Com isso, Douglas foi deslocado para a ponta-direita, no lugar de Cañete, que recuou para compor o meio junto com Denilson e Paulo Henrique Ganso (que havia entrado no lugar de Jadson). Bom, o placar comprova que nada de muito útil resultou disso tudo. No sábado, o time reserva deve encarar o fraco Guarani, com Tolói na zaga, Fabrício de volante, Carleto de lateral-esquerdo, Maycon no meio e Ademilson no ataque, entre outros. E Ganso terá mais uma oportunidade para provar ao Ney Franco e à torcida que, por enquanto, ele é um excelente reserva de luxo...



domingo, fevereiro 03, 2013

Neymar e Miralles decidem e duas interpretações sobre lances polêmicos (visão santista)

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"A lição que eu tirei daquele jogo é que não podemos dar bola para o extracampo. Temos que pensar sempre dentro do campo, sem agredir adversário, sem jogar contra a torcida deles."

Desta forma, o meia são-paulino Paulo Henrique Ganso “aconselhava” o elenco de São Paulo sobre como deveriam lidar com o Bolívar, adversário do Tricolor na Libertadores, antes do confronto na competição. Curiosamente, o meia parece ter esquecido do próprio conselho e “entrou na pilha” no seu retorno à Vila Belmiro.

Ganso: pra que tanto ódio?
No intervalo, já pedia punição ao seu ex-clube por moedas jogadas no campo. Não pediu punição ao Bolívar em 2012, mesmo com seu “irmão” Neymar tendo sido atingido de fato por um objeto quando se preparava para cobrar um escanteio. Mas não titubeou em fazer isso contra o Santos. Freud explica.

Compreensível Ganso se sentir maltratado pelo Alvinegro. Como também é a torcida achar que o meia fez mal ao clube. Mesmo depois da complexa negociação que o levou ao São Paulo, um dos dois clubes que se interessou por ele à época, junto com o Grêmio (nenhuma agremiação do exterior se arriscou a cogitar pagar a multa), ele não poupou a língua, ou o bico. Insinuou que o São Paulo era diferente do Santos por um “pensamento de grandeza”. Na semana passada, depois de marcar seu primeiro tento pelo São Paulo em pouco mais de quatro meses de contrato, disse: “Vou chegar lá (Vila Belmiro) para fazer gol pelo São Paulo”.

Em um ambiente já conturbado como o futebol, no qual qualquer faísca se transforma em fogo, Ganso mostra atitudes duvidosas fora de campo, que certamente o tem prejudicado na carreira. Um veículo de imprensa, para melhorar, fez com um colunista fake fizesse uma convocação para que a torcida santista jogasse moedas no ex-ídolo. Todos, jogador e imprensa, muito responsáveis na hora de atiçar, e deveras moralistas (falsos, via de regra) na hora de pedir punição.

Em campo, Ganso foi apagado como tem sido há tempos. Toques de calcanhar de lado, passes também laterais, e um desempenho na segunda etapa que contribuiu para os visitantes perderem o meio de campo, setor no qual foram melhores nos primeiros 45 minutos. Conforme o lado, era marcado pelo excelente Renê Júnior ou por Arouca. Ney Franco errou ao demorar tanto para sacar o meia, o que pôs a nu o fracasso da sua estratégia de “motivar” o jogador ao colocá-lo como titular no clássico. Aliás, atleta que precisa de motivação com o salário e toda a estrutura que ele mesmo louva, é complicado. Ganso é realmente diferente. Para o bem e para o mal.

Mas vários atletas começaram mal e demoraram para engrenar no São Paulo. Foi o caso de Daryo Pereira, Careca, Raí. Essa é a esperança do torcedor são-paulino com o meia, que vai ficando cada vez mais distante de atuar na Copa de 2014.

Neymar, o jogo e duas interpretações

Muricy cansou de dar chances a André. Entrou Miralles, que se movimenta mais, volta para marcar e vez ou outra consegue roubar uma bola atrás. E, claro, o mais importante, tem feito gols. Não é aquela coisa em termos técnicos mas participa muito mais que o ex-titular. Dois gols em um clássico e seu concorrente está na berlinda.

Os laterais santistas mostraram hoje o seu valor na defesa. Bruno Peres foi soberano diante do mais que perigoso Osvaldo, e Guilherme Santos chegou a sofrer um pouco quando Cañete passou a cair por ali, mas a correção na marcação matou o lance forte do Tricolor. O defensor Neto, na esquerda ou na direta, foi muito bem e não tremeu no seu primeiro clássico. Já Montillo rendeu muito menos do que deveria, mas esse sim chegou outro dia e hoje completou seu sexto jogo pela equipe.

Miralles: intimidade com gol, e nenhuma com a dança
Neymar foi decisivo. Deu uma assistência maravilhosa no primeiro gol, um passe-matada. No segundo, tomou a penalidade e marcou. No terceiro, fez a assistência para Miralles. Nada de novo em  relação ao moleque maravilhoso.

Dois lances polêmicos da arbitragem e vou dar meus pitacos abrindo espaço para ser xingado por torcedores adversários. No lance em que Luis Fabiano fez um gol e o mesmo foi anulado, o comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba disse que o gol foi legal, criticando a decisão da assistente Tatiane Camargo. É um ponto de vista, mas a regra é clara, embora existam algumas interpretações divergentes.

Para citar uma delas, recorro a um ex-árbitro e comentarista da área... O próprio Gaciba. Neste post, intitulado “Interpretação Moderna”, ele elogia justamente a forma com que a assistente Nadine Bastos interpretou um lance na partida entre Avaí e Atlético Ibirama, na qual validou um gol, mesmo com dois atletas avaianos em condição de impedimento. Contudo, ressalto esse trecho:

“A GRANDE ALTERAÇÃO [na regra do impedimento, n.r.] deu-se quando a FIFA modificou a palavra 'influência' por 'participação efetiva' na jogada, ou seja, aquele atleta na parte inferior do vídeo que chega a dar dois passos em direção a bola anteriormente deveria ser punido pela sua ação, hoje, não mais.

O raciocínio é o seguinte: O assistente deve perguntar se aquela corrida (dois passos) interferiu na ação de algum defensor que poderia chegar na bola e não o fez pelo movimento daquele atacante.  Observem que este não é o caso já que o goleiro sai na bola com naturalidade e os defensores que erguem o braço o fazem mais como torcida do que como reclamação efetiva.”

Reparou no trecho em negrito? O zagueiro Neto marca e acompanha a movimentação do zagueiro tricolor que está em posição de impedimento e poderia sim chegar em Luís Fabiano, já que estava perto do rival, caso não estivesse marcando um atleta impedido. A anulação do lance, portanto, é plausível, de acordo com essa interpretação. Claro que amanhã a bandeira pode ser punida (futebol é um meio sexista no qual não é exatamente a justiça que é feita, né?), mas deveriam ponderar um pouco mais a respeito.

Quanto à penalidade sofrida por Neymar, engraçado que o comentarista Neto, na Rede Bandeirantes, diz que o atacante santista não foi atingido por Paulo Miranda e que ele, Neymar, “tocou” no joelho do marcador e caiu. Claro, o santista, que tem olhos nas costas, conseguiu tocar com a panturrilha de forma proposital em seu adversário. A propósito, como tem comentarista com história corintiana que pende de forma apaixonada para o São Paulo em diversas ocasiões, vide o xodó da Fiel, fã de Rogério Ceni. 

Mas você pode não ter visto nenhum toque no lance (eu e muita gente vimos). Neymar pulou, escapou da falta e caiu. Portanto, não pode ser marcado pênalti, certo? Errado. Diz a regra 12 do dileto esporte:

“As faltas e incorreções serão sancionadas da seguinte maneira:

Tiro livre direto
Será concedido um tiro livre direto para a equipe adversária se um jogador cometer uma das seguintes sete infrações, de maneira que o árbitro considere imprudente, temerária ou com uso de uma força excessiva:
• dar ou tentar dar um pontapé (chute) em um adversário
• passar ou tentar passar uma rasteira em um adversário (...)
• dar uma entrada contra um adversário

Viu aí os negritos novamente? Nenhum atleta precisa esperar ser atingido pelo adversário para sofrer a falta. O são-paulino tenta ou atinge, conforme a visão, Neymar, mas certamente nem passou perto da bola. Lance semelhante aconteceu, aliás, em um jogo entre Santos e São Paulo no campeonato paulista do ano passado (ver aqui, a partir do 0:46), no qual foi marcado pênalti de Rafael em Luís Fabiano.

Xingamentos à vontade, mas agradecemos os argumentos.

quinta-feira, janeiro 31, 2013

3 a 0 é resultado perigoso

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Desde criança, conheço a advertência de que "2 a 0 é resultado perigoso". No sentido de que, além de o time relaxar em demasia após o segundo gol ("Ah, já tá ganho..."), o placar supostamente mexe com os brios do adversário, que parte para o "tudo ou nada". Pois bem, ontem, em La Paz, o São Paulo aumentou a conta desse dito futebolístico para 3 a 0. Os primeiros 34 minutos de jogo contra o Bolívar, na partida de volta da pré-Libertadores, foram perfeitos: o time marcou sob pressão no campo do adversário, roubou a bola dezenas de vezes, fechou a defesa com excelente posicionamento, botou os bolivianos na roda no meio-campo e chegou ao ataque com velocidade, inteligência e toques de primeira. Três gols foram pouco.

Aí é que veio o perigo. Considerando que o jogo de ida, no Brasil, havia sido 5 a 0 para o Tricolor, o São Paulo simplesmente parou de jogar bola. Ainda mais porque, pelo critério de gol fora de casa, o Bolívar teria que marcar 9 vezes para eliminar os brasileiros da competição. Era muito, mas eles souberam aproveitar a desistência dos sãopaulinos na partida para virar o placar e assustar torcedores cardíacos. O Bolívar fez o primeiro ainda na etapa inicial e entrou no segundo tempo voando baixo. Resultado: virou o jogo para 4 a 3, obrigou Rogério Ceni a fazer pelo menos três defesas difíceis e, fosse o time boliviano um pouquinho melhor, teria feito o 7º e o 8º gols, tranquilamente. O São Paulo não jogou o segundo tempo.

A propalada altitude de La Paz (3.660 metros) pode até ter esgotado alguns jogadores brasileiros. Mas não serve como desculpa: a acomodação e o "já ganhou" foram as causas principais. Os atacantes sumiram, a dupla de volantes sumiu, a zaga bateu cabeça, o time todo só assistiu a correria do Bolívar. Isso é preocupante para a fase de grupos, quando o São Paulo irá novamente a La Paz, enfrentar o The Strongest. E cabe, aqui, uma única crítica a Ney Franco, sobre a escalação de Douglas. Ele não pode ser titular - nem como lateral-direito e muito menos como ponta - e deveria ter sido substituído já na virada para o segundo tempo. Entre os destaques, fico com o Osvaldo, pela primeira etapa, e Cortez, pela partida toda.


ARTILHEIRO - Luís Fabiano deu um grande alívio ao torcedor sãopaulino ao abrir o placar, de cabeça, a 2 minutos de jogo. Tornou-se o segundo maior artilheiro do clube na Libertadores, com 11 gols, faltando um para igualar Rogério Ceni. No ranking total do São Paulo, ele alcançou Muller, com quem divide agora a 6ª posição (ambos marcaram 160 gols). Luís Fabiano precisa fazer mais 13 gols para empatar com o 5º colocado, o lendário ponta Luizinho. E mais 22 para chegar a 182 gols com a camisa do clube e alcançar o centroavante França, com quem chegou a dividir o ataque Tricolor em 2001. Acima deles, os três maiores artilheiros são Serginho Chulapa, com 242 gols, Gino Orlando, com 233, e Teixeirinha, 189.

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Osvaldo, "o cara"

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Mais uma vez, devo iniciar uma análise de jogo do São Paulo com "guardadas as devidas considerações sobre a fragilidade do adversário". Ainda assim, a convincente goleada de 5 a 0 sobre o Bolívar, no Morumbi, pelo jogo de ida da pré-Libertadores, teve diversos "heróis". Ney Franco, muito corajoso ao botar Paulo Henrique Ganso no banco e apostar (certeiramente) em Aloísio na ponta-direita; Luís Fabiano, que voltou a ser convocado pela seleção brasileira e marcou dois gols (apesar de mais um cartão amarelo bobo no fim do jogo); o agora quarentão Rogério Ceni, com três belas defesas e um gol; Jadson, que está voando baixo nesse início de temporada, com dois gols em dois jogos. Mas o melhor em campo, sem dúvida alguma, foi Osvaldo. Com a saída de Lucas, ele agora é "o cara" no ataque do São Paulo.

Primeiro, abriu o placar com um golaço de perna esquerda (após belo passe de Jadson), deixando o goleiro boliviano atônito. Depois, no segundo tempo, retribuiu a assistência para Jadson marcar o quarto e sofreu o pênalti que originou o quinto gol, de Rogério Ceni. Atuação perfeita, impecável, nota  10. E o que mais me impressionou foi que, aos 37 minutos do segundo tempo, depois de correr sem parar todo o jogo, Osvaldo ainda estava dando piques de 40 metros atrás de bolas na linha de fundo... Monstro. O preparo físico do camisa 17 salta aos olhos, principalmente se comparado a figuras sonolentas, desatentas e improdutivas como Ganso. Cañete, mais uma vez, entrou na ponta-direita no final e mostrou disposição. Bem como Casemiro, que está com fome de bola. Bons sinais. Que venha o jogo de volta.


segunda-feira, janeiro 21, 2013

Um lugar para Jadson

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Guardadas as devidas considerações sobre a tradicional fragilidade do time do Mirassol, a estreia do São Paulo no Paulistão 2013, no Morumbi, teve como saldo positivo não apenas a vitória por 2 a 0, mas principalmente a boa atuação do meia Jadson, deslocado para o setor direito do ataque, onde antes desfilava Lucas, hoje no Paris Saint Germain. A fracassada negociação com o ponta Eduardo Vargas, do Napoli, que acabou sendo emprestado ao Grêmio de Porto Alegre, abriu espaço para Jadson, que iria para o banco de reservas com a efetivação de Paulo Henrique Ganso como homem de armação no meio-campo.

Durante a fase de preparação para a nova temporada, o técnico Ney Franco chegou a testar um losango com Ganso e Jadson no meio e apenas dois atacantes, Luís Fabiano e Osvaldo. No jogo-treino contra o Red Bull Brasil, dia 16 (vídeo abaixo), o time titular, com essa configuração, não conseguiu produzir nada no ataque e perdeu por 2 a 0 no primeiro tempo, com duas falhas de Rogério Ceni (os reservas sãopaulinos conseguiram empatar e evitar o vexame na segunda etapa). Diante disso, Ney decidiu improvisar Jadson na ponta-direita e manter o esquema 4-3-3 que deu padrão de jogo ao time no segundo semestre de 2012.




E, ontem, Jadson não decepcionou. No primeiro gol do São Paulo, após uma excelente triangulação entre Luís Fabiano, Osvaldo e Ganso, Jadson apareceu livre na pequena área para estufar a rede, caso o camisa 9 não tivesse aparecido, ao seu lado, para finalizar antes. No segundo tempo, o Mirassol aproveitou o desentrosamento de Lúcio na zaga e a má atuação de Carleto na lateral-esquerda para dar um sufoco no adversário, mas Rogério Ceni se redimiu das falhas contra o Red Bull com três grandes defesas. Após a saída de Luís Fabiano, Jadson centralizou seu posicionamento, recebeu bom passe de Denílson e marcou um golaço ao dominar e virar em velocidade. Assim, ele parece render mais do que como meia clássico.


No mais, vale ressaltar a entrada de Cañete como outra opção na faixa direita do ataque. No dia em que o futebol brasileiro registrava os 30 anos da morte do gênio Mané Garrincha, o argentino acertou uma bola na trave do Mirassol em lance relativamente parecido com o do ex-camisa 7 da seleção brasileira contra os russos, na Copa de 1958 (mas, lógico, sem os dribles característicos do Anjo Torto). O reforço Aloísio também atuou bem e ajudou a segurar a bola no ataque, aliviando a pressão que o time sofreu no início do segundo tempo. Enfim, a insistência de Ney Franco em determinado padrão de jogo, mesmo com substitutos de características diferentes no ataque, dá a impressão de que é mesmo o caminho certo. Ganso ainda está muito aquém. Mas Jadson parece ter encontrado o seu verdadeiro lugar.

terça-feira, dezembro 04, 2012

Como Ganso já é importante para o São Paulo

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POR MORITI NETO


O melhor para o são-paulino na vitória diante do Corinthians, além do óbvio de vencer o maior rival com time reserva, foi ver Ganso jogar bem.  Entre outras questões levantadas pelo companheiro Nicolau após o último post sobre oTricolor, estava uma pergunta a respeito do que este escriba espera do armador. Disse a ele das óbvias dúvidas sobre condição física e tal, mas posso estender o comentário aqui.       

Em campo, como se viu no clássico de domingo, um jogador como Paulo Henrique Ganso passa muita segurança ao time e preocupa o adversário. A qualidade fica impressa não só nas assistências que o meia deu a Douglas e Maicon, mas na calma e clareza com que toca a bola. Quando o time tinha a posse e bom passe, ele era o diferencial, o homem capaz de sair do elementar. Nos momentos em que a equipe saía jogando torto, com a redonda regurgitando aqui e ali, o maestro ajeitava as coisas.     

Aliás, Ganso contribuiu com a mudança de postura do São Paulo mesmo antes de atuar.  Creio não ser coincidência o aumento de rendimento logo depois da chegada dele. A autoestima, a confiança dos jogadores, da comissão técnica, inclusive da torcida, deram sinais de subir.

Foi no dia 21 de setembro que a longa negociação entre Ganso, São Paulo e Santos teve o término oficial. Nessa data, o atleta assinou contrato com o Tricolor. Dali para frente, o time jogou 18 vezes, com oito vitórias, dois empates e duas derrotas no Brasileiro, mais dois triunfos e quatro partidas empatadas na Sul-Americana. Além disso, o período marcou as melhores apresentações do ano, melhor campanha do segundo turno no nacional e passagem à decisão da competição continental. Não é pouco.      

Claro que Paulo Henrique foi só um dos ingredientes na boa mistura que dá resultados na equipe de Ney Franco, como escrevi no texto passado, mas jogador fora de série é assim mesmo. A contratação sacode as estruturas, mexe com o imaginário coletivo, coloca o clube em evidência, deixa rivais precavidos. Também faz com que o elenco se agite, para o bem e o mal. Esperando que Ganso não seja um Ricardinho, fico com a primeira opção.  

domingo, setembro 09, 2012

San-São: um castigo para quem assistiu

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As duas formações dos times que disputavam o clássico paulista da rodada não inspiravam muita coisa. O São Paulo não contava com Lucas, na seleção, assim como os donos da casa não tinham Neymar e Arouca, também com Mano Menezes. O Alvinegro não contava ainda com Ganso, Bruno Rodrigo (substituto de Dracena, que só volta em 2013), Juan e outros inúmeros reservas. Não, não seria um grande jogo, ainda mais com a postura dos dois treinadores.


Em relação à partida com o Fluminense, Muricy colocou Pato Rodríguez no lugar de Bill, e manteve dois volantes quase zagueiros, Adriano e Everton Páscoa. Ney Franco optou pela formação com três defensores de fato, com a entrada de Paulo Miranda.

O resultado: uma série de passes errados, principalmente no primeiro tempo, por conta das opções dos técnicos (sendo que as do santista eram mais limitadas) e também pelo modo dos times atuarem. No Santos, no primeiro tempo, os lances ofensivos estavam sob responsabilidade de três “corredores”: Pato Rodríguez, que jogou mais próximo de André; Felipe Anderson, perdido na marcação são-paulina, e Bruno Peres, o ala-lateral que ia à frente, falhando atrás muitas vezes. Atletas que carregam a bola sugerem que os de trás tenham que dar passes longos e, além disso, jogador que aposta uma, duas, três vezes uma corrida, sem se importar em passar a bola, na quarta tentativa não vai contar com a aproximação de um companheiro. Qualquer peladeiro sabe disso, mas tem muito atleta profissional não tem essa consciência.

 

Assim, os passes à distância faziam ambas as equipes errarem demais. O Santos, tentando lançar um velocista/driblador; o São Paulo, buscando a inspiração de uma bola enfiada para Luis Fabiano. Assim, algumas oportunidades surgiram de parte a parte, mas nada que empolgasse. As duas equipes jogavam com seu meio de campo distante do ataque ou da defesa, sem qualquer compactação. Muricy ainda pode justificar tal postura pelo fato de não poder escalar o mesmo time duas vezes seguidas, e Ney Franco pode dizer que chegou há pouco tempo, está testando alternativas etc e tal. Difícil é o torcedor aturar uma partida com tão poucas oportunidades de gol de lado a lado, um clássico quase vazio de sentido. De emoções também, com a anuência da CBF, que esvaziou o San-São em função de um amistoso portentoso com a perigosa China.

Jogo besta, com um zero a zero sendo final justo. Fica até difícil escrever.

sábado, agosto 25, 2012

Santos bate Palmeiras de virada com dois de Neymar

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Antes da partida, quase toda a mídia esportiva lembrava que o Santos, recentemente, tem levado a pior contra o Palmeiras, mesmo em ocasiões nas quais tinha time superior (o que é verdade). E também destacando que Neymar tinha, até a partida, 29% de aproveitamento contra o Alviverde. Esta, a propósito, era uma das três matérias negativas em relação a Neymar no portal Uol, nenhuma delas original. As outras duas diziam respeito a uma reportagem curiosa da Forbes sobre possíveis gastos excessivos do atacante (ah, como ele tem pais em todo o mundo) e outra comentando a respeito de um colunista do Ole que disse que o atacante praticava “futebol foca”, tal qual Cristiano Ronaldo. Realmente, está faltando pauta.

Sempre ele. (Santosfc)
Talvez por conta desse seu histórico contra o Palmeiras, o atacante foi individualista em excesso na primeira etapa, buscando resolver por conta própria quando nem sempre era a melhor opção. Com os donos da casa procurando mais o gol (ainda que sem criar muita coisa, exceção de um lance de Barcos, que tentou uma assistência para Mazinho), o Alvinegro não conseguia levar perigo nos contra-ataques, a exceção foi uma jogada do Onze santista, aos 29 minutos. Uma partida truncada, pegada e, nesse cenário, foi o Palmeiras quem marcou aos 41, uma grande finalização fora da área de Côrrea, que ainda tocou no gramado e ganhou velocidade antes de entrar.

No entanto, ainda no primeiro tempo, Ganso, que pouco fazia àquela altura, sofreu uma falta desnecessária de Valdívia que voltou pra mostrar “vontade”, ao marcar na intermediária. Neymar cobrou a falta que vale o adjetivo dos locutores de rádio de outrora: magistral, sem chances para Bruno.

Na segunda etapa, o Santos voltou tocando mais a bola, marcando melhor no meio de campo e não deixando o Palmeiras fazer a pressão que tentou no tempo inicial. Mais uma vez coube ao Onze peixeiro “achar” uma finalização no canto direito do arqueiro rival. A partir dali, deu pra perceber o quanto a situação palmeirense na tabela pesa. Jogadores errando passes fáceis, nervosismo e poucas chances efetivas de gol. As duas principais foram com Barcos. O avante desperdiçou diante de Rafael e, mais tarde, cabeceou certo mas esbarrou em uma defesa incrível do arqueiro santista.

Essa última finalização de Barcos, aliás, veio depois de uma oportunidade espetacularmente perdida por Ganso que, à frente do goleiro, preferiu dar o passe – errado – para o lado. Mas o meia, ainda santista, merece um capítulo à parte aqui.

O Santos consegue assim sua terceira vitória seguida, sendo duas em clássicos, e termina o primeiro turno em uma posição menos vexatória do que se ensaiava. Dos últimos quinze pontos, foram treze ganhos, e o sonho da Libertadores ainda está vivo, ainda que o caminho seja árduo e Neymar vá desfalcar o time em algumas ocasiões por conta da seleção.



Caso Ganso

Neymar tem muitos “pais”. É gente querendo dar lição de ética, moral, educação cívica, educação financeira, cortesia, relação com a mídia, gerenciamento de carreira, de como influenciar pessoas etc e tal. Mas Paulo Henrique Ganso, um jogador que pintou como grande estrela e, além de estagnar, retrocedeu, não conta com tanta gente na mídia e na imprensa esportiva, especificamente, lhe dando conselhos ou ensinando como proceder. Talvez porque alguns – ou muitos – joguem com a confusão e queiram mesmo que o jogador saia da Vila, ainda mais se for para times bem quistos pelos media, como um que “comprou” o meia no ano passado ou o outro que tenta levá-lo hoje.

Que pena, Ganso... (Ricardo Saibun / Santosfc.com.br)
Claro que veículos de comunicação são atores desse enredo, não os principais responsáveis pela situação do meia hoje. Estes são o próprio jogador e seu estafe, além da diretoria do Santos. Se a Forbes se preocupasse com a situação financeira de Ganso, e não de Neymar, veria que o meia perdeu alguns milhões ao não aceitar uma das propostas de contrato do clube, lá atrás. Talvez porque, autossuficiente, o jogador confiasse que iria receber uma proposta milionária pelo seu futebol. Todas as três propostas recebidas até agora (Porto, Inter e São Paulo) não são o que se pode esperar para um atleta que fez outrora atuações dignas de gala. Mas que muitos enxergam serem coisa do passado.

Uma rotina de contusões, operações e uma extrema instabilidade fora de campo fazem de Ganso uma incógnita no futuro. E o cenário de leva-e-traz que o envolve irritou Muricy Ramalho, que o protege em entrevistas mas que na coletiva pós-jogo de hoje espetou o colega de profissão e técnico do São Paulo, Ney Franco, ao afirmar que não sabia se poderia escalar o meia hoje, já que o “cara lá até escalou ele”. O fato é que a diretoria do Santos se vê acuada não só pela movimentação da DIS, que detém 55% dos direitos econômicos do atleta, mas também por clubes rivais e pela própria imprensa, que martelou durante toda a semana que a transação envolvendo Ganso estava concretizada e que era possível até mesmo ele atuar no clássico de domingo. Só esqueceram de “combinar com os russos”, no caso, o contratante Santos. 
 
Se Ganso sair pelo valor da multa, será ótimo para o clube, mas é pouco provável que isso aconteça sem seus investidores colocarem a mão no bolso, coisa que aparentemente eles não farão, a despeito de todo apreço que tentam passar ter pelo atleta. E, caso não seja negociado agora, a vida seguirá e o meia vai ter que lutar para recuperar o espaço nobre perdido na seleção, no coração dos santistas e na mente de quem gosta de futebol bem jogado.

quinta-feira, agosto 16, 2012

Ney Franco, crise no São Paulo e mensalão

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Da série "Oi? Acuma?":

"[O sentimento] Não é de vergonha, com certeza. A gente não está fazendo nada errado. Não fazemos parte do mensalão, não estamos roubando ninguém. Estamos todos os dias no CT, tentando fazer ajustes no time, e podemos sair na rua de cabeça erguida"
(Ney Franco, técnico do São Paulo, a respeito da má fase e da derrota do Tricolor para o Náutico por 3 a 0. Será que a crise no Morumbi e o gol contra do Rogério Ceni também são culpa do Lula?)

terça-feira, janeiro 18, 2011

O fora de série Neymar marca quatro e Brasil derrota o Paraguai no Sul-Americano sub-20

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A estreia da seleção brasileira no Sul-Americano sub-20 foi um jogo com quase tudo que o futebol pode proporcionar ao torcedor. Grandes jogadas, muitos gols, tentos de placa, alternância de domínio, expulsões, quase brigas. Ótimo para o telespectador daqui que não fez esforço para ficar acordado na madrugada de terça.

Não foi um jogo fácil no início. Apesar de o Brasil quase ter marcado com Bruno Uvini, em cobrança da falta de Neymar, o Paraguai chegava bem à frente com Correa, atacante de área quase típico, porém com alguma técnica, e Ortega, atleta que os antigos chamariam de “liso”. Além disso, o sistema defensivo guarani estava bem postado, com jogadores que ganharam na base da força física muitas disputas com os avantes brasileiros.

Mas em uma partida equilibrada, às vezes é o elemento surpresa que ajuda a decidir. E assim foi. O volante Casemiro veio de trás e, com habilidade, força e muita vontade, conseguiu furar a retaguarda adversária e sofreu pênalti. Confesso que até agora não tenho muita convicção da marcação do árbitro, mas o lance pareceu de fato penalidade. Neymar deslocou o goleiro e abriu o placar.

Sete minutos depois, o fora de série da Vila Belmiro deu de novo o ar de sua graça. Lucas avançou e conseguiu tocar para o santista, que entrou na área, fugiu da marcação de dois rivais e finalizou no único lugar possível. Dois a zero. O atacante peixeiro ainda deixaria Lucas na cara do goleiro Ovando, mas o tento não saiu, e faria mais duas jogadas de efeito no lado esquerdo do ataque que dobraram a torcida no estádio, contrária ao Brasil.

A equipe toda se mostrava motivada, com o tal “comprometimento” que tanto pedem os técnicos. Mesmo quem não desempenhava bem sua função se destacava pela entrega. Mas excesso de vontade também pode ser contraproducente. Talvez isso justifique a tola expulsão do volante Zé Eduardo, que recebeu dois cartões amarelos em três minutos. Expulsão justa que complicou a partida. Quase na sequência, o goleiro Gabriel se atrapalhou e o Paraguai conquistou escanteio. Viera, livre na pequena área, diminuiu na cobrança.

Ney Franco sacou o apagado Oscar e colocou o volante Fernando. Mas o susto só passou quando, em uma bola disputada no ataque após um chutão da defesa brasileira, a bola sobrou para Neymar, que chutou em cima do goleiro, prosseguiu no lance e marcou de cabeça. Três minutos depois, uma pintura de gol. O lateral Galhardo, que substituiu o ansioso Danilo, lançou da intermediária e Neymar dominou, avançou e encobriu o arqueiro paraguaio com um classe ímpar. Com a esquerda. O quarto do Brasil e o quarto dele.



Mais jogadas de efeito do santista e, com a equipe já relaxada diante de um perdido Paraguai, dois lances ainda agitam a partida. Os guaranis chegam ao segundo gol aos 39, com Galhardo. E Henrique, de novo com o tal excesso de vontade, comete falta, toma o segundo amarelo e é expulso. Mesmo com dois a menos durante o fim da partida, o Brasil não é ameaçado.

A vitória por 4 a 2 sela um início promissor para a equipe de Ney Franco, mas traz também a preocupação com o rendimento e o preparo psicológico de alguns atletas. O ponto positivo é que o leque de opções à disposição é bom. E poder contar com Neymar é quase uma bênção.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Seleção sub-20, mercado e meninos que não são mais meninos

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Ontem o técnico Ney Franco, coordenador das divisões de base da CBF, divulgou a convocação dos jogadores que vão disputar o Sul-Americano da categoria entre 16 de janeiro e 12 de fevereiro no Peru. A competição vale duas vagas para os Jogos Olímpicos de 2012 e os quatro primeiros colocados vão disputar o Mundial de 2011. Abaixo, a relação, que tem como base Santos e São Paulo, com quatro atletas convocados cada:
 
Goleiros: Aleksander (Avaí), Gabriel (Cruzeiro) e Milton (Botafogo)

Laterais: Alex Sandro (Santos), Danilo (Santos), Gabriel Silva (Palmeiras), Rafael Galhardo (Flamengo) 

Zagueiros: Alan (Vitória), Bruno Uvini (São Paulo), Juan (Internacional), Romário (Internacional), Saimon (Grêmio) 

Volantes: Casemiro (São Paulo), Fernando (Grêmio), Zé Eduardo (Parma-ITA) 

Meias: Alan Patrick (Santos), Lucas (São Paulo), Oscar (Internacional), Philippe Coutinho (Inter de Milão-ITA), João Pedro (Palermo-ITA) 

Atacantes: Diego Maurício (Flamengo), Henrique (Vitória), Lucas Gaúcho (São Paulo), Neymar (Santos) William (Grêmio Prudente)

O jovem milionário Neymar será cobrado como gente grande
Interessante observar que clube tradicionais como Corinthians e Atlético-MG ficaram sem jogadores convocados. Isso significa que suas divisões de base são fracas? Não necessariamente. Talvez reflita apenas a opção das comissões técnicas que passaram pelos dois times no último ano. O veterano Corinthians atual, por exemplo, deu pouco espaço a atletas que vieram debaixo nesta temporada. Já o Galo, com Luxemburgo trazendo seu tradicional caminhão de jogadores (23, mais que dois times), padeceu do mesmo problema. Teve, na verdade, um jovem ex-jogador entre os convocados: João Pedro, hoje no Palermo, que disputou apenas 15 partidas como profissional antes de ser negociado.

Junto com João Pedro, há outros dois "estrangeiros", o ex-cruzeirense Zé Eduardo e o ex-vascaíno Philippe Coutinho. Isso, aliado ao fato de que a maioria dos atletas recebe uma remuneração maior que a média de seus companheiros, mostra que o perfil do jogador "da base" mudou totalmente nas últimas décadas. É só a "promessa" pintar que o clube passa a ter duas opções: ou vende o jogador se sua situação financeira assim exigir ou faz um contrato com ele com alta multa recisória, o que vai implicar em alto salário também.

Com a vitrine do Sul-Americano e a janela de transferências, cabe guardar essa convocação acima e verificar, no meio do ano, quantos desses jogadores se transferiram para outros clubes do exterior. E constatar novamente o quanto o futebol brasileiro ainda precisa se fortalecer economicamente para enfrentar a concorrência externa.